Você está na página 1de 47

UNIVERSIDADE PAULISTA

PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO E


FUNDAÇÕES

LEONARDO DE OLIVEIRA PEREIRA

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS ESTRUTURAS DE


CONCRETO DOS PILARES DO MARACANÃ:
REFORMA PARA A COPA DE 2014

RIO DE JANEIRO
2018
LEONARDO DE OLIVEIRA PEREIRA

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS ESTRUTURAS DE


CONCRETO DOS PILARES DO MARACANÃ:
REFORMA PARA A COPA DE 2014

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Pós-Graduação em Estruturas de Concreto e
Fundações, Universidade Paulista, como
requisito parcial para obtenção do título de
Especialista.

RIO DE JANEIRO
2018
LEONARDO DE OLIVEIRA PEREIRA

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS ESTRUTURAS DE


CONCRETO DOS PILARES DO MARACANÃ:
REFORMA PARA A COPA DE 2014

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Pós-Graduação em Estruturas de Concreto e
Fundações, Universidade Paulista, como
requisito parcial para obtenção do título de
Especialista.

Aprovado em: ____/____/____


Resultado: _______________

BANCA EXAMINADORA:

______________________________________/___/___
Prof.
Universidade Paulista - UNIP

______________________________________/___/___
Prof.
Universidade Paulista - UNIP

______________________________________/___/___
Prof.
Universidade Paulista - UNIP
DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais que sempre me deram apoio para seguir em frente nos
momentos de dificuldades, à minha esposa Janaina que a cada dia renova minhas forças com
seu carinho, amor e dedicação e a meu filho por me tornar uma pessoa melhor a cada dia.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado a vida e sobretudo saúde para cumprir esta jornada.
A minha esposa Janaina e meu filho Pierre que durante todo este tempo me deram
apoio e carinho para que eu pudesse desenvolver e concluir este trabalho.
A todos os meus companheiros de estudos, a coordenadora Solange Mathias e todos os
professores do INBEC que fizeram parte deste período.
Aos meus companheiros de obras que até então passei, pelos ensinamentos de um
novo conceito profissional.
Enfim a todos aqueles que de algum modo compartilharam comigo das dores, aflições,
descobertas, prazeres e alegrias que fizeram parte deste caminho.
Obrigado pela ajuda e compreensão.
“Porque somos mortais, certamente mortais,
inevitavelmente mortais, tendemos a acreditar
que tudo que dura mais do que nós é eterno.
Nossa crença, em realidade é simplesmente
desejo ou talvez mentira que nos pregamos
porque queremos acreditar que tudo aquilo que
fazemos , que construímos ou de que
participamos da criação, brilhará para sempre
no infinito.”
Vicente Souza
RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido para subsidiar profissionais atuantes em estruturas de concreto
voltados para recuperação estrutural, apresentando em seu corpo textual um material teórico
capaz de orientar e apresentar, de forma técnica, um caminho de investigação de patologias
em pilares antigos, sendo ainda exposto ao longo de seu desenvolvimento um estudo de caso,
informando a condição estrutural ao qual se apresentavam as estruturas de concreto dos
pilares do Estádio do Maracanã antes da reforma para a Copa do Mundo de Futebol de 2014.
Para maior entendimento, foram utilizados conceitos teóricos e relatórios técnico do Prof. Dr.
Enio Pazini Figueiredo (UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS) suficientes para
apresentar o assunto de forma objetiva, sendo estes delimitados da seguinte forma: i)
diferença entre patologia e manifestação patológica, ii) histórico do maracanã e seu corpo
estrutural, iii) manifestações patológicas investigadas, iv) metodologias de investigação v)
resultados obtidos nas investigações e vi) recuperação dos elementos estruturais
comprometidos. Diante do que se foi exposto no trabalho, é concluso a notória importância de
investigações cada vez mais técnicas nas estruturas de concreto antigas visto o alto grau
comprometimento estrutural a que se expõem as antigas construções.

Palavras-chave: Recuperação Estrutural. Patologia. Pilar.


ABSTRACT

This work was developed to support professionals working in concrete structures aimed at
structural recovery, presenting in their textual body a theoretical material capable of orienting
and presenting, in a technical way, a path of investigation of pathologies in ancient pillars,
being still exposed along of its development a case study, informing the structural condition
to which the concrete structures of the pillars of the Maracanã Stadium were presented before
the reform for the 2014 Football World Cup. For further understanding, theoretical concepts
and technical reports were used of Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo (UNIVERSIDADE
FEDERAL DE GOIÁS) sufficient to present the subject objectively, being delimited as
follows: i) difference between pathology and pathological manifestation, ii) history of
maracana and its structural body, iii) pathological manifestations investigated, iv) research
methodologies v) results obtained in the investigations and vi) recovery of the structural
elements involved. In the light of what has been exposed in the work, the notorious
importance of more and more technical investigations in the old concrete structures is
concluded, considering the high degree of structural compromise to which the old
constructions are exposed.

Palavras-chave: Structural Recovery. Pathology. Pilar.


8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Projeto inicial do Maracanã – Rio de Janeiro - Século XX..................................... 15


Figura 2 – Operário da construção do Maracanã – Rio de Janeiro - Século XX...................... 14
Figura 3 - Projeto com os 60 eixos do estádio – Rio de Janeiro – Século XXI........................ 17
Figura 4 – Armaduras corroídas nos pilares do estádio – Rio de Janeiro – Século XXI.......... 19
Figura 5 – Nichos de concretagem dos pilares no 3ª Pav. – Rio de Janeiro – Século XXI...... 21
Figura 6 – Nichos de concretagem dos pilares no 1ª Pav. – Rio de Janeiro – Século XXI...... 21
Figura 7 – Nichos de concretagem dos pilares a recuperar – Rio de Janeiro – Século XXI.... 22
Figura 8 – Perda de seção das armaduras – Rio de Janeiro – Século XXI............................... 22
Figura 9 – Perda de seção das armaduras – Rio de Janeiro – Século XXI............................... 25
Figura 10 – Perda de seção das armaduras dos pilares – Rio de Janeiro – Século XXI........... 25
Figura 11 – Perda de seção das armaduras – Rio de Janeiro – Século XXI............................. 26
Figura 12 - Modelo de Esclerômetro – Rio de Janeiro - Século XXI....................................... 28
Figura 13 - Modelo de Detector Eletromagnético – Rio de Janeiro – Século XXI.................. 29
Figura 14 - Amostra de Sulfato de Cobre – Rio de Janeiro - Século XXI................................ 30
Figura 15 - Critérios para avaliação da velocidade de corrosão............................................... 31
Figura 16 - Critérios de avaliação do potencial de corrosão..................................................... 31
Figura 17 - Amostra de Fenolftalteina – Rio de Janeiro - Século XXI.................................... 32
Figura 18 - Amostra de Nitrato de Prata – Rio de Janeiro - Século XXI................................. 34
Figura 19 - Extração de testemunho de um dos pilares – Rio de Janeiro - Século XXI........... 36
Figura 20 - Escariamento dos pilares – Rio de Janeiro - Século XXI...................................... 39
Figura 21 - Escariamento dos pilares – Rio de Janeiro - Século XXI...................................... 40
Figura 22 - Hidrojateamento e granalha sobre os pilares – Rio de Janeiro - Século XXI........ 41
Figura 23 - Reestruturação por grauteamento........................................................................... 42
Figura 24 - Lançamento de microconcreto por gravidade........................................................ 42
Figura 25 - Lançamento de concreto por projeção por via seca............................................... 43
9

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 11
1.1. Objetivo Geral...................................................................................................................... 11
1.2. Objetivos Específicos ............................................................................................................ 11
1.3. Estrutura do trabalho ........................................................................................................... 11
2. PATOLOGIA X MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ........................................................................ 12
3. O MARACANÃ ......................................................................................................................... 14
4. A ESTRUTURA DO MARACANÃ ................................................................................................ 16
5. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS A SEREM INVETIGADAS NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO DOS
PILARES A, B e C.......................................................................................................................... 18
5.1. Heterogeneidade do concreto .............................................................................................. 18
5.2. Corrosão das armaduras ....................................................................................................... 18
5.2.1. Devido a “Nichos de concretagem” ............................................................................................ 19
5.2.2. Devido a “Velocidade e potencial de corrosão das armaduras” ............................................. 22
5.2.3. Devido a “Corrosão das armaduras devido a “Carbonatação do concreto” ............................ 23
5.2.4. Devido a “Presença de cloretos livres” ....................................................................................... 24
6. MÉTODOS UTILIZADOS PARA DETECÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS ESTRUTURAS
DOS PILARES RECUPERADOS ....................................................................................................... 25
6.1. Ensaio de Esclerometria ....................................................................................................... 27
6.2. Detector Eletromagnético das armaduras ............................................................................. 29
6.3. Velocidade de corrosão ........................................................................................................ 30
6.4. Aspersão de Fenolftalteína ................................................................................................... 32
6.5. Aspersão de Nitrato de Prata................................................................................................ 33
6.6. Ensaio Ultrasônico ............................................................................................................... 35
6.7. Extração de testemunhos ..................................................................................................... 35
7. RESUMO DOS RESULTADOS OBTIDOS NOS ENSAIOS ................................................................ 37
8. PROCEDIMENTOS APLICADOS PARA RECOMPOSIÇÃO DA PARTE INFERIOR DOS PILARES
AFETADOS POR CORROSÃO DE ARMADURAS .............................................................................. 38
8.1. Remoção dos revestimentos existentes sobre os pilares ....................................................... 38
8.2. Limpeza prévia das superfícies de concreto........................................................................... 39
8.3. Demarcação e corte das regiões de reparo ............................................................................ 39
8.4. Recomposição das armaduras corroídas ............................................................................... 40
8.5. Limpeza ............................................................................................................................... 40
10

8.6. Recomposição do concreto................................................................................................... 41


8.6.1. Reestruturação por grauteamento ............................................................................................. 41
8.6.2. Reestruturação por projeção por via seca .................................................................................. 43
9. CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 44
BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................. 45
11

1. INTRODUÇÃO

1.1. Objetivo Geral

O presente trabalho tem por objetivo geral apresentar ao leitor um conteúdo didático
capaz de auxiliar profissionais que atuam na área de Patologia das Estruturas de Concreto a
alcançar uma definição clara do tipo de intervenção mais indicada e urgente para a extinção
das causas que originam as manifestações patológicas em pilares nas obras usando como
estudo de caso o processo de reforma pelo qual o estádio do Maracanã passou para realização
dos jogos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Para tanto, é necessário um bom diagnóstico
destas manifestações, feita por um profissional especializado, através de uma investigação
detalhada. Atualmente contam-se com várias metodologias investigativas e procura obter o
maior número de informações possíveis.

1.2. Objetivos Específicos

Apresentar não somente as manifestações patológicas mais incidentes nas estruturas de


concreto armado nos pilares do Estádio do Maracanã, mas também os métodos utilizados para
as investigações dessas patologias, algumas informações referentes aos levantamentos feitos à
época, os resultados das condições de conservação das estruturas de concreto armado dos
pilares e as soluções sugeridas pelos profissionais que participaram desta investigação,
tornando assim este trabalho útil àqueles que necessitem de esclarecimentos sobre o tema
abordado do Estádio Maracanã.

1.3. Estrutura do trabalho

Para o desenvolvimento deste trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas de


abordagens conceituais e investigativas “in loco”, juntamente com todo conhecimento prático
12

que adquiri durante o período em que estive trabalhando no estádio do Maracanã para
execução da reforma. Através de pesquisas bibliográficas e com base nos relatórios
elaborados pela equipe liderada pelo Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo, desenvolveu-se a
estrutura deste trabalho de forma objetiva, apresentando a história do Estádio do Maracanã e
sua estrutura física, métodos de investigação de manifestações patológicas nos Pilares de
concreto armado, anomalias estruturais dessas estruturas, alguns resultados dos ensaios
realizados através das investigações, métodos de recomposição dos elementos estruturais
comprometidos e a conclusão do trabalho.

2. PATOLOGIA X MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

Segundo Piancastelli (1997, p.160): “Muitas vezes, dessas interações resultam


anomalias que podem comprometer o desempenho da estrutura, provocar efeitos estéticos
indesejáveis ou causar desconforto psicológico nos usuários”.
Baseado nas obras de Piancastelli (1997) observam-se que o concreto armado pode vir
a sofre deformações num após certo período de tempo, devido a relação entre os materiais que
o constituem (cimento, agregado graúdo, agregado miúdo, água e aço), com os aditivos e com
agentes externos, como ácidos, bases, sais, gases, vapores e micro-organismos.
Benigno (2011, ed.174) diz que “há um grande equívoco no emprego da palavra
patologia, tanto entre leigos como no meio técnico. Ouve-se repetidamente a palavra
patologia sendo empregada para definir o que na verdade pode ser chamado de manifestação
patológica”.
A definição de Patologia e consequentemente definição de Patologia das Construções,
de maneira clara, podem ser assim descritas:

...Patologia é a ciência que estuda a origem, os sintomas e a natureza das doenças, é


a que define os termos, fixa-lhes as significações, determina as leis dos fenômenos
mórbidos, investiga e classificam as causas, os processos, os sintomas etc. Patologia
das construções, portanto, é estudo das doenças das construções, é o campo da
Engenharia que estuda as origens, as manifestações, as consequências das falhas e
dos sistemas de degradação das edificações. (MICHAELIS, 2009)

Em outros termos, para uma melhor comparação, segundo Benigno (2011, ed.174),
“uma manifestação patológica é a expressão resultante de um mecanismo de degradação e a
13

patologia é uma ciência formada por um conjunto de teorias que serve para explicar o
mecanismo e a causa da ocorrência de determinada manifestação patológica.”
Pode-se, através da análise dessas definições, concluir que Patologia é um termo mais
abrangente do que Manifestação Patológica, sendo esta uma ciência que estuda o estado de
conservação, mediante apresentação do estado de degradação na qual uma estrutura pode estar
sujeita.
As causas das manifestações patológicas são fatores que motivam o desempenho
insatisfatório das estruturas de concreto. Tais manifestações são classificadas de acordo com a
origem das manifestações patológicas que podem ser, segundo Pujadas (2014), Endógenas,
que são provenientes de vícios de projeto, materiais e execuções, Exógenas, que são
decorrentes de danos causados por terceiros, Naturais, que são oriundas de danos causados
pela natureza e Funcionais, que são provenientes da degradação.
Estas características são melhor detalhadas a seguir, segundo o artigo Fundamentos
das Manifestações Patológicas nas Construções, da Revista Científica Multidisciplinar Núcleo
do Conhecimento:

...Endógenas ou Internas: são causadas por irregularidades de


projeto, de execução, dos materiais empregados, ou da combinação desses
fatores...
...As Exógenas ou externas são provenientes da intervenção de
terceiros no edifício, tais como os danos causados por obra vizinha, choques
de veículos em partes da edificação, vandalismo etc. ...
...As Naturais são provenientes da imprevisível ação da natureza, tais
como descargas atmosféricas excessivas, enchentes, tremores de terra etc...
...As Funcionais são provenientes do uso inadequado, da falta de
manutenção e do desgaste natural da edificação, tais como sujidades,
desgastes dos revestimentos em fachadas, incrustações, corrosões, pragas
urbanas etc... (LANG, 2017, Ed.9, V. 05. pp 5-16 )
14

3. O MARACANÃ

Através do Portal da Suderj (2011, online), extrai-se informações de que a construção


do atualmente denominado Estádio Mario Filho, popularmente conhecido como Maracanã,
iniciou em dois de agosto de 1948, quando mil e quinhentos homens (Figura 1) iniciaram o
grande desafio de aprontar um estádio de futebol apto a receber uma final de Copa do Mundo.
Nos últimos meses de trabalho, foram convocados mais dois mil homens, sendo insuficiente
para completar a obra, mas o bastante para deixá-lo pronto para sediar a final da Copa do
Mundo de 1950.

Figura 1 – Operário da construção do Maracanã – Rio de Janeiro - Século XX

Fonte: Site Extra do Globo

De acordo com informações do site maracanario2014 (2011, online), o Estádio Mario


Filho (Figura 2) foi projetado inicialmente pelos arquitetos Rafael Galvão, Pedro Paulo
Bernardes Bastos, Orlando Azevedo e Antônio Dias Carneiro com o antigo nome de Stadium
Municipal do Rio de Janeiro, sofrendo modificações posteriormente.
15

Figura 2- Ante-Projeto do Maracanã – Rio de Janeiro - Século XX

Fonte: Site www.papodehomem.com.br

Segundo o site WIKIPEDIA (2012) no ano de 1999 o estádio sofreu uma reforma,
reduzindo a capacidade de público para 103.022 pessoas devido à instalação de assentos
individuais exigidos pela (FIFA) para a realização da final do campeonato de mundial de
futebol de clubes, deixando de ser o estádio de maior capacidade de público do mundo. No
ano seguinte, em 2000, conforme relatado no site do maracanario2014 (2011) foi inaugurado
a Calçada da Fama e Museu.
Em 26 de dezembro 2002, o estádio foi inscrito no livro Arqueológico, Etnográfico e
Paisagístico conforme decreto de N° 21.677, que determinou o tombamento do Maracanã e as
demais edificações que integram o complexo desportivo do local, tornando-o patrimônio
cultural da cidade do Rio de Janeiro.
Outra reforma significativa em que passou o Maracanã, como Prais (2011, online)
relata em seu artigo, foi entre 2005 e 2006 no propósito de prepará-lo para sediar eventos dos
Jogos Pan-americanos de 2007. Nesta reforma o estádio perdeu um de seus setores mais
famosos, a antiga “geral”, área destinada ao público que assistia aos eventos de pé, sendo
então implantadas cadeiras neste setor.
16

4. A ESTRUTURA DO MARACANÃ

Segundo dados extraídos do Consórcio Maracanã Rio 2014, o estádio do Maracanã


possui desde sua formação original o formato oval, medindo 317 metros no eixo maior e 217
no eixo menor. Sua altura é de 32 metros.
Conforme relatórios emitidos ao Consórcio Maracanã Rio 2014, pela equipe do Prof.
Dr. Enio Pazini Figueiredo:

De forma geral, o estádio do Maracanã é constituído por estrutura


em concreto armado, em forma de coroa circular, formada por 60 eixos
(Figura 3), os quais são divididos em 12 segmentos devido a existência de
juntas de movimentação localizadas a cada 5 eixos. As arquibancadas
superiores e inferiores também foram executadas em concreto armado. A
partir destas arquibancadas pode-se visualizar o gramado central, localizado
sobre o aterro confinado por muro de contenção circundante. (ENG-RELAT-
2014/01-2010)

Entre a principais estruturas do estádio podemos citar, como um dos principais, os


“gigantes”. Estes elementos estruturais servem como apoio a outros elementos da estrutura de
concreto armado, como as estruturas dos reservatórios d’água superiores, os anéis de acesso
(das cotas 4,5m; 9,0m e 23,0m), a marquise de cobertura e as lajes inclinadas das
arquibancadas.
As rampas monumentais de acesso ao estádio fazem parte de um conjunto de
elementos estruturais de grande importância para a edificação. Cada rampa é formada por um
conjunto de quatro planos inclinados intermediados por dois planos horizontais. Pilares
esbeltos formam pórticos que constituem o esquema estrutural das rampas. Estes pilares
apoiam um conjunto de vigas transversais, bem como lajes superiores das rampas, patamares
e lajes interiores que funcionam como forro. Dentre outros elementos estruturais que
compõem este grupo de estruturas, ainda se tem as paredes de contenção em concreto das
valas que separam a arquibancada do campo de futebol.
17

Figura 1 - Projeto com os 60 eixos do estádio – Rio de Janeiro – Século XXI

Fonte: Consórcio Maracanã

Mesmo após a sua inauguração prematura, em 1950, diversos elementos estruturais


que compunham o estádio não foram concluídos conforme previsto, notado pelas diversas
improvisações encontradas ao longo da reforma do estádio para 2014.
Segundo relatórios que serviram de base para este estudo técnico, orientados e
elaborados pelo Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo:

Como agravante, os serviços de manutenção ao longo de sua


existência não têm sido realizados de maneira sistemática. Têm-se registros
de que o estádio Maracanã sofreu, nas últimas décadas, importantes
intervenções, como, por exemplo, a da década de 90, iniciada em 1999 e
terminada em 2000, antes do Campeonato Mundial de Clubes, e, a última,
iniciada em 2006 e terminada em 2007, antes dos Jogos Pan-americanos.
(ENG-RELAT-2014/01-2010)
18

5. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS A SEREM INVETIGADAS NAS


ESTRUTURAS DE CONCRETO DOS PILARES A, B e C

5.1. Heterogeneidade do concreto

A prática mostra que, quase invariavelmente, é na região de maior heterogeneidade do


concreto que a armadura está mais suscetível à corrosão prematura. (Page, 1975). Há estudos
que confirmam a heterogeneidade do concreto, segundo Alhozaimy (2012), indicando-se que,
em concreto comum, a corrosão inicia-se preferencialmente na parte inferior das armaduras,
que é o local de maior concentração de bolhas de ar e de outros tipos de vazios. O mesmo
ocorre em regiões de intersecção de barras e de arames de amarração.

5.2. Corrosão das armaduras

A corrosão é uma das principais manifestações patológicas responsáveis pelo aumento


da velocidade de degradação das estruturas de concreto armado. Segundo Cascudo (2005) a
“corrosão consiste na transformação de um metal em íon metálico pela sua interação química
ou eletroquímica com o meio em que se encontra.”
Sabe-se que:
A corrosão da armadura é de natureza eletroquímica havendo, no
interior da massa de concreto a formação de pilhas, caracterizadas pela
existência de uma área de aço anódica, onde há a oxidação; e de uma área de
aço catódica, onde ocorrem as reações de redução de oxigênio.
(CASCUDO, 2005)
A manifestação patológica mais incidente e preocupante das estruturas dos pilares é a
corrosão das armaduras (Figura 4). De acordo com os relatórios elaborados pela equipe do
Prof. Ênio, a deterioração da estrutura foi dividida em três estágios: (i) fissuração superficial
do concreto, (ii) estufamento do concreto devido ao aumento de volume ocasionado pela
corrosão das armaduras e (iii) descolamento do cobrimento e exposição da armadura corroída.
19

Figura 2 – Armaduras corroídas nos pilares do estádio – Rio de Janeiro – Século XXI

Fonte: Leonardo Pereira

5.2.1.Devido a “Nichos de concretagem”

Os nichos de concretagem, em melhor conceituação técnica, segundo Song (2003),


“constituem falhas executivas a execução inadequada da espessura do cobrimento, as falhas
na execução das juntas de concretagem, falhas na concretagem (nichos) e locação inadequada
das barras de aço, possibilitando a aceleração do processo de degradação das estruturas.”
Segundo Takata relata em seu trabalho pela Universidade Federal de São Carlos, sobre
aspectos executivo e a qualidade de estruturas em concreto armado, as causas dos nichos de
concretagem podem:
20

...estar na concepção do projeto, que, pelo excesso na concentração


de armadura, dificulta a passagem de equipamentos que possam adensar a
superfície gerando bolhas de ar ou até mesmo impossibilitando o
adensamento. O que acontece nesse caso, é que o agregado não consegue
passar e apenas a argamassa preenche o espaço destinado aos dois. Outro
problema pode ser o tamanho do agregado usado no concreto. Por exemplo,
a variação de tamanho seja quase nula, impedindo assim a ‘acomodação’ e
originando a formação de bolhas.
Outro problema é a vibração excessiva, que acaba ocasionando a
segregação dos componentes. Ou então, até a frequência e o tempo de
vibração, além da maneira inadequada de se utilizar o vibrador de imersão
podem gerar vazios de concretagem. (TAKATA, 2009, p.94 )

A Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 14931orienta que o a concretagem


seja realizada em alturas inferiores a 2 metros (orienta-se que caso isso ocorra, devam ser
tomados alguns cuidados). O lançamento acima de dois metros de altura pode fazer com que o
agregado chegue à base do elemento a ser concretado antes da argamassa, gerando nichos de
concretagem centro da peça. Em concretagens em peças esbeltas, recomenda-se o uso de
acessórios adaptados para que a peça possa ser concretada em etapas.
Detectou-se, durante análises de campo do Consórcio Maracanã Rio 2014, diversas
estruturas com ausência de concreto para o cobrimento de armaduras, os chamados de “nichos
de concretagem” (Figuras 5, 6, 7 e 8). Esta manifestação patológica colaborou na corrosão de
armaduras, comprometendo a estabilidade da construção.
21

Figura 3 – Nichos de concretagem dos pilares no 3ª Pav. – Rio de Janeiro – Século XXI

Fonte: Leonardo Pereira

Figura 4 – Nichos de concretagem dos pilares no 1ª Pav. – Rio de Janeiro – Século XXI

Fonte: Leonardo Pereira


22

Figura 5 – Nichos de concretagem dos pilares a recuperar – Rio de Janeiro – Século XXI

Fonte: Leonardo Pereira

Figura 6 – Perda de seção das armaduras – Rio de Janeiro – Século XXI

Fonte: Leonardo Pereira

5.2.2.Devido a “Velocidade e potencial de corrosão das armaduras”

Foram realizados ensaios eletroquímicos de potencial de corrosão e resistência de


polarização, com eletrodo de cobre-sulfato de cobre, no intuito de medir com maior precisão a
23

velocidade e o potencial de corrosão, para avaliar as condições das armaduras, no que se


refere ao seu estado corrosivo;

5.2.3.Devido a “Corrosão das armaduras devido a “Carbonatação do concreto”

Define-se como carbonatação “um complexo processo físico-químico onde os


compostos de cimento, hidratados ou não, são geralmente substituídos por carbonatos, através
de reações com o dióxido de carbono (CO2) e outros gases como o dióxido de enxofre (H2S)”
(PAULETTI, 2004).
Segundo estudos de BUNGEY & MILLARD (1996), conceitua-se que a carbonatação
do concreto seja originário da ação do CO2 atmosférico, fazendo com que sua alcalinidade
seja reduzida e, consequentemente, à despassivação e corrosão das armaduras sejam mais
facilmente encontradas. Em concretos qualificados como de boa qualidade, a carbonatação se
restringe à camada superficial ou, no máximo, a alguns poucos milímetros de profundidade,
no entanto, em concretos porosos, são facilmente encontradas carbonatação com
profundidades que ultrapassam os 30 mm.
Os mecanismos que envolvem o processo de carbonatação do concreto, segundo
Papadakis et al. (1989, 1991a, 1991b, 1992) dividem-se em:

a) Difusão do CO2 da atmosfera na fase gasosa dos poros do


material e posterior dissolução na água dos poros;
b) Dissolução do Ca(OH)2 sólido na água dos poros e difusão do
Ca(OH)2 dissolvido das regiões de maior para as de menor alcalinidade;
c) Reação do CO2 dissolvido com o Ca(OH)2 dissolvido na água
dos poros;
d) Reação do CO2 dissolvido com o C-S-H e os compostos não
hidratados (C2S e C3S) da pasta de cimento endurecida;
e) Redução do volume dos poros devido à precipitação dos produtos
de carbonatação.
f) condensação do vapor de água (gerado na reação de carbonatação)
nas paredes dos poros do material, em equilíbrio com a temperatura e as
condições de umidade relativa do ambiente de exposição.
24

Segundo Figueiredo (2005) “a velocidade e a profundidade de carbonatação dependem


de fatores relacionados com o meio ambiente e com as características finais do concreto
endurecido.”

5.2.4.Devido a “Presença de cloretos livres”

De acordo com Huang (2004) a presença de cloretos livres nas estruturas de concreto
são:

Uma das principais causas da deterioração das estruturas de concreto


tem como origem sua exposição a ambientes prejudiciais que podem ser
encontrados no ambiente, como por exemplo: determinados tipos de águas
subterrâneas, efluentes industriais e efluentes domésticos. Esses ambientes
apresentam íons cloreto e sulfatos que danificam as estruturas de concreto.
Na presença dos íons Cl-, há a combinação entre os íons de cálcio,
presentes no hidróxido de cálcio, causando assim a precipitação de sais e a
alteração da fase sólida do concreto. O cloreto dissolvido na água aumenta a
taxa de lixiviação da portlandita (Ca(OH2)(s)), ocasionando o aumento da
porosidade do concreto, que por sua vez ocasiona perda de rigidez e da
resistência do elemento estrutural. (HUANG, 2004, p. 584 - 589)

Já Figueiredo diz que:

... o mecanismo de penetração dos íons cloreto através do concreto,


na forma de cloretos livres, que seja capaz de desencadear o processo
corrosivo, depende de uma série de fatores relacionados, como por exemplo:
tipo de acesso ao concreto, presença de outro ânion como o sulfato, tipo de
cimento empregado na produção do concreto, o fator água/cimento, estado
de carbonatação do concreto, umidade ambiental e teor de cimento.
(FIGUEIREDO, 2005, p. 829 - 855)
25

6. MÉTODOS UTILIZADOS PARA DETECÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES


PATOLÓGICAS NAS ESTRUTURAS DOS PILARES RECUPERADOS

Conforme relatórios emitidos ao Consórcio Maracanã Rio 2014, algumas armaduras


apresentavam-se corroídas devido a diversos fatores, chegando a perdas de seção de até 80% e
comprometendo as estruturas dos pilares (Figuras 10 e 11).
A tabela a seguir (Figura 9) apresenta parte do levantamento que fiz em campo para
verificação de perda de seção de alguns pilares a serem recuperados.

Figura 7 – Perda de seção das armaduras – Rio de Janeiro – Século XXI

Fonte: Leonardo Pereira

Figura 8 – Perda de seção das armaduras dos pilares – Rio de Janeiro – Século XXI

Fonte: Leonardo Pereira


26

Figura 9 – Perda de seção das armaduras – Rio de Janeiro – Século XXI

Fonte: Leonardo Pereira

Durante as investigações realizadas pela equipe do Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo na
edificação do estádio foram adotadas oito técnicas diferentes de ensaios e/ou avaliações:
a) esclerometria,
b) detecção eletromagnética da armadura,
c) velocidade de corrosão (icorr),
d) potencial de corrosão (Ecorr),
e) aspersão de Fenolftalteína,
f) aspersão de nitrato de prata,
g) ensaio ultra-sônico;
h) extração de testemunhos.
Conforme relatórios emitidos pela equipe de investigação patológica, os pilares A, B e
C foram preparados da seguinte forma, antes de serem investigados:
PILARES A (externos)
1. Remover o revestimento existente em uma região que vai de 10cm do pé do pilar
até a altura de 130cm;
2. A largura a ser removida deve ser de, pelo menos, 80cm;
3. Lixar a superfície do concreto, deixando-a lisa. Caso haja necessidade, remover
argamassa e pintura existe sobre o concreto;
4. Detectar a posição das armaduras para a realização de medidas de potencial de
corrosão nas alturas de 15cm, 30cm, 60cm e 120cm em relação ao solo;
27

5. Marcar pontos em lados e posições opostas do pilar para realização de medidas


ultra-sônicas em regiões não coincidentes com a armadura detectada;
6. Deixar a armadura visível, quebrando uma das arestas, para posterior conexão
elétrica, possibilitando a realização de medidas eletroquímicas. Imediatamente após a ruptura
da aresta, aspergir fenolftaleína para medir a frente de avanço da carbonatação.
PILARES B e C (internos)
1. Detectar a posição das armaduras;
2. Lixar a superfície do concreto, deixando-a lisa. Caso haja necessidade,
remover argamassa e pintura existente sobre o concreto;
3. Marcar pontos em lados e posições opostas do pilar para realização de medidas
ultra-sônicas em regiões não coincidentes com a armadura detectada;
4. Deixar a armadura visível, quebrando uma das arestas, para posterior conexão
elétrica, possibilitando a realização de medidas eletroquímicas. Imediatamente após a ruptura
da aresta, aspergir fenolftaleína para medir a frente de avanço da carbonatação.
A seguir são apresentados detalhes de cada ensaio, apresentando a metodologia de
aplicação, os objetivos a serem alcançados e os parâmetros utilizados.

6.1.Ensaio de Esclerometria

O emprego da esclerometria foi utilizado como técnica auxiliar para identificar


heterogeneidade / homogeneidade do concreto em áreas de maior interesse para a realização
de ensaios destrutivos.
Tal ensaio se justifica devido a obra do Maracanã ter sido realizada por quatro
empreiteiras, dando margem para suspeitas de que o concreto lançado na época pudesse ser
heterogêneo. Sendo assim, foi de extrema valia diagnosticar a homogeneidade do concreto,
sendo realizado por amostragem nas estruturas dos Pilares de eixos A, B e C.
A avaliação da dureza da superfície do concreto com esclerômetro, prescrita no
período das avaliações pela NBR 7584 (ABNT, 1995), sendo posteriormente atualizada no
ano de 2012, é utilizada no diagnóstico da uniformidade do concreto. O tipo de esclerômetro
mais utilizado à época era o chamado Martelo Schmidt, que consiste em um martelo que
desliza por uma haste metálica e é controlado por uma mola.
28

Figura 10 - Modelo de Esclerômetro – Rio de Janeiro - Século XXI

Fonte: Site directindustry

Segundo relatórios emitidos pelo Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo, com o objetivo de
analisar a homogeneidade dos concretos dos pilares:
...calculou-se, segunda a NBR 7584, o Índice Esclerométrico médio
total (IEmt = 54,24) em relação aos Índices Escleromédios finais (IEf ) dos
11 pilares avaliados, apresentados em detalhe na sequência. Todos os IEf
relativos aos pilares avaliados estão no intervalo IEmt ± 10%, o que mostra
homogeneidade entre os concretos empregados para produzir os pilares
(Tabela 2.3). Na sequência, quando os IE são apresentados, faz-se análise
sobre a homogeneidade na região medida de cada pilar. (PAZINI, 2010)
Diante das observações apresentadas devem ser observadas na análise dos resultados
obtidos pela esclerometria, em primeiro lugar, que o ensaio possibilita obter informações até
uma profundidade de concreto de no máximo 5 cm, ou seja, fenômenos como carbonatação,
rugosidade ou umidade na superfície podem ter afetado os resultados. Outro fator relevante a
ser considerado para uma possível influência dos resultados é o tipo de aparelho e a posição
de realização do mesmo na realização do ensaio.
29

6.2.Detector Eletromagnético das armaduras

A detecção eletomagnética das armaduras foi utilizada para identificar a posição e


distanciamento das armaduras, dando suporte no emprego das técnicas ultra-sônica,
eletroquímicas e de extração de testemunhos.

Figura 11 - Modelo de Detector Eletromagnético – Rio de Janeiro – Século XXI

Fonte: Site protoolreviews

Diz o Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo em seu relatório:

Antes da realização dos ensaios de ultra-som e extração de


testemunhos de concreto foi necessário à equipe técnica responsável pelos
levantamentos localizar a posição das armaduras, para evitar que os
emissores e receptores do aparelho de ultra-som fossem colocados sobre as
armaduras e para evitar o corte de armaduras durante a extração dos
testemunhos. No caso do ensaio ultra-sônico, a presença da armadura entre
os transdutores afeta de forma significativa o resultado, uma vez que a
30

velocidade do som no aço é maior que a velocidade do som no concreto.


(PAZINI, 2010)

6.3.Velocidade de corrosão

Conforme orientação dos procedimento orientados pela equipe de investigação, antes


da realização dos ensaios com eletrodo de cobre-sulfato de cobre a superfície do concreto foi
molhada com o objetivo de diminuir a resistividade do concreto e proporcionar condições
mais favoráveis para o desenvolvimento da corrosão, caso a armadura estivesse despassivada
por carbonatação ou cloretos.
Sua metodologia de aplicação consistiu numa barra de cobre eletrolítico imersa numa
solução saturada de sulfato de cobre. O contato do eletrodo à superfície do concreto foi feita
através de um vidro poroso disposto na extremidade do eletrodo de referência de cobre-sulfato
de cobre.

Figura 12 - Amostra de Sulfato de Cobre – Rio de Janeiro - Século XXI

Fonte: Relatórios do Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo apresentados ao Consórcio Maracanã Rio 2014

Quanto a aferição da Velocidade de corrosão (icorr) medida nos pilares, segundo


relatórios do Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo, é informado que o equipamento utilizado foi o
“...GECOR6, o qual está baseado na técnica de resistência de polarização. Valores de icorr
31

superiores a 0,1- 0,2 μA/cm² são considerados significativos do ponto de vista de diminuição
da vida útil, enquanto que valores inferiores indicam corrosão não significativa” (Figura 15).

Figura 13 - Critérios para avaliação da velocidade de corrosão

Fonte: DURAR, 1998

Já em relação ao Potencial de corrosão (Ecorr), técnica eletroquímica não destrutiva


capaz de avaliar a probabilidade de que uma armadura esteja em processo de corrosão,
normalizada pela ASTM C-876 (1991), para sua aferição, emprega-se um eletrodo de sulfato
de cobre conectado à armadura e a um voltímetro.
Os parâmetros utilizados para as análises dos testes são descritas pelo Prof. Dr. Enio
Pazini Figueiredo, em seus relatórios como “Valores inferiores a –350 mV indicam
probabilidade superior a 95% de que a armadura esteja se corroendo. Potenciais superiores a –
200 mV estão associados a uma probabilidade menor que 5% de que a armadura esteja se
corroendo” (Figura 16).

Figura 14 - Critérios de avaliação do potencial de corrosão

Fonte: ASTM C-876, 1991


32

6.4.Aspersão de Fenolftalteína

A Timolftaleína e a Fenolftaleína (comumente mais empregado) são componentes


químicos empregados para detecção da profundidade de carbonatação do concreto, sendo
utilizado no diagnóstico das patologias para esta obra a Fenolftalteína. Para esta investigação
utilizou-se o método CPC-18 da RILEM – “Reunion Internationale de Laboratories D’Essais
et Materiaux. Measurement of Hardened Concrete Carbonation Depth: Recommendation
CPC-18”.
O procedimento adotado para o cálculo da profundidade de carbonatação pela equipe
liderada pelo Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo, foi primeiramente, realizar o rompimento de
um pequeno pedaço dos pilares de concreto a serem avaliados. Após a remoção do pedaço
quebrado do pilar, realizou-se aspersão de fenolftaleína sobre a superfície recém-rompida,
averiguando a perda de alcalinidade da solução dos poros do concreto. A parte do concreto
com pH superior a 9 que apresentou coloração vermelho-púrpura, enquanto que o concreto
carbonatado (pH inferior a 9), permaneceu com a coloração inalterada.

Figura 15 - Amostra de Fenolftalteina – Rio de Janeiro - Século XXI

Fonte: Consórcio Maracanã


33

Segundo Mazza:

É usual a representação da evolução da frente carbonatada pela


equação x = k.tn, sendo x a profundidade carbonatada, n em condições
internas abrigadas usualmente igual a 0,5 e k o coeficiente de carbonatação
uma constante que depende da difusão e concentração do CO2, das
condições de exposição e das características do concreto, sendo expressa
usualmente em mm/ano0,5. (MAZZA, 2015, p. 75)

Esta equação é aplicada quando se tem a necessidade de determinar quanto tempo a


frente de carbonatação demorará para atingir a armadura do concreto. Logo, com a da
espessura do cobrimento das armaduras e da medida da profundidade de carbonatação, pode-
se chegar ao tempo útil restante de vida estimada da estrutura, ou seja, quanto tempo a frente
de carbonatação vai levar para alcançar a armadura, começando então a corrosão da estrutura.
O tempo útil restante de vida foi determinado contrapondo as condições de menor
favorecimento, baseando-se no cobrimento de menor valor e da profundidade de carbonatação
com maior medida.

6.5.Aspersão de Nitrato de Prata

Segundo o Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo em seu relatório:

Os íons cloreto podem ser encontrados no interior do concreto nas


seguintes formas: (i) quimicamente combinados, (ii) fisicamente adsorvidos
na superfície dos poros capilares do concreto e, (iii) livres na solução destes
poros. Certa quantidade de íons cloreto encontrada no interior do concreto
pode ser tolerada sem risco de corrosão, uma vez que, após reagirem com os
aluminatos, provenientes da hidratação do cimento, esses íons não estarão
livres para atacar o filme passivante que protege a armadura em ambiente
alcalino. No entanto, existe um valor limite de concentração no qual os íons
cloreto apresentam-se na forma livre, rompendo a camada de óxidos
passivante, dando início à corrosão da armadura. (PAZINI, 2010).
34

Figura 16 - Amostra de Nitrato de Prata – Rio de Janeiro - Século XXI

Fonte: Consórcio Maracanã

Algumas normas ou recomendações de alguns países apresentam valores orientativos


para esse limite, visto que o mesmo não está associado a um valor fixo.
O BRE DIGEST 264 (1982) considera que um baixo risco de corrosão está associado
a uma quantidade de cloreto por massa de cimento inferior a 0,4%, um risco intermediário a
quantidades de cloreto entre 0,4% e 1,0% e um alto risco a quantidades superiores a 1,0%.
O ACI-COMMITTEE 222 (1985) permite um conteúdo máximo de cloretos, em
relação à massa de cimento, de 0,15% e a BSI-BS 8110 (1985) estabelece 0,4% como o limite
máximo para as estruturas correntes de concreto armado.
Segundo recomendações da UNI 79 - 28 (1978), foi aplicado in loco, para verificação
da presença de íons de cloreto no interior do concreto do maracanã, o método de aspersão de
nitrato de prata (AgNO3). Nesse método, uma solução de nitrato de prata é vaporizada sobre a
superfície recém fraturada do concreto. Após a aplicação, observa-se a formação de
precipitados brancos de cloreto de prata quando existe a presença de íons cloreto livres.
Segundo Otsuki (et al.,1992) “na ausência de íons cloreto no interior do concreto, ou
quando estes íons estão combinados, o nitrato de prata reage com as hidroxilas, formando
óxido de prata, que aparece na superfície do concreto na forma de um precipitado marrom.
35

6.6.Ensaio Ultrasônico

De acordo com os relatórios do Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo, o emprego de ultra-
som foi utilizado com o objetivo de verificar :
De forma não destrutiva a presença de vazios, descontinuidades e
heterogeneidades, de forma a identificar os locais de maior interesse para
aprofundar as análises com ensaios destrutivos e também para estimar o
módulo de deformação e resistência à compressão do concreto. (PAZINI,
2010).
O ensaio ultra-sônico, de acordo com Andreucci (2003) “visa diminuir o grau de
incerteza na utilização de materiais ou estruturas, visando a qualidade, detecção de defeitos,
medida de espessuras ou caracterização de materiais que estão envolvidos no processo”.
No caso do concreto, a inspeção de uma estrutura por meio da utilização do ultra-som
permite avaliar a qualidade do concreto em função da velocidade ultra-sônica, detectar falhas
de concretagem, profundidade de fissuras, estimar o módulo de deformação (E) e a resistência
à compressão (R). Para a estimativa do módulo de deformação (E) e da resistência à
compressão (R), foram utilizadas as Equações 1.1 e 1.2, retiradas da dissertação de mestrado
de PRADO (2006), orientada pelo Dr. Enio Pazini Figueiredo.

E = 0,18551684 . V0,57656725 [1.1]


R = 0,000041527 . V1,589259807 [1.2]

Onde: V = velocidade ultra-sônica (m/s);


R = resistência à compressão do concreto (MPa);
E = módulo de deformação estático tangente inicial (GPa).

6.7.Extração de testemunhos

Corpos de prova foram extraídos dos pilares A, B e C e enviados para a empresa


Falcão Bauer, a fim de determinar a resistência à compressão, módulo de deformação e teor
36

de cloretos do concreto, teor de aglomerantes, absorção, índice de vazios e massa específica


das amostras.

Figura 17 - Extração de testemunho de um dos pilares – Rio de Janeiro - Século XXI

Fonte: Consórcio Maracanã


37

7. RESUMO DOS RESULTADOS OBTIDOS NOS ENSAIOS

Segundo os relatórios apresentados pelo Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo, no que se
refere às resistências à compressão estimadas pelo ultra-som, os valores obtidos, de forma não
destrutiva, ficaram entre 11,55 a 21,67 MPa, enquanto as resistências medidas nos corpos de
prova extraídos ficaram entre 18,0 e 39,6 MPa. Quanto ao módulo de elasticidade, os valores
estimados pelo método não destrutivo ultrassônico ficaram entre 17,68 a 22,01 GPa, enquanto
os módulos medidos nos corpos de prova extraídos ficaram entre 22,4 e 24,2 GPa. Portanto,
tanto os valores de resistência à compressão, quanto os de módulo de elasticidade, obtidos
pelo método não destrutivo ultrassônico foram mais conservadores, indicando valores
inferiores aos medidos nos corpos de prova extraídos.
As armaduras dos pilares, a partir de uma altura de 60 cm, encontravam-se em
concreto carbonatado e, portanto, despassivada. Após molhar a superfície do concreto, os
potenciais de corrosão mostraram que à medida que os ensaios se aproximavam da base do
pilar os potenciais iam indicando maior probabilidade de que a armadura estivesse em
processo de corrosão. Os valores de velocidade de corrosão (icorr) medidos pela equipe do
Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo corroboraram a análise, uma vez que as velocidades de
corrosão das armaduras registradas a alturas entre 15 e 60 cm da base dos pilares foram
superiores a 0,1 μA/cm2. As avaliações feitas com fenolftaleína mostraram que a
carbonatação do concreto causou corrosão das armaduras.
De acordo com os relatórios apresentados ao consórcio, as avaliações feitas com
nitrato de prata não identificaram a presença de cloretos livres. Além dos teores de cloretos
encontrados em relação à massa do concreto serem baixos, o concreto dos pilares do
Maracanã também fora feito com altos teores de cimento (471,6 e 864,0 Kg/m3, segundo o
relatório da Falcão Bauer). Esta combinação resulta em insignificantes teores de cloretos em
relação à massa de cimento (0,086 e 0,025%), teores muito inferiores ao limite crítico de 0,4
% de cloretos em relação à massa de cimento. Portanto, ambas as avaliações, com nitrato de
prata e nos corpos de prova extraídos, indicaram que os cloretos não causaram corrosões das
armaduras existentes.
Com o objetivo de contribuir para a análise da homogeneidade dos concretos dos
pilares, a equipe do Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo calculou, segunda a NBR 7584, o Índice
Esclerométrico médio total (IEmt = 54,24) em relação aos Índices Escleromédios finais (IEf )
dos pilares avaliados. Todos os IEf relativos aos pilares avaliados apresentaram-se no
38

intervalo IEmt ± 10%, o que mostra homogeneidade entre os concretos empregados para
produzir os pilares.

8. PROCEDIMENTOS APLICADOS PARA RECOMPOSIÇÃO DA PARTE


INFERIOR DOS PILARES AFETADOS POR CORROSÃO DE ARMADURAS

Foram realizados reparos e recuperações na base dos pilares das cotas 0,0m (1ª Pav.),
4,5m (2ª Pav.), 9,0m (3ª Pav.), 18,0m (4ª Pav.) e 23,0m (5ª Pav.).
Como solução para tratamento desta patologia foram adotados os procedimentos a
seguir descritos. Basicamente, estes procedimentos podem ser resumidos em escariamento do
concreto que reveste a armadura, recuperação das armaduras com hidrojateamento de água
morna e granalha, possíveis recomposições das armaduras danificadas com novas barras de
aço e recuperação do concreto removido com microconcreto ou concreto projetado, de acordo
com orientação técnica específica. A seguir são descritos, de forma sucinta, os procedimentos
de reparos e recuperação das bases dos pilares adotados durante a execução da reforma do
estádio Maracanã:

8.1.Remoção dos revestimentos existentes sobre os pilares

A execução da remoção dos revestimentos foi realizada sobre os pilares visando expor
toda superfície de concreto para melhor visualização e recuperação do concreto que
compunha os pilares.
39

Figura 18 - Escariamento dos pilares – Rio de Janeiro - Século XXI

Fonte: Consórcio Maracanã

8.2.Limpeza prévia das superfícies de concreto

Foi executado remoção de impurezas através de hidrojateamento com água sob


pressão para retirada de trechos sem aderência, resíduos estranhos a estrutura e sujeiras finas
assim como para expor os poros do substrato afim de restituir a aderência dos sistemas de
recuperação posteriores ao concreto original.

8.3.Demarcação e corte das regiões de reparo

Conforme descrito nos relatórios do Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo, a região foi
demarcada e removida, conforme características de cada pilar, deixando livre ao menos 2cm
do entorno das armaduras compreendidas na região permitindo total preenchimento da seção
com o material de reparo.
40

Figura 19 - Escariamento dos pilares – Rio de Janeiro - Século XXI

Fonte: Leonardo Pereira

8.4.Recomposição das armaduras corroídas

Ao final da limpeza foi feita uma inspeção visual e instrumentada com paquímetro a
fim de identificar armaduras com perda de seção transversal superior a 10% em relação ao seu
diâmetro original devido a corrosão ou aos impactos durante a operação de escarificação,
onde nestes casos foram providenciadas a reposição das barras conforme procedimento
específico.

8.5.Limpeza

As barras de aço e as estruturas de concreto aparentes foram preparadas através de


limpeza por hidrojateamento com água morna e granalha, de acordo com as devidas
orientações técnicas apresentadas pelo Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo ficando livres de
produtos de corrosão.
41

Figura 20 - Hidrojateamento e granalha sobre os pilares – Rio de Janeiro - Século XXI

Fonte: Leonardo Pereira

8.6.Recomposição do concreto

Antes da reconstituição das seções, era aplicada solução alcalina (produto


realcalinizante) sobre a superfície do concreto antigo. As regiões onde foram removidos os
concretos foram completamente reconstituídas com material (microconcreto ou projetado) de
características controladas, retração compensada, monocomponente, apresentando
características de fluidez adequada ao tipo de aplicação (lançamento por projeção ou
lançamento na forma caximbo) e resistências compatíveis com as condições locais.

8.6.1.Reestruturação por grauteamento

A recomposição dos pilares por grauteamento foi realizada através da montagem e


ajuste das fôrmas para proporcionar maior fluidez por gravidade do microconcreto sobre a
42

região a ser recuperada. O microconcreto foi lançado por uma abertura chamada caximbo,
conforme figura 23 e 24.
Figura 21 - Reestruturação por grauteamento

Fonte: Leonardo Pereira

Figura 22 - Lançamento de microconcreto por gravidade

Fonte: Blog do Engenheiro Civil


43

O preparo do micriconcreto era realizado em betoneira, conforme procedimento


específico. Após o preparo do microconcreto, já aparentando visualmente fluidez necessária,
era feito o teste de slump flow, para garantir o preenchimento total dos espaços a serem
recompostos e não apresentar segregação durante o lançamento.
Antes do lançamento do microconcreto, as formas foram saturadas com água limpa
para garantir melhor cura do concreto e após 24 horas do lançamento foram removidos os
cachimbos, de baixo para cima, para garantir a integridade da estrutura a ser necessariamente
recomposta.

8.6.2.Reestruturação por projeção por via seca

A mistura dos agregados e cimento era conduzida por ar comprimido através de uma
mangueira até o bico de projeção. No mangote a mistura recebia água por meio de uma outra
mangueira e então o concreto era jateado sobre a superfície, com alto poder de compactação.

Figura 23 - Lançamento de concreto por projeção por via seca

Fonte: LAN - LUIZ A. NARESI JR


44

9. CONCLUSÃO

O presente trabalho qualificou e quantificou as manifestações patológicas existentes


nos pilares do Estádio do Maracanã, visando demonstrar ao leitor a real necessidade de se
investigar as patologias que possam existir nesses elementos estruturais de concreto armado.
Todo o trabalho foi direcionado a apresentar um estudo de caso real, sendo este regido
por pessoas especializadas no assunto, tornando o conteúdo apresentado confiável.
Conforme citado anteriormente, a construção do Maracanã foi executada, em 1948,
por quatro empresas construtoras, podendo o concreto ter sido heterogêneo. Desta forma, foi
importante avaliar a homogeneidade do concreto, a fim de estender as avaliações, feitas por
amostragem, para toda a estrutura dos Pilares.
Os métodos de investigação aplicados para diagnosticar o real estado de conservação
dos pilares de concreto armado demonstraram-se eficientes e eficazes, a ponto de diagnosticar
manifestações patológicas significativas nas estruturas analisadas. As manifestações
patológicas das estruturas de concreto armado dos pilares estavam evidentes após as
investigações realizadas, levando a conclusão de que as estruturas dos pilares de concreto
armado estavam, de fato, comprometidas por corrosão e ocasionadas por diferentes motivos
detalhados anteriormente. Esta conclusão corrobora a real necessidade das aplicações dos
métodos investigativos utilizados.
Por fim, ao serem apresentadas as manifestações patológicas das estruturas em estudo,
apresentou-se neste trabalho as correções sugeridas pela equipe investigativa e aplicada pela
construtora responsável pela reforma em todos os pilares do estádio que formavam os eixos
A(1), B(2) e C(3).
Após as considerações apresentadas, conclui-se que uma intervenção estrutural deve
ser acompanhada por profissional habilitado, seguindo preceitos técnicos de credibilidade
tanto para as investigações quanto para as correções das estruturas danificadas, tornando
inseguro intervenções que não sigam tais orientações.
45

BIBLIOGRAFIA

1) II Seminário Nacional de Perícias – IBAPE e I Seminário de Avaliações – IBAPE PR,


2044, Foz do Iguaçu, Inspeção Predial, IBAPE SP, 2014, Disponível em: http://www.ibape-
nacional.com.br/email-marketing/boletim72/inspecaopredial-flaviapujadas.pdf. Acessado em:
15 de setembro de 2018.

2) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7584: Concreto


endurecido –avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão: método de ensaio.
Rio de Janeiro, 1995

3) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14931: Execução de


estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, 2004

4) Blog Aprendiz de Engenharia, As manifestações patológicas da construção civil no Brasil e


no mundo, Gestor de Obras, março de 2016, Disponível em:
https://www.gestordeobras.com.br/manifestacoes-patologicas-da-construcao-civil-no-brasil-e-
no-mundo/. Acessado em: 15 de setembro de 2018.

5) FIGUEIREDO, E, P., Efeitos da carbonatação e de cloretos no concreto, v. 2, São Paulo,


IBRACON, 2005.

6) HELENE, P. R. L. Corrosão em armaduras para concreto armado, São Paulo, PINI, 1986.

7) HUANG, P., BAO, Y., & YAO. Influence of HCL corrosion on the machanical properties
of concrete. Cement and Concrete Research, 2014.

8) LANG, Geovane, Fundamentos das Manifestações Patológicas nas Construções, Revista


Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, edição 9, ano 02, v. 05. dezembro de
2017, Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-
civil/patologicas-nas-construcoes. Acessado em: 05 de novembro de 2018.

9) MAZZA, Roger, Carbonatação acelerada de concretos com cinza de casca de arroz sem
moagem, 2015, 106 folhas, Mestrado do Programa de Pós-Graduação, UFSM, Santa Maria,
RS, 2015

10) PAPADAKIS, V. G.; VAYENAS, C. G., FARDIS, M. N. Reaction engineering approach


to the problem of concrete carbonation. v. 35, AIChE Journal, 1989.

11) PIANCASTELLI, Élvio Mosci. Patologia e terapia das estruturas: origem das
enfermidades. Belo Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG, 1997.

12) PRADO, Lucius de Albuquerque, Módulo de deformação estático do concreto pelo


método ultra-sônico: estudo em estruturas de alta e baixa relação ,2006, Mestrado em
Engenharia Civil, UFG, Goiás, 2006
46

13) Redação AECweb / e-Construmarket, Patologias do concreto, Disponível em:


https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/patologias-do-concreto_6160_10_0. Acessado em: 21
de julho de 2018.

14) SILVA, Fernando Benigno, Patologia das construções: uma especialidade na engenharia
civil, Téchne, Edição 174, setembro de 2011, Disponível em:
http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/174/artigo285892-2.aspx. Acessado em: 10 de
agosto de 2018.

15) SONG, Y, -P.; SONG, L.-Y.; ZHAO, G.-F., Factor affecting corrosion and approaches for
improving durability of ocean reinforced concrete structures, v. 23, Ocean Engineering, 2003.

16) UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, Pazini E. F., RELATÓRIO TÉCNICO


MARACANÃ 2014/01-2010, Goiânia, GO, 2010.

17) UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, Pazini E. F., RELATÓRIO TÉCNICO


MARACANÃ 2014/10-2011, Goiânia, GO, 2011.

Você também pode gostar