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CRIMINOLOGIA
Coordenação
Laura M. Nunes
Ana Sani
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/ DIR-DCP / 28120/2017
EDIÇÃO
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PREFÁCIO
O generoso convite para escrever um Prefá- que afetam as suas relações, a sua confiança,
cio – Prólogo – à obra Manual de Criminologia a sua segurança familiar, social e cultural. O de-
e Vitimologia significa, sem dúvida, um duplo lito é gerador de elevado stress, que comove
desafio. Em primeiro lugar, contemplar a profundamente a pessoa que sofre a con-
extraordinária tarefa realizada em favor da crimi- duta violenta, quaisquer que sejam o tipo e as
nologia e vitimologia, com a coordenação das circunstâncias delitivas. Essas situações agra-
distinguidas especialistas Professora Laura M. vam-se nos casos de vulnerabilidade da vítima,
Nunes, Doutora em Ciências Sociais/Psicolo- pelo grau de conhecimento ator-vítima (familiar)
gia e Professora Ana Isabel Sani, Doutora em e nas circunstâncias de impunidade do delin-
Psicologia da Justiça, docentes na Universi- quente. As consequências do delito provocam
dade Fernando Pessoa (UFP), coordenadoras
mudanças profundas na sua vida pessoal e fa-
do Observatório Permanente Violência e Crime
miliar.
(OPVC) e, respetivamente, coordenadoras do
Mestrado em Criminologia e do Mestrado em Também e paralelamente, o ator do delito terá
Psicologia da Justiça na UFP, com a valiosa de enfrentar modificações existenciais na sua
colaboração de professores de universidades vida individual, familiar e social, designadamente
e profissionais que realizam, quotidianamente, o cumprimento de uma pena e o enfrentar de
atividades para o conhecimento, assistência e um futuro incerto, num meio que lhe é estranho.
investigação, sobre os processos de criminali-
As instituições sociais, a justiça, os sistemas
dade e processos de vitimização.
de saúde, carcerário, policial e forense, as ins-
O duplo desafio de escrever o Prefácio também tituições de investigação e as universidades
representa a intenção de destacar os importan- observam a criminalidade e as suas conse-
tes avanços e as novas problemáticas que a quências, não só na estrutura do indivíduo, mas
criminologia e a vitimologia têm enfrentado nas também nas estruturas socioeducativas-cul-
últimas décadas, esforço notável ao observar o turais-económicas. Perguntar-se-ão quantas
amplo e minucioso conteúdo interdisciplinar do perdas sociais, culturais e económicas implicará
Manual de Criminologia e Vitimologia.
o delito, e, em especial, que ética fica derrubada
Desde uma perspetiva histórico-sociocultu- perante o delito? Os questionamentos envolve-
ral, o delito sempre esteve nos interrogantes rão o porquê de nenhuma cultura, até mesmo
existenciais; o porquê de uma pessoa agredir, atualmente, poder mostrar que, num determi-
ameaçar, roubar e matar outra pessoa. Por que nado grupo sociocultural, não exista violência;
uma sociedade destrói outro grupo social e cul- o porquê de não podermos proclamar que não
tural? A história da humanidade mostra-nos a existam as prisões, instituições que já cumpri-
violência como uma manifestação permanente ram mais de 500 anos; o porquê de não aceder
em todas as sociedades e culturas. O delito – profundamente à personalidade do indivíduo,
a criminalidade – vulnerabilizam gravemente o que ultrapassa a linha moral e a ética imaginá-
tecido social, impactam ao nível individual, fami- ria e que agride. É inegável que a criminologia
liar, social e cultural. e a vitimologia tentam encontrar os caminhos
O delito provoca uma mudança existencial na interdisciplinares culturais e sociais para a dimi-
© PACTOR
vida da vítima, relacionada com os seus costu- nuição da criminalidade ou, pelo menos, para a
mes, os seus hábitos, o seu olhar sobre aqueles sua delimitação.
• III •
MANUAL DE CRIMINOLOGIA E VITIMOLOGIA
• IV •
PREFáCIO
O Manual Criminologia e Vitimologia é, pos- Cavalcanti, Antonio Carlos da Silva, Natália Fer-
sivelmente, o primeiro manual editado – o nandes e Marta Silva.
agradecimento à Editora Pactor, que inclui
O livro está dividido em duas partes: a primeira,
esta obra nas suas edições de Ciências So-
referente à criminologia, à contextualização
ciais, Forenses e da Educação – que relaciona
do crime, às diversas teorias, à criminologia
e apresenta, num mesmo texto, os enfoques
forense, à tarefa policial e à prevenção; e a
criminológicos e vitimológicos. Este facto valo-
segunda parte, referente à vitimologia e aos
riza e dimensiona a obra científica coordenada
seus conceitos, à história e teorias, às modali-
pela Professoras Laura M. Nunes e Ana Isabel
dades da vitimação e à violência infantojuvenil,
Sani, com a valiosa e destacada colaboração
familiar, entre gerações e contra migrantes,
de Rui Leandro Maia, Cândido da Agra, Rui
considerando a vitimologia e o sistema de
Mateus Joaquim, Mônica Resende Gamboa, justiça e, também, a vitimologia e os Direitos
Antonio de Pádua Serafim, Josefina Cas- Humanos.
tro, Eduardo Ponte Brandão, Celina Manita,
Margarida Matias, Margarida Simões, Cátia Uma obra útil e necessária para os profissionais
Pontedeira, João Próspero-Luís, Joana Torres, que trabalham nas diferentes áreas da dificílima
José Soares Martins, Isabel Dias, André Paulino tarefa de enfrentar o delito – a criminalidade – e
Piton, Ana Guerreiro, Miguel Saraiva, Carlos Fa- que representam uma consciência moral e ética
rinha, Aline Lobato, Raquel Reis Guerra, Olga da estrutura sociocultural.
Cunha, Marina Pinheiro, Vânia Salgadinho, A criminologia e a vitimologia ensinam que é ne-
Joana Daniel-Wrabetz, Cláudia Cruz, José cessário um olhar prospetivo, para evitar o delito,
Antunes Fernandes, Annie Lees, Lars Korsell, as novas consequências e o agravamento da
Pedro Pechorro, Rui Abrunhosa Gonçalves, violência, bem como um olhar preventivo, tanto
Jorge Quintas, Fernando Almeida, Diana Mo- criminológico como vitimológico. Entenda-se a
reira, Pedro Miguel Freitas, Teresa Lancry A. S. prevenção como eixo central de sociedades e
Robalo, Vanessa Azevedo, Dália Costa, Sofia culturas, focada no respeito à pessoa.
Neves, Ariana Correia, Mafalda Ferreira, Sandra
Walklate, Carlos S. Peixoto, Renata Benavente, Hilda Marchiori
Ana María Peligero Molina, Inês Sousa Guedes, Professora da Universidade Nacional de Cór-
Cynthia Silva, Helmut Kury, Ana Barbeiro, Mauro doba, Argentina
Paulino, Laura Alho, Pedro Cunha, Ana Paula
Monteiro, António Castanho, Frederico Moyano Fevereiro de 2021
Marques, João Lázaro, Vanessa Ribeiro Simon Tradução: Marta Arróniz
© PACTOR
•V•
PARTE
I
CRIMINOLOGIA
1 CRIME E
CRIMINOLOGIA
2 CRIMINOLOGIA:
PERSPETIVAS TEÓRICAS
3 CRIMINOLOGIA
FORENSE
4 CRIME, PREVENÇÃO
E POLICIAMENTO
5 CRIMINOLOGIA,
DESVIO E JUSTIÇA
INTRODUÇÃO
Este é um livro com duas faces: a da crimino- Importava também dar voz à criminologia fo-
logia e a da vitimologia, ambas distintas, mas rense, com apresentação do que se considera
não de costas, já que uma se faz acompanhar profiling, bem como da psicologia criminal e da
da outra. Também por isso pareceu pertinente perícia psicológica, não olvidando a análise de
publicar esta obra num volume único, em que risco, perigosidade e reincidência criminal.
não se dissociam essas duas vertentes de um Teria sido imperdoável que fossem esquecidas
domínio que acaba por ser um só. as questões de segurança, policiamento e pre-
O livro foca-se, numa das suas partes, em venção criminal, a que não falta o olhar sobre
temas da criminologia, iniciando-se com um crime transnacional e criminalidade local, aten-
enquadramento, conceptual, histórico e de na- dendo-se sempre à prevenção, dos pontos de
tureza mais pragmática, através da exploração vista teórico e das práticas já testadas, e com
resultados francamente positivos.
das medidas do crime.
Desvio e justiça estão particularmente presentes
Seguem-se depois as perspetivas teóricas da
em textos voltados para a delinquência juvenil
criminologia, com enfoque sobre o positivismo
e a justiça tutelar, atendendo-se a fenómenos
clássico e as abordagens de cariz biológico,
como a relação droga-crime, não deixando em
as abordagens psicológicas, bem como as
branco questões como a doença mental, o sis-
de caráter psicodinâmico, a que não faltaram
tema prisional e a reinserção social.
as grelhas interpretativas da linha psicomoral,
fenomenológica e de análise à personalidade Procura-se, desta forma, abordar a criminologia
criminal. Evidentemente, não são esquecidas como um todo e, concomitantemente, fazê-lo
as perspetivas cognitivas, integradoras e pro- de forma distribuída entre diversos contributos,
cessuais. multidisciplinares, complementares e, portanto,
enriquecedores neste domínio.
Já no plano da sociologia do crime, coloca-se o
foco sobre as teorias do consenso e do conflito, Em suma, a obra apresenta a criminologia e a
vitimologia revisitadas, sob díspares pontos de
não deixando de se salientar as perspetivas
vista e em distintos quadrantes.
ecológicas/ambientais e as novas perspetivas
criminológicas. As Coordenadoras
© PACTOR
• XVII •
ÍNDICE GERAL
Prefácio ..............................................................................................................................III
Hilda Marchiori
Os Autores ....................................................................................................................... VII
Introdução ...................................................................................................................... XVII
• XIX •
MANUAL DE CRIMINOLOGIA E VITIMOLOGIA
• XX •
ÍNDICE GERAL
• XXI •
CRIMINOLOGIA FORENSE 3
• 109 •
ESQUEMA-RESUMO DO CAPÍTULO 4
Crime
Organizado Criminalidade
transnacional local
Prevenção criminal
ü Diagnóstico local de
Exemplo prático do exterior: segurança (DLS);
ü Sistema policial;
ü Entre a ciência e as práticas;
ü (Re)Pensar
ü Sistema de aplicação no
policiamento;
terreno;
ü Adequar localmente
ü Trabalho em rede;
policiamento.
ü Adequação comunitária;
ü Estrutura de baixa pirâmide e
comunicação célere.
(Mutuamente influenciáveis)
CRIME, PREVENÇÃO E POLICIAMENTO 4
exemplo, de acordo com Morgan (2007), estes seu contexto mais amplo, incluindo a análise
influenciam não só a forma como a natureza das relações entre as suas partes ou entre o
• 141 •
MANUAL DE CRIMINOLOGIA
Estatísticas
DLS
criminais oficiais
• 150 •
MANUAL DE
VITIMOLOGIA
Coordenação
Laura M. Nunes
Ana Sani
Cibercrime I Crime I Direitos da criança I Direitos humanos I Forças de segurança I
Género I Justiça restaurativa e mediação I Políticas sociais de apoio à vítima I
Sistema de justiça I Violência em relações de intimidade I Violência infantil e juvenil I
Violência intergeracional I Vitimologia forense I Vitimação institucional I
aura M. Nunes
Vitimação de populações desviantes e de migrantes (refugiados)
9 789896 931186
1 VIOLÊNCIA, CRIME
E VITIMOLOGIA
2 VITIMOLOGIA:
HISTÓRIAS E TEORIAS
3 VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA
E DE CRIME
4 VITIMOLOGIA, DESVIO
E TRANSGRESSÃO
5 VITIMOLOGIA E SISTEMA
DE JUSTIÇA
6 VITIMOLOGIA, DIREITOS
HUMANOS E POLÍTICAS
INTRODUÇÃO
Este é um livro com duas faces: a da crimino- específicas, como pessoas dependentes de
logia e a da vitimologia, ambas distintas, mas drogas e com conduta delinquente, socialmente
não de costas, já que uma se faz acompanhar mais fragilizadas e migrantes. A vitimação ins-
da outra. Também por isso pareceu pertinente titucional encontra também, neste livro, um
publicar esta obra num volume único, em que espaço para debate.
não se dissociam essas duas vertentes de um
domínio que acaba por ser um só. Na estreita associação da vitimologia com o
sistema de justiça resultam temas como a vi-
No contexto dos temas da vitimologia, en- timologia forense, assim como reflexões em
quanto um dos domínios explorados nesta
torno da vítima e modelos de justiça, bem
obra, que se dedica também à criminologia,
como da vítima e modelos de mediação. Já no
após um enquadramento teórico sobre a ví-
plano das políticas e dos direitos humanos, ex-
tima e a vitimologia, bem como de formas e
ploram-se temas como a proteção à vítima, as
processos de vitimação referentes à violência e
ao crime, passa-se à história e às teorias, per- questões de género, os direitos da criança e as
correndo um eixo temporal, até se perspetivar o políticas sociais de apoio à vítima.
futuro neste domínio do conhecimento. Numa Assim, a vitimologia é apresentada sob perspe-
parte dedicada a vítimas de violência e crime, tivas genéricas e, simultaneamente, sob olhares
é o momento de se abordar a violência infan- mais específicos e de caráter pluridisciplinar.
tojuvenil, bem como em contexto de relações
íntimas e em termos intergeracionais, não dei- Em suma, a obra apresenta a criminologia e a
xando de se visitar as questões do cibercrime. vitimologia revisitadas, sob díspares pontos de
vista e em distintos quadrantes.
Atendendo à vitimação em contexto desviante,
é explanada a vitimação de populações mais As Coordenadoras
© PACTOR
•V•
ÍNDICE GERAL
Introdução .......................................................................................................................... V
• VII •
MANUAL DE CRIMINOLOGIA E VITIMOLOGIA
• VIII •
1
VIOLÊNCIA, CRIME
E VITIMOLOGIA
ESQUEMA-RESUMO DO CAPÍTULO 1
Violência
Crime
Direito
Vitimologia Criminologia
Criminal
Processos de vitimação
Formas de vitimação
Função de:
Quanto a:
ü Tipologia de violência;
ü Natureza da violência; ü Experiências;
ü Envolvimento; ü Processo de vitimação;
ü Nível; ü Recuperação.
ü Reconhecimento/(In)Visibilidade.
Ligação
Enquadramento
Contextualização
VIOLÊNCIA, CRIME E VITIMOLOGIA 1
envolvimento do Estado e os interesses que ral Assembly, 1985: 1), o termo “inclui também,
foram emergindo decorrentes desta intervenção sendo caso disso, os familiares próximos ou
•3•
MANUAL DE VITIMOLOGIA
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MANUAL DE VITIMOLOGIA
• 68 •