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EDUCAÇÃO PATRIMONIAL ATRAVÉS DA IMAGEM

1,
Cynthia Gindri Haigert Juliana Rossato Santi 1, Saul Eduardo Seiguer Milder 2

1-
Acadêmicas do Mestrado em Integração latino Americana. UFSM.Rua Floriano Peixoto, 1184-
Prédio Anexo. Santa Maria-RS, 97105-372 email: jsanti@mail.ufsm.br
2-
Arqueólogo Doutor Coordenador do Laboratório de Estudos e Pesquisas Arqueológicas – LEPA-
UFSM. Rua Floriano Peixoto, 1184-Prédio Anexo. Santa Maria-RS, 97105-372 email:
milder@smail.ufsm.br

Palavras-chave: Educação, patrimônio cultural, cultura material, imagem


Área do Conhecimento: Ciências Humanas

Resumo - Neste artigo busca-se evidenciar a necessidade da realização e divulgação de


programas em educação patrimonial como fonte de ativação da memória, preservação e
valorização dos patrimônios locais visando uma construção identitária dentro das comunidades em
que se produziram estes “patrimônios”, no universo latino. Para isso, pretende-se esclarecer
metodologicamente a Educação Patrimonial e mostrar como este programa tem se desenvolvido
em várias regiões da América Latina e ainda, realizar uma breve discussão a respeito de sua
divulgação. Para um entendimento maior sobre o tema, se faz necessário primeiramente, trazer a
tona conceitos ligados a Educação patrimonial e posteriormente avaliar a imagem produzida pelos
meios de comunicação em relação ao Patrimônio Cultural, no mundo atual que se quer identificar
como globalizado.

cultural, capacitando-os para uma


1. Introdução melhor utilização destes bens e
propiciando a geração e a
1.1 Educação Patrimonial produção de novos conhecimentos,
tendo assim um contínuo processo
de criação cultural. A metodologia
A educação patrimonial pretende ser da Educação Patrimonial é
um programa que busca a conscientização materializada através do estudo de
das comunidades acerca da importância da objetos comunitários como
criação, valorização e da preservação dos estratégia de aprendizagem do
patrimônios locais. Essa conscientização é contexto sociocultural (Itaqui, 1998:
construída por meio da interação da 20).
população com os patrimônios da região
onde vivem. Para uma melhor compreensão
esclarece-se que se denomina por patrimônio A partir dessa ação ativa-se vários
concreto os vestígios que possam ser outros conceitos e reflexões que passam
tocados ou percebidos, e os patrimônios que geralmente despercebidos dentro das
se apresentam de forma abstrata, como o comunidades, como, o que é patrimônio
saber local e popular, na tentativa da cultural e cultura material dentro da nossa
realização da educação patrimonial. comunidade?
Obviamente estes conceitos devem
ser conhecidos pela comunidade. O
O trabalho da Educação desconhecimento leva inevitavelmente à
Patrimonial é levar os indivíduos a negação da cultura local. Isso é realidade,
um processo ativo de onde seguindo a capitalização da sociedade,
conhecimento, apropriação e o patrimônio cultural local passa
valorização de sua herança despercebido e é substituído pelas imagens

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que se criam e são trazidas através dos
meios de comunicação de massa. Assim a A Educação Patrimonial se encontra
tão desejada integração cultural se dá por restrita a projetos isolados, geralmente como
uma só via. experiências-pilotos com pouca continuidade
e pouca profundidade temporal. Colocando
de outra forma, existe um ‘vazio’ a ser
1.2 Patrimônio Cultural preenchido no que se refere ao retorno social
direto da Universidade às comunidades
O patrimônio histórico, segundo direta ou indiretamente ligadas a ela quanto à
Rodrigues (1996, p.195), “é uma vertente educação e valorização da memória.
particular da ação desenvolvida pelo poder Programas sobre Educação
público para a instituição da memória social” patrimonial têm se destacado em vários
e atualmente o patrimônio tem se estendido a países da América Latina,onde percebe-se
todos os lugares ou atividades culturais que a manutenção e valorização do
levados a cabo por grupos sociais. Patrimônio Cultural tem sido um desafio para
O patrimônio não é, porém, uma pesquisadores de várias áreas.
representação de ‘todos’ (...) Hoje, No ano de 2000 a Corporación del
embora o conceito de patrimônio Património Cultural de Chile, editou o
tenha-se deslocado da nação para primeiro livro sobre Educação Patrimonial, “El
a sociedade, esta concepção Baúl de mis tesoros”. O texto foi elaborado
permanece como um dos traços pela psicopedagoga Beatriz García-Huidobro,
das práticas preservacionistas... e pela psicóloga Neva Milicic e pelo arqueólogo
como um fator de dissimulação das Francisco Mena Larraín. É destinado á
diferenças sociais e culturais crianças e orienta para valorização do
(Rodrigues, 1996:195). patrimônio.

1.3 Cultura material


Também existem projetos referentes
O conjunto da cultura material possui ao tema, como o “Projecto piloto en escuela
evidentemente um significado, entretanto, de lo Cartagena”, onde o trabalho da
não lhes é inerente e deve ser buscado nas Educação patrimonial está iniciando com
relações entre os componentes do sistema oficinas sobre o Patrimônio Cultural e os
ao qual ela está integrada. educadores são convidados a promover
Conforme Funari (1998) um artefato ações que trabalhem com o concreto do
por si só representa apenas a fossilização educando.
das relações sociais, mas quando se Estes são alguns exemplos dos
incorpora ao conjunto “cultura material”, projetos em Educação Patrimonial que estão
exerce uma mediação nessas relações sendo desenvolvidos no Chile. Em outras
atuando como direcionador de atividades regiões da América Latina também ocorrem
humanas. iniciativas nesta área, porém, não tão
A cultura material como fonte histórica expressivas.
é fundamental no conhecimento das Como referências de trabalhos na área
sociedades que não escreveram sobre si de Educação Patrimonial, temos vários
mesmas, pois ela tem o poder de revelar a projetos em nível nacional. Dentre eles
cultura de um povo, de uma região. Sua podemos citar o trabalho do Museu Imperial
importância reside ainda no fato de ser fonte do Rio de Janeiro, que tem como
concreta para o conhecimento de uma organizadora Maria de Lourdes Parreiras
realidade local cultural. Horta. Os trabalhos no museu vêm se
Somente a partir do momento em que desenvolvendo desde 1983, com a
as comunidades conhecem a sua cultura realização do 1º seminário de Educação
material é que se pode iniciar uma Patrimonial no Brasil, a partir do qual
construção do processo de educação desenvolveu-se uma metodologia específica
patrimonial. para o trabalho educacional em museus e
monumentos históricos, hoje difundidos por
2. Relatos e divulgação dessas todo país.
experiências no âmbito Latino Americano

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No entanto esta experiência não leva das escolas, a fim de socializarem-se as
em consideração o cotidiano do educando, experiências em nível regional.
restringe-se aos trabalhos dentro do Museu, Também foram realizados outros
resgatando a memória da Corte imperial. Se projetos, como Projeto “Aula no Museu”,
por um lado levamos o educando a manter desenvolvido pela prefeitura municipal de
contato com uma cultura material mais Porto Alegre - RS, que visava inserir os
perceptível, por outro lado não há relação educandos no contexto do museu, criar
entre este objeto e sua condição social, uma outros olhares sobre o museu,
vez que a maior parte das crianças não transformando-o em um espaço vivo e
descende da família imperial. Neste sentido, prazeroso, através de um elo ativo entre o
resgata-se uma história ainda vinculada as visitante e o objeto. O Projeto “Papel Antigo,
elites nacionais, e não a população comum. Papel Velho”, desenvolvido pela mesma
Horta aponta para a possibilidade da prefeitura, buscou dinamizar o acervo do
educação patrimonial possibilitar a Arquivo Histórico, alertando para a
descoberta de estratégias que contribuam importância da preservação do patrimônio
para que possamos vencer a batalha da documental. Também foram realizadas
descolonização tomando os bens culturais Oficinas de Arqueologia, visando promover a
como fonte primária para a ativação da valorização de um sítio histórico através da
memória social ameaçada de extinção. análise e estudo de vestígios arqueológicos
Afirma que três elementos básicos próprios de cada lugar. Estas escavações,
permeiam e interferem no processo cultural promovidas pelo Museu José Joaquim
brasileiro, limitando, dirigindo e às vezes Felizardo, em Porto Alegre, foram realizadas
subjugando as transformações e na Praça Brigadeiro Sampaio, Solar da
determinando sua configuração com notável Travessa Paraíso e Morro Santana.
permanência. São eles: 1- Herança da Em São Miguel das Missões/RS os
colonização - quando ocorre uma trabalhos de Educação Patrimonial foram
desvalorização do local em detrimento ao desenvolvidos através de "Oficinas de
estrangeiro; 2- A idéia de “progresso” e Arqueologia" com crianças de 5ª série do 1º
“civilização” - o progresso significa o que vem Grau. Estas oficinas foram simuladas, ou
de fora, o que é local é considerado velho: 3- seja, os artefatos (pedaços de telhas, vasos
A mídia e o sistema de comunicação de e outros objetos recentes) foram previamente
massa - tem o poder da manipulação. quebrados pelos arqueólogos e distribuídos
Desta forma, a educação patrimonial em uma área restrita para que os educandos
se coloca como um dos possíveis caminhos 'achassem' os objetos e depois os
através dos quais podemos apostar na reconstruíssem. Por serem oficinas
construção e solidificação da cidadania. simuladas, os educandos não tiveram uma
Uma experiência mais consistente e de efetiva participação, não ocorrendo uma
iniciativa louvável foi desenvolvida na 4ª relação com o cotidiano. Os pressupostos
Colônia por José Itaqui (Itaqui, 1998). teóricos destas oficinas basearam-se na
Através de uma proposta envolvendo aquisição do conhecimento
educandos da rede de Ensino Fundamental e (comportamentalismo) e não na construção
Médio, consolidaram-se projetos de deste (cognitivismo).
educação patrimonial. Outro trabalho foi desenvolvido no ano
Sinteticamente, os educandos são de 1998 a 2001 dentro do projeto intitulado:
levados a reconsiderar a questão do “Interface para a Valorização da Memória e
patrimônio a partir dos objetos contidos no Identidade Cultural de São Martinho da
seu universo imediato, o quarto, depois a Serra, RS: um programa de Educação
sala, para então partir para a casa, Patrimonial”, realizado através de um
comunidade e o município. A partir da convênio entre a UFSM representado pelo
memória pessoal e familiar, são LEPA (Laboratório de Estudos e Pesquisas
reconstruídos o passado e uma nova Arqueológicas) Coordenado Pelo Professor
abordagem quanto ao conceito de Doutor Saul Eduardo Seiguer Milder e a
importância dos bens em seu entorno, tanto Prefeitura Municipal de São Martinho da
culturais como naturais. Após um trabalho Serra-RS, onde se pretendeu dar início ao
sistemático de longa duração, as processo de construção e resgate da
experiências são compartilhadas no âmbito memória e identidade local.

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A metodologia da educação contexto global, pois, concorrem com a
patrimonial foi utilizada com o objetivo de tendência atual de “nivelar” as identidades
possibilitar a chegada do conhecimento locais ou substitui-las pelas novas tendências
científico até a população e proporcionando do mundo moderno.
um conhecimento da realidade cultural e Deveria existir uma relação de troca
natural. Através do ensino da história, entre as diferentes nações em relação à
utilizando a cultura material como patrimônio interação dos seus bens culturais, mas no
local, partiu-se da escola para alcançar toda caso latino americano o que se percebe é
comunidade. somente o movimento de recepção.
Percebe-se através das experiências Segundo Oscar Cardoso, Elena Firpi,
relatadas, que se fizeram constantes Cláudio Lobeto e Roberto Trejo (2003)
avanços relacionados a preservação da “América Latina es um mercado receptor de
cultura e dos patrimônios culturais. Mesmo los productos audiovisuales de los Estados
assim denota-se que muitos trabalhos foram Unidos y en menor medida de los paises que
realizados para atender somente as integran la Unión Europea, por el contrario,
necessidades acadêmicas sem exercerem en la producción audiovisual del continente
continuamente a educação proposta. existen serias dificultades para garantizar
Entende-se assim que esse é um fator a ser una produción y distribución óptimas”.
considerado na busca dessa tão comentada Este processo, produto em parte de
valorização cultural. uma intensificação de fluxos de todo tipo, que
expõe o conjunto da sociedade mundial a um
2.2 Necessidade de divulgação bombardeio contínuo de imagens que se
consciente da cultura na América traduzem em mestiçagens e sincretismos
Latina culturais desenhando desde as tradições e
até mesmo o conceito de patrimônio cultural.
No mundo em que vivemos a É certo que hoje seria praticamente
utilização da imagem está substituindo a impossível afastar a globalização que vem
necessidade do saber. Através dos tempos a envolvendo as comunidades, mesmo assim,
imagem presenteou os seres humanos torna-se interessante buscar uma produção
servindo-os culturalmente. Entretanto, identitária, e uma valorização das
atualmente, esta palavra nos é apresentada especificidades locais e regionais, mesmo
completamente dissociada da noção de que estejam inseridas num caráter mais
cultura. global, ou seja, mesmo sendo receptoras de
Os meios de comunicação bens e símbolos culturais do outro
juntamente com a intensificação do processo incorporados através da imagem.
de industrialização realizaram a massificação Entende-se que a produção cultural
da imagem. Essa massificação refere-se implica comunicação e troca. A comunicação
nesse contexto, as imagens que eram humana cria um universo comum do
produzidas culturalmente através do trabalho entendimento do mundo entre seus
manual e à própria imagem produzida pelos membros. A divulgação permite a troca de
meios de comunicação em relação ao experiências, de idéias e de crenças,
patrimônio cultural das comunidades. funcionando como um cimento social,
Parece que os meios de divulgação fazendo com que cada ser se sinta parte de
atualmente agem para o enfraquecimento um grupo e se identifique com os demais. O
das culturas tradicionais e problema dessa aproximação gira em torno
conseqüentemente concorrem para o fim das da apropriação cultural e desvalorização da
identidades locais, que obviamente se produção de seu próprio grupo social.
traduzem no fim da produção cultural e
patrimonial.
Em outras palavras, a tendência do Considerações Finais
mundo globalizado é realizar coisas que
sejam práticas no cotidiano e a preservação Concluindo este artigo, podemos
do patrimônio cultural não se encaixa nessa afirmar que as atividades realizadas nos
praticidade. programas de educação patrimonial têm sido
Assim as experiências já citadas muito válidas, porém ainda há a necessidade
acima, não conseguem ser inseridas no de mais pesquisas que envolvam a

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comunidade participante e um maior retorno Educação, Ciências e Letras. 1999, p. 25-36.
dos pesquisadores sobre o que foi Porto Alegre.
trabalhado, proporcionando uma
continuidade educacional. [4] FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido.
Estas atividades que entrelaçam Rio de Janeiro, Paz e Terra, 27ª ed., 1999.
educação patrimonial na teoria e na prática,
identificando os bens culturais de uma [5]HORTA, Maria de Lourdes P.;
comunidade e os enquadrando na categoria GRUNBERG, Evelina; MONTEIRO, Adriane
de patrimônio cultural local, podem ser Queiroz. Guia Básico de Educação
utilizadas pelos educadores como meio de Patrimonial, Brasília: IPHAN, Museu
aproximação dos conteúdos da realidade Imperial,1999.
concreta dos educandos e da comunidade
em geral. [6] HORTA, Maria de Lourdes Parreira.
A recepção das imagens através dos Fundamentos da Educação Patrimonial. In:
meios de comunicação torna a tentativa de Revista da Faculdade Porto-Alegrense de
educar para o patrimônio uma atividade Educação, Ciências e Letras. 1999, p. 25-
muito complexa. Naturalmente, estas se 36. Porto Alegre.
introduzem nas comunidades e são utilizadas
como sendo parte de sua cultura (processo [7] ITAQUI, José. Educação Patrimonial e
globalizante). desenvolvimento regional. Revista da
Uma solução possível para a Faculdade Porto-Alegrense de Educação,
desaceleração deste processo seria a Ciências e Letras. 1999, p. 229-245. Porto
instituição de mecanismos de proteção, Alegre.
circulação e consumo dos bens culturais. A
utilização da educação como mantenedora [8] ITAQUI, José. Educação Patrimonial. A
de uma produção cultural que identifique as Experiência da 4ª Colônia. José Itaqui e
comunidades latino americanas, sem que María Angélica Villagrán. Santa Maria,
seja necessário o repúdio completo e radical Pallotti, 1998.
das outras culturas.
Neste propósito tenta-se conseguir a [9] JAPIASSU, Hilton. A questão da
conscientização dos educadores fazendo Interdisciplinariedade. Paixão de Aprender,
com que sirvam de ponte entre o saber Porto Alegre, Secretaria Municipal da
escolar e o comunitário, tornando a história Educação, 1994, p. 48-54.
mais próxima da realidade do educando, por
meio do conhecimento e da valorização [10] LEMOS, Carlos. O Que é Patrimônio
cultura local e regional. Histórico. São Paulo, Brasiliense, 5ª Edição,
1987.
Referências
[11] MAGNANI, José Guilherme Cantor;
[1]Artigo, ITAQUI, José. Educação MORGADO, Naira. Futebol de Várzea
Patrimonial e desenvolvimento regional. Também É Patrimônio. In. Revista do
Revista da Faculdade Porto-Alegrense de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,
Educação, Ciências e Letras. 1999, p. 229- 1996, (nº24: 175-184), Rio de Janeiro.
245. Porto Alegre.
[12] PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO
[2] Artigo,HORTA, Maria de Lourdes Parreira. ALEGRE. Educação Patrimonial. Relatório
Fundamentos da Educação Patrimonial. 1996 - 1998. Prefeitura Municipal de Porto
Alegre, Secretaria Municipal da Cultura,
[3] Revista da Faculdade Porto-Alegrense de 1998.

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