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RESUMO: Estudos recentes mostram que os diagramas de inchamentos são muito diferentes dos diagramas de
retrações. Enquanto o diagrama de inchamentos pode ser associado à duas retas, uma inclinada e uma paralela ao
eixo das abcissas, o de retrações é composto por duas curvas separadas por um patamar de ajuste. O objetivo
deste trabalho foi definir os modelos matemáticos destas curvas. Para isto, foram selecionadas oito espécies
florestais, abrangendo as quatro classes de resistência das dicotiledôneas (duas espécies por classe), de cada uma
destas espécies foi extraído um corpo-de-prova para ensaios de inchamento e retração. Os ensaios de
inchamentos e retrações foram conduzidos de forma a fornecer dados para construção dos diagramas de
inchamentos e de retrações. Finalmente, utilizando análise de regressão, foram definidos os modelos que melhor
se ajustam a estes dados.
ABSTRACT: Recent studies show that the swelling diagrams are very different from the shrinkage diagrams.
While the swelling diagram can be associated to a straight line, followed by a constant line, the shrinkage one is
composed by two curves separated by a constant line adjustment. The objective of this work went to define the
mathematical models for these curves. For this, eight forest species were selected, embracing the four hardwood
classes of resistance (two species for class), of each one of these species a specimen was extracted for swelling
and shrinkage tests. The swelling and shrinkage tests were conducted in way to supply data for construction of
the swelling and shrinkage diagrams. Finally, using regression analysis, we can define the models that are better
adjusted to these data.
1.1. Objetivos
O objetivo deste trabalho é estudar os modelos matemáticos das curvas que constituem os
diagramas de inchamentos e retrações, definindo modelos para especificação destas curvas.
1.2. Justificativas
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
• Para U ≥ PSF
Nas quais:
δ i ,1 , δ i ,2 , δ i ,3 e δVi = coeficientes de inchamento lineares, nas direções: axial (1), radial (2)
e tangencial (3); e, coeficiente de inchamento volumétrico;
ε i ,1 (U), ε i ,2 (U) e ε i ,3 (U) = deformações específicas de inchamento, nas direções: axial (1), radial
(2) e tangencial (3), para variação no teor de umidade desde a
condição seco até U% ( 0% ≤ U < PSF );
∆Vi (U) = variação volumétrica no inchamento, para variação no teor de
umidade desde a condição seco até U%;
U = umidade da madeira em um instante qualquer do ensaio;
PSF = ponto de saturação das fibras, e
a1 , a2 , a3 e a4 = constantes, que correspondem ao valor médio do inchamento na
direção considerada.
3. MATERIAL E MÉTODOS
Para que os resultados tivessem validade estatística coletou-se material de oito espécies
diferentes, abrangendo as quatro classes de resistência das dicotiledôneas (duas espécies por
classe de resistência). As coníferas não foram estudas, por não serem encontradas na região.
As espécies selecionadas são apresentadas na tabela 1.
O material foi coletado nos arredores da cidade de Cuiabá – MT. Os corpos-de-prova foram
retirados com dimensões de 2 cm x 3 cm x 5 cm (respectivamente nas direções tangencial,
radial e axial).
Procurou-se utilizar o método de ensaio descrito na NBR 7190/97, entretanto esta descrição é
extremamente sucinta, por isto foi necessário utilizar conceitos descritos no projeto desta
norma publicada pelo IBRAMEM (1995). Uma breve descrição dos procedimentos é
apresentada a seguir.
Durante as análises de regressão, se observou que as exponenciais das expressões (5) e (6)
poderiam ser aplicadas, respectivamente, sob as formas:
β
x 1
• y = β 0 . , com β 0 = ycond . (7)
x
cond .
β
x 1
• y = β 0 . , com β 0 = y sat . (8)
x sat .
Deve-se ressaltar que os pontos ( xsat . ; y sat . ) e ( xcond . ; y cond . ) são característicos do ensaio, o
primeiro corresponde ao fim da fase de encharcamento e o segundo ao fim da fase de
condicionamento.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
β
U 1
• Trecho 1 Æ ∆Vr (ε r ,3 ; ε r ,2 ou ε r ,1 ) = β 0 . , na fase de secagem em estufa. (9)
U cond .
Onde:
Deve-se ressaltar, que este conjunto de modelos, é muito dependente da adequada definição
do fim da fase de condicionamento. A má definição do ponto de ensaio, onde o corpo-de-
prova é considerado condicionado, acarretará curvas de regressão tendenciosas.
Para especificação das curvas dos diagramas de inchamentos, pode-se utilizar o conjunto de
modelos apresentado a seguir:
Onde:
Para especificação das curvas dos diagramas de retrações, devem ser obtidos com a máxima
precisão possível os parâmetros para o corpo-de-prova saturado em água (fim da fase de
encharcamento) e condicionado em ambiente climatizado (fim da fase de condicionamento).
Obtidos estes parâmetros, pode-se utilizar o conjunto de modelos apresentado a seguir:
β
U 1
• Trecho 1 Æ ∆Vr (ε r ,3 ; ε r ,2 ou ε r ,1 ) = β 0 . , na fase de secagem em estufa. (14)
U cond .
β
U 1
• Trecho 3 Æ ∆Vr (ε r ,3 ; ε r ,2 ou ε r ,1 ) = β 0 . , na fase de condicionamento inicial,
U sat .
na qual ocorrem variações dimensionais. (16)
Onde:
Deve-se ressaltar finalmente, que não é claro o domínio dos trechos 2 e 3, do conjunto de
modelos indicado para retrações, pois a estabilização dimensional do corpo-de-prova não é
um ponto claramente definido no ensaio e, o cruzamento das curvas correspondentes aos
trechos 2 e 3, não conduz a um resultado satisfatório, pois, ainda existe uma pequena
tendenciosidade, localizada, no conjunto proposto, em torno deste ponto.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS