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Centro de Estudos de Arquitectura Paisagista

Prof. Francisco Caldeira Cabral


Instituto Superior de Agronomia

Descrição da intervenção

A intervenção na ciclovia passa pela execução de troços cicláveis adaptados ao canal


ferroviário, sendo prevista a adequação de pavimentos de qualidade para o tráfego ciclável que
permitam, nos casos assinalados, a passagem de veículos. Propõe-se uma intervenção por
troços, devendo os mesmo respeitar as valências referidas no levantamento e produzir
propostas que se enquadrem nas mesmas. A sua pormenorização deverá permitir, em projecto
de execução, a descrição de todos os elementos que os compõem, sendo os mesmos referidos
em peças técnicas com escala adequada. Nas pontuações, a sua hierarquia deverá
representar um modelo base para um aprofundamento da imagem em projecto de execução.

As pontuações deverão, consoante a hierarquia, ser alvo de Estudos Prévios que antecedam a
Fase de Projecto de Execução.

A Planta da Proposta evidencia os elementos constantes da mesma, nomeadamente:

- o tipo de troços existentes no que respeita a perfil, tipo de pavimentação e tipo de


utilizadores permitidos (permeabilidade e segurança);
- o nível das pontuações, variando as mesmas entre 1 e 4. As pontuações correspondem
ao encontro de linhas fortes, ou seja, à criação de um espaço de intervenção que permita
transportar para o mesmo uma imagem que acumule as funções a eles destinadas. Estas
funções resultam do cruzamento das suas valências naturais e culturais com as
necessidades estruturais associadas à ciclovia e às intenções programáticas associadas
para as pontuações pelos diversos intervenientes. As pontuações envolvem as estações,
os apeadeiros (incluindo as áreas envolventes), os cruzamentos e as estadias. Nas
estadias é de referir os usos dominantes preconizados:

• Estadia preferencial – nestas situações os espaços estão levemente equipados


com uma pequena área pavimentada ( a definir em projecto de execução de entre
os pavimentos referidos adiante para as pontuações de nível 4), um ou mais
bancos (opcional) , uma ou mais mesas (opcional) um bebedouro (opcional),
sinalética (leitor de paisagem opcional), papeleira (opcional), um apoio para o
estacionamento de bicicletas (opcional) e um exemplar (mínimo) de um elemento
arbóreo (conforme definido adiante para as espécies preconizadas para as
pontuações de nível 4).
• Miradouro – nestas situações a estadia pode estar equipada adicionalmente com
uma guarda de protecção (em madeira a definir em projecto de execução) e um

Ciclovia Chaves – Vila Real * arquitectura paisagista Lisboa 2003


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leitor de paisagem. Pode não conter alguns dos equipamentos preconizados no


item das estadias.
• Casa de banho simples – aqui é proposto que a estadia possa apresentar como
função adicional uns lavabos simples – ou construídos de raiz (segundo projecto
de especialidade a definir em Projecto de Execução) ou com o recurso a elementos
pré-fabricados a colocar sazonalmente em alturas de maior carga de utilizadores.
Pode não conter alguns dos equipamentos preconizados no item das estadias.
• Parque automóvel – a existência de um parque automóvel de pequenas
dimensões pode ser um uso por si só para determinadas pontuações de nível 4. A
definição da sua capacidade mínima é definida adiante.
• Centro de apoio a emergências - aqui é proposto que a estadia possa apresentar
como função adicional um centro de apoio a pequenas emergências – ou
construídos de raiz (segundo projecto de especialidade a definir em Projecto de
Execução) ou com o recurso a elementos pré-fabricados (quiosque e definir em
projecto de execução) a colocar em definitivo ou sazonalmente em alturas de maior
carga de utilizadores. Este centro de apoio a emergências pode conter desde um
telefone de emergência a um pequeno centro equipado com os equipamentos
básicos de primeiros socorros e um técnico credenciado. Pode não conter alguns
dos equipamentos preconizados no item das estadias.

É de referir ainda dois usos para pontuações, geralmente de maior hierarquia:

• O Centro de Serviços / Informações da ciclovia, que significa a existência de


assistência logística à ciclovia por parte das entidades gestoras e competentes
e/ou o apoio turístico directo aos utilizadores no fornecimento de indicações,
sugestões, na gestão das dificuldades / oportunidades dos programas, etc.
Excepcionalmente e sazonalmente, de acordo com situações específicas
relacionadas com pontos de grande acesso de utilizadores em alturas
específicas de maior carga, é possível sobrepor num regime provisório o
fornecimento destes serviços em equipamentos amovíveis (quiosques) a definir
posteriormente em Projecto de Execução e a colocar em pontuações de nível
4, conforme definido na Planta da Proposta.
• A Oficina de concerto de bicicletas – cuja gestão e programa de
funcionamento deverão ser definidos pelas entidades competentes e gestoras
do equipamento. Os pontos para Aluguer de bicicletas, igualmente com as
semelhantes questões logísticas. O Parque de estacionamento de bicicletas
é assumido como um equipamento de protecção de bicicletas permanente.
Pode ser aberto ou fechado, sendo que o modelo fechado deverá permitir o

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encerramento das mesmas através do recurso a uma chave e cujo sistema


deverá ser definido pelas entidades gestoras e competentes. Os modelos de
estacionamento deverão ser definidos posteriormente em Projecto de
Execução.
• Outros usos estão assinalados directamente na Planta da Proposta.

Nas pontuações relacionadas com cruzamentos da ciclovia com outras vias de tráfego, é de
referir a existência de simbologia específica, designadamente:

• GTD – aplicação de Técnicas de Gestão de Tráfego pelo Design – a definir


em Projecto de Execução e a aplicar na via de tráfego automóvel com a qual a
ciclovia se cruza. Deverão ser definidas com as entidades responsáveis pelas
vias de tráfego as medidas a aplicar. Na ciclovia, as técnicas deverão passar
pela criação de trepidação à custa de faixas de pavimentos rugosos – pedra
(cubos ou paralelipipedos de granito) transversais à circulação, aumentando o
seu ritmo à medida da aproximação do cruzamento. Igualmente será desejável
a existência de faixas de pavimento, quer em BMP com uma superfície corada
(cor a definir em Projecto de Execução) com um mínimo de 1.5m intercaladas
no pavimento em BMP ou ainda faixas com a mesma espessura em
COLORGRIP com EMULCLEAR coradas intercaladas no mesmo pavimento.
Estas faixas coloridas, em ambas as situações, podem ser substituídas por
elementos em pedra cujas dimensões deverão ser aferidas posteriormente.
Para as técnicas de gestão de tráfego pelo design contribuem ainda a
existência de elementos arbóreos de vegetação cuja colocação deve aumentar
de intensidade na direcção do cruzamento (ver esquemas-tipo para as
pontuações). A existência de mobiliário, sinalização e outros contribuem
igualmente para alertar os utilizadores da existência de um cruzamento
conflituoso. As mesmas técnicas, adaptadas ao tráfego automóvel, deverão ser
adoptadas nas vias de tráfego (a aferir posteriormente);
• Obstáculos – Dissuasor amovível de tráfego – os obstáculos a colocar nos
cruzamentos procuram responder às características diagnosticadas para os
mesmos (ver Diagnostico), nomeadamente no que respeita a aspectos
relacionados com permeabilidade a tráfego de veículos na ciclovia. Estes
dissuasores de tráfego permitem a criação de uma barreira que, paralelamente
à sinalização vertical e no pavimento, evita a circulação de veículos. Por
motivos de manutenção e emergência, estes dissuasores são amovíveis
devendo esta função estar sob a responsabilidade das entidades competentes.

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As suas características assim como a pormenorização associada deverão ser


especificadas em Projecto de Execução.
• Semáforos – a definir em Projecto de execução e sujeitos a uma aferição com
as diferentes entidades competentes pelas vias de tráfego. Deverão, nos casos
dos ciclistas, responder a modelos existentes no mercado.
• Sinais para trânsito proibido a veículos – Este símbolo existente na Planta
da Proposta na grande maioria dos cruzamentos, deverá corresponder à
existência de sinalização direccionada para o tráfego automóvel impedindo-o
de circular na ciclovia. Á excepção de sinalização complementar em contrário,
esta indicação destina-se a todos os veículos. As indicações em contrário
devem referir quais os veículos autorizados a circular e no mínimo referir
“EXCEPTO VEÍCULOS AUTORIZADOS”. Estes elementos deverão ser
pormenorizados em detalhe na fase posterior e terão que respeitar as
indicações constantes no código da estrada. A sinalização deverá fazer parte
de um Plano de Sinalização da Ciclovia, a elaborar na Fase de Projecto de
Execução.
• Sinais para sentido de tráfego permitido a veículos – Este símbolo indica o
sentido de tráfego permitido a veículos na ciclovia. Esta situação deverá
conduzir a sinalização específica a colocar nos cruzamentos e, paralelamente
ao caso anterior, deverá responder às condições acima referidas. No sentido
de tráfego permitido a veículos, o pavimento deverá passar a BMP (conforme
Planta da Proposta). A transição para este pavimento deverá estar associada a
sinalização informativa para os utilizadores assim como transições no
pavimento, a definir nas pontuações respectivas em Projecto de Execução. A
sinalização de tráfego para os ciclistas, conforme atrás definido, deverá
apresentar menor dimensão e estar no interior de um Painel Intermédio.
• Sinais para sentidos de tráfego permitidos a veículos – igualmente como
no caso anterior, esta indicação aparece no interior de troços em que é
permitido o tráfego automóvel sob o tipo de vários sinais de tráfego. Para os
automóveis, esta sinalização deverá respeitar as indicações de tráfego
constantes no código da estrada. Para os ciclistas, as indicações deverão
respeitar as indicações do ponto anterior.
• A indicação de pontos de grande interesse prende-se com a necessidade
de assinalar em Painéis de Informação específicos para a ciclovia, a existência
de pontos de interesse para os utilizadores, nomeadamente de carácter
turístico e cultural.

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Os Painéis de Informação / Sinalização constantes na Planta da Proposta remetem às


indicações constantes no capitulo respectivo. Na fase de Projecto de Execução, as
informações constantes nos Painéis deverão constar do Plano de Sinalização da Ciclovia.

As restantes informações constantes na Planta da Proposta remetem a elementos que


remetem do Diagnóstico. Os cruzamentos Grave e Médio estão associados a pontuações
hierarquizadas e cuja definição é definida adiante.
As indicações referentes à existência de parques de estacionamento nos cruzamentos obriga à
compatibilização da disponibilidade das entidades competentes.

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Intervenção nas Pontuações:

A intervenção nas pontuações seguirá uma hierarquia determinada.

Os elementos a utilizar em cada situação são indicações metodológicas, devendo


posteriormente ser aferidos com exactidão na Fase de Projecto de Execução.

Níveis de intervenção

Níveis Pontuações a actuar

Estações de recepção:
1 (Vila Real, Vila Pouca de Aguiar, Pedras
Salgadas, Vidago e Chaves).
2 Estações Intermédias: Cruzamentos de conflito grave
3 Restantes Estações e Apeadeiros: Cruzamentos de conflito médio
Cruzamentos com ligações a potenciar
4 Alargamentos
Pontos de vista cénicos

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