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UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Profa. Hiandra B. Götzinger Montibeller
Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
Profa. Jociane Stolf
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci
364
L788c Lixa, Ivone Fernandes Morcilo
Criminologia /Ivone Fernandes Morcilo Lixa. Indaial :
Uniasselvi, 2012.
140 p. : il
1. Criminologia.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título
Ivone Fernandes Morcilo Lixa
APRESENTAÇÃO��������������������������������������������������������������������������� 7
CAPÍTULO 1
Criminologia(s): Delimitação Conceitual���������������������������������� 9
CAPÍTULO 2
A Construção do Pensamento Criminológico Moderno:
Funções, Dimensões e Teorias������������������������������������������������� 39
CAPÍTULO 3
O Ocaso do Pensamento Criminológico Moderno e a
Emergência do Pensamento Crítico ��������������������������������������� 75
CAPÍTULO 4
Os Horizontes Criminológicos Contemporâneos �������������� 109
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
Bons estudos!
C APÍTULO 1
Criminologia(s): Delimitação
Conceitual
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Capítulo 1 Criminologia(s): Delimitação Conceitual
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Criminologia
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Capítulo 1 Criminologia(s): Delimitação Conceitual
O mapa da violência
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Criminologia
Fonte: BRASIL. Blog do Planalto. “Mapa da Violência 2011” aponta causas de homicídios
entre jovens no Brasil Disponível em: <http://blog.planalto.gov.br/mapa-da-violencia-
2011-aponta-causas-de-homicidios-entre-jovens-no-brasil/>. Acesso em: 24 ago. 2011.
Atividade de Estudos:
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Capítulo 1 Criminologia(s): Delimitação Conceitual
Conceito(S) de Criminologia
O termo “Criminologia” é uma combinação etimológica greco-latina utilizada
de forma inédita pelo antropólogo francês Paul Topinard (1830-1911) no ano
de 1879. Entretanto, internacionalmente a palavra “Criminologia” passou a
ser aceita como campo específico de conhecimento no ano de 1885 com a
publicação da obra Criminologia de autoria de Raffaele Garofalo (1851-1934),
representante da Escola Positivista. Portanto, é uma criação conceitual europeia
específica do século XIX.
Matriz formal-
positivista, a
Há que se chamar atenção para a predominância de distintas Criminologia possui
concepções segundo os pressupostos teóricos e políticos que norteiam como objeto o
o sentido do que se define como “Criminologia”. Por outras palavras, fenômeno do crime
são múltiplos os discursos, muitos que se excluem e se anulam que investiga suas
causas tendo como
mutuamente, que estão a demonstrar divergências e descontinuidades
objetivo conferir
acerca da “questão criminal’. O conhecimento criminológico, em que fundamento à
pese diferenças; descontinuidades conceituais e metodológicas; Política Criminal
expressa a face de uma civilização: sua cultura punitiva, formas de a qual cabe
racionalização e de legitimação. transformá-lo
em opções e/ou
orientações para
Como ciência causal-explicativa, de matriz formal-positivista, a
o legislador e
Criminologia possui como objeto o fenômeno do crime – definido e poderes públicos
delimitado juridicamente pelo Direito Penal – que investiga suas causas implementarem
tendo como objetivo conferir fundamento à Política Criminal a qual cabe estratégias para
transformá-lo em opções e/ou orientações para o legislador e poderes prevenção e
públicos implementarem estratégias para prevenção e repressão do crime. repressão do crime.
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Criminologia
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Capítulo 1 Criminologia(s): Delimitação Conceitual
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Atividade de Estudos:
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Capítulo 1 Criminologia(s): Delimitação Conceitual
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Capítulo 1 Criminologia(s): Delimitação Conceitual
Figura 1 – A criminologia
A
interdisciplinaridade
é uma exigência
estrutural da
Criminologia já que
Fonte: A autora. possui um caráter
sintetizador não
A interdisciplinaridade é uma exigência estrutural da Criminologia sendo compatível,
já que possui um caráter sintetizador não sendo compatível, portanto, portanto, com uma
atitude investigativa
com uma atitude investigativa excludente, mas que, por outro lado, não
excludente, mas
se perca de vista a individualização de seu objeto. que, por outro
lado, não se
Um estudo mais cuidadoso da construção do pensamento perca de vista a
criminológico demonstra que a interdisciplinaridade esteve presente ao individualização de
longo de sua trajetória e que sua emancipação científica foi conquistada seu objeto.
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Criminologia
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Capítulo 1 Criminologia(s): Delimitação Conceitual
de controle social, nasceu e foi idealizada no marco científico do século Também como
XIX adquirindo originalmente uma função legitimadora, validando importante
e autorizando a promoção de ações específicas e orientadas para instrumento de
manutenção do modelo punitivo dominante, centrado no que Max controle social,
Weber denominou de “dominação legal”. nasceu e foi
idealizada no marco
científico do século
XIX adquirindo
originalmente
Max Weber (1864-1920) define a uma função
dominação como obediência a um determinado legitimadora,
mandato que cria sujetios prontos a obedecer, validando e
autorizando a
depende diretamente de uma constelação de
promoção de
interesses, ou seja, de considerações utilitárias ações específicas
de vantagens por parte daquele que obedece. e orientadas para
Pode fundar-se no mero “costume”, cego hábito manutenção do
herdado e reafirmado pela tradição, ou na mera inclinação à modelo punitivo
obediência dos súditos. A dominação, pressupondo um poder dominante.
entre os “desiguais”, possui para Weber três tipos puros: legal,
carismático e tradicional.
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Criminologia
Superando uma Desde então, conclui Vera, o homem criminoso é resignificado sendo
perspectiva dominado ao mesmo tempo pela prisão e pelo cientificismo.
causal-explicativa
do fenômeno da É necessário esclarecer que, embora o conhecimento
criminalidade criminológico produzido a partir do século XIX não tenha assumido, nem
– legalmente tampouco declarado, a função legitimadora do sistema punitivo, o certo
definido pelo Direito
é que acabou por produzir sua legitimação isto porque as investigações
Penal – na qual a
função do saber tradicionalmente assentaram-se no “homem delinqüente” limitando-se
criminológico é o de a considerar a conduta delitiva justificada por si só pelo livre arbítrio
subsidiar e legitimar legitimando a punição estatal legal, transformando-se numa espécie de
a Política Criminal teoria de profilaxia do crime.
que orienta ações
de prevenção e Em outra direção, parece ser mais prudente, tomar o saber
repressão ao crime,
criminológico além de um aglomerado de dados e informações
adotar um horizonte
mais amplo e desconexas acerca do delinqüente, já que, as informações não são um
crítico permite fim em si.
compreender as
condições de Indo mais além não é difícil concluir que a Criminologia não é uma
criminalização ciência exata, nem tampouco uma “central de informações” acerca do
engrendradas a crime, no dizer de Molina e Gomes:
partir do sistema
punitivo e seus
A Criminologia, como ciência, é uma ciência prática,
mecanismos preocupada com os problemas e conflitos concretos, históricos
de controle e – pelos problemas sociais – e comprometida com a busca de
dominação. critérios e pautas de solução dos mesmos. Seu objeto é a
própria realidade, nasce da análise dela e a ela deve retornar,
para transformá-la. Por isso, junto com a reflexão teórica
sobre princípios básicos, ganha maior interesse e cada dia a
Tomando por objeto investigação criminológica orientada às demandas práticas.
o sistema punitivo (MOLINA e GOMES, 1997 p. 110).
é necessário que
se identifique e
Superando o saber tradicional, sem perder de vista seu objeto de
individualize os
elementos que investigação, parece evidente que a função central da Criminologia é
o compõem de maior que o caráter secundário e subsidiário que lhe é tradicionalmente
forma a construir reservado.
e a propor novas
concepções Superando uma perspectiva causal-explicativa do fenômeno da
acerca da violência criminalidade – legalmente definido pelo Direito Penal – na qual a função
(individual,
do saber criminológico é o de subsidiar e legitimar a Política Criminal que
institucional e
estrutural), indo orienta ações de prevenção e repressão ao crime, adotar um horizonte
além da perspectiva mais amplo e crítico permite compreender as condições de criminalização
unitária tradicional engrendradas a partir do sistema punitivo e seus mecanismos de controle
e reducionista e dominação. Desta forma, é conferida a Criminologia uma função mais
(inter-pessoal: adequada, qual seja, a de problematizar este sistema como parte de um
criminoso, vítima, conjunto sócio-político articulado de exercício de poder, rompendo-se,
pena, punição..).
assim, o limite periférico e residual do saber criminológico.
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Capítulo 1 Criminologia(s): Delimitação Conceitual
Fonte: A autora.
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Capítulo 1 Criminologia(s): Delimitação Conceitual
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Capítulo 1 Criminologia(s): Delimitação Conceitual
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Criminologia
“Por que ela, por que ela?”, gritava, desconsolada, uma avó que
enterrava sua neta, enquanto algumas pessoas a seguravam para
que não caísse.
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Capítulo 1 Criminologia(s): Delimitação Conceitual
“Sinceramente, não sei por que ele fez isso”, declarou Bruno
Linhares, de 23 anos, ex-colega de turma.
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Criminologia
Algumas Considerações
O texto acima nos remete a dramática experiência do episódio que acabou
conhecido como o “Massacre do Realengo”, ocorrido em abril de 2011. O fato
evidenciou que estamos a viver uma multiplicidade de espaços de violência –
criminalizados ou não – que nos obriga a convivência cotidiana como o medo.
Referências
ANDRADE, Vera Regina de. A Ilusão da Segurança Jurídica: do controle da
violência à violência do controle penal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1997.
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Capítulo 1 Criminologia(s): Delimitação Conceitual
CASTRO, Lola Aniyar de. Criminologia da Reação Social. Rio de Janeiro: Ed.
Forense, 1983.
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Criminologia
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C APÍTULO 2
A Construção do Pensamento
Criminológico Moderno:
Funções, Dimensões e Teorias
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A Construção do Pensamento Criminológico
Capítulo 2 Moderno: Funções, Dimensões e Teorias
Contextualização Somente na
segunda metade
do século XIX,
Embora a “questão criminal” tenha sido uma permanente
com a publicação
inquietação intelectual, social e política para as distintas civilizações da obra L´ Uomo
ao longo da história, sendo elaboradas concepções, representações e Delinqüente em
tentativas de respostas, o certo é que enquanto saber científico, isto 1876 por Cesare
é, construído a partir de rigor metodológico e base empírica, é uma Lombroso (1835-
criação recente. 1909), é que
academicamente
o termo
Somente na segunda metade do século XIX, com a publicação da “Criminologia”
obra L´ Uomo Delinqüente em 1876 por Cesare Lombroso (1835-1909), passa a ser
é que academicamente o termo “Criminologia” passa a ser utilizado utilizado para
para designar um conhecimento pretende compreender o fenômeno do designar um
delito a partir de uma lógica causal explicativa segundo critérios válidos, conhecimento
pretende
ou seja, como Ciência.
compreender
o fenômeno do
Os nomes relacionados à generalização da Criminologia, delito a partir de
principalmente os de Enrico Ferri (1856-1929) e Raffaele Garófalo uma lógica causal
(1852-1934), além de Lombroso, e suas concepções teóricas, são explicativa segundo
vinculados a denominada Escola Positiva (Scuola Positiva) Italiana, critérios válidos, ou
seja, como Ciência.
cujos estudos representam um importante marco na construção do
pensamento criminológico atual, aquele que, definitivamente, buscou
superar as concepções e representações elaboradas a partir das Escola Positiva
experiências cotidianas e/ou do senso comum. (Scuola Positiva)
Italiana, cujos
Em síntese, o que atualmente chamamos de “Criminologia” é um estudos
representam um
produto científico moderno partilhado e reproduzido como confiável e
importante marco
válido, e paulatinamente firmado como disciplina autônoma. na construção
do pensamento
Resgatando e refletindo acerca do processo histórico de elaboração criminológico atual.
da “Ciência”, e em particular a criminológica moderna, não é difícil
perceber que “Ciência” pode ser definida como um modelo partilhado
consensualmente por uma comunidade cujos membros se identificam e Em síntese, o
que atualmente
se comprometem com os procedimentos de pesquisa, conceitos, regras
chamamos de
e linguagem cuja finalidade é resolver problemas e exteriorizar soluções “Criminologia” é um
segundo pressupostos e finalidades socialmente definidos. produto científico
moderno partilhado
É sob tal perspectiva que se vai a seguir compreender a e reproduzido como
Criminologia, indagando-se: quais os pressupostos teóricos, técnicos confiável e válido,
e paulatinamente
e sociais que orientaram tal saber? Qual sua(s) finalidade(s)? Qual(is)
firmado como
seu(s) discurso(s) legitimadores? disciplina
autônoma.
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Criminologia
Os Antecedentes da Criminologia:
o Racismo e a Fisiognomia
Ainda que se reconheça que as origens do racismo sejam anteriores, a
exemplo do colonialismo europeu do século XV, apenas no século XIX é que toma
ares de afirmação científica a concepção de inferioridade física e moral dos que
não pertenciam à civilização européia.
Não faltavam os que afirmavam que haviam seres humanos que pertenciam
a diferentes espécies e que, a princípio, não poderiam “cruzarem-se” entre si,
porque esta hibridação certamente produziria uma raça degenerada, como se
poderia verificar na América Latina.
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A Construção do Pensamento Criminológico
Capítulo 2 Moderno: Funções, Dimensões e Teorias
Como será adiante considerado, não tardou para que Lombroso e Ferri
reinventassem estas ideias e inclusive utilizassem termos frenológicos em suas
teorias, tais como “delinqüente ocasional” e “réu por sugestão”. Os próprios
seguidores de Gall afirmavam a existência do “criminoso nato”, uma vítima de
conformação defeituosa de cérebro e crânio e por isso facilmente reconhecido.
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A Construção do Pensamento Criminológico
Capítulo 2 Moderno: Funções, Dimensões e Teorias
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Criminologia
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A Construção do Pensamento Criminológico
Capítulo 2 Moderno: Funções, Dimensões e Teorias
A Criminologia Positivista
A etapa científica
Como já considerado, a etapa científica criminológica tem início no
criminológica tem
século XIX com o chamado positivismo criminológico caracterizado por início no século XIX
um conjunto de teorias criminais (discursos legitimadores) inspiradas na com o chamado
filosofia positivista de matriz comtiana que possuíam como preocupação positivismo
o estudo do delinqüente - suas características físicas, morfologia e criminológico.
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Criminologia
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A Construção do Pensamento Criminológico
Capítulo 2 Moderno: Funções, Dimensões e Teorias
Os Discursos Positivistas
Modernos: As Escolas Criminais
A etapa positivista da Criminologia, comprometida claramente A etapa positivista
com a concepção científica moderna, representa um grande esforço da Criminologia,
de superação das teorias criminais anteriores que, desde fins da comprometida
Idade Média, vinham buscando legitimar racional e cientificamente o claramente com
direito de punir. a concepção
científica moderna,
representa um
A tradição inquisitorial, sustentada por mentes paranóicas e
grande esforço
policialescas e alimentada durante séculos pelo signo da intolerância, de superação das
tem seu início no século XII com os Concílios de Verona (1184) e de teorias criminais
Latrão (1215) e apenas no século XIX os procedimentos inquisitoriais anteriores que,
foram erradicados. Portanto, foram 700 anos de brutalidade em nome desde fins da
da salvação. Idade Média,
vinham buscando
legitimar racional
Os Tribunais do Santo Ofício apenas são abolidos por último em
e cientificamente o
Portugal (1821) e na Espanha (1834) quando uma elite intelectual e direito de punir.
científica desconstrói as verdades eclesiásticas. Com a recepção do
discurso médico de negativa da causalidade demoníaca em inúmeros
diagnósticos de enfermidade, o saber jurídico passará a desconfiar Elite intelectual
da generalização das imputações do crime de heresia, impulsionando e científica
movimento de ruptura com o sistema penal do medievo. (CARVALHO, desconstrói
2011, p. 71). as verdades
eclesiásticas.
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Criminologia
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Criminologia
Mas, sem dúvida, a síntese dos princípios iluministas, racionalistas A síntese dos
e jusnaturalistas da Escola Clássica é levada a termo por Francesco princípios
Carrara, quando em 1859 publica o primeiro volume da densa obra iluministas,
Programma Del corso di diritto criminale. Diferentemente de Beccaria racionalistas e
(1996), que não possuía prática forense, Carrara foi destacado advogado jusnaturalistas da
e professor universitário o que acabou por conduzir seu trabalho a uma Escola Clássica é
levada a termo por
análise jurídica do crime, indo, portanto, além da crítica política. Para
Francesco Carrara.
Carrara o delito é um ente jurídico e não um ente de fato porque defendia
que em sua essência deve consistir necessariamente na violação de um
direito. Para Carrara o delito não é propriamente uma ação, mas sim,
uma infração, a violação a um direito que a lei protege através de uma proibição.
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A Construção do Pensamento Criminológico
Capítulo 2 Moderno: Funções, Dimensões e Teorias
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Criminologia
chegaram ao nível superior do homo sapiens) que, por uma regressão atávica a
uma etapa primitiva da evolução humana nasceria criminoso, assim como outros
nasceriam loucos.
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A Construção do Pensamento Criminológico
Capítulo 2 Moderno: Funções, Dimensões e Teorias
Enrico Ferri (1856-1929), destacado penalista e político italiano, Enrico Ferri (1856-
é outro nome que não pode ser dissociado da Escola Positiva. Autor 1929), destacado
da famosa obra Sociologia Criminal (1900) inovou o pensamento penalista e político
criminológico de sua época incluindo na formação do criminoso outro italiano, é outro
elemento além do antropológico: o sociológico. nome que não pode
ser dissociado da
Escola Positiva.
Sem discordar de Lombroso considerava que sua teoria estava
incompleta já que o delinquente não poderia ser compreendido fora de
seu ambiente social que exercia, no seu entender, influencia direta na
pré-disposição delitiva.
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A Construção do Pensamento Criminológico
Capítulo 2 Moderno: Funções, Dimensões e Teorias
convivência o delinqüente deve ser privado da vida social, uma vez que representa
uma ameaça ao equilíbrio social. Entretanto, demonstra que a intenção é a de
tão somente reparar o dano causado devendo ser oportunizado ao criminoso o
retorno à vida social, porém de forma monitorizada.
No pensamento deste autor, assim como a natureza elimina a espécie que não
adaptada ao meio, deve também o Estado eliminar aquele que não se adapta à
sociedade. Levado por esta idéia de defesa social diz ser aceitável a pena de morte
em algumas hipóteses, assim como penas com particular severidade que formariam
parte de um sistema punitivo racional, como, por exemplo, o envio do criminoso por
tempo indefinido para colônias agrícolas. (MOLINA e GOMES, p. 160).
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Criminologia
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A Construção do Pensamento Criminológico
Capítulo 2 Moderno: Funções, Dimensões e Teorias
Embora havendo resistência por parte dos penalistas positivistas da época que
defendiam o fortalecimento da lei escrita, identificando-se assim o justo com o lícito,
as idéias de Liszt tiveram grande repercussão no direito penal ocidental em geral.
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Criminologia
O Positivismo Criminológico na
América Latina e no Pensamento
Político-Jurídico Brasileiro.
O sistema punitivo O sistema punitivo latino americano há que ser compreendido
latino americano como parte integrante de um modelo construído na Europa, porém
há que ser expandido fora dela através do poder colonialista a partir do século
compreendido XIV. O colonialismo foi exercido e prosperou sob a forma de extermínio
como parte genocida, eliminando a maior parte da população americana, sufocando
integrante de um as organizações sociais e políticas locais, reduzindo, assim, os poucos
modelo construído
sobreviventes à condição de escravos e servos.
na Europa, porém
expandido fora dela
através do poder Lembra Zaffaroni (2007) que desde a primeira etapa da ocupação
colonialista a partirda América o poder real sempre considerou como inimigo, indesejável,
do século XIV. os que se manifestassem de forma “indisciplinada”. Portanto, não é
de causar estranheza que em distintas épocas tenha ocorrido uma
repressão penal específica: para os autores de delitos graves a pena era a
eliminação física, os indesejáveis eram neutralizados e os ocasionais tratados
de forma semelhante àqueles que detinham o poder ou seus aliados – os erros
(considerados passageiros) cometidos mereciam certa benevolência e raramente
eram submetidos ao poder punitivo.
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A Construção do Pensamento Criminológico
Capítulo 2 Moderno: Funções, Dimensões e Teorias
O sistema punitivo
O sistema punitivo latino americano é definido a partir de uma latino americano
herança colonizadora marcada por uma justiça exercida segundo os é definido a partir
interesses das elites estrangeiras e seus representantes locais com de uma herança
práticas arbitrárias de toda espécie – assassinatos, degolas, torturas, colonizadora
extermínios, recrutamentos forçados, etc. Enfim, com alto grau de marcada por
uma justiça
seletividade e discriminação.
exercida segundo
os interesses
No século XIX, quando está sendo construída a ciência criminal das elites
moderna na Europa, a América Latina vivia um período de transformação estrangeiras e seus
política com a implantação de governos autônomos que, em geral eram representantes
construídos a partir dos interesses das oligarquias locais. locais com práticas
arbitrárias de
toda espécie –
É neste contexto que vai sendo elaborado o aparato jurídico legal assassinatos,
– constituições e códigos - que reproduziu tanto o conservadorismo degolas, torturas,
legalista europeu como absorveu o positivismo cientificista que acabou extermínios,
por dominar a cultura ocidental. recrutamentos
forçados, etc.
Enfim, com alto
Na época eram inspiradores os ideais do iluminismo ilustrado e do
grau de seletividade
positivismo como ideologia que eram propagados nos diversos campos e discriminação.
da vida social, política e intelectual na América.
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A Construção do Pensamento Criminológico
Capítulo 2 Moderno: Funções, Dimensões e Teorias
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Também Sir Arthur Conan Doyle (1859 – 1930), médico e escritor britânico,
mundialmente famoso por suas estórias consideradas inovadoras na literatura
criminal, através do personagem Sherlock Holmes reproduz o imaginário
positivista. Na estória Um estudo em Vermelho um famoso criminoso, Jefferson
Hope, mata dois homens após persegui-los por vários anos por inúmeros países.
O Sr. Hope é descrito como um criminoso passional.
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A Construção do Pensamento Criminológico
Capítulo 2 Moderno: Funções, Dimensões e Teorias
Atividade de Estudos:
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Capítulo 2 Moderno: Funções, Dimensões e Teorias
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Algumas Considerações
Caro pós-graduando, neste segundo capítulo compreendemos o paradigma
criminológico dominante como produto sócio-cultural da modernidade. Além disso,
foi possível diferenciar os distintos discursos históricos criminológicos europeus
e sua expansão no pensamento científico moderno. E por fim, identificamos as
funções das teorias criminológicas modernas, seus postulados e legados para a
dogmática penal contemporânea.
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A Construção do Pensamento Criminológico
Capítulo 2 Moderno: Funções, Dimensões e Teorias
Referências.
ANITUA, Gabriel Ignacio. Tradução de Sérgio Lamarão. Histórias do
pensamento criminológicos.Rio de Janeiro: Ed. Revan, 2008.
BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. Tradução de Lucia Guidicini. São
Paulo: Martins Fontes, 1996.
COSTA, Álvaro Mayrink de. Criminologia. v.I, 2ª. ed. Rio de Janeiro: Ed. Rio,
1980.
73
Criminologia
PRADO, Luiz Régis. Curso de Direito Penal Brasileiro: Parte Geral. São
Paulo:Revista dos Tribunais, 2008.
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C APÍTULO 3
O Ocaso do Pensamento
Criminológico Moderno e a
Emergência do Pensamento Crítico
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O Ocaso do Pensamento Criminológico Moderno
Capítulo 3 e a Emergência do Pensamento Crítico
Contextualização
No capítulo anterior foram descritas as teorias tradicionais que dominaram
o pensamento criminológico até a segunda metade do século XX. Não se pode
afirmar que tais teorias estão atualmente superadas. Entretanto, o que se tem
constatado é a emergência cada vez mais marcante de o que se tem chamado
de pensamento crítico, tanto na Criminologia como nos demais saberes direta ou
indiretamente a ela relacionados, a exemplo do próprio Direito.
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Criminologia
Palavra Iniciais
Há na sociedade brasileira um discurso difuso e permanente de que
determinados segmentos sociais cometem delitos específicos que envolvem relações
de poder e raramente são descobertos e, quando são, raramente são punidos.
[...]
Há casos exemplares que ilustram as dificuldades de se
punirem servidores públicos acusados de desvio de dinheiro. Um
deles é o propinoduto, um dos maiores escândalos já ocorridos no
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O Ocaso do Pensamento Criminológico Moderno
Capítulo 3 e a Emergência do Pensamento Crítico
[...]
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Capítulo 3 e a Emergência do Pensamento Crítico
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A Deslegitimação do Sistema
Punitivo Dominante
No século XX, as certezas que construíram o discurso criminológico No século XX,
moderno foram desfeitas. Somando-se a redefinição dos conceitos as certezas que
científicos relacionados à questão criminal, como aos da Psicologia, construíram
Sociologia e do Direito, cresce uma inquietude intelectual e política na o discurso
própria delimitação do objeto da Criminologia, questionando-se, assim, criminológico
moderno foram
seus próprios fundamentos.
desfeitas.
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Criminologia
Além das Além das estatísticas oficiais não refletirem com exatidão a
estatísticas oficiais realidade, as aceleradas mudanças sociais e econômicas aliadas à
não refletirem pressão dos meios de comunicação – alguns menos escrupulosos que
com exatidão diariamente “vendem” seu “sangue show” – transformam os crimes
a realidade, em mercadorias “de ocasião” sem que necessariamente ocorra um
as aceleradas
aumento, uma maior frequência.
mudanças sociais
e econômicas
aliadas à pressão Para verificar a realidade, basta perguntar a um pequeno grupo
dos meios de – de trabalho ou de amigos, por exemplo - se alguma vez algum deles
comunicação – cometeu um delito ou se já foi vítima de algum crime e não denunciou.
alguns menos A resposta poderá ser surpreendente. Nem todos os delitos são
escrupulosos
perceptíveis, isto é, nem todos os crimes são “vistos” em nosso dia-
que diariamente
“vendem” seu a-dia, como, por exemplo, os “golpes” nos cofres públicos, os crimes
“sangue show” ambientais, o crime de “lavagem” etc.
– transformam
os crimes em Crimes são praticados e não há punição ou porque se desconhece
mercadorias “de o autor ou porque é de tamanha complexidade que se torna impossível
ocasião” sem que
a investigação ou porque sequer há uma vítima em particular.
necessariamente
ocorra um
aumento, uma Também boa parte dos delitos não é denunciada. Especialistas
maior frequência. afirmam que metade dos crimes não chega ao conhecimento das
autoridades. Inúmeros fatores explicam a tendência à não denúncia:
nível de prejuízo provocado, relação autor-vítima (sobretudo quando
As condições há relação afetiva ou familiar), desconhecimento ou impotência em
de organização relação as instituições oficiais (porque e como proceder em casos de
e estrutura violência), medo de denunciar e depois ficar à mercê do denunciado
operacional
por inoperância do sistema punitivo etc. Além disso, as condições de
da segurança
pública são, em organização e estrutura operacional da segurança pública são, em
geral, precárias geral, precárias e não existem recursos humanos e instrumentais
e não existem adequados para garantir investigações eficientes.
recursos humanos
e instrumentais Segundo Muñoz Conde e Hassemer (2011, p. 98):
adequados
para garantir
investigações • a criminalidade real é aproximadamente o dobro da registrada;
eficientes. • a cifra negra diverge segundo o tipo de delito;
• a cifra negra é superior no âmbito da criminalidade menos grave
do que no âmbito da criminalidade mais grave;
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Capítulo 3 e a Emergência do Pensamento Crítico
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Capítulo 3 e a Emergência do Pensamento Crítico
Denuncia o uso da pena de morte como uma forma de vida ocidental e seu livro O
negócio-prisão norte-americano torna-se leitura obrigatória.
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Capítulo 3 e a Emergência do Pensamento Crítico
Destacadas Correntes
Criminológicas Críticas
a) Criminologia Radical
O objetivo,
portanto, deve ser
Trata-se de uma corrente desenvolvida a partir dos anos 70, a transformação
nos Estados Unidos, Inglaterra, Itália e Espanha, que entende ser do sistema social,
impossível uma solução para a “questão criminal” em uma sociedade econômico e
capitalista. O objetivo, portanto, deve ser a transformação do sistema político como
social, econômico e político como um todo e, por consequência, vê na um todo e, por
consequência,
lei penal um instrumento de garantia das classes dominantes e não um
vê na lei penal
consenso social. um instrumento
de garantia das
A sustentação teórica da Criminologia Radical é a Sociologia classes dominantes
do Conflito, que nega o princípio do interesse social e delito natural e não um consenso
(BARATTA, 2002, p. 119-120), já que: social.
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Criminologia
Propõe uma
A partir destas constatações, enumera um conjunto de princípios
nova disciplina
relativos a critérios metodológicos e políticos para a descriminalização integradora e um
e para a solução dos conflitos e problemas sociais de forma alternativa. novo discurso sobre
Ao final, propõe uma nova disciplina integradora e um novo discurso a política. Uma
sobre a política. Uma nova concepção de democracia, uma “refundação nova concepção
do Estado e do Direito”, baseada no princípio da inclusão das vítimas de democracia,
e dos que mais sofrem. Uma nova cidadania cosmopolita global uma “refundação
do Estado e do
construída a partir de um novo contrato social que possa incluir os
Direito”, baseada
antes excluídos. no princípio da
inclusão das
Conclui Baratta que uma política criminal alternativa deve ser vítimas e dos que
dirigida para a perspectiva de uma máxima contração, no limite de mais sofrem.
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Em suas palavras:
(Alessandro Baratta)
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Em relação à pena:
Em relação ao delito:
Em relação ao processo:
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Capítulo 3 e a Emergência do Pensamento Crítico
Nos anos 60 e 70, quando ganhou força a teoria crítica, a América Latina
vivia um momento de luta política contra a dominação das velhas oligarquias que
haviam se aliado aos Estados Unidos para a manutenção dos regimes de exceção.
Era tempo de buscar superar o subdesenvolvimento e as profundas diferenças
sociais e, ao mesmo tempo, de “libertação”, e sob este lema os movimentos
sociais, a juventude e intelectuais progressistas começam a se mobilizar e reagir
contra o regime político e as classes dirigentes.
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Criminologia
Na clássica obra “Em busca das penas perdidas”, publicada em 89, afirmava
que na América Latina o discurso penal é falso. A dor e a morte que nossos
sistemas penais semeiam estão tão perdidas que o discurso jurídico-penal não
pode ocultar seu desbaratamento, valendo-se de seu antiquado arsenal de
racionalizações reiterativas: achamo-nos, em verdade, frente a um discurso que
se desarma ao mais leve toque com a realidade.
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Capítulo 3 e a Emergência do Pensamento Crítico
E pior, denuncia Zaffaroni (1991): o sistema não apenas viola O sistema não
direitos. É deslegitimo e deteriora seus operadores sem que estes apenas viola
percebam. Refletindo sobre a regressão humana que acaba por gerar direitos. É
falsas identidades e papéis sociais negativos aos que manejam – ou deslegitimo e
acreditam manejar – o sistema, afirma: deteriora seus
operadores
O processo de treinamento a que é submetido é sem que estes
igualmente deteriorante da identidade e realiza- percebam.
se mediante uma paciente internalização de
sinais de falso poder: solenidades, tratamentos monárquicos,
placas especiais ou automóveis com insígnias, saudações
militarizadas do pessoal de tropa de outras agências etc.
(ZAFFARONI, 1991, p. 141).
E conclui:
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Atividade de Estudos:
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Algumas Considerações
Neste terceiro capítulo, estudamos os elementos sociais, jurídicos e políticos
que apontam o esgotamento do paradigma punitivo moderno. Além disso,
aprendemos sobre as distintas correntes críticas criminológicas. Ainda neste
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Criminologia
Referências
BARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica e crítica ao direito penal. 3ª
ed.trad. Juarez Cirino dos Santos. Rio de Janeiro: Ed. Revan, 2002.
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C APÍTULO 4
Os Horizontes Criminológicos
Contemporâneos
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Capítulo 4 Os Horizontes Criminológicos Contemporâneos
Contextualização
Se a entrada para o século XX foi triunfal e otimista para a ciência, seu final
se fez sem motivos para comemorações. As três últimas décadas do século
passado foram marcadas por uma autêntica “virada histórica” que carregou em
si profundas transformações na vida social e econômica, acarretando impactos
significativos que não podem ser desprezados pelos estudos criminológicos.
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Atividade de Estudos:
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• o atual sistema-mundo é formado por uma ativa rede que vai criando padrões
entre os Estados e sociedades mundiais;
• confunde-se cada vez mais o local com o nacional e mundial, tornando tênue
a linha divisória entre as distintas instâncias políticas e econômicas;
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Seria coincidência que, neste mesmo ano de 2011, o mundo fosse informado
de que o mercado recebia uma nova droga alternativa à heroína, mais barata e
mais mortal, a krokodil (“crocodilo” em russo), que causa necrose no local onde é
aplicada, deixando à mostra ossos e músculos?
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Leia alguns trechos da referida entrevista feita pelo jornal italiano Il ManifestoI
(tradução de Benno Dischinger), que recebeu como título “A sociedade do medo
renuncia à liberdade”, em que Bauman descreve o que é a “sociedade do medo”.
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Nos últimos Nos últimos cinquenta anos, o Brasil experimentou uma aceleração
cinquenta anos, o de mudanças até então desconhecidas.
Brasil experimentou
uma aceleração Foram criadas novas formas de acumulação de capital e de
de mudanças concentração industrial, com mutações substanciais nos processos
até então de recrutamento, alocação, distribuição e utilização da força de
desconhecidas.
trabalho com significativas repercussões nos padrões tradicionais de
mobilização e organização sindical, que vão além das tradicionais
fronteiras do Estado-Nação.
Ao lado deste quadro desolador, não são poucos os estudos que estão a
demonstrar a incapacidade do judiciário de conter a violência nos marcos do
Estado Democrático de Direito. “Embora a violência tenha aumentado material
e substancialmente, o sistema punitivo age como agia no início do século XX,
acentuando, como consequência, a distância entre a evolução da criminalidade e da
violência e a capacidade do Estado de impor lei e ordem” (ADORNO, 2002, p. 102).
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Capítulo 4 Os Horizontes Criminológicos Contemporâneos
Quanto à confiabilidade:
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Fonte: a autora.
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Atividade de Estudos:
Algumas Considerações
Caro pós-graduando, nesta disciplina estudamos a teoria geral do crime e da
ação, e compreendemos a criminologia etiológica. Além disso, foram apresentada
as causas de exclusão de ilicitude e da culpabilidade.
Esperamos que com esta disciplina você tenha aprofundado os seus estudos
acerca da criminologia e desejamos sucesso na sua atuação profissional.
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Criminologia
Referências
ADORNO, Sergio. Exclusão socioeconômica e violência urbana. Revista
Sociologias, Porto Alegre, ano 4, n. 8, jun./dez. 2002.
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