Você está na página 1de 18

1

SUMÁRIO
2

INTRODUÇÃO

Nesta pesquisa veremos sobre dois importantes assuntos da história do


Brasil, na época de colônia, e de como ocorreu a mineração no estado de Goiás no
tempo das Bandeiras. Onde destacaremos o período histórico, a forma que ocorreu
e as consequências.
3

A VINDA DA FAMÍLIA REAL PARA O BRASIL

Em novembro de 1807, a Família Real embarcou rumo ao Brasil, pois


Portugal estava prestes a ser invadido pelas tropas de Napoleão Bonaparte. A vinda
da Família Real para o Brasil teve como finalidade assegurar a independência de
Portugal e contou com o apoio dos ingleses. Em 22 de janeiro de 1808, a Corte
Portuguesa chega ao Brasil. 

Contexto histórico

No início do século XIX, a França e a Inglaterra eram países capitalistas


industriais, já Portugal, ainda era um país mercantilista. Sendo assim, Portugal era
dependente da Inglaterra econômica e politicamente. Essa dependência é
caracterizada pelo Tratado de Methuen (Panos e Vinhos), assinado em 1703, o qual
consistia no consumo de têxteis pelos portugueses e no consumo de vinho pelos
britânicos. 
Nesse período, a França era governada por Napoleão Bonaparte, o qual
defendia os interesses da burguesia francesa. Deste modo, Napoleão desejava
derrubar a Inglaterra. Os dois países entram em conflito e a Inglaterra vence. Sendo
assim, a França reage. 
Foram 14 anos de disputas. A França dominava a terra e a Inglaterra
dominava os mares, isso foi evidenciado pela Batalha de Trafalgar, em 1805
(disputa naval travada entre a França - juntamente com a Espanha - contra o Reino
Unido). Percebe-se, então, que Napoleão possuía hegemonia sobre todo
o continente, com exceção da Grã-Bretanha. Dessa forma, Napoleão decreta
o Bloqueio Continental (proibição de contato comercial com o Reino Unido pelos
países dominados por Napoleão) em 1806 em Berlim, a fim de estrangular a
economia britânica. Aqueles países que não respeitassem o Bloqueio Continental
eram invadidos pelas tropas francesas. 

Como se deu a vinda da Família Real para o Brasil

Como Portugal dependia da Inglaterra econômica e politicamente, o país não


respeitou o Bloqueio Continental. Dessa forma, Lord Strangford (embaixador inglês)
4

sugeriu a transferência do governo português para o Brasil, já que Portugal seria


invadido pelas tropas napoleônicas. O Príncipe-Regente, D. João, aceitou a
proposta dada por Lord Strangford. Essa estratégia visava assegurar a
independência de Portugal. 
Esse acordo fornecia escolta inglesa à Corte Portuguesa e garantia a
legitimidade do governo português. Em contrapartida, fornecia a Ilha da Madeira à
Inglaterra durante o conflito com a França, além da liberdade de comércio com
portos brasileiros. 
Para invadir Portugal, a França fez um tratado com a Espanha,
chamado Tratado de Fontainebleau. Este acordo permitia a passagem das tropas
francesas pelo território espanhol e, em troca, os espanhóis poderiam ficar com
parte do território português. 
Em novembro de 1807, a Família Real embarca rumo ao Brasil antes da
invasão de Portugal pelas tropas francesas.

Chegada da Corte Portuguesa no Brasil e sua estadia

Devido a uma forte tempestade, em 22 de janeiro de 1808 uma parte da Corte


Portuguesa (incluindo D. João) chega em Salvador (Brasil). Também em janeiro de
1808, outra parte chega no Rio de Janeiro. Vale ressaltar que, além da Família Real,
vieram diversas pessoas associadas à Corte.
Logo após a chegada da Família Real no Brasil, o Príncipe-Regente, D.
João, estabelece, no dia 28, através de uma Carta Régia, a Abertura dos Portos às
Nações Amigas. Esse fato marcou o rompimento do Pacto Colonial, pois extinguia a
exclusividade de comércio com Portugal. A Abertura dos Portos às Nações Amigas
favoreceu a Inglaterra, pois aumentava o seu mercado consumidor (a Inglaterra
defendia o livre-cambismo). Em março de 1808, a Corte Portuguesa foi instalada no
Rio de Janeiro. 
Em 1º de abril de 1808, D. João estabeleceu o Alvará de Liberdade Industrial,
que permitia o estabelecimento de manufaturas e indústrias no Brasil. No entanto,
essa tentativa de instalar manufaturas e indústrias não funcionou, pois não havia
mecanismos de proteção da produção brasileira e havia uma forte economia
agroexportadora escravista. 
5

Durante a estadia da Família Real no Brasil, diversos brasileiros foram


despejados para abrigar a Corte, o que gerou insatisfação popular. Além disso, a
Corte Portuguesa trouxe diversos livros, obras de arte, documentos, riquezas, entre
outros artigos.  

Medidas culturais tomadas por D. João 

A vinda da Família Real para o Brasil trouxe diversas medidas culturais, as


quais foram tomadas por D. João durante o Período Joanino. Dentre elas: 
 A criação do Museu Nacional;
 A criação da Biblioteca Real;
 A criação da Escola Real de Artes;
 A criação do Teatro Real de São João;
 A criação do Observatório Astronômico;
 A criação do Jardim Botânico;
 A criação de cursos; e
 A Missão Artística Francesa, que incentivou o desenvolvimento das
artes.

Tratados de 1810

Por conta do Bloqueio Continental, a Inglaterra utilizava o Brasil para escoar


suas mercadorias armazenadas. Essas mercadorias eram completamente
desnecessárias para o Brasil, como roupas inviáveis para os trópicos, espartilhos,
candelabros e, até mesmo, patins de gelo. 
Em junho de 1808, as taxas sobre as mercadorias foram reajustadas: 16% de
taxa para as mercadorias portuguesas e 24% de taxa para as mercadorias das
Nações Amigas. Essa medida foi tomada para corrigir a diferença que desfavorecia
Portugal.
Após essa medida, os ingleses reivindicaram por seus benefícios. Dessa
forma, os ingleses e portugueses estabeleceram os Tratados de 1810 (o Tratado de
Comércio e Navegação, o Tratado de Amizade e Aliança e o Tratado dos Paquetes).
Esses Tratados têm como principais características:
6

 O direito de extraterritorialidade: ingleses que cometessem crimes em


territórios portugueses seriam julgados conforme a lei inglesa;
 A liberdade religiosa para os ingleses, além da garantia de que a
Inquisição não seria estabelecida no Brasil;
 15% de taxa para as mercadorias inglesas;
 Abolição do tráfico de negros.

Os Tratados de 1810 têm como principais consequências:

 A aniquilação da burguesia portuguesa mercantil em relação ao


comércio com o Brasil; 
 O atraso no desenvolvimento industrial brasileiro;
 O domínio britânico sobre Portugal. 

Brasil elevado a Reino Unido

Em 1814, os membros do Congresso de Viena estavam redefinindo o


mapa que foi muito modificado pela expansão de Napoleão e pela Revolução
Francesa. Dessa forma, recomendavam o retorno da Família Real a Portugal para
que o governo fosse legítimo. No entanto, Talleyrand, membro do Congresso,
sugeriu a elevação do Brasil a Reino Unido para que a Corte permanecesse em
território brasileiro e seu governo fosse legítimo. Em 16 de dezembro de 1815, D.
João criou, por meio de uma Carta Régia, o Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves. 

Retorno a Portugal

Após alguns meses da invasão de Portugal pelas tropas francesas, os


ingleses derrotaram e expulsaram os franceses do território português. 
Em 1821, D. João VI (D. João se tornou D. João VI, pois ele se tornou rei
após a morte de sua mãe, D. Maria I) retornou à Portugal devido à Revolução Liberal
do Porto que ocorreu em 1820. O filho de D. João VI, D. Pedro, permaneceu no
7

Brasil como Príncipe-Regente. Durante a regência de seu filho ocorre o processo


de Independência do Brasil.

Benefícios para o Brasil-externo

A economia portuguesa por muito tempo ficou sobre o comando a Inglaterra.


Por esse motivo a resistência de Portugal em aderir integralmente à restrição.
Napoleão solucionou o problema determinando a tomada do pequeno império
ibérico. Sem condições de defender-se do ataque, a família real, em 1808, deslocou-
se para o Brasil, perante escolta inglesa. Iniciou então, aqui no Brasil, o recurso que
iria terminar, por fim, na sua autonomia política.
Sem conseguir responder positiva ou negativamente aos franceses por conta
do Bloqueio Continental, a condição de Portugal revelava com muita nitidez a
incapacidade de conservar o status quo.
Coagida por Napoleão, mas incapacitada de lhe apresentar oposição
britânica, o cortejo português estava oscilante. Qualquer escolha representaria, no
mínino, a decadência do regime colonial ou do que ainda sobrava dele. A devida
autoridade estava ameaçada, sem que fosse permitido perceber uma saída
aceitável.
Nessa circunstância, evidencia-se a função exercida por Strangford que,
como representante cortês inglês, foi capaz de estabelecer, sem hesitação, a
perspectiva da corte britânica.
Para o cortejo de Lisboa empregou-se a seguinte conjuntura: continuar em
Portugal e ceder ao controle napoleônico ou dirigir-se para o Brasil. Essa última foi à
saída acudida pela Inglaterra.

Benefícios para o Brasil-interno

Cultura

Além das alterações comerciais, a vinda da família real ao Brasil também


ocasionou um alvoroço educacional e cultura. Nesse período, foram formadas
instituições como a Academia da Marinha, Academia Real Militar, a Escola Real de
8

Ciências, a Escola de Comércio, a Academia de belas-artes, Artes e Ofícios, e duas


escolas de Cirurgia e Medicina, uma em Salvador e outra no Rio de Janeiro.
Foram criados o Observatório Astronômico, o Museu Nacional e a Biblioteca
Real, cujo patrimônio era formado por diversos documentos e livros vindo de
Portugal. Além disso, foi criado o jardim Botânico e o Real teatro de São João. Um
comportamento muito considerado de Dom João foi à formação da Imprensa Régia.
Ela publicou obras de diversos escritores e traduções de livros científicos. Foi uma
época de grande evolução e crescimento.

Política

Com o estabelecimento da corte no Brasil, o Rio de Janeiro virou a capital da


monarquia portuguesa e Dom João teve de arrumar todo o governo brasileiro.
Formaram-se três gabinetes: o da Marinha, o da Fazenda e Interior e o da
Guerra e Estrangeiros; inseriram também as atividades auxiliares e imprescindíveis
ao desempenho do governo, entre eles a Casa da Moeda, o Banco do Brasil, a Casa
da Suplicação ou Supremo Tribunal e a Junta Geral do Comércio.
No dia 17 de dezembro de 1815, o Brasil foi promovido a reino e, em 1821, as
capitanias começaram a ser chamadas de províncias.
Em 1818 com o falecimento da rainha D. Maria I, a quem Dom João sucedia,
aconteceu no Rio de Janeiro a coração e a proclamação do Príncipe Governante,
que herdou a denominação de Dom João VI.

Economia

Depois da vinda da família real, duas providencias de Dom João aceleraram o


estímulo a economia brasileira: a liberação dos portos e a autorização de criar
industrias que tinham sido impedidas por Portugal antes.
Estabeleceram-se fábricas, indústrias de tecidos começaram a parecer,
porém não se desenvolveram devido à disputa com os tecidos ingleses.
Excelente resultado teve a fabricação de ferro com a implantação da Usina de
Ipanema nas regiões de Minas Gerais e São Paulo.
A manufatura agrícola voltou a progredir. O algodão e o açúcar alcançaram a
primeira e segunda posição nas exportações, no começo do século XIX. Nessa
9

época apareceu o café, nova mercadoria, que logo foi do terceiro para o primeiro
lugar nas exportações do Brasil.

GOIÁS NA ÉPOCA DA MINERAÇÃO

O século XVIII marca o início da conquista do que se chamava Brasil central,


embora no século XVI, já se encontravam expedições à procura de riquezas
espalhadas pelo território brasileiro, além de reconhecer o mesmo. À proporção que
iam avançando adentro as bandeiras no sertão em busca de ouro e dos gentios,
cada vez mais aumentavam os seus descobrimentos. Cada notícia de
descobrimento serviria de estímulo para outros novos descobrimentos do sertão, e
assim foi se formando o Brasil central.
A escravização de gentios para a mão de obra e os indícios da existência de
ouro fizeram com que incontáveis bandeiras adentrassem em terras goianas visando
tais potencialidades. Índios e ouro despertavam grandes ambições e atraíam os
sertanistas que objetivamente adentraram o sertão.
O atual território de Goiás fazia parte da capitania de São Paulo. aponta que:
“Goiás começou a se formar pelo lado de S. Paulo, isto é, confins das terras
paulistas, então conhecidas, para o interior que a coragem dos bandeirantes ia
descobrindo e percorrendo”. Os paulistas foram os responsáveis por alargar o
território colonial determinado pelo Trato de Tordesilhas, incorporando as terras do
atual estado de Goiás.
Dizem que as bandeiras tinham um papel importante, onde: Goiás era
conhecido e percorrido pelas bandeiras quase que desde os primeiros dias da
colonização, mas seu povoamento só se deu em decorrência do descobrimento das
minas de ouro no século XVIII. Esse povoamento, como todo povoamento aurífero
foi irregular e instável.
O território goiano, então, foi sendo conhecido pelas expedições, que eram
denominadas de bandeiras. Eram de caráter oficial e coordenado ou autorizado pela
Coroa, a busca por escravos também se configurava como uma atividade
econômica.
No período das bandeiras propriamente dito, a atividade econômica ou se
confinava na busca de escravos, ou na pesquisa de jazidas minerais. Tanto o
comércio de carne humana quanto a sondagem da terra para a grande era que, em
10

breve, se iniciaria, eram, contudo, atividades a que faltava caráter estável, e, com
ele, a base inseparável do estabelecimento de uma sociedade firmada em mais altos
padrões de vida, ou, o que será talvez mais exato, para o estabelecimento de uma
verdadeira sociedade.
A província de Goiás foi descoberta e povoada por aventureiros que só
procuravam riquezas, sejam elas por meio de gentios ou pela descoberta de jazidas
minerais. A ocupação do espaço geográfico em Goiás se deve a vários fatores que
analisados se formam em grande parte cronologicamente. Primeiro pela procura de
índios para as lavouras e comércio açucareiro no Nordeste, depois para o trabalho
nas minas.

As primeiras bandeiras transmitiam uma mensagem de esperança para quem


quisesse encontrar riquezas. Fato este que alavancava os sonhos de vários
sertanistas a percorrer o interior do Brasil na esperança de enriquecer.
A história do descobrimento de Goiás é meio complexa de se entender. O
problema de alguns estudiosos que retratam da história é, sem dúvidas, não separar
os “dois” descobridores. Vejamos, Bartolomeu Bueno da Silva é considerado o
descobridor de Goiás. Quando veio a esta província, trouxe consigo o filho de doze
anos que, pelo destino, também se chamava Bartolomeu Bueno da Silva. Ou seja,
na história, temos duas pessoas com o mesmo nome: o Bartolomeu Bueno da Silva
(pai), que descobre as minas de ouro em Goiás, e o Bartolomeu Bueno da Silva
(filho), que por acompanhar seu pai na primeira expedição e vendo que o pai não
conseguiria retornar mais, quase cinquenta anos depois decidiu fazer outra
expedição.
A expedição (bandeira) do primeiro Bartolomeu Bueno da Silva (pai) foi
realizada no ano de 1682, conforme afirmam alguns historiadores.
Bartolomeu Bueno da Silva era um homem obstinado. Estudiosos da história
de Goiás relatam Bueno dizendo muitas vezes que preferiria a morte do que voltar a
São Paulo fracassado. Nesta primeira expedição recebeu o apelido de Anhanguera,
pelo fato de intimidar os índios a mostrarem onde conseguiram o ouro que estavam
a mostra como objetos em seus corpos. Os índios não quiseram mostrar ao
bandeirante as jazidas de ouro e, por isso, Bueno ateou fogo num prato de
aguardente que começou a pegar fogo, e ameaçará fazer o mesmo com os rios caso
os índios não o mostrassem. Os índios bastante temerosos logo mostraram as
11

jazidas a Bueno, além de o batizar com o nome de Anhanguera, que significa ‘Diabo
Velho’.
A expedição do Bartolomeu Bueno da Silva (filho) partiu em 3 de julho de
1722 saindo de São Paulo rumo ao interior do país com o objetivo de encontrar
riquezas minerais. Bueno era o cabo da tropa. Claro que o objetivo não era somente
este. Objetivava-se também a captura de gentios para os trabalhos pesados,
tornando-os escravos.
Bueno e sua comitiva esperava encontrar ricas jazidas de ouro pelas terras de
Goiás. Bartolomeu Bueno da Silva, como vimos, tinha visitado tal lugar há quase
cinquenta anos. As lembranças e as estradas do lugar já não eram as mesmas.
Na medida em que adentravam ao território foram construído trilhas ou
seguindo as feitas pelos indígenas. Os encontros e conflitos com os índios foram
inevitáveis, pois eles resistiam à escravização.
Um fato curioso e ao mesmo tempo marcante da expedição é que as
descobertas de ouro nas localidades dos rios Claro e Pilões datam de 1722/23,
porém, a sua exploração só se dará vinte anos depois. Uma explicação para esse
fato foi que, Bartolomeu Bueno da Silva já não se lembrava mais dos caminhos
percorridos por seu pai, pois, passaramse vários anos da primeira expedição e ele
não conseguiu refazer trajeto do seu pai. A intenção de Bueno era de chegar
exatamente neste rio Vermelho, porém, se perdendo, chegou mais ao oeste onde se
encontrava o rio Araguaia.
O mapa ilustra a rota de Bartolomeu Bueno da Silva (filho), enquanto se perde
no trajeto na tentativa de chegar ao rio Vermelho. Porém, perdendo o norte, chega
aos rios Claro e Pilões.
12

Mapa 1– Rota dos Bandeirantes.

Fonte: Fonte: SIEG, (2014). Adaptado por: Gomis, (1998). Organização: Alves (2014).

Após reorganizar o trajeto, Bueno parte de Pilões e Rio Claro para o rio
Vermelho e ali se estabelece fundando um povoado que viria a se chamar Arraial de
Sant’Anna, que por muito tempo foi a capital da província de Goiás.
Os Rios Claro e Pilões ficaram conhecidos por possuir neles bonitos e
variados diamantes e uma quantidade considerável de ouro de aluvião. Não
demorou muito tempo para que os bandeirantes retornassem para realizar a
exploração, o que de fato ocorreu pouco tempo depois da fundação do arraial de
Sant’Anna.
Esta primeira fase dos descobrimentos e do começo da mineração em Goiás
é anárquica em termos de fixação de população e também de instalação do sistema
produtivo. Segundo Bertran (1988), as levas de garimpeiros vindos de Portugal e de
todo o Brasil se expandiam pelo cerrado com pouquíssimas condições de
subsistência alimentar ou de sobrevivência ante as doenças e aos ataques
indígenas que ainda causavam bastante conflito, pois, os índios ficavam entre os
caminhos de São Paulo e as minas centroestinas, tanto os fluviais como os
terrestres.
as primeiras povoações acompanhavam a produção e os achados de ouro,
vez que: As povoações que se formavam por esse modo, não tinham nenhum
caráter de permanência, indicavam apenas que as localidades escolhidas para
13

arraiais ofereciam algum manancial de riqueza aurífera. Lavrada, porém, a superfície


das minas, essa população emigrava para outros pontos, deixando suas casas
abandonadas ao estrago do tempo. É por isso que em Goiás se vê um grande
número de povoações acanhadas e decadentes, e apontam-se as localidades, em
que outras existiram, e que prosperaram em número, em construções e em riqueza.
Neste sentido, os Rios Claros e Pilões começa a ser povoado na tentativa de
encontrar minérios, o que de fato acontece e o primeiro núcleo urbano que se forma
nas margens dos referidos rios é o Arraial de Bom Fim, criado em 1746.
Em 1749 o arraial é destruído por índios Cayapós, justificando invasão ao
território indígena. Só que no mesmo ano a Coroa Portuguesa numa tentativa de
retaliação manda erigir um novo arraial com novas edificações e um posto da Polícia
dos Dragões Reais, agora com o novo nome de Arraial de Pilões.
Pilões agora é um núcleo urbano que abrigava alguns garimpeiros que, a
partir de 1749, passa a vigorar a extração de minérios por contratos. É aí que entra
na história dois irmãos que veio de Minas Gerais: Joaquim e Felisberto Caldeira
Brant. Arremataram o contrato de diamantes dos rios Claro e Pilões e por ali se
estabeleceu por dois anos, extraindo diamantes com o serviço obrigatório de 200
escravos, como o contrato da Coroa previa.
Porém, dois anos depois do contrato os irmãos Brant pediram para se retirar
do lugar afirmando que os achados não supriam as despesas gastas. A Coroa
permite a saída dos irmãos e interdita o lugar por 50 anos, para que nenhum mineiro
possa praticar a mineração nos leitos dos rios Claro e Pilões.
No século XVIII, o atual Estado de Goiás era visto como um lócus da
exploração mineral e, a partir disso, foram criados importantes arrais de mineração
que compõe o urbano nacional atualmente. Mas, como o nosso objetivo é destacar a
ocupação do arraial de Pilões (atual Israelândia-GO), ainda no século XVIII, é
preciso que se entenda que o referido arraial foi um dos principais de Goiás.

Principais Arraiais e Vilas do Século XVIII.


14

O arraial era conhecido como Pilões e também como Rio Claro, pois ficava
justamente no entroncamento dos dois rios, o Claro e o Pilões. A mineração em
Pilões (Rio Claro), sempre foi alvo de grandes mineiros que tentavam a sorte de se
“bamburar” (termo utilizado para designar o achado de um bom diamante). A
economia era baseada praticamente na extração de ouro e diamante, conforme a
figura.

Economia dos núcleos urbanos em Goiás no século XVIII.


15

Fonte: Rocha (2001, p. 42). Adaptado por: Squiave (2018).

Quando a economia simbolizava um “arraial”, significaria que o núcleo urbano


se mantinha pela exploração mineral. Em Pilões a grande maioria da população se
mantinham pela pratica da garimpagem e, somente uma pequena parcela da
população praticava a agricultura de subsistência. Os alimentos eram comprados
nas vendas no próprio arraial que era trago da capital Vila Boa.
De acordo com Cunha Mattos (1979), O arraial de Pilões (Rio Claro), era
composto por 42 casas no século XVIII. A figura de número 3, ilustra o tamanho dos
arraiais em Goiás no mesmo século.

População Urbana do século XVIII em Goiás.


16

O arraial de Pilões (Rio Claro), era um arraial pequeno, tinha


aproximadamente 50 casas. Cunha Mattos (1979), detalha dizendo que em meados
do século XVIII, o arraial possuía 42 casas e uma ermida (igreja) católica. A
economia do povoado dependia das descobertas minerais, quando os achados
estavam sendo bons atraia uma população maior, quando ficavam escassos a
população migrava para outros lugares. Essa sazonalidade, também, estava ligada
ao período chuvoso, pois quando os rios enchiam dificultavam a pratica da
garimpagem e a população migrava para os povoados. Já no período de estiagem a
atratividade dos garimpeiros aumentava. Esse aspecto mostra que o povoado não
tinha uma atividade que fixava a população, dependo das condições da natureza.

CONCLUSAO
17

Ao final desta pesquisa pode-se concluir que em relação da Vinda da Família


Real para o Brasil a principal consequência foi a antecipação do processo de
Independência do Brasil, mas contudo, não foi só isso, veio também vários
benefícios da Coroa e a criação de órgãos e instituições, que propiciaram
desenvolvimento. 
Já em relação a mineração em Goiás, a formação espacial é o resultado das
relações sócio espaciais. Pilões no seu início de povoamento, foi um importante
arraial de mineração em Goiás. Dentre a cartografia apresentada, o mesmo aparece
como um dos principais da província. No século XVIII, a população da província de
Goiás atraia mineiros de todos os lados do país, fazendo com que houvesse uma
sazonalidade na urbanização da época.
A economia era baseada nas riquezas minerais. A agricultura de subsistência
e de comercio só vai aparecer em segundo momento, pois as ordens da Coroa
Portuguesa era de que todas as forças fossem voltadas para a pratica da mineração,
pois, o imposto era alto e, o que importava para a Coroa Portuguesa era justamente
a cobrança de impostos.
18

REFERÊNCIAS BIBLOGRÁFICAS

https://querobolsa.com.br/enem/historia-brasil/a-vinda-da-familia-real-para-o-brasil

https://www.resumoescolar.com.br/historia-do-brasil/brasil-a-vinda-da-familia-real-
para-o-brasil/

http://www.eng2018.agb.org.br/arquivo/downloadpublic?
q=YToyOntzOjY6InBhcmFtcyI7czozNToiYToxOntzOjEwOiJJRF9BUlFVSVZPIjtzOjQ
6IjQxMzgiO30iO3M6MToiaCI7czozMjoiZmU0NTAxNjFmNjlkYjJhN2Q0NmNkNTI3ZD
E3NGJhYjciO30%3D

https://www.infoescola.com/historia/historia-de-goias/

Você também pode gostar