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Material de apoio às videoaulas

Gestão Pública II Sergio Karkache

Olá meus amigos e minhas amigas que estão tentando uma vaga para
o DETRAN de São Paulo, nós estamos iniciando mais uma aula para falar de
Orçamento Público, seus instrumentos orçamentários e também sobre a Lei
de Responsabilidade Fiscal. Nessa aula de hoje nós vamos falar sobre Lei de
Diretrizes Orçamentárias e também sobre a Lei Orçamentária Anual, que
são as outras duas leis que tratam que são instrumentos do sistema orça-
mentário, tal como ele está previsto na nossa CF. lembre-se que aquilo que
está previsto na CF aplica-se também com as devidas adaptações, é claro,
ao Estado de São Paulo, porque o Estado de São Paulo segue a estrutura
orçamentária federal. Você deve estar se perguntando assim: mas, afinal de
contas, porque eu tenho que estudar orçamento? Porque eu tenho que es-
tudar normas financeiras? Você lá, no DETRAN, você vai trabalhar talvez nos
escritórios, nas estruturas administrativas, eu até já comecei a explicar isso
em outra aula e lá você vai ter que cuidar de gastos públicos, você vai ter
que cuidar de sistemas orçamentários, vai ter que fazer toda a burocracia in-
terna, não é apenas a fiscalização de condutores de veículos, isso também é
função, é claro, mas, existe também a parte burocrática. Todo órgão público
tem isso, então muitas vezes e, aliás, são funções que normalmente são as
mais interessantes dentro desses órgãos porque são funções que trabalham
com planejamento, até com a própria elaboração do orçamento, são conhe-
cimentos importantes aqui que a gente está passando não só para o seu
concurso, mas, também para a vida mesmo, se você quer trabalhar no servi-
ço publico tem que entender um pouquinho de orçamento, quem trabalhar
quem entende de orçamento vai melhor, consegue se desenvolver melhor
aí nas carreiras de estado.

Bom, sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias nós não temos uma defini-
ção clara na Constituição do que seja essa Lei de Diretrizes Orçamentárias. A
Lei de Diretrizes Orçamentárias, entretanto, nós podemos entendê-la como
se ela fosse um grande manual de elaboração da Lei Orçamentária Anual. A
Lei de Diretrizes Orçamentárias não tem por forte prever receitas e despesas,
não é essa a função dela, essa é a função da Lei Orçamentária Anual. A Diretriz

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Orçamentária, o que ela faz é estabelecer conceitos, estabelecer padrões


comuns para coordenar a ação de todos os poderes e órgãos na elaboração
do orçamento e depois na sua aplicação, sim, porque o orçamento é um só,
mas, existem muitos poderes e órgãos dentro da Administração do Estado,
pegue o caso do Estado de São Paulo, um estado grande, um estado podero-
so. Só o governo, só a parte do Poder Executivo são milhares de pessoas. São
muitos órgãos, são centenas de órgãos, o DETRAN é um deles, mas, veja só a
divisão, a subdivisão do DETRAN. Eu estava dando uma olhada lá no edital da
sua prova, a quantidade de cidades que você pode obter lotação, é uma lista
gigante, você já olhou o edital e provavelmente já viu isso. Quer dizer, só o
DETRAN as divisões que ele possui. Imagine então toda a estrutura do Estado
de São Paulo que tem Tribunal de Justiça, que tem Secretarias, que tem a
própria Assembléia Legislativa. Toda essa gente, todos esses órgãos eles tem
que ser coordenados por alguém. Eles têm que ter uma diretriz comum, por
isso que chama Lei de Diretrizes Orçamentárias. Veja que a palavra Diretriz
aparece no PPA, mas, ela também aparece na LDO. A diferença é que no PPA
a Diretriz é para quatro anos, na LDO é só para o próximo orçamento. É só
para o orçamento do ano que vem, no ano seguinte, de 1°de Janeiro a 31 de
Dezembro do ano seguinte, mas, elas são Diretrizes também.

Bom, a Constituição ela vai delegar uma série de funções para Lei de
Diretrizes Orçamentárias e essas funções ajudam a entender o que é de fato
a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o que ela contém. Eu queria mostrar para
vocês um quadro ali que elenca essas principais formas, é uma lista de situ-
ações que a Constituição vai estabelecer. Dá uma olhada lá então no nosso
quadrinho as funções da Lei de Diretrizes Orçamentárias. A primeira aqui é
Orientar a elaboração da Lei Orçamentária Anual. A Lei Orçamentária Anual
é aquela lei que de fato vai prever os créditos orçamentários, o que o go-
verno pode gastar, onde ele pode gastar, prevê elementos, subelementos
e tudo isso. Então a LDO não faz essa previsão, ela orienta uma outra Lei
que vai fazer essa previsão. Então ela orienta em que sentido. Ela diz para
os Deputados lá da Assembléia Legislativa como eles devem votar essa Lei,
quais são os limites que devem ser utilizados para a previsão de determina-
dos valores, por exemplo, tem um negócio que a gente vai ver depois que
se chama reserva de contingência. Reserva de contingência é como se fosse
uma poupança, um valor ali que é colocado para casos de emergência. Casos
não previstos, contingências que podem acontecer. A LDO vai dar o percen-
tual máximo de valores que vai ter que ser destinado para essa quantia.
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Então ela vai trazer uma série de conceitos, de limites de condições dentro
das quais tanto os poderes e órgãos que estão montando as peças do or-
çamento como depois a Assembléia Legislativa todos deverão obedecer às
mesmas regras para manter a uniformidade, tanto de elaboração como de
execução do orçamento.

Outras funções aí da Lei de Diretrizes Orçamentárias, você vê aqui que


ela dispõe sobre as metas e prioridades da Administração para o exercício
subseqüente. Olha isso aqui é muito importante porque metas é também
um assunto que está previsto no PPA. PPA também fala de metas só que o
PPA fala de metas para quatro anos, enquanto que essas metas para quatro
anos elas terão que ser subdivididas em metas menores que vão ser execu-
tadas ao longo de cada ano desses quatro. Então é preciso que a LDO vá lá e
pegue essa metona que está lá no PPA e divida isso em metas para um ano
porque você pode ter, por exemplo, uma meta aí de resolver lá determina-
dos, como a gente falou, por exemplo, contratar trezentos professores, ta. Só
que no ano que vem o Governo está esperando receber menos, ele não pode
aumentar a despesa com pessoal. Então talvez essa contratação de trezen-
tos professores a gente vá contratar para o ano que vem cinquenta. Vai con-
tratar todos os trezentos porque aquilo é para um período de quatro anos.
Então você vai subdividir isso na LDO estabelecendo metas e prioridades
para a Administração dentro das metas grandes, você não está fazendo nada
contra o PPA, você está apenas manejando a coisa de tal maneira que o di-
nheiro dê para pagar essas coisas que você faça isso de maneira organizada.
Então esse seria um outro elemento. Cuidado porque o que distingue um do
outro é justamente o tempo. A LDO é para um ano. O PPA é para quatro anos.
Então não é metas de duração continuada, é meta para o próximo exercício
e exercício você deve entender 1° de Janeiro até 31 de Dezembro de cada
ano, esse é exercício.

O que mais que a gente tem ali? Dá uma olhada. Dispõe sobre as despe-
sas de capital para o exercício subsequente. De novo, exercício subsequente,
porque também você tinha lá no PPA o PPA falando sobre despesas de capi-
tal, lembra? Você tinha também o PPA falando disso, só que o PPA falava de
despesa de capital para duração continuada, mais de um exercício. A LDO
fala para um exercício apenas. Então a diferença entre um e outro é justa-
mente o tempo. A principal, porque há outras diferenças, mas, a mais impor-
tante é justamente o tempo. Então essa é outra função da LDO segundo a
nossa Constituição ali, mas, tem mais coisas.
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Dispõe sobre alterações na legislação tributária. Aqui tem que tomar um


cuidado é importante para você não fazer confusão. Vamos supor que cai
aquela questão no seu concurso dizendo o seguinte: Que a Lei de Diretrizes
Orçamentárias faz alterações na Legislação Tributária. Ele não colocou dispõe
sobre alterações. Ele diz, ele faz alterações, ele institui tributos. Olha, fica
errada a questão se ele colocar dessa forma, porque você tem uma outra Lei
fora da Lei Orçamentária, das três que a gente está estudando que vai fazer a
instituição, a extinção de tributos. São as Leis Tributárias que fazem isso, tem
que ser Leis fora do orçamento, uma Lei própria, com outra numeração, com
outro processo legislativo tudo a parte. Já a Lei de Diretrizes Orçamentárias
é diferente. O que ela vai fazer? Ela vai dizer para os Deputados, vai falar para
a Assembleia Legislativa, vai falar para o Governador como que a política
tributária vai acontecer no ano seguinte. Então são assuntos tais como, por
exemplo, a Lei de Diretrizes Orçamentárias diz o seguinte: No ano que vem
o Governo não poderá dar isenções de tributos estaduais num patamar que
supere 10% da Receita corrente líquida. Então você veja que ele não está
falando de dar a isenção, vai ter que vir uma outra Lei depois dando essa
isenção, o que ele está falando é que se for criada isenções, se for criar Leis
Tributárias você tem determinados limites e condições. Então dispor sobre al-
terações na Legislação Tributária não é a mesma coisa que alterar a Legislação
Tributária. Quem altera a Legislação Tributária são as Leis Tributárias. Quem
dispõe sobre alterações, regras, condições para essa alteração, aí é a LDO,
bem entendido isso daí para não cometer enganos na hora da prova.

Veja lá mais uma função aí da LDO. Estabelecer a política de aplicação das


agências financeiras oficiais de fomento. O que é isso aí? São agências gover-
namentais que os governos mantém que é para estimular setores da econo-
mia principalmente. Principalmente setores econômicos. Então o Governo
do Estado de São Paulo deve ter as suas agências que ele faz então os in-
vestimentos no setor produtivo. Então são bancos muitas vezes, são institui-
ções que emprestam dinheiro, que fazem investimentos, fazem subsídios,
visando estimular agricultores, visando estimular indústria automobilística,
visando estimular esses outros setores. Muitas vezes os governos têm vários
instrumentos diferentes. Então se nós pegarmos o exemplo Federal, que dá
para tomar como exemplo parecido com o do Estado. Você tem o Banco do
Brasil, por exemplo, que é uma agência de fomento, mas, você também tem a
Caixa Econômica Federal que é outra agência de fomento. Você tem o BNDES
que é outra agência de fomento em âmbitos estaduais, regionais, costuma
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ter BRDES, que são bancos regionais de desenvolvimento, você pode ter
até instituições locais mesmo de estado, se bem que com a reforma bancá-
ria que nós tivemos a maioria dos bancos estaduais foram vendidos, então
hoje existem outras agencias que não são propriamente bancárias, mas, que
também fazem funções semelhantes. Para evitar que essas agências entrem
em conflito na sua atuação, comece a financiar demais um setor e menos o
outro, a LDO funciona como um maestro disso aí, então ela vai coordenar o
funcionamento dessas diversas agências oficiais de fomento. Então a LDO,
por exemplo, no âmbito federal, ela vai dizer: CAIXA, você tem que fazer isso,
isso e isso. Banco do Brasil, você tem que fazer isso, isso e aquilo diferente
da CAIXA. Já o BNDES, você tem que se concentrar nesta área de atuação
aqui. Então ela vai definir em artigos da própria LDO quais são as Diretrizes
Centrais de Atuação dessas agências. Você consultar a LDO do Estado ou da
própria união você vai ver que está presente lá essa figura. Veja aqui que
não é dispor sobre minúcias, detalhes da administração desses organismos,
mas, sim sobre orientações principais da sua política de funcionamento. Isso
é função da LDO também.

O que mais que a gente tem ali, vamos dar uma olhada: Autoriza aumentos
de despesas com pessoal. Quem é o pessoal? Somos nós, você que está pres-
tando prova para concurso, você vai entrar lá no DETRAN e você vai querer
aumento de salário depois, não vai? Então você vai querer receber um aumen-
to, um reajuste. Bom, quem faz o aumento? Quem autoriza o dinheiro para
aumentar? Não é a LDO, é a Lei Orçamentária Anual, ela prevê um crédito que
é predestinado ao pagamento do pessoal. Agora quem tem que autorizar isso,
quem tem que autorizar a LOA a dar esse crédito é a LDO. LDO você deve en-
tender LDO como se fosse um maestro de uma orquestra. Então a LDO ela vai
coordenar, ela diz agora você aí do violino toca lá o violino, agora não é violino
mais não, fica quieto aí, agora é o trombone que vai tocar e assim por diante.
Então violino, trombone etc. são os órgãos, quem vai executar os orçamentos
e também a própria lei orçamentária, porque ela também vai prever os crédi-
tos. Então a Lei de Diretrizes Orçamentárias ela vai procurar coordenar isso de
forma a não fugir do controle. Aplicar o plano plurianual só que a cada ano
individualmente. Então essa é mais uma função da LDO.

Nós temos também outras funções além dessas que eu citei aqui, mas,
elas já estão previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal, aí nós aproveita-
mos também que estamos falando da LDO para nós entrarmos na Lei de

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Responsabilidade Fiscal que é um tópico também relacionado no seu con-


curso, aliás, é o último tópico ali daquela parte que nós estamos tratando
que é diz respeito então também à parte orçamentária. O que é a Lei de
Responsabilidade Fiscal? É uma Lei Complementar Federal que foi criada no
ano 2000, é a Lei Complementar n° 101 de 2000 e essa Lei Complementar ela
traz uma série de regras que são obrigatórias para a União, para os Estados,
Municípios e Distrito Federal. Elas orientam os orçamentos também dos
Estados membros e ela vai dispor uma série de coisas, mas, principalmente a
Lei de Responsabilidade Fiscal ela está preocupada com conceitos e ela está
preocupada com limites. São as duas coisas que essa Lei tem forte, que ela
tem mais forte. Quais sãos as funções que a Lei de Responsabilidade Fiscal
vai delegar além dessas que nós já vimos até agora para a Lei de Diretrizes
Orçamentárias. Então vamos dar uma olhadinha nas funções agora baseado
na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Então, primeiramente ela vai prever ou vai determinar o equilíbrio entre


receitas e despesas. Esse é um elemento importante, ou seja, o orçamento
tem que ser montado de forma que as despesas não ultrapassem as recei-
tas. O estado está recebendo um bilhão, então ele pode gastar a princípio
um bilhão. Ele não pode querer gastar dois bilhões sendo que ele só recebe
um bilhão. Então a Lei de Responsabilidade Fiscal determina, atribui a Lei
de Diretrizes Orçamentárias a função de vigiar as Leis Orçamentárias Anuais
para que elas prevejam este equilíbrio. Então ela vai criar critérios, ela vai
criar limites, ela vai criar condições que depois tantos elaboradores do orça-
mento, como quem vota o orçamento deverão obedecer às mesmas regras.
Então essa é uma função que a LRF estabelece em relação à LDO.

Outra função que aparece para nós ali são os critérios e forma para limi-
tação de empenhos. O que é isso? Limitação de empenhos? Toda vez que
um administrador público vai fazer um gasto público ele tem antes de fazer
o gasto, ele tem que fazer um ato que se chama empenho. O empenho é
como se fosse uma separação do dinheiro e uma documentação desse gasto
feita internamente nessa administração. O empenho é obrigatório para
qualquer gasto público. Qualquer gasto, qualquer despesa pública que a
gente vai fazer que vá pagar, tem que ter empenho, porque às vezes é dis-
pensado é a emissão de um documento que represente o empenho, mas, o
empenho em si existe sempre. O empenho é o primeiro passo para a gente
poder gastar, se eu tranco o empenho eu não posso gastar. Então, quando

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o governo está executando o orçamento e se percebe que está havendo ali


problemas de equilíbrio orçamentário, por exemplo, a despesa está muito
grande e a receita não está entrando. Então o que dá para fazer aí? Vem
um ato ali do Poder ou Órgão respectivo que limita o empenho e a Lei de
Diretrizes Orçamentárias ela vai coordenar como é que vai fazer isso. Quais
são as regras comuns, porque, a limitação de empenhos a princípio ela é
feita em cada poder ou órgão. O Ministério Público do Estado, por exemplo,
ele vai fazer a sua limitação, o Tribunal de Justiça do Estado vai fazer outra
limitação de empenhos, elas não são iguais em todos os lugares. Só que as
regras para fazer essa limitação têm que ser padronizada, porque se não um
vai fazer de um jeito outro vai fazer de outro, cada um vai inventar uma moda
diferente e isso é uma porta aberta para a corrupção. Uma porta aberta para
desorganização, você desorganizou as finanças públicas começa a ter cor-
rupção, começa a ter desperdício de recursos públicos. Por isso que a Lei
de Diretrizes Orçamentárias ela tem que prever um processo. Ela tem que
prever regras para como fazer essa limitação dos empenhos.

A Lei de Responsabilidade Fiscal fala também que a Lei de Diretrizes


Orçamentárias deve conter normas relativas ao controle de custos e ava-
liação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orça-
mentos. Então, controle de custos e avaliação de resultados, ou seja, não
basta gastar, não basta prever no orçamento, é preciso também verificar se
está sendo gasto certo, se está sendo gasto corretamente. Então a Lei de
Responsabilidade Fiscal vai prever que a Lei de Diretrizes Orçamentárias
deve fixar para cada ano normas que sirvam de padrão para que a gente
possa saber se estamos gastando bem ou estamos gastando mal. A LDO re-
presenta um consenso dos diversos poderes em torno das regras que devem
ser aplicadas. Então por isso que é outra função importante. Temos mais duas
ali, vamos dar uma olhadinha.

Demais condições e exigências para transferências de recursos a entida-


des públicas e privadas e ainda normas para assegurar a integral conclusão
e satisfação dos projetos e andamento como condição de início para novos
projetos. Duas coisas diferentes. A primeira: o Governo do Estado de São
Paulo quer transferir dinheiro para o município de São Paulo. Então isso é
uma transferência de recursos. Pode transferir livremente? Não. A LDO vai es-
tabelecer os limites, as condições, ela pode até chegar e dizer olha não pode
fazer transferências esse ano. Porque a situação do Estado está muito difícil

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não vai fazer transferências, ou, se fizer transferência o município vai ter que
dar contrapartida em outra coisa. Quer dizer, ela vai estabelecer essas con-
dições para que o Estado possa transferir recursos, tanto para as entidades
públicas como para entidades privadas, porque às vezes o Estado transfere,
por exemplo, para creches, para asilos de idosos, para entidades beneficen-
tes, ele vai transferir recursos. Então se você não controlar isso daí você vai
ter problema de corrupção, de às vezes nem corrupção, de desorganização
mesmo, de gastar dinheiro demais, ou coisas que não era previstas para
serem gastas com os tributos em geral.

E a outra coisa que a gente falou é que a LDO vai estabelecer condições
porque quando um órgão está fazendo uma obra, a princípio ele não deve
começar várias obras ao mesmo tempo sem ter concluído as anteriores,
você tem duas obras iguais, por exemplo, você está construindo uma escola
e agora você vai construir outra escola. Você nem terminou a primeira já
está falando de construir mais trezentas. Então a Lei de Responsabilidade
Fiscal ela vai delegar a LDO a função de controlar isso daí. Porque é muito
comum você ter governador, por exemplo, que o cara começa a falar ab-
surdos, começa a prometer para a população querendo se eleger e coisas
que na verdade não são realizáveis. Obras que não estão nem prontas ele já
quer começar outras. Então isso também pode ser um problema que afete
as despesas públicas.

Se você quiser saber mais sobre assunto na Lei de Responsabilidade


Fiscal que inclusive está disponível na internet, você vai encontrar isso nos
Art. 4 e no Art. 45. Art. 4°e 45 falam sobre as funções da Lei de Diretrizes
Orçamentárias segundo a visão da Lei de Responsabilidade Fiscal. Então esse
seria mais um aspecto, um conjunto de situações.

Bem, além da Lei de Diretrizes Orçamentárias nós também temos a Lei


Orçamentária Anual, a Lei Orçamentária Anual ela tem também certas fun-
ções, na verdade, aquela que é de fato aplicada é a Lei Orçamentária Anual,
as outras, elas são instrumentos para preparar a Lei Orçamentária Anual, mas,
a Lei Orçamentária Anual ela quase que funciona como marionete, porque
ela é totalmente controlada pelo plano plurianual num primeiro momento e
depois especificando mais detalhes sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Vamos dar uma olhadinha ali no conceito que a Constituição nos dá a res-
peito de Lei Orçamentária Anual, quais são os assuntos que ela contém. Veja

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lá na sua tela, você vê ali que ele fala que a Lei Orçamentária Anual compre-
enderá, primeiramente, o orçamento fiscal, o orçamento fiscal é referente aos
poderes da união, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta
e indireta, inclusive, fundações instituídas e mantidas pelo poder público,
além disso, você tem também o orçamento de investimento das empresas
em que a união direta ou indiretamente detenha a maioria do capital social
com direito a voto, as empresas que são, portanto, estão sobre o controle
administrativo da entidade federativa, no caso que estamos falando aqui do
Estado de São Paulo. O Estado de São Paulo tem as suas estatais também.
Então essas empresas que ele controla, os investimento dela fazem parte da
Lei Orçamentária Anual do Estado de São Paulo. Ele é uma subdivisão dessa
Lei Orçamentária.

E ainda nós temos uma 3°divisão, veja lá. É o orçamento da seguridade


social. O orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. Bem, aqui,
na verdade, nós estamos vendo a divisão que é dada pelo Art. 165 da CF e
o orçamento da seguridade social ele é muito mais importante no âmbito
federal porque a união ela controla o regime geral de previdência social além
do regime dos servidores da união. Então, na verdade, a união controla mais
de um regime previdenciário. Ela tem um regime previdenciário que é dos
servidores estatutários da união e ela tem outro que é o regime previdenci-
ário para os brasileiros em geral, que é o regime geral de previdência. Então
o cara que trabalha numa empresa privada ele vai se aposentar pelo INSS,
que é um órgão executor do regime geral de previdência social. É claro que
o orçamento federal, na área de seguridade social é muito mais complexo,
mas, os estados e os municípios também podem ter orçamento de segu-
ridade social. Ele é uma subdivisão da Lei Orçamentária Anual, porque, os
estados eles mantém fundos para pagar a aposentadoria e pensão dos seus
próprios servidores. O Estado de São Paulo tem milhares de servidores. Esses
servidores que hoje estão trabalhando um dia vão se aposentar e quando
eles se aposentam e são vinculadas as autarquias, as fundações, ou a pró-
pria administração direta, esses indivíduos eles se aposentam perante o pró-
prio estado. Há um regime próprio de aposentadorias e pensões que muitas
vezes tem um instituto próprio de previdência, eles não vão se aposentar
pelo INSS, não participam do RGPS. Então o estado também tem que ter um
orçamento de seguridade para controlar esse processo todo aí porque existe
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pagamento de aposentadoria e pensões também em âmbito estadual e


também em âmbito municipal. É claro que o volume de recursos aqui tende
a ser bem menor, evidentemente, do que o RGPS, porque o RGPS é um siste-
ma para todo o país. Então essa é a composição da Lei Orçamentária Anual.
Orçamento Fiscal, Orçamento de Investimento das empresas que o governo
controla e o Orçamento da Seguridade Social. Essa é a estrutura que é pen-
sada para o Orçamento Federal ela, na verdade, é reproduzida em estados e
municípios também.

O que mais que a gente tem sobre a Lei Orçamentária Anual, podemos
falar ainda a respeito de outros aspectos, o Art. 167 da Constituição, por
exemplo, ele traz uma série de limites, condições, de vedações que devem
ser utilizadas na elaboração da Lei Orçamentária e na sua aplicação. A Lei
Orçamentária Anual vai conter basicamente créditos, ou seja, previsão da
despesa, detalhada por elementos e subelementos, e ela vai prever também
a receita, portanto, é função da Lei Orçamentária Anual prever receita e fixar
despesa. São esses dois elementos fundamentais para a Lei, além disso, a
Lei Orçamentária Anual ela também pode autorizar operações de crédito,
inclusive operações por antecipação de receitas, as chamadas antecipações
de receitas orçamentárias, que você vai ver em alguns livros com a sigla ARO,
ARO. ARO é na verdade uma operação de crédito que o governo do estado,
no caso de São Paulo pode tomar dinheiro emprestado para pagar insufi-
ciências momentâneas de caixa, empréstimo de curto prazo. Isso tem que
estar autorizado na Lei Orçamentária Anual para que seja possível. E também
outros elementos. A Lei Orçamentária Anual pode autorizar créditos suple-
mentares, por exemplo, aí tirando a necessidade que se mande uma Lei pró-
pria para se fazer isso. Quer dizer, só se abre o crédito suplementar já autori-
zado pela própria Lei Orçamentária Anual.

Então, eu recomendo a você que dê uma olhada antes da prova os tópicos


do Art. 167, muitos deles fazem referência não só a LDO, a Lei Orçamentária
Anual como as outras Leis também. Esse artigo é interessante dar uma olhada
nele, apesar de que nós não teremos tempo para vê-lo minudentemente,
mas, ele é um artigo que traz elementos importantes, tanto para elaboração,
como para execução das Leis Orçamentárias, todas elas e principalmente da
Lei Orçamentária Anual.

Bem, vamos ver agora para a gente concluir a nossa aula de hoje, um exer-
cício aplicado pela Vunesp, no ano de 2005, na prova de Procurador do Estado
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de São Paulo. Apesar de ser uma prova de carreira jurídica, que a princípio
seria uma prova assim, mais complexa, você vai ver que ela não é uma questão
complexa, na verdade, é aquilo que nós tratamos até agora. Então vejamos lá
o que dizia essa questão: O Modelo de elaboração orçamentária, nas três esfe-
ras de governo, foi sensivelmente afetado pelas disposições introduzidas pela
CF/88. Anualmente o Poder Executivo encaminha ao Poder Legislativo o proje-
to de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que contém: Vejamos as assertivas
para ver qual é a melhor resposta. Na letra a, ele está propondo que a receita
prevista para o exercício em que se elabora a proposta. Bom, receita prevista,
prever receita não é função da LDO. O que a LDO faz é dar orientações para a
elaboração de uma outra Lei que vai fazer essa função. Qual é a outra Lei? É a
Lei Orçamentária Anual. Então essa letra a estaria certa se ele tivesse falando
da LOA. Só que a questão é sobre a LDO, não está certo isso aqui, isso aqui está
errado. Vamos ver a letra b agora: A receita arrecadada nos três últimos exer-
cícios anteriores àquele em que se elaborou as proposta. Isso faz parte de um
anexo, esse anexo aí ele não faz parte da LDO, ele faz parte também da LOA,
da Lei Orçamentária Anual. Então essa composição, essa previsão estabelecida
aqui na letra b também não diz respeito especificamente a LDO. A LDO até
pode dispor sobre regras, mecanismos de estimação da previsão de receitas,
mas, não é o forte dela, não é uma das funções, pelo menos, que nós vimos ali
ao longo da nossa explanação. Então a letra b não é a melhor resposta. Letra
c: as metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas de
capital para o exercício financeiro subseqüente. Olha aí, achamos à resposta
certa, letra c que é a resposta certa, isso sim, com certeza é função da LDO. Na
letra D você vê que ele fala que tem que prever o orçamento fiscal, segurida-
de e investimentos. Isso aí é função da Lei Orçamentária Anual. Falsa a letra
D. E a letra e: a despesa realizada no exercício imediatamente anterior. Isso aí
também vem num anexo da LOA, da Lei Orçamentária Anual. A letra E também
não é uma boa resposta.

Então, nesse exercício que a Vunesp aplicou a resposta certa é a letra C ok?
Então é isso aí, mais ou menos é esse tipo de questão. Caiu para Procurador
do Estado, mas, você vê que dá pra matar tranqüilo com aquilo que a gente
falou. Poderia cair na tua prova também, valeu pessoal? Muito obrigado pela
sua atenção, nós estamos encerrando esta aula e agradeço, espero que tenha
sido proveitoso para vocês, bons estudos, mas, ainda nós vamos para mais
uma aula onde nós vamos ver noções, princípios, conceitos mais importan-
tes sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, até já.
Este material é parte integrante do acervo do Aprova Concursos, 11
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