Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Canais de
comunicação
eletrônica 5 CAPÍTULO 2
rísticas elétricas próprias. Além do serviço de TV, o cabo coaxial permite que as
operadoras ofereçam conexão à internet com taxas de transmissão superiores às
do par trançado e de melhor qualidade (figura 2.2).
Figura 2.2
Cabo coaxial.
Figura 2.1
Canal fio: O canal rádio é o sistema que apresenta o menor custo, porém as ondas eletro-
(a) em par trançado e magnéticas, por se propagarem no espaço livre, encontram problemas de distúr-
bios e interferências, o que evidencia sua fragilidade.
Yury Kosourov/Shutterstock
Yury Kosourov/Shutterstock
36 37
eletrônica 5 CAPÍTULO 2
alto índice de refração e a luz ao se propagar na fibra, o sinal sofre atenuação e 2.3.2 Limitação por largura de faixa
dispersão (figura 2.4).
O espectro do sinal da informação deve ser menor ou no máximo igual à largura de
faixa do canal. Vamos tomar como exemplo típico o canal telefônico (figura 2.5).
Tipos de Fibras
Casca (Sílica Pura) t
Multimodo Monomodo 15 300 Hz 3,4 Khz 20 Khz
Núcleo Revestimento Casca Casca
(Sílica impura) (Plástico)
Voz Humana
c d
Fibra Óptica
Bg - Banda de Guarda
300 Hz
1 Hz
F
Figura 2.4 Bg Bg
Detalhes técnicos O canal óptico apresenta as seguintes vantagens:
da fibra óptica.
• Maior capacidade de transmissão de dados, com largura de faixa de aproxi-
madamente 40 THz e taxas de transmissão da ordem de 40 Gb/s.
• Baixa atenuação. Apesar de a voz humana estar compreendida entre 15 Hz e 20 kHz, é no in-
• Isolação eletromagnética. tervalo entre 300 Hz e 3 400 Hz que há maior concentração de energia da voz
e maior inteligibilidade. Portanto, a largura de faixa do canal telefônico com-
Sua principal desvantagem é o elevado custo de implantação e manutenção. preende apenas 4 kHz, com bandas de guarda laterais para evitar distorções na
informação. Podemos, então, considerar a largura de faixa o “tamanho” do canal
As redes ópticas são utilizadas em sistemas de alta taxa de transmissão de dados, necessário para transmitir uma informação.
como as redes digitais SDH de telefonia.
2.3.3 Retardo ou delay
2.3 Propriedades dos canais de comunicação
É o tempo gasto pelo sinal para atravessar o canal de comunicação. Para
2.3.1 Atenuação calculá-lo, divide-se a distância percorrida entre os pontos de transmissão e
recepção pela velocidade de propagação da onda. Em sistemas via satélite,
Ao atravessar um meio de comunicação, o sinal elétrico vai perdendo energia e em que a distância percorrida é relativamente grande (cerca de 40 000 km),
chega ao receptor com menor intensidade. Essa perda de energia ou potência, o tempo de retardo tem valor significativo. Um efeito muito comum em liga-
chamada de atenuação, pode ser causada por diversos fatores, dependendo do ções telefônicas via satélite é um eco durante a conversação, proveniente do
tipo de meio de comunicação utilizado (fibra, cabo ou espaço livre). tempo de retardo.
38 39
eletrônica 5 CAPÍTULO 2
2.4.1 Ruído elétrico • Ruído atmosférico ou estática – Resulta de descargas elétricas na atmosfe-
ra provocadas pelos raios, sobrepondo-se ao sinal recebido. Um efeito muito
É o resultado da agitação térmica dos elétrons existentes na matéria. Pode ser comum que se ouve são cliques nos fones e nos alto-falantes. Em comunica-
percebido nas formas de corrente elétrica, quando gerado internamente em dis- ções digitais, os ruídos atmosféricos causam perda da informação, que pode
positivos eletrônicos, e de onda eletromagnética, no espaço livre. ser corrigida com a inserção de códigos de correção no sistema.
• Ruído cósmico – Originado de explosões solares, gera um forte campo
O ruído elétrico tem comportamento aleatório e está presente em todo o espec- magnético capaz de danificar os transceptores dos satélites de comunicação.
tro de frequências, prejudicando sobretudo as comunicações via rádio. Ele ataca • Ruído provocado pelo ser humano – Produzido por máquinas e equipa-
e soma-se ao sinal da informação no canal de comunicação. mentos, como motores elétricos de eletrodomésticos e motores a gasolina.
Figura 2.6
(a) Sinal sem ruído e Na recepção de sinais de áudio, o ruído causa um efeito de chiado no alto-falante Relação sinal/ruído
(b) sinal com ruído. e, na recepção de sinais de TV, aparece na tela na forma de chuvisco (figura 2.6).
É a relação entre a potência do sinal da informação e a potência do ruído na
recepção, podendo ser determinado por:
Tensão (volts) Tensão (volts)
S P
= 10 ⋅ log S em dB (2.1)
N Pn
em que:
0
0
• S/N é a relação sinal/ruído (signal/noise, em inglês), em dB;
• Ps, a potência do sinal na recepção, em W;
• Pn, a potência do ruído na recepção, em W.
• Ruídos externos. O ruído interno é gerado pelas permanentes colisões de elétrons ao se estabe-
• Ruídos internos. lecer corrente elétrica nos dispositivos resistivos e semicondutores, presentes nos
equipamentos de transmissão e recepção.
Figura 2.7
As fontes de ruído externo são captadas pelas antenas de recepção e amplifica-
Representação esquemática
das (figura 2.7). A potência de ruído interno produzido por um dispositivo é expressa pela figura
do ruído externo.
de ruído (F), expressa, em dB, como:
F = 10 · log n (2.2)
Ruído
em que n é a potência de ruído na saída do dispositivo/potência de saída sem
ruído.
TX Canal de comunicação RX A potência de ruído sobre uma carga resistiva R casada com a saída do amplifi-
cador é definida por:
Pn = K · To · B (2.3)
40 41
ELETRôNICA 5
Capítulo 3
em que:
• Pn é a potência de ruído, em W;
• K, a constante de Boltzmann, igual a 1,38 · 10 –23 joule/kelvin;
• To, a temperatura ambiente, em kelvin;
• B, a banda do canal, em Hz.
em que:
42
eletrônica 5 CAPÍTULO 3
Figura 3.2
Representação gráfica da
onda eletromagnética.
H DIREÇÃO DE
PROPAGAÇÃO
3.1 Definição
Onda é a perturbação física de um meio, provocada por uma fonte. Por exemplo,
quando jogamos uma pedra em um lago, no momento em que a pedra bate na 3.2.1 Comprimento de onda (λ)
superfície da água, uma perturbação é gerada, fazendo surgir um movimento
circular em torno do ponto de colisão. É a distância percorrida pela onda durante a realização de um ciclo. Para uma
onda senoidal, o comprimento de onda é a distância (em metros) entre os picos
As ondas de rádio ou hertzianas são perturbações físicas causadas pela interação consecutivos (figura 3.3).
de dois campos: o elétrico (E) e o magnético (H), variáveis no tempo e perpen-
diculares entre si. Essas ondas são capazes de se propagar no espaço, irradiadas Figura 3.3
por uma antena. Podem ser geradas em qualquer frequência, mas, em teleco- Onda Representação do
Figura 3.1 municações, são utilizadas ondas de frequência superior a 100 kHz, passando comprimento de onda.
Enlace de rádio
por um processo denominado modulação, que será estudado com detalhes no Comprimento de onda
ponto a ponto.
capítulo 4.
A
Na representação de um enlace de rádio ponto a ponto da figura
3.1, podemos notar que a função da antena de transmissão
é converter a corrente elétrica senoidal de radiofrequência
I
(RF), produzida pelo transmissor, em energia irradiante
Antena (onda eletromagnética), que se propagará pelo meio físico de Antena
radiocomunicação, o espaço livre. Inversamente, na recepção,
a antena capta a onda de rádio e a converte em corrente elétrica.
Na recepção, é feito um processo de demodulação do sinal,
recuperando a informação transmitida pela onda de rádio.
Ar
Cabo coaxial Cabo coaxial
Distância
Informação
3.2.2 Frequência (f)
Transceptor Transceptor É a velocidade de repetição de qualquer fenômeno periódico, ou seja, o número
de ciclos realizados por segundo, em hertz.
44 45
eletrônica 5 CAPÍTULO 3
P = I2RF · Rant (3.2)
A impedância intrínseca do espaço livre é obtida pela relação E/H, determinada por:
As polarizações horizontal e vertical são chamadas de polarizações lineares.
Z0 = E/H = 120π = 377 Ω (3.3)
Existem ainda polarizações:
O modo como a onda se propaga no espaço vai depender principalmente da
faixa em que se enquadra a frequência de transmissão. • Circular.
• Elíptica.
3.2.4 Polarização • Ortogonal.
• Cruzada.
É a maneira como os campos se orientam no espaço, tomada em função da po-
sição do campo elétrico (E) em relação ao solo. 3.3 Distúrbios específicos de radiocomunicações
a) Antena com polarização vertical (figura 3.4). 3.3.1 Ondas de multipercurso
Figura 3.4 São ondas secundárias provenientes de distintos percursos (reflexões no solo ou
Antena com E em obstáculos), que resultam da dispersão de energia eletromagnética irradiada
polarização vertical. na transmissão e que chegam à recepção com diferentes intensidades e defasa-
H gens em relação à onda principal ou direta.
3.3.2 Desvanecimento
São flutuações do sinal recebido, decorrentes de problemas na transmissão,
como as ondas de multipercurso. A intensidade do sinal recebido varia a cada
Solo instante, prejudicando a recepção – por exemplo, na recepção de radiodifusão
AM durante a noite.
46 47