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Olá meus amigos e minhas amigas que estão tentando uma vaga para
o DETRAN de São Paulo, nós estamos iniciando mais uma aula para falar de
Orçamento Público, seus instrumentos orçamentários e também sobre a Lei
de Responsabilidade Fiscal. Nessa aula de hoje nós vamos falar sobre Lei de
Diretrizes Orçamentárias e também sobre a Lei Orçamentária Anual, que
são as outras duas leis que tratam que são instrumentos do sistema orça-
mentário, tal como ele está previsto na nossa CF. lembre-se que aquilo que
está previsto na CF aplica-se também com as devidas adaptações, é claro,
ao Estado de São Paulo, porque o Estado de São Paulo segue a estrutura
orçamentária federal. Você deve estar se perguntando assim: mas, afinal de
contas, porque eu tenho que estudar orçamento? Porque eu tenho que es-
tudar normas financeiras? Você lá, no DETRAN, você vai trabalhar talvez nos
escritórios, nas estruturas administrativas, eu até já comecei a explicar isso
em outra aula e lá você vai ter que cuidar de gastos públicos, você vai ter
que cuidar de sistemas orçamentários, vai ter que fazer toda a burocracia in-
terna, não é apenas a fiscalização de condutores de veículos, isso também é
função, é claro, mas, existe também a parte burocrática. Todo órgão público
tem isso, então muitas vezes e, aliás, são funções que normalmente são as
mais interessantes dentro desses órgãos porque são funções que trabalham
com planejamento, até com a própria elaboração do orçamento, são conhe-
cimentos importantes aqui que a gente está passando não só para o seu
concurso, mas, também para a vida mesmo, se você quer trabalhar no servi-
ço publico tem que entender um pouquinho de orçamento, quem trabalhar
quem entende de orçamento vai melhor, consegue se desenvolver melhor
aí nas carreiras de estado.
Bom, sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias nós não temos uma defini-
ção clara na Constituição do que seja essa Lei de Diretrizes Orçamentárias. A
Lei de Diretrizes Orçamentárias, entretanto, nós podemos entendê-la como
se ela fosse um grande manual de elaboração da Lei Orçamentária Anual. A
Lei de Diretrizes Orçamentárias não tem por forte prever receitas e despesas,
não é essa a função dela, essa é a função da Lei Orçamentária Anual. A Diretriz
Bom, a Constituição ela vai delegar uma série de funções para Lei de
Diretrizes Orçamentárias e essas funções ajudam a entender o que é de fato
a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o que ela contém. Eu queria mostrar para
vocês um quadro ali que elenca essas principais formas, é uma lista de situ-
ações que a Constituição vai estabelecer. Dá uma olhada lá então no nosso
quadrinho as funções da Lei de Diretrizes Orçamentárias. A primeira aqui é
Orientar a elaboração da Lei Orçamentária Anual. A Lei Orçamentária Anual
é aquela lei que de fato vai prever os créditos orçamentários, o que o go-
verno pode gastar, onde ele pode gastar, prevê elementos, subelementos
e tudo isso. Então a LDO não faz essa previsão, ela orienta uma outra Lei
que vai fazer essa previsão. Então ela orienta em que sentido. Ela diz para
os Deputados lá da Assembléia Legislativa como eles devem votar essa Lei,
quais são os limites que devem ser utilizados para a previsão de determina-
dos valores, por exemplo, tem um negócio que a gente vai ver depois que
se chama reserva de contingência. Reserva de contingência é como se fosse
uma poupança, um valor ali que é colocado para casos de emergência. Casos
não previstos, contingências que podem acontecer. A LDO vai dar o percen-
tual máximo de valores que vai ter que ser destinado para essa quantia.
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Então ela vai trazer uma série de conceitos, de limites de condições dentro
das quais tanto os poderes e órgãos que estão montando as peças do or-
çamento como depois a Assembléia Legislativa todos deverão obedecer às
mesmas regras para manter a uniformidade, tanto de elaboração como de
execução do orçamento.
O que mais que a gente tem ali? Dá uma olhada. Dispõe sobre as despe-
sas de capital para o exercício subsequente. De novo, exercício subsequente,
porque também você tinha lá no PPA o PPA falando sobre despesas de capi-
tal, lembra? Você tinha também o PPA falando disso, só que o PPA falava de
despesa de capital para duração continuada, mais de um exercício. A LDO
fala para um exercício apenas. Então a diferença entre um e outro é justa-
mente o tempo. A principal, porque há outras diferenças, mas, a mais impor-
tante é justamente o tempo. Então essa é outra função da LDO segundo a
nossa Constituição ali, mas, tem mais coisas.
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ter BRDES, que são bancos regionais de desenvolvimento, você pode ter
até instituições locais mesmo de estado, se bem que com a reforma bancá-
ria que nós tivemos a maioria dos bancos estaduais foram vendidos, então
hoje existem outras agencias que não são propriamente bancárias, mas, que
também fazem funções semelhantes. Para evitar que essas agências entrem
em conflito na sua atuação, comece a financiar demais um setor e menos o
outro, a LDO funciona como um maestro disso aí, então ela vai coordenar o
funcionamento dessas diversas agências oficiais de fomento. Então a LDO,
por exemplo, no âmbito federal, ela vai dizer: CAIXA, você tem que fazer isso,
isso e isso. Banco do Brasil, você tem que fazer isso, isso e aquilo diferente
da CAIXA. Já o BNDES, você tem que se concentrar nesta área de atuação
aqui. Então ela vai definir em artigos da própria LDO quais são as Diretrizes
Centrais de Atuação dessas agências. Você consultar a LDO do Estado ou da
própria união você vai ver que está presente lá essa figura. Veja aqui que
não é dispor sobre minúcias, detalhes da administração desses organismos,
mas, sim sobre orientações principais da sua política de funcionamento. Isso
é função da LDO também.
O que mais que a gente tem ali, vamos dar uma olhada: Autoriza aumentos
de despesas com pessoal. Quem é o pessoal? Somos nós, você que está pres-
tando prova para concurso, você vai entrar lá no DETRAN e você vai querer
aumento de salário depois, não vai? Então você vai querer receber um aumen-
to, um reajuste. Bom, quem faz o aumento? Quem autoriza o dinheiro para
aumentar? Não é a LDO, é a Lei Orçamentária Anual, ela prevê um crédito que
é predestinado ao pagamento do pessoal. Agora quem tem que autorizar isso,
quem tem que autorizar a LOA a dar esse crédito é a LDO. LDO você deve en-
tender LDO como se fosse um maestro de uma orquestra. Então a LDO ela vai
coordenar, ela diz agora você aí do violino toca lá o violino, agora não é violino
mais não, fica quieto aí, agora é o trombone que vai tocar e assim por diante.
Então violino, trombone etc. são os órgãos, quem vai executar os orçamentos
e também a própria lei orçamentária, porque ela também vai prever os crédi-
tos. Então a Lei de Diretrizes Orçamentárias ela vai procurar coordenar isso de
forma a não fugir do controle. Aplicar o plano plurianual só que a cada ano
individualmente. Então essa é mais uma função da LDO.
Nós temos também outras funções além dessas que eu citei aqui, mas,
elas já estão previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal, aí nós aproveita-
mos também que estamos falando da LDO para nós entrarmos na Lei de
Outra função que aparece para nós ali são os critérios e forma para limi-
tação de empenhos. O que é isso? Limitação de empenhos? Toda vez que
um administrador público vai fazer um gasto público ele tem antes de fazer
o gasto, ele tem que fazer um ato que se chama empenho. O empenho é
como se fosse uma separação do dinheiro e uma documentação desse gasto
feita internamente nessa administração. O empenho é obrigatório para
qualquer gasto público. Qualquer gasto, qualquer despesa pública que a
gente vai fazer que vá pagar, tem que ter empenho, porque às vezes é dis-
pensado é a emissão de um documento que represente o empenho, mas, o
empenho em si existe sempre. O empenho é o primeiro passo para a gente
poder gastar, se eu tranco o empenho eu não posso gastar. Então, quando
não vai fazer transferências, ou, se fizer transferência o município vai ter que
dar contrapartida em outra coisa. Quer dizer, ela vai estabelecer essas con-
dições para que o Estado possa transferir recursos, tanto para as entidades
públicas como para entidades privadas, porque às vezes o Estado transfere,
por exemplo, para creches, para asilos de idosos, para entidades beneficen-
tes, ele vai transferir recursos. Então se você não controlar isso daí você vai
ter problema de corrupção, de às vezes nem corrupção, de desorganização
mesmo, de gastar dinheiro demais, ou coisas que não era previstas para
serem gastas com os tributos em geral.
E a outra coisa que a gente falou é que a LDO vai estabelecer condições
porque quando um órgão está fazendo uma obra, a princípio ele não deve
começar várias obras ao mesmo tempo sem ter concluído as anteriores,
você tem duas obras iguais, por exemplo, você está construindo uma escola
e agora você vai construir outra escola. Você nem terminou a primeira já
está falando de construir mais trezentas. Então a Lei de Responsabilidade
Fiscal ela vai delegar a LDO a função de controlar isso daí. Porque é muito
comum você ter governador, por exemplo, que o cara começa a falar ab-
surdos, começa a prometer para a população querendo se eleger e coisas
que na verdade não são realizáveis. Obras que não estão nem prontas ele já
quer começar outras. Então isso também pode ser um problema que afete
as despesas públicas.
Vamos dar uma olhadinha ali no conceito que a Constituição nos dá a res-
peito de Lei Orçamentária Anual, quais são os assuntos que ela contém. Veja
lá na sua tela, você vê ali que ele fala que a Lei Orçamentária Anual compre-
enderá, primeiramente, o orçamento fiscal, o orçamento fiscal é referente aos
poderes da união, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta
e indireta, inclusive, fundações instituídas e mantidas pelo poder público,
além disso, você tem também o orçamento de investimento das empresas
em que a união direta ou indiretamente detenha a maioria do capital social
com direito a voto, as empresas que são, portanto, estão sobre o controle
administrativo da entidade federativa, no caso que estamos falando aqui do
Estado de São Paulo. O Estado de São Paulo tem as suas estatais também.
Então essas empresas que ele controla, os investimento dela fazem parte da
Lei Orçamentária Anual do Estado de São Paulo. Ele é uma subdivisão dessa
Lei Orçamentária.
O que mais que a gente tem sobre a Lei Orçamentária Anual, podemos
falar ainda a respeito de outros aspectos, o Art. 167 da Constituição, por
exemplo, ele traz uma série de limites, condições, de vedações que devem
ser utilizadas na elaboração da Lei Orçamentária e na sua aplicação. A Lei
Orçamentária Anual vai conter basicamente créditos, ou seja, previsão da
despesa, detalhada por elementos e subelementos, e ela vai prever também
a receita, portanto, é função da Lei Orçamentária Anual prever receita e fixar
despesa. São esses dois elementos fundamentais para a Lei, além disso, a
Lei Orçamentária Anual ela também pode autorizar operações de crédito,
inclusive operações por antecipação de receitas, as chamadas antecipações
de receitas orçamentárias, que você vai ver em alguns livros com a sigla ARO,
ARO. ARO é na verdade uma operação de crédito que o governo do estado,
no caso de São Paulo pode tomar dinheiro emprestado para pagar insufi-
ciências momentâneas de caixa, empréstimo de curto prazo. Isso tem que
estar autorizado na Lei Orçamentária Anual para que seja possível. E também
outros elementos. A Lei Orçamentária Anual pode autorizar créditos suple-
mentares, por exemplo, aí tirando a necessidade que se mande uma Lei pró-
pria para se fazer isso. Quer dizer, só se abre o crédito suplementar já autori-
zado pela própria Lei Orçamentária Anual.
Bem, vamos ver agora para a gente concluir a nossa aula de hoje, um exer-
cício aplicado pela Vunesp, no ano de 2005, na prova de Procurador do Estado
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de São Paulo. Apesar de ser uma prova de carreira jurídica, que a princípio
seria uma prova assim, mais complexa, você vai ver que ela não é uma questão
complexa, na verdade, é aquilo que nós tratamos até agora. Então vejamos lá
o que dizia essa questão: O Modelo de elaboração orçamentária, nas três esfe-
ras de governo, foi sensivelmente afetado pelas disposições introduzidas pela
CF/88. Anualmente o Poder Executivo encaminha ao Poder Legislativo o proje-
to de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que contém: Vejamos as assertivas
para ver qual é a melhor resposta. Na letra a, ele está propondo que a receita
prevista para o exercício em que se elabora a proposta. Bom, receita prevista,
prever receita não é função da LDO. O que a LDO faz é dar orientações para a
elaboração de uma outra Lei que vai fazer essa função. Qual é a outra Lei? É a
Lei Orçamentária Anual. Então essa letra a estaria certa se ele tivesse falando
da LOA. Só que a questão é sobre a LDO, não está certo isso aqui, isso aqui está
errado. Vamos ver a letra b agora: A receita arrecadada nos três últimos exer-
cícios anteriores àquele em que se elaborou as proposta. Isso faz parte de um
anexo, esse anexo aí ele não faz parte da LDO, ele faz parte também da LOA,
da Lei Orçamentária Anual. Então essa composição, essa previsão estabelecida
aqui na letra b também não diz respeito especificamente a LDO. A LDO até
pode dispor sobre regras, mecanismos de estimação da previsão de receitas,
mas, não é o forte dela, não é uma das funções, pelo menos, que nós vimos ali
ao longo da nossa explanação. Então a letra b não é a melhor resposta. Letra
c: as metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas de
capital para o exercício financeiro subseqüente. Olha aí, achamos à resposta
certa, letra c que é a resposta certa, isso sim, com certeza é função da LDO. Na
letra D você vê que ele fala que tem que prever o orçamento fiscal, segurida-
de e investimentos. Isso aí é função da Lei Orçamentária Anual. Falsa a letra
D. E a letra e: a despesa realizada no exercício imediatamente anterior. Isso aí
também vem num anexo da LOA, da Lei Orçamentária Anual. A letra E também
não é uma boa resposta.
Então, nesse exercício que a Vunesp aplicou a resposta certa é a letra C ok?
Então é isso aí, mais ou menos é esse tipo de questão. Caiu para Procurador
do Estado, mas, você vê que dá pra matar tranqüilo com aquilo que a gente
falou. Poderia cair na tua prova também, valeu pessoal? Muito obrigado pela
sua atenção, nós estamos encerrando esta aula e agradeço, espero que tenha
sido proveitoso para vocês, bons estudos, mas, ainda nós vamos para mais
uma aula onde nós vamos ver noções, princípios, conceitos mais importan-
tes sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, até já.
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