Síntese do Artigo: “Coronavírus mudará o mundo?’’ Escrito por: Jamil Chade
Segundo Richard Kozul-Wright, Diretor da Divisão de Globalização da
Conferência da ONU para Comércio e Desenvolvimento, o mundo possui um histórico de dívidas, ilusões e derivas políticas. Um exemplo disso são as diversas crises pelas quais passamos nas últimas décadas, como os ataques terroristas de 2001 e a quebra do Banco Lehman Brothers em 2008. Atualmente estamos vivendo o que os especialistas consideram a “3ª mega crise global’’, a qual tem afetado diversos aspectos do sistema interno dos Estados e externo das Relações internacionais. Esta mega crise se deu devido ao COVID-19, doença vinda da China que hoje se espalha por mais de 120 países, causando uma pandemia. Esse desequilíbrio só escancarou a vulnerabilidade do Sistema Internacional, que está em seu momento de maior fragilidade em mais de 70 anos. Essa vulnerabilidade resulta de diversos desentendimentos entre os atores internacionais, agravados pela recessão econômica e social dos últimos tempos. A soma desses fatores abriu espaço para ideologias xenofóbicas e nacionalistas, refletindo isso em grandes Estados que estão impondo sansões econômicas e restringindo áreas do comércio para países menos desenvolvidos. Após os anos 90, a China vem desenvolvendo um forte mercado industrial, tornando-se nas últimas décadas, uma protagonista do comércio internacional, conhecida como a “Fábrica do Mundo’’. Esse reconhecimento se deu devido ao país ser responsável por 19% do PIB Global e de 13% de todo o fluxo do comércio. Sendo assim, uma recessão da economia chinesa poderia afetar drasticamente diversos governos marginalizados, como alguns países africanos e latino-americanos. A partir desses fatores, a OMS (Organização Mundial da Saúde) sugere que os atores internacionais enfrentem o problema a partir de uma resposta cientifica, coordenada e proporcional comunitária. O que se difere do nosso cenário político atual, caracterizado por autoritarismo, xenofobia e anticiência. O mundo está dividido, porém, se faz necessário que o bem coletivo prevaleça sobre os interesses particulares.