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Noções de

Almoxarife
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

Curso on-line – Noções de Almoxarife – Brasília:


Sest/Senat, 2016.

39 p. : il. – (EaD)

1. Administração de material. 2.
Almoxarifado. I. Serviço Social do Transporte. II.
Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte.
III. Título.

CDU 005.93

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Sumário
Apresentação 5

Unidade 1 | A Ocupação de Encarregado de Expedição na CBO 6

1. A Função de Encarregado de Expedição 8

2. Competências Necessárias ao Encarregado de Expedição 9

3. Responsabilidades do Encarregado de Expedição 10

Glossário 11

Atividades 12

Referências 14

Unidade 2 | Recepção, Conferência e Expedição de Mercadorias 15

1. Controle da Chegada dos Veículos 17

2. Recebimento de Mercadorias no Armazém 18

3. Expedição de Mercadorias 21

4. Conferência de Mercadorias 22

Glossário 24

Atividades 25

Referências 26

Unidade 3 | Técnicas para Armazenagem de Mercadorias 27

1. Arrumação das Mercadorias no Armazém 29

2. Técnicas de Disposição dos Produtos no Armazém 30

2.1 Técnica da Rotatividade do Item 30

2.2 Técnica do Tamanho do Item 31

2.3 Técnica do Índice de Volume por Pedido (IK) 31

2.4 Técnica de Agrupamento em Família 32

3. Endereçamento dos Produtos no Armazém 32

3.1 Sistema de Endereços Fixos 33

3
3.2 Sistema de Endereços Variáveis 34

3.3 Sistema de Endereçamento Misto 34

Glossário 35

Atividades 36

Referências 37

Gabarito 38

4
Apresentação

Prezado(a) aluno(a),

Seja bem-vindo(a) ao curso Noções de Almoxarife!

Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de


cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos,
você verá ícones que tem a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e
ajudar na compreensão do conteúdo.

O curso possui carga horária total de 20h e foi organizado em 3 unidades, conforme a
tabela a seguir.

Unidades Carga Horária

1 - A Ocupação de Encarregado de
6 horas
Expedição na CBO

2 - Recepção, Conferência e
6 horas
Expedição de Mercadorias

3 - Técnicas para Armazenagem de


8 horas
Mercadorias

Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:

a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas


“Aulas Interativas”;

b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60;

c) responder à “Avaliação de Reação”; e

d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado.

Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de


dúvidas, entre em contato por e-mail no endereço eletrônico suporteead@sestsenat.
org.br ou pelo telefone 0800 72 82 891.

Bons estudos!

5
UNIDADE 1 | A OCUPAÇÃO DE
ENCARREGADO DE EXPEDIÇÃO
NA CBO

6
Unidade 1 | A Ocupação de Encarregado de
Expedição na CBO

ff
Você conhece a função de encarregado de expedição? Sabe
quais são as atividades pelas quais esse profissional é
responsável? Já ouviu falar em CBO?

O encarregado de expedição é um profissional que trabalha nas mais variadas atividades


econômicas que envolvam armazenamento e movimentação de mercadorias, tais como
indústria, comércio atacadista e construção civil. Para iniciar o curso, vamos conhecer
as principais características dessa função determinadas pela Classificação Brasileira de
Ocupações (CBO) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

7
1. A Função de Encarregado de Expedição

De maneira simplificada, podemos dizer que os encarregados de expedição controlam


a movimentação de entradas e saídas e os estoques de mercadorias. Como podemos
ver, sua responsabilidade é muito grande, pois eles são responsáveis por verificar se os
produtos que entram e saem do armazém estão em conformidade com as notas e
pedidos de compra e venda.

Como o próprio nome diz, a recepção é a atividade executada


quando as mercadorias chegam ao terminal ou ao armazém. O
encarregado acompanha a chegada dos veículos e o desembarque
das cargas, confere o material que chegou e direciona essas
cargas para os locais onde serão armazenadas.

A expedição de mercadorias é o processo inverso ao de recebimento.


Na expedição, o encarregado deve conferir os pedidos, localizar as
cargas no armazém e liberar as mercadorias de acordo com cada
pedido e com cada cliente. Nem sempre há uma divisão física entre
essas as áreas de recebimento e expedição de mercadorias.

De acordo com a CBO, os profissionais que atuam na expedição de mercadorias recepcionam,


conferem e armazenam produtos e materiais em almoxarifados, armazéns, silos e depósitos,
distribuem produtos e materiais a serem expedidos, organizam o almoxarifado para facilitar
a movimentação dos itens armazenados e armazenam todos os produtos.

bb
Na CBO, a função de encarregado de expedição está classificada
com o número 4141-05, denominada “Almoxarife”. De acordo
com essa tabela de classificações, a ocupação também pode ser
conhecida como: auxiliar de almoxarifado, conferente de
mercadoria, controlador de almoxarifado, encarregado de
estoque e estoquista. Para saber mais sobre essa ocupação,
consulte a base da CBO no portal do Ministério do Trabalho e
Emprego, disponível no link a seguir.

http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/home.jsf

8
Há uma demanda por esses profissionais em diversos setores da

gg
economia, pois onde ocorre armazenamento é preciso um
responsável por receber, encaminhar, armazenar e despachar as
mercadorias. Para o exercício dessa ocupação, de acordo com a
CBO, é necessário que o profissional possua formação
equivalente ao nível médio completo e curso básico de
qualificação.

2. Competências Necessárias ao Encarregado de Expedição

De acordo com a CBO, o encarregado de expedição deve, principalmente, demonstrar


organização, pois está sob sua responsabilidade todo o controle dos produtos no
armazém.

Para realizar suas funções, esse profissional deve ser capaz de se comunicar com
facilidade, além de demonstrar criatividade, agilidade e disciplina. O encarregado
de expedição deve demonstrar iniciativa e dedicação. Em algumas situações e
dependendo do porte da empresa em que ele trabalhe, será exigido do profissional
que ele apresente espírito de liderança, a fim de organizar o fluxo de atividades no
armazém.

Em diversos momentos, será exigido do profissional que ele

ee
tome decisões tanto no recebimento quanto na expedição de
mercadorias. Com a utilização de novas tecnologias, como
computador, GPS, softwares de localização de mercadorias e de
reconhecimento de código de barras, é necessário que o
profissional atualize seus conhecimentos em informática. Para
isso, é importante que o encarregado passe por processos
periódicos de atualização e de capacitação em novas tecnologias.

9
Por ser um cargo que exige muitas horas
de trabalho em pé, movimentação e,
em alguns casos, resistência física, o
profissional deverá cuidar da saúde,
sabendo dosar suas atividades de
trabalho, de lazer e atividades físicas,
necessárias para manter o equilíbrio do
trabalhador.

3. Responsabilidades do Encarregado de Expedição

As principais atividades desenvolvidas pelo encarregado de expedição são:

• Supervisionar e orientar a expedição dos produtos, para assegurar o cumprimento


dos prazos e as condições estabelecidas para entrega;

• Planejar e supervisionar os trabalhos de estocagem dos produtos acabados,


para, assim, assegurar condições adequadas para manter sua integridade até a
expedição e entrega ao cliente;

• Supervisionar a movimentação dos produtos da fábrica para a estocagem,


visando garantir sua integridade e suas características;

• Negociar com os clientes nos casos de atraso na entrega, no sentido de manter o


melhor relacionamento entre empresa e cliente;

• Procurar a melhor maneira de atender ao cliente, com intenção de preservar a


qualidade do produto e a satisfação do cliente, em conjunto com outras áreas da
empresa;

• Obter com os clientes informações sobre prioridades e necessidades em relação


aos produtos, com a finalidade de orientar a programação da expedição;

• Manter controles e relatórios sobre estoques de produtos acabados e pedidos


em carteira, para facilitar o planejamento da produção;

10
• Manter contatos com transportadoras sobre as entregas, com a finalidade de
controlar a qualidade do serviço prestado; e

• Elaborar a rota para entrega das mercadorias, para, assim, assegurar o


cumprimento do prazo acordado com ao cliente.

Resumindo

Não raro, em muitos armazéns e terminais, o recebimento de mercadorias


é uma atividade deixada em segundo plano. Quando isso ocorre, toda a
operação no armazém fica prejudicada. Recebimentos mal planejados
atrasam todos os próximos passos do processo de armazenagem! Quando
a armazenagem não é bem feita, a expedição também é prejudicada, pois
a montagem de pedidos leva mais tempo, impactando nos custos finais.

A Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) define o perfil e as atividades


do encarregado de expedição.

De maneira simplificada, podemos dizer que os encarregados de expedição


controlam a movimentação de entradas e saídas e os estoques de
mercadorias.

Glossário

Armazenagem: Ação ou resultado de armazenar.

Espírito de liderança: Capacidade de exercer uma gestão eficiente dentro de uma


empresa.

Resistência física: É o quanto seu corpo é resistente a exercícios físicos, ou qualquer


atividade que envolva muita força do corpo em geral.

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Atividades

1) Assinale a alternativa correta.

dd Os encarregados de expedição são funcionários essenciais,


pois:

a. ( ) controlam exclusivamente a movimentação de entradas


de mercadorias.

b. ( ) controlam entradas, saídas e estoques de mercadorias.

c. ( ) controlam exclusivamente a movimentação de saída de


mercadorias.

d. ( ) controlam a pesagem dos veículos.

2) Assinale a opção que não representa características


necessárias ao encarregado de expedição no exercício de sua
função:

a. ( ) agilidade e iniciativa.

b. ( ) organização e responsabilidade.

c. ( ) subordinação e comodidade.

d. ( ) criatividade e disciplina.

3) Na expedição de mercadorias, o encarregado confere os


pedidos, localiza as cargas no armazém e libera as mercadorias
de acordo com cada pedido e com cada cliente.

( ) Certo ( ) Errado

12
4) De acordo com a CBO, o encarregado de expedição deve,
principalmente, demonstrar organização, pois está sob sua
responsabilidade todo o controle dos produtos no armazém

( ) Certo ( ) Errado

13
Referências

ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada: suprimento e distribuição física.


São Paulo: Pioneira, 1994.

ARNOLD, J. R. T. Administração de materiais: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1999.

BALLOU, R. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e


distribuição física. São Paulo: Editora Atlas, 1993.

DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas,


2015.

FARIA, A. C.; COSTA, M. F. G. Gestão de custos logísticos. São Paulo: Atlas, 2005.

MOURA, R. A. Logística: suprimentos, armazenagem, distribuição física. São Paulo:


IMAM, 1989.

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego. (2002). CBO: Classificação Brasileira de


Ocupações. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br>. Acesso em:
30 out. 2010.

NOVAES, A. G. Sistemas logísticos: transporte, armazenagem e distribuição física de


produtos. São Paulo: Ed. Edgard Blücher, 1989.

______. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro: Campus,


2015.

14
UNIDADE 2 | RECEPÇÃO,
CONFERÊNCIA E EXPEDIÇÃO DE
MERCADORIAS

15
Unidade 2 | Recepção, Conferência e Expedição de
Mercadorias

ff
Já trabalhou com recepção e expedição de mercadorias em
armazéns? Sabe como fazer uma conferência dos produtos?

Todas as atividades realizadas nos armazéns têm que ocorrer sem interrupções, num
fluxo de mercadorias contínuo, para que toda a programação de transporte seja cumprida
rigorosamente, seja no recebimento de mercadorias, seja em sua entrega. Nesta unidade,
vamos estudar mais detalhadamente os procedimentos de recepção, conferência e
expedição de mercadorias nos armazéns.

16
1. Controle da Chegada dos Veículos

Nos armazéns, a chegada dos veículos é acompanhada, em geral, pelo encarregado


de expedição. Quando o veículo chega à portaria, antes de descarregar, o profissional
responsável pelo seu recebimento deve ter em mãos uma relação de todas as chegadas
programadas.

O responsável pelo recebimento deve, impreterivelmente, no horário programado,


encaminhar os veículos às docas predefinidas para a descarga. Para isso, um formulário
bastante útil é o Plano de Chegada de Veículos. Veja um exemplo a seguir.

Tabela 1: Plano de Chegada de Veículos

Reserva Nº de Doca Doca Doca


Carga Hora
nº veículos 1 2 3

6:00

7:00

2 paletes
0001 1 8:00 x
TV

9:00

40 caixas
0002 – carga 3 10:00 x x x
diversa

11:00

50
toneladas
0003 1 12:00 x
– Sacaria
Cimento

17
aa
A espera de veículos na portaria pode atrapalhar o fluxo dos
demais veículos que entram e saem do armazém e a circulação
de veículos na área urbana. Por esse motivo, recomenda-se que
o armazém tenha uma área externa para estacionamento de
veículos.

Enquanto não recebe a autorização para seguir para a doca adequada, o motorista
pode adiantar o processo de soltura de amarras e tomar as outras providências para o
desembarque. Após a conferência da documentação da carga e do veículo, ele poderá
ser direcionado para a doca.

2. Recebimento de Mercadorias no Armazém

Os objetivos da recepção de mercadorias são:

• Retirar a carga do veículo;

• Conferir e efetuar a triagem da mercadoria; e

• Encaminhar a carga para o local onde ficará estocada ou para o local de formação
de carga na doca de embarque.

A seguir, apresentamos um formulário de recepção de mercadorias que pode auxiliar


no checklist de atividades de recepção nos terminais ou armazéns.

18
Tabela 2: Formulário de Recepção de Mercadorias

Formulário

Sim Parte Não

1. Você sabe a hora em que seus fornecedores


entregarão as mercadorias?

2. Os fornecedores e as empresas de transporte


cumprem os horários?

3. Há formação de filas de caminhões do lado


externo da empresa?

4. Existe um pátio para estacionamento dos


veículos dos fornecedores na sua empresa?

5. Existem plataformas suficientes para a


descarga simultânea de dois ou mais veículos?

6. As mercadorias são conferidas antes da


descarga?

7. Os materiais são provenientes de fornecedores


com qualidade certificada, a ponto de evitar as
conferências de recebimento?

8. Todos os materiais são recebidos em uma


portaria específica e depois encaminhados para
as docas de descarregamento?

9. Você estoca materiais nos pontos de


recebimento?

10. Os materiais recebidos estão devidamente


identificados?

11. Você utiliza identificação eletrônica no


recebimento (Código de Barras, etiquetas
inteligentes, etc.)?

19
12. A descarga é feita por meios mecânicos,
como empilhadeiras e guindastes?

13. Os materiais são recebidos em paletes?

14. Sua empresa tem controle dos paletes


recebidos?

15. Para os materiais recebidos em volumes


inferiores a uma carga paletizada, o recebimento
é rápido?

16. Você abre todas as caixas e volumes para


conferir o conteúdo?

17. Os materiais permanecem menos de um dia


no recebimento, à espera da liberação para envio
ao local de estoque ou ao embarque (Transit
Points ou Cross Docking)?

18. Você reembala, pesa ou etiqueta os materiais


para envio ao estoque?

19. A área de recebimento do seu almoxarifado


representa menos de 10% da área total do
armazém?

20. Você usa equipamentos adequados para


movimentação de mercadorias na descarga dos
veículos?

TOTAL

Número de Respostas SIM:

De 16 a 20: Suas operações de recebimento são


excelentes!

20
De 10 a 15: Faça uma melhoria contínua em
todas as suas atividades de recebimento; há um
número grande de processos ineficientes.

Abaixo de 10: Suas operações de recebimento


estão se tornando um gargalo para seu armazém
ou terminal. Promova uma revisão urgente nessa
atividade!

Fonte: Moura, 1998.

3. Expedição de Mercadorias

Quando recebe um pedido, o


encarregado de expedição deve solicitar
as mercadorias ao responsável pela
estocagem. A mercadoria deverá ser
encaminhada da área de estocagem para
a área de preparação dos pedidos, onde
será separada, agrupada e embalada.

Em geral, os pedidos são colocados em


um palete antes de ser embarcados no
veículo. No entanto, quando o pedido
é pequeno e insuficiente para compor um palete, volumes individuais podem ser
colocados diretamente no veículo.

aa
Cargas paletizadas e cargas individuais podem ser expedidas
em um mesmo veículo. Dentro do veículo, pode haver uma
separação entre os pedidos para facilitar sua localização e
entrega.

21
Por questão de praticidade, é importante arrumar as cargas de

ee
acordo com a sequência prevista para entregas. As cargas que
entrarem primeiro no caminhão devem ser as que sairão por
último!

4. Conferência de Mercadorias

Outra tarefa extremamente importante realizada pelo encarregado de expedição é


a conferência de materiais. Essa atividade deverá ser executada tanto na recepção
quanto na expedição de mercadorias.

O encarregado deverá fazer um exame quantitativo e qualitativo


dos materiais, incluindo em sua conferência:

• A especificação (descrição da mercadoria);

• A quantidade (número de itens);

• A unidade (caixa, saco, kg, tonelada, palete, contêiner etc.); e

• Os preços das mercadorias.

Os itens verificados devem ser idênticos aos descritos no documento de entrega de


mercadorias, que pode ser, por exemplo, uma nota fiscal ou o documento de transporte
(conhecimento de transporte de carga).

bb
Assista ao vídeo sobre conferência de mercadorias, disponível
no link a seguir:

https://www.youtube.com/watch?v=gZRhuIKZ8lE

22
Não basta verificar se o documento existe, pois nele pode estar descrito um material
e você estar recebendo outro. Na conferência, o documento e a mercadoria devem ser
cuidadosamente observados. Você deve verificar todos os itens e ver se realmente o
que está no documento é o que está sendo recebido no armazém.

A mesma coisa deve ser feita no caso de expedição de mercadorias. O encarregado


deverá verificar se as mercadorias que compõem a entrega são as mesmas listadas
no documento de pedido. Você deverá verificar novamente todos os itens: descrição,
quantidade, unidade e preços especificados.

A conferência é importante, pois a qualquer comprador cabe o direito de abrir, examinar,


contar, pesar, medir, comprovar e confrontar com amostras em seu poder, cabendo o
direito de recusar, devolver e não receber tudo aquilo que não estiver exatamente
dentro do combinado.

Esse direito é garantido pelo Código de Defesa do Consumidor.

ee
Deve-se fazer valer o seu direito para evitar perdas em todo o
restante do processo de armazenagem ou mesmo evitar o risco
de perder o cliente que certamente não aceitará uma carga fora
de suas especificações pré-acordadas. Confira tudo para não ter
prejuízos futuros!

Em relação à qualidade das cargas, deve-se realizar uma conferência amostral nos
casos de lotes grandes de pedidos. Essa prática evita a necessidade de conferir todos
os itens, o que gera atrasos enormes para a armazenagem.

O relatório de inspeção relaciona as mercadorias que não estão em conformidade com


o pedido e deve ser repassado ao fornecedor para que ele conheça os motivos pelos
quais os produtos foram rejeitados.

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Resumindo

Todas as atividades realizadas nos armazéns (recepção, conferência,


embalagem, estocagem, expedição, preparação de pedidos, entre outras)
contribuem com a melhoria do nível de serviço logístico e podem acarretar
redução nos custos logísticos totais quando forem executadas de forma
adequada.

Para itens de carga geral, normalmente, a expedição é feita com a ajuda de


paletes para unitizar a mercadoria.

A conferência tem o objetivo de verificar se a mercadoria recebida ou


expedida está de acordo com o pedido efetuado.

Glossário

Checklist: É uma lista de verificação ou de checagem.

Paletizado: Mercadoria fixada sobre bandeja de fibra ou metálica, para operação em


bloco, no transporte.

Unitizar: Reunir cargas diversas formando volume único.

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Atividades

1) Quando recebe um pedido, o encarregado de expedição

dd
deve solicitar as mercadorias ao responsável pela estocagem.
A mercadoria deverá ser encaminhada da área de estocagem
para a área de preparação dos pedidos, onde será separada,
agrupada e embalada.

( ) Certo ( ) Errado

2) Para a recepção de mercadorias, o encarregado deverá


fazer um exame quantitativo e qualitativo, incluindo em sua
conferência:

a. ( ) a descrição da mercadoria que consta na nota em relação


à que ele recebe.

b. ( ) a quantidade de mercadoria expedida.

c. ( ) a quantidade desses itens que ele possui no depósito.

d. ( ) os preços da nota fiscal em relação aos preços do


pedido.

3) Após a conferência da mercadoria, o encarregado poderá


recusar a carga e devolvê-la caso ele não receba o que foi
combinado, mesmo se houver produtos de que também
necessita naquele momento.

( ) Certo ( ) Errado

4) A conferência de mercadorias é feita apenas de forma


quantitativa.

( ) Certo ( ) Errado

25
Referências

ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada: suprimento e distribuição física.


São Paulo: Pioneira, 1994.

ARNOLD, J. R. T. Administração de materiais: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1999.

BALLOU, R. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e


distribuição física. São Paulo: Editora Atlas, 1993.

DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas,


2015.

FARIA, A. C.; COSTA, M. F. G. Gestão de custos logísticos. São Paulo: Atlas, 2005.

MOURA, R. A. Logística: suprimentos, armazenagem, distribuição física. São Paulo:


IMAM, 1989.

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego. (2002). CBO: Classificação Brasileira de


Ocupações. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br>. Acesso em:
30 out. 2010.

NOVAES, A. G. Sistemas logísticos: transporte, armazenagem e distribuição física de


produtos. São Paulo: Ed. Edgard Blücher, 1989.

______. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro: Campus,


2015.

26
UNIDADE 3 | TÉCNICAS
PARA ARMAZENAGEM DE
MERCADORIAS

27
Unidade 3 | Técnicas para Armazenagem de
Mercadorias

ff
Você sabe como alocar a mercadoria em um armazém? Conhece
as técnicas de dar endereçamento à carga?

Nos armazéns, a carga deve ser disposta e endereçada de forma organizada e coerente,
para que os movimentos sejam minimizados e para que os itens sejam encontrados
rapidamente quando solicitados. Um bom arranjo das cargas evita deterioração, danos,
perdas e contaminação entre os produtos. Nesta unidade, veremos algumas técnicas para
organizar a mercadoria nos armazéns.

28
1. Arrumação das Mercadorias no Armazém

A alocação de produtos em um armazém refere-se à


determinação do local do depósito em que serão colocados os
vários produtos. Ela visa minimizar as despesas com a
movimentação e melhorar a utilização do espaço, além de
satisfazer à necessidade de localização rápida dos produtos.

Você sabia que a disposição dos produtos no armazém pode ser baseada em quatro
critérios básicos? Vamos à definição de cada um deles.

Tabela 1: Critérios de Disposição dos Produtos

Define que os itens que são geralmente


requisitados juntos devem ficar armazenados
i) Complementaridade em locais próximos no interior do armazém.
Exemplo: tintas e pincel; lâminas de barbear e
creme de barbear; canetas e lápis etc.

Define itens que não podem ser colocados


ii) Compatibilidade próximos a outros. Exemplo: produtos químicos
e alimentos; gasolina e fósforo etc.

Considera que os produtos têm rotatividades


diferentes em um armazém. Itens com alta
iii) Popularidade rotatividade são chamados de populares e
devem ficar localizados próximos da saída,
evitando viagens longas dentro do armazém.

Determina que sejam armazenados os itens


iv) Tamanho e Peso pequenos e leves próximos da saída do
armazém.

29
Com base nesses critérios, foram desenvolvidos métodos com o objetivo de dividir
o espaço disponível no armazém entre os vários tipos de produtos de uma maneira
racional e organizada, fatores importantes na gestão moderna dos armazéns, sejam
eles automáticos ou manuais.

bb
Assista ao vídeo sobre armazenagem e movimentação para
entender melhor como funciona o processo na prática, disponível
no link a seguir:

https://www.youtube.com/watch?v=7M3RBdF6shg

2. Técnicas de Disposição dos Produtos no Armazém

2.1 Técnica da Rotatividade do Item

A técnica ou método de disposição dos produtos de acordo com


a sua rotatividade consiste em dividir o espaço do armazém de
forma a minimizar as distâncias de deslocamentos efetuados
pelas máquinas e pessoas e reduzir o tempo para a formação
dos pedidos.

Para isso, é necessário que os produtos com alta rotatividade (os mais vendidos) sejam
posicionados próximo às docas de recepção/expedição. Evidentemente, os itens com
menor rotatividade serão dispostos mais distantes das docas de carga e descarga de
produtos.

30
2.2 Técnica do Tamanho do Item

Essa técnica aconselha a separação dos itens pequenos dos itens


grandes, de maneira a permitir que os primeiros sejam
localizados nas áreas mais próximas dos pontos de saída de
mercadorias no armazém.

Com isso, a movimentação é reduzida, pois uma maior quantidade de itens pode ser
localizada perto das zonas de remessa e de recebimento dos produtos.

aa
Os itens de grande volume devem ser dispostos nos fundos do
almoxarifado ou armazém, em locais mais distantes das docas
de recepção e de expedição de produtos. Caso as docas de
expedição e de recepção de produtos não ocupem áreas comuns
no depósito, você deverá estocar os produtos de pequeno
volume em áreas mais próximas da doca de expedição.

2.3 Técnica do Índice de Volume por Pedido (IK)

É possível que, num depósito, os itens de maior rotatividade sejam aqueles de maior
volume e os de menor rotatividade sejam os menores. Nesse caso, as técnicas anteriores
não fornecem respostas muito precisas sobre o posicionamento adequado dos itens
no interior do armazém.

Para encontrar soluções racionais para essas situações, foi desenvolvida uma terceira
técnica que considera simultaneamente o tamanho da mercadoria e sua rotatividade,
com o intuito de melhorar a disposição dos itens nos armazéns.

31
Essa técnica é conhecida por índice de volume por pedido (Ik) e
consiste em combinar tanto o movimento quanto o volume do
produto como dois fatores importantes no layout do estoque
no armazém.

O índice de volume por pedido é definido pela razão entre o volume solicitado do
produto (V) e a quantidade diária de pedidos em que se requisita o produto (P). É dado
pela equação:

Ik= Vk / Pk

Onde: ( k = 1, 2, 3, ... n )

Logo, um produto com índice IK baixo deve, segundo esse método, ser localizado
próximo às docas, o que assegura que o maior volume de estoque será deslocado na
menor distância.

2.4 Técnica de Agrupamento em Família

Essa técnica segue o critério de agrupar em locais próximos


itens que aparecem com frequência nos mesmos pedidos, itens
do mesmo tamanho, itens da mesma espécie de materiais (por
exemplo, sabão, detergente e sabonete).

Com esses critérios, a busca dos itens para montagem dos pedidos será facilitada.

3. Endereçamento dos Produtos no Armazém

O endereçamento funciona mais ou menos como a atividade de distribuição e coleta de


correspondências pelos Correios. Todo espaço na prateleira ou na estante deve ter um
endereço (como se fosse um CEP) para identificar sua localização exata no depósito.

32
Antes que a carga seja recebida no almoxarifado ou armazém, deve ser definido o local
ideal para sua estocagem. O planejamento antecipado definirá onde cada mercadoria
que ainda vai chegar deve ser guardada.

Quando um pedido é montado, os itens solicitados precisam ser encontrados e


recuperados. A localização envolve, então, o estudo de três métodos básicos de
endereçamento das mercadorias no armazém: o sistema de endereçamento fixo, o
sistema de endereçamento variável e o sistema misto.

3.1 Sistema de Endereços Fixos

Nesse sistema, é designada uma localização permanente para


cada produto, aos quais são associados códigos (exemplo:
etiquetas inteligentes ou código de barras).

A vantagem deste método é a facilidade


de localizar o produto no momento
em que ele é solicitado, uma vez que
esse produto está sempre estocado
no mesmo local dentro do armazém. A
facilidade de recuperação do produto
permite maior agilidade na formação
do pedido, reduzindo, assim, o tempo
de carregamento do veículo e de
atendimento ao cliente.

Por outro lado, esse sistema apresenta a desvantagem de criar espaço ocioso,
principalmente nas ocasiões em que os níveis de estoque são inferiores ao pico da
demanda. Se um determinado espaço só recebe um determinado produto, o espaço
fica vazio quando ele está em falta.

33
3.2 Sistema de Endereços Variáveis

O princípio desse sistema é colocar o produto em qualquer lugar


disponível no momento de sua chegada ao depósito. Esse
sistema proporciona uma melhor utilização do espaço, pois o
encarregado destina os produtos para as áreas livres,
preenchendo os espaços do depósito de maneira mais
organizada e racional.

No entanto, para obter um bom funcionamento deste sistema, as exigências são


bem maiores. É necessário codificar os produtos assim que chegam, dando a eles
um endereço exato de onde estão. Esse sistema é mais indicado para armazenagens
automatizadas, que utilizam computadores e programas de informática para endereçar
e localizar os produtos no armazém.

Além disso, o sistema de endereçamento variável pode resultar em maiores


deslocamentos, tendo em vista que um mesmo tipo de produto pode estar disposto
em vários locais. Esses deslocamentos ocasionam um tempo maior para a formação
dos pedidos, influenciando no prazo de atendimento ao cliente.

3.3 Sistema de Endereçamento Misto

Baseia-se na utilização simultânea dos dois sistemas anteriores.


Primeiramente, cada categoria de produto recebe uma
determinada zona dentro do armazém (endereço fixo). No
interior das zonas, os itens são colocados onde houver espaço
disponível (endereço variável).

Esse sistema mostrou-se eficiente em várias ocasiões, especialmente em armazéns


que utilizam mercadorias paletizadas e com grande volume de movimentação.

34
Em qualquer um dos três sistemas apresentados, a utilização do

cc código de barras e de etiquetas inteligentes para identificação


do produto e de seu endereço, aliada ao uso da informática, traz
resultados bastante positivos na gestão do almoxarifado.

Resumindo

Atualmente, existem muitos métodos que podem ser utilizados na definição


de um sistema de localização para encontrar a mercadoria desejada no
almoxarifado.

Os sistemas de endereçamento podem ser fixos, variáveis e mistos.

Há várias formas de alocação dos produtos em um armazém. A popularidade


do item, o tamanho do item, o índice de volume por pedido e o agrupamento
em famílias de produtos são algumas delas.

Glossário

Endereçamento: Ato de enviar, remeter, encaminhar.

Rotatividade: Rodízio frequente, intenso.

Simultânea: Ação que ocorre ao mesmo tempo ou quase ao mesmo tempo em que
outra.

35
Atividades

1) A atividade de alocação dos produtos no depósito refere-

dd
se aos métodos de processamento e formação dos pedidos.

( ) Falso ( ) Verdadeiro

2) Não é um critério para a disposição de produtos nos


armazéns:

a. ( ) complementaridade.

b. ( ) data de chegada.

c. ( ) popularidade.

d. ( ) tamanho do item.

3) A técnica de Índice de Volume por Pedido combina outras


duas técnicas. Assinale a alternativa que contém essas duas
técnicas.

a. ( ) endereçamento fixo e variável.

b. ( ) recebimento e expedição.

c. ( ) formação de pedidos e controle de estoques.

d. ( ) rotatividade e tamanho do item.

4) O princípio do sistema de endereçamento fixo é colocar o


produto em qualquer lugar disponível no momento de sua
chegada ao depósito. Esse sistema proporciona uma melhor
utilização do espaço, pois o encarregado destina os produtos
para as áreas livres, preenchendo os espaços do depósito de
maneira mais organizada e racional.

( ) Falso ( ) Verdadeiro

36
Referências

ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada: suprimento e distribuição física.


São Paulo: Pioneira, 1994.

ARNOLD, J. R. T. Administração de materiais: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1999.

BALLOU, R. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e


distribuição física. São Paulo: Editora Atlas, 1993.

DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas,


2015.

FARIA, A. C.; COSTA, M. F. G. Gestão de custos logísticos. São Paulo: Atlas, 2005.

MOURA, R. A. Logística: suprimentos, armazenagem, distribuição física. São Paulo:


IMAM, 1989.

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego. (2002). CBO: Classificação Brasileira de


Ocupações. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br>. Acesso em:
30 out. 2010.

NOVAES, A. G. Sistemas logísticos: transporte, armazenagem e distribuição física de


produtos. São Paulo: Ed. Edgard Blücher, 1989.

______. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro: Campus,


2015.

37
Gabarito

Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4

Unidade 1 B C C C

Unidade 2 C A C E

Unidade 3 F B D F

38

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