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O Maravilhoso em Andersen

O Maravilhoso nos contos de Andersen está intimamente ligado ao Realismo. Suas


temáticas, os problemas, os personagens e lugares são retirados do dia-a-dia e a
magia para Andersen também está presente em tudo deste mundo. O Maravilhoso é
tão naturalmente presente que as coisas passam acontecer em um espaço onde não
existem fronteiras entre o Real e a Fantasia. Para Hans C. Andersen o universo à sua
volta era algo extremamente maravilhoso, tanto quanto o mundo sobrenatural
existente nas lendas, mitos, fábulas, sagas, novelas, etc.

Na sua magia não existem fadas, seres tão comuns em contos de fadas, a presença
delas só existe em uma pequena novela de origem popular germânica chamada “Os
Cisne Selvagens”, mas isso não impede a onipresença do maravilhoso em seus
contos, como já foi explicitado, ele considera tudo deste mundo maravilhoso, então ele
usa objetos do cotidiano para trazer a magia para suas estórias. Ele faz uso de
objetos, árvores, pássaros, flores, animais que agem como se fossem seres humanos.
Andersen foi um dos poucos escritores que escreveu com tanta ternura o mundo das
crianças, dos animais, das plantas e dos objetos. A seguir, mostraremos como
exemplo, contos onde há a presença do maravilhoso através de elementos do
cotidiano.

Em “Os Sapatinhos Vermelhos”, a menina Karen, por ser muito pobre, andava
descalça no verão para poder usar seus sapatos vermelhos de madeira no inverno. A
sua vaidade era tamanha por aquele par de sapatos que ele foi enfeitiçado e acabou
levando a menina à morte, depois de terem a obrigado a amputar os pés para que
parasse de dançar. No conto “A Pequena Vendedora de Fósforos”, a pequena
garotinha, após percorrer pelas ruas da cidade cheia de neve, tentando vender seus
fósforos, senta-se a escadaria de uma casa e ao usar seus fósforos para se aquecer,
é levada a ter diversas alucinações, que terminam por levá-la a morte por permanecer
tanto tempo na rua em meio a um intenso frio. E como último exemplo, o conto “O
Soldadinho de Chumbo” que retrata a estória de um soldadinho, o vigésimo quinto
produzido com uma colher de chumbo, cuja matéria-prima finda, e como
consequência, o soldadinho ficou sem uma das pernas. Ele se apaixona por bailarina
de papel que mora na casa para onde ele foi levado, e passa por diversas
circunstancias difíceis para retornar e ficar com ela, no final os dois morrem, mas em
seus corações, resta um amor eternizado.

Em todos esses exemplos, podemos observar coisas do cotidiano que tomaram um


caráter mágico nas histórias de Andersen, os sapatinhos de madeira vermelhos, os
fósforos e os brinquedos, levaram a magia para dentro dos contos, fazendo também
com que as crianças enxergassem esse “maravilhoso” nos seu dia-a-dia, por mais
difícil que fosse.

COELHO, Nelly Novaes. Panorama Histórico da Literatura Infanto Juvenil. São Paulo:
Ed. Ática, 1991.

Contos de Anderse. Disponível em: http://guida.querido.net/andersen/index.html.


Arquivo capturado em 22/07/2010.

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