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Rio de Janeiro
Setembro de 2014
Souza, Hélcio Gonçalves de
Novos avanços com o equipamento de palheta elétrico in
situ./ Hélcio Gonçalves de Souza. – Rio de Janeiro:
UFRJ/COPPE, 2014.
XV, 166 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Márcio de Souza Soares de Almeida
Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de
Engenharia Civil, 2014.
Referências Bibliográficas: p. 84-91.
1. Ensaio de Palheta: revisão bibliográfica. 2.
Equipamentos de Palheta. 3. Proposição do Novo Protótipo
Equipamento para Ensaio de Palheta Elétrico baseado no
Equipamento COPPE/UFPE/GROM. I. Almeida, Márcio de
Souza Soares de. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,
COPPE, Programa de Engenharia Civil. III. Título
iii
A mente é como um paraquedas só funciona quando se abre.
Autor Desconhecido
iv
AGRADECIMENTOS
v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (MSc.)
Setembro/2014
vi
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
September/2014
vii
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................ 1
1.1. Relevância do estudo.................................................................................................... 1
1.2. Objetivo do estudo......................................................................................................... 1
1.3. Organização do trabalho .............................................................................................. 2
2. Revisão bibliográfica .......................................................................................................... 3
2.1. Histórico do Ensaio de Palheta ................................................................................... 3
2.2. Descrição do ensaio e principais parâmetros obtidos ............................................. 5
2.3. Hipóteses admitidas para o ensaio, comum a todas as normas e formulações . 9
2.4. Fatores que influenciam o resultado do ensaio ...................................................... 15
2.4.1. Efeito da inserção da palheta no solo .................................................... 16
2.4.2. Efeito do tempo de inserção da palheta no solo .................................... 17
2.4.3. Comprimento da Haste da Palheta ........................................................ 18
2.4.4. Isolamento entre a haste da palheta e tubo de proteção ....................... 18
2.4.5. Velocidade de aplicação do torque cisalhante ao solo ........................... 19
3. Equipamentos de Palheta ............................................................................................... 25
3.1. Quanto ao método de instalação .............................................................................. 25
3.2. Quanto ao sistema de medição do torque resistente do solo e aplicação de
rotação à palheta .................................................................................................................. 28
3.2.1. Equipamentos puramente mecânicos .................................................... 28
3.2.2. Equipamentos eletromecânicos ............................................................. 30
3.3. Comparação entre equipamentos mecânicos e os eletromecânicos .................. 32
3.4. O Equipamento de Palheta COPPE/UFPE/GROM ................................................ 32
3.4.1. Sistema de fixação do equipamento na superfície ................................. 35
3.4.2. Sistema de travamento .......................................................................... 37
3.4.3. Sistema de leitura .................................................................................. 38
3.4.4. Sistema do cabo elétrico ....................................................................... 39
3.4.5. Unidade de torque e aplicação da velocidade de rotação a palheta ...... 40
3.4.6. Sistema cápsula de proteção do transdutor elétrico de torque/ rolamento
de encosto / tubo de proteção da haste da palheta.............................................. 42
3.4.7. Cápsula de proteção geral do equipamento (casco) .............................. 44
3.4.8. Rolamento de encosto ........................................................................... 44
3.4.9. Translado e proteção das Hastes .......................................................... 46
3.5. Procedimento e cuidados para realização do ensaio de palheta elétrico com
equipamento COPPE........................................................................................................... 46
3.5.1. Principais campanhas realizadas........................................................... 49
viii
3.6. Comentários Finais...................................................................................................... 60
4. Proposição do Novo Protótipo Equipamento para Ensaio de Palheta Elétrico
baseado no Equipamento COPPE/UFPE/GROM ............................................................... 62
4.1. Considerações Preliminares ...................................................................................... 62
4.2. Sistema comum aos equipamentos sem fio e com cabo ...................................... 65
4.3. Sistema com cabo ....................................................................................................... 68
4.3.1. Transdutor de Torque ............................................................................ 68
4.3.2. Conexão Transdutor -Cabo Elétrico....................................................... 69
4.3.3. Sistema de Aquisição de Dados ............................................................ 69
4.4. Sistema Sem Fio.......................................................................................................... 70
4.4.1. Transdutor de Torque ............................................................................ 70
4.4.2. Sistema sem fio utilizado nesta dissertação .......................................... 71
4.5. Sistema de Calibração ................................................................................................ 72
5. Conclusões e Sugestões................................................................................................. 81
5.1. Conclusões ................................................................................................................... 81
5.2. Sugestões ..................................................................................................................... 82
Referências Bibliográficas....................................................................................................... 84
ANEXO I – Resultados de ensaio de palheta
ANEXO II: Transmissão de sinais no sistema sem fio, extraído e modificado de
tecnologias wireiess para automação industrial Lugli (INATEL) e sobrinho (DG
soluções e projetos industriais ltda.)
ANEXO III: Uma Contribuição do Grupo de Instrumentação do Laboratório de
Geotecnia Professor Jaques de Medina da COPPE/UFRJ na utilização de
extensômetros elétricos de resistência (strain gauges) para Análise Experimental de
Tensões e Desenvolvimento de Transdutores.
ix
Lista de Figuras
Capítulo 2
Figura 2. 1 – Palheta de seção retangular adotada praticamente como padrão.
adaptado por Coutinho et al., 2000, de Chandler, 1988. ............................................... 5
Figura 2. 2 – Gráfico torque x rotação obtido no ensaio de Palheta (Baroni, 2010) ....... 8
Figura 2. 3 – Gráfico Su x profundidade (de Ortigão e Collet, 1986) ............................. 8
Figura 2. 4 – Distribuição de tensões cisalhantes (Chandler,1988) ............................. 11
Figura 2. 5 – Tipos de palheta .................................................................................... 13
Figura 2. 6 – Resistência ao cisalhamento não drenada, extrapolada para espessura
da lâmina da palheta igual a zero (La Rochelle et al,1973) ......................................... 16
Figura 2. 7 – Efeito do tempo de espera entre a inserção e a rotação da palheta na
resistência não drenada medida (Torstensson,1977).................................................. 17
Figura 2. 8 – Influência do tempo entre a cravação e a rotação da palheta
(Almeida,1984; Almeida et al 1985) ............................................................................ 18
Figura 2. 9 – Detalhe do isolamento da haste da palheta ........................................... 19
Figura 2. 10 – Efeitos da velocidade de rotação para argilas de baixa plasticidade (Roy
e Leblanc,1988) .......................................................................................................... 20
Figura 2. 11–Efeitos da velocidade de rotação para argilas de alta plasticidade
(Tortensson,1977) ...................................................................................................... 21
Figura 2. 12 - Torque versus rotação angular, argila com presença de conchas, Baroni
(2010) ......................................................................................................................... 23
Figura 2. 13 - Torque versus rotação angular, argila ressecada, Baroni (2010) .......... 24
Capítulo 3
Figura 3. 1 - Classificação dos equipamentos para ensaios de palheta de campo
(Ortigão e Collet,1986)................................................................................................ 25
Figura 3. 2 – Equipamento Sem Perfuração Prévia (NBR10905) ................................ 27
Figura 3. 3 – Equipamento Com Perfuração Prévia (NBR10905) ............................... 28
Figura 3. 4 – Equipamento puramente mecânico com relógio analógico. Schnaid e
Odebrecht, (2012). ...................................................................................................... 29
Figura 3. 5 – Equipamento puramente mecânico com relógio comparador.
(Equipamento utilizado no Porto de Itaguaí). .............................................................. 29
Figura 3. 6 – Equipamento eletromecânico com transdutor elétrico de torque na
superfície. Schnaid e Odebrecht, (2012). .................................................................... 30
x
Figura 3. 7 – Equipamento eletromecânico com LVDT no lugar do relógio comparador.
Schnaid e Odebrecht, (2012). ..................................................................................... 31
Figura 3. 8 – Equipamento de Palheta Elétrico COPPE/UFPE/GROM ....................... 33
Figura 3. 9 – Principais componentes do equipamento COPPE/UFPE/GROM (Macedo,
2004.) ......................................................................................................................... 34
Figura 3. 10 – Sistema de fixação inicialmente utilizado (Nascimento 1998). ............. 35
Figura 3. 11 – Sistema de fixação possibilitando a realização de ensaios a partir de
0,50m da superfície do terreno, (Baroni, 2010). .......................................................... 36
Figura 3. 12 – Sistema de fixação possibilitando ensaios a partir de 0,50m da
superfície do terreno e sob lâmina d’água, Porto Suape. ............................................ 36
Figura 3. 13 – (A) Trava metálica; (B) Trava prendendo o tubo de extensão interno... 37
Figura 3. 14 – “Embeiçamento” da Rosca no Tubo de Extensão Externo ................... 38
Figura 3. 15 – (A): Sistema de Leitura utilizado por Nascimento (1998) e Crespo Neto
(2004); (B): Unidade de leitura Strain Meter Vishay .................................................... 39
Figura 3. 16 – Conector elétrico do cabo utilizado para inclinômetro adaptado para o
equipamento de palheta. ............................................................................................ 40
Figura 3. 17 - (A) Célula danificada com caraça de proteção; (B) célula de carga
danificada detalhe da caraça bipartida. ....................................................................... 40
Figura 3. 18 – (A) Unidade de torque sem motor; (B) unidade de torque com motor de
passo .......................................................................................................................... 41
Figura 3. 19 - (A) Sistema de fixação da haste da palheta ao transdutor (B)
Pinçamento da haste no transdutor ............................................................................ 42
Figura 3. 20 – (A) Vedação por oring entre o tubo de proteção e a haste da palheta; (B)
Solo entre a haste da palheta e o tubo de proteção desta. ......................................... 43
Figura 3. 21 – Solo dentro da cápsula (casco) de proteção geral do sistema de
medição de Torque ..................................................................................................... 44
Figura 3. 22 – (A) Sistema, cápsula de proteção do transdutor-rolamento de encosto e
apoio do conjunto; (B) Rolamento de Encosto Danificado .......................................... 45
Figura 3. 23 – Peças para proteção das roscas dos tubos de extensão externa e
interna. (A) – Conjunto desmontado; (B) – Tubo de extensão interna dentro do tubo de
extensão externa com o conjunto de proteção ............................................................ 46
Figura 3. 24 - Avião monomotor usado para transporte do equipamento .................... 51
Figura 3. 25 - Ensaio sendo realizado ......................................................................... 51
Figura 3. 26 - Vista da balsa ....................................................................................... 52
Figura 3. 27 - Ensaio em preparação .......................................................................... 53
Figura 3. 28 - Local do ensaio, margem do Canal do Fundão ..................................... 54
xi
Figura 3. 29 - Equipamento sendo transportado sobre a área de mangue com
vegetação ................................................................................................................... 55
Figura 3. 30 - Área de mangue sem vegetação com a maré baixa ............................. 55
Figura 3. 31 - Equipamento sendo preparado na área de mangue sem vegetação .... 56
Figura 3. 32 - Equipamento sendo introduzido no revestimento com o cabo de aço
adaptado com olhais - Represa Billings ...................................................................... 57
Figura 3. 33 - Equipamento pronto para o ensaio - Represa Billings........................... 57
Figura 3. 34 - Palheta Elétrico - Porto de Itaguaí ........................................................ 58
Figura 3. 35 – Equipamento sendo transportado para o ponto de ensaio ................... 58
Figura 3. 36 – Equipamento sendo preparado para ensaio ......................................... 59
Figura 3. 37 – Cravação do equipamento para ensaio ................................................ 59
Capítulo 4
Figura 4. 1 – Novos equipamentos propostos nesta dissertação ................................ 62
Figura 4. 2 – Equipamento com fio desmontado ......................................................... 63
Figura 4. 3 – Equipamento com fio montado............................................................... 63
Figura 4. 4 – Vista do equipamento com fio desmontado em zoom ............................ 64
Figura 4. 5 – Transdutor de torque e unidade de leitura encontrados no mercado
adaptáveis ao equipamento de palheta elétrico com medida de torque próximo a
palheta ........................................................................................................................ 65
Figura 4. 6 - Principais componentes do equipamento com fio ................................... 67
Figura 4. 7 – Peça adaptada para a estanqueidade dos tubos internos ...................... 67
Figura 4. 8 - Sistema sem fio de recepção e transmissão de sinal. ............................. 71
Figura 4. 9 - Transdutor com sistema de alimentação e transmissão sem fio. ............ 71
Figura 4. 10 – (A) Calibração da célula de torque para o intervalo de 0 a 0,010 kN.m,
(S u = 10 kPa); (B) Calibração da célula de torque para o intervalo de 0 a 0,050 kN.m,
(S u = 50 kPa) .............................................................................................................. 73
Figura 4. 11 - Resultados obtidos de uma calibração (adaptado de Schaap e
Zuidberg,1982, por Danziger,1990 de Jannuzzi,2009) ................................................ 74
Figura 4. 12 - Sistema horizontal de calibração utilizado para calibração do
equipamento de palheta COPPE (equipamento retirado da capsula de proteção) ...... 77
Figura 4. 13 - Novo sistema de calibração que permite a simulação da situação real de
ensaio ......................................................................................................................... 77
Figura 4. 14 – Calibração do sistema vertical com aplicação de pesos ....................... 79
Figura 4. 15 - Calibração sistema vertical com carregamento automático................... 79
xii
Lista de Tabelas
Capítulo 2
Tabela 2. 1 - Padrões adotados para o ensaio de palheta nas principais normas
internacionais (Crespo Neto, 2004)............................................................................... 6
Tabela 2. 2 - Equações de Su para diferentes distribuições de tensões - Dimensões da
palheta H=2D.............................................................................................................. 14
Tabela 2. 3 - Distribuição de tensões cisalhantes no ensaio de palheta em função dos
valores de a: ............................................................................................................... 15
Tabela 2. 4 - Consistência das argilas em função da resistência a compressão simples
(Souza Pinto, 2001 - Curso Básico de Mecânica dos Solos)....................................... 23
Capítulo 3
Tabela 3. 1 – Exemplo de campanhas realizadas com o equipamento da COPPE,
excluídos os trabalhos de dissertações e teses. ......................................................... 49
Capítulo 4
Tabela 4. 1 - Características dos transdutores de torque ............................................ 75
xiii
Lista de símbolos, siglas e abreviaturas
xiv
n – Configuração da distribuição de tensões na superfície horizontal
N – Newton
NBR – Norma Brasileira
NGF - Norsk Geotekniske Foreningen
NGI – Instituto Norueguês de Geotecnia
N spt – Standard Penetration test
NT – Nível do Terreno
OCR – Razão de pré-adensamento
Ohms – Unidade de Medida de Resistencia Elétrica
P – Peso
PD – Área de solo varrido durante a rotação da palheta
PE – Pernambuco
PMT – Pressiômetro de Mênard
PVC – Policloreto de Vinil
q c – Resistência a Penetração
R – Distância Radial do Centro do Círculo
RF – Rádio Frequência
RJ – Rio de Janeiro
RO – Rondônia
SGF - Svenska Geotekniska Foreningen
SM – Strain Meter
SP – São Paulo
S t – Índice de Sensibilidade
S u – Resistencia ao cisalhamento não drenado do solo indeformado
S ur – Resistencia ao cisalhamento não drenado do solo amolgado
T – Torque
UFPE – Universidade Federal do Pernambuco
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
UU – Ensaio não adensado e não drenado
VST - Vane Shear Test
VT - Vane Test
α - Relação entre a espessura da palheta e a circunferência gerada na base do
cilindro
µ- strain – Micro strain
xv
1. Introdução
1
São apresentadas duas versões para o novo equipamento, uma com um
sistema sem fio, na qual se elimina o cabo elétrico do sensor, e uma segunda versão
subdividida em duas, na primeira introduz-se um sistema de slipsrings, recurso que
possibilita a rotação da palheta sem a torção do cabo elétrico, utilizando-se um
transdutor de torque similar ao utilizado até então; e uma segunda opção utilizando-se
um transdutor de torque adquirido no mercado
Estas modificações são fruto da experiência do autor desta dissertação na
realização de ensaios de palheta com o equipamento da COPPE, juntamente com
seus companheiros de trabalho, ao longo de 15 (quinze) anos.
Cap. 1. Introdução
Cap. 2. Ensaio de Palheta: revisão bibliográfica
Cap. 3. Tipos de Equipamentos e suas principais características
Cap. 4. Proposição do Novo Protótipo de Equipamento para Ensaio de Palheta
Elétrico baseado no Equipamento COPPE/UFPE/GROM
Cap. 5. Conclusões
Cap. 6. Referências Bibliográficas
Anexos
I - Encontram-se os gráficos torque x rotação e S u x profundidade para cada
campanha de forma compilada.
II – Transmissão de Sinais no Sistema sem Fio (extraído e modificado de
Tecnologias Wireless para Automação industrial, Lugli-Inatel e Sobrinho, DG
Soluções e Projetos Industriais Ltda).
III - Uma contribuição do Grupo de Instrumentação do Laboratório de
Geotecnia da COPPE/UFRJ na utilização de extensômetros elétricos de
resistência (straingauges) para a Análise Experimental de Tensões e
Desenvolvimento de Transdutores.
2
2. Revisão bibliográfica
3
devendo resistir ao torque máximo que resiste o solo, devendo também ser
considerada indeformável em relação à massa de solo cisalhada durante o
ensaio;
• A influência da relação altura/diâmetro (H/D) da palheta na acurácia dos
resultados obtidos, quanto maior a relação menor o erro;
• A velocidade de rotação da palheta deveria ser tal que evitasse a dissipação
das poro-pressões geradas durante a cravação da palheta durante o ensaio,
mantendo assim a condição não drenada de cisalhamento.
4
torque através de um transdutor instalado a 50 cm do centro da palheta (Almeida,
1996; Nascimento, 1998; Coutinho et al, 2000; Oliveira, 2000; Crespo Neto, 2004;
Almeida e Marques, 2010). Este equipamento será abordado no capítulo 4.
A Tabela 2.1 apresenta os padrões adotados para o ensaio de palheta nas
principais normas internacionais (Crespo Neto, 2004).
5
Tabela 2. 1 - Padrões adotados para o ensaio de palheta nas principais normas internacionais (Crespo Neto, 2004)
Recomendações do
³ Parâmetros ASTM¹ BS² NGF³ SGF4 CEN5 NBR109056
NGI (offshore)
Retangular/hexagona
Geometria da palheta Retangular Retangular Retangular Retangular Retangular Retangular
l
Relação HD 2 2 2 2 2 2 2
Diâmetro da Palheta 40 – 100
38,1/50,8/63,5/92,1 50/75 55/65 40-100 40-100 50 e 65
(mm)
Espessura da Palheta 0,8 –
1,6 / 3,2 2,0 0,8 – 3,0 2 ± 0,2 0,8 -3,0
(mm) 3,0/média≤2,0
Diâmetro da hasta fina
12,7 13,0 12,0 < 14,0 ≤ 16,0 13 ± 1 ≤ 16,0
(mm)
Acurácia da unidade de 6 1 % da faixa (0 ± 0,5 % do ± 0,5 % do torque ±0,5% do torque 2% do torque ± 0,5 % do torque
± 1,20 kPa
leitura do torque a 700 Nm) fundo da escala aplicado aplicado máxima na calibração aplicado
Preferencialme Não especificado/
Preferencialmente Engrenagem/ Não especificado/
Aplicação de torque nte engrenagem Não especificado suave e engrenagem
engrenagem / motor motor suave e continuamente
/ motor continuamente
Razão da área < 12 % < 12 % < 12 % Não especificado Não especificado Não especificado < 12 %
Profundidade de 3 x diâmetro 5 x diâmetro do 5 x diâmetro do >0,5m e ≥ 4x 5 x diâmetro do furo
5 x diâmetro do furo 0,5 m
inserção do furo furo furo ou 0,5m diâmetro do furo ou 0,5 m
6 / min
Velocidade de rotação 6 / min 6 a 12 / min 12 / min Não especificado 6 a 12 / min ( 6± 0,6 ) min
Não especificado
Tempo ruptura 2 a 5 min 5 min 1 a 3 min 2 a 4 min Não especificado Não especificado
N. de rotação para o S u
10 6 25 20 ≥ 10 10 ≥ 10
amolgado
Tempo de espera para
Nenhum ou < 1 min 5 min < 5 min 2 a 5 min Não especificado < 5 min nenhum
o ensaio amolgado
Avanço entre ensaios 0,76 m 0,5m 0,5 a 1,0 m < 0,5m ≥ 0,5 m Não especificado ≥ 0,5 m
¹1986 Annual Book of ASTM Standards, Vol 04.08, Soil and Rock: Bulding Stories, American Society for Testing and Materiais, Philadelphia 1986. ²British Standart Code Practice for Site Investigation, BS 1377 and BS
5930; ³ Norsk Geotekniske Foreningen, "Velledning for Utforelse av Vingeboring," NGF Medling. No. 4, 1982; 4Svenska Geotekniska Foreningen, "Recommended Standard for Field Vane Shear Test," Report 2:
93E, 5 European Committee for Standardization, 6 Na referência consultada a unidade de medida utilizada foi kPa. Em se tratando de medida de torque o valor deveria ser expresso em N.m, "Eurocode 7 part 3:
Geotechnical desing assisted by field tests," NI65, Draft – 15 November 1995; 6 Solo – Ensaios de palheta in situ – Norma Brasileira, 1989.
6
• Imediatamente após a cravação (admite-se no máximo 5 minutos depois para a
maioria das normas e <1 para a ASTM), aplica-se um movimento rotacional e
de sentido horário à palheta registrando-se o torque resistente do solo até que
este atinja um valor máximo e decresça ou estabilize, devendo-se fazer pelo
menos mais cinco registros depois de atingido o valor máximo de torque. Este
valor de torque está correlacionado com a resistência ao cisalhamento do solo
segundo formulações que levam em conta a condição de contorno conforme se
apresentará adiante. O embasamento teórico das equações usadas é o
cisalhamento por torção da massa de solo que circunscreve a palheta
formando um cilindro vazado cujo diâmetro e altura correspondem ao diâmetro
e altura da palheta. O parâmetro de resistência ao cisalhamento obtido nesta
fase do ensaio corresponde ao estado indeformado do solo ensaiado neste
ponto;
• Após o término do ensaio na condição indeformada aplicam-se 10 (dez)
revoluções à palheta (giro no sentido horário de 3600º) no caso da Norma
Brasileira (NBR-10905/1989), os valores que variam de 6 (seis) a 20 (vinte)
revoluções para as demais normas e repete-se o ensaio, agora na condição
amolgada, obtendo-se (segundo a mesma formulação admitida para a fase
anterior do ensaio) a resistência ao cisalhamento do solo na condição
amolgada.
7
6
CM II_Su - 3,0m
5 CM II_Sur - 3,0m
4
Torque (N.m)
0
0 1 2 3 5 7 9 11 13 15 17
Rotação (°)
8
• Ensaio referencia para a determinação do valor de 𝑆𝑢 in situ, na condição
natural e amolgada e da sensibilidade da argila;
• Facilidade de execução e obtenção imediata dos parâmetros obtidos.
9
*A validação das hipóteses referentes à distribuição das tensões tem sido objeto de
investigações experimentais e numéricas desenvolvidas com o objetivo de validar o
uso da equação Eq.2.1 na determinação da resistência não drenada através do ensaio
de palheta. Donald et all (1977) apresentaram resultados de análises numéricas,
usando um programa de elementos finitos tridimensional para uma distribuição de
tensões em torno de um cilindro metálico cisalhado pela palheta inserida em um meio
elástico. Estes resultados foram experimentalmente confirmados por Menzies e
Merifield,1980 (Figura 2.4) para a argila de Londres, sendo possíveis as seguintes
conclusões:
Onde:
𝑆𝑢 =Resistência ao cisalhamento na condição não drenada, em “kPa”;
𝑀=Torque resistente do solo no momento da ruptura, em “kN.m”;
𝐷=Diâmetro da palheta, expresso em “m’.
10
Figura 2. 4 – Distribuição de tensões cisalhantes (Chandler,1988)
Wroth (1984), com base nestes trabalhos, considerando uma palheta de raio R
e altura H, concluiu que a distribuição de tensões cisalhantes nos planos horizontais
extremos – topo e base da superfície cilíndrica de ruptura – podia ser representada
pela Eq:
𝜏𝐻 𝑋 𝑛
= �𝑅 � (2.2)
𝜏𝑚𝐻
11
𝑀𝐻 = [(4. 𝜋. 𝜏𝑚𝐻 )⁄𝑛]. ∫ 𝑋 (𝑛+2) . 𝑑𝑋 (2.3)
𝑀 = 𝑀𝐻 + 𝑀𝑣 (2.5)
12
de maior plasticidade e as levemente pré-adensadas têm comportamento próximo de
isotrópico segundo a resistência não drenada (Ladd et al, 1977).
Alguns pesquisadores têm realizado o ensaio de palheta para a determinação
da anisotropia das argilas quanto à resistência não drenada utilizando palhetas com
adensadas valores de 𝑆𝑢𝑣 ⁄𝑆𝑢ℎ entre 1,5 e 2,0; e para argilas levemente pré-
adensadas 𝑆𝑢𝑣 ⁄𝑆𝑢ℎ próximo de 1,0. Este método, porém é muito dependente da
escolha da distribuição de tensões ao longo das superfícies horizontal e vertical de
ruptura. Wroth (1984), estudando argilas de Londres, observou que, para a palheta
retangular padrão (H=2D), 94% (noventa e quatro por cento) do valor de 𝑆𝑢
mobilizado provinha do plano vertical. Esta observação mostrou não fazer muito
sentido a metodologia utilizada por Aas no estudo de anisotropia do solo, posto que a
resistência dominante se dá no plano vertical.
13
condição não drenada, e qualquer relação 𝐻 ⁄𝐷 (altura /diâmetro) para palheta com 4
Isotrópico
0,86𝑀 0,88𝑀 0,89𝑀
𝑆𝑢 = 𝑆𝑢 = 𝑆𝑢 =
b=1 𝜋𝐷3 𝜋𝐷3 𝜋𝐷3
Anisotrópico 6 𝑀 7 𝑀 8 𝑀
𝑆𝑢𝐻 = 𝑆𝑢𝐻 = 𝑆𝑢𝐻 =
(6𝑏 + 1) 𝜋𝐷3 (7𝑏 + 1) 𝜋𝐷3 (8𝑏 + 1) 𝜋𝐷3
b≠1
2𝑀
𝑆𝑢 = 𝐷 (2.8)
𝜋𝐷2 �𝐻+ �
𝑎
14
Tabela 2. 3 - Distribuição de tensões cisalhantes no ensaio de palheta em função dos
valores de a:
3,0 uniforme
3,5 parabólica
4,0 triangular
2 𝐷
𝑀 = 𝑆𝑢𝑉 + 𝑆 (2.9)
𝜋𝐻𝐷 2 3𝐻 𝑢𝐻
15
2.4.1. Efeito da inserção da palheta no solo
16
2.4.2. Efeito do tempo de inserção da palheta no solo
17
Figura 2. 8 – Influência do tempo entre a cravação e a rotação da palheta
(Almeida,1984; Almeida et al 1985)
A haste da palheta deve estar isolada do solo que a circunscreve por um tubo
de proteção que permita a sua rotação livre de atrito, para que a medição do torque
resistente do solo se dê exclusivamente no perímetro da palheta. Este tubo deve
permanecer estacionário em relação à haste da palheta e atrito entre ambos. A não
18
observância destes detalhes pode gerar atritos adicionais ao equipamento,
mascarando o resultado do ensaio e de difícil mensuração (Figura 2.9).
19
velocidade de 6º/min que é hoje adotada nas principais normas internacionais.
Roy e Leblanc (1988) realizaram ensaios de palheta in situ em argilas
Canadenses de baixa plasticidade variando a velocidade de rotação da palheta
de 0,01º/min a 2º/min. Estes ensaios foram realizados com palhetas de
dimensões padronizadas e tempo de espera entre a cravação da palheta e
aplicação da rotação de um minuto, sendo a resistência não drenada medida
normalizada em relação à velocidade de 13,2º/min, sendo os resultados
apresentados na Figura 2.10
20
Figura 2. 11–Efeitos da velocidade de rotação para argilas de alta plasticidade
(Tortensson,1977)
21
Segundo Schnaid e Odebrecht (2012), pequenas quantidades de areia ou silte
na matriz argilosa, ou a ocorrência de lentes arenosas, pode promover um ganho de
resistência decorrente de drenagem parcial durante o tempo de rotação da palheta. A
ocorrência de conchas, raízes e partículas granulares pode dar origem a curvas
descontínuas, com a presença de patamares localizados, sem com isso comprometer
a qualidade do ensaio.
Schnaid e Odebrecht (2012) apresentam ainda algumas considerações de
caráter prático para a viabilidade da utilização e interpretação do ensaio de palheta in
situ, várias das quais o autor desta dissertação tem vivenciado ao longo de mais de
uma década de execução deste ensaio:
22
Tabela 2. 4 - Consistência das argilas em função da resistência a compressão simples
(Souza Pinto, 2001 - Curso Básico de Mecânica dos Solos)
Mole <25 a 50
Dura >400
16
14
12
10
Torque (N.m)
8 CM II_Su - 8,5m
CM II_Sur - 8,5m
6
0
0 1 2 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33
Rotação (°)
Figura 2. 12 - Torque versus rotação angular, argila com presença de conchas, Baroni
(2010)
23
25
CM II_Su - 0,5m
20 CM II_Sur - 0,5m
15
Torque (N.m)
10
0
0 1 2 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45
Rotação (°)
Além destes efeitos o próprio equipamento em si, como será visto no Capítulo
3, pode interferir na qualidade do ensaio.
24
3. Equipamentos de Palheta
25
corretamente a parcela de atrito, dada a grande dispersão nos resultados de
calibração da haste sem palheta (metodologia empregada para a avaliação do atrito
haste-solo), o que influencia em muito os resultados finais;
(b)-haste protegida e Palheta não protegida: Neste sistema a haste de torque é
protegida por um tubo (haste externa) e a palheta não é protegida. O conjunto é
cravado diretamente no solo até a profundidade de ensaio e o ensaio é realizado. Este
equipamento, desenvolvido pelo Laboratoire Central des Ponts et Chaussés
(Lemasson,1973), minimiza o efeito de atrito sobre a haste de torque.
(c) Palheta e hastes não protegidas com eliminador de atrito. Este tipo de
equipamento permite uma rotação de 45º das hastes antes que a palheta seja
acionada. Sendo assim, embora a palheta e a haste de torque não tenham proteção, o
dispositivo eliminador de atrito, possibilita a medida do atrito solo-haste de torque, que
depois será subtraído. Resumindo-se, o conjunto é cravado até a profundidade de
ensaio, a haste de torque gira 45º, o atrito é medido, a palheta é então acionada e o
ensaio realizado. Este equipamento é fabricado pela empresa Sueca Nilcon.
(d) Palheta e hastes protegidas. Neste tipo de equipamento as hastes de
aplicação de torque são totalmente protegidas do contato solo-haste, a palheta é
recolhida em uma sapata de proteção que a protege durante a cravação do
equipamento. A concepção original deste equipamento é de Cadling e Odenstad
(1950, portanto há mais de meio século). Neste sistema o equipamento é cravado
diretamente no solo até 0,50m acima da profundidade a ser ensaiada, a palheta é
então liberada e cravada até a profundidade de ensaio e o mesmo é realizado, sendo
o atrito praticamente nulo se comparado aos outros equipamentos.
Os trabalhos de Ortigão e Collet (1986), em Sarapuí–RJ, e Coutinho(1986), em
Juturnaíba–RJ, indicam, conforme esperado, que a importância do atrito será tanto
maior quanto menor for a resistência do solo, o que torna fundamental a eliminação do
atrito quando se trata de ensaios em solos muito moles.
A padronização do ensaio, é fundamental para mitigação dos efeitos de
utilização de equipamentos e procedimentos inadequados, pois assim abre-se a
possibilidade de compararmos resultados obtidos por diferentes pesquisadores.
Segundo Chandler (1988) há um considerável consenso internacional no que diz
respeito a muitos dos elementos essenciais do ensaio, tais como: geometria,
dimensões e velocidade de rotação da palheta, distância entre o início de cravação da
palheta e profundidade de realização do ensaio (Figura 2.1, Capítulo 2).
A Tabela 2.1 apresentou os procedimentos adotados pelas principais normas
internacionais incluindo a Norma Brasileira NBR 10905/89. Conforme pode-se
observar a NBR 10905/89 se coaduna em geral com a maioria das especificações
26
internacionais. Entretanto a NBR 10905/89 não especifica a razão de área (razão entre
a área da seção transversal da palheta e a área do círculo que circunscreve a mesma
durante a rotação), e assim como o avanço mínimo (distância) entre ensaios, fatores
que influenciam os resultados de S u .
A NBR-10905/89 classifica o equipamento para realização do ensaio de
palheta sem perfuração prévia como de tipo A e com perfuração prévia como de tipo B
(Figuras 3.2 e 3.3). Cabe ressaltar que o equipamento tipo A pode ser aplicado
também com perfuração prévia, similarmente ao de tipo B, o contrário, no entanto não
é admissível.
27
Figura 3. 3 – Equipamento Com Perfuração Prévia (NBR10905)
28
torque realizada visualmente em sistema tipo relógio analógico (Figuras 3.4 e 3.5).
Estes equipamentos são muito suscetíveis a erros do operador.
Relógio
analógico
Relógio
comparador
29
3.2.2. Equipamentos eletromecânicos
Transdutor
elétrico de
Torque
30
LVDT
31
3.3. Comparação entre equipamentos mecânicos e os eletromecânicos
32
Figura 3. 8 – Equipamento de Palheta Elétrico COPPE/UFPE/GROM
1- Unidade de Torque;
2- Tubos Metálicos Externos para cravação do equipamento até as profundidades
de ensaio e fixação da unidade de torque;
3- Tubos Metálicos Internos para transmissão da rotação à palheta, estes sujeitos
à rotação elástica;
4- Cápsula (chamada de casco) com sapata de proteção da palheta;
33
5- Conjunto formado por: Cápsula de proteção do transdutor elétrico de torque e
rolamento de encosto / tubo de proteção da haste da palheta e haste fina com
a palheta;
6- Cápsula de travamento da palheta.
34
3.4.1. Sistema de fixação do equipamento na superfície
35
Figura 3. 11 – Sistema de fixação possibilitando a realização de ensaios a partir de
0,50m da superfície do terreno, (Baroni, 2010).
36
3.4.2. Sistema de travamento
Trava
Metálica
inserida
no tubo
Figura 3. 13 – (A) Trava metálica; (B) Trava prendendo o tubo de extensão interno.
37
(A) (B)
“Embeiçamento”
do tubo
(A) Tudo de extensão externo normal (B) Tudo de extensão externo com
“embeiçamento”)
Vários sistemas têm sido utilizados na COPPE para a aquisição das leituras;(a)
automatizado permitindo a aquisição contínua dos dados durante o ensaio
(Nascimento 1998, Crespo Neto, 2004) (Fig. 3.15a); leitura manual através de Strain
Meter Vishay (Fig. 3.15b) neste caso com duas alternativas; balanço de ponte de
Wheatstone realizada por acionamento manual do dial de equilíbrio (Macedo, 2004);
com balanceamento automático (Januzzi, 2009; Baroni, 2010; demais ensaios
apresentados nesta dissertação).
Os sistemas automáticos utilizados por Nascimento e Crespo Neto exigiam o
uso de gerador para a alimentação da fonte de tensão do transdutor de torque e do
sistema, sendo também todo o sistema muito robusto para transporte. O Strain Meter
(SM) é alimentado por pilhas, tem elevada autonomia e é compacto e leve, sendo
muito prático seu manuseio e transporte. Além destas características, pode ainda ser
utilizado para a aquisição de dados nos mais diversos tipos de transdutores à base de
straingauges ligados em sistema de ponte de Wheatstone.
Na utilização do Strain Meter (SM) por dois ou mais operadores em paralelo é
fundamental que haja comunicação entre os mesmos para que os botões do
equipamento não sejam mexidos, o que pode causar erros significativos,
principalmente por mudança de sensibilidade e mudança no zero do transdutor.
38
Observou-se também que com o uso do SM a leitura estabilizava-se rapidamente, não
sendo mais necessário o tempo mínimo de 10 minutos, recomendados quando se
utiliza alimentação do transdutor com fonte de corrente contínua de 12volts (Crespo
Neto, 2004). O sistema SM mostrou-se também muito estável em operação próxima
às fontes de ruído (motor de passo e outros), conforme observado por Jannuzzi
(2009).
(A) (B)
Figura 3. 15 – (A): Sistema de Leitura utilizado por Nascimento (1998) e Crespo Neto
(2004); (B): Unidade de leitura Strain Meter Vishay
39
resolveu os problemas de torção e impermeabilidade geral do sistema cabo/transdutor.
A deficiência de estanqueidade tem causado danos a vários transdutores de torque ao
longo do tempo (Figura 3.17).
Figura 3. 17 - (A) Célula danificada com caraça de proteção; (B) célula de carga
danificada detalhe da caraça bipartida.
40
• O motor de passo, que é o utilizado até hoje, mantém a velocidade constante
para velocidades ≤ 7,5º/min, mas não as mantém para outras superiores a
esta;
• Não há diferença sensível no valor de S u obtido no ensaio realizado com motor
de passo ou por aplicação manual da velocidade na unidade de torque.
(A) (B)
Figura 3. 18 – (A) Unidade de torque sem motor; (B) unidade de torque com motor de
passo
41
3.4.6. Sistema cápsula de proteção do transdutor elétrico de torque/
rolamento de encosto / tubo de proteção da haste da palheta
(A)
(B)
42
• ≤ 13,00mm
Tubo de proteção da haste da palheta e haste fina da palheta ( ±
1,00mm pela norma). Para evitar a entrada de material entre o tubo de
proteção da haste da palheta e a haste fina são instalados dois o-rings
próximos ao contato haste-palheta, entre o tubo de proteção e a haste fina da
palheta, Figura 3.20(A). Este sistema de vedação não tem se mostrado eficaz e
observa-se no mesmo a entrada de material (Figura 3.20 (B) mostrar haste
cheia de solo), o que pode redundar em atritos não computados na medição.
Isto pode ser particularmente importante quando se passa de uma camada
mais resistente para uma menos resistente, principalmente se a camada
anterior for constituída por material arenoso ou pequenos fragmentos de
conchas, que poderia maximizar este efeito.
(A)
Haste da Solo
Palheta
Figura 3. 20 – (A) Vedação por oring entre o tubo de proteção e a haste da palheta; (B)
Solo entre a haste da palheta e o tubo de proteção desta.
43
3.4.7. Cápsula de proteção geral do equipamento (casco)
44
(A)
(B)
45
3.4.9. Translado e proteção das Hastes
(A) (B)
Figura 3. 23 – Peças para proteção das roscas dos tubos de extensão externa e
interna. (A) – Conjunto desmontado; (B) – Tubo de extensão interna dentro do tubo de
extensão externa com o conjunto de proteção
46
• Verificar se todos os tubos de extensão estão com as roscas perfeitas e se
encaixam entre si sem deixar folgas. As roscas devem estar sempre
engraxadas e protegidas. Separar a quantidade mínima de tubos
necessária para atingir a profundidade máxima desejada, acrescentando-
se 20% para eventuais danos no campo;
• Acondicionar adequadamente o equipamento para o translado até o
campo, de tal modo que o mesmo não sofra avarias durante o transporte.
47
Ressalta-se ainda que a calibração deve ser refeita caso a faixa de valores
de S u encontrados no campo sejam diferentes da faixa de valores
adotados na calibração realizada anteriormente aos ensaios.
48
Após cada vertical ensaiada todo o equipamento é checado, com ênfase para o
sensor de torque a fim de se avaliar qualquer anomalia que possa comprometer a
confiabilidade dos resultados obtidos.
CTE* (K N /µstrain)
OBRA LOCAL dos DATA
TRANSDUTORES
RECREIO DOS
a 1,21X10-5 15 a 16/09/2006
LIFE-RECREIO 2 campanha BANDEIRANTES – RJ
a
LIFE-RECREIO 3
RECREIO DOS
2,3X10-5 9/02/2007
BANDEIRANTES – RJ
Campanha
16/10 a
COMPERJ ITABORAÍ – RJ 1,07X10-5
22/11/2007
LAGOA RODRIGO DE
RIO DE JANEIRO – RJ 3,77X10-5 16 a 29/10/2010
FREITAS
49
Tabela 3. 1 - Continuação
TRANSOESTE BARRA DE GUARATIBA – RJ 3,66X10-5 26 a 27/04/2011
11/10/2011 a
ILHA PURA VILA OLÍMPICA BARRA DA TIJUCA – RJ 3,70X10-5
7/01/2012
RECREIO DOS
CALPER 2,45X10-5 25 a 26/07/2012
BANDEIRANTES – RJ
RECREIO DOS
JOÃO FORTES LOTES 5 E 6 1,17X10-5 18 a 22/10/2012
BANDEIRANTES – RJ
9,93x10-6 e
PORTO SUAPE RECIFE - PE 3 a 25/08/2014
!,17X10-5
Barcelos – AM
Ensaio realizado às margens do Rio Negro, área que seria o Porto Fluvial de
Barcelos – AM.
Nesta campanha as peculiaridades foram a distância e o transporte para
atravessar parte da floresta amazônica, passando sobre as Ilhas Anavilhanas. Foram
utilizadas duas aeronaves de pequeno porte (monomotor), sendo uma transportando o
equipamento e outra a equipe, Figura 3.24. Ao se chegar lá foi modificado o ponto dos
ensaios, acarretando na diminuição dos mesmos previstos – perspectiva de cinco
verticais, só podendo ser feitos ensaios nas profundidades de 0,50, 1,00 e 1,50 metros
em uma vertical, Figura 3.25.
50
Porto do Cai n’Água, Porto Velho –RO
Ensaio realizado às margens do Rio Madeira.
Nesta campanha além da distância, o perfil geotécnico local demandou que
fossem realizadas lavagens prévias do furo para a maioria dos ensaios, dada a
impossibilidade de cravação direta do equipamento em função do elevado atrito
gerado entre a cápsula metálica e o solo.
51
Praia de Sepetiba – RJ
Região sujeita a variações de maré nos pontos de ensaio (duas verticais) e
com risco de perda da balsa por ação de ventos e da própria oscilação de maré nos
obrigou a uma difícil logística descrita a seguir:
Um barco maior ficava ancorado a aproximadamente 500 metros da beira da
praia e outro barco, tipo bote pequeno, transportava a equipe e o equipamento e
levava para o barco que então levava para a balsa (Figura 3.26) situada no ponto de
ensaio. Este barco deixava a equipe e o equipamento neste ponto e retornava para
terra antes que a maré baixasse e o mesmo encalhasse.
A equipe tinha então que aproveitar a baixa de maré até que a balsa ficasse
assente ao solo, evitando assim perturbações no ensaio por conta de movimentações
da balsa, e realizar o ensaio de tal modo que este terminasse em torno de meia hora
antes do retorno do barco maior, tempo necessário para que o equipamento fosse
recolhido e todos conseguissem voltar a terra. Durante o período de realização do
ensaio e espera do barco (o que poderia durar quatro horas ou mais) não se tinha
possibilidade de saída do local. Esta logística impôs que, em um determinado dia,
partíssemos para um dos pontos de ensaio às três horas da manhã e só
retornássemos para terra por volta das quatorze horas, Figura 3.27.
52
Figura 3. 27 - Ensaio em preparação
Canal do Fundão - RJ
Também suscetível às oscilações de maré, não havia possibilidade da
instalação de uma balsa e/ou plataforma para a realização do ensaio na margem do
canal conforme ilustrado na Figura 3.28. Havia também movimentações de máquinas
próximas ao ponto de ensaio, e por não se dispor de local adequado para a guarda do
equipamento (hastes etc..), foi necessário compatibilizar a realização do ensaio de tal
modo que o mesmo ocorresse no momento em que não houvesse movimentações
que perturbassem as leituras e em que a maré estivesse baixa, além do apoio de uma
Kombi que serviu de guarda para o equipamento e abrigo para a realização de leituras
no caso de chuva, tendo-se ainda que conviver com grande quantidade de poluição
existente no canal.
53
Figura 3. 28 - Local do ensaio, margem do Canal do Fundão
Porto de Suape - PE
Nesta campanha havia pontos de ensaios em áreas de mangue, algumas com
vegetação e outras sem, ambas suscetíveis às oscilações de maré. Os da área sem
vegetação tiveram logística similar aos ensaios da Praia de Sepetiba, com a diferença
de que o deslocamento até os pontos de ensaio se dava em uma pequena lancha e os
horários de entrada e saída da área variavam dia a dia. Na área de mangue com
vegetação o acesso aos pontos de ensaio (Figuras 3.29 e 3.30) era feito em
plataformas de madeira sobre o mangue, tendo a equipe que utilizar uniformes de
borracha para andar nas referidas plataformas e com extremo cuidado para não
escorregar e cair na lama do mangue. Mesmo na área sem vegetação alguns ensaios
necessitaram de lavagem prévia do furo para permitir que o equipamento fosse
cravado no solo. A necessidade de lavagem prévia do furo (conforme descrito em
procedimentos para a realização do ensaio) em profundidades superiores a dez
metros torna a operação muito trabalhosa, particularmente quando não se consegue
após a primeira lavagem realizar os demais ensaios subsequentes, o que nesta
campanha ocorreu algumas vezes. A Figura 3.31 apresenta o equipamento sendo
montado sobre balsa em área sem vegetação.
54
Figura 3. 29 - Equipamento sendo transportado sobre a área de mangue com
vegetação
55
Figura 3. 31 - Equipamento sendo preparado na área de mangue sem vegetação
56
Figura 3. 32 - Equipamento sendo introduzido no revestimento com o cabo de aço
adaptado com olhais - Represa Billings
57
Figura 3. 34 - Palheta Elétrico - Porto de Itaguaí
58
Figura 3. 36 – Equipamento sendo preparado para ensaio
59
3.6. Comentários Finais
60
operação de acréscimos de tubos de extensão para se atingir as profundidades
de ensaio pré-estabelecidas;
• Introdução de um sistema sem fio para medição do torque resistente do solo e
da força de cravação/rotação da palheta, eliminando-se o cabo elétrico e
melhorando substancialmente a operacionalidade do ensaio.
61
4. Proposição do Novo Protótipo Equipamento
para Ensaio de Palheta Elétrico baseado no
Equipamento COPPE/UFPE/GROM
Conjunto com
fio
Parte Comum aos
dois equipamentos
Conjunto sem
fio
62
Figura 4. 2 – Equipamento com fio desmontado
63
Transdutor
Slip Ring
64
fase amolgada. No equipamento atual o cabo tem que ser desconectado da
unidade de leitura para aplicação das revoluções de deformação do solo.
65
• O tubo de proteção da haste da palheta e a base de apoio dos tubos internos
de extensão formam agora uma peça única, evitando-se desta forma a
possibilidade de entrada de material entre ambos;
• Os o-rings instalados entre o tubo de proteção da haste da palheta e a haste
da palheta, localizados próximo ao ponto de união palheta-haste, os quais não
se apresentavam eficientes em relação à entrada de material no interior do
tubo de proteção, foram substituídos por dois rolamentos axiais instalados no
topo e base do tubo de proteção, e o tubo preenchido com uma graxa especial
para rolamento (a utilização de graxa entre o tubo de proteção e a haste da
palheta é indicado pela NBR10905,ABNT), buscando-se manter a verticalidade
da haste da palheta e evitar a penetração de material no interior do tubo de
proteção;
• O sistema de apoio dos tubos internos de extensão, além de um rolamento de
encosto com esferas protegidas por material não corrosivo, recebeu um
segundo rolamento instalado imediatamente abaixo da cápsula de proteção do
transdutor de torque, o qual está ligado à haste da palheta isolado por o-rings
instalados entre o eixo interno central do rolamento e a haste da palheta,
possibilitando que esta gire livremente sem que haja a entrada de água e
outros elementos danosos no interior da cápsula do transdutor. O sistema
haste de extensão interna-cápsula de proteção do transdutor apoia-se neste
rolamento que por sua vez se apoia no rolamento de encosto, sendo o sistema
preenchido com o mesmo tipo de graxa utilizado no interior do tubo de
proteção da haste da palheta e vedado por uma tampa conectada com a base
de apoio;
• Para assegurar-se a rotação apenas da haste da palheta durante o ensaio,
foram instaladas duas guias laterais no interior da cápsula de proteção geral do
equipamento (casco), simetricamente dispostas e ortogonais aos extremos
superior e inferior da cápsula, através das quais corre a base do sistema de
apoio dos tubos internos de extensão.Com isso busca-se também assegurar-
se a verticalidade da cravação da palheta para a realização do ensaio;
• Para que a estanqueidade do sistema transdutor-cabo elétrico seja assegurada
ao longo do tempo e a manutenção do sistema seja facilitada, deve-se certificar
que, além do perfeito isolamento entre cabo e transdutor, preferencialmente
não haja acesso de água ao interior do tubo de extensão interno no qual corre
o cabo elétrico, principalmente em presença de água salgada, cujos efeitos
corrosivos são mais acentuados. No caso do sistema sem fio a água é também
um obstáculo à transmissão do sinal elétrico.
66
A Figura 4.6 apresenta os principais componentes do equipamento com fio
67
4.3. Sistema com cabo
68
4.3.2. Conexão Transdutor -Cabo Elétrico
69
110/220 volts existem conversores alimentados por bateria de carro que podem ser
utilizados.
70
Figura 4. 8 - Sistema sem fio de recepção e transmissão de sinal.
71
- Distância de transmissão do sinal de saída dos sensores igual a 30 metros;
- Transdutor de torque/compressão-tração (situado a 0,50m da palheta)
alimentado com duas baterias de 5 volts e corrente contínua, o sinal é
amplificado e passa por um conversor analógico-digital (A/D) sendo então
enviado por rádio frequência (RF) até a base (que fica na superfície).A base
recebe o sinal já digitalizado e o envia a um microcomputador portátil
(notebook), onde um aplicativo os lê e aplica os fatores de calibração, em
seguida os dados são exibidos.
- O envio dos dados é feito em pacotes digitais, com algoritmo de verificação
de pacotes. No caso de enfraquecimento de sinal ou forte ruído, os pacotes
com dados incorretos serão descartados. Diferente de um rádio AM ou FM,
onde é possível perceber a entrada de ruído ou enfraquecimento de sinal,
neste sistema ou existe a comunicação ou não existe. Quando o sinal torna-se
fraco, os pacotes passam a ser rejeitados e simplesmente deixa de existir a
comunicação, sem qualquer sinal de ruído ou dados incorretos.
72
Na área de Geotecnia da COPPE/UFRJ tem-se adotado, como prática para o
palheta elétrico, calibrar o sensor para a faixa de torque que se espera no campo,
observa-se que a constante de calibração varia para diferentes faixas de
carregamento, mantendo porém, as características adequadas de linearidade e
repetibilidade. As Figuras 4.10 (A e B) mostram as calibrações realizadas para ensaio
no Porto de Itaguaí-RJ. Esta variação deve-se à sensibilidade do sensor e a uma não
linearidade (mesmo que pequena) intrínsica aos sistemas a base de straingauges (que
é o caso), tem-se uma estagnação na transmissão da deformação da estrutura
metálica para o straingauge pela cola, que será tanto menor quanto maior for o
incremento de carga.
(A)
(B)
74
Tabela 4. 1 - Características dos transdutores de torque
*Efeito da +- +-
- -
temperatura no zero 0,009/Co 0,005/Co
*Não retorno ao
5,0 - 0,1 a 0,4 0,3
zero
30(capacidade 30(capacidade
Torque aplicado em
- - do do
(Nm)
sensor,60Nm) sensor,50Nm)
Coeficiente de
- - 1,00 0,998
correlação
Erro da estimativa
- - 0,60 a 0,78 0,56
padrão em (Nm)
75
Onde:
T=Torque em kN.m
P=Peso em kN
R=Distância do centro de aplicação do peso ao centro do sensor elétrico (raio
de disco torque)=0,10m.
76
Figura 4. 12 - Sistema horizontal de calibração utilizado para calibração do
equipamento de palheta COPPE (equipamento retirado da capsula de proteção)
77
A. Caixa de engrenagem e motor de passo que permite imprimir a velocidade de
rotação padronizada e constante de 6º /min à palheta;
B. Unidade de leitura (neste caso Strain Meter) e bateria utilizada como fonte de
alimentação do motor de passo;
C. Transdutor de torque, instalado abaixo da sapata onde a palheta é inserida
para a calibração;
D. Inserção da palheta para a aplicação de torque e realização da calibração;
E. Neste Sistema é possível a calibração através de pesos similarmente ao
sistema horizontal (só que na vertical) ou com a utilização do conjunto caixa de
engrenagem/motor de passo simulando a condição real de ensaio em ambos
os casos é realizada a ciclagem prévia e com o equipamento completo;
F. Para a realização da calibração com a aplicação do torque a partir da
colocação de pesos, a garra que prende o sistema de aplicação de torque –
caixa de engrenagem/motor de passo á haste interno é liberada e o torque é
aplicado à haste através do disco de torque e pesos de maneira similar ao
sistema horizontal, sendo que calibra-se o equipamento completo ,aplicando-se
o torque através dos pesos no tubo de extensão interno. Na calibração com o
sistema vertical com a aplicação automática do torque a garra prende a haste
interna (tubo de extensão interno) e o torque é aplicado pelo conjunto caixa de
engrenagem/motor de passo simulando a realização do ensaio com a
velocidade padrão de 6º /min;
G. Nas Figuras 4.13 e 4.14 apresentam-se os Resultados de uma Calibração
realizada no Sistema Vertical com Pesos e com o Sistema Automático.
78
Figura 4. 14 – Calibração do sistema vertical com aplicação de pesos
79
provavelmente se devem a atritos internos no equipamento e no disco de torque o que
poderá ser mensurado com a adição do novo transdutor de torque entre o tubo de
extensão interno e o disco de torque. A qualidade da calibração e do transdutor deve
levar em conta necessariamente a confiabilidade do equipamento (sistema) de
calibração e o atendimento aos padrões de repetibilidade, linearidade, histerese, erro
padrão da estimativa, não retorno ao zero e acurácia exigidos para o transdutor. Um
bom coeficiente de correlação por si só não determina a qualidade do transdutor.
80
5. Conclusões e Sugestões
5.1. Conclusões
81
cinco minutos). Além disso o cabo poderá ser previamente passado pelo
interior de todos os tubos internos necessários a atingir-se a máxima
profundidade determinada para cada vertical, facilitando substancialmente o
processo de avanço do equipamento da superfície do terreno até a
profundidade final de ensaio, reduzindo o tempo nessa operação. O uso do
sistema de medição sem fio poderá tornar essa operação mais eficiente, uma
vez que não haverá necessidade da passagem de cabo algum através dos
tubos internos de extensão.
• A medida do esforço de cravação da palheta que será feito com o transdutor de
torque instrumentado para medir também tração/compressão, que deverá ser
feita de forma continua com sistema de medição automático durante a
cravação e retirada da palheta. Além de proporcionar o controle do momento
de reentrada da palheta na sapata de proteção, possibilitará uma avaliação da
existência de possíveis lentes de areia e/ou outro material existente na
espessura ensaiada. Para isso o transdutor de torque deverá ser calibrado
para a medição de torque e tração/compressão, dentro da faixa de valores
esperados no campo.
• A confecção da estrutura da mesa de torque em duralumínio, permitiu a
redução do peso total desta em 30% o que reduz na mesma proporção o
esforço dos operadores no manuseio do conjunto mesa de torque/motor de
passo.
• O novo sistema de calibração proposto (Figura 4.13), esta sofrendo
modificações para melhor aferição do torque aplicado e para possibilitar a
calibração para compressão/tração do transdutor, permite a simulação da
condição real de ensaio, possibilita mensurar-se efeitos parasitas não
detectados no procedimento usual de calibração o que proporcionará valores
de calibração mais acurados.
5.2. Sugestões
82
que todos os ensaios realizados até então foram com a cravação manual do
equipamento ou com a realização de lavagem por equipamento de sondagem
SPT e equipamentos pesados podem ocasionar o amolgamento no material
superficial em solos muito moles.
• Avaliar a possibilidade de mudança na redução da caixa de engrenagem
(atualmente com 1/7200) buscando-se adaptar um novo motor de passo (ou
servo motor) que permita a realização do amolgamento do solo sem
necessidade de desmobilização do ensaio, permitindo assim que o ensaio na
fase amolgada seja realizado imediatamente após o término do ensaio na fase
indeformada.
• Realizar calibrações com equipamento da COPPE/UFRJ e com os novos
protótipos, utilizando-se o atual e o novo sistema de calibração, comparando-se
os resultados, avaliando-se os parâmetros apresentados na Tabela 4.1.
• Realização de ensaios na área da Sarapuí – RJ II, com os equipamentos
COPPE/UFRJ, novos protótipos e com outros equipamentos, comparando-se
resultados obtidos buscando-se uma análise criteriosa da eficiência de cada
um.
83
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90
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contribuição de Pacheco silva e Considerações da Resistência não Drenada das
Argilas” .Revista Solos e Rochas,Vol.15, Nº 72,pp.49-87.
91
ANEXO I – Resultados de ensaio de palheta
92
Introdução
93
Torque versus rotação: Ensaios em solos intactos naturais devem resultar em
ângulos de rotação moderados para valores de pico.. Baroni (2010) realizou 44
ensaios de palheta em três diferentes depósitos de argilas moles na Barra da Tijuca,
RJ, observando uma variação de rotação para atingir o torque máximo do solo entre 5°
e 25°, sendo 16° o ângulo de rotação máximo. Baroni (2010) apresenta também em
alguns pontos de ensaios rotações elevadas (máximo de 56°), sendo esse aumento de
resistência atribuído à existência de camadas de turfas, ou ensaios realizados com
presença de areia.
94
Quando se realizam ensaios em pequenas profundidades em locais com
vegetação ou até mesmo em turfas, é preciso atentar para a interferência da parcela
de resistência das raízes ou materiais orgânicos na resistência total do ensaio.
95
mesmo depósito, o solo rompeu em tempos inferiores a 5,5 minutos. Isso demostra
novamente que em um mesmo depósito é possível obter curvas com características
diferentes.
96
ALCÂNTARA
97
CANAL DO CUNHA
98
COMPERJ
99
PORTO DE ITAJAÍ
100
RESIDENCIAL LIFE – SEGUNDA CAMPANHA
102
SANTA CRUZ
103
TKSA – SANTA CRUZ
104
TSKA – 2
105
VT13
106
VT14
107
VT15
108
VT16
109
VT18
110
GRÁFICOS DE ROTAÇÃO PARA O TORQUE MÁXIMO X SU
111
Figura AI 30 – Tempo para a obtenção do Su em todas as campanhas
112
ANEXO II: Transmissão de sinais no sistema sem fio,
extraído e modificado de tecnologias wireiess para
automação industrial Lugli (INATEL) e sobrinho (DG
soluções e projetos industriais ltda.)
113
A comunicação sem fio já é utilizada há mais de 30 anos em ambientes
industriais, para controle de veículos guiados automaticamente e guindastes em
armazéns onde rádios são utilizados para a obtenção de um controle flexível dos
dispositivos móveis.
A idéia de comunicação sem fio surgiu em meados do século XIX e a partir de
uma série de descobertas e avanços científicos, chegou-se a definição da tecnologia
Wireless, possibilitando inúmeras aplicações e soluções.
Como principais descobertas relacionadas à transmissão sem fio pode-se citar
a seguintes:
114
Tipos de Redes Sem Fio
115
Protocolos de Redes sem Fio
116
mestre e o(s) dispositivo(s) escravos existentes na rede, utilizando slots
previamente livres. Ao contrário do SCO, o ACL permite o re-envio de pacotes
de dados perdidos, garantindo a integridade das informações trocadas entre
os dispositivos. A velocidade de transmissão é de 721 Kb/s.
Zig Bee: O protocolo (IEEE 802.15.4) foi desenvolvido pela Zig Bee Alliance.
Trata-se de uma tecnologia relativamente simples, que utiliza um protocolo de
pacotes de dados com características específicas, sendo projetado para
oferecer flexibilidade quanto aos tipos de dispositivos que pode controlar. O
Zig Bee permite comunicações robustas e opera na frequência ISM (Industrial
Scientific and Medical) de 868 MHz (1 canal), 915 MHz (10 canais) e 2,4 GHz
(16 canais), não requerendo licença para funcionamento. Oferece uma boa
imunidade a interferências e tem capacidade de hospedar milhares de
dispositivos (mais de 65000) numa rede, com taxas de transferência de dados
variando entre 20Kbps a 250Kbps.
Atualmente é possível encontrar no mercado diversos módulos padrão Zig
Bee, desenvolvidos para economizar o máximo de energia, sendo aplicados
em sensores remotos, alimentados com pilhas ou baterias comuns com
durabilidade de meses ou mesmo anos. Isto ocorre porque os módulos Zig
Bee, quando não estão em operação, entram num estado de dormência
(sleep) consumindo o mínimo de energia.
Para garantir a interoperabilidade e a padronização entre fabricantes o IEEE
definiu que uma rede Zig Bee é constituída por dois tipos de dispositivos, o
primeiro deles é o FFD (Full Function Device) que pode ser um coordenador
ou um roteador de rede, ambos possuem as mesmas características físicas e
funções. O segundo dispositivo envolvido em uma rede Zig Bee é o RDF
(Reduced Funcion Device), que é um dispositivo de construção mais simples
que os FFD, não atuando como coordenador ou roteador da rede, sendo que
se comunica somente com um coordenador ou roteador de rede ao qual está
associado, e é conhecido como escravo. Os RFDs são mais baratos que os
FFDS, pois não precisam armazenar informações de roteamento e
consequentemente necessitam de menos memória.
117
A Wireless Hart foi desenvolvida pela Hart Communication Foundation,
trabalha na frequência de 2,4 Ghz e busca atender às necessidades
exclusivas das redes sem fio que operam em plantas de processos
industriais, convivendo com a presença de interferências, graças à tecnologia,
como as redes mesh, canal de salto e sincronização de mensagens,
garantindo a coexistência com outras redes sem fio. Proporciona segurança e
privacidade para comunicação de rede por meio de criptografia, de
verificação, autenticação e gerenciamento de chaves.
ISA 100: O ISA 100 é um padrão de rede sem fio, industrial, desenvolvido
pela comissão da SP100 (estabelecida em 2005) da ISA (International Society
of Automation). O padrão foi desenvolvido especificamente para o ambiente
industrial, suportando os protocolos: Hart, Profibus, CIP- Common Industrial
Protocol e Foundation Fieldbus no topo da sua camada de aplicação.
Em 2011, o Sistema Wireless para Automação Industrial, nas áreas de
controle de processos e aplicações relacionadas, foi aprovado pela Comissão
Eletrotécnica Internacional (IEC) como uma especificação disponível
publicamente. Ficou definido como o primeiro padrão industrial sem fio
desenvolvido com a participação direta do usuário final. A ISA-100.11a-2011
foi desenvolvido para monitoramento não crítico, alertando controle,
supervisão, controle de circuito aberto e aplicações de controle em malha
fechada.
118
Tabela AII 1. Resumo do desempenho dos protocolos de redes sem fio.
119
ANEXO III: Uma Contribuição do Grupo de Instrumentação
do Laboratório de Geotecnia Professor Jaques de Medina
da COPPE/UFRJ na utilização de extensômetros elétricos
de resistência (strain gauges) para Análise Experimental de
Tensões e Desenvolvimento de Transdutores.
120
O primeiro trabalho da Área de Geotecnia da COPPE na utilização de
extensômetros elétricos de resistência (strain gauges) data de 1983, apresentado por
Fusaro em sua Dissertação de Mestrado. Neste trabalho o autor apresentou células de
carga desenvolvidas para monitoramento das cargas atuantes no escoramento de
paredes diafragmas utilizadas para as escavações do metrô do Rio de Janeiro.
Posteriormente, no ano de 1986, sob a coordenação do professor Márcio de Souza
Soares de Almeida foi criado o Núcleo de Manutenção e Desenvolvimento de
Instrumentos e Equipamentos Geotécnicos do Laboratório de Geotecnia (NDEI)
através do projeto FIPEC (FUNDAÇÃO COPPETEC ET 15260). Este projeto tinha
como objetivo a instrumentação e automatização de ensaios de cisalhamento de
solos, para o qual o laboratório foi dotado de uma oficina mecânica e um setor de
eletrônica. Ao longo de sua existência e em articulação, quando necessário, com
outros setores da COPPE, o grupo tem desenvolvido transdutores para uso em
laboratório e trabalhos in situ, além de diversos acessórios e equipamentos que tem
possibilitado a realização de vários trabalhos de mestrado e doutorado, além da
prestação de serviços via Fundação COPPETEC. Em 1988 foi organizado pelo
professor Márcio Almeida o Simpósio Sobre Novos Conceitos em Ensaios de Campo e
Laboratório em Geotecnia.
121
- Células de carga para estudo de geogrelhas e geosintéticos;
- Tensiômetros.
Histórico
Em 1856 o professor Willian Thomson (Lord Kelvin) da Royal Society of London
notou que a resistência elétrica de um condutor submetido a uma força de tração
aumentava ou diminuía proporcionalmente à variação desta.
Apenas em 1923 (67 anos depois) é que o norte–americano P. W. Bridman
realizou medidas utilizando este princípio, e somente na década de 1930 a 1940 que
Roy Carlson construiu o primeiro extensômetro de fio livre, até hoje utilizado em
transdutores de pressão, aceleração e torção, apresentando excelente estabilidade.
No período entre 1937 e 1939, Edward Simmons (Califórnia Institute of
Technology, Pasadena, USA) e Arthur Ruge (Massachusetts Institute of Technology,
122
Cambridge, USA) trabalhando independentemente um do outro, utilizaram pela
primeira vez fios metálicos colados à superfície de um corpo de prova para medida de
deformações. Esta experiência deu origem aos extensômetros que são utilizados
atualmente.
• Princípio de funcionamento
𝑅 = 𝜌. (𝐿⁄𝐴)
123
Onde:
Fazendo-se
∆𝐴⁄𝐴 = −2𝜇(∆𝐿⁄𝐿)
ou seja:
124
Como ∆𝐿⁄𝐿 é a deformação 𝜀 podemos escrever a equação da seguinte forma
∆𝜌 = 𝑚𝜌(∆𝑉⁄𝑉 )
∆𝜌⁄𝜌 = 𝑚(∆𝑉⁄𝑉 )
∆𝑉⁄𝑉 = (1 − 2𝜇)(∆𝐿⁄𝐿)
(∆𝑅⁄𝑅)⁄𝜀 = (1 + 𝑚) + 2𝜇(1 − 𝑚)
(∆𝑅⁄𝑅)⁄𝜀 = 2
125
Este valor pode ser substituído por 𝐾 (fator do extensômetro ou Gage Factor). Onde:
∆𝑅⁄𝑅 = 𝐾. 𝜀
Conhecido o fator 𝐾 do extensômetro, medindo-se a variação relativa (∆𝑅⁄𝑅 ) obtém-
se a deformação 𝜀 (∆𝐿⁄𝐿).
Para a maioria dos EERs o valor de K varia entre 2,0 e 2,6 e os valores de
resistência mais empregados são 120 e 350 Ohms, na Tabela AIII 1 apresentam-se os
valores do fator K dos EERs para as principais ligas utilizadas em sua fabricação.
(44Ni, 54Cu,1Mn)
(40Ni, 60Cu)
(80Ni, 20Cr)
(75Ni, 20Cr+Fe+Al)
(100Ni)
*Observe que neste caso (Níquel) K é negativo, o que significa que o EER se
deforma de maneira contrária aos que tem K positivo, ou seja, a medida
diminui quando o EER é tracionado e aumenta quando o mesmo é comprimido.
Tipos de extensômetros
126
Os EERs são classificados em função do elemento resistivo que os compõe,
do material utilizado como base e da configuração de sua grade, Figuras AIII 1 a AIII 5.
• Quanto aos materiais utilizados como elemento resistivo os EERs podem ser
de fio, de lâmina (metal-foil gauges), semicondutor ou semicondutores por
difusão;
• Quanto aos materiais utilizados como base tem-se: papel (praticamente em
desuso), baquelita, poliéster, poliamida e epóxica (mais usada na confecção
de transdutores);
• Quanto à configuração da grade os principais modelos são uniaxial, axial
duplo, biaxial, triaxial, tipo roseta e tipo diafragma. Pode-se ainda adquirir
modelos especiais encomendados aos fabricantes, geralmente com preços
diferenciados.
127
Figura AIII 3 – Extensômetro axial duplo
Figura AIII 4 – Roseta com dois extensômetros dispostos a 90°, para medida de torque
ou cisalhamento
128
Escolha do EER
Pd=Pg/A,
129
Tabela AIII 2 – Densidades de potência recomendadas em função da
estrutura de colagem dos EERs
Autocompensação de temperatura:
Quando se utiliza EER com coeficiente térmico linear diferente do coeficiente
térmico do material em que o EER será colado, ao haver uma variação de temperatura
o EER estará sujeito a uma deformação aparente que é proveniente unicamente desta
variação.
Os EERS auto-compensados com a temperatura são obtidos combinando
<<perfeitamente>> o coeficiente de dilatação térmica da liga da grade do EER, com o
material em que o EER será colado e mantendo o coeficiente de resistividade nulo
com a temperatura para um dado intervalo de temperatura.
Atualmente são fabricados EERS auto-compensados para os mais variados tipos de
materiais, na Tabela AIII 3 apresenta-se o coeficiente de expansão térmica para
aqueles materiais mais usuais no meio geotécnico e codificação utilizada pela maioria
dos fabricantes.
130
Tabela AIII 3 – Características dos EERs quanto ao coeficiente de expansão térmica
fabricante
ºC ºF
131
Preparo da superfície
O primeiro passo é fazer a locação do ponto onde se deseja colar o EER. Em
seguida deve-se proceder a limpeza da superfície, retirando-se óxidos e imperfeições.
Esta operação deve ser realizada com ferramentas e materiais tais como limas finas e
bastardas, esmeril, pó de carborundum e lixas. Após esta primeira preparação faz-se
uma primeira limpeza utilizando-se um solvente para eliminar todo resíduo oleoso,
sendo os solventes mais utilizados o Cloretene NU, Freon TF e Álcool Isopropílico.
Após esta operação o acabamento final da superfície deve ser realizado com lixa para
metais de números 220 a 400, movimentando-se a lixa de tal modo a se obter os
riscos dos grãos desta desordenadamente para maior aderência do adesivo. A
superfície deve resultar plana e limpa, mas não espelhada.
Para materiais porosos e mal acabados como o caso de concreto deve-se
regularizar a superfície com massa epóxica.
Após a obtenção de uma superfície regularizada e limpa deve-se proceder a
localização do EER, o que deve ser realizado com o auxílio de régua, transferidor
riscadores etc. Deve-se proceder a marcação dos traços de orientação para a colagem
dos EERs com risco bem leve de riscador, nunca utilizando lápis, pois o grafite
funciona como um lubrificante e pode gerar pequena falha na área de colagem. Depois
de marcada a posição de colagem do EER deve-se proceder a uma nova limpeza com
gaze embebida em solvente, friccionando-a sobre a superfície em uma única direção e
repetindo a operação até que se obtenha uma gaze limpa. Imediatamente após esta
etapa deve-se utilizar um preparador de superfície “condicionador” (composto de ácido
fosfórico a 0,01 N) para a remoção de pequenas oxidações superficiais, a operação
deve ser realizada com gaze da mesma forma que a anterior, em seguida utiliza-se um
neutralizador (composto a base de amoníaco a 0,01N), para neutralizar a ação da
solução ácida do condicionador.
Para materiais que se oxidam facilmente tais como zinco, alumínio, cobre e
suas ligas, deve-se fazer uma camada de pré-adesivo ,que consiste em uma finíssima
camada do adesivo para proteger a superfície e facilitar a colagem. Na Tabela AIII 4 -
apresenta-se um resumo da preparação de superfície para alguns materiais.
132
Tabela AIII 4 – Sequência de preparação de superfície para colagem de EERS.
CLORETENE NU:
Hidrocarboneto Clorado de utilização mais recomendada, pois é um poderoso solvente
utilizado na maioria dos metais e plásticos, exceto o poliestireno. Ataca rapidamente
todos os tipos de graxas e óleos hidráulicos. Não é inflamável.
FREON TF:
Triclorotrifluoretano-é um solvente menos ativo,usado muitas vezes onde o
CLORETENE NU não é recomendado .
ÁLCOOL ISOPROPÍLICO :
Frequentemente utilizado como um solvente desengraxante. Recomendado para a
preparação final de superfície, quando o material a ser limpo pode reagir com outros
solventes.
Colagem do Extensômetro
133
A maioria dos adesivos tem curtíssima vida útil após abertura dos frascos que os
contem, por isso é indicado que antes de se abrir o frasco do adesivo, verificar se o
mesmo encontra-se dentro do prazo de validade, e se este estiver Ok, que todas as
superfícies de colagem estejam preparadas, para que haja o máximo aproveitamento
do adesivo, o que sobrar (se sobrar) deve ser descartado
Na Tabela AIII 5 apresenta-se os principais adesivos existentes no mercado e
modo de aplicação.
Tabela AIII 5 - Características dos principais adesivos utilizados para a colagem dos
EERS
Tipo de Quantidade de Tempo de Temperatura de Extensômetro
Adesivo componentes cura trabalho compatível
Cianoclilato 02 2min à 25c -38c a 70c todos
Epoxi para 02 à 16hs à
baixa 02 temperatura -160c à 70c todos
temperatura ambiente
Epoxi para Todos exceto
médias 02hs à 175c -230 a 200c 02 os de papel
temperaturas
Epox para O6hs à 130c -230c a Extensômetros
altas 02hs à 180c 315c 02 para alta
temperaturas temperatura
Extensômetro
03 a 06hs à -160c a 01 reforçado com
Fenolíco 150c 150c fibra de vidro
para alta
temperatura
Extensômetro
Nitrocelulose 48hs à 25c -38c a 70c 01 com base de
papel
01 Extensômetro
-230c a reforçado om
Poliamida 02hs à 250c 400c fibra de vidro
para altas
temperaturas
*Os adesivos epóxico e cianoclilato podem também ser encontrados com apenas
01(hum) componente, dentre estes cita-se o adesivo de base epóxica 43 B da Micro
Measurements e os adesivos a base de cianoclilato 401 e 406 da Loctite do Brasil.
O NDEI do Laboratório de Geotecnia da COPPE tem utilizado o adesivo 496 da Loctite
tanto para instrumentação visando a análise experimental de tensões, quanto para
confecção de transdutores ,com ótimos resultados.
Após a adequada escolha do extensômetro, do adesivo e da adequada preparação da
superfície de colagem os seguintes passo de vem ser seguidos para a correta
fixação do EER a base de medição :
134
Obs:todo o manuseio do EER deve ser realizado com pinça adequada.O uso da mão
diretamente no EER poderá umidifica-lo o que comprometerá seu funcionamento.
Deve-ter em mãos equipamento com sensibilidade, precisão e Range
adequados às medidas elétricas(resistência ôhmica,tensão,corrente etc) necessárias a
se realizar durante o processo.
Sequência a seguir para a correta fixação do EER:
Após a preparação da superfície do material onde será colado o extensômetro,
e já tendo sido definido o adesivo e o extensômetro, a seqüência de colagem para a
maioria dos casos é apresentada a seguir: (extraído do manual técnico da
Micromeasurements):
Retirar o EER da embalagem e medir sua resistência elétrica. Esta deverá
estar dentro dos limites indicados pelo fabricante na embalagem.
Com auxílio de pinças, sem nunca tocar os dedos no extensômetro, prenda o
mesmo em uma fita adesiva própria (Mylar - da 3M; MJG-2 - da MM; FK-1 - da
EXCEL), e fixe-o no local de colagem conforme mostra a Figura AIII 6.
135
Devemos posicionar o extensômetro de tal modo que fique fácil movimenta-lo
para passarmos o adesivo, Figura AIII 8 a AIII 11.
136
O adesivo e o extensômetro requerem durante a cura uma pressão sobre eles
a fim de eliminar o excesso de adesivo e bolhas de ar que porventura possam ficar
sob o extensômetro. Os fabricantes de produtos para extensometria fornecem junto
com a embalagem do adesivo, um folheto com as características técnicas do mesmo e
o valor da pressão a ser aplicada sobre o extensômetro.
Para a aplicação da pressão sobre o extensômetro, colocamos sobre o mesmo
uma manta de Teflon ® (DuPont), em seguida uma almofada de borracha de silicone,
depois uma pequena barra ou tarugo de alumínio do tamanho da almofada de silicone,
prendemos tudo com fita adesiva igual à utilizada para prender o extensômetro e
finalmente o dispositivo para aplicação da pressão, Figura AIII 12 e 13.
Figura AIII 13 – Grampo com mola colocado sobre o extensômetro. (BARRETO, 1980)
137
Dispositivo para Dispositivo para colagem na Grampo com mola
colagem em furo área externa de peça circular
Obs:
A manta de Teflon ® que é colocada logo acima do extensômetro, serve para
isolar o adesivo do que não deve ser colado, quando o mesmo se espalhar por causa
da pressão exercida. A espessura da manta deverá ser de aproximadamente 0,3 a 0,1
mm e ela poderá ser encontrada em lojas de venda de materiais isolantes, ou com o
fabricante de materiais para extensometria.
A almofada de borracha de silicone é utilizada para permitir maior
uniformização da distribuição da pressão aplicada sobre o extensômetro, durante o
processo de colagem, sem danificá-lo e pode ser moldada com o elastômero Sylgard
® 170 A&B ou Sylgard ® 184, ambos de fabricação da Dow Corning, ou adquirido do
fabricante de materiais para extensometria.
Terminado o tempo de cura da colagem, retira-se todo o material utilizado para
a aplicação da pressão e procede-se à pós cura de acordo com instrução do fabricante
do adesivo, Figura AIII 15. A pós-cura serve para eliminar as tensões de colagem.
138
Figura AIII 15 – Retirando a fita adesiva após colagem do EER. (BARRETO, 1980)
139
Figura AIII 16 – Extensômetro com terminal de ligação. (BARRETO, 1980)
140
Figura AIII 17 - Formato da ponta do ferro de solda. (BARRETO, 1980)
141
Inicialmente devemos soldar o cabo (ou fio) de ligação ao terminal. Para
soldarmos o cabo (ou fio) é recomendado fixá-lo na peça com uma fita adesiva, pois
isto facilitará a soldagem, Figura AIII 20, 21 e 22.
142
Figura AIII 22 – Soldando o fio no extensômetro e no terminal. (BARRETO, 1980)
Para evitar danos mecânicos à fiação é recomendado não deixar o cabo (ou
fio) de ligação do extensômetro esticado e se possível, fixá-lo com algum adesivo
(cianoacrilato), em vários pontos da peça, Figura AIII 22.
Impermeabilização:
Desta operação final é que depende a vida da instalação, para isso deve-se ter
certeza de que não haja baixa de isolação e esteja ausente de umidade, devem-se
isolar todas as emendas de maneira a evitar um curto circuito entre os terminais e
entre estes e a peça de ensaio.
Há no mercado ampla variedade de tipos de impermeabilizantes especiais, tais
como: cera de abelha filtrada, borracha de silicone, fita de autofusão, resina de
poliéster, resina epóxi, massa asfáltica.
A utilização desses materiais é para evitar que a instalação sofra baixa de
isolação ou seja afetada por agentes em atmosfera contaminada tais como óleos,
gases corrosivos e outros.
143
A aplicação desses materiais é feita sobre o extensômetro e suas ligações,
podendo ser fundidas ou catalisadas ou ainda na forma natural.
Obs:
Tipos de ligações
144
O potencial entre os pontos A e B será:
R1 (1)
EAB = E
R1 + R4
R2 (2)
EAD = E
R2 + R3
Portanto:
R1 = R + ∆R1 (5)
R2 = R + ∆R2 (6)
145
R3 = R + ∆R3 (7)
R4 = R + ∆R4 (8)
Desenvolvendo teremos:
(10)
E (11)
E0 = . K (ε1 − ε2 + ε3 − ε4)
4
146
idênticos na formação da referida ponte de Wheatstone.
A deformação em R1 será ε1 = εf + εn + εt
A deformação em R2 será ε2 = εt
Onde:
147
εn = deformação devido ao carregamento normal
εt = deformação devido à variação de temperatura
E
E0 = .K (12)
4
ε = εf + εn (13)
ε1 = εf + εn + εt
ε2 = εt
ε3 = ε4 = 0 (resistores fixos)
148
E
E0 = . K (εf + εn + εt − εt) (16)
4
E
E0 = . K (εf + εn) (17)
4
Verificamos que este tipo de montagem elimina o termo εt, isto significa que o
circuito está compensado quanto à influência da temperatura.
Este circuito em 1/2 ponte é mais utilizado na medida de deformação para
análise de tensões.
A deformação em R1 será ε1 = εf + εn + εt
A deformação em R2 será ε2 = −εf + εn + εt
149
Figura AIII 27 - Esquema de ligação. (BARRETO, 1980)
E
E0 = K. 2ε (18)
4
ε = 2εf (19)
ε1 = εf + εn + εt
ε2 = −εf + εn + εt
ε3 = ε4 = 0 (resistores fixos)
E
E0 = . (εf + εn + εt + εf − εn − εt) (20)
4
E
E0 = K. 2εf (21)
4
150
sinal medido é o dobro da deformação à flexão ocorrida no exemplo anterior, onde
temos somente um extensômetro ativo.
A deformação em R1 será ε1 = εf + εn + εt
A deformação em R2 será ε2 = −𝑣(𝜀𝑓 + 𝜀𝑛) + εt
A deformação em R3 será ε3 = −εf + εn + εt
A deformação em R4 será ε4 = −𝑣(−εf + εn) + εt
v =Coeficiente de Poisson
151
E
E0 = . K. 2ε(1 + 𝑣) (22)
4
ε = 2ε(1 + 𝑣) (23)
E
E0 = K[(εf + εn + εt) − {−𝑣(εf + εn)εt} + (−εf + εn + εt) − {−𝑣(−εf + εn) + εt}]
4
E
E0 = . K. (εf + 𝑣 εn + εn + 𝑣 εn) (24)
4
E
E0 = . K. 2εn(1 + 𝑣) (25)
4
152
4. Ligação em ponte completa utilizando 4 extensômetros
colados na peça a ser solicitada à flexão
A deformação em R1 será ε1 = εf + εn + εt
A deformação em R2 será ε2 = −𝜀𝑓 + 𝜀𝑛 + εt
A deformação em R3 será ε3 = εf + εn + εt
A deformação em R4 será ε4 = −𝜀𝑓 + 𝜀𝑛 + εt
153
Substituindo os valores na equação (2. 11) teremos:
E
E0 = . K (εf + εn + εt) − (−εf + εn + εt) + (εf + εn + εt) − (−εf + εn + εt) (26)
4
E
E0 = . K. (εf + εf + εf + εf) (27)
4
E
E0 = . K. 4εf (28)
4
Medidas de deformações
Símbolos utilizados
154
ε1 = Extensômetro 1- Deformação do extensômetro 1
ε2 = Extensômetro 2 - Deformação do extensômetro 2
ε3 = Extensômetro 3 - Deformação do extensômetro 3
ε4 = Extensômetro 4 - Deformação do extensômetro 4
𝑣 = Coeficiente de Poisson
𝜸 = Rotação unitária
155
Barra retangular em flexão:
156
Barra retangular em flexão:
tracionados (+), e os extensômetros ε2 e ε4, que estão colados na face inferior, serão
comprimidos (-).
157
Barra retangular em flexão:
ε1. Com este tipo de ligação iremos eliminar as deformações devido à carga de flexão,
dobraremos o valor da deformação devido à carga axial (tração), mas a leitura da
deformação axial não será linear (cerca de 0,1% para cada 1000 µε) e a influência da
temperatura também será em dobro.
Quando for necessário utilizar este tipo de configuração, recomendamos o uso
do extensômetro autocompensado para temperatura, que irá minimizar em parte os
158
efeitos devido à variação da temperatura.
159
Poisson (-).
igualmente aos extensômetros ε1 e ε2. Idealmente devam ser utilizados strai gauges
duplos à 45º
160
variação da temperatura.
A perda de sensibilidade ocorre porque o cabo de ligação acrescenta ao
circuito uma resistência em série com o extensômetro. O aparelho de leitura responde
a uma variação relativa de resistência (∆𝐑⁄𝐑) e a resistência do cabo em série com o
extensômetro aumenta o valor de R reduzindo o sinal de saída do extensômetro.
Um cabo que oferece uma resistência de 1,2 Ohms quando ligado a um
extensômetro de 120 Ohms, ira introduzir uma diminuição na sensibilidade ou redução
no fator do extensômetro de 1%.
Este tipo de erro pode facilmente ser corrigido selecionando-se novo fator do
extensômetro no aparelho de leitura. O novo fator é determinado pela fórmula:
Ki = Ko + Re⁄Re + Rf (29)
Onde:
161
Figura AIII 38 - Ligação “Três Fios”. (BARRETO, 1980)
- Corpo Sensor
-Extensômetros (EERS) e Circuitos
- Sistema de Proteção
162
Os EERS, os quais são colados ao corpo sensor apresentam variação relativa
de suas resistências proporcional a deformação ocorrida e ligados em circuito de
ponte completa (para transdutores só se deve usar ponte completa) fornecerão sinal
de tensão que variara linearmente com a variação de deformação, mantendo-se
constante a tensão de alimentação do circuito.
O Sistema de Proteção protege o transdutor da ação nociva da umidade, da
água (principalmente água salgada), garantindo ainda a proteção mecânica para que o
corpo sensor esteja submetido apenas aos esforços desejáveis.
Na Área de Geotecnia da COPPE os principais tipos de transdutores
desenvolvidos e utilizados são:
Flexão
O elemento elástico a flexão é muito utilizado na fabricação de células de carga
de baixa capacidade de carga, pois apresenta elevada deformação para pequenas
cargas. Outra característica é que as deformações de tração/compressão ocorridas
nos extensômetros podem ser de mesma grandeza o que possibilita a maximização do
sinal de saída e melhora a linearidade do transdutor.
. Cisalhamento
Este modelo é mais utilizado quando se necessita construir células de carga de
alta capacidade de carga com tamanho reduzido. Apresenta a vantagem de não sofrer
efeito de carregamento excêntrico e possui alto valor de sinal de saída com baixa
deformação.
Deformação Direta
Também conhecido como célula de coluna (elemento elástico similar a uma
coluna cilíndrica,retangular ou quadrada) é utilizado na fabricação de células de carga
163
de alta capacidade é de concepção bastante simples mas pode estar sujeito a cargas
excêntricas e uma vez que as deformações de tração e compressão que ocorrem nos
extensômetros são diferentes há uma certa não linearidade intrínseca na saída do
transdutor.
Para a confecção de transdutores de torque as células tipo cilindro vazado,
trabalhando sob tensões cisalhantes são bastante empregados em função da
facilidade de usinagem do corpo sensor.
Na área de Geotecnia da Coppe/UFRJ tem-se se utilizado este tipo de célula para
medida de esforços em geogrelhas, cargas em tirantes etc.., com resultados bastante
satisfatórios.
164
Tabela AIII 6 – Caracteristicas dos principais materiais metálicos utilizados na
confecção de transdutores à base de EERS
AÇO CARBONO
4140 21000 11,6 MUITO BOM
4340 21000 11,3 EXCELENTE
8640 21000 11,3 EXCELENTE
AÇO INOX
316 20300 9,9 MUITO BOM
410 20300 9,9 BOM
420 20300 9,9 MUITO BOM
630 19950 10,8 EXCELENTE
631 20300 10,3 MUITO BOM
DURALUMÍNIO
2017(T4) 7300 23 MUITO BOM
2024(T8) 7300 23,2 EXCELENTE
7075(T6) 7300 23,2 MUITO BOM
Tratamento Térmico.
A melhoria das características mecânicas do material que compõe o corpo
sensor do transdutor é obtida através do adequado tratamento térmica do material.
Normalmente os materiais de alto módulo de elasticidade (aço carbono) são
fornecidos sem tratamento térmico (estado normalizado), para que possa ser mais
facilmente usinado, fazendo-se o tratamento térmico após a usinagem
A têmpera é um tratamento térmico que consiste no aquecimento da peça a
temperaturas pré-estabelecidas seguido de um resfriamento em óleo, água ou ar. Este
tratamento objetiva o aumento da dureza e limites de escoamento e resistência do
material, porém diminui a resiliência, o alongamento e ductibilidade deste.
165
Após a têmpera o material deve passar por outro processo de tratamento
chamado revenimento, que tem como objetivo restituir parte das propriedades
perdidas pela têmpera melhorando sensivelmente a resistência a choques mecânicos.
Para que o transdutor atenda, principalmente, às características de linearidade,
repetibilidade, histerese e não retorno ao zero deve-se projetá-lo conforme a equação
a seguir:
- O corpo sensor deve ser confeccionado em uma só peça, para evitar problemas de
histerese e linearidade.
- Facilidade de usinagem, deve-se evitar estruturas de difícil usinagem para que se
tenha maior possibilidade de estrutura com perfeita simetria.
-Para transdutores utilizados em medições dinâmicas é necessário que a frequência
natural do corpo sensor seja bem maior que a frequência a ser medida.
- O transdutor deve estar perfeitamente compensado aos efeitos de variação térmica.
166