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MINI - APOSTILA CURSO DE EMBALAGENS E TECNOLOGIA DE ENVASE

PROFESSOR: SERGIO R. TOLENTINO

ÍNDICE DOS TEMAS:

1. A origem e evolução das embalagens


2. Funções da embalagem e seus componentes
3. Principais materiais para embalagem e seus respectivos processos de fabricação
4. Propriedades mecânicas, físico-químicas e informações tecnológicas de matérias-primas
diversas
5. Propriedades de barreira e potencial de migração dos principais materiais de embalagem
6. Conceitos fundamentais em metrologia e caracterização dimensional de uma Embalagem
7. Procedimentos de Amostragem para inspeção
8. Máquinas e equipamentos de envase para embalagem de produtos cosméticos
9. Rotulagem de produtos cosméticos

TEMA 1 – ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS EMBALAGENS

Embalagem é uma palavra derivada do verbo “embalar”, como o ato de proteger e carregar algo com
cuidado ou de acondicionar algo para protegê-lo de riscos e de agentes externos ou facilitar seu
transporte.

“Embalagem é a Ciência, a Arte e a Tecnologia de envolver, acondicionar e proteger um Produto ou


Mercadoria através de um sistema que visa preparar o Produto para seu transporte, estocagem, distribuição,
venda e utilização”.

As funções de uma embalagem então seriam: Conter, proteger, preservar, medir (seu conteúdo), dispensar
(seu conteúdo), transportar, armazenar /estocar, comunicar-se, informar (na rotulagem), diferenciar
(concorrência), motivar (a compra e o uso), expor (o produto), promover, vender.

A Natureza criou e desenvolveu algumas das mais perfeitas embalagens, por exemplo, essa que é
funcional, ergonômica, reciclável, econômica, prática, leve e eficaz, no mundo jamais igualada pelo
Homem:

Vejamos mais algumas “Embalagens Naturais” (criadas pela Natureza): Vagem de Feijão ou Ervilhas, Banana,
Côco, Nozes, Avelãs, Amendoim, Ostras e até a própria palha que protege o Milho.

Não esqueçamos então o exemplo que a Natureza nos deu: É importante que a embalagem não
altere a composição química do produto, e que também não seja alterado por ela.

As primeiras noções de embalagem de que se tem registro, datam de cerca de 500 mil anos atrás e eram
constituídas de elementos encontrados na Natureza, tais como chifres ocos e grandes cascos e conchas,
todos, aliás, de composição óssea animal. Eram utilizados principalmente para armazenar água e
alimentos. Mais tarde, ainda no período da Pré-História foram registradas em cavernas as presenças de
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Conchas, crânio e chifres de animais, Bexiga e estômago de animais, Peles e couros de animais, Cascas
de frutos e Troncos ocos de árvores para armazenar e transportar carne de caça e outros alimentos.

Com o surgimento da escrita e o início da Troca de Mercadorias, nos primórdios da História o


Homem começou a utilizar materiais de origem animal e vegetal para a fabricação de Embalagens.
Assim os recipientes passam a ser confeccionados com pele, couro e ossos de animais, e
posteriormente com argila (barro) e também de fibras vegetais (bambú, vime, junco, rattan, cana-da-
índia, palha, cipó), mais bem elaborados, visando também a facilitar o transporte de alimentos e água.
Mais tarde, as Civilizações antigas criaram embalagens rudimentares para, por exemplo:

 Transportar a caça, o pescado, sementes, cereais, frutos e outros alimentos, desde o ponto de
abate ou colheita até sua moradia ou comunidade.
 Transportar a água desde sua nascente até o ponto de consumo, conservando-a e armazenando-
a adequadamente.

A partir daí, surge a necessidade de preservar as


mercadorias e o excedente de alimentos não consumidos protegendo-os de agentes externos, tais
como a luz, o calor e a umidade.

Para suprir essas necessidades utilizavam como “embalagem” os seguintes objetos fabricados
artesanalmente:

 Odres
 Ânforas, jarros, potes
 Cestos, bandejas, samburás
 Balaios, jacás, surrões
 Bolsas, sacolas
 Caixas, engradados
 Barris, barricas, baús, tonéis

O vidro teve uma descoberta acidental por Fenícios nômades em 3.000 a.C., mas os primeiros
registros de modelagem das primeiras garrafas datam de 1500 a.C. que serviram para acondicionar
óleos e essências perfumadas na Babilônia. Na mesma época o vidro já era comercializado no Egito.
Portanto as duas Civilizações – Egípcios e Fenícios desenvolveram o vidro quase ao mesmo tempo.

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O papel, em folhas, na forma e composição como o conhecemos hoje, foi desenvolvido no ano de
105 d.C. na China. O processo foi inventado utilizando-se de cascas e raízes de algumas plantas de
árvores nativas. Em 751 d.C. os Mouros tomam posse de um moinho de papel chinês, capturam os
operários do local e os forçam a revelar o processo secreto da fabricação de papel a partir de fibras de
linho. Por volta do ano de 950 d.C. trazem este processo para a Espanha e daí pra frente a técnica de
produção do papel passou a ser difundida pela Europa e, com o tempo, expandiu-se para todo o mundo.

No ano de 1200 era descoberto na Bohemia um processo rudimentar de revestimento por


estanhamento (tin-plating) para a proteção de objetos metálicos e em 1310 era introduzido no Reino
Unido o processo manual de fabricação do papel ainda em folhas rústicas individuais.

Até o final da Idade Média (século XV) período histórico considerado como sendo a “Idade das Trevas”,
devido às experiências de pouco valor e que em nada pôde acrescer ao “desenvolvimento” dos homens, da
Humanidade, as mudanças econômicas e políticas ocorreram de forma muito lenta. Naquela época, as
embalagens mais utilizadas eram sacolas, garrafas, jarros, potes, vasos, caixas e barris.

Essas embalagens eram feitas, na época, de fibras vegetais, couro, tecido, barro, vidro, pedra, metais e
madeira.

A chamada Idade Moderna (1453 até 1789), quando da eclosão da Revolução Francesa,
compreende o período da Invenção da Imprensa, do Renascimento e dos Descobrimentos marítimos.
Surge o Mercantilismo e com ele a busca frenética das especiarias, as longas viagens marítimas e as
descobertas: a Rota do Cabo (Portugal) para as Índias e para as Américas.

No ano de 1450 o alemão Johann Gutenberg inventou a Imprensa, um


pequeno equipamento capaz de reproduzir um original em grandes quantidades,
através do processo de impressão tipográfica, uma folha por vez. Esta invenção
impulsionou a evolução do papel e, mais tarde, em 1609, a publicação regular de
jornais diários.

Em 1650, na Inglaterra, onde as garrafas de vidro eram raras, a população


estava muito mais familiarizada com garrafas de pedra importadas da Alemanha –
até hoje forte produtor – ou com imitações.

Neste período da História, com o advento do Mercantilismo e das Viagens Marítimas, a Navegação
e os Descobrimentos impulsionaram o desenvolvimento de Embalagens mais resistentes ao manuseio,
movimentação e longos deslocamentos com maior resistência e capacidade de acondicionamento para
conservação das mercadorias.

Materiais como lona e tecidos mais grosseiros, grandes cestos e fardos, além de caixas e baús,
barris e tonéis de madeira eram então largamente utilizados como Embalagem nesse período da
História.

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A Revolução Industrial, já na Idade Contemporânea, foi um marco fundamental de transição para
novos processos de manufatura no período compreendido entre 1760 a 1830 aproximadamente. Esta
transformação incluiu:
 A transição de métodos de produção artesanais para a produção automática por máquinas;
 A fabricação de novos produtos químicos,
 Novos processos de produção de ferro,
 Maior eficiência da energia da água
 Uso crescente da energia a vapor
 O desenvolvimento das máquinas-ferramentas para usinagem
 A substituição da madeira e de biocombustíveis pelo carvão.
Na indústria foi inventado o conceito de linha de montagem, sistema que acelerou a produção de
bens de consumo em larga escala. Muda também a forma como o produto é apresentado para os
consumidores. As navegações, as máquinas a vapor, as ferrovias, estradas, colônias, tudo isso mudou a
forma de transporte e sua logística.
Desde o início do Século XX registra-se um longo período de incríveis descobertas e invenções que
impactaram muito no universo da Embalagem.

Em 1807 era inventada a máquina de produzir papel em bobinas (em folha contínua), patenteada
na Inglaterra. E. 1810 patenteou-se o método de conservar alimentos em recipientes herméticos por
meio de aquecimento. Era o início da história das latas, que revolucionaria a embalagem de produtos
alimentícios no mundo! Essas primeiras embalagens eram produzidas com chapas de ferro estanhadas.
Em 1815 surge na França o primeiro acondicionamento de conservas em potes de vidro de paredes
grossas. Em 1825, o inglês Thomas Kensett registrou nos EUA a Patente da lata feita de folhas de
flandres (criada em 1810, por Peter Durand) para embalar e armazenar alimentos, montando uma
pequena fábrica de conservas na região costeira do estado de NY. Esta foi a primeira embalagem
hermeticamente fechada para acondicionar e conservar peixes, frutas, legumes e carnes da América.

Os primeiros produtos em bisnagas metálicas surgiram em Londres, quando o pintor John G. Rand
começou a produzir tubos de estanho para acondicionar suas tintas de pintura. O estanho é um metal
prateado, muito maleável e dúctil, bastante resistente à corrosão e de grande moldabilidade.

O primeiro plástico sintético foi o celuloide, inventado por John Wesley Hyatt, em 1868, um
composto desenvolvido a partir da cânfora e do nitrato de celulose (que havia sido inventado pelo inglês
Alexander Parker em 1862).

Em 1871, nos EUA, Albert L. Jones patenteou um papel corrugado (plissado) mais rígido, que
utilizaria para proteger garrafas e outros itens frágeis de vidro em seu transporte. O aperfeiçoamento de
Jones é considerado o primeiro papelão ondulado da história.

Em 1894 surge nos EUA a primeira garrafa de Coca-Cola. O famoso e valioso design no formato
“contour” apareceu apenas no século seguinte em 1916 e lembrava as facetas curvadas do cacau
(“cocoa”).

No início do Século XX o consumidor deixa de se basear apenas na confiança em determinado


comerciante e fica sujeito ao poder de influência da Publicidade, do Design e da Moda.

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Assim, a confiança no comerciante deixa de ser o principal canal de persuasão. Agora, a Publicidade é
elaborada para influenciar a opinião do consumidor no ato da compra. A embalagem tem que ser
amistosa, competitiva, com reconhecimento rápido. Passou a ser um instrumento de publicidade
apresentando valores relacionados ao consumidor.

Muitos designs de embalagem ainda refletiam preferências do séc. XIX – com exceção das
perfumarias e de outros ramos que se valiam do estilo sinuoso do momento, o movimento chamado
“art nouveau” (1890-1920), para atrair consumidores com uma aparência da época. É quando surge o
requinte das embalagens de Colônias e Perfumes Franceses. Para vaporizar perfumes usavam-se
embalagens chamadas de “borrifadores” (ou perfumeiros) elegantemente desenhados, que serviam até
de decoração e adorno nas antigas penteadeiras. Eram utilizados também pelas barbearias da época.
Estas embalagens vaporizadoras eram formadas por um frasco de vidro no qual havia acoplado o
conjunto da bomba borrifadora (uma espécie de “spray pump” de hoje). A compressão de um bulbo de
borracha levava ar ao frasco de vidro por intermédio de um tubo e expulsava o produto por uma câmara
atomizadora.

Em 1904, um cerealista americano conseguiu a aprovação oficial do Departamento de Transporte dos


EUA para uma caixa de papelão ondulado (revestido em ambos os lados) para fins de frete e transporte
de mercadorias. Era o primeiro uso de uma caixa de papelão como embalagem de transporte, em
substituição às caixas de madeira utilizadas na época para este fim.

Também em 1904 surgem as Barricas e Tambores confeccionados em papelão rígido (fiber drums)
com tampas ou com revestimento interno e de vários tamanhos. Muito utilizados para o
acondicionamento de produtos secos, granulados, pastas e semissólidos (cereais insumos e matérias
primas industriais). São leves, econômicos e resistentes ao transporte embora frágeis às intempéries.

Em 1908 Jacques Brandenberger, químico e engenheiro suíço, desenvolveu um equipamento para


produzir um fio ou um filme delgado, transparente e contínuo, feito a partir da celulose solúvel
regenerada (que já havia sido descoberta me laboratório na Inglaterra, em 1892). Esta película foi
batizada de “celofane” nome derivado de “celulose” + “diaphane” (transparente em francês).

Na mesma época começava a Era dos Plásticos Modernos, feitos à base de petróleo, carvão e gás
natural. A chave desse novo processo foi a polimerização, que consiste em juntar, a partir de diversas
reações químicas, várias moléculas menores (monômeros) em uma grande molécula (polímeros), que dá
ao material maior durabilidade e “plasticidade”. A “Linha de Montagem”, desenvolvida por Henry Ford,
surgiu nessa mesma época, com o automóvel Ford modelo T.

Em 1910, tanto os Estados Unidos como o Reino Unido começaram a produzir alumínio em lâminas
delgadas (“foil”), inicialmente usado pela empresa Tobler para embalar suas barras de Toblerone e
posteriormente pela Maggi para embalar sopas e caldos.

Em 1907, o químico belga, naturalizado americano, Leo Baekeland criou o composto “Bakelite”, uma
resina resultante da reação de fenol e formaldeído, quimicamente termoestável, densa e muito
resistente à eletricidade e ao calor. Mais tarde usou-se este material para produzir cabos de panela,
carcaça de telefones, cinzeiros e tampas para perfumaria.

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Em 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) originaram-se uma série de
transformações. Neste período acelerou-se a tendência dos produtos embalados individualmente, de
forma avulsa, ao invés da oferta a granel como era comum na época, pois era muito mais fácil distribuir
e fornecer rações aos Exércitos em pequenos pacotes e embalagens individuais.

Em 1912, um processo de revestimento metálico em peças plásticas chamado de “Metalização”


foi inventado pelo engenheiro suíço Dr. Max Ulrich Schoop, que patenteou este método nos Estados
Unidos em 1915. Schoop vendeu os seus direitos a uma firma alemã chamada “Metalizator” que
desenvolveu, fabricou e distribuiu a tecnologia pela Europa toda, e mais tarde, em 1920 para os EUA.
Através do processo de metalização a vácuo é possível metalizar diversas peças plásticas.

Em 1915, o batom foi vendido inicialmente pela empresa francesa Guerlain em tubos metálicos
retráteis inventados por Maurice Levy, um funcionário da Scovill Manufacturing Co,- Connectucut, EUA.
Em 1890 o batom era embrulhado em folhas de papel de seda, protegidos por tubos de papelão ou
madeira, e aplicado com pincel.

Em 1924, o americano Hartford constrói a máquina batizada de “IS 4” (Individual Section), que
fabricava quatro garrafas de vidro de uma vez a cada ciclo. Hoje, essa capacidade chega a 16 unidades
por ciclo de produção. O vidro de cor âmbar da garrafa de cerveja não é mera opção estética. A cor
ajuda a conservar o sabor da bebida. Exposto à luz, o lúpulo utilizado nas cervejas pode sofrer reações
químicas indesejáveis. Este mesmo princípio de embalagem também protege algumas formulações de
produtos cosméticos onde haja ingredientes fotossensíveis que se degradam com a luz.

Em 1925, William Charch (1898-1958) um químico pesquisador da Du Pont conseguiu desenvolver


um celofane à prova d’água que viria a transformar-se em um popular e eficaz material de embalagem.

Os primeiros supermercados surgiram em 1930, quando se percebeu que o orçamento das pessoas
para as compras domésticas era muito apertado, mas também era possível realizar vendas sem muitos
vendedores na loja. As latas começaram a se tornar populares ao redor do mundo também em 1930. Já
eram utilizadas para diversos tipos de produtos, desde alimentos até graxas para sapatos e cremes para
cabelos.

Também por essa época surgiu o processo de polimerização, quando centenas de plásticos, chamada
tecnicamente de “polímeros”, foram criados pelas empresas petroquímicas. Polímeros são
macromoléculas em cuja cadeia molecular existe uma unidade que se repete chamada “monômero” (do
grego: poli = muitos + meros = partes). Em 1933 na Inglaterra, Reginald Gibson e Eric Fawcett
sintetizaram o Polietileno, na forma que conhecemos hoje, tornando-se o primeiro polímero plástico
utilizado como embalagem.

Com base no antigo processo de soprar o vidro, os inventores Enoch Ferrngren e William Kopitke
produziram a 1ª. Máquina de moldagem por sopro (extrusion-blow molding), para plásticos, em 1937.
Este foi o início do processo industrial de moldagem por sopro comercialmente viável para produzir
frascos e recipientes plásticos ocos de polietileno PEBD.

A invasão da Polônia, em 10 de Setembro de 1939 dá início à 2ª. Guerra Mundial (1939-1945). Nos
anos que se seguiram a este conflito surgiram novas necessidades de conservação dos alimentos e de
prolongar o seu tempo de exposição de prateleira (“shelf-life”). A necessidade de levar produtos

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perecíveis e não perecíveis a militares espalhados pelos quatro cantos do mundo – e diferentes climas –
levou a inúmeras inovações em termos de embalagem.

Uma das inovações foi o uso da embalagem Aerosol, em 1943, como auxiliar estratégico. As tropas
americanas, nos fronts do Pacífico, utilizavam uma rústica embalagem metálica cilíndrica e pesada,
dotada de uma válvula numa extremidade, contendo inseticida e um gás liquefeito propelente (CFC),
que utilizavam para matar os terríveis mosquitos vetores da malária. Esta embalagem spray portátil
levava muitas vantagens sobre o aplicador de inseticida da época.

Em 1941, os químicos ingleses Whinfield e Dickson faziam uma pesquisa sobre etileno glicol, em
Manchester, quando notaram por acaso o aparecimento de um material que, ao ser esticado, dava
origem a longas e resistentes fibras. Tratava-se de um éster capaz de formar cadeias poliméricas. Devido
a essa composição, foi definido como uma espécie de “poliéster” (polietileno tereftalato, ou o nosso
conhecido PET).

Com a escassez de vidro e de solda para as latas de folhas de flandres durante a 2ª. Guerra Mundial,
as pesquisas encontraram uma embalagem de papel cartão no formato de tetraedro (quatro faces, base
triangular) chamando-a de Tetra Classic Aseptic. Esta embalagem deu nome à sua futura empresa: Tetra
Pak.

Havia na época, uma grande demanda por artigos baratos e de produção em larga escala. Em 1946, o
inventor americano James Watson Hendry construiu a primeira máquina de moldagem por injeção de
fuso contínuo, para plásticos, o que permitiu um controle muito mais preciso sobre a velocidade de
injeção e a qualidade dos artigos produzidos. Hoje, a maioria das máquinas injetoras segue ainda este
mesmo modelo.

A partir de 1947 surge a embalagem spray para desodorantes (patenteada). Trata-se de uma
mecânica de funcionamento de um frasco plástico tipo “squeezable” (de apertar), feito de polietileno,
sem uso de válvula ou gás, dotado apenas de uma bucha plástica vaporizadora (batoque atomizador)
acoplada no gargalo do frasco e encaixada a um tubo pescante, mergulhado no produto líquido. Esta
patente de 1953 deve-se ao químico americano Jules Montenier idealizador também do famoso
Desodorante Spray “Stopette”.

Surgem os grandes centros urbanos. E com eles o comércio muda. As embalagens precisavam ser
criadas para manter o produto íntegro desde a sua fabricação e durante o transporte por longas
distâncias e ainda serem estocadas por mais tempo. Algumas empresas como Coca-Cola, Gillete,
Colgate, Johnson & Johnson, Nestlé, entre outras, passam a investir no visual de seus produtos para se
destacarem dos seus concorrentes. Isso daria origem ao conceito mercadológico de marca e valor
agregado que surgiram tempos depois.

Nos anos 50, surgem os Supermercados e consagra-se a forma de comercialização através do


“autosserviço”. Os produtos precisavam conter toda a informação necessária para concretizar a venda,
sem o auxílio dos vendedores.

Após o final da 2ª. Guerra Mundial, já na década de 50, mais de 80% de todos os embarques e
transporte de mercadorias nos EUA eram feitos utilizando caixas de papelão ondulado. O estilo mais

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usual de caixa já era o tipo “RSC-Regular Slotted Container”, cujo design previa todas as abas com o
mesmo tamanho, sendo que as abas externas juntavam-se no centro da caixa quando fechada.

Em 1951, o Dr. Ruben Rausing fundou na Suécia a empresa Tetra Pak para produzir a embalagem
cartonada asséptica em formato de tetraedro, já patenteada anteriormente, criando técnicas de
fabricação de embalagens herméticas, usando um sistema de cartolina forrada com película plástica e
selada em todos os lados. O primeiro produto da empresa foi revolucionário, usado para guardar e transportar
leite.

Em 1953 um novo tipo de embalagem, a bisnaga plástica flexível (collapsible tube), foi introduzido
nos EUA por Bradley Dewey quando ele adquiriu os direitos de um processo europeu. Trata-se de um
processo de moldagem por extrusão através do qual o corpo da bisnaga (tube) é extrudado e transferido
para um molde, enquanto o ombro com o gargalo da bisnaga (heading) é moldado pelo processo de
injeção, na mesma máquina, sobre as bordas do corpo, fundindo ambas as peças numa única peça.
Ambas as peças são geralmente em Polietileno PEBD. No mesmo ano, Dr. Karl Ziegler inventou um
processo, que até hoje tem seu nome, para obter um tipo de Polietileno usando um catalizador especial
que não necessitava de altas pressões para a reação de polimerização. O resultado foi um material
termoplástico flexível chamado de Polietileno de Alta Densidade (PEAD), o qual permitiu a moldagem de
frascos, pelo processo de sopro, com paredes mais finas.

Na década de 50 tornou-se popular o tipo de embalagem “canister”: um tuboconfeccionado com


tiras de papelão rígido enrolado em espiral sobre um cilindro de aço. O fundo e a tampa eram metálicos
ou plásticos (“fibralata”). A indústria alimentícia usou-o para embalar massas, biscoitos, batas chips e
até garrafas de bebidas e sucos. Pó antisséptico, pó facial e talco perfumado também foram embalados
em canisters.

Em 1954, o prof. Giulio Natta, de Milão, descobria o Polipropileno (PP), um polímero termoplástico
de estrutura regular, leve e de aplicação bastante versátil. Mais tarde através dos processos de
moldagem por injeção e seu baixo custo, foi amplamente utilizado para a confecção de milhares de
artigos plásticos, inclusive inúmeros modelos de tampas para embalagens e utilidades domésticas.

Também nessa década surgiram o perfume La Rose Jacqueminot da Coty, o sistema de embalagem
“bag in box” utilizado na época para o transporte e dosagem segura de ácido de bateria. Hoje utiliza-se
também para xarope de refrigerantes e massa de sorvetes, o frasco plástico antiderrapante e
inquebrável do Mennen (da Colgate-Palmolive), o primeiro xampu desenhado para homens.

A década de 50 é marcada também pela preocupação da indústria alimentícia com embalagens


revestidas ou laminadas, dotadas de propriedades de barreira, para melhor preservar certas
características daqueles produtos (odor, sabor, crocância, teor de umidade e gordura, etc). Surgiram
então os revestimentos a base de cera (wax), vernizes ou polímeros plásticos co-extrudados (PVDC, PP,
PE, entre outros) que ofereciam grande proteção contra a umidade, gases, oxidação, ar, bactérias,
odores estranhos, etc.

Em 1956 era lançada a primeira aplicadora de rótulos totalmente automática, a modelo “Super B”.
Pelo sistema rotativo, ela processava no começo 2.000 e, mais adiante, 4.500 garrafas por hora. Tais
níveis de rendimento, inéditos até então, foram obtidos com o princípio de posicionamento vertical: as
garrafas eram rotuladas de pé, e não mais deitadas, como no antigo processo lambe-lambe do século
XIX.

Em 1957 era lançado o plástico bolha, em 1959 a primeira cerveja em lata de alumínio que em 1963
recebia o “pull-tab” (sistema de abertura fácil) e também os frascos plásticos soprados (blow-molded)
para detergentes líquidos em Polietileno de Alta Densidade – PEAD. Nesse mesmo ano era criado o
filme “shrink” – filme orientado transparente, flexível e termo-retrátil a base de vinil (PVC).

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A partir da década de 60 vão surgindo os rótulos auto-adesivos, impressos em papel ou filmes
plásticos flexíveis adesivados e fornecidos em rolos, a embalagem tipo “longa vida” (Tetra Pack) que
substituiu a garrafa de vidro e os saquinhos plásticos na indústria de leite.

Na década de 70 a música, o movimento hippie, o psicodélico e a popularização da TV acabam


mudando os hábitos dos consumidores, e os movimentos de design passaram a influenciar muito mais
que os movimentos de arte. Surgem:

 Menos grafismos e Visual mais simples


 Cores mais vivas e Linhas angulares

O movimento vanguardista passa a influenciar no visual para aumentar o impacto persuasivo da


embalagem: Design mais racional, de visual limpo (“clean”) e sem complicações.

Na década de 70 surge o PET (polietileno tereftalato) em garrafas de bebidas através do processo de


injeção-sopro (injection-blow molding), o filme plástico estirável “stretch” utilizado para o envolvimento
e amarração de cargas paletizadas (feito a partir do PEBDL – Polietileno de Baixa Densidade Linear), a
fragrância Charlie da Revlon. É também nessa década que surgiu a primeira leitura comercial de um
código de barras, e as “mudanças regulamentadas” nas embalagens, por força de novas leis e normas
técnicas internacionais:

1. As tampas CRC “child-resistant” (child-proof), para dificultar a abertura por crianças.


2. As tampas “tamper-evident” (tamper-proof), para evidenciar
violação e adulteração.

3. A inclusão da lista de ingredientes e composição na rotulagem


de produtos alimentícios e cosméticos.

4. Descontinuação do uso do gás propelente a base de CFC (Cloro


fluorcarboneto) em aerosóis.

5. Restrições ao uso do PVC com alto teor de monômero livre de


vinila.

6. Isenção de metais pesados (chumbo, mercúrio, cádmio, etc) em


tintas de impressão, corantes e pigmentos para plásticos.

Nos anos 80, os Estados Unidos e o Canadá iniciaram a coleta de garrafas de PET, reciclando-as
inicialmente para fazer enchimento de almofadas. Com a melhoria da qualidade do PET reciclado,
surgiram aplicações importantes como tecidos, lâminas e garrafas para produtos não alimentícios. Mais
tarde na década de 90, o governo americano (FDA) autorizou o uso deste material reciclado em
embalagens de produtos alimentícios e cosméticos.

Após a década de 90 surge a Globalização - Os valores sociais e a percepção das pessoas estavam
mudando cada vez mais rápido. As pessoas passaram a viajar mais e a comunicação de massa aumentou
o contato com outras culturas. O design da embalagem passou a integrar o conceito de marca,
veiculando uma mensagem global ao consumidor.

Com o comércio globalizado, os projetos de embalagem de produtos, principalmente das empresas


multinacionais, passaram a ser “universais”, isto é, com formas, cores, funcionalidade e apelos que
pudessem atender todos os mercados ao redor do mundo. Com isso os textos multilíngues (multilingual
copy) começaram a ocupar grandes espaços na rotulagem destas embalagens.

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No século XX, com o avanço da Tecnologia e Engenharia de Embalagem, desenvolveram-se
materiais com maior eficiência de preservação (propriedades de barreira), o que contribuiu para
aumentar a segurança dos alimentos e dos cosméticos embalados. A consciência do Reutilizável fez de
muitas embalagens vazias (pós consumo), verdadeiros e práticos recipientes multifuncionais.

A evolução do Design de Embalagem contribuiu enormemente para o surgimento de novas formas


e cores de embalagem, principalmente para a indústria de produtos cosméticos e de higiene pessoal,
agregando cada vez mais valor ao produto.

No início do séc.XXI, registra-se uma explosão de consumismo, com uma oferta absurda de produtos
diferenciados e internacionais. No design da embalagem, tecnologias, modismos e tendências são
aproveitados ou criados para aumentar o desejo de consumo. O tempo de vida de um produto é
reduzido, criando um fluxo mais rápido de aquisição e inclusive de descarte.

Os meios de comunicação, a explosão no uso de telefones celulares, a conectividade via redes sociais
e as vendas pela internet realizadas através de e-commerce popularizaram-se rapidamente. Isso fez
com que o modo de comunicação e a interação produto-consumidor também mudassem provocando
mudanças também na apresentação dos produtos e suas respectivas embalagens!

Vejamos um caso típico de evolução de Embalagem: O famoso Ketchup Heinz era embalado por
muitos anos em frasco de vidro com tampa metálica rosqueável. Consumidores reclamavam desta
embalagem, pois tinham que agitar vigorosamente o frasco, invertendo-o e batendo forte com a mão no
fundo para ver o ketchup começar a fluir lentamente. Em 2008, a Heinz introduziu o frasco plástico
“upside-down”. Esta nova embalagem tem uma tampa flip-top larga de Ø 50 mm que lhe permite
manter o frasco constantemente de ponta-cabeça. Assim, os consumidores não precisam mais
chacoalhar a embalagem e não há mais necessidade de esperar pacientemente que o ketchup saia do
frasco. O frasco de formato retangular e lateral estreita permite que o consumidor segure o frasco,
esprema-o ligeiramente e sirva-se do produto com facilidade. Esta nova concepção resolveu muitos dos
problemas anteriores do produto, incrementando suas vendas!

Da mesma forma como explodiu o consumismo, também houve uma maior preocupação ecológica
mundial por parte dos consumidores e mais consenso sobre Sustentabilidade.

Surgiram assim novos materiais ecologicamente corretos, as embalagens 100% recicláveis e as


biodegradáveis e hidrossolúveis.

PLA (Polilactato)

 Termoplástico biodegradável
 Síntese química a partir do ácido lático, obtido da fermentação
bacteriana;
 Melhor barreira à umidade que bioplásticos PA;
 Permite produção de filme – transparente.

PHB (Polihidróxido de butirato)

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 Termoplástico e de cadeia linear
 Resulta da fermentação de açucares (principalmente da cana)
 Barreira a gases similar ao PE
 Produção complexa
 Alto custo

PHA (Polihidroxialcanoato)

 Poliésteres produzidos por bactérias (Gram negativas e Gram positivas)


 Ralstonia eutropha, Alcaligenes latus, Azotobacter vinelandii e diversas espécies de
Pseudomonas.
 Utilização de culturas puras ou mistas.

PA (Polímeros de amido)

 Os mais comuns
 Polissacarídeos modificados quimicamente ou não
 Combinação dos polímeros com outros materiais, para aumentar
ou melhorar os seus atributos.

Oxibiodegradáveis - Tipo de material plástico, derivado do petróleo, que contêm um aditivo que faz sua
degradação ocorrer aproximadamente em 18 meses.

No Brasil, o PET PlantBottle™ começou a ser comercializada em abril de 2010. A PlantBottle™ não
traz mudanças de cor, peso ou aparência em relação ao PET convencional e continua sendo tão
reciclável quanto ela – isso porque é um PET.

No Brasil, o desenvolvimento tecnológico das embalagens inicia-se em 1808 com a vinda da Família
Real e da Corte Portuguesa. No início de sua história, muitas das embalagens fabricadas no Brasil eram
reproduções de modelos estrangeiros, fabricadas por multinacionais com filiais no país ou mesmo
copiadas de fora. Com o passar do tempo, algumas invenções verde-amarelas foram dignas de nota! A
indústria de bebidas, principalmente cervejas e aguardentes, movimentavam muitas indústrias de
embalagens, notadamente as garrafas de vidro e seus memoráveis e curiosos rótulos.

A marca Kolynos, uma das mais célebres na área de cremes dentais no Brasil, chegou em 1917 dos
EUA, importado e mais tarde ganhou uma grande fábrica no país, devido ao enorme sucesso das vendas.

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Tão tradicional quanto a marca é a embalagem de Kolynos (originalmente em tubos de alumínio e
mais tarde em tubos plásticos laminados), que sempre manteve fidelidade ao verde e ao amarelo.
Estaria aí o segredo do sucesso que a marca fez no Brasil, onde sempre manteve a liderança, até ser
comprada em 1995 pela concorrente Colgate e ter então o famoso nome do produto alterado para
“Sorriso”, por determinação do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

A Metalúrgica Matarazzo foi durante bom tempo o principal fabricante de embalagens metálicas do
Brasil e a primeira a produzir latas de aço para bebidas (Skol, 1971).

Caríssimos, os sabonetes ingleses de glicerina com odor de rosas, como o Pear’s Soap, eram xodós
das famílias abastadas do Brasil nas primeiras décadas do século passado. Ao notarem isso, resolveram
criar um sabonete de luxo brasileiro. Lançado em 1930, o Phebo aos poucos conquistou o país. Nos anos
80, a marca foi comprada pela Procter & Gamble e, logo depois, repassada à Sara Lee. Apesar desses
percalços, a embalagem do produto mantém até hoje seu principal chamariz, o nome Phebo em
tipografia rebuscada, em versal/versalete com o P rebaixado, inserido num selo oval ornado por um
florão.

A década de 50 trouxe uma mudança inegável no setor de embalagens no Brasil. Surgem subsidiárias
de empresas multinacionais que investem na imagem da marca: Gessy Lever (Unilever), Avon, Gillete,
Nestlé, Colgate-Palmolive. Nascem também no Brasil os Supermercados, e o auto-serviço, elevando a
competitividade das embalagens, que estavam se tornando em um instrumento de publicidade,
evocando um conjunto de valores na mente do consumidor através das imagens.

A embalagem precisava vender o produto!

Em 1967, empresas brasileiras de embalagem criaram a Associação Brasileira de Embalagem (ABRE)


para regulamentar e promover o desenvolvimento do setor no país.

Em Março de 1991 entra em vigor a Lei n° 8.078/90, conhecida como Código de Defesa do
Consumidor. É uma lei abrangente que trata das responsabilidades inerentes às relações de consumo
em todas as esferas: civil, administrativa e penal entre produtores, comerciantes e consumidores tanto
de bens de consumo, como bens duráveis e serviços. Suas diretrizes e exigências provocaram grande
impacto, modificações e adaptações num grande número de embalagens, notadamente nas
informações contidas nos textos de rotulagens.

Sempre voltada à cultura minimalista e de proteção ao meio ambiente, a Natura, pioneira como
empresa de cosméticos no Brasil a oferecer refis para recarga de seus
frascos na década de 80, lança em 2014 mais uma novidade: a
embalagem refil do produto Frescores de natura Ekos, produzida em PET
100% reciclável, material que reduz em 725 a emissão de carbono na sua
produção.

Marcas e Embalagens que fizeram história no Brasil e atravessaram


gerações:

Vejamos abaixo a evolução das clássicas e icônicas embalagens do Leite Moça, lançado no Brasil em
1890. Os rótulos da lata passaram por várias mudanças, sobretudo na logomarca “Moça” que ganhou
maior destaque ao longo dos sucessivos layouts de grafismo.

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O hábito da profilaxia dentária pelos brasileiros ganhou tremendo incentivo com a instalação da
americana Colgate-Palmolive no país, em 1º de Fevereiro de 1927.

No início do século XX, o seringalista amazonense Francisco Olympio de Oliveira tratou de


desenvolver uma fórmula com a ajuda de um amigo farmacêutico. Nascia assim, o tradicional Leite de
Rosas.

Nos anos 60, crescia a produção de embalagens plásticas no Brasil. Nas décadas seguintes, o
desenvolvimento encampou – além das inovações tecnológicas – atributos diretamente relacionados
aos anseios e às demandas da sociedade.

Em 1959 surgia a AVON no Brasil, revolucionando o mercado de cosméticos com algumas fragrâncias
que marcaram época, como a Spicy, Wild Country, Charisma, Safira, Musk, Toque de Amor, Topaze,
Sweet Honesty, Blue Lotus, Lírio do Vale, Timeless....

Em 1965, o dono da Butique Rastro, na Rua Augusta, lançou a Água de Colônia Rastro, embalada em
um frasco de farmácia com tampa-rolha de vidro esmerilhada, depois metalizada.

A Natura foi fundada em 1969, com abertura de uma pequena loja própria na Rua Oscar Freire, em
São Paulo, pelo então dermatologista Luiz Sabra. Em 1983, foi a primeira empresa brasileira de
cosméticos a utilizar embalagem refil para recarregar o produto original. Em 1984 era lançado o
sabonete líquido Erva Doce. Em 2000 lançou a linha Ekos, adotando a sustentabilidade e biodiversidade
brasileira. Hoje conhecida por suas embalagens sofisticadas – ao contrário de seu início, quando usava
embalagem standard de fornecedores – a Natura é um império: é a maior empresa de capital nacional
na área de cosméticos, tem mais de 700 mil consultores e opera na América Latina e na Europa.

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O Boticário surgiu em 1977 em Curitiba, Paraná e sua primeira colônia foi a Acqua Fresca.

A água mineral em copo é uma invenção 100% brasileira, surgida na década de 70 e por vários
anos, até o surgimento das garrafas de PET, a embalagem fechada com um selo de alumínio
predominou no mercado de água mineral no Brasil.

A embalagem spray para desodorantes, já abolida no mundo e em grande parte substituída pela
moderna versão aerosol, dominou mais de 90% do mercado de desodorantes e ainda hoje acondiciona
39% de todos os desodorantes vendidos no país.

O laticínio Mococa, em 1986 foi a primeira empresa no mundo a utilizar embalagens cartonadas
assépticas “Tetra Pak” para acondicionar leite condensado. Em 1989 as latas passaram a ser fabricadas
pela Latasa em alumínio extrudado (tipo monobloco), da Alcan – hoje Novelis – e revolucionaram o
mercado de bebidas no Brasil, principalmente o de cervejas, sucos e refrigerantes.

As embalagens de PET chegaram ao Brasil em 1988, mas apenas a partir de 1991 passaram a ser
utilizadas em larga escala para refrigerantes, óleo de cozinha, produtos alimentícios, farmacêuticos e
cosméticos. O antigo pote branco da Linha Cronos, da Natura, foi uma das primeiras embalagens de
PET para cosméticos no Brasil. Era produzido pelo processo de moldagem stretch-blow molding com
máquinas japonesas AOKI.

Em 1991, a Kolynos trouxe ao mercado o primeiro gel dental acondicionado em bisnaga plástica
transparente, o Kolynos Star Gel. A novidade era direcionada a crianças. O jingle do comercial de
televisão destacava o atributo principal da embalagem.

Em 1991, chegou ao mercado brasileiro o primeiro creme dental em embalagem “pump” que ficava
em pé e era fácil e prática de ser utilizada. A inovação foi feita pela Kolynos então líder de mercado,
com 60% de market share, que pertencia a Anakol, subsidiária da norte-americana American Home
products (mais tarde comprada pela Colgate).

Lançado em 1994 pelo Laboratório Mennen (da Colgate-Palmolive0, o Speed Stick foi o primeiro
desodorante masculino em bastão do Brasil. O produto prometia ser um ótimo substituto para os
desodorantes líquidos e era apresentado em uma “embalagem revolucionária”. Para utilizá-lo, bastava
tirar a tampa e girar um disco na base do estojo, para elevar o bastão do produto desodorante, mesmo
sistema utilizado nas colas em bastão.

O copo reutilizável foi idealizado na década de 50 e estreou com Geléias da Cica, com uma virola na
borda, como os gargalos de cerveja, para permitir a recravação da tampa metálica.

Em 1990 era lançada a hoje conhecidíssima tampa Abre-Fácil, que dispensa instrumentos para ser
aberta. Estreou no requeijão em copo Chisi, ( Poços de Caldas), posteriormente absorvida pela Danone.
Desde 1995 a Rojek tem a patente mundial da tampa Abre-Fácil, com lacre plástico no topo para liberar
a pressão interna, comercializada em diversos países, com o nome de “dot top” em inglês.

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Resumindo:

EMBALAGEM: Agrega valor ao produto, estimula seu consumo, cria identidade, vende
emoção!

THE END

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