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DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: ANÁLISE EM INSTITUIÇÃO PRIVADA

Francisca Mércia Lucas Pegado∗


Maria do Socorro de Azevedo Borba∗∗
Mônica Marques Carvalho∗∗∗

RESUMO
Analisa o processo de desenvolvimento de coleções dentro de suas atividades
mais importantes que é a seleção e aquisição de materiais bibliográficos,
identificando-se os pontos fundamentais que podem influenciar na criação e
aplicação da política de seleção tais como: estudo da comunidade, identificando o
perfil do usuário, finalidade do acervo, conservação e avaliação de coleções,
dentre outros. A Informação é vista como uma força poderosa capaz de
transformar o homem e aliada as novas tecnologias proporciona poderes a quem
a detém. Diante do lugar de destaque ocupado pela informação e pelo seu
volume perante a nova realidade, surge a necessidade de selecionar informações.
Apresenta uma política de desenvolvimento de coleções em uma biblioteca de
instituição privada, cuja importância se dar pelo fato de não existir praticamente
pesquisas especificamente neste tipo de Instituição.

PALAVRAS-CHAVE: Informação. Tecnologia. Desenvolvimento de Coleções.


Aquisição. Seleção. Acervo. Materiais Informacionais.

1 INTRODUÇÃO

O tema abordado trata da questão da importância de formar, desenvolver e


organizar coleções, através das atividades de seleção e aquisição de materiais
bibliográficos, com a finalidade de disseminação da informação. Mediante uma
sociedade onde o volume de informações para diversos fins cresce
constantemente em uma velocidade incalculável, torna-se necessário “desenhar
políticas de informação em todos os níveis de gerência das empresas,no setor
público e no setor privado. É uma nova política (SCHWARTZ, 1997, p.2)

A informação torna-se cada vez mais uma ferramenta valiosa e útil para os
seres humanos, sendo considerada para alguns autores como um processo
dinâmico necessitando de ajustes no momento de selecioná-las ou rejeitá-las,
pois muitos fatores devem ser levados em consideração. Mediante o volume de
informações obtidas com o aumento das produções científicas, o que causou
muitas mudanças na nova Sociedade da informação. Algo tinha que ser feito para
filtrar as informações mais importantes para uma comunidade, . Foi com esta
finalidade que se pensou em selecionar materiais informacionais para formar e
desenvolver coleções. Muitos autores trabalham com esta questão, porém, não
se identificou publicação que trate sobre este processo nas instituições privadas.

Após a identificação do universo da comunidade a ser servida, é


indispensável que a informação seja selecionada e organizada de forma a
direcionar cada usuário ou instituição na busca da informação necessária para
cada fim. A tarefa de selecionar materiais bibliográficos para um acervo requer
dos responsáveis uma carga de conhecimento amplo e critérios estabelecidos
dentro de uma política institucional para a tomada de decisão em relação a
seleção de livros, periódicos,discos, filmes, etc., que irão fazer parte do acervo.

A etapa que sucede a seleção é a aquisição, que segundo Maciel (2000,


p.21), pode ser considerada como o “processo que implementa as decisões da
seleção, esta função inclui todas as atividades inerentes aos processos de
compra, doação e permuta de documentos. O controle patrimonial do acervo-
registro das coleções também é de sua alçada”. Entende-se que o
Desenvolvimento de Coleções em uma unidade de Informação é um processo
relevante para formação do acervo.

Esta pesquisa tem o intuito de contribuir com as instituições privadas de


ensino na prática deste procedimento, haja vista na literatura existente, haver
lacuna de conhecimento a respeito do Desenvolvimento de Coleções em
instituições privadas. Foram delineados os seguintes objetivos: analisar o
desenvolvimento de coleções em uma instituição privada, enfatizando o
procedimento da Universidade Potiguar, com o propósito de firmar uma política
de desenvolvimento de coleções, que atenda as solicitações das direções dos
cursos dentro das exigências do MEC; objetivos específicos; - especificar as
modalidades de seleção e aquisição para o acervo das bibliotecas da UNP;
Verificar através dos conceitos de avaliação do MEC, o êxito das aquisições dos
acervos da UNP; contribuir com as instituições privadas com uma pesquisa que
sirva de referência para formação de uma política de desenvolvimento de
coleções.

2 A INFORMAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA FRENTE ÀS NOVAS


TECNOLOGIAS

Entende-se que a informação é a mais poderosa força de transformação do


homem. Sendo componente essencial no processo de tomada de decisão
econômica e política (ARAÚJO, 1995, p.3). O poder da informação, aliado aos
modernos meios de comunicação de massa, tem capacidade ilimitada de
transformar culturalmente o homem, a sociedade e a própria humanidade como
um todo, tornando cada vez mais útil, sendo considerada como “[...] processo
dinâmico [...] utilizados para selecionar ou rejeitar informações [...], são fortemente
relacionados com hábitos pessoais do indivíduo e com as necessidades que
precisam ser satisfeitas” (OHIRA, 1997 apud CHIST, 1995, p.197).

Reforçando os conceitos mencionados, LE Coadic (1996, p. 5) ressalta que


Informação “é o conhecimento inscrito(gravado) sob a forma escrita(impressa ou
numérica), oral ou audiovisual”. A partir do século vinte, a informação começa a
ocupar um papel de grande importância dentro do contexto do desenvolvimento
científico e tecnológico das nações. Esta importância está centrada na
organização difusão e uso do conhecimento como fonte para o surgimento de
novos conhecimentos. Porém, Lastres (1999, p. 7), dentro desta visão, associa o
conceito de Informação e conhecimento. “Informação e conhecimento são
recursos intangíveis, não-materiais e, portanto, não esgotáveis. Seu consumo não
os destrói, assim como seu descarte geralmente não deixa vestígios físicos”.
Esta conotação passa a ser vista por Lastres a partir do momento em que a
informação e o conhecimento passam a assumir um papel de muito valor dentro
do contexto da produção e consumo em massa, em virtude de ser reconhecida
como um produto, passando a participar de uma nova configuração econômica, e
com a vantagem de ser um produto que quanto mais for usado maior chance de
permanecer em evidência, além de estar estocado em local intangível, pois o
conhecimento é próprio de um ser, podendo ser apenas repassado, porém, nunca
ser retirado de quem o detém.

Com o advento conhecido como “explosão documental”, que é o


crescimento exponencial das publicações, a biblioteconomia tenta buscar uma
maneira eficiente de controlar a informação escrita e a forma mais lucrativa de
explorá-la. Surge então, a preocupação em organizar, classificar e recuperar as
informações importantes para algumas áreas do conhecimento científico e
tecnológico, dando início nesse momento a era da informatização com a produção
de computadores capazes de armazenar e recuperar milhões de informações.

Para Araújo (1991, p.38) “A ciência e tecnologia emergiram durante o


período do desenvolvimento do capitalismo europeu, e no decorrer do processo
de acumulação e formação capitalista”, a dinâmica da produção científica e
tecnológica sentiu a necessidade de implantação de um sistema que pudesse se
comunicar em nível internacional para proporcionar a circulação e a troca de
conhecimentos como forma de gerar novos conhecimentos. Essas inovações
tecnológicas proporcionaram mudanças nos padrões tradicionais de bibliotecas
e conseqüentemente para os profissionais da informação, tornando necessário
adotar medidas e critérios de qualidade de serviços oferecidos pelas bibliotecas
para que possam se habilitar para enfrentar essas mudanças.

Esta nova “sociedade da informação” que agora se apresenta,


desencadearam de maneira vertiginosa a produção e circulação do conhecimento
neste final de século, dificultando o seu armazenamento e estoque causando uma
crise informacional compreendida como mudanças nos paradigmas do fazer
científico.

A partir daí, surge a necessidade de determinar critérios para saber o que é


importante armazenar, tornando possível de ser colocado em prática os
procedimentos desenvolvidos no processo de formação e desenvolvimento de
coleções que é a peça fundamental do presente estudo.
3 DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES COMO UM PROCESSO FORMADOR
DO CONTEÚDO INFORMACIONAL DE UMA UNIDADE

O processo de desenvolvimento de coleções – PDC, certamente é o


primeiro passo para se formar uma biblioteca e as atividades que constituem esse
processo, a seleção e aquisição de materiais informacionais, exigem critérios que
irão ser determinados de acordo com o tipo de acervo que deverá ser formado. O
Procedimento de selecionar o que é necessário para suprir os anseios de uma
determinada comunidade acadêmica, começa a ter maior importância a partir do
momento em que o volume de informações existente nas diversas áreas do
conhecimento passa a ter um crescimento desenfreado e por isso, não ser
interessante ter um acervo de obras que não estejam voltadas para o interesse de
um determinado público e que faltem outras que sejam de extrema necessidade
para este. O processo de seleção é dentro do desenvolvimento de coleções, a
etapa que precede a aquisição, pois, não é possível adquirir materiais
informacionais sem saber primeiramente para que comunidade será direcionado o
acervo e o que será compatível com as necessidades e interesses deste público.
Mas, é com a aquisição que se concretiza o interesse em formar ou desenvolver
uma coleção. Andrade (1996, p.5) destaca que: “[...] Com a aquisição é que
começa de fato a existir [...] instituição destinada a preservar e divulgar [...]
conhecimento humano [....]”.

A identificação e localização dos materiais informacionais para formação de


acervos é uma tarefa muito mais difícil do que parece, é muito complexa, pois
existe dentro deste processo fatores diversos que influenciam os interesses
próprios da aquisição tais como: fatores políticos, econômicos, culturais e sociais.
Na maioria das vezes esses fatores exercem influências tão forte ao ponto dos
materiais informacionais tornarem-se inacessíveis para aqueles fins aos quais se
destinavam, comprometendo o trabalho dos profissionais da informação, cujo
interesse era desenvolver ou formar um acervo com fins informacionais que
viesse atender a um público alvo.

Diante da complexidade de selecionar materiais informacionais, o ideal é


que seja feito obedecendo a critérios estipulados por escrito para que o
bibliotecário ou responsável pela aquisição tenha documentos suficientes para
comprovar sua neutralidade nas tomadas de decisões quanto a suspeita de
interesse particular em relação à escolha de determinado título ou fornecedor.
Para evitar tais problemas se faz necessário à existência de uma Política de
Desenvolvimento do Acervo preestabelecida, formada a partir de uma comissão
de bibliotecários, equipe administrativa, financeira, representante da comunidade
e quem mais for de interesse da instituição fazer parte desta equipe que irá definir
os procedimentos para seleção e aquisição do material bibliográfico com o
objetivo de manter na opinião de Borba (2000, p. 2) “a coerência do acervo no
transcorrer do tempo, para que todo material adquirido obedeça a razões
objetivas predeterminadas”. De acordo com Vergueiro (1995, p. 9): “[...]
objetividade no processo de seleção é uma meta a ser constantemente almejada.
[...] existe o sério risco de favoritismo ou de ineficácia da parte de cada usuário
que porventura não se sinta satisfeito com a escolha efetuada [...]”.

O processo de adquirir materiais em uma organização é, no mínimo,


submetido a uma série de procedimentos formais. Como foi visto anteriormente, o
termo aquisição é amplo. Pode estar inserido na compra de móveis ou imóveis,
materiais permanentes ou de consumo. Diante dessa variedade, buscamos neste
trabalho verificar o processo de aquisição, não em âmbito geral, mas limitando-se
a compra de materiais bibliográficos por unidades de informação, analisando
ainda os problemas encontrados quanto a sua execução, ou seja, as divergências
existentes entrem a teoria e a prática. O termo aquisição requer um
direcionamento mais específico, tendo em vista a sua generalidade Contudo, é
conveniente, de início, entender o significado desta palavra. Será adotada a
princípio a afirmação de Figueiredo (1993, p.65). No seu ponto de vista, aquisição
seria: “[...] o processo de agregar itens a uma coleção [...] compra, doação ou
permuta. [...] implementa as decisões da seleção ao incorporar à coleção os itens
selecionados”. Porém, para que se efetue a aquisição, uma atividade muito
importante a antecede, a Seleção.

Seria inviável o processo de aquisição, caso não houvesse anteriormente


um planejamento para este fim. As escolhas dos materiais a serem adquiridos,
constituem um procedimento de suma importância que deve ser adotado antes da
aquisição, para que o acervo seja formado por materiais que satisfaça a carência
de informação do usuário. Trata-se da seleção dos materiais para compra. Neste
momento, faz-se uma análise sobre o que realmente é conveniente para uso na
unidade de informação, a fim de manter um padrão no nível das informações,
concentrando-se, sobretudo, nos interesses dos usuários. A seleção consiste em
um momento de decisão que muitas vezes o bibliotecário, fará interferência na
vida da comunidade por definir o universo de informações a que terão acesso. No
entanto, para este propósito deve-se observar alguns aspectos relevantes, de
acordo com Figueiredo (1999, p. 59): “A atividade de seleção requer
conhecimento e tempo, [...] papel da biblioteca [...] selecionar materiais [...]
atraiam [...]dirigidos ao atendimento dos interesses e as necessidades
informacionais mutáveis de usuários diferenciados”

Os aspectos a serem observados nesta seleção são: Imparcialidade crítica


do bibliotecário; Qualidade do acervo e Impessoalidade. No entanto, nem sempre
estes aspectos são seguidos. Na prática, o profissional da informação, em muitos
casos, ignora estes procedimentos básicos, adotando uma postura pessoal sobre
as atividades descritas, contrariando assim o que em teoria deveria ser seguido.
Deixa, portanto, de ser um agente participativo, para enquadrar-se em uma
atitude individual, o que não é recomendável. Segundo Vergueiro (1997, p.9): “O
bibliotecário deverá sempre participar com seu conhecimento da coleção,
propondo uma direção coerente para o acervo e garantindo, assim que os
objetivos para ela estabelecidos não se percam com o passar do tempo”

A biblioteca precisa ter e seguir sempre sua Política de Desenvolvimento


de Coleções, e quando necessário, ampliá-la ou modificá-la, se isso for beneficiar
a comunidade acadêmica, para isto é preciso que o bibliotecário procure
gradativamente conhecer melhor o acervo e as necessidades dos seus usuários,
além de estar inteirada com o crescimento da produção científica, embora esta
aconteça de forma acelerada. Vale salientar que a política de
DDC(Desenvolvimento de Coleções) deve ser flexível suficiente para se adaptar
às constantes mudanças.

É importante que haja política de aquisição nas organizações, tendo em


vista que trata-se de um instrumento indispensável pelo qual possibilita a uma
padronização das ações. Neste caso, as aquisições não são feitas ao acaso, mas
de acordo com escolhas sucessivas. São realizadas em função de alguns
elementos: do orçamento e dos recursos disponíveis; da especialização da
unidade; dos objetivos correntes e das prioridades da unidade, pois não se pode
nem se deve adquirir tudo; da natureza da unidade; da natureza dos serviços e do
público visado; das relações com outras unidades de informação. Infelizmente,
esta política de aquisição está limitada apenas a unidades de informações de
médio e grande porte. Levando-se em consideração que, uma pequena Biblioteca
logo tornar-se-á uma grande fonte de informação, haja vista que é um “organismo
em crescimento”, é indispensável a criação deste mecanismo de compra ainda na
sua formação. Para se organizar o serviço de aquisição, foi levado em
consideração a afirmação de Maciel (2000, p. 21): [...]aquisição naturalmente
varia conforme as características das instituições [...]. Diferentes estruturas
administrativas, [...], exigirão procedimentos também diferenciados” .Em outras
palavras, significa dizer que cada instituição forma sua própria política dentro de
sua realidade administrativa e de acordo com as necessidades e exigências do
seu público alvo.

Em unidades de informação, principalmente em se tratando de centros


educacionais, o levantamento bibliográfico é da responsabilidade de diretores e
professores dos cursos, porém deve haver o auxílio de profissionais bibliotecários.
Esta relação busca suprir as necessidades das diversas disciplinas oferecidas,
assim como o ementário de cada curso. Para isso, porém, há uma necessidade
da existência de alguns requisitos básicos para estes profissionais, como:
conhecer bem a comunidade; saber julgar o valor de cada publicação; Estar a par
do orçamento disponível; Uma boa bagagem cultural; conhecimento de outras
línguas. Além destes profissionais envolvidos no processo de aquisição, é válido
ressaltar a importância de técnicos do setor de aquisição. São, geralmente,
conhecedores de todo o processo burocrático a que estarão inseridos. É
importante ainda acrescentar que, geralmente, o trabalho destes profissionais é
baseado em dois critérios básicos de seleção: o qualitativo e o quantitativo.

As modalidades de aquisição constituem-se em três categorias: a doação,


a permuta e a compra, sendo esta última considerada como o mais extenso e
complexo mecanismo de aquisição de materiais bibliográficos. A aplicação dos
recursos financeiros para execução das compras, isto é, como o dinheiro pode ser
gasto, difere bastante nas organizações particulares e nas da administração
pública. As compras efetuadas por licitação constituem-se em três modalidades:
o convite, a tomada de preços e a concorrência são as que dizem respeito
diretamente à aquisição de material informacional.

O responsável pela aquisição deverá identificar quais são as


modalidades de compra mais adequadas para o tipo de material de informação de
cada aquisição específica, visando a obter os menores custos financeiros e
operacionais possíveis, bem como garantindo a qualidade e presteza dos serviços
de aquisição.

4 DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES EM INSTITUIÇÕES PRIVADAS –


ANÁLISE DO PROCEDIMENTO DA UNIVERSIDADE POTIGUAR/ RN

A UnP congrega 24 cursos de graduação e mais de 55 cursos de Pós-


graduação no campi de Natal e 02 no campi Mossoró, além dos cursos de
Formação de docentes e Formação tecnológica. Este é o objetivo maior da
Universidade, a sua preocupação com a formação de profissionais, dentro dos
princípios de cidadania, valores éticos, sociais, culturais e profissionais,
acreditando na força transformadora da ciência e das mais avançadas tecnologias
para a realização das potencialidades humanas. Esses fatores contribuem para o
crescimento quantitativo e qualitativo da instituição que se moderniza
constantemente.

A estrutura organizacional da UnP tem a seguinte forma: Administração


Superior - Administração Acadêmica de Cursos e Programas . É composta
por 06(seis) campi, cinco deles estão distribuídos na grande Natal e 01(hum) em
Mossoró/ RN, porém, a estrutura a ser descrita será a Biblioteca do campus
Salgado Filho, considerada a central. Os serviços encontram-se automatizados e
estão interligadas por um sistema integrado de bibliotecas.
Inserido administrativamente na instituição, encontra-se o Sistema de
Bibliotecas. Devido a sua importância pode-se dizer que uma Biblioteca é um dos
instrumentos essenciais ao processo de ensino-aprendizagem. As Bibliotecas do
Sistema da Universidade Potiguar – UNP, tem a finalidade de apoiar o processo
de ensino, pesquisa e extensão. Formam um sistema multidisciplinar de
processamento, armazenamento, transmissão, recuperação e disseminação de
culturas múltiplas. Com esse propósito o Sistema Integrado de bibliotecas da
UNP - SIB, utiliza para processar e disponibilizar a documentação existente, um
sistema automatizado de recuperação de informações, previamente selecionadas
e analisadas por uma equipe técnica especializada, para proporcionar o
rastreamento e busca dos documentos registrados no sistema. O acesso às
informações é imediato através do terminal on-line, no qual é possível pesquisar
por autor, título e assunto os acervos dos seis campi. A Biblioteca do Campus
Salgado Filho, tem seu acervo bibliográfico específico formado para atender aos
cursos da área de saúde, direito, arquitetura e engenharias.

4.1 DESENVOLVIMENTO DA COLEÇÃO/ UNP

Para proporcionar um bom desenvolvimento dos serviços oferecidos por


uma Biblioteca, o fator primordial está na formação do acervo. Dentro desta linha
de coerência, o Sistema Integrado de Bibliotecas, segue uma Política de seleção
e desenvolvimento de coleções, buscando acompanhar a renovação do ensino e
o desenvolvimento de novas áreas de atuação da instituição, determinando
critérios que possibilitam a racionalização dos recursos disponíveis, distribuindo
de forma qualitativa e quantitativa, as novas aquisições de documentos a darem
entrada no sistema. Com isso a Política de seleção e desenvolvimento de
coleções da Universidade Potiguar objetiva atualizar a bibliografia básica dos
cursos existentes, por intermédio dos contatos com os diretores de curso;
conhecer as necessidades dos usuários e dos respectivos cursos; observar
qualitativa e quantitativamente o nível de crescimento das coleções; tornar
possível através da seleção e aquisição acompanhar o desenvolvimento de novos
cursos dentro das exigências curriculares e ainda manter estudos de novos
suportes de informação oferecidos pelas novas tecnologias dentre outros. A
política de seleção é um documento que proporcionará aos administradores ou
responsáveis pela aquisição de materiais bibliográficos, um grau de segurança na
determinação de tomadas de decisões a respeito da formação ou criação de um
acervo. É com esse propósito que o Sistema Integrado de Bibliotecas propõe sua
Política de Desenvolvimento de Coleções.

5 POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO DO ACERVO

Consiste em acrescentar itens a uma coleção por meio de compra, doação


e permuta. É exatamente um meio para concretização das decisões da seleção,
buscando maximizar os resultados, estabelecer um fluxo administrativo, linear e
controlado. A política de desenvolvimento de coleções da Universidade Potiguar,
tem por objetivo proporcionar o crescimento ordenado do acervo, atendendo a
necessidade de todos os cursos oferecidos pela mesma, a partir de critérios
estabelecidos para seleção, com base em exigências do MEC e prioridades
determinadas dentro da Instituição levando em consideração esses critérios. O
período de pré seleção é aquele onde é tomada as providências para o início
desta modalidade. Encaminha-se circular aos Diretores dos cursos de graduação
e pós-graduação, solicitando que sejam encaminhadas à biblioteca central as
bibliografias nos formulários padrões devidamente preenchido com o tipo de
material, títulos, autores, editores e etc.,

A seleção é feita para atender à necessidade do corpo docente e discente


da Universidade Potiguar obedecendo a exigências curriculares e critérios para
avaliação do MEC. O levantamento bibliográfico é da responsabilidade dos
Diretores e professores dos cursos, com o auxílio dos bibliotecários e do sistema
da biblioteca. Com a finalidade de suprir as necessidades das disciplinas
oferecidas em cada semestre assim como obedecer ao ementário de cada curso
exigido pelo MEC.

Tem-se como critérios para seleção o qualitativo, é quando os títulos


solicitados pela Direção dos cursos deverão atender as necessidades das
disciplinas oferecidas no semestre, assim como seguir as exigências do
ementário de cada curso de acordo com critérios estabelecidos pelo MEC. 1.
Livro Nacional, a quantidade solicitada terá como base o número de alunos, para
cada grupo de 10 alunos deverá existir pelo menos 1 exemplar. 2. Livro
Internacional, é adquirido 01(hum) exemplar para cada título. 3 - Livro de leitura
complementar e/ou atualização: existe os exigidos pelo MEC, como
complementação de cada curso, para estes são feitas a aquisição em número de
03(três) exemplares. 4 - Coleção de Referência: é um suporte de muita relevância
para a disseminação da informação, estes podem fornecer a informação
propriamente dita e/ou indicar onde a mesma pode ser encontrada. Na
Universidade Potiguar a ênfase é dada ao material eletrônico. 5 - Periódicos:
passa pelo mesmo procedimento de seleção dos livros, são preenchidos
formulários, com indicações dos Diretores e professores dos cursos, dentro dos
critérios e exigências do MEC, e enviados à biblioteca para providenciar a
aquisição. 6 - Os jornais de circulação local, e outros que são considerados
importantes como fonte de informação, são adquiridos normalmente pela
indicação das bibliotecárias. 7 - Multimeios: material considerado específico de
cada curso, são indicados da mesma forma que os outros, pois, em primeiro
lugar, a aquisição é direcionada a atender a necessidade curricular. 8 - Trabalho
de Conclusão de curso; São enviadas pelas Direções dos Cursos e inseridos no
acervo, aqueles trabalhos de conclusão de curso que obtiveram conceitos igual
ou superior a 7 (sete).

Universidade Potiguar estabelece algumas prioridades para aquisição:


Todo tipo de material que faça parte das bibliografias básicas do currículo dos
cursos de graduação e Pós-Graduação; Cursos que estão incluídos para serem
avaliados pelo MEC durante o semestre em curso: Cursos em fase de
implantação; Solicitação que suprirá a deficiência de alguma disciplina que será
oferecida no semestre atual e para a qual não existe títulos ou exemplares
suficientes para atender a necessidade dos alunos inscritos.

A Universidade só recebe doações espontâneas. É enviado ao doador uma


carta de agradecimento, que é um documento que além de agradecer o deixará
ciente de que a biblioteca recebeu sua doação, porém, só fará parte do acervo se
realmente for de interesse acadêmico. Efetua intercâmbio com instituições
congêneres que enviam e solicitam as publicações editadas ou patrocinadas pela
UNP.

O desbaste de material informacional é o processo pelo qual se retira do


acervo ativo, parte de coleções e exemplares que servirão para remanejamento
ou descarte. Este deve ser um processo contínuo e sistemático que servirá para
manter a qualidade da coleção. Porém, na Universidade Potiguar, este
procedimento só foi realizado com o acervo de periódicos.

Quanto à avaliação da coleção ela é sistemática, entendida como


processo utilizado para se determinar o valor e adequação da coleção em função
dos objetivos da instituição e da biblioteca, possibilitando traçar diretrizes quanto
à aquisição, acessibilidade e ao descarte, havendo necessidade de avaliar seu
acervo sempre que necessário, através de métodos quantitativos e qualitativos.
Atualmente, o acervo da Universidade Potiguar está passando por uma avaliação
financeira, para que seja quantificado o valor monetário do mesmo. A Política de
Desenvolvimento do Acervo da UNP foi institucionalizada através da Comissão
formado pelos Bibliotecários e Comissão do PDI (Plano de Desenvolvimento
Institucional).

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Constatou-se a importância de se implantar uma Política de


Desenvolvimento de Coleções, e que esta obedeça a critérios que garantam a
qualidade do tamanho do acervo, atenda as finalidades para o qual foi formado e
as necessidades informacionais dos usuários. Torna-se essencial o papel do
profissional bibliotecário, para desempenhar com qualidade e eficiência suas
atividades, o mesmo deve manter uma afinidade com o acervo e usuários, deve
ser flexível para ouvir opiniões da comunidade acadêmica e observar suas
contribuições na medida do possível. Deve estar sempre atualizado, para que ao
determinar a política de Coleções seja capaz de observar com precisão os
assuntos de interesse, os níveis de profundidade, a abrangência e cobertura das
coleções para que estejam sempre atualizadas e dentro dos padrões de
exigências de uma determinada comunidade.

A Avaliação e atualização do acervo de uma instituição são fatores


preponderantes, para que exista dados convincentes no momento de uma tomada
de decisão. Pois quando se avalia uma coleção é possível observar o que o
acervo deverá ou não possuir e a partir daí propor mudanças ou melhoria na
Política de Desenvolvimento de Coleção. Na Instituição analisada observou-se
que cada acervo específico está direcionado para atender as necessidades do
currículo acadêmico de um determinado curso dentro das exigências do MEC.
Porém , existe o acervo básico que é selecionado de acordo com sugestões dos
Diretores de Curso, Professores e Bibliotecários dentro da Política de Seleção,
para complementação do acervo e outras obras entram como leitura
complementar.

Pode-se concluir que o tema: “formar e desenvolver coleções” é de


fundamental importância, sendo praticamente impossível de ser esgotado e foi
esta a intenção desta pesquisa, tendo apenas a finalidade de dar uma pequena
parcela de contribuição para o referido tema. Porém, há uma necessidade de
continuidade da pesquisa assim como um aprofundamento da mesma,
principalmente no que tange as instituições privadas.

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WEITZEL,Simone R. O desenvolvimento de coleções e a organização do


conhecimento: suas origens e desafios. Ciência da Informação. Belo Horizonte,
v.7, n.1, p.61-67, ,jan./jun.2002.

Bibliotecária UnP – RN . Email mercialucas@unp.br
∗∗
Profª Dep. Biblioteconomia/ UFRN – Mestre em Biblioteconomia/ PUCCAMP /SP. Email –
sosborba@ufrnet.br
∗∗∗
Profª Dep. Biblioteconomia / UFRN – Mestre em Biblioteconomia/ UFPB. Email
mônica_mcg@hotmail.com

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