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Eustaquio Jaime Mutetere

Ocorrência de alguns metais de transição em Moçambique/ Processos de obtenção dos


metais
Curso de Licenciatura de ensino de Química com habilitações de gestão de Laboratórios

Universidade Púnguè
Chimoio
2020
Eustaquio Jaime Mutetere

Ocorrência de alguns metais de transição em Moçambique/ Processos de obtenção dos


metais

Trabalho Cientifico de carácter avaliativo da


cadeira de Quimica inorgânica II, a ser
submetido ao Departamento de Ciências Naturais
e Matemática, 2º ano e 1º semestre, sob
orientação do docente:

Msc: Severino dos Santos Savaio

Universidade Púnguè
Chimoio
2020
Índice
1.0 Introdução ............................................................................................................................ 3

1.1 Objectivos......................................................................................................................... 3

2.0 Fundamentação teórica ........................................................................................................ 4

2.1 Ocorrência de alguns metais transição em Moçambique ................................................. 4

2.1.1 Minérios metálicos .................................................................................................... 4

2.1.2 Metais ferrosos .......................................................................................................... 4

2.2 Minério de Ferro Escarnítico............................................................................................ 5

2.3 Minério de Ferro Magmático ........................................................................................... 6

2.4 Metais não-ferrosos .......................................................................................................... 9

2. 5 Metais nobres ................................................................................................................ 11

2.6 Processos de obtenção dos metais .................................................................................. 12

2.7 Aspectos de natureza ambiental, toxicológica e terapêutica dos alguns metais de


transição ............................................................................................................................... 12

3.0 Conclusão........................................................................................................................... 15

Referências bibliográficas ........................................................................................................ 16


3

1.0 Introdução

Na tabela periódica, os metais de transição estão localizados entre os grupos 2A e 3A


(excluindo estes). São definidos como elementos cujos átomos correspondentes não possuem
orbital "d" mais energético totalmente preenchido, ou que são capazes de formar catiões com
orbital d incompleto.

Essa classe de elementos se subdivide em duas: a dos metais de transição externa


(constituindo o bloco d) e a dos metais de transição interna (constituindo o bloco f). O
primeiro metal de transição (seguindo ordem de número atómico) da tabela é o escândio,
sendo o último, artificialmente produzido, o unúbio - Uub (hoje conhecido como copernício -
Cn), cujo isótopo de maior estabilidade possui meia-vida de 29 segundos.

A maioria dos elementos de transição possui características semelhantes a dos outros metais
representativos: boa condutibilidade térmica e elétrica, brilho (geralmente prateado ou
dourado); e, apesar de apresentarem ampla variação de dureza e pontos de fusão/ebulição
(com o tungstênio o metal mais difícil de mudar de estado físico com Pf = 3410°C e Pe =
5660°C), tendem a ser mais duros e possuírem maiores Pf e Pe do que os metais alcalinos e
alcalino-terrosos, além de conseguirem formar ligações covalentes entre átomos de mesma
espécie (e não apenas metálicas) pela presença de orbitais d incompletos.

1.1 Objectivos
 Conhecer ocorrência de alguns metais transição em Moçambique;
 Mencionar os processos de obtenção dos metais;
 Descrever os aspectos de natureza ambiental, toxicológica e terapêutica dos alguns
metais de transição.
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2.0 Fundamentação teórica

2.1 Ocorrência de alguns metais transição em Moçambique

2.1.1 Minérios metálicos


Nestes íten abordam-se formações analisar-se-ão formação dos minérios que existem e
predominam em Moçambique que sob condições favoráveis podem ser explorados para fins
comerciais é o caso de Fe, Mn, Cu, Nb, Ta, Au e terras raros. Os minérios metálicos em
Moçambique encontram-se divididos em 5 subgrupos: metais ferrosos, metais não ferrosos,
metais nobres, metais raros e terras raras.

Os minérios metálicos em Moçambique encontram-se divididos em 5 subgrupos: metais


ferrosos, metais não ferrosos, metais nobres, metais raros e terras raras.

2.1.2 Metais ferrosos


Fe, Mn, Ti; Cr; e V São os metais ferrosos representados no trabalho sendo que as atenções
tem-se concentrado no ferro e no titânio.

 Ferro

O ferro é metal mais usado, com 95% em peso da produção mundial de metal. É
indispensável devido ao seu baixo preço e dureza, especialmente empregado em automóveis,
barcos e componentes estruturais de edifícios.

No que concerne aos minérios de ferro que ocorrem em Moçambique destacam-se os:
sedimentares, metamorfizados uma vez que esse podem ser separados através de uma mera
moagem e separação magnética é o caso das formações ferruginosas de honde e formações do
mesmo tipo da região, Mavita, também merecem atenção os minérios ferro-apatíticos do do
tipo escarníteo, com importante reservas, não obstante a sua exploração se é viável se o
extracto do material fosfórico e de origem ferruginosa for simultâneo. São exemplo deste
grupo de jazigos de Muande e Mecuco.

Os jazigos magnéticos do tipo, ferro-titanado, apesar de o tratamento metalúrgico ser


oneroso, podem ser utilizados. Segundo a nova tecnologia para o fabrico de esponjar de
titânio, e vanádio, como é o caso dos jazigos de machédua combulatsitsi, txizita inhatipissa e
massamba.
5

Finalmente, as ocorrências ferro-cupriferas de Messaca-tumba e do Monte Muengué são de


fraco valor económico e estão longe dos centros consumidores.

A formação ferruginosa, cuja a espessura varia de 15 a 80m, forma corpos lenticulares com o
comprimento máximo de 1600m e encontra-se interestratificada em rochas gnaisicas,
anfíbolitos e xistos luzentes granatiferos do grupo de Gairezi, do proterozóico inferior.

Estruturalmente, aquelas formações mineralizadas com Fe correspondem a anteformes


deitadas pela erosão põem a descoberto diversas faixas de minérios cujos comprimentos
podem atingir 4km.

A mineralização é constituída por magnetite e hematite. A ganga e essencialmente de


quartzo. A relação percentual entre estes minerais e a seguir indicada:

Mineral Amostras da Amostras Amostras de


superfície intermédias profundidade
Magnetite 12% 35.6% 44.8%
Hematite 42% 14% 7:2%
Quartzo 35% 40% 38%

 Ocorrências de Mavita

As jazidas, localizadas a cerca de 60km a sul da cidade de Manica, ocorrem em formações


metamórficas arcaicas do grupo de Manica.

Os corpos mineralizados mais importantes são os de tsetserra, Checuto, Xigundo e Mussapa.


As reservas possíveis dessa ocorrência são: 15 milhões de toneladas em Chependo, 5,5
milhões e toneladas em Mocuta, 2 milhões de toneladas em Xigundo e 360000t em Mussapa.

2.2 Minério de Ferro Escarnítico


 Jazigo de Muande

Este jazigo ferro-apatitiaco localiza-se no monte Muande a leste do rio Mavudzi, no distrito
de Moatize, a 30km a cidade de Tete.

A jazida esta relacionada com os calcário metamórficos da formação de chédue afectadas por
acções metamórficos da intrusão do gabro-amortositica do complexo de Tete.
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As concentrações de magnetite e apatite estão instaladas em mármore de grande espessura do


monte Muande, pertencentes a formações acima referidas. A mineralização ocorre em corpos
estratiformes concordantes com a direcção dos calcários metamórficos, respectivamente NE-
SW e SE.

Os corpos ferro-apatíticos cerca de 20, tem comprimentos que variam de 100 a 1000m,
larguras de 5 a 20m e pendores de 20 a 40º SE. Estes estão interligados em faixas de calcário
com a mineralização de magnetite e apatite disseminada, com um comprimento que pode
atingir a 2 km e uma lurgura de 100m.

As reservas foram calculadas ate a profundidade de 100m, sobre um corpo central com 150m
de comprimento e 100 de largura. Elas cifram-se em 150 milhões de toneladas, com 26.9% de
magnetite, 9.2% de apatite e 19.5% de Fe total. A estas reservas há que acrescentar as dos
depósitos fero-apatiticos aluviais que totalizam 6 milhões de toneladas.

O minério acima referido pode ser beneficiado por flotação e separação magnética permitindo
atingir concentrados com 60 a 90% de Fe total e 36% de P2O5.

 Ocorrência do Monte Muengué

Esta concentração de ferro situa-se no Monte Muengué, a leste do rio Mucanha, no distrito de
Magoe.

Os corpos mineralizados situam-se no contacto da intrusão granítica pos-Fingoé com as


seguintes dimensões. 125m de comprimento 20m de largura e 7.5m de espessura. A
mineralização é constituída por magnetite, hematite e minerais secundários de cobre. A
composição aproximada consta de: ferro-55%; cobre-4.16%; silica-5,32 a 9,28%; oxido de
titaneo-0.11% a 2.7%.

As reservas a vistas são de 281000t e as reservas totais de 2 milhões de toneladas ate a


profundidade de 10 a 50m. Estas jazidas não apresentam interesse económico, dada a
exiguidade de reservas e vias de comunicação.

2.3 Minério de Ferro Magmático


 Jazidas de Machédua, Cambulatsitsi, Txizita Inhatipissa e Massamba

Estas jazidas de ferro estão localizadas nos de distritos de Moatize e Furancungo, na metade
oriental do maciço ígneo de Tete, cobrindo uma área de 120 km2 desta intrusão gabro-
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anortositica. São reservas por infra estruturas seguintes: caminho de ferro que liga Moatize ao
porto da Beira e estrada de terra batida Tete-Zobue.

As concentrações ferriferas de natureza titanomagnetitica ocorrem nos anortositos e na zona


de transição destas rochas com as de composição gabroica de complexo ígneo acima referido.

Foram calculadas reservas prováveis das massas títanomagneticas observadas a superfície, as


quais estão indicadas a seguir:7614000t em Machédua, 12337500t em cambulatsitsi, 705000t
em massamba e 11750000t em inhatipissa, as reservas possíveis daqueles 5 jazigos totalizam
204666500t de titanomagnetite, com a seguinte composição media:50% de Fe2O3; 20% de
TiO2 e O.60% de V2 O 5 .

 Ocorrências de Lupata

Esta jazida ferríferas descoberta por Araújo tal. (1970), situa-se no Monte Pangula, a 9km a
NNW da povoação de bandar no distrito de Doa, província de Tete. Dista 25km da linha
férrea que liga Tete a Beira e cerca de 20 km do rio Zambeze

O corpo mineralizado estende-se no sentido NE-SW, com um comprimento de cerca de


900m. A largura exacta não se conhece em virtude de as aluviões do minério se dispersarem
numa área de 52000m2 tem a forma de um dique, ocupa a caixa de falha com a direcção NE-
SW e corta os aglomerados riolíticos do do cretácico inferior.

O minério é formado por agrupamentos cristalinos compostos de dodecaedros, cubos e


octaedros de titanomagnesífera, com a seguinte composição. Ferro-63.73%

Oxido de titaneo-15.97%, oxido de magnesio-0,34%; Pentóxido de Fosforo-0.006%; enxofre-


0.10%

Trabalhos preliminares de prospecção e pesquisa, conduzidos conduzidos naquela jazida


mineira, permitiram a avaliação a avaliação das reservas C1 + C2 em 6500000t e a das
reservas prognosticas em 22500000t.

 Manganês

O manganês é um metal de transição de cloração branco cinzento parecido com ferro. É um


metal duro e muito frágil refratário e facilmente oxidável. O manganês metálico pode ser
ferromagnético porém somente depois de sofrer um tratamento especial.
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Seus estados de oxidação mais comuns são: + 2, +3, +4, +6 e +7, ainda que encontrados
desde +1 a +7 os compostos que apresentam manganês +7 são agentes oxidantes muitos
enérgicos. É usado em liga com o ferro nos aços e em outras ligas metálicas. Ele é também
usado muito na criação de capas de super-homem e bonecos de brinquedo.

Também se emprega na produção de silíciomanganês uma liga com 60-70% de mangan~es e


uns 15-30% de silício. O MnO2 é usado como despolarizadorem pilhas secas também
chamadas de pilhas tipo, Lechanché ou de Zinco/carbono ( Zn/C) também é utilizado em
pilhas alealinas ou de zinco/MnO2, na industria de do vidro, etc.

 Cromio

As poucas concentrações cromíticas conhecidas em Moçambique estão mal estudadas, não


existindo nenhum cálculo dos respectivos recursos prognósticos.

Aqui faz-se menção a ocorrência de Nhangoze I-II (136,1), na província de Tete. Trata-se de
pequenas blsadas de cromite (Cr2O3=29-46%; Cr/Fe=1.32-1.8%) em serpentínitos do
complexo ultrabásico de atchiza, associando-se lhe pequenos depósitos aluviais. Foi também
assinalado a existência de cromite em serpentinitos nas províncias de cabo delgado e da
Zambézia, se bem que ate agora desprovida de interesse industrial.

 O Titânio

É um elemento metálico muito conhecido por sua resistência excelente a erosão (quase tão
resistente quanto a platina). É usado na produção do relógio de pulso, é usado na indústria
naval. O Titânio metálico é empregado em equipamentos de dessalinização de água do mar.

Quase todos os jazigos e as 17 ocorrências de Ti inventaradas ocorrem como litorais, de facto


a única excepção é constituída pelo jazigo complexo de Mázua do tipo titnomagnético.

A avaliação dos recursos totais nos placeres aponta para 2,6-5.0.106 t de reservas possíveis
(C2) em TiO2 e para 54.3 de recursos prognósticos (P1) em minerais pesados (48,7.106
TiO2 de zircão e 0,8 de monasite). Particularmente promissora se mostra o litoral da
província da Zambézia, onde se registam os mais elevados teores numa serie de jazigos
vizinhos que compreendem, para além de outros, os Sangages, Congolone, Moebase, Pebane,
e Deia.
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Alguns dos jazigos mais estudados são Congolone, Moebse e Dei neste ultimo, situado a SW
da Foz do Linde, a estrutura é relativamente complexa, na medida em que vários corpos
mineralizados estratiformes se distribuem na horizontal como na vertical, numa área que
ultrapassa 3 km de comprimento e 1km de largura. A ilmienite é o mineral mais abundante,
servindo se lhe magnetite, o zircão, o rútilo e a monasite. As reservas C2 em TiO2 foram
avaliadas em 450*103t para um teor de corte em minerais peados de 20% e em 1,6*106t pr
um teor de corte de 105. os ensaios tecnológicos realizados permitirão elaborar um
fluxograma conduzido a obtenção de concentrados com 48,5-50.0% TiO2 e 65,5% ZrO2.

2.4 Metais não-ferrosos


É o caso de Cu, Zn, Co e Ni

 Cobre

Este metal tem múltiplas aplicações destas, a que se destaca é na industria eléctrica, devido as
suas excelentes propriedades condutoras.

As jazidas principais dos minérios de cobre estão agrupadas nos seguintes tipos:

Filonianos, ligados as rochas verdes do grupo de Manica, como é caso do jazigo de


Mundonguana, e estratiformes, dependência das rochas da formação de chéduè
exemplificadas pelas ocorrências de Chédué, Panda Uncua e Cónua.

Jazigo de Mundonguara

Este jazigo está situado na serra de Isitaca, cerca de 12km a oeste da cidade de Manica.
Possui acessos por estrada de terra batida ligando aquela cidade a mina. Este servida de infra-
estrutura ferroviárias, ligando aquela capital da província a Machipanda e ao porto da Beira.

A área mineralizada encontra-se no franco sul do sinclinório de Manica, encaixada nas rochas
vulcano-sedimentares arcaicas do grupo de Manica.

O jazigo de Mundunguara inclui dois tipos de mineralizações: a singenéticas, sem


importância económica, e a epigenética de grande importância económica.

A mineralização epigenética é constituda por pirrotite, e pentalandite cobaltifera, a que se


juntam a covelite, a calcocina, a cuprite, o carbonato de cobre e o cobre nativo.
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Os teores desses minérios são os seguintes. O teor médio em cobre e de 3.11%, Ni-0,068%,
Co-0,092%, Ag-024.7g/t e Au-0.58g/t. A correlação Cu:Ni em diversos tipos de minérios
varia de 22.7 a 484.1, possui impurezas de Zn, W, Pt, Ti e Cr.

As concentrações epigenéticas de sulfuretos que dão origem a corpos mineralizados,


economicamente importantes, ocorrem nos komatítos, nos felsitos, nas rochas
quartzofeldspaticas brechoides, nos serpentinos.

 Zinco

Nenhuns, dos jazigos do zn eé hoje conhecido em território Moçambicano, são apenas 8


ocorrências e vários indícios), de que não foram calculados reservas nem prognóstico. Duas
daquelas ocorrências localizam-se nas áreas de Manica e Chimanimani, os restantes
concentram-se na região do rio Mazoe (Changara-Chioco). Todas elas foram atribuídas ao
“grupo hidrotermrmal-filoniano”.

Área metalífera de Fumo- Dique, na região do rio Mozoe, ocupa uma superfície de 35km.
Diversos filões de quartzo com galena, a que se juntam em quantidades subordinadas, pirite ,
blenda, calcopirite barite e fluirete, encaixam em gnaisses precambricos da serie Rushinga
próximo do contacto com sedimentos do Cretácico continental.

 Cobalto e Níquel

As reservas em Co e Ni de Moçambique são insignificantes, mas baseiam-se apenas nos


jazigos do Mundoguara. Os dois metais ocorrem também noutras jazidas cupríferas de
características: mas é em ligação com maciços básicos ultrabásicos geograficamente
dispersos que surgem as 15 ocorrência se jazigos registrado no trabalho.

O tipo genético “magmático-gabroide” esta bem representado pela ocorrência de Mucacata,


junto da estrada Nampula-Pemba.

O tipo genético “hidrotermal ultramafico” ocorre abunda mente no complexo de Atchiza,


cujos serpentinitos, niqueliferos, encerram por vezes pequenas massas de

magnetite com níquel. Nas ocorrências de tchofipa e de nhangose, foram evidenciados


pequenos nódulos de garnierite, com teores máximos de Ni e Co
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2. 5 Metais nobres
No trabalho integram os seguintes três metais nobres: o ouro, a prata e a platina. O ouro
constitui por si só a quase totalidade dos 33 jazigos, 77 ocorrências e 14 indícios
inventariados, sem contar outros jazigos e ocorrências complexas de cobre, Níquel e cobalto
contendo ouro e prata como subproduto.

 Ouro: características principais

Brilhante amarelo, pesado, maleável, dúctil, trivalente que não reage com a maioria dos
produtos químicos, mas é sempre sensível no cloro a temperatura ambiente apresenta-se no
estado sólido.

Este metal em Moçambique ocorre no estado puro e em forma de pepitar e um dos metais
tradicionalmente usados para cunhar moeda. Apesar de ser um metal nobre devido a baixa
reactividade forma diversos compostos.

Este metal nobre desempenha um papel fundamental como instrumento monetário. Alem
desta aplicação, este é também usado para a manufactura de jóias, ligas etc.

A mineração do ouro já vem dos tempos antigos. Diversas descobertas de artefactos deste
metal, feitas em território do antigo império Monomotapa , provam-nos que a exploração
daquele metal precioso foi bastante intensa.

As primeiras explorações com base no conhecimento geológico começaram em Manica por


volta de 1892 e depois na província de Tete em 1922. são três regiões que albergam
promissoras jazidas de ouro nomeadamente a região a região da Manica, a região de Angónia
e a região de Fíngoé que engloba as rochas do grupo do Fingoé.

 Jazigos da região de Manica

As jazidas singenéticas, de fraco teor aurífero mas com grandes reservas, encontram- se
interbandadas com carbonatos e formações ferruginosas com fácies de restos. Constituem
uma fonte alimentadora de ouro aluvionar dos minérios do revue, Inhamucarara, Chimezi e
Chua.

As jazidas epigenéticas de alto teor em ouro, são devido a secreção lateral a quando do
metamorfismo regional das rochas verdes. A utilização aurífera, neste ambiente deu-se ao
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longo de zonas de fraquezas e associam-se ao quartzo e carbonatado aurífero.as reservas nos


campos minérios acima mencionados, são as seguintes:

No campo minério de Chimezi, as reservas C2 são 130230t, com teor médio em ouro de
9.5g/t, considerando um comprimento médio de 2.70m uma largura média de 1.6m e uma
profundidade média de 38m.

No campo minério de Chua, as reservas c2 totalizam 55700t, com teor médio aurífero de
6.6t/g; com os seguentes parâmetros médios.: comprimento-140,5m; largura_0.7m
profundidade-43m.

Finalmente, no campo de mangota, onde as reservas C2 totalizam 92938t, o teor médio


aurífero é de 5.83g/t , com o comprimento médio de 190 por 5.3m de largura é a
profundidade média de 40m. As reservas totais C2 de todos os campos acima referidos
totalizam 651368t de minério aurífero, que correspondem 4321.1 kg de ouro.

2.6 Processos de obtenção dos metais


Os metais podem ser obtidos usando os seguintes métodos:

 Separação mecânica;
 Decomposição térmica;
 Redução química ou electroquímica.

2.7 Aspectos de natureza ambiental, toxicológica e terapêutica dos alguns metais de


transição
 Cádmio

Ao contrário de outros metais, a descoberta do cádmio só ocorreu no século XIX. É um metal


não corrosivo, utilizado em processos de galvanização e eletro deposição e como pigmento. È
encontrado principalmente em minas de zinco e chumbo, é o metal que é mais absorvido
pelas plantas, principalmente do solo e de fertilizantes. A ingestão diária do cádmio pelo
homem, proveniente do alimento, água e ar, gira em torno de 10 a 40 μg. Tem um tempo de
meia-vida no homem extremamente longo, 15 – 20 anos (Goyer, 1995).

As principais consequências de exposições à baixos níveis de Cd, à longo prazo, são as


doenças crônicas obstrutivas pulmonares, enfisemas e doenças crónicas dos túbulos renais.
Também pode haver consequências no sistema cardiovascular e esquelético (Goyer, 1995).
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A toxicidade renal se desenvolve quando a concentração total do metal no córtex alcança


níveis entre 50 e 300 μg/g (Nordberg, 2000). Estes níveis podem ser alcançados após a
ingestão de 140-260 μg Cd/dia por 50 anos ou inalação de 50μg/m3 por 10 anos. A
toxicidade é caracterizada por proteinúria, aminoacidúria, glucosúria, diminuição da
reabsorção de fosfato pelo tubulo renal e excreção de cádmio pela urina. Mudanças
morfológicas ocorrem nos estágios iniciais da doença, evoluindo para reacção inflamatória
intersticial e para fibrose renal (Goyer, 1995).

O cádmio também é conhecido por afectar o metabolismo do cálcio, e indivíduos com


nefropatias severas por esse metal podem ter cálculos renais. O excesso de perda do cálcio na
urina devido aos danos causados nos rins podem levar a mobilização do mesmo, armazenado
no esqueleto, para manter os níveis séricos requeridos, provocando a osteomalacia em
homens (Massaro, 1997). Alterações nos ossos fazem parte de uma síndrome denominada de
“doença itai-itai” e foi primeiramente descoberta no Japão como resultado de uma
intoxicação por Cd, em mulheres em fase-menopausa, durante a segunda guerra mundial. As
vítimas sofrem de perda de peso, deformidades, numerosas microfaturas desenvolvidas no
esqueleto com aumento da fragilidade devido à perda de cálcio e fosfato e dor nos ossos
(Kjellstrom, 1992).

 Chumbo

O chumbo é o metal tóxico mais abundante. A principal fonte de exposição humana é o


alimento, que obtém o chumbo principalmente da água e da deposição aérea nos vegetais.
Com a proibição do uso de chumbo em tintas e como aditivo da gasolina na maioria dos
países, a exposição humana a este metal tem decrescido significamente nos últimos anos
(Goyer, 1995). O potencial para contaminação elevada, porém, ainda existe em casas nas
quais foram utilizadas tintas à base de chumbo e em ambientes ocupacionais.

O chumbo é um metal divalente e frequentemente compete com outros íons divalentes, como
ferro, cálcio e zinco, com respeito aos processos bioquímicos, levando a efeitos adversos no
organismo (Massaro, 1997). O sistema nervoso, hematológico e renal é os principais alvos da
ação tóxica do chumbo. Adicionalmente, este metal pode atravessar a placenta e acarretar
prejuízos no desenvolvimento do feto (Massaro, 1997).

No sistema nervoso, o chumbo é conhecido por substituir o cálcio como um segundo


mensageiro e pode ligar-se a calmodulina, alterando a liberação dos neurotransmissores
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dopamina, acetilcolina e ácido gama amino butírico (GABA) (Massaro, 1997). Na


encefalopatia induzida pela toxicidade do chumbo, ocorre edema cerebral em áreas
interticiais devido à danos na integridade dos vasos sanguíneos. Níveis de chumbo elevados
rompem esses vasos, ocorrendo acúmulo de proteínas e aumento da pressão osmótica. Esse
edema causa um aumento na pressão intracraniana e restringe o fluxo de sangue para o
cérebro, resultando em isquemia (Goyer, 1995).
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3.0 Conclusão

Emfim terminado o trabalho, concluiu –se que:

 Os minérios metálicos em Moçambique encontram-se divididos em 5 subgrupos:


metais ferrosos, metais não ferrosos, metais nobres, metais raros e terras raras.
 As ocorrências ferro-cupriferas de Messaca-tumba e do Monte Muengué são de fraco
valor económico e estão longe dos centros consumidores.
 No que concerne aos minérios de ferro que ocorrem em Moçambique destacam-se os:
sedimentares, metamorfizados uma vez que esse podem ser separados através de uma
mera moagem e separação magnética é o caso das formações ferruginosas de honde e
formações do mesmo tipo da região, Mavita, também merecem atenção os minérios
ferro-apatíticos do do tipo escarníteo, com importante reservas, não obstante a sua
exploração se é viável se o extracto do material fosfórico e de origem ferruginosa for
simultâneo.
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Referências bibliográficas

Goyer, R. A. Efeito toxicologicos dos metais, McGraw-Hill, 5 ª Ed., pp . 691-734, 1995.

Massaro, E. J. metabolism dos metais e toxicidade, CRC, 1997.

AFONSO S. RUI & MARQUES M. João- recursos Minerais de Moçambique Direcção


Nacional de Geologia-Maputo, 2edição Lisboa. 1998.

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