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Como no caso do TBJ, a tensão entre dois terminais do FET (field-effect transistor) controla a corrente que circula pelo
terceiro terminal. Correspondentemente o FET pode ser usado tanto como amplificador quanto como uma chave. O nome do
dispositivo origina-se de seu pricípio de operação. O controle é baseado no campo elétrico estabelecido pela tensão aplicada no
terminal de controle. O transistor MOSFET (acrônimo de Metal Oxide Semiconductor Field Effect Transistor, ou transistor de
efeito de campo de semicondutor de óxido metálico), é, de longe, o tipo mais comum de transistores de efeito de campo em
circuitos tanto digitais quanto analógicos.
• Símbolo
D ID
+
S
VGS
-
• Construção
Porta (G)
Fonte (S) Dreno (D)
Óxido (SiO2)
Geralmente o terminal corpo (B) é
ligado a fonte (S).
Região de
n+ canal n+
Corpo (B)
2
• Criação do canal
Considere a figura a seguir:
+ Canal n
VGS induzido
- (G)
(S) (D)
n+ n+
A tensão VGS, em um primeiro momento, faz as lacunas livres da região do substrato sob a porta serem
repelidas, deixando uma região de depleção. A tensão positiva sob a porta atrai elétrons das regiões n+ da fonte e do
dreno para a região do canal. Quando elétrons suficientes estiverem sob a porta, o canal estará formado ligando a fonte
ao dreno. O valor mínimo de VGS para se formar o canal é chamado de tensão de limiar (threshold) ou Vt.
• Operação do transistor
A operação de um MOSFET pode ser dividida em três diferentes regiões, dependendo das tensões aplicadas sobre seus
terminais. Para o MOSFET canal n:
• Região de Corte: quando VGS < Vt, onde VGS é a tensão entre a porta (gate) e a fonte (source). O transistor permanece
desligado, e não há condução entre o dreno e a fonte. Enquanto a corrente entre o dreno e fonte deve idealmente ser zero
devido à chave estar desligada, há uma fraca corrente invertida.
• Região de Triodo (ou região linear): quando VGS > Vt e Vds < VGS - Vt onde Vds é a tensão entre dreno e fonte. O
transístor é ligado, e o canal que é criado permite o fluxo de corrente entre o dreno e fonte. O MOSFET opera como um
resistor, controlado pela tensão na porta. A corrente do dreno para a fonte é:
1 W
[
I D = K 2(VGS − Vt )VDS − VDS
2
]
, onde K =
2
µ nCox
L
• Região de Saturação: quando VGS > Vt e Vds > VGS - Vt. O transístor fica ligado, e um canal que é criado permite o
fluxo de corrente entre o dreno e a fonte. Como a tensão de dreno é maior do que a tensão na porta, uma parte do canal é
desligado. A criação dessa região é chamada de “pinch-off”. A corrente de dreno é agora relativamente independente da
tensão de dreno (numa primeira aproximação) e é controlada somente pela tensão da porta de tal forma que:
2
I D = K (VGS − Vt )
OBS: Para o transistor PMOS as equações são idênticas, lembrando que Vt é negativo e as inequações são inversas.
3
Em circuitos digitais, os MOSFETs são usados somente em modos de corte e de triodo. O modo de saturação é usado em
aplicações de circuitos analógicos.
ID
+ IG Canal n
VGS deformado
+
IS - (G)
VDS
(S) -
(D)
+
n+ Pinch off n
ID = IS
IG = 0
p
O terminal da porta (G), por ser eletricamente isolado através do oxido, possui corrente nula.
A corrente do dreno é igual a corrente da fonte.
• Curvas Características
• Característica ID –VDS parametrizada por VGS
ID
Região de triodo
VGS = Vt + 5
20mA
18mA
Região de saturação
16mA
VGS = Vt + 4
14mA
12mA
VGS = Vt + 3
10mA
2mA
VGS = Vt + 1
2V 4V 6V 8V 10V VDS
4
Observação:
O gráfico da característica ID – VDS mostra que a corrente do dreno possui uma leve dependência
linear com VDS na região de saturação. Essa dependência pode ser considerada analiticamente pela
incorporação do fator (1+λVDS) na equação de ID, onde λ = 1/VA, como se segue:
2
I D = K (VGS − Vt ) (1 + λVDS )
• Característica ID –VGS
ID (mA)
4
3
2
Vt
1 2 3 4 5 6 7 8 9 VGS (V)
5
• Polarização
O termo polarização significa a aplicação de tensões DC em um circuito para estabelecer valores fixos de
corrente e tensão. O Ponto de polarização (ponto quiescente) deve ser localizado na região ativa e dentro dos
valores máximos permitido.
I D = K (VGS − Vt )
2
I D= I S IG = 0
• Para a polarização do MOSFET em uma sua região de saturação, as seguintes condições devem ser
satisfeitas:
OBS: A equação da corrente de dreno pode fornecer dois valores de VGS. Desses valores, apenas um
atenderá as condições para a polarização da região de saturação, o outro valor não tem significado
físico. Se os dois valores de VGS não atenderem as condições, significa que o transistor não está em sua
região de saturação.
• Circuitos de Polarização
• Exemplo 1:
5V
IG
VDS
VGS
RS
-5V
6
Temos que:
VD = 5 − RD I D
1 = 5 − RD × 0,4 × 10−3
RD = 10kΩ
2
I D = K (VGS − Vt )
2
0,4 = 0,4(VGS − 2)
Essa equação do segundo grau produz dois valores de VGS, 1V e 3V. O primeiro valor não tem significado físico, pois
ele é menor que Vt. Portanto VGS = 3V. Desse modo temos que:
VS − VSS
RS =
ID
− 3 − (− 5)
= = 5kΩ
0,4 × 10 − 3
• Exemplo 2:
VDD = +10V
Determine todas as tensões dos nós e as
correntes nas malhas. Suponha Vt = 1V e
6KΩ K = 0,5 mA/V2. Suponha λ = 0.
100KΩ IG1 C2
V0
C1 IG
VDS
Vi
VGS
IG2
ID
100KΩ 6KΩ
Como a corrente na porta é nula, podemos fazer o divisor de tensão RG1 e RG2:
100
VG = 10 × = 5V
100 + 100
10
I G1 = I G 2 = = 0,05mA
100 + 100
7
Com essa tensão positiva na porta, o transistor NMOS está em condução. Mas não podemos determinar se ele opera na
região de triodo ou saturação. Podemos supor uma operação na região de saturação e verificar a validade da suposição.
A tensão na fonte é:
VGS = 5 − 6 I D
2
I D = K (VGS − Vt )
2
I D = 0,5 × 10 −3 (5 − 6 I D − 1)
18 I D2 − 25 I D + 8 = 0
A equação de segundo grau produz dois valores para ID: 0,89 mA e 0,5 mA. O primeiro valor não tem significado
físico pois produz uma tensão de fonte maior que a tensão de porta. Portanto:
I D = 0,5mA
VS = 0,5 × 6 = 3V
VGS = 5 − 3 = 2V
VD = 10 − 6 × 0,5 = 7V
Como VDS > VGS – Vt, o transistor está realmente operando na saturação.
• Exemplo 3:
VDD = +5V
RG1 IG1 C2
V0
C1 IG VG
VD
Vi
Projete o circuito de modo que o transistor
IG2
ID opere na saturação com ID = 0,5 mA e VD = 3V.
RG2 RD Suponha o transistor PMOS tendo Vt = -1V e K =
0,5 mA/V2. Suponha λ = 0.
Podemos escrever:
2
I D = K (VGS − Vt )
2
0,5 = 0,5[VGS − (− 1)]
8
Como VGS deve ser negativo (VGS < Vt), a única solução que faz sentido físico é VGS = -2V. Como a tensão na fonte é
5V, a tensão na porta deve ser 3V. Dessa forma, temos o divisor de tensão:
RG 2
3=5
RG 2 + RG1
3RG1 = 2 RG 2
VD 3
RD = = = 6kΩ
I D 0,5
A operação no modo de saturação será mantida até o ponto em que VD exceder VG por |Vt|, que é:
VD max = 3 + 1 = 4V
4
RD= = 8kΩ
0,5
• Exemplo 4:
2
I D = K (VGS − Vt )
ID
VGS = Vt +
K
0,08
VGS = 0,6 + = 1V
0,5
VD = VG = 1V
O valor de R será:
VDD − VD 3 − 1
R= = = 25kΩ
ID 0,08
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• Exercício:
• MOSFET - Modelo AC
Assim como o TBJ, o MOSFET também pode ser representado por um modelo para descrever, de maneira
simplificada, sua operação AC.
D D
G Elementos
de circuito
G
S
S
• Modelo π -híbrido
CGD
D
G
ID
+
vGS CGS gm vGS r0
-
S
S
11
D
G
ID
+
vGS gm vGS = vGS/re r0
-
S
S
∂I D 2I D
gm = = 2 K (VGS − Vt ) = 2 KI D =
∂VGS VGS − Vt
1 VA 1
re = ro = VA =
gm ID λ
D
D G
ID
+
G
vGS vGS/re
r0
S -
S
S
iD D
GB iD
vGS/re D
G
vGS r0
r0
re
re
S S
iS
S
12
G
r0
re
• Exemplo 5:
VCC
RD ID
vo
RG C2
IG=0
vi C1
Na Banda de interesse, XC1 e XC2 estão em curto e para análise incremental (AC) toda fonte de tensão
constante está em curto com o terminal comum.
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ix
vo
iG iD
RG Zo
iD2
ii ro RD
i=0
vi
Zi iD1
re
v −v v v
ii = i o = i 1 − o
RG RG vi
vi
ii = (1 − Av )
RG
Portanto:
vi R
Zi ≡ = G
ii 1 − Av
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Z o = RG // RD // ro
Note que para determinação de Z0 as tensões independentes, no caso somente vi, são colocadas em
curto com o terra.
A corrente ix é mostrada para evidenciar que esta seria a corrente que uma fonte de tensão (v0)
conectada a saída forneceria ao circuito com uma impedância de saída Z0.
Da figura temos:
vo vi vo vo − vi
iD = iD1 + iD 2 + iG ⇒ − = + +
RD re ro RG
1 1 1 1 1
vo + + = vi −
RD ro RG RG re
vo 1 1
= RG // ro // RD −
vi RG re
vo 1 1
Av = = Z o −
vi RG re
vi v
ii = , io = iD = − o
Zi RD
io v Z
=− o ⋅ i
ii RD vi
io Z
Ai = = Av ⋅ i
ii RD
15
Exercício:
+15V
Determine (a) Zo, (b) Av, (c) Zi e Ai. Suponha que o
transistor NMOS tenha Vt = 1,5 V, K = 0,125 mA/V2
e VA = 50 V. Na Banda de interesse, XC1 e XC2 estão
10K ID
em curto.
vo
10M C2
vi C1
2
I D = K (VGS − Vt )
2
I D = 0,125(VGS − 1,5)
2
I D 0,125(VD − 1,5) (1)
Além disso,
VD = 15 − 10 I D (2)
I D = 1,06mA
VD = 4,4V
Assim temos:
VA 50
ro = = = 47 kΩ
I D 1,06
1 1
re = = = 1,379kΩ
2 K (VGS − Vt ) 2 × 0,125(4,4 − 1,5)
16
Modelo AC:
ix
vo
iG iD
10M Zo
iD2
ii 10k
47k
i=0
vi
Zi iD1
1,379k
Z o = 8,24kΩ
(b) Determinar Av:
vo 1 1
Av = = Z o −
vi RG re
Av = −5,97V V
(c) Determinar Zi:
vi R
Zi ≡ = G
ii 1 − Av
10 × 106
Zi = = 1,34 MΩ
1 − (− 5,97 )
(d) Determinar Ai:
io Z
Ai = = Av ⋅ i
ii RD
1,34 × 106
Ai = 5,97 ⋅ = 800 A A
10 × 103