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DISCIPLINA: Direito Administrativo

PROFESSOR: Júlio Marqueti


MATÉRIA: Responsabilidade Civil ou Extracontratual do Estado, poderes da administração e atos
administrativos.

Indicações de bibliográficas:
 Constituição Federal

Leis e artigos importantes:


 Art. 37, §6º CF/88
 Art. 49, V CF/88
 Art. 84, IV CF/88
 Art. 70 da Lei. 8666/93
 Art. 13 da Lei. 9784/99
 Art. 15 da Lei. 9784/99

Palavras-chave:
 Responsabilidade Civil ou Extracontratual do Estado, poderes da administração e atos
administrativos.

TEMA: RESPONSABILIDADE CIVIL OU EXTRACONTRATUAL DO ESTADO, PODERES DA


ADMINISTRAÇÃO E ATOS ADMINISTRATIVOS.

PROFESSOR: JÚLIO MARQUETI

 Responsabilidade Civil ou Extracontratual do Estado – (Art. 37, §6º CF/88) – é o


dever de reparar os danos causados a terceiros pelos os agentes públicos (no exercício
regular de suas funções) ou particulares em exercício de funções públicas.

Art. 37, CF/88 – A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:

§6.º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de


serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos
de dolo ou culpa.

 Pessoa jurídica: de direito público e de direito privado;

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 Dano a terceiros:

a) Quando existe má execução da obra;

 Da contratada, a responsabilidade será – “subjetivamente”, (art. 70 da Lei. 8666/93);

Art. 70 da Lei. 8666/93 – O contratado é responsável pelos danos causados diretamente


à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do
contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o
acompanhamento pelo órgão interessado.

 Quando for por parte da administração – a responsabilidade será – “objetiva”, pois


realiza diretamente, (art. 37 §6º CF/88).

b) Da obra – fato – a responsabilidade será – “objetiva”.

Obs: Quando o agente público causa dano à terceiro será suportado pela pessoa jurídica
(Teoria da imputação). Na prestação do serviço público conduta comissiva (ação) gera
responsabilidade objetiva, quando a conduta for omissiva gera responsabilidade subjetiva
(Teoria da culpa anônima). Na atividade econômica conduta ação (comissiva) ou
omissão a responsabilidade será subjetiva.

 Teoria – do “risco” – há 2 (duas) teorias do risco;

Espécies de teoria do risco: Administrativo e Integral;

 Administrativo – essa teoria admite a exclusão ou a atenuação da responsabilidade do


Estado;
 Integral – Não há exclusão ou atenuação.

 Obs: A jurisprudência tem estabelecido que a responsabilidade será objetiva mesmo


que a conduta seja omissiva ainda que o dano seja sobre pessoas ou coisas que
estejam sob a guardar ou tutela do Estado.
Responsabilidade subjetiva tem como pano de fundo o princípio da isonomia. A teoria
que justifica a responsabilidade objetiva do Estado é a teoria do risco, ou seja, o Estado
atua intensamente.

Obs: A “FGV” não admite a “teoria do risco integral”.

 Poderes da administração – pode ser: Vinculado e Discricionário

Vinculado – são integralmente regrados pela Lei, quanto à forma, requisitos e momento
de produção.

Discricionário – há uma margem de liberdade, segue os limites de:

1) Legalidade;

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2) Razoabilidade;
3) Proporcionalidade.
Obs: Todo ato discricionário contem uma parte vinculada, no tocante à competência, à
forma e à finalidade.

 Regime jurídico administrativo – Prerrogativas e Sujeições;

 Prerrogativas – Poderes e privilégios;


 Sujeições – manifestação mais intensa de limitações – Princípios, legalidade.

Obs: A expressão de poder vinculado, apesar de usual se mostra equivocada por não
representar prerrogativas da administração. Mas, sim, manifestar sujeições decorrentes da
legalidade.

 Poder disciplinar – pressupõe relação jurídica especial, ou seja, “supremacia


especial”, é caracterizado por ser: discricionário.

1) Apurar a infração;
2) Aplicar sanção.

 Destinatário – são: agente público e particular;

Obs: Particular – aquele que está sujeito à disciplina da administração.


Os limitadores da Lei são: legalidade, razoabilidade e proporcionalidade.

 Poder Discricionário – há margem de liberdade outorgada pelo legislador.

Obs: A discricionariedade será encontrada no poder disciplinar na definição da infração


e na quantificação da pena.

 Poder Regulamentar – (art. 84 IV CF/88) - é aquele que faculta a administração a


expedir decretos (executórios) regulamentares, ou seja, prerrogativa da administração,
por meio do chefe do executivo, de explicar a Lei para sua fiel execução.

Art. 84 CF – Compete privativamente ao Presidente da República:


IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e
regulamentos para sua fiel execução;

Obs: esse poder regulamentar sofre controle legislativo;

Art. 49 CF – É da competência exclusiva do Congresso Nacional:


V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar
ou dos limites de delegação legislativa;

 Poder de Polícia – é caracterizado pela “supremacia geral”, é uma prerrogativa que
permite a administração pública restringir, condicionar e limitar, o uso e o gozo de:

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 Bens;
 Direitos;
 Atividade

Obs: em benefício da coletividade.


 O poder de polícia é composto por 4 (quatro) fases;

1) Lei – é necessária a lei;

2) Consentimento – licença é um ato vinculado – estamos na fase de poder de polícia


preventivo;

Autorização – discricionário;
Permissão – discricionário.

3) Fiscalização – é poder de polícia repressivo;

4) Sanção – é um ato de poder de polícia repressivo.

Obs: Poder de polícia administrativa: condiciona, limita ou restringe o uso e o gozo


de direitos, bens e atividades em benefício da coletividade.

 Classificação do Poder de Polícia – Preventivo e Repressivo;

 Preventivo: ocorre através do ato de consentimento (licença, autorização e permissão).

 Repressivo: ocorre através dos atos de fiscalização e sanção.

 Poder de polícia pode ser:

1. Originário: realizado pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

2. Delegado: realizado por pessoas jurídicas de direito público, sendo as autarquias,


fundações, associações públicas.

Obs: Certos atos do poder de policias poderão ser realizados por particulares mediante
contrato com a administração.

Obs: O poder de polícia pode ser delegado/ transferido a particulares? Não, ele não pode
ser transferido ou delegado a particulares, porque é uma prerrogativa das pessoas de
direito público. Entretanto certos atos do poder de polícia podem ser executados por
particulares (fiscalização). O poder de polícia é discricionário.

 Atos administrativos – é o ato jurídico praticado pela administração pública. É


“sempre” ato jurídico.

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 O que distingue os atos administrativos dos demais atos praticados pela Administração
Pública é o fato destes satisfazerem o interesse público apenas reflexamente, ao passo
que aqueles o atingem diretamente.
 Elementos ou requisitos do ato administrativo:

1) Competência;
2) Objeto;
3) Motivo;
4) Finalidade;
5) Forma.

Obs: Para gravar: FF. COM – finalidade, forma, competência, objeto e motivo.

1) Competência – são as atribuições definidas em Lei das: pessoas jurídicas, órgãos e


agentes; (Lei. 9784/99, do art. 11 ao art. 17); encontraremos nesses dispositivos a
possibilidade de delegação (art. 12 da Lei. 9784/99) e avocação, (art. 15 da Lei.
9874/99).
A delegação poderá ocorrer em regra, ou seja, a delegação é “discricionária”, ela
é revogável a qualquer tempo, conforme o (art. 13 da Lei. 9784/99).

 São indelegáveis – (art. 13 da Lei. 9784/99) – Não podem ser objeto de delegação:

1) Edição de atos normativos;


2) Decisão de recurso administrativo;
3) Competências exclusivas.

 Avocação – (art. 15 da Lei. 9784/99) - ela se dará em situação excepcional, deve ser
justificada e ela é temporária, não precisa de Lei que fale que pode avocar, ou seja,
pode avocar em razão da hierarquia. É a regra, porém tem que justificar, ou seja, tem
que demonstrar a situação excepcional.

Art. 15 da Lei. 9784/99 – Será permitida, em caráter excepcional e por motivos


relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a
órgão hierarquicamente inferior.

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