Você está na página 1de 15

AULA DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Há abuso de poder legal?


Desvio de finalidade específico – É o caso em que o sujeito declara uma
finalidade e pratica outra finalidade, mas, ambas em prol do interesse público.
Há autores que entendam que não há desvio de finalidade, mas, a
maioria da doutrina, alinha-se que o desvio de finalidade ainda que específico
implica na anulação do ato administrativo.

PODERES ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE – 16/10/2019

São 6 espécies de poder discricionário:


1. PODER DISCRICIONÁRIO;
2. PODER VINCULADO;
3. PODER HIERÁRQUICO;
4. PODER DISCIPLINAR;
5. PODER DE POLÍCIA;
6. PODER REGULAMENTAR;

1. – PODER DISCRICIONÁRIO: É aquele que confere ao administrador


uma margem de liberdade subjetiva (juízo de conveniência e oportunidade)
para consecução da finalidade pública.

Juízo de OPORTUNIDADE/CONVENIÊNCIA: para verificar qual é a


melhor solução para o caso concreto.

Melhor momento e melhor conteúdo do ato para satisfazer o


interesse público.

Exemplo: Bares com mesas e cadeiras em uma calçada,


desde que não atrapalhe a função para qual a calçada foi
criada (pedestres caminharem sem precisarem se deslocar
para a rua, a fim de continuar com a passagem). Em
determinados bares é possível a instalação das mesas e
cadeiras, em outros não, devido ao espaçamento.
DISCRICIONARIEDADE NÃO SE CONFUNDE COM ARBITRARIEDADE –
Discricionariedade é a liberdade de atuação do agente público dentre dos
limites da lei. Já a arbitrariedade é a atuação fora dos limites da lei. (A
arbitrariedade não é permitida).
Discricionariedade dispões DUAS OU MAIS ALTERNATIVAS
LEGAIS ao agente público, a ARBITRARIEDADE é o que o agente
público pretende fazer *ainda que ilegalmente*.
NÃO SE PODE CONFUNDIR Discricionariedade Administrativa com Conceito
jurídico indeterminado: É um instituto jurídico, cuja integração do conteúdo
depende de uma análise subjetiva do intérprete.
Exemplo: Elaboração de imagem audiovisual, onde o conteúdo contraria o
interesse público. Se o AGENTE PÚBLICO INTERPRETAR que seja algo
CONTRA O INTERESSE PÚBLICO, automaticamente ele DEVERÁ
APREENDER O MATERIAL. Neste caso há uma figura do conceito jurídico
indeterminado, pois não há uma DISCRICIONARIEDADE sobre o que deverá
ser feito, o que há é uma possível interpretação do agente público.

2. – PODER VINCULADO: É aquele em que o administrador possui


apenas UMA possiblidade de atuação diante do caso concreto. Isto é, não se
defere a ele um juízo de CONVENIENCIA e OPORTUNIDADE.

A sua atuação fica estritamente limitada ao que dispõe a lei. ZERO


LIBERDADE DE ATUAÇÃO.
Exemplo: Regra constitucional onde diz que um funcionário público DEVE se
aposentar compulsoriamente ao alcançar 70 anos de idade. Não há o que
fazer, deverá o funcionário se aposentar.

3. – PODER HIERARQUICO: É o poder conferido ao administrador para


organizar os órgãos e agentes públicos, estabelecendo entre eles relações de
coordenação e subordinação.
Está ligado ao poder BUROCRATICO (AUTORITÁRIO) de
administração, e também está ligado a hierarquização do poder
estatal (PRESIDENTE, MINISTROS, SECRETARIOS EXECUTIVOS,
SECRETÁRIA, SUB-SECRETÁRIA, AGENTES). De modo que a
autoridade SUPERIOR, tem poder sobre as autoridades inferiores, ou
seja “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Há algumas
consequências, sendo elas:
PODER DE DAR ORDENS
PODER DE REVER
PODER DE DELEGAR (limites da delegação: 13 da lei 9784/99) –
no sentido de delegação, quem está acima cede parcelas de seus
poderes a quem está “abaixo”.

PODER DE AVOCAR (avocação art. 11 da lei 9784/99) – Quem


está acima puxa poderes de quem está a baixo.

A lei não prevê LIMITAÇÃO a avocação, somente para a


delegação.
EXEMPLO: Um superior que QUEIRA AVOCAR PARA SI
o julgamento de um recurso, que quem faria o julgamento seria um
inferior?
COMO NÃO HÁ UMA PREVISÃO LEGISLATIVA PARA TAL
CASO, HÁ QUE SE FAZER UMA ANALOGIA DE ACORDO COM A
DELEGAÇÃO.

AULA DE ADMINISTRATIVO 23/10/2019

PODER DISCIPLINAR: É aquele conferido a administração pública para impor


sanções ou penalidades a seus agentes, bem como aqueles que não
ostentando está condição (de agente público) estejam vinculados por uma
sujeição especial a administração pública, sem deter a figura de agente
público.
1º LUGAR: Impor sanções a seus agentes sejam eles estatutários (carreiras
típicas de estado) ou celetistas (processo seletivo de concurso público, porém,
o regime é celetista).
Estatuto do funcionário público federal – Lei
Todo aquele que não é zeloso com sua profissão, como um todo
viola regras disciplinares... Pode o administrador PUNIR o agente? SIM. ART.
5º, inciso LV da Constituição Federal. QUALQUER MEDIDA DISCIPLINAR
PODE SER FEITA, DESDE QUE OBSERVADO O CONTRADITÓRIO E A
AMPLA DEFESA, do contrário, caso seja feita,
CURIOSIDADE: Verdade sabida. Quando o corregedor pegava o agente
efetuando conduta incompatível com a função.
 Sujeição especial para com a administração pública:
Aluno de faculdade pública: Quando o aluno fuma um beck e picha a
faculdade, ele responde perante a faculdade.
Há que se observar SEMPRE o contraditório e a ampla defesa.
O PODE DISCIPLINAR NÃO JUSTIFICA A IMPOSIÇÃO DE SANÇÃO A
PARTICULARES.

PODER NORMATIVO/REGULAMENTAR (CONCEITO): É aquele conferido ao


chefe do poder executivo para expedir decretos destinados a minudenciar o
comando da lei e a prover sua fiel execução.
Vimos no começo do semestre que cada um dos poderes exerce
funções típicas e atípicas, os poderes exercem os demais poderes dentro de
seus próprios poderes (EXPLICAÇÃO NA DOUTRINA).
Art. 84 da CF: Compete ao presidente da república: VI - dispor, mediante
decreto, sobre: (...)

NATUREZA JURÍDICA: O poder regulamentar destina-se a edição de normas


de segundo grau, isto é, aquelas que NÃO INOVAM originariamente a ordem
jurídica. Trata-se portanto, de ato NORMATIVO DERIVADO.
Derivado no sentido de ADVIR DA LEI, e não necessariamente a constituição.
É função típica do legislativo INOVAR as leis, porém, o chefe do governo, com
base nessas leis, pode criar ATOS NORMATIVOS (precedentes) DERIVADOS
dessas leis, porém, inovará a aplicação prática da lei.
O ato normativo não pode ir além da norma de criar novos direitos ou funções,
e nem ir CONTRA a própria lei.
Art. 103 “b” – REGULA O CNJ – Compete ao mesmo diregir normas
constitucionais.

FORMALIZAÇÃO – O instrumento legal de introdução de regulamento ao


ordenamento jurídico é através dos:
DECRETOS – É o VEÍCULO para introdução ao ordenamento jurídico.
Exemplo: REGULAMENTO DE ICMS, é um DECRETO.
REGULAMENTOS – É aquele que abrange as normas que estão
disponíveis no teor do decreto.
REGULAMENTAÇÃO TÉCNICA:
LIMITES:
CONTROLE
AUTOTUTELA (SÚMULA – 473, STF)
LEGISLATIVO (ART. 49, inciso VI)
JUDICIÁRIO (ADI ??)
REGULAMENTO AUTÔNOMO
PROBLEMA: MINISTROS POSSUEM PODER REGULAMENTAR?

06/11/2019

ATOS ADMINISTRATIVOS
CONCEITO: Ato administrativo é a declaração jurídica unilateral do estado ou
quem lhe faça as vezes, sob regras de direito público, praticada enquanto
comando complementar da lei e sempre revisível pelo poder judiciário.
1ª DECLARAÇÃO JURÍDICA – Manifestação de vontade da
administração pública que seja apta a produção de efeitos jurídicos.
Declaração que não surte efeitos imediatos são denominados fatos
administrativos.
 ATOS é DIFERENTE de fatos da administração. São fatos da
administração manifestações MATERIAIS decorrentes do exercício
da função administrativa. Que no geral não produzem efeitos
jurídicos.
Exemplo: O sujeito responsável pela limpeza pública urbana,
varrendo a rua. Não gera efeito jurídicos, mas eventualmente
pode acontecer.
FATOS ADMINISTRATIVOS É DIFERENTE DE FATO DA
ADMINISTRAÇÃO.
FATO ADMINISTRATIVO – São acontecimentos naturais capazes de
produzir efeitos naturais.
Exemplo: A morte do servidor, gera imediatamente a vacância do
CARGO.
2ª UNILATERAL – Utilizou a palavra “UNILATERAL” para diferenciar que
a DECLARAÇÃO ADM UNILATERAL é DIFERENTE de CONTRATO
ADMINISTRATIVO, o contrato é BILATERAL, enquanto a declaração é
UNILARAL.
3ª DO ESTADO OU QUEM LHE FAÇA AS VEZES – Quem pratica ato
administrativo é o ESTADO (latu senso), todos os poderes de todas as
esferas de governo, praticam a todo momento os atos administrativos,
sendo esses atos em nome do próprio estado.
DESAPROPRIAÇÃO DO IMÓVEL – Exercício de parcela do poder
público.
Exemplo: ATO ADM que não foi praticado do estado, mas por um
particular, no exercício de FUNÇÃO PÚBLICA, ainda que esta
tenha sido atípica.
ATOS PRATICADOS PELOS TABELIÃES – Exercício de função pública,
praticam atos no tabelionato, praticam em nome e exercendo as vezes
do estado.
4ª SOB REGRAS DE DIREITO PÚBLICO – Somente se considera ato
administrativo, o ato praticado com ato de poder (princípio da supremacia do
interesse público). Atos praticados pela adm em PÉ DE IGUALDADE com os
particulares não são considerados atos administrativos, e se enquadram em
uma categoria mais genérica, que denominada “ATOS DA ADMINISTRAÇÃO”.
Exemplo: CONTRATO DE LOCAÇÃO, aqui nós temos um ato praticado pela
ADM em pé de igualdade com o particular. ATO PRATICADO SOB REGRAS
DE DIREITO PRIVADO, portanto, não são atos administrativos, mas, são atos
da administração.
5ª PRATICADA ENQUANTO COMANDO COMPLEMENTAR DA LEI – Ato
administrativo tem caráter INFRALEGA, ou seja, será SEMPRE em decorrência
de lei anterior, não lhe sendo incluída a possibilidade de inovar
ORIGINARIAMENTE a ordem jurídica.

6ª SEMPRE REVISÍVEL PELO PODER JUDICIÁRIO – Por força da cláusula


de inafastabilidade do controle jurisdicional, o ato adm sempre estará
subordinado a revisão do poder JURISDICIONAL.
ATO DE GOVERNO (é diferente de ato da administração) – É o ato praticado
com ampla discricionariedade e fundamento direto na constituição federal
revelando em regra a relação entre os poderes do estado.
EXEMPLO – SANÇÃO DE UMA LEI, VETO, DECLLARAÇÃO DE GUERRA,
INTERVENÇÃO DA UNIÃO NO ESTADO. São atos POLITICOS.
TODOS OS ATOS, sejam eles de governo, sejam eles administrativos, ESTÃO
CONDICIONADOS A SUJEIÇÃO A CONSTITUIÇÃO.
SILÊNCIO ADMINISTRATIVO – “Quem cala, consente”, ausência de
manifestação da administração quando a lei impõe essa manifestação.
A lei FIXA a consequência para a omissão administrativa se não se manifestar
no prazo estabelecido em lei – “... transcorrido o prazo de 10 dias, considera-se
xxx...”, ou seja, a própria lei dá uma consequência para a ausência de
manifestação, mas, há que se observar se será procedente ou improcedente o
pedido.
A lei fixa prazo para manifestação administrativa, mas NÃO PREVÊ
CONSEQUÊNCIA para o silencia administrativo – Em primeiro lugar se requer
a manifestação através do direito de PETIÇÃO... E quando não há a fixação de
prazo, o mesmo é medido através do princípio da razoabilidade e da
proporcionalidade.
Sempre que não for feito, pode o cidadão requerer, até mesmo por vias
judiciais, que membro público se manifeste, a fim de que se sane o vício do
silêncio administrativo.
_______________________________________________________________
ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO – próxima aula.
AULA – 08/11/2019

ATOS ADMINISTRATIVOS
ATO ADM – Declaração jurídica unilateral do estado...
 Elementos: Algo que está agregado a essência. Está ligado a existência
do ATO administrativo.

 Pressupostos:
 Requisito de validade: A falta de elemento acarretaria a falta de
existência do ato.

 COMPETÊNCIA:

CONCEITO – É a aptidão legal para a prática do ato administrativo.


“Não é competente quem quer, mas quem pode.”
Competência e Legalidade – Os agentes públicos, SOMENTE PODE
EXERCER aqui que está previamente EXPRESSO na legislação.

FONTE:
1ª Fonte – A própria CONSTITUIÇÃO FEDERAL – Decretos para
regulamentar a lei (art. 84, inciso IV);
2ª fonte – A própria LEI (legislativo), não somente lei ordinária, e sim
QUALQUER tipo meio de legislar;
3ª fonte – Atos Normativos Infra legais – Atos esses que derivam da
própria legislação – Editado pelo chefe da unidade, cujo qual é “escolhido” pela
própria lei – Exemplo: Ordem de serviço, regulamentação interna...

 PRINCÍPIOS

 Inderrogabilidade: A competência para prática do ato não pode


ser objeto de transferência para pessoa diversa daquela mencionada na
regra, tão pouco pode o agente público dela abrir mão.

 Improrrogabilidade: Cessada a competência legal não pode o


agente público continuar a desempenhar os poderes outrora a ele
deferidos. (A competência não se amplia).

CRITÉRIOS
Material: Diz a respeito da matéria, do conteúdo do ato. (A qual o
agente pode ou não realizar determinados atos).
Hierárquico: Atribui-se a prática de atos mais complexos a
agentes graduados, e, em contraponto, aos demais agentes subalternos todos
os demais atos.
Territorial: É a divisão do exercício da competência no espaço
geográfico. (Um agente de um lugar não pode exercer função do agente de
outro – A distribuição do serviço é interna).
Temporal: Nem sempre está presente, mas, atribui a
determinados agentes funções específicas em determinados períodos.

DELEGAÇÃO – Ato pelo qual autoridade superior, atribui a seus subalternos a


prática de determinados atos.
Pode ao agente superior delegar ou avocar funções a seus agentes? Sim.
Exemplo: Art. 84 – E no âmbito legal, é possível? Sim, perfeitamente possível,
decreto-lei 200 de 1967 que organiza a administração pública. No âmbito
federal autoriza expressamente a delegação de competência desde que seja
claramente especificado(s) o delegante e delegatário e qual será o ato
praticado. Portanto, há autorização expressa.. Todos os atos podem ser objeto
de delegação? No âmbito legal, a lei 9784/1999 (lei do processo administração
federal) em seu art. 13 define quais são as competências indelegáveis (por
exemplo: Edição de atos normativos, julgamento de processos administrativos,
e outros atos definidos em lei como indelegáveis.
AVOCAÇÃO – Ato pelo qual a autoridade superior chama para si a prática de
ato de competência de seu(s) subalterno(s), previsto em seu art. 14 na lei
9784/1999, não há previsões expressas.

FINALIDADE
O objetivo visado com a prática do ato, com a satisfação do interesse público.
Desvio de finalidade pode ser GENÉRICO (Não atender nenhuma finalidade
pública com a finalidade do ato – Atinge uma finalidade meramente privada) ou
ESPECÍFICO (O ato não observa a finalidade prescrita na lei, mas ainda assim
atende a finalidade específica) o desvio de finalidade específico é apto a
invalidar o ato administrativo? Segundo a maior parte da doutrina SIM, o ato
estará irremediavelmente CONTAMINADO. Mas... isso não acontece.
FORMA
É a maneira pela qual o ato se exterioriza. Em outras palavras, é a maneira que
você toma conhecimento da existência do ato.
O ato deverá ser praticado de forma ESCRITA. Porém, o ato poderá ser
VERBAL, SINAIS OU GESTOS (em caráter excepcional), SINAIS LUMINOSOS
(Semáforo), e há quem afirme que essas formas não escritas são
EXCEPICIONAIS e que só podem ser utilizados em casos de URGÊNCIA,
porém há atos cuja forma não escrita é essência do próprio ato.
MOTIVO
Conceito: São as razões de fato e de direito que autorizam ou determinam a
prática do ato administrativo.

 Exemplo: Estabelecimento vendendo alimentos impróprios, sujos, para


as pessoas que frequentam aquele lugar.

Razão de fato – Coxinha suja


Razão de direito – Apreender a mesma de venda, devido ao
alimento impróprio.
MOTIVO é DIFERENTE DE MOTIVAÇÃO.
Motivação é a justificativa escrita da presença do motivo. Isto é das razões de
fato e de direito para a prática do ato.
Todos os atos administrativos PRECISAM ser motivados? Impõe-se a
motivação de todos e quaisquer atos administrativos?
Houve um tempo que afirmavam que apenas os atos discricionários,
pois nele há um juízo de conveniência e oportunidade e por isso é
NECESSÁRIO que demonstre o que levou o agente a ter esse
JUÍZO. Compete a ele demonstrar como chegou ao resultado final.
Mas, DESDE 1999, há a lei 9784/99 (lei do processo adm federal)
que dispõe (Art. 50) a NECESSIDADE do DEVER de declinar, expor
o motivo pelo qual decidiu de tal norma. Outros dizem que a lei
apenas reafirma aquilo que a própria constituição federal dispõe...
HOJE A DOUTRINA MAJORITÁRIA dispõe que TODOS OS ATOS
DEVEM HAVER MOTIVAÇÃO, independentemente de serem
discricionário ou derivados.

MOTIVO NÃO SE CONFUNDE COM MÓVEL – Ou seja, as razões subjetivas


que levaram o agente a prática do ato.
O móvel viciado do agente público contamina o ato administrativo como um
todo? Quando o próprio ATO é objetivamente HÁBIL (válido), não importa se
as razões subjetivas são viciadas, torna-se irrelevante! CONTUDO, os atos
praticados
PROBLEMÁTICA MAIOR: ATOS DISCRICIONÁRIOS (são aqueles que advém
de entendimento do próprio agente), nestes casos o que será considerado é a
própria MOTIVAÇÃO. Se a mesma for circundante, de palavras vazias, o ato
poderá ser invalidado, mas deverá ser provado. Do contrário, se a motivação
for justificada pelo próprio agente, de maneira legal, o ato não será invalidado e
não terá vícios.

TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES: Estabelece que a validade do ato


administrativo fica vinculada ao motivo invocado, de maneira que a sua
invalidade ou falsidade contamina o ato. (PEGAR COM A FER)
Multar o vizinho quando o mesmo estava no Guarujá.

OBJETO
Conceito: É aquilo que o ato declara ou prevê, isto é o seu conteúdo. O
próprio conteúdo do ato constituí seu objeto.
O objeto do ato adm deve ser lícito e determinado (mesmas características do
objeto).
Observação: Há dúvidas com relação a quais elementos integrariam o conceito
de mérito (grande destaque) do ato administrativo. Para H. Lopes Meirelles o
mérito seria formado pelo motivo e pelo objeto, os quais seriam insuscetíveis
de revisão pelo poder judiciário, exceto no que tange ao juízo de
proporcionalidade/razoabilidade.
O mérito do ato administrativo NÃO PODE SER OBJETO DE REVISÃO PELO
PODER JUDICIÁRIO. Se o poder JUDICIÁRIO pudesse rever, haveria a
ofensa a repartição dos poderes.
Mas, o que é o mérito?

 CARACTERISTICAS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


1ª PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE: Os atos administrativos presumem-se de
acordo com a lei (legais), trata-se de presunção relativa (juris tantum) o que
implica, por isso, em inversão do ônus da prova.
Cabe ao interessa DEMONSTRAR que o ato é ilegal.
2ª IMPERATIVIDADE: É a possibilidade desse IMPOR UNILATERALMENTE o
ato ao administrado, INDEPENDENTEMENTE da sua concordância.
Observação: Não há imperatividade nos atos praticados sob regime de direito
privado.
3ª AUTO EXECUTORIEDADE – É a possibilidade atribuída a administração de
executar diretamente o ato imposto sem intervenção do poder judiciário.
Exemplo: Notificação para “capinar” o seu terreno, se o proprietário não fizer no
prazo estipulado, a prefeitura poderá ir e faze-lo.

 CLASSIFICAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO

QUANTO AOS DESTINATÁRIOS


Gerais – São aqueles que atingem um número indeterminado de
pessoas.
Exemplo: Decreto.
Existe algum decreto que atinge pessoas determinadas? Sim, decretos de
desapropriação. Decreto para nomeação de cargo público... Mas, é ATÍPICO.
No geral são atos gerados através de normatividade.
Individuais – Aqueles que atingem pessoas CERTAS e
DETERMINADAS.
Exemplo: Autorização. Permissão. Licença.
QUANTO AS PERROGATIVAS (que são praticados)
Império – Atos de império são aqueles que revelam a superioridade da
administração estando fundados no princípio da supremacia do interesse
público.
Exemplo: Apreensão de mercadoria imprópria para o consumo.
A maioria dos ATOS realizados pelo PODER DE POLÍCIA, são atos de império.
Gestão – São aqueles praticados pela administração em posição de
igualdade perante o administrado.
Exemplo: PERMISSÃO.

QUANTO A LIBERDADE DE AÇÃO


Discricionários – São aqueles praticados com uma margem de liberdade
SUBJETIVA pelo ADMINISTRADOR, permitindo juízo de conveniência e
oportunidade.
Exemplo: AUTORIZAÇÃO.
Vinculados – São aqueles em que o administrador se encontra
inteiramente vinculado aos termos da lei, que fixa um único comportamento
possível diante do caso concreto.
Exemplo: LICENÇA (à outros). LICENÇA DE CONSTRUIR.

QUANTO A INTERVENÇÃO DA VONTADE ADMINISTRATIVA


Simples (Singulares) – São aqueles que emanam de um único órgão ou
agente público.
Exemplo: DECRETO –
Complexos – São aqueles que resultam de manifestação de DUAS OU
MAIS vontades autônomas, que se fundem dando origem ao ato.
Exemplo: Nomeação do Procurador Geral da República.
Porque é complexo? 1ª há a nomeação feita por parte do P.R, daí tem que
submeter essa indicação ao Senado Federal, que votará, e se aprovar, as
vontades se fundam ao um único objetivo = nomear o novo procurador geral da
república.
Compostos – Assim como nos atos complexos, resultam da
manifestação de dois ou mais órgãos cujas vontades, porém, não são
autônomas.
Exemplo: Autorização sujeito ao visto de outra autoridade.

QUANTO A RETRATABILIDADE
Retratáveis (revogáveis) – São aqueles que podem ser objeto de
revogação (extinção do ato adm por razões de conveniência ou oportunidade
– é a REGRA GERAL do direito ADM – todos os atos podem ser revogáveis).
Exemplo: Bares com mesas e cadeiras na calçadas, cujos quais a prefeitura
Irretratáveis (irrevogáveis / não revogáveis) – São aqueles que NÃO
podem ser revogados. (São as exceções no sistema – Geralmente quando os
atos geram direito adquirido, não podem ser conteúdo de revogação).

QUANTO A AUTOEXECUTARIEDADE
Ato Executório – São aqueles que a administração pública pode
diretamente concretizar independentemente da intervenção do poder judiciário.
Exemplo: apreensão de mercadorias.
Não Auto Executório – São aqueles que a administração pública não
pode concretizar sozinha e depende da intervenção do poder judiciário.
Exemplo: Cobrança de multas.
A administração pode reaver os valores pagos, porém, deverá entrar com uma
ação judicial para requere-los.

ESPÉCIES

QUANTO A FORMA – É a maneira pela qual o ato se exterioriza. Como se


revela ao conhecimento jurídico.

 Decreto – É o ato administrativo normativo, de competência privativa, do


chefe do poder do executivo, destinado a regulamentar a lei, e a prover sua fiel
execução.

 Regulamento – É o ato administrativo de caráter normativo, cuja função


é regulamentar ato administrativo prévio e cuja introdução no ordenamento
jurídico se faz por intermédio do decreto.
Não é autônomo, só ganha executoriedade quando introduzido no
ordenamento jurídico pelo decreto. Exemplo: Regulamento de ICMS do estado
de são Paulo.

 Resolução – É o ato normativo de atribuição das altas autoridades da


administração pública, como os ministros e secretários de estado. Seria a
forma de introduzir ao ordenamento jurídico regulamentos de
Exemplo: Resolução do ministro do meio ambiente.

 Deliberação – É o ato normativo destinado a exteriorizar a vontade de


órgãos colegiados. Decisão tomada por órgãos colegiados.
 Regimento – É o ato administrativo através do qual os órgãos colegiados
disciplinam a sua vida interna.

Exemplo: Regimento interno do Superior Tribunal de Justiça.

 Alvarás (é a forma de uma licença ou autorização) – É a forma pela qual


se exterioriza a concessão de uma autorização ou licença.

 Ofícios – É a forma do ato administrativo destinada a instrumentalizar a


comunicação entre autoridades públicas.
Exemplo: Comunicação entre autoridades públicas.
Outros...

 Ordem de Serviço – Ato administrativo concreto pelo qual você


determina determinado agente público a determinado serviço.

 Portaria – Seguro H. L. M. é a ordem que se prende a porta – ato


normativo destinado a normatizar o comportamento interno de uma instituição.
__________________________________//____________________________

QUANTO AO CONTEÚDO – Essência do Ato. Aquilo que ele proclama ou


prevê.
Licença
Autorização
Permissão
Admissão
Aprovação
Homologação
Vista

Você também pode gostar