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VIII ENCONTRO BRASILEIRO EM MADEIRAS E EM ESTRUTURAS DE MADEIRA

UBERLÂNDIA – JULHO DE 2002

ESTABILIDADE DIMENSIONAL: MODELOS PARA ESPECIFICAÇÃO DAS CURVAS

Norman Barros Logsdon (logsdon@zaz.com.br), Zenesio Finger (fingerz@terra.com.br)


Universidade Federal de Mato Grosso – Faculdade de Engenharia Florestal

RESUMO: Estudos recentes mostram que os diagramas de inchamentos são muito diferentes dos diagramas de
retrações. Enquanto o diagrama de inchamentos pode ser associado à duas retas, uma inclinada e uma paralela ao
eixo das abcissas, o de retrações é composto por duas curvas separadas por um patamar de ajuste. O objetivo
deste trabalho foi definir os modelos matemáticos destas curvas. Para isto, foram selecionadas oito espécies
florestais, abrangendo as quatro classes de resistência das dicotiledôneas (duas espécies por classe), de cada uma
destas espécies foi extraído um corpo-de-prova para ensaios de inchamento e retração. Os ensaios de
inchamentos e retrações foram conduzidos de forma a fornecer dados para construção dos diagramas de
inchamentos e de retrações. Finalmente, utilizando análise de regressão, foram definidos os modelos que melhor
se ajustam a estes dados.

Palavras-chave: retração, inchamento, diagramas, modelos para especificação

DIMENSIONAL STABILITY: MODELS FOR SPECIFICATION OF CURVES

ABSTRACT: Recent studies show that the swelling diagrams are very different from the shrinkage diagrams.
While the swelling diagram can be associated to a straight line, followed by a constant line, the shrinkage one is
composed by two curves separated by a constant line adjustment. The objective of this work went to define the
mathematical models for these curves. For this, eight forest species were selected, embracing the four hardwood
classes of resistance (two species for class), of each one of these species a specimen was extracted for swelling
and shrinkage tests. The swelling and shrinkage tests were conducted in way to supply data for construction of
the swelling and shrinkage diagrams. Finally, using regression analysis, we can define the models that are better
adjusted to these data.

Keywords: swelling, shrinkage, diagrams, models for specification


1. INTRODUÇÃO

Estudos recentes identificaram comportamentos diferentes, da variação dimensional da


madeira com a variação de seu teor de umidade, conforme o sentido do fluxo da água.

Durante o umedecimento as dimensões de uma peça de madeira aumentam à medida que


aumenta o teor de umidade (inchamentos), até o limite de saturação das fibras. Acima desse
limite as dimensões se estabilizam e não se alteram com o aumento do teor de umidade. As
curvas, do diagramas de inchamentos, são caracterizadas por duas retas. Para teores de
umidade abaixo do limite de saturação das fibras, obtém-se uma reta de coeficiente angular
positivo, que passa pela origem do diagrama. Para teores de umidade acima do limite de
saturação das fibras, observa-se uma reta de coeficiente angular nulo (constante), paralela ao
eixo dos teores de umidade. O diagrama de inchamentos já está devidamente esclarecido e
apenas será verificado neste trabalho.

Já, durante a secagem, inicialmente em clima controlado (temperatura de 20 o C ± 2 o C e


umidade relativa do ar de 65% ± 5% ), para elevados teores de umidade, as dimensões de uma
peça de madeira diminuem à medida que diminui o teor de umidade (retrações). Em seguida,
ainda sob secagem em clima controlado, ocorre estabilidade dimensional da peça de madeira,
mas o teor de umidade continua diminuindo até atingir um ponto de equilíbrio com o
ambiente. Finalmente, agora sob secagem em estufa (temperatura de 103 o C ± 3 o C ), as
dimensões da peça de madeira voltam a diminuir com a diminuição do teor de umidade
(retrações), até a completa secagem (teor de umidade de 0%). As curvas, do diagramas de
retrações, são caracterizadas por duas curvas, nos trechos inicial e final do diagrama, e por um
patamar intermediário de ajuste. As expressões matemáticas destas curvas ainda não foram
avaliadas.

1.1. Objetivos

O objetivo deste trabalho é estudar os modelos matemáticos das curvas que constituem os
diagramas de inchamentos e retrações, definindo modelos para especificação destas curvas.

1.2. Justificativas

É imprescindível o conhecimento dos modelos matemáticos, que representam as curvas dos


diagramas de retrações e de inchamentos, para uma análise estatística dos dados e para
otimização dos ensaios de estabilidade dimensional. Além disso, a formulação matemática
dessas curvas também é muito importante para especulações teóricas a respeito da
estabilidade dimensional da madeira e assuntos correlatos.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A mais sensível influência do teor de umidade sobre as propriedades da madeira, segundo


LOGSDON (1998), se dá sobre sua estabilidade dimensional. Os estudos mais importantes a
respeito, ocorreram no início do século XX e se devem a Kollmann, que segundo
KOLLMANN & COTÉ (1984), mostrou que o inchamento volumétrico tem uma variação
linear para variações de umidade abaixo do ponto de saturação das fibras e é praticamente
constante acima dele.
LOGSDON (1998) estudando madeiras brasileiras obtém, mesmo para os inchamentos
lineares, diagramas semelhantes aos de KOLLMANN & COTÉ (1984), já para as retrações os
diagramas são bastante diferentes e se assemelham ao diagrama genérico, apresentado na
alínea b da figura 1.

LOGSDON (2000), estuda o comportamento da madeira quanto à estabilidade dimensional,


em processos de umedecimento e de secagem, e conclui sobre as diferenças de
comportamento da madeira conforme o sentido de percolação da água. Concluí, também, que
os diagramas de inchamentos, durante o umedecimento, têm a forma do diagrama genérico,
apresentado na alínea a da figura 1 e os diagramas de retrações, durante a secagem, têm a
forma do apresentado na alínea b da mesma figura.

a) Diagrama genérico de inchamento b) Diagrama genérico de retração


Figura 1 – Diagramas típicos de inchamento e retração

Considerando a linearidade inicial dos diagramas de inchamentos, podem ser definidos,


segundo NOCK et al (1975), os coeficientes de inchamentos, lineares e volumétrico, como a
porcentagem de inchamento para uma variação de 1% no teor de umidade. Assim, cada
diagrama de inchamento, fica caracterizado por duas retas:

• Para 0% ≤ U < PSF

ε i ,1( U ) = δ i ,1 .U ε i ,2( U ) = δ i ,2 .U ε i ,3( U ) = δ i ,3 .U ∆Vi( U ) = δ Vi .U (1)

• Para U ≥ PSF

ε i ,1( U ) = a1 ( cte.) ε i ,2( U ) = a2 ( cte.) ε i ,3( U ) = a3 ( cte.) ∆Vi( U ) = a4 ( cte.) (2)

Nas quais:

δ i ,1 , δ i ,2 , δ i ,3 e δVi = coeficientes de inchamento lineares, nas direções: axial (1), radial (2)
e tangencial (3); e, coeficiente de inchamento volumétrico;
ε i ,1 (U), ε i ,2 (U) e ε i ,3 (U) = deformações específicas de inchamento, nas direções: axial (1), radial
(2) e tangencial (3), para variação no teor de umidade desde a
condição seco até U% ( 0% ≤ U < PSF );
∆Vi (U) = variação volumétrica no inchamento, para variação no teor de
umidade desde a condição seco até U%;
U = umidade da madeira em um instante qualquer do ensaio;
PSF = ponto de saturação das fibras, e
a1 , a2 , a3 e a4 = constantes, que correspondem ao valor médio do inchamento na
direção considerada.

3. MATERIAL E MÉTODOS

Para que os resultados tivessem validade estatística coletou-se material de oito espécies
diferentes, abrangendo as quatro classes de resistência das dicotiledôneas (duas espécies por
classe de resistência). As coníferas não foram estudas, por não serem encontradas na região.
As espécies selecionadas são apresentadas na tabela 1.

Tabela 01 - Espécies selecionadas para o trabalho


Nome vulgar Nome científico ρ ap ,12% 1 ρ bas ,sat 2 Classe
3
(kg/m ) (kg/m )
3 provável de
resistência
Cambará Rugoso Vochysia divergens Pohl 660 540 C 20
Cedro Rosa Cedrela odorata L. 668 545 C 20
Peroba Rosa Aspidosperma cylindrocarpon Muell. Arg. 874 725 C 30
Itaúba Mezilaurus itauba (Meissn) Taub. 896 754 C 30
Cambará Liso Vochysia haenkiana Mart. 948 797 C 40
Sucupira Branca Pterodon pubescens Benth 974 832 C 40
Aroeira do Sertão Astronium urundeuva (Fr. All.) Engl. 998 839 C 60
Óleo Pardo Myroxylon peruiferum L. F. 999 840 C 60
1
ρ ap ,12% = densidade aparente a 12% (valores obtidos em ensaios)
2
ρ bas ,sat = densidade básica, madeira saturada em água (valores obtidos em ensaios)

O material foi coletado nos arredores da cidade de Cuiabá – MT. Os corpos-de-prova foram
retirados com dimensões de 2 cm x 3 cm x 5 cm (respectivamente nas direções tangencial,
radial e axial).

Procurou-se utilizar o método de ensaio descrito na NBR 7190/97, entretanto esta descrição é
extremamente sucinta, por isto foi necessário utilizar conceitos descritos no projeto desta
norma publicada pelo IBRAMEM (1995). Uma breve descrição dos procedimentos é
apresentada a seguir.

Ao receber o material se providenciou uma secagem prévia ao ar, condicionando a madeira a


um teor de umidade inferior ao Ponto de Saturação das Fibras. Em seguida o ensaio foi
realizado em três fases: a fase de encharcamento, onde a umidade da madeira é recuperada,
por imersão em água destilada, acima do limite de saturação; a fase de condicionamento, onde
a madeira, é condicionada em clima padronizado (temperatura de 20 o C ± 2 o C e umidade
relativa do ar de 65% ± 5% ); e a fase de secagem, onde a madeira, é seca em estufa a
103 o C ± 3 o C .
Em diversos instantes de cada fase, foram avaliadas a massa e as dimensões dos corpos-de-
prova, com o intuito de determinar o término da fase e obter dados para o traçado dos
diagramas de retrações. Um maior número de leituras foi efetuado no início de cada fase, na
qual a variação do teor de umidade era mais rápida. As curvas, que representam os diagramas
de retrações e de inchamentos, foram ajustadas após análise estatística dos dados.

O instrumento de análise estatística foi a análise de regressão. A fundamentação teórica e de


aplicação da análise de regressão está bem detalhada em FONSECA et al (1976) e não será
transcrita neste trabalho. Para a análise de regressão, utilizou-se o Microsoft Excel 97.

Observando-se os diagramas da figura 1, nos quais o eixo x corresponde ao teor de umidade e


o eixo y aos inchamentos ou retrações, percebe-se a existência de quatro famílias de curvas
distintas, são elas:

1. Uma reta paralela ao eixo x (constante) Æ y = a (na qual a = constante) (3)

2. Uma reta passando pela origem do sistema de eixos Æ y = β 0 .x (4)

3. Uma exponencial, de expoente maior que um Æ y = β 0 .x β1 (na qual, β 1 ≥ 1,00 ) (5)

4. Uma exponencial, de expoente inferior a um Æ y = β 0 .x β1 (na qual, β 1 < 1,00 ) (6)

Durante as análises de regressão, se observou que as exponenciais das expressões (5) e (6)
poderiam ser aplicadas, respectivamente, sob as formas:

β
 x  1
• y = β 0 .  , com β 0 = ycond . (7)
x
 cond . 

β
 x  1
• y = β 0 .  , com β 0 = y sat . (8)
 x sat . 

Deve-se ressaltar que os pontos ( xsat . ; y sat . ) e ( xcond . ; y cond . ) são característicos do ensaio, o
primeiro corresponde ao fim da fase de encharcamento e o segundo ao fim da fase de
condicionamento.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As curvas obtidas para os diagramas de inchamentos, utilizando os modelos das expressões


(3) e (4), ajustaram-se muito bem aos pontos experimentais, ratificando a hipótese introduzida
por Kollmann. Os resultados a respeito do inchamento não foram apresentados, por se tratar
de verificação de assunto já conhecido.

Para não alongar desnecessariamente o trabalho, apenas são apresentados os resultados


numéricos referentes à retração volumétrica e os diagramas correspondentes a quatro das
espécies selecionadas.
As curvas obtidas para os diagramas de retrações, utilizando os modelos das expressões (3),
(5) e (6), apresentaram tendenciosidade nas extremidades das curvas exponenciais, junto ao
patamar de ajuste. Por isso foram analisados os modelos das expressões (3), (7) e (8),
originários dos anteriores, que forçam as curvas a passarem por pontos característicos do
ensaio. As curvas obtidas ajustaram-se bem aos pontos experimentais e os resultados são
apresentados nas figuras 2 a 5 e na tabela 2, que apresenta os coeficientes de regressão e o
coeficiente de determinação R2, para os modelos representados nas equações (9) a (11).

Figura 2 – Diagramas de retrações para o CAMBARÁ RUGOSO (Classe C 20)

Figura 3 – Diagramas de retrações para a ITAÚBA (Classe C 30)


Figura 4 – Diagramas de retrações para o CAMBARÁ LISO (Classe C 40)

Figura 5 – Diagramas de retrações para o ÓLEO PARDO (Classe C 60)

β
 U  1
• Trecho 1 Æ ∆Vr (ε r ,3 ; ε r ,2 ou ε r ,1 ) = β 0 .  , na fase de secagem em estufa. (9)
 U cond . 

• Trecho 2 Æ ∆Vr (ε r ,3 ; ε r ,2 ou ε r ,1 ) = a , na fase final de condicionamento, onde ocorre


estabilidade dimensional. (10)
β
 U  1
• Trecho 3 Æ ∆Vr (ε r ,3 ; ε r ,2 ou ε r ,1 ) = β 0 .  , na fase de condicionamento inicial,
U
 sat . 
na qual ocorrem variações dimensionais. (11)

Onde:

U = umidade da madeira, em um instante qualquer do ensaio. Em particular,


U sat . e U cond . correspondem aos teores de umidade do corpo-de-prova
saturado em água (fim da fase de encharcamento) e condicionado em clima
padronizado, com temperatura de 20 o C ± 2 o C e umidade relativa do ar de
65% ± 5% (fim da fase de condicionamento);
ε r ,1 , ε r ,2 e ε r ,3 = deformações específicas de retração, nas direções: axial (1), radial (2) e
tangencial (3);
∆Vr = variação volumétrica na retração, e
β 0 , β 1 e a = coeficientes das regressões. Note que, para o modelo do trecho 1, β 0
assumirá o valor de ∆Vr ,cond . , ε r ,1 ,cond . , ε r ,2 ,cond . ou ε r ,3 ,cond .. , que
correspondem à variação volumétrica ou as deformações específicas, nas
direções axial (1), radial (2) e tangencial (3), do corpo-de-prova
condicionado em clima padronizado (fim da fase de condicionamento). Já
para o modelo do trecho 3, β 0 assumirá o valor de ∆Vr ,sat . , ε r ,1,sat . , ε r ,2 ,sat .
ou ε r ,3 ,sat . , que correspondem à variação volumétrica ou as deformações
específicas, nas direções axial (1), radial (2) e tangencial (3), do corpo-de-
prova saturado em água (fim da fase de encharcamento).

Deve-se ressaltar, que este conjunto de modelos, é muito dependente da adequada definição
do fim da fase de condicionamento. A má definição do ponto de ensaio, onde o corpo-de-
prova é considerado condicionado, acarretará curvas de regressão tendenciosas.

Tabela 2 – Resultados da análise de regressão para os diagramas de retração volumétrica.


Umidade após: Retrações Volumétricas, ∆Vr (%)
ESPÉCIE Clima- Saturar Trecho 1 (secagem) Trecho Trecho 3
tizar 2 (condicionamento)
U cond . U sat . β0 β0
2
(%) (%) ( ∆Vr ,cond. ) β 1 R a (cte.) ( ∆Vr ,sat. ) β 1 R2
Cambará 17,28 99,46 8,1369 1,4217 0,8348 8,2090 12,8594 0,2335 0,9893
Rugoso
Cedro Rosa 16,82 111,13 7,6378 1,2696 0,9832 7,8802 13,7142 0,3115 0,9441
Itaúba 14,84 43,05 8,7804 1,6524 0,9824 8,7804 11,3230 0,3396 0,9511
Peroba Rosa 16,86 54,82 8,5173 1,2554 0,9558 8,4569 11,4211 0,1526 0,8094
Sucupira 14,21 44,08 7,3912 1,0881 0,9304 7,5863 9,7969 0,2282 0,9790
Branca
Cambará Liso 14,73 54,11 8,3225 1,4499 0,9832 8,2570 11,8582 0,2214 0,9051
Aroeira do 15,24 39,29 8,8152 0,8977 0,9886 8,8152 12,3999 0,3411 0,9743
Sertão
Óleo Pardo 15,30 29,00 9,5039 1,1702 0,9970 9,4942 12,5072 0,4579 0,9285
5 CONCLUSÕES

Para especificação das curvas dos diagramas de inchamentos, pode-se utilizar o conjunto de
modelos apresentado a seguir:

• Trecho 1 Æ ∆ Vi (ε i ,3 ; ε i ,2 ou ε i ,1 ) = β 0 .U , para 0% ≤ U < PSF (12)

• Trecho 2 Æ ∆Vi (ε i ,3 ; ε i ,2 ou ε i ,1 ) = a , para U ≥ PSF (13)

Onde:

U = umidade da madeira, em um instante qualquer do ensaio;


ε i ,1 , ε i ,2 e ε i ,3 = deformações específicas de inchamento, nas direções: axial (1), radial (2) e
tangencial (3);
∆Vi = variação volumétrica no inchamento;
PSF = ponto de saturação das fibras, e
β0 e a = coeficientes das regressões. O coeficiente angular, β 0 , do trecho 1 é o
coeficiente de inchamento ( δ i ,1 , δ i ,2 , δ i ,3 e δVi ), na direção considerada.

Para especificação das curvas dos diagramas de retrações, devem ser obtidos com a máxima
precisão possível os parâmetros para o corpo-de-prova saturado em água (fim da fase de
encharcamento) e condicionado em ambiente climatizado (fim da fase de condicionamento).
Obtidos estes parâmetros, pode-se utilizar o conjunto de modelos apresentado a seguir:

β
 U  1
• Trecho 1 Æ ∆Vr (ε r ,3 ; ε r ,2 ou ε r ,1 ) = β 0 .  , na fase de secagem em estufa. (14)
 U cond . 

• Trecho 2 Æ ∆Vr (ε r ,3 ; ε r ,2 ou ε r ,1 ) = a , na fase final de condicionamento, onde ocorre


estabilidade dimensional. (15)

β
 U  1
• Trecho 3 Æ ∆Vr (ε r ,3 ; ε r ,2 ou ε r ,1 ) = β 0 .  , na fase de condicionamento inicial,
 U sat . 
na qual ocorrem variações dimensionais. (16)

Onde:

U = umidade da madeira, em um instante qualquer do ensaio. Em particular,


U sat . e U cond . correspondem aos teores de umidade do corpo-de-prova
saturado em água (fim da fase de encharcamento) e condicionado em clima
padronizado, com temperatura de 20 o C ± 2 o C e umidade relativa do ar de
65% ± 5% (fim da fase de condicionamento);
ε r ,1 , ε r ,2 e ε r ,3 = deformações específicas de retração, nas direções: axial (1), radial (2) e
tangencial (3);
∆Vr = variação volumétrica na retração, e
β0 , β 1 e a = coeficientes das regressões. Note que, para o modelo do trecho 1, β 0
assumirá o valor de ∆Vr ,cond . , ε r ,1 ,cond . , ε r ,2 ,cond . ou ε r ,3 ,cond .. , que
correspondem à variação volumétrica ou as deformações específicas, nas
direções axial (1), radial (2) e tangencial (3), do corpo-de-prova
condicionado em clima padronizado (fim da fase de condicionamento). Já
para o modelo do trecho 3, β 0 assumirá o valor de ∆Vr ,sat . , ε r ,1,sat . , ε r ,2 ,sat .
ou ε r ,3 ,sat . , que correspondem à variação volumétrica ou as deformações
específicas, nas direções axial (1), radial (2) e tangencial (3), do corpo-de-
prova saturado em água (fim da fase de encharcamento).

Deve-se ressaltar finalmente, que não é claro o domínio dos trechos 2 e 3, do conjunto de
modelos indicado para retrações, pois a estabilização dimensional do corpo-de-prova não é
um ponto claramente definido no ensaio e, o cruzamento das curvas correspondentes aos
trechos 2 e 3, não conduz a um resultado satisfatório, pois, ainda existe uma pequena
tendenciosidade, localizada, no conjunto proposto, em torno deste ponto.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1997). NBR 7190 - Projeto de


Estruturas de Madeiras. Rio de Janeiro.
FONSECA, J. S., MARTINS, G. A. & TOLEDO, G. L. (1976). Estatística Aplicada. Editora
Atlas. 1ª edição. São Paulo, SP. Setembro de 1976, 273 pp.
INSTITUTO BRASILEIRO DA MADEIRA E DAS ESTRUTURAS DE MADEIRA (1995).
Projeto da Nova Norma Brasileira NBR 7190 – “Projeto de Estruturas de Madeira”.
IBRAMEM. São Paulo, SP. Julho de 1995.
KOLLMANN, F.F.P. & CÔTÉ, W. A. (1984). Principles of wood science and technology.
Vol I Solid Wood. Reprint Springer-Verlag: Berlin, Heidelberg, New York, Tokyo. 1968-
1984.
LOGSDON, N. B. (1998). Influência da Umidade nas Propriedades de Resistência e Rigidez
da Madeira. São Carlos. 174 p. Tese (Doutorado) - Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo.
LOGSDON, N. B. (1998). Principais características físicas de algumas espécies florestais do
Estado de Mato Grosso. Anais do VI Encontro Brasileiro em Madeiras e Estruturas de
Madeira, Florianópolis, 1998. Florianópolis, IBRAMEM. v.3, p.195-204.
LOGSDON, N. B. (2000). Sobre os ensaios de retrações e inchamentos. Madeira: Arquitetura
e Engenharia, ano 1, n. 2, p. 19-24. Editora UNIMAR. Marília, SP. Mai/Ago. 2000.
NOCK, H. P.; RICHTER, H. G. & BURGER, L. M. (1975). Tecnologia da Madeira.
Departamento de Engenharia e Tecnologia Rurais, Universidade Federal do Paraná,
Curitiba, PR.

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