ESTO001-13

Circuitos Elétricos
e Fotônica

Difração

2020.1 1
 Difração
Desvio da propagação retilínea da luz

Efeito característico de fenômenos

ondulatórios, que ocorre sempre que parte
de uma frente de onda (sonora, de
matéria, ou eletromagnética) é obstruída.

2
 Exemplos de Difração
Imagem de molécula
de DNA, obtida por
Rosalind Franklin em
1950, através de
difração de raios X.

Formação de anéis
luminosos ao redor de lâmina
iluminada por luz de laser
azul.

Difração da luz do sol nas

árvores.
Figura de difração criada pela
iluminação da fresta entre duas
portas.

3
 Difração
Difração  Desvio da propagação linear da luz
Difração  Resultado da interferência de infinitas ondas (wavelets)
Os efeitos de difração só se tornam evidentes quando a ≈ λ

λ: comprimento de onda;
a: largura da fenda.
4
 Difração

Para ≫ as ondas se propagam aproximadamente em linha

reta (como raios).

5
 Difração da Luz

: comprimento de onda
: largura da fenda.

≫
6
 Efeitos da Difração
 Difração é a curvatura das ondas em obstáculos e bordas ou através de orifícios ou
fendas → desvio da luz da propagação retilínea.

Os efeitos de difração são maiores para ondas longas e para pequenos orifícios.
Se o comprimento de onda das ondas for menor, o efeito de espalhamento (difração)
também será muito menor. Isso explica por que as ondas de televisão são muito mais
difíceis de receber em áreas montanhosas do que as ondas de rádio que têm um
comprimento de onda mais longo e por que a difração da luz é tão difícil de observar.
http://www.schoolphysics.co.uk/age14-
16/glance/Waves/Diffraction_/index.html?PHPSESSID=43cdadeaf8c0a5aeacf88cced9468bab 7
 Princípio de Huygens (1678)
Cada ponto de uma frente de onda age como fonte secundária
de ondas esféricas
A envoltória de todas as ondas secundárias (wavelets) (mesma frequência e fase
da onda original) forma a nova frente de onda

Frente de onda no instante t+∆t

Velocidade de espalhamento
das ondas secundárias =
velocidade de propagação da
Frente de onda no instante t
onda

8
 Princípio de Huygens
 Quando uma frente de onda encontra um anteparo, apenas um conjunto de
wavelets atravessa a abertura, alterando a superposição resultante.
 As porções das bordas serão as mais afetadas, pois as bordas bloqueiam as
wavelets que se somariam para resultar na onda original.

Desta forma, o problema da

difração em aberturas pode ser
tratado como uma soma
(integral) de múltiplas fontes
coerentes infinitesimalmente
espaçadas → interferência
ocorre até com uma única
fenda !

Explica também a reflexão e

refração da luz.

9
 Difração de Fresnel e de Fraunhofer
Difração de Fraunhofer (campo Difração de Fresnel (campo
distante): fonte de luz S e ponto de próximo): fonte de luz S e ponto de
observação P estão afastados do observação P estão próximos do
obstáculo (fenda) → curvaturas das obstáculo (fenda) → ondas
frentes de onda incidente e difratada esféricas
podem ser desprezadas (ondas
planas→ feixes paralelos)

fenda fenda

10
Arranjo experimental para observação da difração de Fraunhofer

Anteparo
Fonte
pontual

Figuras de
difração de
Fenda Fraunhofer

Anteparo

 Ondas planas incidentes e emergentes da fenda

http://utopia.cord.org/step_online/st1-4/st14eiv2.htm 11
 Difração de Fenda Única
Tela com Interferência Curva de
destrutiva Imagem de
fenda Frente distribuição de
Difração
única de onda intensidade

Onda
de luz Interferência
construtiva

12
 Difração de Fenda Única – Aproximação de Fraunhofer
Em um anteparo, obtemos um
padrão de difração

Franjas escuras ocorrem para:

1,2, …

a: largura da fenda
 Determinação da posição dos máximos e mínimos
(Desenhos fora de escala!)

Supondo: ≫
A diferença de caminho óptico é:

No anteparo as ondas devem

estar fora de fase para formação
da primeira franja escura:

⟹
2
Logo:

14
 Determinação da posição dos máximos e mínimos
A condição que determina a segunda
franja escura é encontrada dividindo a
fenda em 4 partes :

4 2

Teremos um mínimo quando:

Assim, para todos os mínimos:

; 1,2, …

15
A posição dos mínimos é dada pela condição de que a diferença de percurso entre o
raio que sai da borda superior e o que sai da borda inferior seja múltiplo de :
; 1,2, …

0 não é franja escura!

16
Intensidade dos máximos: Cálculo fasorial dos campos elétricos

Eixo central→ para D>> a,

todos os fasores estão E0 → amplitude máxima
praticamente em fase. do campo elétrico

Ponto de
Composição vetorial dos campos elétricos
observação
qualquer gerados pelas fontes secundárias
2β
Ep → amplitude do campo elétrico resultante

 senβ 
E p = E0   = E0 .Sincβ
2β
2β

2β
 β 
2β= defasagem entre os campos do extremo
2β inferior e do extremo superior da fenda

β = defasagem entre os campos de um dos

extremos e o eixo central da fenda

17
 Função Sinc (x)

senx
Sinc (x) =
x

• Apresenta um lóbulo central

senx e lóbulos secundários de
Sinc (0) = lim =1
x→0 x amplitudes decrescentes
• Simetria par: Sinc(-x)=Sinc(x)

Zeros da Função: ±π ; ±2π; ±3π; ±4π; etc....

18
 Intensidade luminosa

#
diferença de percurso entre o ponto
 senβ
$
 central e o extremo superior da fenda
E p = E0   = E0 .Sincβ
 β   diferença de percurso entre o
extremo inferior e o extremo superior da fenda

Irradiância I → proporcional a E p2
% 2!
%2

Distribuição de Intensidade:
2!
2 2 "
 senβ 
I (θ ) = I max  
 β  !
ou:

19
 Difração de Fenda Única
2
Sinc2 β  senβ 
I = I max   = I Sinc 2
β
 β 
max

I max = I (θ = 0)

1
" !
π
-3π π
-2π π
-π ππ π
2π π
3π
2

senβ
o Máximo principal ocorre para β = θ = 0 I (θ = 0) = I max lim =1
β →0 β
Largura do máximo central: 2θ1

o Primeiro mínimo (zero): & /

o Zeros (Franjas escuras) ocorrem para β = ± mπ m = ±1, ± 2,... senβ = 0

! ! ⇒

20
 Difração de Fenda Única – Aproximação de Fraunhofer
Distribuição de Intensidade
2
 senβ 
I (θ ) = I max   a
1
 β 

onde: !

a
Primeiro zero: &
0,2
Mede-se θ1 e conhecido a, determina-se λ

 Para a ≈ λ ∆θ grande → máximo se espalha

e não há “raias” laterais
a
 Para a >>>λ ∆θ pequeno → luz
0,1
concentrada no centro e “raias” laterais
 Espalhamento (efeito da difração) aumenta
)
com a relação *
 .
21
 Difração – variação de a

http://fisikamemangasyik.files.wordpress.com/2011/07/diffractionsingleslit_anim.gif?w=300&h=277 22
Difração – Estudo da variação de e

https://www.youtube.com/watch?v=PgW7qaOZD0U

23
 Difração de Fenda Dupla
Onda
plana Difração de fenda dupla
incidente

Difração
de fenda
única

Superposição do efeito de difração (em cada fenda) e

interferência entre os sinais das duas fendas)

24
 Difração de Fenda Dupla
Distribuição de Intensidade:

2
 senβ 
I (θ ) = I max (cos γ ) 
2

 β 
a
!
→ difração
h

πh
a
γ= senθ → interferência
λ

25
Difração de Fenda Dupla
2
 senβ 
I = I max   cos 2
γ
 β 
!

h
γ =π senθ
λ

•Para β: Zeros ocorrem para β = ± mπ senβ = 0 m = ±1, ± 2,...

(m ≠ 0)

•Para γ : Máximos: cos γ = ±1 γ = ± pπ λ p = 0, ± 1, ± 2,...

senθ = p
h
(= Experimento de YOUNG)

26
Imagens de Difração de Fenda única e Dupla

Fenda Única

Fenda dupla

https://www.youtube.com/watch?v=x_0TWhJ1nh4

27
 Redes de Difração
•Um dos dispositivos mais úteis para o estudo da luz e dos corpos que
emitem e absorvem luz.

•Contém um grande número de fendas idênticas (ranhuras ou linhas)

paralelas igualmente espaçadas (milhares/mm) de h (espaçamento da
rede) e com a mesma largura a.

 Cada comprimento de onda

emitido pela fonte produz uma
imagem separada da fenda,
chamada linha espectral.

hsenθ = pλ h
D
Interferência construtiva:
(máximos – linhas)

28
 Redes de Difração
2 2
 senβ   senN γ  γ =π
h
senθ
I = I max     !
λ
 β   Nsenγ 
•para β → Zeros ocorrem para senβ = 0 β = ± mπ m = ±1, ± 2,... (m ≠ 0)
λ
•para γ →Máximos principais senγ = 0 γ = ± pπ p = 0, ± 1, ± 2,... sen θ = p
h

I/Imax
pλ = h.senθ

5 fendas (Equação da rede)

p=ordem de difração

29
Rede de Difração com cinco fendas
Onda
plana Difração com cinco fendas
incidente

Difração
de fenda
única

30
Intensidade das Linhas Espectrais

I (θ=0) = N2. I0
I2

I0 = intensidade produzida por

cada fenda
I2

I2 = 4. I0 I2

I2

fendas fendas fendas fendas

31
 Largura das Linhas Espectrais
2 2
 senβ   senN γ  h
I = I max     γ =π senθ
 β   Nsenγ  λ
I/Imax
Zeros para senN γ = 0 e senγ ≠ 0
h
N=5 fendas N γ = Nπ sen θ = qπ
λ
q = ±1, ± 2,... ≠ N

Primeiro zero no entorno da ordem 0 (q = 1):

I/Imax Nγ = π  γ = π N

h λ
N=20 fendas Nπ senθ = π  θ ≈ senθ =
λ Nh
Quanto maior N, menor
a largura da linha
espectral → Maior a
Resolução de medida

32
 Rede de Difração N=20 fendas
Ordem p -3 -2 -1 0 1 2 3

senθ = pλ h

Luz monocromática

Luz branca 

https://www.youtube.com/watch?v=KlKduOOHukU

33
 Redes de Difração
Notar que os
ângulos p são
grandes, pois h é
um valor pequeno
Ordem +1 e /h pode ser um
valor alto.

As posições das
Ordem 0
franjas brilhantes
são calculadas por:

Ordem −1 y p = Dtgθ p
E não vale a
aproximação:
tgp  senp

Se λ = 633 nm e o ângulo da 1ª ordem é θ = 30 graus, qual a separação entre as fendas?

Equação da rede: h senθ = pλ → h = λ senθ → h ≈ 1,27 µm

34
 Aplicações de Redes de Difração
Espectroscopia ou Espectrometria: determinação do comprimento
de onda de uma fonte de luz

 Determinação da composição química de gases

Luz solar ou
lâmpada
incandescente →
espectro contínuo

Gases →
espectros discretos

35
 Espectrômetro
Rede de difração
(ou prisma)

Colimador
Telescópio

36
 Exemplo de Rede de Difração de reflexão
Sulcos de 0,1µm de
profundidade

Espaçamento radial: h= 1,6 µm

625 linhas/mm

Para luz vermelha λ = 600 nm

→ máximo de primeira ordem

de difração: 22º
difração

luz luz
incidente refletida
senθ = pλ h

rede

http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/audio/cdplay3.html 37
 DIFRAÇÃO POR UMA ABERTURA CIRCULAR DE RAIO R

2 Quanto menor D,
 2J (ρ )  ρ = kRsenθ k=
2π
I = I0  1 
maior θ, maior o disco
 ρ  λ de Airy

Quando ρ → 0  J1 ( ρ ) ρ → 1 2  I → I0 J1=função de Bessel de primeiro tipo e ordem 1

3,832 1, 22λ
Primeiro zero: J1 (3,832) = 0 ρ = 3,832  senθ =
kR
=
D
≈θ
 Posição do primeiro anel escuro
D = 2 R = diâmetro da abertura Anel central: Disco de Airy

38
 Resolução óptica

A imagem de um ponto distante formada no plano focal de

uma lente corresponde ao padrão de difração de Fraunhofer.
Existe uma abertura angular mínima para que dois pontos
possam ser resolvidos (distinguidos)

α α

39
 RESOLUÇÃO ÓPTICA: CRITÉRIO DE RAYLEIGH

Estabelece a separação angular mínima entre

dois pontos para que eles possam ser resolvidos

Máximo de um padrão coincide com o mínimo do

outro
α S/2 α
tg = ≈
2 L 2 L>>>S
Abertura angular:
α ≈ S L ≈ 1, 22 λ D

40
Efeitos da difração em instrumentos ópticos

D= diâmetro da pupila
olho

Limite de
difração da

1, 22λ
pupila

α≈
D Carro com os faróis dentro do
ângulo limite de difração (serão
percebidos como um ponto
olho
luminoso único)
α

41
 Questões
1- Uma fenda de largura a é iluminada com luz branca (que contém todos os
comprimentos de onda da luz visível). a) Para que valor de a o primeiro mínimo da
luz vermelha, com λ = 650 nm, aparecerá em θ = 15°? b) Qual o comprimento de
onda λ’ da luz cujo primeiro máximo secundário está em 15°, coincidindo assim com
o primeiro mínimo para a luz vermelha? Resp.: 2,51µm; 433nm

42
 Questões
2- Uma rede de difração tem 1,26 x 104 ranhuras uniformemente espaçadas em uma
largura w = 25,4 mm. A rede é iluminada perpendicularmente pela luz amarela de
uma lâmpada de vapor de sódio, que contém uma linha no comprimento de onda
589nm. Qual é o ângulo correspondente ao máximo de primeira ordem para este
comprimento de onda? Resp.: 17°

43
 Questões
3. Uma rede de difração com 20 mm de largura possui 6000 ranhuras. Para que
ângulo θ ocorrerá o máximo de primeira ordem de intensidade em uma tela de
observação se a radiação incidente na rede de difração tiver um comprimento de
onda de 589 nm? Resp.: 10,17º

44
 Questões
4- Uma luz monocromática de comprimento de onda 620nm passa por um orifício
circular com diâmetro igual a 7,4µm. A figura de difração é observada numa tela
situada a 4,5m do orifício. Qual é o diâmetro do disco de Airy sobre a tela? Resp.: 92cm

45