Você está na página 1de 7

LINGUAGENS, CÓDIGOS

E SUAS TECNOLOGIAS
FRENTE: PORTUGUÊS I
EAD – MEDICINA
PROFESSOR(A): ÂNGELO SAMPAIO

AULA 02

ASSUNTO: FIGURAS DE LINGUAGEM I

Prosopopéia
Resumo Teórico Também chamada de personificação. Confere características
de um ser vivo ao um ser inanimado.
Exemplos:
Figuras de linguagem • “O mar fica tranquilo a essa hora do dia.”
Estratégias do autor para provocar em seu texto determinado • “São Paulo é uma cidade agitada, percebe-se pelo seu
efeito na interpretação do seu leitor. trânsito.”
Podem estar relacionadas a aspectos:
• Semânticos Sinestesia
• Sintáticos Cruzamento de impressões sensoriais diferentes.
• Fonológicos
Exemplos:
Metáfora • “O teu doce olhar me encanta como nenhum outro.”
• “Os barcos na baía de Guanabara deslizam no azul macio do
Semelhança subentendida ou comparação elíptica. mar.”
Exemplos:
• “Pode me contar o segredo que minha boca é um túmulo.”
• “Há um nuvem negra no meu peito a me atormentar noite e Exercícios
dia.”

Comparação 01. (Enem/2013)


CAPÍTULO LIV – A PÊNDULA
Dá-se de maneira explícita e exibe o nexo comparativo como.
Saí dali a saborear o beijo. Não pude dormir; estirei-me na
Exemplos:
cama, é certo, mas foi o mesmo que nada. Ouvi as horas todas da
• “Você é agitada como seu pai.” noite. Usualmente, quando eu perdia o sono, o bater da pêndula
• “Ele tem trabalhado como um trabalhador braçal.” fazia-me muito mal; esse tic-tac soturno, vagaroso e seco, parecia
dizer a cada golpe que eu ia ter um instante menos de vida.
Metonímia Imaginava então um velho diabo, sentado entre dous sacos, o da
A parte pelo todo ou o todo pela parte. vida e o da morte, a tirar as moedas da vida para dá-las à morte,
e a contá-las assim:
Exemplos: — Outra de menos…
• “Ouvi Caetano o domingo passado inteiro.” — Outra de menos…
(a música de Caetano) — Outra de menos…
— Outra de menos…
• “Tenho lido Clarice Lispector para minha tese de mestrado. O mais singular é que, se o relógio parava, eu dava-lhe corda,
(a obra de Clarice) para que ele não deixasse de bater nunca, e eu pudesse contar
• “O bonde passa cheio de pernas.” todos os meus instantes perdidos. Invenções há, que se transformam
(Drummond) (pernas = pessoas) ou acabam; as mesmas instituições morrem; o relógio é definitivo e
perpétuo. O derradeiro homem, ao despedir-se do sol frio e gasto,
Catacrese há-de ter um relógio na algibeira, para saber a hora exacta em que
morre. Naquela noite não padeci essa triste sensação de enfado,
Supre a falta de um termo próprio para designar determinadas mas outra, e deleitosa. As fantasias tumultuavam-me cá dentro,
coisas. vinham umas sobre outras, à semelhança de devotas que se abalroam
Exemplos: para ver o anjo-cantor das procissões. Não ouvia os instantes perdidos,
• “Sentei-me no braço da cadeira apenas para descansar.” mas os minutos ganhados.
• “As maçãs de seu rosto estão coradas.” ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992
• “Quebrei a asa da xícara quando fui lavá-la.” (fragmento).

F BONL INE .CO M. BR OSG.: 117744/17

//////////////////
MÓDULO DE ESTUDO

O capítulo apresenta o instante em que Brás Cubas revive Os meios de comunicação podem contribuir para a resolução de
a sensação do beijo trocado com Virgília, casada com Lobo problemas sociais, entre os quais o da violência sexual infantil.
Neves. Nesse contexto, a metáfora do relógio desconstrói certos Nesse sentido, a propaganda usa a metáfora do pesadelo para
paradigmas românticos, porque A) informar crianças vítimas de violência sexual sobre os perigos
A) o narrador e Virgília não têm percepção do tempo em seus dessa prática, contribuindo para erradicá-la.
encontros adúlteros. B) denunciar ocorrências de abuso sexual contra meninas, com
B) como “defunto autor”, Brás Cubas reconhece a inutilidade de o objetivo de colocar criminosos na cadeia.
tentar acompanhar o fluxo do tempo. C) dar a devida dimensão do que é abuso sexual para uma criança,
C) na contagem das horas, o narrador metaforiza o desejo de enfatizando a importância da denúncia.
triunfar e acumular riquezas. D) destacar que a violência sexual infantil predomina durante a noite,
D) o relógio representa a materialização do tempo e redireciona o que requer maior cuidado dos responsáveis nesse período.
o comportamento idealista de Brás Cubas. E) chamar a atenção para o fato de o abuso infantil durante o sono,
E) o narrador compara a duração do sabor do beijo à perpetuidade sendo confundido por algumas crianças com um pesadelo.
do relógio.
04. (Enem/2013) Gripado, penso entre espirros em como a palavra
02. (Enem/2000) gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas. Partiu
da Itália em 1743 a epidemia de gripe que disseminou pela Europa,
BICHO URBANO
além do vírus propriamente dito, dois vocábulos virais: o italiano
Se disser que prefiro morar em Pirapemas influenza e o francês grippe. O primeiro era um termo derivado
ou outra cidade pequena do país do latim medieval influentia, que significava “influência dos astros
estou mentindo sobre os homens”. O segundo era apenas a forma nominal do
ainda que lá se possa de manhã verbo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se que fizesse referência
lavar o rosto no orvalho ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.
e o pão preserve aquele branco RODRIGUES, S. “Sobre palavras”. Veja. São Paulo. 30 nov. 2011.
sabor de alvorada.
[…] Para se entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso
que o leitor reconheça a ligação entre seus elementos. Nesse texto,
A natureza me assusta. a coesão é construída predominantemente pela retomada de um
Com seus matos sombrios suas águas termo por outro e pelo uso da elipse. O fragmento do texto em
suas aves que são como aparições que há coesão por elipse do sujeito é:
me assusta quase tanto quanto A) “[…] a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios
esse abismo entre línguas.”
de gases e de estrelas B) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe […]”.
aberto sob minha cabeça. C) “O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia,
que significava ‘influência dos astros sobre os homens’.”
GULLAR, F. Toda poesia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1991.
D) “O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper […]”.
Embora não opte por viver numa pequena cidade, o poeta E) “Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o
reconhece elementos de valor no cotidiano das pequenas vírus se apossa do organismo infectado.”
comunidades. Para expressar a relação do homem com alguns
desses elementos, ele recorre à sinestesia, construção de 05. (Enem/2013)
linguagem em que se mesclam impressões sensoriais diversas.
Assinale a opção em que se observa esse recurso.
A) “me assusta quase tanto quanto /esse abismo/ de gases e de
estrelas/ aberto sob minha cabeça.
B) “e o pão preserve aquele branco/ sabor de alvorada.”
C) “ainda que lá se possa de manhã / lavar o rosto no orvalho”
D) “suas aves que são como aparições / me assusta tanto quanto”
E) “A natureza me assusta./ Com seus matos sombrios suas
águas”

03. (Enem/2014)

CURY, C. Disponível em: <http://tirasnacionais.blogspot.com>.


Acesso em: 13 nov. 2011.

A tirinha denota a postura assumida por seu produtor frente ao


uso social da tecnologia para fins de interação e de informação.
Tal posicionamento é expresso, de forma argumentativa, por meio
de uma atitude
A) crítica, expressa pelas ironias.
B) resignada, expressa pelas enumerações.
C) indignada, expressa pelos discursos diretos.
Disponível em: <www.portaldapropaganda.com.br>. D) agressiva, expressa pela contra-argumentação.
Acesso em: 29 out. 2013. (Adaptado) E) alienada, expressa pela negação da realidade.

FBONL INE .COM . BR 2 OSG.: 117744/17

//////////////////
MÓDULO DE ESTUDO

06. (Enem/2013) 08. (Enem/2010)


JOGAR LIMPO TESTES

Argumentar não é ganhar uma discussão a qualquer preço. Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da
Convencer alguém de algo é, antes de tudo, uma alternativa à Internet. O nome do teste era tentador: “O que Freud diria de
prática de ganhar uma questão no grito ou na violência física você”. Uau. Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o
– ou não física. Não física, dois-pontos. Um político que mente seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os
descaradamente pode cativar eleitores. Uma publicidade que joga doze anos, depois disso você buscou conhecimento intelectual
baixo pode constranger multidões a consumir um produto danoso para seu amadurecimento”. Perfeito! Foi exatamente o que
ao ambiente. Há manipulações psicológicas não só na religião.
aconteceu comigo. Fiquei radiante: eu havia realizado uma
E é comum pessoas agirem emocionalmente, porque vítimas de
consulta paranormal com o pai da psicanálise, e ele acertou na
ardilosa – e cangoteira – sedução. Embora a eficácia a todo preço
não seja argumentar, tampouco se trata de admitir só verdades mosca.
científicas – formar opinião apenas depois de ver a demonstração Estava com tempo sobrando, e curiosidade e algo que não
e as evidências, como a ciência faz. Argumentar é matéria da vida me falta, então resolvi voltar ao teste e responder tudo diferente do
cotidiana, uma forma de retórica, mas é um raciocínio que tenta que havia respondido antes. Marquei umas alternativas esdrúxulas,
convencer sem se tornar mero cálculo manipulativo, e pode ser que nada tinham a ver com minha personalidade. E fui conferir
rigoroso sem ser científico. o resultado, que dizia o seguinte: “Os acontecimentos da sua
Língua Portuguesa, São Paulo, ano 5, n. 66, abr. 2011. (Adaptado). infância a marcaram até os 12 anos, depois disso você buscou
conhecimento intelectual para seu amadurecimento”.
No fragmento, opta-se por uma construção linguística bastante
MEDEIROS, M. Doidas e santas. Porto Alegre, 2008 (adaptado).
diferente em relação aos padrões normalmente empregados na
escrita. Trata-se da frase “Não física, dois-pontos”. Nesse contexto,
a escolha por se representar por extenso o sinal de pontuação Quanto às influências que a Internet pode exercer sobre os
que deveria ser utilizado usuários, a autora expressa uma reação irônica no trecho:
A) enfatiza a metáfora de que o autor se vale para desenvolver A) “Marquei umas alternativas esdrúxulas, que nada tinham a ver”.
seu ponto de vista sobre a arte de argumentar. B) “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos”.
B) diz respeito a um recurso de metalinguagem, evidenciando as C) “Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da
relações e as estruturas presentes no enunciado. Internet”.
C) é um recurso estilístico que promove satisfatoriamente a D) “Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o seguinte”.
sequenciação de ideias, introduzindo apostos exemplificativos. E) “Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal
D) ilustra a flexibilidade na estruturação do gênero textual, a qual
com o pai da psicanálise”.
se concretiza no emprego da linguagem conotativa.
E) prejudica a sequência do texto, provocando estranheza no
leitor ao não desenvolver explicitamente o raciocínio a partir 09. (Enem/2009) Oximoro, ou paradoxismo, é uma figura de retórica
de argumentos. em que se combinam palavras de sentido oposto que parecem
excluir-se mutuamente, mas que, no contexto, reforçam a
07. (Enem/2012) expressão.
Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa.
AQUELE BÊBADO
— Juro nunca mais beber – e fez o sinal da cruz com os Considerando a definição apresentada, o fragmento poético da
indicadores. Acrescentou: — Álcool. obra Cantares, de Hilda Hilst, publicada em 2004, em que pode
O mais, ele achou que podia beber. Bebia paisagens,
ser encontrada a referida figura de retórica é:
músicas de Tom Jobim, versos de Mário Quintana. Tomou um
pileque de Segall. Nos fins de semana embebedava-se de Índia A) “Dos dois contemplo
Reclinada, de Celso Antônio. rigor e fixidez.
— Curou-se 100% de vício – comentavam os amigos. Passado e sentimento
Só ele sabia que andava bêbado que nem um gambá. me contemplam” (p. 91).
Morreu de etilismo abstrato, no meio de uma carraspana de pôr B) “De sol e lua
do sol no Leblon, e seu féretro ostentava inúmeras coroas de De fogo e vento
ex- alcoólatras anônimos. Te enlaço” (p. 101).
ANDRADE, C. D. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: Record, 1991. C) “Areia, vou sorvendo
A água do teu rio” (p. 93).
A causa mortis do personagem, expressa no último parágrafo, D) “Ritualiza a matança
adquire um efeito irônico no texto porque, ao longo da narrativa, de quem só te deu vida.
ocorre uma E me deixa viver
A) metaforização do sentido literal do verbo “beber”. nessa que morre” (p. 62).
B) aproximação exagerada da estética abstracionista. E) “O bisturi e o verso.
C) apresentação gradativa da coloquialidade da linguagem. Dois instrumentos
D) exploração hiperbólica da expressão “inúmeras coroas”. entre as minhas mãos” (p. 95).
E) citação aleatória de nomes de diferentes artistas.

OSG.: 117744/17
3 F BON LI NE .CO M. B R
//////////////////
MÓDULO DE ESTUDO

• Texto para as questões 10 e 11.

CANÇÃO DO VENTO E DA MINHA VIDA

O vento varria as folhas,


O vento varria os frutos,
O vento varria as flores…
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.

[…] Almanaque Brasil, maio/2007 (com adaptações).

O vento varria os sonhos A próxima figura mostra, em campo de visão ampliado,


E varria as amizades... como povos de culturas não indígenas percebem o espaço estelar
O vento varria as mulheres… em que a Ema é vista.
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.

O vento varria os meses


E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967.
Disponível em: <geocities.yahoo.com.br>. (Adaptado)

10. (Enem/2009) Predomina no texto a função da linguagem


12. (Enem/2008) Assinale a opção correta a respeito da linguagem
A) fática, porque o autor procura testar o canal de comunicação.
empregada no texto A Ema.
B) metalinguística, porque há explicação do significado das
A) A palavra Cut’uxu é um regionalismo utilizado pelas populações
expressões.
próximas às aldeias indígenas.
C) conativa, uma vez que o leitor é provocado a participar de uma B) O autor se expressa em linguagem formal em todos os períodos
ação. do texto.
D) referencial, já que são apresentadas informações sobre C) A ausência da palavra Ema no início do período “É limitada
acontecimentos e fatos reais. (…)” caracteriza registro oral.
E) poética, pois chama-se a atenção para a elaboração especial e D) A palavra Cut’uxu está destacada em itálico porque integra o
artística da estrutura do texto. vocabulário da linguagem informal.
E) No texto, predomina a linguagem coloquial porque ele consta
11. (Enem/2009) Na estruturação do texto, destaca-se de um almanaque.
A) a construção de oposições semânticas.
B) a apresentação de ideias de forma objetiva. 13. (Enem/2007)
C) o emprego recorrente de figuras de linguagem, como o
O AÇÚCAR
eufemismo.
D) a repetição de sons e de construções sintáticas semelhantes. O branco açúcar que adoçará meu café
E) a inversão da ordem sintática das palavras. nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
• Texto para a próxima questão. nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

A EMA Vejo-o puro


O surgimento da figura da Ema no céu, ao leste, no anoitecer, e afável ao paladar
como beijo de moça, água na pele, flor
na segunda quinzena de junho, indica o início do inverno para os
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
índios do sul do Brasil e o começo da estação seca para os do norte.
não foi feito por mim.
É limitada pelas constelações de Escorpião e do Cruzeiro do Sul,
ou Cut’uxu. Segundo o mito guarani, o Cut’uxu segura a cabeça da Este açúcar veio
ave para garantir a vida na Terra, porque, se ela se soltar, beberá toda da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
a água do nosso planeta. Os tupis-guaranis utilizam o Cut’uxu para [dono da mercearia.
se orientar e determinar a duração das noites e as estações do ano. Este açúcar veio
A ilustração a seguir é uma representação dos corpos de uma usina de açúcar em Pernambuco
celestes que constituem a constelação da Ema, na percepção ou no Estado do Rio
indígena. e tampouco o fez o dono da usina.

FBONL INE .COM . BR 4 OSG.: 117744/17

//////////////////
MÓDULO DE ESTUDO

Este açúcar era cana 15. (Enem/2006) No poema, a referência à variedade padrão da língua
e veio dos canaviais extensos está expressa no seguinte trecho:
que não nascem por acaso A) “A linguagem / na ponta da língua” (v.1 e 2).
no regaço do vale. B) “A linguagem / na superfície estrelada de letras” (v.5 e 6).
C) “[a língua] em que pedia para ir lá fora” (v.14).
(…)
D) “[a língua] em que levava e dava pontapé” (v.15).
E) “[a língua] do namoro com a priminha” (v.17).
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
Ferreira Gullar. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980, p. 227-8.

A antítese que configura uma imagem da divisão social do trabalho


na sociedade brasileira é expressa poeticamente na oposição entre
a doçura do branco açúcar e
A) o trabalho do dono da mercearia de onde veio o açúcar.
B) o beijo de moça, a água na pele e a flor que se dissolve na
boca.
C) o trabalho do dono do engenho em Pernambuco, onde se
produz o açúcar.
D) a beleza dos extensos canaviais que nascem no regaço do vale.
E) o trabalho dos homens de vida amarga em usinas escuras.

14. (Unifesp/2011) O emprego da figura de linguagem conhecida


como “prosopopeia” (ou “personificação”) põe mais em evidência
a principal razão pela qual Sem-Pernas é estigmatizado. O trecho
que contém essa figura é
A) A perna coxa se recusava a ajudá-lo.
B) Em cada canto estava um com uma borracha comprida.
C) (...) depois, não sabe como, as lágrimas secaram.
D) E a borracha zunia nas suas costas (…)
E) Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora.

• Texto para a próxima questão.


AULA DE PORTUGUÊS
A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.

A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que quer dizer?

Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,


e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.

Já esqueci a língua em que comia,


em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a priminha.

O português são dois; o outro, mistério.


Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lembrar.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. SUPERVISOR/DIRETOR: Marcelo Pena – AUTOR: Ângelo Sampaio / DIG.: Robert – 14/08/17 – REV.: Katiary

OSG.: 117744/17
5 F BON LI NE .CO M. B R
//////////////////
PORTUGUÊS I
RESOLUÇÃO
FIGURAS DE
LINGUAGEM I
AULA 02
EXERCÍCIOS

01. Na opção D, o relógio marca o tempo do sonho de Brás Cubas, ao mesmo tempo em que expõe a idealização (a rememoração da
cena) do beijo entre o jovem e Virgília.

Resposta: D

02. Na opção B, observa-se o cruzamento de sentidos visão e paladar.

Resposta: B

03. Na opção C, que é a correta, atente para o fato de que o cartaz enfatiza ser o abuso sexual para um criança um monstro assustador
e, ao mesmo tempo, incita o leitor a denunciar tais abusos.

Resposta: C

04. Na frase da opção E, existe elipse do sujeito na oração “que fizesse referência ao modo violento” para evitar a repetição do segmento
anterior a que se refere: “a forma nominal do verbo gripper, isto é, “agarrar”.

Resposta: E

05. É correta a opção A, pois a oposição entre o que é afirmado no cabeçalho de cada quadro e as posturas assumidas pelos personagens
revela crítica e, também, ironia, figura de linguagem em que se declara o contrário do que se pensa.

Resposta: A

06. Na transcrição por extenso do sinal de pontuação está configurada a função metalinguística da linguagem, o que tornaria válida a
alternativa B. No entanto, a alternativa C também está correta, pois a transcrição dos dois pontos por extenso enfatiza as afirmações
que são apresentadas imediatamente depois (função de aposto) para exemplificar que a violência não é física e sim emocional.
“Um político que mente descaradamente pode cativar eleitores. Uma publicidade que joga baixo pode constranger multidões a
consumir um produto danoso ao ambiente.”

Resposta: C e B

07. Em “Aquele bêbado”, o personagem decidiu que iria deixar de consumir álcool, mas acabou por morrer de “etilismo abstrato”.
O paradoxo da expressão revela o uso metafórico do verbo “beber” para descrever a atitude apaixonada de quem se entrega às
sensações para admirar intensamente o espetáculo da vida e usufruir do prazer pleno que as múltiplas e variadas manifestações
artísticas lhe provocavam. Assim, é correta a opção A.

Resposta: A

08. Ao afirmar que havia realizado uma consulta paranormal com o “pai” da psicanálise, a autora usa a ironia, figura de linguagem que
reproduz o oposto do que realmente se pensa. A paranormalidade contraria o cientificismo da teoria de Freud, o que foi confirmado
pelo resultado do teste obtido na segunda tentativa em que respostas diferentes obtiveram a mesma conclusão.

Resposta: E

09. O trecho da alternativa “D” tem os elementos que caracterizam a referida figura de linguagem (o oximoro), que se evidencia por meio
dos vocábulos: “matança/vida; viver/morre”.

Resposta: D

10. O texto referido é poético, cuja construção pauta-se pelo emprego de uma linguagem figurada na qual o autor utilizou- se de alguns
recursos expressivos, conferindo uma autêntica expressividade à linguagem.

Resposta: E

11. No texto, há a predominância de aliteração, que, foneticamente é representada pela consoante “v”. Caracterizada por meio dos
versos: “O vento varria os sonhos, e varria as amizades, o vento varria as mulheres… […].”
No que se refere às construções sintáticas, estas apresentam semelhança nos três grupos de versos, ou seja, todos são dotados dos
termos essenciais que compõem a oração: sujeito, predicado e complemento.

Resposta: D

FB ON LIN E.CO M . BR OSG.: 117745/17

//////////////////
RESOLUÇÃO – PORTUGUÊS I

12. A linguagem referencial ou denotativa é comum em textos informativos, científicos ou culturais, como a que é usada no artigo em
questão.

Resposta: B

13. Na última estrofe do poema de Gullar existe uma antítese configurada na oposição entre “usinas escuras, / homens de vida amarga /
e dura” e “açúcar / branco e puro”, configurando simbolicamente a divisão social do trabalho na sociedade brasileira.

Resposta: E

14. A perna do garoto parece ter vida própria e independente ao “se recusar” a ajudar o menino.

Resposta: A

15. A modalidade escrita representa a variedade padrão da língua (“A linguagem / na superfície estrelada de letras”).

Resposta: B

SUPERVISOR/DIRETOR: Marcelo Pena – AUTOR: Ângelo Sampaio / DIG.: Robert – 14/08/17 – REV.: Katiary

OSG.: 117745/17
2 F BON LI NE .C OM . B R
//////////////////

Você também pode gostar