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Jacirema: Pra mim também não. Mas meu amor o que eu não souber, eu descubro.
Clarisse: Vem cá, e como é que tu ficou sabendo dessa história? Tu tem um print ou
serviu de travesseiro pra Zé Maria?
Jacirema: eu comprei foi uma passagem para o Rio de Janeiro, só para saber desse
fuxico.
Clarisse: Jacirema tu tem muito tempo e muito dinheiro. Olha uma passagem daqui
para o Rio de Janeiro tá cara.
Jacirema: Eu fui de ônibus.
Clarisse: Minha irmã, tu pegou três dias na estrada por causa de um fuxico?
Jacirema: E três noites.
Clarisse: E Jacirema, será que foi mesmo chifre?
Jacirema: Foi chifre sim minha irmã...
Entra Edijé batendo palmas...
Edijé: Êpa, se foi chifre eu não sei, eu só sei que sou nem a primeira e nem a última, eu
não tô abrindo nem fechando.
Entregador: Edijé, licença. Tá aqui o galão de água que a senhora me pediu; ô, já
trouxe um e logo, logo trago os outros dois, tá bom? Ah! E tô sabendo que seu Zé Maria
foi embora né? Mas não se preocupa com isso não, tá? Porque o que a senhora precisar,
pode contar comigo que eu resolvo.
Edijé: Então vamos lá dentro pegar o outro galão vazio.
Clarisse: Vixe, duas pessoas para trocar um galão?
Jacirema: Pra trocar o galão eu não sei, mas que me deu sede, ah me deu.
Clarisse: E Jaça, quem é esse?
Jacirema: Meu amor, esse aí é José de Ribamar, mas conhecido aqui no Fumacê como
Riba. Clarisse, ele é dono de um depósito de água, eita minha irmã, ele ganha dinheiro.
Clarisse: Olha...
Volta Edijé e a filha, discutindo.
Edijé: Olha, tu procura me respeitar..
Filha: Eu não vou aceitar...
Edijé: Tu não tem nada que aceitar, foi eu que te pari, não foi tu que me pariu...
Filha: Mamãe, Riba aqui de novo? Eu não vou aceitar. A senhora não deixou nem o
corpo de papai esfriar.
Clarisse: Ei Eiarde, seu pai não morreu não, ele apenas trocou tua mãe por uma menina
mais nova.
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Edijé: E como tu sabe disso Clarisse?
Clarisse: oh (Apontando para Jacirema)
Filha: Hello, hello... Ribas estudou comigo. A senhora não tem vergonha não mamãe?
Jacirema: Eita que agora que ficou bom...
Clarisse: Ficou bom nada. Vem cá, que machismo é esse Eiarde? Quer dizer que tu só é
moderna nas redes sociais postando coisas sobre os direitos das mulheres? Agora vem
com esse discurso horroroso. Meu amor, quer dizer que um homem mais velho pode
namorar com uma menina mais nova? Agora uma mulher mais velha não pode namorar
um menino mais novo? Ei, machismo mata.
Edijé: Muito bem...
Filha: Gente, a senhora acha certo uma mãe ficar com um pequeno novinho?
Clarisse: Meu amor, não sendo de menor, que mal tem?
Jucirema: De menor, esse aí não tem mais é nada.
Filha: Não quero saber, não vou aceitar. Nem eu, nem meus irmões. Vou falar pra eles,
vou falar... (sai).
Edijé: Ah, não sei em que tu tá se confiando...
Jucirema: Oxe, mas eu gostava tanto de Zé Maria...
Clarisse: Eita Jacirema minha irmã, tu é muito falsa. Olha, vivia dizendo que Zé Maria
não tinha sal, quase não falava e quando abria a boca era só pra falar “ô preta”. Mas
menino, pronto. Agora virou a melhor pessoa. Tá quinem aquele povo que não presta,
que quando morre, vira santo.
Edijé: Êpa, que quem tem que gostar aqui ou não, sou eu. E não se toca mais o nome de
Zé Maria nessa casa. Tá ouvindo dona Jacirema? Urubu levou a chave.
Aparece o entregador sem camisa, com um galão de água vazio.
Entregador: Edijé, já deixei tudo organizado lá dentro, agora só vou lá no depósito
buscar os outros dois, tá bom?
Edijé: Tá bom, mas ver se não demora.
Clarisse: Eeeedijé, vem cá. Pra quê tanta água? Tu tá tendo um açude no quintal ou tá
criando um camelo?
Edijé: Clarisse, tu é tão debochada
Clarisse: Iiii, tá é de grande....
Todas caem no riso. Luzes se apagam.
FIM!