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Introdução

A criança durante o 1º ano de vida (1-12 meses) recebe a designação de “lactente” atendendo à
importância que o leite, preferencialmente materno, adquire na sua alimentação. Efetivamente, este
deverá ser o alimento exclusivo até cerca dos 6 meses, continuando a ocupar um lugar de destaque na
oferta alimentar até aos 12 meses de idade, enquanto se vão introduzindo os outros alimentos que
fazem parte da dieta familiar. A introdução de outros alimentos, para além do leite, constitui o
período de diversificação alimentar, importante para o treino de paladares, texturas e modulação
comportamental. Muito embora devam ser respeitadas as recomendações das comissões de nutrição,
nomeadamente e relativamente à introdução de novos alimentos, as características do lactente e as
tradições culturais do agregado familiar devem ser tidas em conta. Após o 1º ano de vida a criança é
inserida na dieta da família, o que só por si denota a grande importância que os hábitos alimentares
do agregado familiar têm na estruturação ou modelação e na sedimentação do comportamento.

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A alimentação
A alimentação é o processo pelo qual os organismos obtém e assimilam alimentos ou nutrientes para
as suas funções vitais, incluindo o crescimento, movimento, reprodução e manutenção da
temperatura do corpo. é o conjunto de hábitos e substâncias que o homem usa, não só em relação as
suas funções vitais, mas também como um elemento da sua cultura e para manter ou melhorar a sua
saúde.
Importância da Alimentação
A alimentação saudável tem sua importância por proporcionar uma serie de benefícios, como:
Melhoria do sistema imunológico
Maior capacidade de concentração
Mais disposição para as atividades diárias
Prevenção de doenças
Auxilia o sono
Combate a depressão e o estresse
A falta de uma alimentação saudável esta relacionada com a desnutrição e transtornos alimentares.
Alimentação da criança
No primeiro mês de vida (Recém-nascido)
No primeiro mês de vida, o recém-nascido deve ser alimentado no esquema de amamentação por
livre demanda, ou seja, mamar sempre que manifestar fome. Do segundo mês em diante, o padrão é
que ele vá ao peito da mãe de três em três horas.
De sete a onze meses (complementação do aleitamento)
Intercalados com as mamadas, os alimentos pastosos começam a ser introduzidos na vida do bebe, as
Fórmulas infantis. Eles devem ser constituídos por quase todos os grupos alimentares.
De um a três anos (primeira infância)
Fase crucial para a definição do futuro alimentar e também para o crescimento das crianças, aqui a
quantidade de carboidratos aumenta, assim como a de frutas. Leites e seus derivados e açúcares
podem ser introduzidos na alimentação.
De quatro a cinco anos
A quantidade de frutas deve diminuir levemente e a de óleos e gorduras pode ser cortada pela metade
e dando Carboidratos, Verduras e legumes, Leite e derivados, Carnes e ovos.

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Nutrição
Nutrição é o processo de obtenção de alimentos em seu corpo e usa-lo como matéria-prima para o
crescimento, o combustível para a energia, e vitaminas e minerais que manter seu corpo saudável e
funcionando adequadamente.
Nutrição da criança
De um a três anos
Fase crucial para a definição do futuro alimentar e também para o crescimento das crianças, aqui a
quantidade de carboidratos aumenta, assim como a de frutas. Leites e seus derivados e açúcares
podem ser introduzidos na alimentação.
No 1º ano de vida
Conforme já referido, as necessidades nutricionais definem-se como as quantidades de energia e
nutrientes necessárias para assegurar o adequado funcionamento do organismo, a saúde e a nutrição,
bem com um crescimento e desenvolvimento adequados (Aggett, 1997; FAO/WHO, 2004; Koletzko,
2015). Nos primeiros meses de vida a velocidade de crescimento do lactente é muito elevada, o que
implica elevadas necessidades nutricionais por kg de peso. É fundamental um correto suprimento
destas necessidades, de forma a maximizar o seu potencial de crescimento.
O leite materno é o alimento ideal para cobrir as necessidades nutricionais do pequeno lactente,
sendo recomendado o aleitamento materno em exclusivo durante o primeiro semestre de vida, por
essa razão não foram propostas pela EFSA recomendações nutricionais para esta faixa etária.
Exceção deve ser feita à vitamina K (cuja suplementação é obrigatória ao nascimento) e à vitamina
D, cuja suplementação deve ocorrer de uma forma universal, numa dose diária de 400 Unidades
Internacionais (UI), desde o nascimento até ao final do 1º-2º anos de vida. A partir dos 6 meses de
vida, o leite materno em exclusivo não consegue suprir as necessidades nutricionais do lactente,
sendo, pois, necessária a introdução progressiva de outros alimentos, enquanto se mantém o leite
materno. A partir do segundo semestre de vida já estão estabelecidos valores nutricionais de
referência.
Os valores diários de referência estabelecidos pela EFSA para lactentes dos 7 aos 11 meses têm por
base, nalguns casos, a extrapolação a partir da ingestão de lactentes exclusivamente amamentados, de
crianças mais velhas ou de adultos, enquanto noutros se baseia numa abordagem multifatorial ou na
observação dos dados de ingestão de estudos populacionais.

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No 2º e 3º ano de vida
Os princípios gerais a considerar no cumprimento das necessidades nutricionais nesta faixa etária
devem ter em conta os seguintes pressupostos:
a) O cumprimento das necessidades nutricionais deve respeitar a identidade cultural da população,
pelo que diferentes padrões alimentares podem cumprir os mesmos objetivos;
b) É fundamental respeitar os sinais de autorregulação do conteúdo energético diário característicos
deste grupo etário, isto é, permitir que sejam as crianças a determinar a quantidade de alimentos, bem
como a variabilidade da quantidade de refeição para refeição;
c) A distribuição do conteúdo energético pelos macronutrientes e sua qualidade (hidratos de carbono,
lípidos e proteínas) deve ser assumida pelos cuidadores (família e escola), garantindo a qualidade da
dieta;
d) É fundamental que a oferta seja variada dentro dos grandes grupos de alimentos, isto é, variar as
carnes, os peixes, os frutos, e as leguminosas.
Dos 3 aos 5 anos
A maioria das recomendações nutricionais para as crianças em idade pré-escolar (3 – 5 anos) resulta
de valores interpolados de outros grupos etários, nomeadamente de lactentes e adultos.
As crianças com idades compreendidas entre os 3 e os 5 anos necessitam dos mesmos nutrientes que
as crianças de outras idades, mas em quantidade diferente. Comparativamente com o primeiro ano de
vida, a taxa de crescimento é consideravelmente menor durante a idade pré-escolar, resultando em
menores necessidades nutricionais por cada quilograma de peso. No entanto, porque o peso corporal
é superior ao do primeiro ano, as necessidades nutricionais totais diárias são superiores. Mantendo
um padrão de crescimento sobreponível ao descrito para o segundo ano de vida, a criança em idade
pré-escolar continua a crescer e a desenvolver os seus órgãos e sistemas, nomeadamente o sistema
músculo-esquelético, tendo necessidades nutricionais particulares que são, por cada quilograma de
peso, superiores às de um adulto.
Melhor nutrição
O leite materno contem todos os nutrientes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento ótimo
da criança pequena, além de ser mais bem digerido, quando comparado com leites de outras espécies.
O leite materno é capaz de suprir sozinhas as necessidades nutricionais da criança nos primeiros seis
meses e continua sendo uma importante fonte de nutrientes no segundo ano de vida, especialmente

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de proteínas, gorduras e vitaminas.
Ao longo das fases da infância, a quantidade de alimento e a proporção de representantes de cada
grupo alimentar que devem ir ao prato da criança variam. “Na primeira infância, o ferro é de extrema
importância. Com a evolução da idade, não deixa de ser importante, mas o foco é voltado para o
cálcio”.
Ela continua: “Além disso, o número de porções deve ser ajustado à idade”. Ou seja: não é porque a
criança já saiu do período de amamentação e de alimentação pastosa que poderá comer como
qualquer adulto da família. E seu filho de dois anos não deve ser alimentado da mesma maneira que
o priminho de sete anos.

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Aconselhamento Alimentar e Nutricional

O hábito alimentar é algo muito complexo, podendo sofrer influências de valores de ordem pessoal,
psicológica, cultural, social, familiar e religiosa. Deve-se, portanto, estar atento a isso e ser o mais
flexível possível no aconselhamento, ouvindo a pessoa com sensibilidade e direcionando, com
clareza, as orientações dietéticas prestadas.
Atualmente, o aconselhamento nutricional é entendido como um processo gradual de adesão, pelo
qual a PVHA adere às mudanças alimentares e de estilo de vida quando se conscientiza da relação
entre alimentação e saúde, assumindo co-responsabilidade no seu tratamento.
O aconselhador deverá respeitar o usuário como ele é, considerando seus sentimentos, dúvidas,
potencialidades e limitações, antes de propor alterações em seu comportamento alimentar. Esta etapa
inicial é preponderante para o sucesso do aconselhamento, pois fortalece a confiança e favorece a
conscientização quando houver necessidade de mudanças de hábitos. Há que se concentrar em um
pequeno número de informações para possibilitar melhor compreensão e adesão ao tratamento
dietético. As pessoas em geral se beneficiam ao se tornarem sujeitos de suas próprias experiências de
aprendizado e resistem quando sentem uma postura de imposição por parte do profissional de saúde.
Respondem melhor aos seus motivadores internos: auto-estima, realização no trabalho e qualidade de
vida.
No aconselhamento nutricional deve-se estabelecer conjuntamente as metas a serem seguidas, sejam
elas pontuais ou de longo prazo, começando por uma entrevista planejada e com o foco bem
definido. O tom da voz e a expressão das idéias revelam, às vezes, a clareza ou não de compreensão
diante das propostas oferecidas. Os sentimentos e os intervalos de silêncio presentes na conversa
podem ser utilizados para reorganizar os pensamentos e expressá-los cuidadosamente, de forma a
não intimidar o usuário.
Observar, perguntar, ouvir as preocupações do indivíduo, propor questões que facilitem a reflexão e a
superação das dificuldades, prover informação, apoio emocional e auxiliar na tomada de decisão para
adoção de medidas na busca de uma melhor qualidade de vida são aspectos fundamentais deste
diálogo. Logo após o término da consulta, deverão ser registrados os principais aspectos abordados,
com a preocupação de traduzir para a equipe multidisciplinar os pontos-chave desenvolvidos.
O julgamento do aconselhador, com idéias pré-concebidas e a falta de empatia, constituem

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obstáculos na progressão da relação de ajuda. A inclusão da família ou de outros cuidadores durante
o processo de aconselhamento nutricional pode, eventualmente, ser um facilitador da adesão ao
tratamento. O alimento, além de ser um fator de recuperação do bem estar físico, é antes de tudo uma
fonte de prazer, primordial na manutenção da qualidade de vida. Sempre que possível deve-se
utilizar material educativo e demonstrações, citando exemplos relacionados às práticas habituais do
indivíduo para ilustrar e facilitar sua compreensão tais como cartazes, fotos e gravuras sobre os
grupos de alimentos e sua composição em nutrientes, adequando individualmente a necessidade de
cada usuário.

Na pessoa vivendo com HIV/Aids, um episódio de toxinfecção alimentar pode comprometer ainda
mais a sua imunidade, portanto orientar sobre os cuidados de escolha, higiene, preparo e conservação
adequada dos alimentos auxilia na obtenção de um cardápio equilibrado e, também, na prevenção de
doenças infecciosas veiculadas por agentes transmissíveis presentes no alimento ou meio ambiente.
Deve-se observar a possibilidade de surgirem efeitos adversos decorrentes do uso da terapia anti-
retroviral, como mudanças morfológicas (depleção da massa corpórea, lipodistrofia, obesidade) que
podem aumentar o grau de ansiedade, reduzir a auto-estima ou causar depressão, prejudicando ainda
mais a adesão ao tratamento.
Finalmente, para obter sucesso no Aconselhamento Nutricional, a estratégia adotada pelo
profissional de saúde deve enfatizar motivação constante, encorajando e elogiando
cada pequeno progresso feito.

Conclusão
Alimentação É consensual, quer por parte das comissões de nutrição (ESPGHAN, 2017; Comissão
de Nutrição da SPP, 2012) quer pela OMS (WHO, 2009), que o lactente pode ser exclusivamente
amamentado durante os primeiros 6 meses de idade, devendo a amamentação manter-se a par da
diversificação alimentar e durante a introdução na dieta familiar, ou seja, até aos 12-24 meses.
Durante o primeiro semestre de vida, caso o leite materno se torne insuficiente, a alimentação deve
continuar a ser exclusivamente láctea, devendo utilizar-se, em complementaridade ou em alternativa,

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fórmulas infantis, cuja composição é concebida para se aproximar à do leite humano. Importa referir
que o aleitamento materno, mesmo que parcial ou em período menor que o desejável, mantém um
efeito benéfico quando comparado com a alimentação exclusiva com fórmula infantil.

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Referências Bibliográficas
WHO, 2002; ESPGHAN, 2017
10. American Academy of Pediatrics. Recommendations for Complementary Feeding. Pediatrics
2000; 106: suppl 4
13. Anatolitou F. Human milk benefits and breastfeeding. J Pediatr Neonat Individual Med
2012;1(1):11-8. 14. Andreas NJ, Kampmann B, Mehring Le-Doare K. Human breast milk: A review
on its composition and bioactivity. Early Hum Dev. 2015; 91(11):629-35. 15. Australia Government.
Move and play every day - National physical activity recommendations for children 0–5 years.
Commonwealth of Australia, Department of Health; 2010.
Carmo I, Dos Santos O, Camolas J, Vieira J, Carreira M, Medina L, Reis L, Myat J, Galvão-Teles A.
Overweight and obesity in Portugal: national prevalence in 2003-2005. Obes Ver 2008; 9 (1): 11-9.
Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável

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Índice
Introdução..............................................................................................................................................3
A alimentação.........................................................................................................................................4
Importância da Alimentação..................................................................................................................4
Alimentação da criança..........................................................................................................................4
No primeiro mês de vida (Recém-nascido)............................................................................................4
De sete a onze meses (complementação do aleitamento)......................................................................4
De um a três anos (primeira infância)....................................................................................................4
De quatro a cinco anos...........................................................................................................................5
Nutrição..................................................................................................................................................5
Nutrição da criança................................................................................................................................5
De um a três anos...................................................................................................................................5
No 1º ano de vida...................................................................................................................................5
No 2º e 3º ano de vida............................................................................................................................6
Dos 3 aos 5 anos.....................................................................................................................................6
Melhor nutrição......................................................................................................................................7
Conclusão...............................................................................................................................................8
Referências Bibliográficas.....................................................................................................................9

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