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Centro Universitário UniFBV – Wyden

Reflexão do Filme - Crash: No Limite.

Tópicos Especiais em Psicologia

Aluno (a): Monique Hellem do Nascimento Barros

Curso: Psicologia – 7º Período - Manhã

Prof°: Patrícia Reis

Recife – PE,
2019
O filme retrata as diversas faces do preconceito, desde os de cunho racial ao regional,
tendo base no modelo capitalista e desigual do modo de vida americano, que tem como
base histórica e cultural a segregação racial, foco principal da história. Na trama o pais
acaba de passar pelos ataques do 11 de setembro, durante o governo Bush, que culmina
no compartilhamento nacional de sentimentos de desconfiança e insegurança. Dessa
forma, o pais está mergulhado em uma crise principalmente política, conhecida pelo
poder de polarização em diversas estruturas nacionais, esse conjunto combinado com a
pratica já referida de segregação e vulnerabilidade social americana, inflama os ânimos
dos cidadãos e aflora ainda mais aspectos negativos da cultura, tal como o racismo. Na
história, que é centrado em vários personagens, cada um com suas características étnico-
raciais e suas vidas cotidianas, onde o foco se divide a partir das relações que são ou vão
sendo estabelecidas, afetivas, românticas, familiares e profissional, mas não só. A
princípio é possível perceber uma crítica mais pontual com relação ao preconceito racial
contra negros, seguindo a linha cultural dos brancos X negros, mas no decorrer do
filme, os casos de racismos se ampliam em outros horizontes e também abrange a
xenofobia. Cada caso acontece de forma sutil, mostrando o quão impregnado o racismo
está dentro das culturas e do dia de cada um de nós, em diversos momentos cada um dos
sujeitos da trama se vê em uma situação de violência, em que ocupam diversos papeis
sociais, hora como vilão ou mocinho, reafirmando a inexistência de uma única categoria
qualitativa, onde ou se é bom (mocinho) ou se é mau (vilão). Como no caso do policial,
que a partir de uma visão essencialmente racista, aborda um casal de negros em uma
estrada. Na cena, a mulher também é vítima de assedio por parte do policial.
Posteriormente o mesmo policial quase perde a vida ao tentar salva-la de um acidente de
carro, quando ela se nega a ser tocada por ele. A história também faz críticas ao
comercio armamentício, forte no pais. Em uma das sequências, mostra uma mulher e
seu pai adquirindo de forma simples (como comprar pão na padaria) uma arma de fogo
e munições, na ação acontecem dois fatos importantes que direcionam mesmo que
sutilmente a crítica, além do machismo e da xenofobia que compõe a cena, é clara a
falta de informação acerca do produto adquirido. O que reafirma a irresponsabilidade e
desinformação de muitos cidadãos acerca do uso de armas de fogo. Posteriormente, a
leviandade com que o objeto é tratado, culmina no seu uso irresponsável e quase
termina em tragédia. É importante salientar que as histórias parecem ser organizadas a
levarem a trama a se apresentar em cadeias subsequentes de consequência, ou seja, uma
ação que interfere direta ou indiretamente na ocorrência de outra até o final do filme,
que o corre em grande parte, como movimentos gerados por culpa. No geral o filme
parece partir de uma premissa, que nos mostra de forma real e intensa as nuances do
preconceito e sua forma sutil de disseminação, que age como uma cadeia interminável e
que se introjetada cada vez mais no modo de ser do humano, mas também tudo tem dois
lados e que existe uma forma, mesmo que progressivamente, de mudar a realidade a
partir principalmente de ações e conscientização.

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