Você está na página 1de 7

Introdução

O presente trabalho da cadeira de Direito Das Sucessões tem como tema em análise: a sucessão

contratual e fenómeno jurídico sucessório, onde prima facie irá se digladiar acerca da abertura da

sucessão que é um momento bastante crucial no âmbito do direito sucessório uma vez que após a

morte do titular do património, os bens são transferidos tanto aos herdeiros legitimarios,

legítimos e demais previstos na lei.

Entretanto, é relevante relembrar que antes da morte do decujo, este goza de personalidade

jurídica, é susceptível de exercer direitos e obrigações e gozam de capacidade de exercício

respondendo activamente pelos seus bens patrimoniais cessando com a morte física ou com a

primeira ausência de vida.

Nesta cinda, após a morte do decujo abre-se alas a figura jurídica que é a abertura das sucessões

onde ocorre com o chamamento dos herdeiros que necessariamente se tornaram titulares dos

bens deixados pelo anterior titular dos bens. Ou seja transferência de bens jurídicos patrimoniais

mortis causa.

Deste modo, há caso sub judice que através de um contrato alguém renúncia a sucessão de uma

pessoa viva ou demais situações previstas na lei que se enquadram aos princípios da sucessão

contratual, sendo assim este tema irá abordar no rol do trabalho.

Contudo o trabalho está dividido 5 principais partes: a introdução, objectivos e metodologia,

desenvolvimento, conclusão e referências Bibliograficas.

Objectivos Gerais
● Debruçar sobre a sucessão contratual a luz do Código Civil Moçambicano.

Objectivos Especificos

● Analisar em que momento ocorre a abertura das sucessões

● Ilustrar o local da abertura da sucessão prevista na lei

● Indicar os princípios gerais da sucessão contractual

Metodologia

Para a realização do presente trabalho baseou-se na recolha de dados através da pesquisa

bibliográfica recorrendo-se as doutrinas de jurisconsultos Moçambicanos que interpretam e

opinam sobre o tema em apreço.

Sucessão contratual
O Fenómeno Jurídico-sucessório

A abertura da sucessão: a morte como pressuposto da sucessão

A abertura da sucessão corresponde, em termos técnico-jurídicos, a uma situação de ruptura, de

cisão, de perda relativa, que a morte de alguém vai necessariamente gerar quanto às situações

jurídico-patrimoniais de que esse alguém era titular.

É evidente que a morte é pressuposto, é causa da sucessão (artigo 2024º CC).

O direito das sucessões está confinado ao estudo das consequências jurídicas provocadas pela

morte física. Excluem-se, assim, do âmbito do fenómeno sucessório as consequências da

extinção de uma pessoa colectiva, aspecto regido, nomeadamente, pelo artigo 166º CC.

A afirmação regra de que o direito das sucessões tem a ver, fundamentalmente, com a morte em

sentido físico, há, porém, uma situação quea lei faz aproximar, na sua configuração jurídica, da

morte física. Reporta-se à morte presumida, adentro do instituto da ausência (arts. 114º e 115º 1

CC).

O momento da abertura da sucessão (artigo 2031º CC)

O artigo 2031º CC, diz que a sucessão se abre no momento da morte do seu autor, ou seja, no

primeiro momento de ausência de vida.

É no momento da abertura da sucessão que a designação sucessória se fixa na vocação: o

chamado a suceder é o titular da designação sucessória prevalecente, no momento da abertura da

sucessão.

O conceito de vocação não é, um conceito unívoco, ele implica, por força conjugada da actuação

de um facto designativo e da morte, a atribuição ao sucessível ou sucessíveis chamados, portanto

aos sucessores virtuais, do direito de suceder, o chamado ius delationis, ou seja, um direito

1
A declaração de morte presumida produz os mesmos efeitos que a morte mas não dissolve o casamento, sem prejuízo no disposto no artigo
seguinte.
potestativo, originário e instrumental de aceitar ou repudiar a herança ou o legado que lhes

compete.

O exercício do direito de suceder, o direito potestativo de aceitar ou repudiar, esse exercício

retroagirá na sua eficácia jurídica, à data da abertura da sucessão.

O lugar da abertura da sucessão

Estatui, também o artigo. 2031º CC, que o lugar da abertura da sucessão é o último domicílio do

autor da sucessão. O sistema de situar espacialmente a abertura da sucessão no último domicílio

do de cuius tem não só a vantagem de juridicamente, para efeitos vários, unificar o fenómeno

sucessório, como também de o reportar a um local normalmente mais conhecido por todos

aqueles que têm interesses ligados à herança (credores, fisco) do que, por exemplo, o domicílio

dos herdeiros ou o lugar da situação dos bens.

Princípios gerais da sucessão contratual

Conforme o preceituado no artigo 2028 do código civil, acham se expressamente os princípios

gerais da sucessão contratual.

De acordo com este preceito legal verifica se a sucessão contratual sempre que, através do

contrato, alguém renuncia a sucessão de uma pessoa viva, ou dispõe da sua própria sucessão ou

da sucessão de terceiro ainda não aberta.

Por outra, o n 2 do mesmo preceito legal, proíbe a questão dos pactos sucessórios.

Ademais, o n1 do artigo 946 do código civil se mostra confirmada, a ideia de que antes da

abertura da sucessão, nenhuma pessoa poderá renunciar a sucessão de pessoa viva ou dipor da

sua sucessão ou de outrem, por meio do contrato.


Portanto, os contratos sucessórios so são permitidos em casos expressamente por lei.

Casos admitidos por lei

Ora, se trata sempre de doação por morte.

Por outro lado, perante situações que se ligam ao casamento, devera atentar se que todos os casos

de sucessão contratual ou de pactos sucessórios permitidos por lei.

O primeiro caso verifica se quando, a convenção antenupcial se contémuma doacção mortis

causa, em que terceiro intitui ou nomeia um ou ambos os esposados como herdeiro ou legatário,

artigo 1700, n 1, alínea a), 1754 e 1775, n 2, todos do código civil.

O segundo caso ocorre quando na convenção antenupcial se contem de doação mortis causa, na

qual os esposados se instituem ente si ou so a favor de um, herdeiros ou legatários, artigos 1700,

n 1, alínea a), 1754 e 1775, todos do código civil.

O terceiro caso tem lugar quando na convenção antenupcial, por mortis causa, ambos os

esposados ou apenas um deles institui seu herdeiro ou legatário terceira pessoa, artigos 1700 n 1,

alínea b), 1705, do código civil.

Na ultima situação, se impõe que a instituição ou nomeação recaia sobre a pessoa certa e

determinada, e que ela como aceitante na convenção antenupcial.

Relativamente aos efeitos jurídicos, considera se que assenta num contrato, e que em regra geral,

no domínio dos contratos, e a sua irrevogabilidade, por essa razão não se admite como possível a

sua revogação, por simples manifestação unilateral de vontade.

No que tange aos dois primeiros casos, no n 1, do artigo 1701 do código civil consigna se o

principio da irrevogabilidade quando resultante de manifestação de vontade unilateral, assim


como não se permite ao doador a pratica de actos gratuitos de disposição, que prejudiquem o

donatário.

Portanto, o n 2 do artigo 1702 do código civil permite ao doador alinear os bens doados, sempre

que tenha por fundamento imperiosa e grave necessidade, própria ou do seu agregado familiar,

desde que o donatário, por escrito, de a devida autorização, isto e, por recurso a via judicial.

Quanto a instituição de herdeiro ou a nomeação de legatário, feitas por qualquer dos esposados a

favor de terceira pessoa, sendo esta certa determinada, importa reter o que se estatui nos n 1, 2, e

3 do artigo 1705 do código civil.

E desta forma e com esta referencia aos casos de pacto sucessório admitidos pela lei, da se por

concluída a matéria respeitante a sucessão contratual.

Conclusão

Após o desenrolar do tema em análise conclui-se que a abertura da sucessão corresponde, em

termos técnico-jurídicos, a uma situação de ruptura, de cisão, de perda relativa, que a morte de

alguém vai necessariamente gerar quanto às situações jurídico-patrimoniais de que esse alguém

era titular. O direito das sucessões está confinado ao estudo das consequências jurídicas

provocadas pela morte física.

Conclui-se que a sucessão se abre no momento da morte do seu autor, ou seja, no primeiro

momento de ausência de vida. É nesse momento que a designação sucessória se fixa na vocação:
o chamado a suceder é o titular da designação sucessória prevalecente, no momento da abertura

da sucessão.

No entanto, o lugar da abertura da sucessão é o último domicílio do autor da sucessão. Esse

sistema de situar espacialmente a abertura da sucessão no último domicílio do de cuius tem não

só a vantagem de juridicamente, para efeitos vários, unificar o fenómeno sucessório, como

também de o reportar a um local normalmente mais conhecido por todos aqueles que têm

interesses ligados à herança.

Entretanto, concluiu-se que a sucessão contratual ocorre através do contrato que alguém renuncia

a sucessão de uma pessoa viva, ou dispõe da sua própria sucessão ou da sucessão de terceiro

ainda não aberta sendo admitida por lei nos casos de doação por morte.

Referencias Bibliograficas

SARMENTO, Luis Filipe, AMARAL, Aires Jose Mota, direito das sucessões, 2 ed, Maputo,
Mocambique, 1997.
TIMBANE, Hassane Samo, Manual de Direito das Sucessoes. pdf

Você também pode gostar