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CONTRAÇÃO MUSCULAR

E
FLEXIBILIDADE
Professor Elton Dias Pinheiro
OS MÚSCULOS

• Os músculos têm a capacidade singular de gerar tensões, que são transferidas aos
ossos para a produção ou controle dos movimentos articulares. Existem três tipos de
tecido muscular, o músculo liso, cardíaco e esquelético.
• O músculo cardíaco estriado e encontrado nas paredes do coração e sua contração
ajuda no bombeamento de sangue pelo interior dos vasos sanguíneos até os
pulmões e outras partes do corpo, sua contração assim como a do músculo liso é
involuntária.
MÚSCULO LISO NÃO ESTRIADO
MÚSCULO LISO NÃO ESTRIADO

• O músculo liso, não estriado, forma parte das paredes dos órgãos ocos e sistemas
tubulares, a contração destes músculos é involuntária.
MÚSCULO CARDÍACO ESTRIADO
MÚSCULO CARDÍACO É ESTRIADO

• O músculo cardíaco é estriado e encontrado nas paredes do coração e sua contração


ajuda no bombeamento de sangue pelo interior dos vasos sanguíneos até os
pulmões e outras partes do corpo, sua contração assim como a do músculo liso é
involuntária.
MÚSCULO ESQUELÉTICO
MÚSCULO ESQUELÉTICO

• Representa 40 a 45% do peso corporal de um adulto, é caracterizado por ser


estriado, e se prende aos ossos e cartilagem, dando origem aos movimentos nas
articulações, contribuindo para a estabilidade, absorção de choques, manutenção da
postura e produção de calor corporal.
MÚSCULO ESQUELÉTICO

• O músculo esquelético é um órgão especializado na transformação de energia


química em movimento(energia mecânica), desenvolvido para otimizar esta função
utilizando um conjunto bem ordenado de proteínas relacionadas com o movimento
• Ao contrário dos músculos liso e cardíaco, os músculos esqueléticos são voluntários
porque muitos podem ser conscientemente controlados e não se contraem de forma
automática. Em vez disso, esse tipo de músculo depende da estimulação por um
nervo
• O músculo estriado esquelético é envolvido por três camadas finas de tecido
conjuntivo, o epimísio, o perimísio e o endomísio. Essas camadas, quando se
convergem, formam o tendão e este auxilia na fixação dos músculos aos ossos.
• O epimísio consiste numa camada densa de fibras colágenas que, além de envolver
o músculo inteiro, também o separa dos outros tecidos e órgãos adjacentes, o
perimísio é uma camada fibrosa que divide o músculo em uma cadeia de outros
compartimentos, sendo composto por colágeno e fibras elásticas.
• Além disso, ele contém vasos sanguíneos e nervos os quais
têm a função de manter o fluxo sanguíneo e regular a
contração de fibras musculares no interior de cada um dos
fascículos.
• O endomísio é encontrado dentro do fascículo e envolve cada fibra
muscular esquelética, além disso, ele conecta as fibras umas às outras
e sustenta os capilares que suprem as fibras individuais.
• A contração muscular é proveniente da ativação de várias unidades
motoras, e a intensidade dessa contração depende do número de
unidades motoras acionadas e da frequência dos impulsos elétricos
enviados para cada uma delas
FIBRAS MUSCULARES

• Cada fibra contem as proteínas contrateis Miosina e Actina, que


compõe os filamentos grossos e finos respectivamente, que estão
dispostos paralelamente nas miofibrilas que compõe as fibras
• As miofibrilas estão também paralelamente
arranjadas e apresentam um padrão de bandas
escuras e claras dispostas em série, que dão o
caráter de estrias às fibras de tais músculos.
• Esta aparência estriada característica da
miofibrila observável na microscopia de luz
decorre da birrefringência diferente das
proteínas contrateis:a banda clara, chamada
banda-I, é devida a isotropia (I) da região da
miofibrila dada pelos filamentos finos e a
banda-A, devida a sua anisotropia(A),
constituída pelos filamentos grossos
intercalados aos finos.
• Os limites laterais da unidade contrátil chamada de sarcômero são dados pelos
discos Z, constituídos por alfa-Actinina, onde se ancoram os filamentos finos , a
Tinina e a Nebulina. Na microscopia de luz o sarcômero é delimitado por duas
linhas Z e contem duas banda-I e uma banda –A central separando-as.
CONTRAÇÃO

• A contração é definida como a ativação das fibras musculares com a tendência


destas se encurtarem. Ocorre quando o cálcio citosólico ([Ca2+]i) aumenta
disparando uma série de eventos moleculares que levam à interação entre miosina e
actina, ocorrendo o deslizamento desta última sobre os filamentos grosso e o
encurtamento dos sarcômeros em série
ACOPLAMENTO EXCITAÇÃO-CONTRAÇÃO

• A despolarização do sarcolema da fibra muscular esquelética se propaga da


superfície para o interior da fibra através dos túbulos-T. Junto aos túbulos se
encontram as cisternas do retículo sarcoplasmático formando com o túbulo T uma
estrutura denominada Tríade.
• Na membrana dos túbulos se encontram proteínas integrais que a transfixam
chamadas Proteínas DHP por terem afinidade por dihidropiridina, substância
inibidora da abertura de seus canais cálcio-seletivos intrínsecos.
• A despolarização do túbulo T induz a alteração da conformação das proteínas DHP.
Esta modificação é transmitida aos podócitos que se encontram em contacto com
tais proteínas.
• Os podócitos são projeções citoplasmáticas de proteínas integrais da membrana do
retículo sarcoplasmático, chamadas Proteínas Receptoras de Rianodina, cuja
isoforma na musculatura esquelética é abreviada por RyR1.
• Estas proteínas se encontram concentradas na face da cisterna em contacto com o
túbulo T e contem canais intrínsecos seletivos ao cálcio
• Uma vez ativado o RyR1 pela alteração de conformação da proteína DHP induzida
pela despolarização que atingiu os túbulos T, os seus canais são abertos efluindo
cálcio do retículo para o citoplasma da fibra muscular. A mudança de conformação
de RyR1 se transmite à outra proteína ligada à este receptor, chamada Triadina.
• A triadina mobiliza o cálcio ligado á Parvalbumina, Calsequestrina e Reticulina,
todas encontradas no interior do retículo sarcoplamático e em contacto entre si, que
liberam mais cálcio. Este íon sai pelo canal de RyR1, que se encontra aberto.
contribuindo para o maior aumento do cálcio citosólico
• O filamento grosso é constituído por moléculas de miosina, dispostas
ordenadamente. Cada molécula de miosina é constituída por dupla hélices
enroladas entre si e numa das extremidades se encontram duas cabeças globulares.
• O seu arranjo é regular de tal maneira que as cabeças se dispõe de maneira
helicoidal, separadas por 14,5 nm. Existem 294 moléculas por filamento grosso.
Como as cabeças têm atividade ATPásica existem 588 sítios com tal propriedade. O
filamento grosso se encontra no centro de um hexágono em cujos vértices se
encontram dispostos os filamentos finos.
• O filamento fino é constituído por actina filamentosa (Act-F), que é formada por
dois filamentos de actina globular (Act-G) entrelaçados, por Tropomiosinas
fixadas sobre Act-F por Tropnina em intervalos de 7 Act-Gs.
• A Troponina é composta de três subunidades chamadas Troponina C (que tem
afinidade por Cálcio, TnC), Troponina I (TnI) e Troponina T (TnT). A subunidade
TnI está ligada a uma das Act-Gs e a subunidade TnT à Tropomiosina e a TnC ligada a
estas duas subunidades. O cálcio ao se ligar à TnC faz com que o conjunto modifique
a sua conformação desligando TnI da AcT-G/F , simultaneamente
• O cálcio ao se ligar à TnC faz com que o conjunto modifique a sua conformação
desligando TnI da AcT-G/F , simultaneamente deslocado a Tropomiosina, expondo os
sítios das Act-Gs permitindo a interação com as projeções das cadeias de miosina,
chamadas de cabeça, que constituem o filamento grosso. Numa reação que envolve a
hidrólise de ATP, tem-se o deslizamento dos filamentos finos em relação aos
filamentos grossos , com conseqüente encurtamento dos sarcômeros (aproximação
dos discos Z), com a produção de força ao longo da miofibrila.
• A formação de pontes entre Act-F e miosina é reversível, na presença de ATP,
ocorrendo com a modificação da posição da cabeça da miosina de 45 à 90 graus,
tendo um deslocamento de 100 Angstrons. A energia deste processo provem da
hidrólise de ATP, liberando ADP e Pi ( processo de transdução de energia)
ALONGAMENTO
• O alongamento é uma técnica terapêutica utilizada para aumentar a mobilidade dos
tecidos moles por promover aumento do comprimento das estruturas que tiveram
encurtamento adaptativo, podendo ser definido também como técnica utilizada para
aumentar a extensibilidade musculotendínea e do tecido conjuntivo periarticular
TÉCNICAS PARA AUMENTAR A
FLEXIBILIDADE ARTICULAR
• Alongamento Ativo
• Alongamento Passivo
• Alongamento balístico
• Alongamento estático
• FNP (Facilitação neuromuscular proprioceptiva)
FLEXIBILIDADE ARTICULAR

• O aumento da flexibilidade articular é um importante componente de programas de


treinamento e de reabilitação para atletas.
• Diferentes abordagens podem ser utilizadas para alongar tecidos, sendo algumas
mais efetivas que outras devido a resposta neuromusculares.
RESPOSTA NEUROMUSCULAR AO
ALONGAMENTO
• Órgãos tendinosos de Golgi (OTG)
localizados nas junções
musculoesqueléticas e nos tendões em
ambas a extremidades dos músculos
• Estes receptores recebem estímulo
pela tensão da unidade na unidade
musculotendinosa ( tanto da contração
quanto de alongamento)
• Apesar de tanto a contração muscular quanto a mobilização passiva possam
estimular a OTG, o limiar passivo tem maior tolerância antes de ocorrer a
estimulação da OTG.
• OTG inibe a tensão do músculo ativado ( relaxamento muscular) e ativam a tensão
dos músculos antagonistas
FUSOS MUSCULARES

• Receptores sensoriais presente ao longo das fibras musculares


• É composto entre 3 a 10 pequenas fibras denominadas fibras intrafusais
• Os fusos musculares respondem tanto ao grau de alongamento muscular ( resposta
estática ) quanto a taxa de alongamento muscular (resposta dinâmica)
• Fibras intrafusais em núcleo em Cadeia:
São as principais responsáveis pelo componente estático

• Fibras intrafusais em núcleo em Saco:


São as principais pelo componente dinâmico
• Estas fibras funcionam de maneira independente, porém as que atuam em reposta
dinâmica é muito mais forte do que a resposta estática, uma taxa de alongamento não
ATIVA a resposta do fuso muscular até o músculo esteja significativamente alongado.
A FLEXIBILIDADE ...

• Pode ser influenciada por diversos fatores, como por exemplo a idade, onde quanto
mais velha a pessoa menor é sua flexibilidade, e quanto mais cedo iniciar-se o
treinamento de flexibilidade maior será a possibilidade de atingir grandes arcos de
mobilidade articular. Outro fator é o gênero do indivíduo, onde a mulher em geral é
mais flexível que o homem, isso pode se explicar com a puberdade onde percebe-se
um aumento da força nos meninos e diminuição da sua flexibilidade. A inatividade
física pode reduzir indiretamente a flexibilidade, pois é possível gerar acúmulo de
gordura, os quais acabam reduzindo os arcos de movimento
ALONGAMENTO ATIVO

• Alongamento ativo:
• Realizado pela contração dos músculos antagonistas
• Ex: Isquiotibiais e Quadríceps
ALONGAMENTO PASSIVO

• Utilização de força gravitacional, força aplicada por outro segmento corporal ou


força aplicada por outra pessoa
• MAIOR VANTAGEM em ADM
• Maior risco de lesão
ALONGAMENTO BALÍSTICO
• Alongamento brusco até o limite articular
ou até o além da ADM
• Utiliza-se da ativação do reflexo do
estiramento muscular em contração
imediata do musculo as ser alongado,
podendo a levar a micro roturas
musculares
• ALTO INDICE DE LESÃO
ALONGAMENTO ESTÁTICO

• O alongamento estático, envolve o alongamento de um músculo até o ponto de


desconforto e, então, sua manutenção naquele ponto por um tempo prolongado [...]
Essa técnica envolve o alongamento de um determinado músculo antagonista de
forma passiva, posicionando-o no máximo de alongamento e mantendo-o assim por
um tempo prolongado
ALONGAMENTO ESTÁTICO

• Realizado lentamente até a amplitude de movimento desejada


• Mantido de 30 a 60 segundos na posição de alongamento
• Deve ser repetido de 3 a 5 séries
CUIDADOS ESPECIAIS

• Evitar utilizar este tipo de alongamento antes de competições, pois reduz a contração
muscular, principalmente em corridas de velocidade e de resistência.
• Utilize alongamentos dinâmicos ( próximo ao balístico)
FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR
PROPRIOCEPTIVA (FNP)
• Inicialmente foram utilizados por fisioterapeutas para tratar pacientes com paralisia
neuromuscular.
• Esta técnica aproveita-se da resposta dos OTG, relaxamento e contração muscular
FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR
PROPRIOCEPTIVA (FNP)
• O alongamento por Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) refere-se a uma
técnica em que um músculo totalmente contraído é alongado, movimentando um
membro ao longo da amplitude de movimento da articulação. Depois de percorrer
toda a amplitude de movimento, o músculo é relaxado e descansado antes que o
procedimento seja retomado
• A técnica de contrair-relaxar antagonista contrair ( contrair e relaxar contração lenta)
envolve:
• 1º O alongamento estático passivo do músculo
• 2º Contração muscular contra a resistência
• 3º Novo alongamento ( mantendo de 4 -10 segundos) realizado pelo menos 4 séries
VARIAÇÃO

• 1º Contração muscular contra a resistência


• 2º O alongamento estático passivo do músculo
• 3º Nova contração muscular
• 4º Nova alongamento ( mantendo de 4 -10 segundos) realizado pelo menos 4 séries
ATIVIDADE

• Alongar ou Não alongar antes de realizar a atividade física ?

• Qual a melhor técnica de alongamento?

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