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26/05/2020 Celso de Mello diz que Judiciário independente 'repele injunções marginais e ofensivas' | Política | G1

POLÍTICA

Celso de Mello diz que Judiciário


independente 'repele injunções marginais e
ofensivas'
Decano do STF é relator do inquérito que investiga se Bolsonaro tentou interferir na
PF e divulgou, na semana passada, vídeo de reunião ministerial, o que gerou críticas
do presidente.

Por Fernanda Vivas, TV Globo — Brasília


26/05/2020 15h51 · Atualizado há uma hora

Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal — Foto: Reprodução/TV Justiça

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26/05/2020 Celso de Mello diz que Judiciário independente 'repele injunções marginais e ofensivas' | Política | G1

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-
feira (26) que um Judiciário independente "repele injunções marginais e ofensivas" e
que, sem essa independência, "não haverá liberdade e democracia.”

Decano do STF, Mello é o relator do inquérito que apura se o presidente Jair


Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal, conforme a acusação do ex-
ministro Sérgio Moro.

A declaração do ministro ocorre dias depois de sua decisão de divulgar o vídeo da


reunião ministerial do dia 22 de abril no Palácio do Planalto, entre o presidente e
ministros. O encontro é apontado por Moro como uma prova da atuação de
Bolsonaro no sentido de interferir na corporação.

· ENTENDA: a acusação de Moro, a defesa de Bolsonaro e o que as


investigações mostraram até agora

Também na reunião, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, chegou a


defender a prisão de ministros da Corte.

“Entendo, senhora presidente, que sem um Poder Judiciário independente - que


repele injunções marginais e ofensivas ao postulado da separação de poderes e que
buscam muitas vezes ilegitimamente controlar a atuação dos juízes e dos tribunais -
jamais haverá cidadãos livres nem regime político fiel aos princípios e valores que
consagram o primado da democracia. Em uma palavra: sem um Poder Judiciário
independente não haverá liberdade e nem democracia”, afirmou Celso de Mello.
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Bolsonaro posta artigo sobre a Lei de Abuso de Autoridade em rede social

O ministro voltou a participar das reuniões da Segunda Turma do STF e recebeu


boas-vindas dos colegas. Celso de Mello disse ainda que apoiava totalmente uma
declaração da presidente do colegiado, a ministra Cármen Lúcia.

Ao iniciar a reunião, a ministra afirmou que o “juiz não cria lei, juiz limita-se a aplicá-
la”. E que os juízes não podem deixar de atuar, porque “sem o Poder Judiciário, não
há o império da lei, mas a lei do mais forte”.

A ministra falou sobre o papel do Judiciário na função de assegurar a democracia e


os direitos dos cidadãos. Cármen Lúcia declarou ainda que todos no Brasil se
submetem à lei e à Constituição.

“Nós, juízes deste Supremo Tribunal, exercemos nossas funções como dever cívico e
funcional sem parcialidade e nem pessoalidade. Todas as pessoas submetem-se à
Constituição e à lei no Estado Democrático de Direito. Juiz não cria a lei, juiz limita-se
a aplicá-la. Não se age porque quer, atua-se quando é acionado. Nós juízes não
podemos deixar de atuar, porque sem o Poder Judiciário não há o império da lei,
mas a lei do mais forte”, afirmou a ministra.

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A ministra do STF Cármen Lúcia — Foto: Carlos Moura/SCO/STF

Ainda de acordo com a ministra, o STF garante de forma permanente que a


Constituição será obedecida. Por isso, afirmou ela, “agressões eventuais” a juízes
“não enfraquecem o direito”.

“O Brasil tem, nos ministros deste Supremo Tribunal Federal, garantia permanente
de que a Constituição do Brasil é e continuará a ser observada, e a democracia a ser
assegurada. Os ministros honram a história dessa instituição e comprometem-se,
como todos os cidadãos, como todas as instituições, com o futuro da democracia
brasileira. Por isso, agressões eventuais a juízes não enfraquecem o direito”,
ressaltou.

“A Justiça é o compromisso e a responsabilidade deste Supremo Tribunal Federal e


de todos os seus juízes. Este dever está sendo e continuará a ser cumprido. Porque
dever não se descumpre, compromisso não se desonra. O Brasil tem direito à
democracia e à Justiça. Este Supremo Tribunal Federal nunca lhe faltou e nunca lhe
faltará”, concluiu a ministra.

Ministros que fazem parte da Turma – Gilmar Mendes, Edson Fachin, Ricardo
Lewandowski – apoiaram a declaração da ministra Cármen Lúcia. Também fizeram
questão de dar boas-vindas ao ministro Celso de Mello.

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O ministro Gilmar Mendes afirmou que a fala da ministra traduz o pensamento de


todos. “Queria subscrever as palavras de vossa excelência, que traduzem o
pensamento de todos nós”. Já o ministro Ricardo Lewandowski afirmou: “Este poder
não se curva à pressão externa”.

CELSO DE MELLO CÁRMEN LÚCIA JAIR BOLSONARO STF - SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

SERGIO MORO

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