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L.M.C.SIMÕES
1. INTRODUÇÃO
As linhas de influência dos efeitos (esforços ou deslocamentos) causados por uma acção de
qualquer tipo (carga ou deformação) numa estrutura podem ser obtidas de uma forma directa:
repete-se a análise supondo que uma acção unitária que percorre a estrutura ocupa várias posições.
Como cada condição de carregamento permite apenas obter uma ordenada da linha de influência,
este método directo só é conveniente quando se pretendem estudar várias secções e se utiliza um
computador.
Em alternativa pode usar-se o princípio de Muller-Breslau. Segundo este princípio, as linhas de
influência são representadas por deformadas. Deste modo é possível obter a forma de linha de
influência e as zonas da estrutura que, a ser carregadas, produzirão os efeitos mais desfavoráveis.O
princípio de Muller-Breslau é aplicado ao cálculo das ordenadas de linha de influência de treliças
hiperestáticas e pórticos. As primeiras e segundas derivadas da linha de influência de uma acção
para uma carga pontual unitária vão produzir duas linhas de influência da mesma acção que
correspondem a outros tipos de carregamento. A linha de influência correspondente às segundas
derivadas tem particular importância em estruturas pré-esforçadas hiperestáticas.
Para desenhar uma linha de influência particular impõe-se um deslocamento unitário na direcção da
força positiva. A deformada daí resultante tem de ser consistente com as restrições impostas na
estrutura. Para a viga contínua representada na Fig.1, a linha de influência da reacção V1 que
corresponde a uma carga unitária que se desloca entre 2 e 3 pode ser determinada substituindo o
apoio por uma carga unitária.
1
1 3
2
x
R1
Figura 1
Para se ter um deslocamento constante em 1:
b1o + f11 V1 = 0
supondo que as forças e os momentos são positivos se forem orientados de baixo para cima. Para
uma carga unitária numa posição x, tem-se:
f1x (-1) + f11 V1 = 0
Pelo teorema da reciprocidade de Maxwell, f1x = fx1. Então,
V1 = fx1 / fxx
onde fx1 é o deslocamento vertical em x devido a V1=1; f11 é o deslocamento vertical em 1 devido
a V1 = 1.
Para determinar a linha de influência pretendida, aplica-se um valor unitário V1 à estrutura e
P=1
A B S 1
S 2
S 3
C D
3 2 2 2 2 3
F1 F2
+
+ +
I
1 +
+
Figura 2
Para traçar as linhas de influência dos momentos flectores introduz-se uma rótula e impõe-se uma
rotação relativa unitária aplicando um par de momentos na secção a estudar. Enquanto na secção S2
as ordenadas da linha de influência mantêm o mesmo sinal no tramo central, verifica-se na secção
S1 que o sinal das ordenadas da linha de influência depende da posição da carga móvel neste tramo.
Para traçar as linhas de influência dos esforços transversos introduz-se um corte na secção e aplica-
se um par de forças unitárias de modo a introduzir um deslocamento unitário dos bordos do corte
mantendo o paralelismo destes. Verifica-se a existência de dois pontos de inflexão na linha de
influência de S1 e nenhum no caso de S2. As deformações unitárias da estrutura devem verificar-se
sem aplicar qualquer deslocamento noutra direcção. No caso de uma reacção de apoio, a separação
vertical das duas partes da estrutura não pode ser acompanhada pela rotação relativa das suas
extremidades.
P L in ha d e i nflu ên ci a
d o efe ito T
B C
X
Z Z
L in ha d e i nflu ên ci a
d o efe ito T
Figura 3
Então,
T = z1 P1 + z2 P2 + ... + zn Pn = Σi=1,n zi Pi
Se a carga vertical for distribuída com intensidade p e estiver aplicada entre B e C, o valor do efeito
será dado por:
T = FBC z p dx
Sendo assim, partindo-se do traçado da linha de influência, é possível determinar quais são as
situações de carregamento mais desfavoráveis para uma dada secção. Uma vez que se sabe que uma
dada carga produz o efeito máximo, um cálculo estático simples permitiria determinar a intensidade
do efeito.Na presença de comboios de carga ou quando se faz a aplicação indirecta de cargas
rolantes, utilizam-se os procedimentos anteriormente descritos no capítulo referente a linhas de
influência de estruturas isostáticas.
O princípio de Muller-Breslau ajuda consideravelmente o traçado das linhas de influência
permitindo uma solução simples. Por outro lado serve de base a uma das técnicas de análise
experimental.
Para a obtenção de linhas de influência das reacções ou esforços nos membros em treliças
hiperestáticas pode utilizar-se o princípio da sobreposição de efeitos. Os coeficientes de influência
para qualquer acção numa estrutura hiperestática são obtidos adicionando os coeficientes de
influência para o mesmo tipo de acção numa estrutura libertada e os coeficientes de influência da
redundantes multiplicados pelo valor de acção que corresponde a valores unitários da incógnita
hiperestática. Se a estrutura for submetida a um único carregamento a actuar separadamente nas p
posições em que os coeficientes de influência são calculados, obtêm-se pela equação de
sobreposição dos coeficientes de influência:
{T} p x 1 = {Zs} p x 1 + [{ZF1} {ZF2} {ZFα}]p x α x {Fα} α x 1
onde α é o grau de hipersestaticidade, {Zf} são as ordenadas da linha de influência da estrutura
libertada e os elementos dos vectores {TF} são os coeficientes de influência devido às redundantes.
Para usar a equação é necessário calcular a linha de influência de uma treliça isostática, as linhas de
influência das redundantes e os valores da acção que correspondem à actuação de valores unitários
das redundantes.
3-1. Exemplo
Pretende obter-se a linha de influência da reacção em B e dos esforços nos membros N1 e N2 da
treliça representada na Fig.4. A carga rolante unitária vai actuar apenas nos nós 1-9. Supõe-se que
todos os membros tem o mesmo valor de L/EA, onde L é o comprimento dos membros e A a área
da secção transversal.
Figura 4
Para a treliça isostática da Fig.5 as incógnitas hiperestáticas são o esforço axial nos membros N3 e
N4. Nessa figura estão igualmente representadas as ordenadas que correspondem às linhas de
influência Zs de VB, N1 e N2 para os valores das acções na estrutura libertada.
Figura 5
l 57 3
F = ____
EA 3 57
elementos correspondentes à primeira coluna da matriz de rigidez da treliça isostática. Com estas
redundantes calculam-se os esforços normais em todos os membros e a partir da integração de
diagramas as deformadas nos nós 1-9 que correspondem às ordenadas da linha de influência da
incógnita hiperstática p1, igualmente representadas na Fig.6. Como a estrutura é simétrica as
Figura 6
0.042
-
A 1 2 3 B 4 5 6 C D
7 8 9
+
0.275
0.562
0.33 4
0.685
0.81 7
0.8 58
1.000
0.371
0.219
0.250
0.21 1
0.167
0.155
0.007
0.00 4
0.0 00
- -
A - D
1 B C
1 2 3 4 5 6 7 8 9
correspodem a p1=1 e p2=1, tomando-se para sentido positivo as reacções de baixo para cima.
0.75 0
0.31 7
0.317
A 1 2 B - C 7 8 9 D
3
+ 4 5 6 0.0 84
0.113
0.113
0.08 4
0.188
0.188
Figura 7
{Fα} = - 0.5
0.25
0.250 -0.167 0.000 0.334
0.500 -0.371 -0.004 0.685
0.750 -0.219 -0.007 0.858
0.750 -0.211 -0.155 -0.5 0.817
T = 0.500 + -0.250 -0.250 = 0.562
0.250 -0.155 -0.211 0.25 0.275
0 -0.007 -0.219 -0.050
0 -0.004 -0.371 -0.091
0 0.000 -0.167 -0.042
As linhas de influência para os esforços nos membros Z1 e Z2 são determinados do mesmo modo e
os resultados estão representados na Fig.7.
Figura 8
Resolução:
1. Dualidade estático cinemática
Para a linha de influência do momento em A determinada a partir da dualidade estático-cinemática
e supondo λ1 aplicada numa secção S, qualquer de AB, tem-se:
q11A
λ1S __________> X1A relação primal
r11S
δ1S <__________ du1A relação dual
onde q11A = r11S, ou seja: o momento em A devido à carga λ1=1 aplicada em S, é numericamente
igual ao deslocamento em S do mesmo tipo da carga λ1, quando se aplica uma extensão unitária e
positiva do tipo 1 du1=1 em A.
Atendendo a que a carga λ1 percorre toda a estrutura, o momento flector em A é proporcional à
deformada da estrutura quando se aplica, na secção A, uma deformação unitária e positiva do tipo
do esforço pretendido (du1A=1).
2. Aplicação de du1A
Para obter a linha de influência do momento no encastramento A, introduz-se uma rótula em A e
aplica-se nesse ponto um momento que produza uma rotação unitária nessa extremidade.
A A B
Du =+ 1.0
1
A B
Figura 9
Surgem os momentos:
MA = -4EI/L MB = 2EI/L
A expressão que permite calcular a deformada y num membro prismático AB devido aos
momentos nas extremidades MA e MB, com módulo de rigidez à flexão EI, será:
y = [MA ( 2 ε − 3 ε2 + ε3) − ΜΒ (ε − ε3)] L2/6EI
onde ε=x/L. Substituindo os valores de MA=-4EI/L e MB= 2EI/L (sinal dos momentos dado pela
y = L (- ε3 + 2 ε2 - ε)
ε 0 0.3 0.5 0.7 1
y 0 -0.147L -0.125L -0.063L 0
Para ε=0 e ε=1 são nulos os deslocamentos verticais. A linha de influência do momento flector em
A devido à carga rolante λ1, será dada por
-0.147
1 L -0.125 L
1
-0.063 L
1
-
0 0
=0 =0.3 =0.5 =0.7 =1
Figura 10
-0.147
-0.125 L 1L
1
-0.063 L
1 -
0 0
=0 =0.3 =0.5 =0.7
Figura 11
Uma vez que a viga é simétrica as ordenadas de influência no momento na extremidade MB podem
ser calculadas a partir de MA modificando o sinal e o ponto de partida.
A linha de influência de reacção VA pode ser calculada a partir de
VA = VAS - (MA + MB)/L
onde VAS é a linha de influência da reacção em A de uma viga AB simplesmente apoiada.
EXEMPLO 2
Para a viga representada na Fig.12, determinar:
a) A linha de influência da reacção vertical em A, devido a uma carga vertical unitária que se
desloca ao longo da referida estrutura.
b) A linha de influência da rotação em C, para uma resultante unitária de extensões du1 que
percorre a viga.
C
A B
0.4L 0.6L
Figura 12
Resolução:
a) Estabelece-se em primeiro lugar um par de relações primal/dual ajustadas ao enunciado.
1. Dualidade estático-cinemática
Arbitrando um sentido para a reacção em A,
A B
V
A
Figura 13
q21A
λ1S __________> X2A relação primal
r12S
δ1S <__________ du2A relação dual
Como q21A = r12S, tem-se: X2A = q21A λ1 = r12S. Portanto, a reacção vertical em A devida à
acção de uma carga unitária e positiva é numericamente igual ao deslocamento em S do mesmo tipo
da carga λ1, quando se aplica uma extensão unitária e positiva do tipo 2 du2=1 em A.
2. Aplicação de du2A = 1
Note-se que a extensão du2A=1 (deslocamento transversal relativo de duas secções infinitamente
próximas em A e sem rotação relativa entre elas) na estrutura real, pode se encarada como o
resultado de duas situações. São elas:
1º- Extensão du2A aplicada à barra AB libertada nas extremidades:
M = 6EI M 6EI
A B =L 2
L2
Figura 15
6EI
L2
6EI
L2
Figura 16
b) 1. Dualidade estático-cinemática
r21C
δ2C <__________ du1S relação primal
q12S
λ2C __________> X1S relação dual
Como r21C = q12S, δ2C = r21C du1S = q12S, onde S representa uma secção genérica da viga AB.
Quer isto dizer que a linha de influência da rotação em C, devido a uma resultante unitária de
extensões du1 que percorre a viga coincide com o diagrama de momentos resultante da aplicação
do momento unitário em C.
A C B
0.4L 0.6L
Figura 18
- -
C B
A +
0.12 +
0.544
Figura 19
4-2 Linhas de influência de Estruturas Recticuladas
Para obter a linha de influência do momento MBC no pórtico indicado na Fig.20 pelo princípio de
Muller-Breslau as ordenadas são idênticas às que corresponderiam à deformada do pórtico
produzida por uma descontinuidade angular na extremidade BC. Supondo que as extremidades se
encontram bloqueadas, os momentos nas extremidades que corresponderiam a esta descontinuidade
seriam os momentos de encastramento perfeito. Seguidamente permitem-se as rotações (e
translacções) dos nós e obtem-se o diagrama de momentos flectores através de um dos métodos
estudados na análise de estruturas hiperestáticas. Este diagrama será linear em cada um dos
membros. As deformações que dão as ordenadas da linha de influência são calculadas por
sobreposição das deformações devidas aos momentos nas extremidades como foi anteriormente
indicado.
As ordenadas que correspodem aos pilares BD na linha de influência permitiriam calcular os
valores de MBC resultantes da aplicação de uma carga horizontal no tabuleiro.
EXEMPLO 1
Determinar as linhas de influência:
a) Momento flector em A para as cargas rolantes λ1 e λ2.
b) Rotação em B para du2 que percorre ABC.
A B
20 C
2.0 3.0
Figura 20
Resolução:
a) 1. Dualidade estático-cinemática
q11A
λ1S __________> X1A relação primal
r11S
δ1S <__________ du1A relação dual
q12A
λ2S __________> X1A relação primal
r21S
δ2S <__________ du1A relação dual
donde X1A = q12A λ2S = r21S λ2S. Assim, para a linha de influência de X1A devido a λ1,
interessa obter os deslocamentos verticais provocados por du1A=1, enquanto no que diz respeito a
λ1, são necessárias as rotações provocadas por essa extensão.
2. Aplicação de du1A
B
C
Figura 21
A
1 =1
du
A B
C
Figura 22
3º - Bloqueio da libertação introduzida, mantendo a deformação imposta.
2EI
2
A 4EI B
C
2
Figura 23
D
1
A
B C
Figura 24
Forças de fixação:
F1 = - 2EI/2 = - EI
Matriz de rigidez:
K11 = 4 EI/2 + 3 EI/3 + 4 EI/2 = 5 EI
θ = -12/5 ε2 + 18/5 ε - 1
Barra BC
Devido aos momentos nas extremidades (MBdir e MC), tem-se
uma carga rolante vertical e um momento que percorre a viga encontram-se representadas na
Fig.25.
b) 1. Dualidade estático-cinemática
r22B
δ2B <__________ du2S relação primal
q22S
λ2B __________> X2S relação dual
r22B = q22B, donde : δ2B = r22B du2S = q22S du2S. Ou seja, a linha de influência da rotação em
( 1)
-0.319 -0.3
-0.166 -0.185
- -0.050
C
0.000 0.000
A B 0.051 +
0.030
0.107 0.113 0.082
-1.000
( )
-0.664 2
-0.136
-0.097
-
-0.025 -0.073 -0.100
B
A 0.047 C
+ 0.143
0.200 0.200
0.344 0.296
Figura 25
A
B C
Figura 26
Matriz de rigidez:
K11 = 5 EI
Deslocamento D1:
D1 = -F1/K11 = 1/5EI
Momentos finais:
MA = 0 + 1/5EI 2EI/2 = 1/5
MBesq = - 1 + 1/5EI 4EI/2 = - 3/5
MBdir = 0 + 1/5EI 3EI/3 = 1/5
MC = 0
A linha de influência da rotação em B será dada por
( du 2 )
+
B C
A -
Figura 28
Resolução:
Trata-se de uma estrutura hiperestática submetida a um carregamento indirecto.Quando a carga
actua num qualquer tramo da viga isostática:
o esforço S será:
S = R1 S1 + R2 S2
Figura 29
Deste modo,
L.I. S = S1 x (L.I.R1) + S2 x (L.I.R2)
Assim, à semelhança do que se passa em estruturas isostáticas, a linha de influência entre pontos de
carga indirecta, obtém-se unindo por uma recta os pontos da linha de influência relativa ao
carregamento directo:
q31B
λ1S __________> X3B relação primal
r13S
δS <__________ du3B relação dual
D3
Figura 30
2.1. Graus de liberdade a considerar
A estrutura tem três graus de indeterminação cinemática:
2.2 Matriz de rigidez
2.2.1. Rotação imposta segundo o G.L. 1.
D 1 =+1
A
D
C
B
3EI 2EI
4EI L
L L
A B B C
3EI 3EI
6EI 6EI
L2 L2
L2 L2
Figura 31
Donde,
K11 = 7 EI/L ; K21 = 2 EI/L ; K31 =..- 3 EI/L2 + 6 EI/L2 = 3 EI/L2
D=+1
2
Figura 32
Donde,
K12 = 2 EI/L ; K22 = 7 EI/L ; K32 = 6 EI/L2
A
B C D
K
1
B
Figura 34
Figura 35
du B = + 1
3
Figura 36
3º) Liberta-se a estrutura de modo a que por acção dos sistema de forças
anteriormente aplicado esta fique em equilíbrio.
6EI
L2
1 2E I
3EI 3
3 3EI 6EI L
L L2
3EI L2
3 1 2E I
L 3
L
Figura 37
- 0.0371
D = - 0.1486
- 0.0713
133.7296
Figura 38
L L
a1 a2
S a1 a2
= + S
1 L = 1-
1 L
Figura 39
b) δ2S - Deslocamento devido a movimento de corpo rígido sofrido pelas barras, devido à
recuperação (D3) de parte do assentamento du3.
S a S a2 )D3
= + L1 D 3 = ( 1-
2 2 L
a1 a2
Figura 40
c) δ3S - Deslocamento devido à deformação elástica das barras, devida aos momentos flectores
133.7296 - 89.1530
S
= 1 9 1 d
3 EI 11
Figura 41
O cálculo de δ1S e δ2S é imediato e está indicado nas figuras. Para δ3S calcula-se q11,
A B C D
L L L
Figura 42
O diagrama q11, para uma carga posicionada numa secção arbitrária S, é igual para os 3 vãos.
2.6.1. Cálculo de δ3S no vão AB
δ3S = F q x /EI dx
• 11 1
Este integral é não nulo só em AB, dando a integração directa por tabelas
Figura 43
δ3S = I = (0.2 ab) (133.7296) 5/6 (1 + a/5) x 10-3 ⇒ δ3S = 0.0223 ab (1 + 0.2 a)
2.6.2. Cálculo de δ3S no vão BC
Figura 44
δ3S = (0.2 ab) [133.7296 E-03 5/6 (1 + b/5) - 89.1530 E-03 5/6 (1 + a/5)]
⇒ δ3S = 0.2 ab [0.03715 + 0.02229 b - 0.01486 a]
2.6.3. Cálculo de δ3S no vão CD
ab
L
Figura 45
δ3S = (0.2 ab) (-89.1530 E-03) 5/6 (1 + b/5) ⇒ δ3S = -0.01486 ab (1 + 0.2 b)
Em BC:
δS = 1 - a/L + (1 - a/L) D3 + 0.2 ab [0.03175 + 0.0229 b - 0.01486 a]
Figura 46
Considerando a secção S posicionada sucessivamente nas abcissas,
0, L/n, 2 L/n, ..., (n-1) L/n, L
traça-se a deformada por pontos discretizando o vão em n intervalos. Para a viga com carregamento
indirecto, a linha de influência obtém-se por simples união, por segmentos de recta, dos pontos
correspondentes aos de carga indirecta (numerados de 1 a 10).
b) 1. Dualidade estático-cinemática
E
q11
λ1S __________> X1E relação primal
r11S
δ1S <__________ du1E relação dual
E
2. Aplicação da extensão du1
A matriz de rigidez anteriormente determinada mantém-se inalterada.
2.1. Vector de forças de fixação
Consideram-se as 3 etapas seguintes:
1º) Liberação do nó C e ponto E e aplicação de du1E
E
du = + 1
1
Figura 47
Figura 48
3º) Liberta-se a estrutura que se deforma por acção do sistema de forças
anteriormente aplicado.
Figura 49
3EI X =- 3EI
-
L 2 L
3EI ( - ) =- 3EI
- 3EI L2 2 L2
2L2 E
du = + 1
1
Figura 50
F1 = 0 ; F2 - 3 EI/(2 L) ; F3 = 0
- 0.0649
D = 0.2405
- 0.0446
Figura 51
a
L
4
1 1 (L -a)
2
a a
D3
a D3 ( a ) D3
2 L 1-
2 L 2
1 9
3 EI 11 1d
Figura 52
Figura 53
δ3S = (0.2 ab) (33.5810 E-03) 5/6 (1 + a/5) ⇒ δ3S = 0.00560 ab (1 + 0.2 a)
2.5.2. Vão BC
155.7207 E-03
-
9 1
11 EI 1 +
+ 33.5810 E - 03
ab
L
Figura 54
δ3S = 0.2 ab [ 33.5810 E-03 5/6 (1 + b/5) - 155.7207 E-03 5/6 (1 + a/5)]
⇒ δ3S = 0.2 ab [ -0.10178 + 0.00560 b - 0.02595 a]
2.5.3. Vão CD
1 155.7207 E - 03
9 EI 1
11
+
-
ab
L
Figura 55
δ3S = (0.2 ab) (- 155.7207 E-03) 5/6 (1 + a/5) ⇒ δ3S = -0.02595 ab (1+ 0.2 b)
- 0.1689
- 0.0804
- 0.0446
- 0.1015
5 6
4
7 D
1A 10
C
0.0094
B
0.0180
0.0160
0.0248
0.0046
0.0188
0.0292
2 3
0.0270
0.0302
0.1393
0.1858
0.3132
0.3754
8 9
0.5184
0.5729
0.7820
0.7509
1.0067
5. COEFICIENTES DE INFLUÊNCIA DO PRÉ-ESFORÇO
As linhas de influência podem ser utilizadas para analisar o efeito do pré-esforço em estruturas
hiperestáticas de betão. Supõe-se que a viga é pós-tensionada por um cabo de pré-esforço com
tensão constante P. O cabo está ancorado nas extremidades produzindo forças de compressão no
betão. Normalmente o angulo θ que a direcção do cabo faz com o eixo da viga é tão pequeno que a
componente axial da força de pré-esforço é a igual a
P.
Se o cabo mudar de direcção com uma trajectória aproximadamente circular com raio R, o cabo
exerce na viga uma força radial uniforme que se pode aproximar por uma força uniformemente
distribuída perpendicular ao eixo da viga de intensidade P/R e igual à projecção do arco no eixo.
Uma vez que a curvatura do cabo é pequena pode escrever-se:
1/R ¥ d2e/dx2
onde e se refere à excentricidade do cabo que é positiva abaixo do centro de gravidade e a curvatura
dos cabos produz uma carga transversal de intensidade:
q = - P d2e/x2
0B
X P P
A C B eB
0A
e eC ( 0 ) = 0 A + 0B
e
b c
e
P B
A B eam axis C B
P P
P0 P0
A P ( 0A + 0 B ) B
Pe
-
B
A
C
+ Pe
B
P ( 0 A + 0 B ) bc
1
M
A B
Figura 56
Se a rotação de extremidade B da viga estiver restringida há um momento hiperestático nessa
extremidade que provoca um momento adicional M. Designa-se por M o momento secundário
devido ao pré-esforço. Apesar do nome, o momento secundário pode ter um valor da mesma ordem
de grandeza do momento primário (isostático) Ms. O momento flector numa secçãopré-esforçada
força de pré-esforço aplicada na secção j com excentricidade unitária num membro com
comprimento unitário.
Figura 57
Os coeficientes de influência de pré-esforço dependem apenas da geometria da estrutura de betão e
não do perfil dos cabos e valores da força de pré-esforço.A utilização desses coeficientes permite
entrar com a variação da força de pré-esforço segundo o tendão, obtendo-se uma estimativa rápida
dos efeitos do pré-esforço quando se estuda a alteração da posição do cabo durante a fase de
projecto. O momento secundário em qualquer secção será:
M = ..... F P e zMP dx
onde a integral se estende a todos os membros da estrutura. O cálculo deste integral consiste na
determinação dos esforços devidos a uma carga transversal de intensidade Pe. Para pórticos com
membros prismáticos a linha de influência é composta por troços rectos. Então, o momento
secundário devido ao pré-esforço de uma viga prismática de comprimento l será:
M = área do diagrama Pe sobre x ordenadas de influência zMP no
i) devido à força de pré-esforço unitária aplicada em j com uma excentricidade unitária num
elemento com comprimento unitário. A diferença de rotação entre as secções nas extremidades do
membro é 1/EIj em que EIj é a rigidez à flexão da secção j. Deste modo o coeficiente de influência
zMP representa o momento flector em i quando se introduz uma descontinuidade angular de 1/EIj
em j.
A Fig.57 representa a linha de influência dos momentos em i devido a uma carga unitária.
Atendendo ao princípio de Muller-Breslau, esta pode ser determinada a partir da deformada
provocada pela descontinuidade de 1 rad na secção i. Na secção j a curvatura da deformada é
d2zMQ/dx2 e o momento flector correspondente nessa secção é - EIj/(d2zMQ/dx2).
Aplicando o princípio de Betti ao sistema da Fig.57 e notando que as únicas forças que produzem
trabalho são os momentos flectores em i e j:
d2 1
zMP x 1 = (-E Ij ____.zMQ).____
dx2 E Ij
Do mesmo modo se demonstra que a reacção e o esforço transverso secundários devido ao pré-
esforço estão relacionados com os coeficientes de influência das reacções e esforços transversos
devidos a cargas unitárias transversais substituindo M por M, V por V ou R por R.
Enquanto que a segunda derivada da linha de influência de uma acção devido a uma carga
transversal dá a linha de influência do pré-esforço, pode demonstrar-se que a primeira derivada
também constitui uma linha de influência. Por exemplo, se a acção for um momento tem-se:
zMC = dzMQ/dx
onde zMC é a linha de influência do momento numa secção devido a um binário.
determinada na Fig.5
A B C D
B MQ - C
A D
1
+
m
C D
A B +
m =
EI MP
-
C D
A B +
Figura 58
5-3. Exemplo
Determinar a linha de influência do momento de pré-esforço zMP para a secção B da viga contínua
ABC. A secção transversal tem uma forma rectangular com largura constante e altura variável com
uma rigidez à flexão EIA na extremidade A.
A rigidez rotacional da extremidade B da viga BA é 4.6 E IA/l. Efectua-se da forma habitual a
10 10 10
1.0
4 .1 0
2 .7 4
1 .7 3
h
1 .6 h
A
B C
L L
0.50 0.50
+4.61 0
-2.305 -2.305 m B = - 2 3 0 5 E IA
I
+2.305 -2.305
-
1 .6 1
1 .0 7
0 .7 6
0 .5 6
1
-
L
Figura 59
As ordenadas deste diagrama são divididas por EI para determinar a linha de influência zMP
5-4. Conclusões
O estudo das derivadas dos coeficientes de influência devido ao pré-esforço introduz dois novos
tipos de linhas de influência. A primeira derivada da linha de influência de qualquer acção devido a
uma carga transversal unitária vai dar a linha de influência para a mesma acção devido a um
momento que precorre a estrutura. Este tipo de linha de influência não é normalmente utilizado na
prática. Contudo, a segunda derivada da linha de influência de uma acção devido a uma carga
transversal dá os coeficientes de influência das redundantes hiperestáticas da acção devido às forças
de pré-esforço. Esta linha de influência é útil para a determinação de momentos secundários em
estruturas pré-esforçadas com perfil não concordante.
Os coeficientes de influência dos momentos secundários devido ao pré-esforço só dependem da
geometria da estrutura de betão e não do traçado do cabo ou do valor da força de pré-esforço.
Qualquer variação da força de pré-esforço ou uma mudança do traçado do cabo pode ser facilmente
estudada utilizando estes coeficientes de influência.
Os coeficientes de influência dos momentos secundários são obtidos dividindo as ordenadas do
diagrama dos momentos flectores pelo valor da rigidez à flexão das secções. Este diagrama de
momentos flectores é simples de obter e decorre da análise de uma linha de influência devida a uma
carga transversal unitária.
BIBLIOGRAFIA
COATES, R.C., Coutie, M.G. & Kong, F.K., Structural Analysis, Nelson, 1982.
GHALI, A. & NEVILLE, A.M. , Structural Analysis, Intext Educational Publishers, 1972.