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Nos últimos tempos a humanidade tem enfrentado problemas como o

aquecimento global, secas prolongadas, furacões, inundações, entre vários


outros problemas. Quando se passa por um momento de dificuldade é natural
que se busque uma explicação para tal e sob a ótica de muitas pessoas o
grande problema está nos nossos hábitos alimentares.

O impacto ambiental desta atividade é muito alto, quando se considera que


apenas o rebanho mundial bovino tem mais de um bilhão de cabeças, cuja
maior parte vive em pastos abertos, ocupando área considerável.

A Emissão de gases do Gado

Por mais estranho que pareça um dos principais agravantes do problema do


aquecimento global é o gás metano eliminado na flatulência e arroto das
vacas, o efeito térmico pode chegar a cerca de 23 vezes mais alto que o gás
carbônico. Essa situação é alarmante, pois devemos considerar que cada
animal chega a expulsar um total de até 200 litros de metano por dia.

Há também as fezes do gado que geram óxido nitroso que tem um efeito
térmico de cerca de 300 vezes maior que o das emissões de CO2.

O Desmatamento

A pecuária ocupa cerca de 1/3 de toda a terra do continente da América Latina


e representa uma das atividades humanas mais impactantes para o meio
ambiente, consumindo grandes quantidades de água, grãos, combustíveis
fósseis, pesticidas e drogas. É também a principal causa por trás da destruição
das florestas tropicais e outras áreas naturais, além de grande responsável por
outros impactos ambientais, como a extinção de espécies, erosão do solo,
escassez e contaminação de águas, desertificação, poluição orgânica e efeito
estufa.

A maior parte do gado brasileiro é criada pelo sistema extensivo, onde os


animais permanecem soltos no campo, ocupando vastas áreas. Neste sistema,
considerado pouco produtivo, cada cabeça de gado necessita de um hectare
(10.000 m² - um campo de futebol) de terra para engordar.

Para se ter uma ideia FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura
e Alimentação) estima que cerca de 70% da vegetação foi transformada em
pastagens e isso tem contribuído de forma significativa para o aquecimento
global uma vez que as árvores absorvem CO2 para fazer a fotossíntese.
O Gado no Brasil

O rebanho bovino brasileiro é de cerca de 190 milhões de cabeças, ocupando


extensas áreas de pasto por todo o país, principalmente no Centro-Oeste e na
Amazônia. Até o ano de 2023 o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento projeta um crescimento anual de 2% para este setor.

Em nosso país cerca de 44% da produção agrícola é destinada para o


consumo dos animais que depois de transformados em alimento são
consumidos por uma pequena parcela da população.

Nos Estados Unidos a terra que é destinada para a produção de alimento para
o gado é de 64% enquanto que apenas 2% tem o destino para a produção de
vegetais para o consumo de seres humanos.

O Impacto das Fronteiras Agrícolas

Outro impacto negativo que pode ser observado é aquele que acontece da
expansão das fronteiras agrícolas com destaque para o Amazonas e em
biomas como o Pantanal e o Cerrado para o plantio de soja que é usada para a
produção de ração para o gado.

A produção de soja no Amazonas cresceu 425% nos últimos anos e isso


resulta num aumento de focos de calor na região uma vez que a produção está
diretamente ligada aos índices altíssimos de desmatamento na área.

Ajunte-se a isso ainda o fato de que 80% da produção mundial de soja, 70% da
produção do milho e 70% da aveia sejam destinados à alimentação de animais,
incluindo os bovinos. Especialistas informam que cerca de metade da produção
mundial de grãos é destinada à criação de animais e que esta quantidade
poderia alimentar outros dois bilhões de pessoas.

Esse quadro pode ficar ainda grave se atentarmos para a questão crítica de
introduzir uma espécie nova num ecossistema. Nesse caso podemos
exemplificar através da soja que é uma espécie invasora que apresenta uma
vantagem competitiva em relação as nativas pelo fato de não ter inimigos
naturais.

Impacto no Solo

O solo também é bastante impactado pela pecuária intensiva, acontece a


deterioração das condições físicas do solo. O constante pisoteio do gado acaba
provocando a compactação do solo e isso implica na redução da capacidade
de infiltração da água no solo e no aumento da susceptibilidade à erosão.
A pastagem ainda provoca a diminuição do teor de N, P e outros
micronutrientes vegetais como S, Zn, Mn e B. Dessa forma a junção do
desmatamento com o uso intensivo da terra causa o fenômeno conhecido
como desertificação, ou seja, o empobrecimento dos ecossistemas áridos,
semiáridos e subáridos pelas atividades humanas.

As Regiões Mais Impactadas Pela Produção de Carne

As regiões do mundo que são mais afetadas pela desertificação são aquelas
produtoras de gado como a América Central e do Sul, Oeste Americano, África
subsaariana e Austrália. No âmbito global tem-se uma área anual de 21
milhões de hectares que se torna improdutiva pela desertificação.

A Água

Outro aspecto que mostra importante de avaliar quando o assunto é estimar os


impactos ambientais da produção de carne é o uso da água. Podemos incluir
nessa conta a água usada para a irrigação das lavouras, a água que é ingerida
pelos animais e utilizada pela indústria.

Além destes impactos, a atividade também é responsável globalmente por 8%


do uso de água potável. Somente para efeito de comparação saiba que
enquanto 39 litros de água são gastos para produzir um quilo de tomates,
2.794 litros são utilizados para produzir meio quilo de carne suína e até 20.700
litros são destinados para a mesma produção de carne bovina.

Sendo assim não é difícil compreender que a pecuária intensiva contribui de


forma bastante intensa para a escassez de água em certas áreas do planeta.
Ainda existe a questão da poluição das águas, pois a explosão da população
de animais de corte resulta numa explosão paralela de resíduos animais. Um
rebanho de 10.000 cabeças gera uma quantidade de resíduos sólidos que é
equivalente aos excrementos produzidos por uma cidade com 110.000
habitantes.

Licenças para as atividades agropecuárias:

Declaração de Conformidade de Atividade Agropecuária - DCAA

É um documento que informa sobre atividades dispensadas de licenciamento


pelo órgão ambiental. Pode ser concedida às atividades listadas nas portarias
conjuntas nº 1 e 2/2012, publicadas pela Seagri e Ibram, e na resolução nº
4/2014 do Conselho de Meio Ambiente (Conam) e que possuem reduzido
potencial poluidor e degradador, desde que não impliquem em supressão de
vegetação nativa, na intervenção em área de preservação permanente ou de
reserva legal e apresentem outorga de uso de recursos hídricos, quando
necessária, em propriedade que adote boas práticas de produção. ( produção
de gado de corte – extensivo – em propriedades maiores que 500 hectares ).

Para atividade em Confimamento:

Lei Federal 6938 de 31 de janeiro de 1981, estabelece a política nacional do


meio ambiente, trazendo instrumentos de política ambiental, como o estudo de
impacto ambiental ( EIA) e o Licenciamento ambiental ( Brasil 1981)

Resolução 237 do CONAMA, estabelece que está sujeita ao licenciamento


ambiental, dentre outras atividades, a criação de animais ( Brasil 1997)

A Lei 12.305/10 institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos , elencando


vários instrumentos. Relativamente a atividade produtiva de bovinos em
confinamentos, de acordo com o artigo 20 de tal lei, estão sujeitos ao plano de
gerenciamento de resíduos os responsáveis por atividades de
agrossilvopastoris, quando exigido pelo órgão competente ( Brasil 2010).

Na esfera estadual também há exigências conforme seus estados. No estado


de são Paulo CETESB, DAEE, ETC.

Fonte: http://meioambiente.culturamix.com/natureza/impactos-
ambientais-da-producao-de-carne

Fonte: http://www.nossobemestar.com/posts/23-consumo-de-carne-
provoca-graves-impactos-ambientais

Fonte: http://www.crmv-pr.org.br/?p=imprensa/artigo_detalhes&id=65

Fonte: http://www.biomassabioenergia.com.br/imprensa/impacto-
ambiental-da-criacao-de-bovinos-por-ricardo-ernesto-rose/20150901-
083556-f020

Fonte: http://www.agricultura.df.gov.br/servicos/declaracao-de-
conformidade-de-atividade-agropecuaria-dcaa.html

Fonte:
https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1006064/1/735siag
ro2014print01.pdf

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