Você está na página 1de 7

25/09/2019 Legislação Ambiental: Saiba as principais normas e como se adequar

Legislação ambiental: principais normas e


como se adequar a elas
por João  postado 29 de maio de 2019  em Ambiental

Nas últimas décadas, percebeu-se a in uência devastadora das ações humanas


voltadas à inovação e desenvolvimento econômico no ecossistema.  E com essa
percepção as organizações viram a necessidade de controlar e reduzir o impacto
destas ações, criando uma legislação ambiental, campanhas de conscientização e
programas que procuram manter nosso ecossistema o mais intacto possível, sem
diminuir o avanço de nossa civilização.

Assim, há uma grande importância de se ter uma gestão ambiental de qualidade


e, para isso, há toda uma legislação desenvolvida que pode auxiliar nesse
processo, mas que, por sua grande estruturação, pode vir a se tornar complexa e
confusa. Por esse motivo iremos esclarecer quais são as principais leis e órgãos
ambientais que regem essa área e como adequar sua empresa a isso.

Os principais Órgãos e Leis Ambientais


A legislação ambiental brasileira está, atualmente, entre as mais completas e
avançadas no mundo. Com a aprovação da Lei de Crimes Ambientais – Lei No
9.605, de 12 de fevereiro de 1998 – a sociedade, órgãos ambientais e o Ministério
Público passaram a contar com mecanismos para a cobrança e punição de
infratores.

Através dessa lei, foi possível obter uma ideia mais clara do que são consideradas
infrações contra o meio ambiente. Ela engloba delitos contra a fauna e ora,
emissão de poluentes e interferências no ordenamento urbano e no patrimônio
cultural.
https://www.ejeq.com.br/legislacao-ambiental/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=blog_ambiental_legislação_ambiental&… 1/10
25/09/2019 Legislação Ambiental: Saiba as principais normas e como se adequar

A destinação incorreta de resíduos, degradação do meio ambiente, poluição, uso


de recursos naturais em excesso são alguns exemplos de problemas recorrentes
que empresas e empresários podem encontrar em seus negócios.

Sabemos que, na ala empresarial, muitas dessas infrações podem ser cometidas
caso não haja um controle das atividades e, nesse sentido, empresa, diretores,
gerentes, auditores podem ser punidos simplesmente por uma falta de atenção à
gestão ambiental, resultando no recebimento de multas ou, até mesmo,
suspensão das atividades da empresa.

Mas como evitar essas disfunções e se adequar às normas e legislações vigentes?


O que é preciso para que sua empresa esteja dentro da legislação e tenha uma
gestão ambiental fortalecida? Aqui vamos dar algumas dicas simples que podem
ajudar (e muito) na postura empresarial sustentável cada vez mais requisitada.

Licenciamento Ambiental
O licenciamento é uma obrigação legal da empresa para com o meio ambiente. É
através dele que o empreendedor passa a conhecer suas obrigações sobre o
controle ambiental de suas atividades.

O requerimento deve ser solicitado e então, os dados e documentos necessários


serão levantados para que possa ser aberto o processo de requerimento das
licenças e autorizações. Irregularidades no cumprimento das normas
determinadas podem resultar no cancelamento da licença.

Como saber se sua empresa precisa, de fato, de um


licenciamento ambiental?
O licenciamento ambiental é um procedimento pelo qual um órgão ambiental
autoriza a atividade e operação de empreendimentos que:

1. Utilizam de recursos naturais;


2. São considerados poluentes (emitam algum tipo de resíduo sólido, líquido ou
gasoso);
3. Degradam o meio ambiente (alteram sua natureza ou constituição).

Quais são as licenças ambientais?


A principal licença (obrigatória) é dividida em 3 etapas:

Licença prévia (LP) – primeira etapa, avaliação do local, atesta viabilidade


ambiental. São de nidos os aspectos de controle ambiental da empresa.

https://www.ejeq.com.br/legislacao-ambiental/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=blog_ambiental_legislação_ambiental&… 2/10
25/09/2019 Legislação Ambiental: Saiba as principais normas e como se adequar

O órgão licenciador pode requerer o EIA (Estudo de Impacto Ambiental), o RIMA


(Relatório de Impacto Ambiental) e o RCA (Relatório de Controle Ambiental), e,
com base nesses estudos, é de nido se a atividade se enquadra nas normas
ambientais vigentes.

Esses estudos dependem muito das condições da empresa, quais são suas
atividades e do órgão requeredor. Podem ser realizados por uma equipe técnica
ou empresa de consultoria especializados nesse assunto e com conhecimentos
para tal.

Licença de Instalação (LI) – autoriza a instalação de equipamentos para a


atividade. O projeto deve ser executado conforme o modelo apresentado a partir
da licença prévia anteriormente concedida e qualquer mudança deve ser
avaliada pelo órgão licenciador.

Licença de Operação (LO) – autoriza a atividade do empreendimento e


determina os métodos de controle e as condições de operação. Para ser renovada
deve ser requerida a renovação até 120 dias antes do prazo de validade.

Existem outras licenças secundárias que podem ser necessárias:


Dependendo das condições, restrições e medidas a serem implantadas, o órgão
pode encaminhar outras licenças ao empreendedor.

Renovação de Licença de Operação (RLO) – a LO (Licença de Operação) tem


validade de um a quatro anos. Dessa forma, a RLO deve ser solicitada com a
antecedência de 120 dias da expiração do prazo, veri cando que o
empreendimento continua funcionando de acordo com a licença de operação.

https://www.ejeq.com.br/legislacao-ambiental/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=blog_ambiental_legislação_ambiental&… 3/10
25/09/2019 Legislação Ambiental: Saiba as principais normas e como se adequar

Licença Ambiental Simpli cada (LAS) – destinada a empreendimentos de


pequeno porte, concedida antes da implantação, atesta a viabilidade ambiental,
aprova localização e autoriza o início das operações.

Dispensa de Licenciamento Ambiental Estadual (DLAE) – quando não é


competência de órgão estaduais, pode-se requerer a dispensa. Porém, ela não
exime o dispensado das exigências legais ambientais.

Licença Ambiental de Recuperação (LAR) – autoriza a recuperação de áreas


contaminadas em empreendimentos fechados, desativados ou abandonados.

Licença de Operação de Regularização (LOR) – empreendimentos e atividades


comprovadamente já instalados podem requerer para que sejam autorizados a
operar a partir de determinada data de vigência.

Autorização Ambiental – autoriza atividades temporárias, com validade de um


ano no máximo.

Quem ou quais órgãos realizam o Licenciamento


Ambiental?
O licenciamento pode ser de competência da esfera federal, estadual ou
municipal. Isso depende de critérios como localização e abrangência dos
impactos ambientais. Em geral, para pequenos/médios empreendimentos,
compete aos órgãos estaduais.

Por onde começar o processo?


É bem simples: basta solicitar no site dos institutos responsáveis de acordo com o
seu estado. No nosso estado, por exemplo, o responsável é o IAP – Instituto
Ambiental do Paraná. Caso a abrangência seja maior, a solicitação é repassada e
pode ser iniciada pelo site do Ibama.

Tratamento de E uentes
https://www.ejeq.com.br/legislacao-ambiental/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=blog_ambiental_legislação_ambiental&… 4/10
25/09/2019 Legislação Ambiental: Saiba as principais normas e como se adequar

O tratamento de e uentes ideal é indicado para cada empresa de acordo com a


carga poluidora e presença de contaminantes. Dessa forma, apenas especialistas
podem avaliar e realizar coletas para análise de diversos parâmetros que
representam a carga orgânica e a carga tóxica dos e uentes.

Em caso de tratamento próprio, a empresa deve ter licenciamento para poder


implementar suas operações de tratamento. Quando feito por terceiros deve-se
atentar para esse fato também, pois a empresa geradora pode ser
responsabilizada caso haja algum incidente.

O que é um e uente?
E uente: todo produto, líquido ou gasoso, resultante de ações humanas. Dentro
da indústria é fácil identi car os dois principais e uentes gerados: “fumaça” de
chaminés e água contaminada, seja por matéria orgânica, compostos químicos
ou tóxicos.

Por que tratar?


A água com resíduos, por exemplo, necessita de tratamento e não precisa
necessariamente ser potável em muitas indústrias. Tratando-a, a indústria deixa
de consumir água tratada pelas companhias de saneamento, economiza com sua
reutilização e reduz sua captação, colaborando para a manutenção de reservas
naturais. Além, é claro, de contribuir para que cresça a porcentagem destinada ao
uso doméstico.

A importância de uma política como essa não se dá apenas no descarte correto


de e uentes, mas também no reuso de recursos que podem ser interessantes
para a própria empresa e para o meio ambiente.

Quais os tipos de tratamento de e uentes?


Os processos de tratamento são classi cados em físicos, químicos e biológicos,
conforme a natureza dos poluentes a serem removidos e/ou das operações
unitárias utilizadas para o tratamento.

Físicos: envolvem, na maioria dos casos, separação de materiais sujeitos à


sedimentação, utuação ou suspensão e que estão presentes no e uente. Nesse
caso, os contaminantes podem ser removidos por processos de ltração,
decantação, peneiração ou extração, por exemplo;
Químicos: utilizam-se técnicas que alteram a composição molecular do e uente
a partir de produtos que atuam como agentes de coagulação, oculação,
normalização do PH e desinfecção do e uente. Processos de clari cação,
eletrocoagulação, precipitação, cloração, oxidação e redução são os mais comuns;

https://www.ejeq.com.br/legislacao-ambiental/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=blog_ambiental_legislação_ambiental&… 5/10
25/09/2019 Legislação Ambiental: Saiba as principais normas e como se adequar

Biológicos: removem a matéria orgânica e carga bacteriana presente no líquido


a ser tratado. Os processos orgânicos comumente encontrados são: aeróbios,
facultativos e anaeróbios. Esses processos dependem de um maior estudo acerca
do que está sendo tratado.

Quais são as etapas de uma estação de tratamento?


Tratamentos em estações limpam uma água extremamente contaminada,
contendo todo tipo de resíduos sólidos, líquidos e até mesmo gasosos. Por isso é
importante salientar que, trazendo para a realidade de determinadas indústrias,
muitos dos processos não são totalmente úteis pois estão totalmente atrelados
ao tipo de e uente a ser tratado (e por esse motivo não citaremos processos
especí cos). Contudo, a linha de raciocínio das 5 etapas segue sendo a mesma:

Tratamento preliminar
Finalidade: Forte separação dos sólidos presentes através de processos de
barragem física.

Tratamento primário
Finalidade: Remoção de sólidos em suspensão sedimentáveis, utuantes e
matéria orgânica através de processos físico-químicos

Tratamento secundário
Finalidade: Remoção da matéria orgânica não removida no tratamento primário
através de processos bioquímicos. Após essa etapa a água já pode retornar aos
recursos hídricos.

Tratamento do lodo
Finalidade: Redução do volume e teor de lodo (matéria orgânica).

Tratamento terciário
Finalidade: Remover poluentes especí cos a m de tornar a água mais potável
possível.

Destinação de resíduos sólidos


Não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento, disposição nal
adequada.

Essa é a ordem de prioridade de gerenciamento de resíduos sólidos de acordo


com a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Como se adequar a essas regras?

https://www.ejeq.com.br/legislacao-ambiental/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=blog_ambiental_legislação_ambiental&… 6/10
25/09/2019 Legislação Ambiental: Saiba as principais normas e como se adequar

O PGRS (Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos) é um conjunto de


documentos válidos juridicamente que buscam o controle de todas as etapas de
geração, coleta, armazenamentos, tratamento e disposição dos resíduos sólidos
em uma empresa. Um manual do que fazer com o lixo, basicamente.

O plano é necessário para todos os geradores de resíduos que não se enquadrem


como lixo domiciliar: saneamento básico, processos industriais, serviços de saúde,
construção civil, entre outros.

O PGRS possibilita um maior controle sobre qualquer resíduo gerado por sua
empresa e isso possibilita, além do alinhamento com a lei ambiental, uma
redução de gastos e aumento do lucro, por meio de uma gestão sustentável ou
até mesmo da venda desses resíduos. Deve se enquadrar de acordo com a
legislação municipal, visto que cabe aos órgãos do município a scalização.

A nal de contas, o que é e como ter uma


Gestão Ambiental?
A legislação ambiental de ne normas e infrações que devem ser conhecidas,
entendidas e, acima de tudo, praticadas.

O trabalho de uma gestão (ou do gestor) ambiental é justamente entender e


exercer suas funções em prol do meio ambiente, administrando os negócios da
empresa dentro desse contexto, garantindo assim o uso racional dos recursos
naturais e preservando a biodiversidade.

Mas o que a postura sustentável pode


trazer de vantajoso para uma empresa?
Empresários que agem com responsabilidade ambiental veem sua lucratividade
aumentada quando os consumidores preferem os produtos de sua empresa. É o
chamado “marketing verde”;
Prevenção de penalizações à empresa, multas e indenizações;
Redução de custos por meio da reutilização de recursos;
Otimização de despesas a partir do planejamento adequado na gestão
operacional;
Aumento, muitas vezes, da segurança e do bem-estar no ambiente de trabalho;
Reconhecimento empresarial sustentável;

A adoção de uma política socioambiental acompanha uma mudança


mundialmente aceita de redução do impacto ambiental e da preservação do
meio ambiente. Levando isso em conta, todos temos a responsabilidade de
cultivar e compartilhar essa visão para que possamos viver num mundo melhor.
https://www.ejeq.com.br/legislacao-ambiental/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=blog_ambiental_legislação_ambiental&… 7/10

Você também pode gostar