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O período Militar no Brasil se obteve por anos, indo desde 1964 a 1985,
momento em que o poder político do país estava sobre os militares, foi um
espaço de tempo antidemocrático, as pessoas perderam poder em diversas
áreas, inclusive a Educação. A Educação era um meio usado pelos militares
para burlar o pensamento do povo, tentando mostrar que estava ‘tudo bem’,
mas não era bem assim.
O país se encontrava em uma conduta totalmente autoritária, e não era
diferente nas escolas. A pedagogia usada nesse período era a tradicional, uma
educação que favorecia o patriotismo, autoritarismo, predominando assim o
domínio do poder ideológico nas salas de aula:
As matérias de estudo visam preparar o aluno para a vida, são determinadas pela
sociedade e ordenadas na legislação. Os conteúdos são separados da experiência do
aluno e das realidades sociais, valendo pelo valor intelectual, razão pela qual a
pedagogia tradicional é criticada como intelectualista e, às vezes, como enciclopédica.
[...] A ênfase nos exercícios, na repetição de conceitos ou fórmulas na memorização visa
disciplinar a mente e formar hábitos. [...] Predomina a autoridade do professor que exige
atitude receptiva dos alunos e impede qualquer comunicação entre eles no decorrer da
aula. O professor transmite o conteúdo na forma de verdade a ser absorvida; em
consequência, a disciplina imposta é o meio mais eficaz para assegurar a atenção e o
silêncio (LUCKESI, 1994, p. 56-57).
Quando nós fizemos parte da diretoria, foi a primeira diretoria da Adusp, realmente, nós
tínhamos que enfrentar o terceiro estágio da repressão dentro da Universidade, que era
o estágio da cassação branca, isso é muito interessante. Ao invés de cassar, como tinha
ocorrido no primeiro estágio, entre 1964 e 1968-1969, através de uma comissão sinistra,
que havia dentro da Universidade para perseguir inimigos, para pegar as cátedras
daqueles que tinham valor, e os que não tinham pegavam, enfim, todo tipo de
perseguição, que foi o primeiro período e, também, o segundo período, que foi
explicitamente a cassação e aposentadoria de dezenas e dezenas das maiores figuras da
Universidade de São Paulo. Na terceira fase, que era realmente a nossa fase de Adusp,
era a fase da sinistra cassação branca. Não deixavam que nenhum docente entrasse na
Universidade, ainda que tivesse ganho o concurso, seja para doutor, para livre docente,
pra assistente, qualquer coisa, realmente para a cátedra, não, naquele tempo já era
titularidade, para que ele pudesse realmente assumir, porque havia uma comissão que
se sujeitava, perfeitamente, ao reitor da época, que realmente aceitava que as forças do
Governo fizessem a cassação branca, ou seja, nenhum docente poderia ser nomeado se
não passasse pela triagem do DOPS. A triagem do DOPS, que eu não sei bem se era só
do DOPS, ou do próprio senso dos militares, que realmente impediam a contratação12.