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CONTRA DESCARGAS
ATMOFÉRICAS E
ATERRAMENTO
Autores:
Ademar Macedo de O. Júnior
Roberto José da Silva
Orientador:
Prof. Wanir José de Medeiros Júnior
Goiânia
Fevereiro/2004
ADEMAR MACÊDO DE OLIVEIRA JÚNIOR (MATRÍCULA: 980115)
ROBERTO JOSÉ DA SILVA (MATRÍCULA: 920175)
Banca examinadora:
• Engenheiro Antônio Marcos de Melo
Medeiros- mestrando EEEC-UFG
• Msc. Henrique Mendonça Queiroz
• Prof. Wanir José de Medeiros Júnior
Goiânia
Fevereiro/2004
Agradecimentos:
LISTA DE FIGURAS....................................................................................................... 01
LISTA DE TABELAS....................................................................................................... 02
SIGLAS UTILIZADAS..................................................................................................... 03
RESUMO............................................................................................................................ 04
INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 05
1 ATERRAMENTO........................................................................................................... 07
1.1 O campo magnético........................................................................................... 08
1.2 Potencial de Passo e de Toque........................................................................... 09
1.3 Escoamento da Malha........................................................................................ 10
1.4 Conceitos relevantes.......................................................................................... 10
1.5 Finalidades......................................................................................................... 11
1.6 Requisitos........................................................................................................... 12
1.7 Fatores que Influenciam no Aterramento........................................................... 12
2 RESISTIVIDADE DO SOLO........................................................................................ 14
2.1 Introdução.......................................................................................................... 14
2.2 Influência da umidade........................................................................................ 15
2.3 Influência da temperatura................................................................................... 16
2.4 Tópicos sobre medição....................................................................................... 16
2.4.1 Potencial em Um Ponto....................................................................... 17
2.4.2 Potencial em Um Ponto Sob a Superfície de Um Solo Homogêneo.. 18
2.4.3 Método de Wenner.............................................................................. 20
2.4.4 Medição Pelo Método de Wenner....................................................... 22
2.4.5 Curva Característica ρ x a................................................................... 24
2.4.6 Análise dos resultados......................................................................... 24
3 TRATAMENTO DO SOLO.......................................................................................... 27
3.1 Tipos de tratamento químico.............................................................................. 27
3.1.1 Bentonita............................................................................................. 28
3.1.2 Earthron............................................................................................... 28
3.1.3 Gel...................................................................................................… 29
3.2 Coeficiente de redução kt............................................................................................................................. 29
3.3 Variação da resistência de terra.......................................................................... 30
4 SISTEMAS FÍSICOS..................................................................................................... 33
4.1 Hastes................................................................................................................. 33
4.2 Dimensionamento do sistema............................................................................ 34
4.2.1 Uma haste vertical............................................................................... 34
4.2.2 Hastes Paralelas................................................................................... 36
4.2.2.1 Resistência Equivalente de Hastes Paralelas....................... 38
4.2.3 Índice de Aproveitamento................................................................... 40
4.2.4 Hastes Profundas................................................................................. 40
5 CORROSÃO NOS COMPONENTES DO SISTEMA................................................ 42
5.1 Utilização de materiais diferentes...................................................................... 42
5.2 Solos com diferentes concentrações de elementos............................................. 44
5.3 Heterogeneidade da temperatura do solo........................................................... 45
6 ATERRAMENTO PARA MÉDIA TENSÃO.............................................................. 46
6.1 Classificação segundo NBR 5419...................................................................... 46
6.2 Esquemas com neutro aterrado ou Txx.............................................................. 48
6.3 Esquemas TN..................................................................................................... 48
6.4 Esquema TT....................................................................................................... 49
6.5 Esquema IT........................................................................................................ 50
7 DESCARGAS ATMOSFÉRICAS................................................................................. 52
7.1 Condução........................................................................................................... 53
7.2 Uso do concreto armado.................................................................................... 55
7.3 O concreto pré-formado..................................................................................... 57
7.4 O concreto protendido........................................................................................ 57
7.5 Eletrodos de aterramento................................................................................... 58
8 RISCO DE EXPOSIÇÃO DE UMA EDIFICAÇÃO................................................... 60
8.1 Densidade de descargas para a terra................................................................... 60
8.2 Área de exposição equivalente........................................................................... 62
8.3 Freqüência média anual previsível................................................................................. 62
8.4 freqüência média anual admissível............................................................................... 63
8.5 Avaliação geral do rico.................................................................................................. 63
8.6 Verificação da necessidade de proteção contra descargas atmosféricas........................ 63
8.7 Níveis de proteção.......................................................................................................... 64
9 TIPOS DE PÁRA-RAIOS.............................................................................................. 66
9.1 Pára-raios de haste............................................................................................. 66
9.2 Gaiola de Faraday.............................................................................................. 67
9.3 Pára-raios em linhas de transmissão.................................................................. 69
9.3.1 Pára-raios de Carboneto de Silício...................................................... 69
9.3.2 Pára-raios de Óxido de Zinco............................... 70
10 PROIBIÇÃO DO PÁRA-RAIOS RADIOATIVO..................................................... 73
10.1 Razões para a proibição.............................................................................................. 73
10.2 Riscos........................................................................................................................... 74
10.3 Recolhimento............................................................................................................... 75
10.4 Reprojeto...................................................................................................................... 75
10.5 Resolução do CNEN.................................................................................................... 75
11 CONCLUSÃO............................................................................................................... 77
LISTA DE FIGURAS
1
LISTA DE TABELAS
2
SIGLAS UTILIZADAS
3
RESUMO
4
INTRODUÇÃO
5
proteger contra as sobretensões. Centelhadores, varistores, diodos zener, são exemplos
comuns de supressores.
Quanto à sistemas de aterramento pode se afirmar que segurança para o usuário
e para o equipamento ligado a uma fonte elétrica é a finalidade básica e fundamental em
qualquer sistema elétrico. Projetado para evitar correntes de modo incomum, assegurando
tranqüilidade para o usuário de uma instalação de um prédio, de uma empresa, de uma casa,
e também a segurança do equipamento eventualmente ligado a uma fonte elétrica.
6
1 ATERRAMENTO
7
tipo de conceito de compatibilidade eletromagnética, e evitar que ele receba ou produza
ruído externo.
Esses ruídos são chamados de campo magnético, que pode ser positivo ou
negativo.
8
1.2 POTENCIAL DE PASSO DE TOQUE
9
1.3 ESCOAMENTO DA MALHA
10
• Resistência de contato entre os eletrodos ou cabos e o elemento circundante
(que poderá ser a própria terra);
• Resistência do elemento que circunda o eletrodo ou cabo (poderá ser a
própria terra).
11
1.5 FINALIDADES
1.6 REQUISITOS
Todo sistema de aterramento, para que possa ser considerado como perfeito,
deve apresentar as seguintes características:
• Capacidade de condução de corrente — Seu valor está associado ao tempo
de eliminação da falha, ao tipo de conexão usada, no material constituinte dos cabos e
hastes empregados e as características do solo.
• Segurança — O índice de segurança característica de uma instalação
depende do dimensionamento do sistema de aterramento, que deverá ser executado de tal
forma que os potenciais resultantes (de correntes de falhas consideradas) estejam em
conformidade com os limites estabelecidos pelas normas técnicas.
• Estabilidade — Para obter um sistema de aterramento razoavelmente estável,
isto é, que apresente invariabilidade no valor da resistência de aterramento com relação as
condições climáticas, é necessário instalá-lo em um meio que presente resistividade
constante, o que pode ser obtido naturalmente ou artificialmente com tratamento do solo,
por exemplo, com aplicação de bentonita.
12
1.7 FATORES QUE INFLUENCIAM NO ATERRAMENTO
• tipo de solo;
• a geometria das malhas de aterramento;
• a estratificação do solo em várias camadas.
13
2 RESISTIVIDADE DO SOLO
• Tipo de solo;
• Mistura de diversos tipos de solo;
• Solos com camadas estratificadas com profundidades e materiais diferentes;
• Teor de umidade;
• Temperatura;
• Compactação e pressão;
• Composição química dos sais dissolvidos na água retida.
14
TABELA 2.1 - Relação entre tipo de solo e resistência
TIPO DE SOLO RESISTIVIDADE Ω.m
Lama 5 a 100
Terra de jardim com 50% de umidade 140
Terra de jardim com 20% de umidade 480
Ar ila seca 1.500 a5.000
Argila com 40% de umidade 80
Ar ila com 20% de umidade 330
Areia molhada 1.300
Areia seca 3.000 a 8.000
Calcário com acto 1.000 a 5.000
Granito 1.500 a 10.000
15
da resistividade no ponto 0ºC (gelo). Isto é devido ao fato de ocorrer uma mudança brusca
no estado da ligação entre os grânulos que formam a concentração eletrolítica. Com um
maior decréscimo na temperatura há uma concentração no estado molecular tornando o solo
mais seco, aumentando assim sua resistividade. Já em outro extremo, com temperaturas
elevadas, próximas a 100 ºC, o estado de vaporização deixa o solo mais seco, com a
formação de bolhas internas, dificultando a condução de corrente, conseqüentemente,
elevando o valor de sua resistividade.
16
2.3.1 POTENCIAL EM UM PONTO
Ep = ρ Jp (2.1)
Onde:
Jp = Densidade de corrente no ponto p.
I
Jp= (2.2)
4π r 2
Portanto,
ρI
Ep= (2.3)
4π r 2
17
∞
Vp= ∫ Edr (2.4)
r
Onde:
18
FIG. 2.4 Ponto imagem
ρI ρI
Ncm =
Dm
+ 1 Vp= + (2.6)
Dco 4π r 1p 4π r 1´p
19
2.3.3 MÉTODO WENNER
Uma corrente elétrica “I” é injetada no ponto 1 pela primeira haste e coletado
no ponto 4 pela última haste. Esta corrente, passando pelo solo entre os pontos 1 e 4,
produz potencial nos pontos 2 e 3. Usando o método das imagens, já citado (figura 2.4),
obtém-se os potenciais nos pontos 2 e 3.
20
O potencial no ponto 2 é:
ρI 1 1 1 1
V 2= + − − (2.7)
4π r a a 2 + (2 p ) 2 2a a 2 + (2 p ) 2
O potencial no ponto 3 é:
ρI 1 1 1 1
V2 = + − − (2.8)
4π r 2a (2a ) 2 + (2 p ) 2 a a 2 + (2 p ) 2
ρI 1 2 2
V23 = V2-V3 = + − (2.9)
4π r a a 2 + (2 p) 2 (2a ) 2 + (2 p) 2
V23 ρ 1 2 2
R= = + − (2.10)
I 4π a a 2 + (2 p ) 2 (2a) 2 + (2 p) 2
4π aR (2.11)
ρ=
2a 2a
1 + 2 −
a + (2 p)2 (2a)2 + (2 p)2
21
A expressão (2.11) é conhecida como Fórmula de Palmer, e é usada no método
de Wenner. Recomenda-se que diâmetro da haste ≤ 0,1a . Para um afastamento entre as
hastes relativamente grande, isto é, a > 20p, a fórmula de Palmer se reduz a:
ρ = 2πaR [Ω x m] (2.12)
Onde:
22
R = leitura da resistência em Ω no Megger, para uma profundidade a
a = Espaçamento dos eletrodos (hastes)
p = Profundidade da haste cravada no solo
23
2.3.5 CURVA CARACTERÍSTICA ρ X A
Feitas as medições, uma análise dos resultados deve ser realizada para que os
mesmos possam ser avaliadas em relação a sua aceitação ou não. Esta avaliação é feita da
seguinte forma:
1 n
ρ M ( aj ) = ∑ ρ i ( aj ) j =1, q
i =1, n (2.13)
n i =1
Onde:
24
2. Proceder o cálculo do desvio médio de cada medida em relação ao valor
médio como se segue:
ρ i ( aj ) − ρ M ( aj ) j =1, q
i =1, n (2.14)
Observações:
25
3 TRATAMENTO DO SOLO
• Boa higroscopia;
• Não lixiviável;
• Não ser corrosivo;
• Baixa resistividade elétrica;
• Quimicamente estável no solo;
• Não ser tóxico;
• Não causar dano a natureza.
26
3.1.1 BENTONITA
3.1.2 EARTHRON
27
3.1.3 GEL
• Quimicamente estável;
• Não é solúvel em água;
• Higroscópico;
• Não é corrosivo;
• Não é atacado pelos ácidos contidos no solo;
• Seu efeito é de longa duração.
Rcomtratamento
kt = (3.1)
Rsemtratamento
28
FIG. 3.1 Valores típicos de kt em função da resistividade
Nos gráficos das figuras (3.2), (3.3) e (3.4) são apresentadas o comportamento
das variações da resistência de terra com o tratamento químico do solo do tipo Gel [1].
Pode-se observar que o tratamento químico vai perdendo o seu efeito ao longo
do tempo. Recomenda-se fazer novo tratamento periodicamente.
29
FIG. 3.2 Variação da resistividade de terra, com o tempo, de eletrodos em solos
tratados e não tratados
30
FIG. 3.4 Tratamento químico do solo e variações mensais da resistência
31
4 SISTEMAS FÍSICOS
4.1 HASTES
32
• Tipo encamisada por extrusão — A alma de aço é revestida por um tubo de
cobre através do processo de extrusão;
• Tipo cadWeld — O cobre é, depositado eletroliticamente sobre a alma de
aço.
É muito empregada também, com sucesso, a haste de cantoneira de ferro
zincada.
Uma haste cravada em um solo homogêneo, de acordo com a figura 4.1, tem
uma resistência elétrica que pode ser determinada pela fórmula (4.1).
ρ a 4L
R1h = ln (Ω ) (4.1)
2π L d
33
Onde:
scantoneira
d =2 (4.2)
π
Onde:
Pode se observar que a expressão (4.2) não leva em conta o material de que é
formada a haste, mas sim o formato da cavidade que a geometria da haste forma no solo. O
fluxo formado pelas linhas de corrente elétrica entra ou sai do solo, utilizando a forma da
cavidade. Portanto, o R1th refere-se somente à resistência elétrica da forma geométrica do
sistema de aterramento interagindo com o solo.
Alguns tipos de aplicação requerem que o aterramento possua valor muito
reduzido de resistência. Em muitos casos não é possível alcançar tal condições específicas
de resistividade do solo local. Examinando a fórmula (4.1), pode-se saber os parâmetros
que influenciam na redução do valor da resistência elétrica. Eles são:
34
4.2.2 HASTES PARALELAS
35
FIG. 4.2 Zona de interferência nas linhas equipotênciais de duas hastes
36
4.2.2.1 RESISTÊNCIA EQUIVALENTE DE HASTES PARALELAS
n
Rh = Rhh + ∑R
m=2
hm
(4.3)
m≠h
Onde:
37
Num sistema de aterramento emprega-se hastes iguais, o que facilita a
padronização na empresa, e também o cálculo da resistência equivalente do conjunto.
Fazendo o cálculo para todas as hastes do conjunto tem-se os valores da resistência de cada
haste:
R1 = R11 + R12 + R13 + ... + R1n
R2 = R1 + R22 + R23 + ... + R2n
.
.
.
Rn = Rn1 + Rn2 + Rn3 + ... + Rnn
1 1 1 1
= + + ... + (4.5)
R eq R1 R 2 Rn
1
R eq = (4.6)
1 1 1
+ + ... +
R1 R 2 Rn
38
4.2.3. ÍNDICE DE APROVEITAMENTO
Re q
T= (4.7)
R 1haste
Re q = TR 1haste (4.8)
39
Assim, devido as considerações acima, obtém-se um aterramento de boa
qualidade, com o valor de resistência estável ao longo do tempo.
40
5 CORROSÃO NOS COMPONENTES DO SISTEMA
41
O solo contém sais dissolvidos na água, tendo-se assim a formação do
eletrólito. Portanto é estabelecida uma ação idêntica aquela existente na pilha
eletroquímica. A corrente galvânica do fluxo de elétrons tem o sentido indicado na figura
5.1. Em conseqüência, o cabo de descida, que está enterrado no solo, sofrerá a corrosão,
isto é, os íons Fe+, irão para o solo, deixando perfurações no cabo de aço.
Outro exemplo é o caso do desfolhamento de pequena parte da cobertura do
cobre de uma haste, mostrado na figura 5.2, que ocorre devido a abrasão no momento da
cravação.
42
5.2 SOLOS COM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE ELEMENTOS
Esta corrosão em sistema de aterramento que abrange uma área grande no solo.
O solo sendo heterogêneo, cada parte tem diferentes concentrações e distribuição de sais,
umidade, temperatura, formando verdadeiras zonas anôdicas e catódicas na região em que o
aterramento está contido.
A figura 5.3 mostra o fluxo de elétrons que saem da malha pela zona catódica e
entram na zona anôdica. Assim, os metais que compõem a malha de terra na zona anôdica,
serão corroídos, e os da zona catódica serão protegidos. A região com menor resistividade
funcionará como zona anôdica e, conseqüentemente, será a área em que ocorrerá o processo
de corrosão.
No sistema de distribuição de energia elétrica com neutro contínuo, há um
grande número de aterramentos distribuídos por toda a cidade, abrangendo áreas com solos
distintos, formando várias pilhas eletroquímicas. Estas correntes circulando pelo solo irão
corroer os metais contidos na área anódica, que são as áreas de menores resistividades. O
mesmo ocorre no sistema de transmissão, com o aterramento das torres e cabos de
cobertura.
No aterramento profundo, a haste transpõe várias camadas de solos distintos,
gerando várias regiões anódicas e catódicas, tendo-se a corrosão em vários locais.
43
5.3 HETEROGENEIDADE DA TEMPERATURA DO SOLO
44
6 ATERRAMENTO PARA MEDIA TENSÃO
45
possíveis de ligações do condutor neutro e do condutor de proteção nos eletrodos de
aterramento, ou seja, todas as combinações possíveis e/ou aplicáveis de interligações entre
o aterramento funcional e de proteção. Por essa classificação, o aterramento do neutro e sua
ligação com o condutor de proteção ficam completamente definidos com apenas três letras,
sem deixar margem a duvidas.
46
Pode-se verificar que a total liberdade na escolha do sistema de aterramento a
ser usado na instalação só existirá quando o suprimento de energia da instalação for feito
por subestação de alimentação do consumidor. Quando o fornecimento de energia for em
média tensão, a escolha do esquema de aterramento a ser utilizado pelo consumidor é
limitada pelo concessionário de energia elétrica. Nesse caso, por exemplo, a terceira letra,
referente à instalação de alimentação, é definida na subestação da concessionária. O fato de
o neutro ser ou não fornecido também pode restringir o usuário: o não-fornecimento do
neutro implica a utilização dos esquemas T T.
6.3 ESQUEMAS TN
47
detecção da falta para a terra, com o objetivo de garantir que eles efetivamente funcionem
em tais situações.
No calculo da corrente de curto-circuito devem ser consideradas as impedâncias
da fonte, dos condutores de fase sob falta e do condutor de proteção. Para permitir este
cálculo, o condutor de proteção deve, a princípio, caminhar ao lado dos condutores de fase,
sem interposição de elementos ferromagnéticos. Por razões praticas, o único esquema
implementável, na família TN, é o TNR.
6.4 ESQUEMA TT
A corrente de falta no esquema TT, na prática, situa-se pelo menos uma ordem
de grandeza abaixo da corrente de curto-circuito fase-neutro. Portanto, mesmo que a
corrente da primeira falta seja grande, não é permitido que sua detecção seja feita por
dispositivos de proteção a sobrecorrente, pois estes têm limiar de funcionamento muito
elevado em comparação com o valor da corrente de falta. Nesse caso, é necessário recorrer
aos dispositivos sensíveis à corrente diferencial, não sendo preciso verificar as condições de
disparo.
Na pratica, utilizam-se dois esquemas da família TT: o TTN e o TTS.
48
6.5 ESQUEMA IT
UL
Ra ≤ (6.1)
IF
Sendo:
49
7 DESCARGAS ATMOFÉRICAS
50
ponteciais elétricos no interior da nuvem, surgem nestas, intensas descargas que resultam
na formação de novas cargas negativas na sua parte inferior, dando início às chamadas
descargas reflexas ou secundárias, no sentido da nuvem para a terra, tendo como canal
condutor aquele seguido pela descarga de retorno que em sua trajetória ascendente deixa o
ar ionizado.
7.1 CONDUÇÃO
51
FIG. 7.1 Condutores do sistema de proteção contra descargas atmosféricas
Para projeto deste sistema, existem muitas soluções, algumas que tem sido
implementadas são as seguintes:
52
metros de descida temos 150 kV, desenvolvidos do condutor contra terra (estrutura).
Naturalmente que os isoladores usados nas ferragens não suportam tal tensão,
desenvolvendo-se então arcos ao longo das descidas. Aqueles que defendem a utilização
das descidas isoladas o fazem com o pensamento de utilizar a ferragem e partes metálicas
da estrutura como blindagem para que os campos magnéticos produzidos nos condutores de
descida não atinjam o volume interno do ediflcio, não levando em conta a formação de
arcos.
Para evitar a formação de arcos os condutores de descida deveriam ser
afastados da estrutura a distância bem maiores, utilizando-se isoladores de alto valor de
T.S.I, (tensão suportável de impulso). Naturalmente que esta solução é impraticável,
acresce-se a estas observações o fato de a utilização das ferragens e isoladores, da forma
atual, é uma agressão para a arquitetura dos edificios e residências.
Portanto a recomendação é que, quando se utiliza condutor de descida que estes
sejam instalados diretamente apoiados, fixados, sobre as estruturas sem isoladores. Esta
solução é mais econômica, elimina as ferragens mais caras, e desejável do ponto de vista de
arquitetura.
Quanto à utilização de colunas metálicas como descida a única recomendação é
que nas emendas parafusadas, isto é, não soldadas sejam instaladas “Jumps” metálicos para
garantir a continuidade elétrica, já que as emendas parafusadas das colunas podem não
apresentar características adequadas de condução.
Quanto à utilização da ferragem estrutural das colunas de concreto como
descidas, a norma brasileira NBR5419/1993, indica no seu item 5.1.2.5, condutores de
descida e a forma de utilização destas ferragens. Em geral são instalados condutores de
descida específicos como barras de aço, por exemplo, com continuidade garantida por solda
ou conector aparafusado, embutido na coluna, e interligados a ferragem estrutural.
53
massa como um aterramento natural nas edificações isso só realmente aconteceu há
relativamente pouco tempo. Foram várias as razões que retardaram essa prática:
54
7.3 O CONCRETO PRÉ-FORMADO
Neste tipo de concreto, cabos de aço são tencionados em uma forma e nessa
situação é fundido o concreto sobre eles; depois do concreto estar curado é afrouxada a
tensão dos cabos que ficam em contato íntimo com o concreto, aplicando a este um esforço
de compressão. Quase todas as normas nacionais dos diferentes paises e a norma IEC não
permitem o uso desses componentes metálicos para condução de correntes de raios. Uma da
exceção é a norma inglesa que permite a passagem da corrente, desde que o fabricante
tenha sido avisado e que antes da fusão do concreto tenha feito uma interligação entre os
vários cabos de aço da peça e tenha deixado para fora um rabicho para a interligação com
outras peças ou com captores, se for o caso.
55
Recentemente, porém, começou a ser usado um outro tipo de concreto
pretendido “feito na obra”, como já referimos acima. Neste tipo os cabos, engraxados ou
dentro de bainha de PVC, são instalados em furos deixados dentro das Lages dos pisos e
são tencionadas depois da laje já está parcialmente curada. Como os elementos de fixação
dos tensores ficam em geral em contato com a ferragem das vigas laterais eles serão
percorridos por corrente de equalização entre os potenciais de um lado para o outro do
prédio. Como os cabos assim tencionados não estão em contato com o concreto, não há
risco para a manutenção da integridade da laje.
56
Observando que as correntes de descargas atmosféricas são correntes
impulsivas, e, portanto de altas freqüências, ao invés de falarmos em resistência de
aterramento, temos que considerar a impedância de aterramento do solo, a qual não será
fixa, mas variável no tempo, caracterizando uma impedância impulsiva de aterramento.
A elevação de potencial no sistema de aterramento dependerá diretamente do
valor de pico da corrente de descarga e do valor da impedância impulsiva. Esta impedância
é definida como a relação entre o valor de pico da onda de tensão e o valor de pico da onda
de corrente, que não necessariamente, estão em fase (Zp = VP/Ip).
O melhor sistema de aterramento para descargas atmosféricas é aquele que
oferece menor impedância impulsiva para uma determinada corrente de descargas
atmosféricas.
57
8 RISCO DE EXPOSIÇÃO DE UMA EDIFICAÇÃO
Onde:
Td – nº de dias de trovoadas ouvidas por ano, também conhecido como nível
ceráunico.
O nível ceráunico constitui um bom indicador da atividade elétrica da
atmosfera, sendo muito utilizado para a determinação das densidades de descargas, através
da aplicação de fórmulas empíricas. O Td poderá ser obtido:
- Em mapas isoceraúnicos (conforme a figura 7 da NBR 5419/1993);
- Consultando as administrações dos aeroportos da região;
- Consultando os distritos de meteorologia do ministério da agricultura;
- Consultando as empresas concessionárias de eletricidade que atendem a
região.
58
TABELA 8.1 Nível ceráunico em diversos países
59
FIG. 8.1 Mapa isoceráunico do Brasil
Onde:
L = comprimento;
W = largura;
H = altura.
60
8.4 – FREQUÊNCIA MÉDIA ANUAL ADMÍSSIVEL
- Riscos maiores que 10–3 (isto é, 1 em 1000) por ano são considerados
inaceitáveis:
- Riscos menores que 10–5 (isto é, 1 em 100.000) por ano são, em geral,
considerados aceitáveis.
61
Se X ≤ 10−5 , a edificação dispensa um SPDA.
Nc
E = 1− (8.5)
X
Sendo:
62
E = relação entre a freqüência média anual de descargas atmosféricas que não
causam danos, interceptadas ou não pelo SPDA, e a freqüência X sobre a estrutura.
63
9 TIPOS DE PÁRA-RAIOS
Fica claro que as descargas elétricas dentro de uma determinada zona são mais
facilmente escoada pelo pára-raios do que por uma estrutura de concreto, por exemplo. As
cargas elétricas, em vez de irromperem em um ponto qualquer do solo, são conduzidas até
as pontas do pára-raios (captor) através de um cabo de excelente condutividade elétrica
(cabo de cobre), permitindo, dessa forma, que as descargas sejam efetuadas através deste,
propiciando a proteção da construção dentro de determinado raio de atuação. A seguir
descreveremos os principais tipos de pára-raios.
64
Se não houver possibilidade, por qualquer motivo, de se chegar a estes valores deverão ser
adotados novos procedimentos, conforme exposto no capítulo 11 deste trabalho;
f) Conexão de medição: é assim denominada a conexão desmontável destinada
a permitir a medição da resistência de aterramento. Deve ser instalada a 2m ou mais acima
do nível do solo .
65
FIG. 9.1 Exemplo da gaiola de Faraday
Dm
Ncm = +1 (9.1)
Dco
Onde:
Dm = dimensão da área plana da malha captora na sentido da largura e do
comprimento, em m;
Dco = distancia entre os condutores, em m determinado conforme Tab. 10.1
A gaiola de Faraday tem recebido ultimamente a preferência dos projetistas.
Pois pelo método de Franklin, a interligação entre as hastes (suportes dos captores) pode
conduzir a uma malha, no topo da construção, de dimensões tais que resultam praticamente
nas dimensões necessárias à aplicação do método de Faraday.
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9.3 PÁRA-RAIOS EM LINHAS DE TRANSMISSÃO
67
esta corrente poderia assumir um valor demasiadamente elevado e não permitir a sua
interrupção pelo centelhador série, na sua primeira passagem por zero, provocando uma
reignição no meio ciclo seguinte da corrente, reduzindo ainda mais a sua resistência térmica
e conseqüentemente elevando a corrente circulante, assim sucessivamente, até que este
processo resulte em danos ao para-raios.
Também a resistência do resistor não linear não deve aumentar com a passagem
da corrente de descarga, pois, caso contrário, haverá uma elevação da tensão residual que
pode resultar em dano ao equipamento.
c) Centelhador série: é constituído de um ou mais espaçadores entre eletrodos,
dispostos em série com os resitores não-linear, e cuja finalidade é assegurar, sob quaisquer
condições, uma característica de disrupção regular com uma extinção da corrente
subseqüente, fornecida pelo sistema. O centelhador série pode ser considerado como uma
chave de interrupção a corrente que segue a corrente de descarga do pára-ráios (corrente
subsequente), quando esta passa pelo ponto zero natural do ciclo alternado.
d) Desligador automático: é constituído de um elemento resistivo colocado em
série com uma cápsula explosiva protegida por um corpo de baquelite. O desligador
automático é projetado para não operar com a mensagem de corrente de descarga e da
corrente subseqüente. Sua principal utilidade é desligar o para-raios defeituoso da rede à
qual esta ligado. Adicionalmente, serve como indicador visual de defeito do próprio pára-
raios. É necessário que a curva de atuação tempo X corrente do desligador automático seja
compatível com as curvas características de atuação dos elementos de proteção do sistema.
Estes dispositivos são disponíveis somente nas unidades de média tensão.
e) Protetor contra sobretensão: é um dispositivo destinado a aliviar a pressão
interna devido a falhas ocasionadas do para-raios e cuja ação permite o escape dos gases
antes que haja o rompimento da porcelana e provoque danos à vida e ao patrimônio.
68
a) corpo de porcelana: aprensenta as mesmas características já mencionadas
para o pára-raios SiC.
b) Resistores não-lineares: são blocos cerâmicos compostos a partir de uma
mistura de óxido de zinco, em maior proporção, e outros óxidos metálicos, como o
antimônio, o manganês, o bismuto e o cobalto.
69
Porém, os para-raios destinados aos sistemas de potência já são fabricados
contando com todas as vantagens oferecidas pela tecnologia do óxido de zinco.
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10 PROIBIÇÃO DO PARA-RAIOS RADIOATIVO
A razão exposta pelo CNEN para proibir o captor radioativo — ou como dispõe
textualmente a resolução, “suspender a concessão de autorização para utilização de material
radioativo em pára-raios é que não ficou “tecnicamente comprovada a maior eficácia dos
pára-raios radioativos em relação aos convencionais e que, portanto, o principio da
justificativa previsto a norma CNEN-NE-3.1: Diretrizes Básicas da Radioproteção não
estão demonstrados”.
Essas diretrizes, estipulam que o emprego de qualquer material radioativo em
equipamentos ou ‘dispositivos de uso público está sujeito a três premissas básicas:
justificativa, otimização e limitação da dose. A primeira, e talvez a mais importante, está
ligada ao ganho que a sociedade terá com a aplicação, com seus benefícios econômicos e
sociais. Um exemplo disso são as câmara de cobalto, usadas na ancologia, “No caso dos
captores radioativos não foi ultrapassada a fase da justificativa”. Não foi provado que esses
captores são tecnicamente melhores que os convencionais, que não usam esse tipo de
material.
Em todo o mundo os fabricantes de pára-raios radioativos tiveram tempo o
bastante pra confirmar tecnicamente as vantagens que sempre propalaram a respeito de seus
produtos, basicamente, uma distância de atração e, por conseguinte, uma zona de proteção
bem maior que a do captor tipo Franklin. E ao não provar de forma cabal essa suposta
superioridade, “eles deixaram de atender a premissa da justificativa”: se o material
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radioativo não contribui tecnicamente para tomar mais eficiente a proteção contra descargas
atmosféricas, ele não é absolutamente indispensável e, portanto, não deve ser usado.
10.2 RISCOS
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captor radioativo varia de 15 a 20 anos, mas a pastilha permanece ativa, pois seu tempo de
meia-vida é de 430 anos”.
10.3 RECOLHIMENTO
10.4 REPROJETO
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A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), usando das atribuições que
lhe confere o antigo 1º, da lei nº 6189, de 16 de dezembro de 1974, o artigo 141 do Decreto
nº 51.726, de 19 de fevereiro de 1963, e o artigo 21, incisos de 1 a 5 do Decreto 75569, de
07 de abril de 1975, por decisão de sua Comissão Deliberativa, na 533 Sessão, realizada em
19 de abril de 1989, artigo 1, inciso 2, inline;
Considerando que esse monopólio é exercido pela CNEN na qualidade de órgão
superior de orientação, planejamento, supervisão e fiscalização.
Considerando que compete a CNEN baixar normas gerais sobre substancias
radioativas, bem como receber e depositar rejeitos radioativos;
Considerando a proliferação do uso de substancias radioativas em pára-raios;
Considerando que não está comprovada a maior eficácia de pára-raios
radioativos em relação aos convencionais e que, portanto, o “principio da justificação”
previsto na Norma CNEN NE-3.01 “Diretrizes Básicas de Radioproteção” não esta
demonstrado;
Considerando a necessidade de dar destino adequado ao material radioativo dos
páraraios desativados.
Resolve:
74
CONCLUSÃO
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BIBLIOGRAFIA
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