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Mark Finley
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Título original: Persuasion
© General Conference of Seventh-Day Adventists – Ministerial Association
All rights reserved
A presente edição foi devidamente autorizada para a União Sul Brasileira da Igreja
Adventista do Sétimo Dia.
Não é permitida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste livro, ou a sua cópia transmitida,
transcrita, armazenada num sistema de recuperação, ou traduzida para qualquer linguagem humana ou de
computador, sob qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico, mecânico, manual, fotocópia ou outro,
ou divulgado a terceiros, sem autorização prévia e por escrito dos titulares do copyright.
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Prefácio
A Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil está crescendo. Neste momento somos
o país com maior número de adventistas no mundo. Festejamos e regozijamos com isto. É
muito bom receber as bênçãos de Deus. É muito bom ver o reino de Deus expandindo-se
em nossa nação.
No entanto, toda bênção é acompanhada de responsabilidades e desafios. Se ser
abençoado é muito bom, imagine poder conduzir as bênçãos de Deus para outros? Imagine
se o crescimento numérico que agora experimentamos estiver inserido em um processo de
crescimento que conduza o recém converso à maturidade em Cristo Jesus (Ef 4:8-16)?
Imagine se conseguíssemos fechar a “porta dos fundos” de nossas igrejas? Imagine se
conseguíssemos compreender o processo de discipulado como um todo e conduzir as
pessoas alguns passos além do batismo?
Lembre-se que o batismo não é o fim. Ele é um dos meios pelos quais alguém é
feito discípulo: indo, ensinando, batizando, FAZEI DISCÍPULOS!! (Mt 28:19-20). No
original a ordem é fazer discípulos e um discípulo não é feito nas águas batismais. O
discípulo vai sendo formado até a sua maturidade quando ensinado por um cristão mais
experiente e nas suas próprias experiências com Deus. Veja a fase:
“Conduzir uma pessoa por estas fases até que ela seja um ministro do evangelho
leigo é o maior privilégio que Deus concedeu a um ser humano.”
O presente livro é uma obra de arte para instrução daqueles que se empenham em
buscar os que ainda não conhecem Jesus como Salvador. Delicie e instrua-se na leitura
prática deste livro, mas lembre-se de não deixar ninguém no meio do caminho... Apresente
Jesus como o Senhor de sua vida. Ensine o seu converso além do tanque batismal. Tome-o
sob seu cuidado, não só até que possa “andar com suas próprias pernas”, mas até que saiba
ensinar outros a andar com Jesus.
Este livro é uma ferramenta capacitadora que por muito tempo esteve disponível
apenas em inglês. Agora, em português, este material vai abençoar abundantemente a
nossa terra. Seja um destes abençoados.
Introdução
As páginas seguintes não são dedicadas ao fracasso, mas ao sucesso. A chave está
em “saber onde bater”.
1
J. L. Shuler. Public Evangelism (Evangelismo Público), p. 180.
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1
A Técnica:
Princípios-chave da Decisão
Quando Jesus nos chamou para realizar Sua obra em prol da humanidade, prometeu
nos ensinar como trabalhar com Ele: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de
homens” (Mt 4:19). Não se nasce pescador de peixe ou pescador de homens, isto exige
preparo. E o preparo começa ao se observar o trabalho do Mestre.
Em Seu ministério pelas almas, o que Jesus era importava tanto quanto o que ele
dizia. Decisões foram tomadas, não apenas por causa dos fatos que Jesus apresentava, mas
por causa do homem que era. Jesus conquistava corações por meio de relacionamentos,
bem como pela verdade. Ele se identificava com as pessoas. A persuasão envolve tanto
logos (conhecimento) quanto ethos (confiança).
O sentimento de uma pessoa pode ser positivo ou negativo. Sentimentos negativos
podem levar a uma decisão negativa. Portanto, não apenas mensagem e mensageiro são
importantes; o método também é fundamental ao se tomar uma decisão positiva. Como
falamos da verdade afeta os resultados, assim como quando falamos. Uma passagem
messiânica traz os elementos acima: “O Senhor Deus me deu língua de eruditos para que
eu saiba dizer (método) boa palavra (o que é dito) ao cansado (quando deve ser dito);
Ele me desperta todas as manhãs; desperta-me o ouvido para que eu ouça como os
eruditos. O Senhor Deus me abriu os ouvidos, e eu não fui rebelde, não me retraí (o tipo
de pessoa que era Jesus)” (Is 50:4,5).
A cada manhã, ao responder a oração de Seu filho, o Pai revelava a “sabedoria
necessária” para garantir decisões positivas. O Pai também nos ensinará o que dizer, como
dizer e quando dizer. Alguns de nós ainda não aprendemos.
“Estou tão entusiasmado com a verdade”, disse-me um converso. “Falei de sua
palestra sobre a marca da besta para meus parentes católicos.” Mensagem errada. Hora
errada. Forma errada. E, certamente, um retrocesso no relacionamento.
Fale “a verdade em amor”, aconselhou Paulo (Ef 4:15). Essa é a maneira que Deus
apresenta a verdade por meio de pessoas afetuosas. Decisões são tomadas em bons
relacionamentos interpessoais. Quanto mais confiança a pessoa tem no mensageiro, quanto
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mais profundo for o relacionamento estabelecido, maior a probabilidade de haver uma
decisão positiva.
Vamos seguir a Jesus e observá-lo usando os pontos-chave da decisão.
Aceitação. Jesus aceitava homens e mulheres como eram. Ministrava-lhes na
condição em que os encontrava. Não trabalhava por uma transformação antes de
estabelecer um relacionamento de confiança. Ao encontrar-se com uma mulher junto ao
poço de Samaria, Ele estabelece a confiança ao pedir-lhe um favor, ao passo que seus
compatriotas sequer falariam com uma samaritana. No tanque de Betesda, Jesus satisfaz
uma necessidade física antes de encorajar uma decisão. Com Nicodemos, Ele consente um
encontro noturno a sós para preservar a privacidade do Fariseu.
Há dois ingredientes na aceitação: acordo e aprovação.
1. Acordo. Ao ir em busca de decisões, primeiramente encontre pontos de
concordância. Um pequeno acordo abrirá o caminho para acordos maiores. Buscar uma
decisão dizendo “Eu discordo de você”, quebra um relacionamento antes mesmo que este
tenha tempo de se estabelecer; e relacionamentos quebrados levam a uma decisão negativa.
Uma sábia senhora descreveu bem esse conceito:
“Concordai com o povo em todos os pontos em que podeis coerentemente assim
fazer. Vejam eles que amais sua alma, e quereis, tanto quanto possível, estar em
harmonia com eles. Se em todos os vossos esforços se revelar o amor de Cristo,
sereis capazes de semear a semente da verdade em alguns corações, Deus regará a
semente lançada, e a verdade germinará e trará fruto para Sua glória.”2
Por exemplo, alguém diz “Mal posso esperar pelo arrebatamento, quando os
problemas dessa terra serão solucionados e seremos arrebatados para encontrar Jesus.” Sua
resposta poderia ser “Eu também mal posso esperar pela volta de Jesus e o extermínio do
pecado. É emocionante perceber que estamos vivendo no tempo do fim”. Embora você
possa não concordar com seu amigo sobre a maneira do regresso de Cristo, você
certamente concorda com ele sobre o fato de que Jesus irá voltar. Com certeza haverá
tempo para compartilhar as verdades bíblicas concernentes a esse assunto depois que um
relacionamento de confiança for estabelecido.
2. Aprovação. Quando alguns espectadores condenaram Maria por “desperdiçar”
ungüento caro em Seus pés, Jesus a louvou por sua bondade. Ele lhe disse que sua atitude
seria relembrada através dos séculos como um símbolo de generosidade e afeição. Jesus
2
E. G. White, Evangelismo, p. 141.
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elogiou o centurião declarando “Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé
como esta” (Mt 8:10). Disse ele à mulher cananéia: “Ó mulher, grande é a tua fé!” (Mt
15:28). Cristo repetidamente demonstrou aceitação ao concordar (quando podia), aprovar,
elogiar e apreciar.
Jesus encontrou maneiras de expressar aprovação até mesmo daqueles que tinham
reservas com relação a Ele. Ao falar de um escriba que havia questionado Cristo, Marcos
12:34 declara: “Vendo Jesus que ele havia respondido sabiamente, declarou-lhe: Não estás
longe do reino de Deus. E ninguém mais ousava interrogá-lo”. O Mestre atentou para um
ponto positivo. Ele demonstrou aprovação. Assim também você não deveria se afastar
devido a atitudes negativas ou ações da parte dos outros. Eles não deverão lhe aprovar
antes que você os aprove. Não fique chocado. Demonstre genuína aceitação. Tente
concordar com eles em todo o ponto possível. Procure por algo que você possa demonstrar
apreço e então por pequenos elogios e votos de confiança, tente construir um laço de
unidade. Lembre-se, você demonstra aceitação concordando e aprovando.
Para demonstrar aceitação aos outros, deixe-os falar de si mesmos, de seu lar, da
cidade onde moram, seu trabalho, família ou negócio, idéias, conquistas, origem,
passatempos ou esportes. Seja genuinamente aberto para aprender deles e eles estarão
abertos para aprender de você. Suas conquistas devem sempre ser secundárias ou
subordinadas. O sábio coloca isso dessa forma: “Seja outro o que te louve, e não a tua
boca; o estrangeiro, e não os teus lábios” (Pv 27:2).
Seja um bom ouvinte. Pierre Salinger, que fez a biografia de John Kennedy,
descreveu as entrevistas que Kennedy deu quando era presidente dos Estados Unidos. Ele
afirmou o presidente tinha a capacidade de se sentar atrás de sua mesa de trabalho e lhe dar
atenção irrestrita pelos 15 a 30 minutos que você estivesse em sua presença. Salinger diz
que Kennedy fazia perguntas profundamente indagadoras sobre o assunto em questão,
como se ele se identificasse completamente com suas necessidades e não tivesse nada mais
a fazer além de lhe perguntar sobre seu ponto de interesse. Não é de se admirar que o
presidente fosse tão amado por tantas pessoas!
Jesus aceitava homens e mulheres como estivessem e começava a construir laços de
amizade que mais tarde se tornariam pontes pelas quais a verdade pudesse marchar até a
mente deles.
Crença. Este é o segundo princípio-chave da decisão. Ninguém é ganho por uma
pessoa da qual não gosta. Você deve acreditar que as pessoas desejam sinceramente a
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verdade e querem seguir Jesus, que eles podem ser ganhos para Cristo e Sua causa, que são
honestas e desejam tomar a decisão correta. Se você crer que homens e mulheres têm o
coração duro, um coração que não responde, inalcançável, sua própria atitude estará
refletida nas decisões que tomarem.
A Andrews University realizou um estudo com mais de 8.300 adventistas do sétimo
dia na América do Norte, incluindo 320 igrejas diferentes. Essas igrejas e pessoas que
acreditavam que homens e mulheres podiam ser ganhos para Cristo, estavam crescendo
com mais rapidez. A pesquisa afirmou:
“Alguns a tem chamado de síndrome do auto-cumprimento da profecia, mas
trocando em miúdos, há uma forte correlação entre a crença de um pastor de que
sua igreja pode crescer e o nível para o qual ela cresce realmente. Esses pastores, e
podemos incluir também os membros da igreja, que consideraram que o potencial
de crescimento de sua igreja era alto, estavam experimentando um rápido
crescimento em número de membros.”3
Jesus também ilustra este princípio. Ele via as pessoas não apenas como elas eram,
mas em que poderiam se tornar. Ao olhar para a mulher junto ao poço, Cristo não viu uma
mulher excluída pela sociedade, proveniente da parte mais baixa da cidade, mas uma
mulher que tinha sido ferida e injuriada, e a abordou com amor. Jesus viu Pedro não como
um pescador rude e sem papas na língua, mas como um poderoso pregador. Viu José de
Arimatéia não como um negociante sofisticado e próspero, mas como um Mestre que
amava Seu servo. Viu Nicodemos não como um líder da oposição cheio de preconceito
religioso, mas como alguém que necessitava desesperadamente de um novo coração. Jesus
viu o melhor nas pessoas. Acreditava nelas, e confiantemente aguardou que elas tomassem
a decisão de segui-Lo.
Aqui está uma pergunta bem simples para você. Quem foi o primeiro missionário
que Jesus enviou? Pedro? João? Os 12 apóstolos? Os setenta? Não! Tente de novo! O
missionário que o Mestre enviou foi um homem louco que se tornou mensageiro – um
lunático que virou discípulo. Cristo viu num endemoninhado selvagem, de cabelos
compridos, que blasfemava e gritava, um enorme potencial para o Reino de Deus. Uma vez
convertido, tornou-se uma poderosa testemunha. Na verdade, Ele realizou uma obra que
nem mesmo os discípulos foram capazes de realizar. Que Deus! Que Salvador! Jesus
3
Major Church Growth Study Completed”, Institute of Church Growth Newsletter, fevereiro,
1981.
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constantemente transforma os candidatos mais improváveis, enviando-os a tocar outros
com seu amor restaurador.
Confiança. Ao guiar homens e mulheres a se decidirem pelo Mestre, é fundamental
que atuemos confiantemente, como se fosse impossível falharmos ou nos decepcionarmos.
Espere a pessoa tomar a decisão. As pessoas com freqüência reagem da maneira que
esperamos que façam. Já notou que quando você sorri para as pessoas, elas quase sempre
sorriem de volta? Amabilidade gera amabilidade, confiança gera confiança. Cristo
acreditava nas pessoas e previa uma resposta positiva. Ele trazia o melhor deles à tona.
Assim, eles se elevavam até a altura de sua expectativa.
O livro de Atos registra o maior crescimento explosivo da igreja na história. Atos 2
diz que 3.000 foram batizados no dia do Pentecostes. Atos 4 indica que a igreja aumentou
para 5.000 pouco depois. Se acrescentarmos mulheres e crianças, seriam no mínimo 7.000
a 10.000 crentes. No livro lemos: “a igreja em toda a Judéia, Galiléia e Samaria... crescia
em número” (At 9:31). E também “Bem vês, irmão, quantas dezenas de milhares há entre
os judeus que têm creram...” (At 21:20, grifo nosso). A palavra grega é “miríades”, e
significa dezenas de milhares. Um crescimento assombroso! Por quê?
Aqui está um de seus segredos: “Tomais, pois, conhecimento de que esta salvação
de Deus foi enviada aos gentios. E eles a ouvirão... pregando o reino de Deus e, com toda a
intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo”
(At 28: 28,31). Como Jesus, a igreja primitiva ensinava com confiança – confiança que o
Espírito Santo, a qualquer lugar que os enviasse, estaria presente impressionando os
corações, e dando-lhes confiança nas pessoas, que elas ouviriam e tomariam a decisão
correta.
Resumindo, para ser um ganhador de almas de êxito: aceite homens e mulheres
como são, sendo agradável e expressando aprovação. Creia que eles são sinceros e
genuínos, espere confiantemente que eles tomem decisões corretas. Coloque esses
princípios-chave da decisão em prática e observe Deus trabalhando por seu intermédio.
1. Jesus ganhou pessoas pelo que Ele era, bem como pelo que ensinava. Que
características de sua personalidade, trabalhando em conjunto com o Espírito Santo, mais
lhe ajudam a persuadir pessoas a se decidirem por Cristo?
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2. Que atitudes têm impedido as pessoas a se decidirem por Cristo?
3. Decisões são tomadas em relacionamentos interpessoais. As pessoas não são
ganhas para Cristo por alguém de quem não gostam. Reveja um de seus contatos com
quem você trabalhou recentemente para ganhar para Jesus e liste o que você fez ou poderia
ter feito para estabelecer um relacionamento pessoal afetuoso.
12
2
O Agente:
O Poder da Palavra
Certa vez, George Whitfield passou uma noite encantadora na casa de um casal
rico. Ao retirar-se para seu aposento, estava muito perplexo pelo fato do casal ainda não ter
aceitado Jesus. Ajoelhado no seu luxuoso quarto, pediu que Deus o ajudasse a saber como
alcançar aquele casal rico.
Na manhã seguinte, Whitfield notou que o diamante da senhora foi deixado no
criado mudo ao lado da sua cama. Pegou-o e arranhou na vidraça: “Uma coisa ainda te
falta”. Sem dizer uma palavra a ela sobre o que havia feito, agradeceu a hospitalidade e
partiu.
Ao entrar em seu quarto para arrumá-lo, o sol resplandeceu através da janela e
iluminou aquelas palavras. Ela percebeu que eram palavras da Bíblia, mas não sabia onde
estavam localizadas nem o seu significado. Inicialmente, ficou furiosa. Chamou seu marido
e disse: “Whitfield escreveu em nossa vidraça ‘Uma coisa ainda te falta’. O que nos falta?
Não nos falta nada. E se faltasse, compraríamos. O que ele quis dizer?”
Naquela noite, o casal examinou cuidadosamente as Escrituras, e, depois de muito
tempo, encontrou as quatro palavras na história de Cristo e do jovem rico. Meditando
naquela história entenderam o significado das palavras e, sem dúvida, perceberam que,
embora eles tivessem “tudo”, eles perderam Aquele que é tudo. Juntos, naquela noite, o
casal se ajoelhou em seu lindo e luxuoso carpete junto à mobília cara e dedicou todos os
seus bens e principalmente seus corações a Jesus. Cinco palavras das Escrituras, colocadas
na mente de Whitfield pelo Espírito Santo mudaram suas vidas.
A Bíblia é a ação dinâmica de Deus para a conquista das almas. Nenhum homem ou
mulher pode ter sucesso como ganhador de almas a menos que saiba como utilizar o texto
certo no momento certo para gerar decisões. Paulo diz que a Palavra de Deus “é eficaz, e
mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma
e espírito” (Hb 4:12).
Na criação, a Palavra audível de Deus continha tanto poder que gerou matéria. “Os
céus por sua palavra se fizeram, e pelo sopro de sua boca, o exército deles” (Sl 33:6). Ellen
White afirma:
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A energia criadora que trouxe à existência os mundos, está na Palavra de Deus. Essa
Palavra comunica poder e gera vida. Cada ordenança é uma promessa; aceita
voluntariamente, recebida na alma, traz consigo a vida do Ser infinito. Transforma a
natureza, restaurando-a à imagem de Deus.
Educação, p. 126
O mesmo se dá quanto a todas as promessas da Palavra de Deus. Por meio delas, Ele nos
está falando a nós, individualmente; falando tão diretamente, como se Lhe pudéssemos
ouvir a voz. É por intermédio dessas promessas que Cristo nos comunica Sua graça e
poder. Elas são folhas daquela árvore que é “para a saúde das nações” (Ap 22:2).
Recebidas, assimiladas, elas serão a fortaleza do caráter, a inspiração e o sustentáculo da
vida. Nenhuma outra coisa pode possuir tal poder restaurador. Nada além delas pode
comunicar o ânimo, e a fé que dá energia vital a todo ser.
A Ciência do Bom Viver, p. 122
Nenhum livro carrega tanto poder quanto a Palavra de Deus para capacitar homens
e mulheres a tomarem decisões. Nenhum método é tão poderoso como pegar os textos e
aplicá-los em situações da vida real. Ao conversar com uma pessoa sobre tomar uma
decisão, ela talvez fale, “Na minha opinião”, ou “Eu acho”, ou “Minha igreja ensina”. Mas,
essas expressões não têm muito peso. Porém, quando você e eu podemos abrir nossas
Bíblias e lermos um texto que conta às pessoas o que Deus diz, que compartilha com elas a
vontade de Cristo para suas vidas, estamos buscando a ajuda de agentes poderosos para
mudança.
Uma ex-adventista do sétimo dia assistiu a várias reuniões que realizei alguns anos
atrás. Numa noite fomos visitá-la em sua casa. Pedi a ela que retornasse à família de Deus.
Seus olhos brilharam e ela respondeu, “Eu gostaria, mas não posso. Eu fumo”. Chamei-a
pelo seu nome e perguntei, “Você acredita que Jesus quer que você vença esse vício?”
“Sim, acredito. Mas eu não posso. Sou muito fraca.”
14
Eu disse, “Posso ler a você um texto bíblico?” E eu abri a minha Bíblia em 1 João
5:14, “E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa
segundo a sua vontade, ele nos ouve.”
“ Maria, agora você confia que pode parar de fumar?”
“Não”.
“Muito bem, porque está escrito na Bíblia que esta é a confiança que temos para
com ele. Então, onde está a confiança?”
“Nele”.
Então, reli o texto acrescentando: “se pedirmos alguma coisa segundo a Sua
vontade, exceto parar de fumar, ele nos ouve”. Virei-me para Maria e perguntei: “Devo
escrever isto em sua Bíblia? Posso pegar sua Bíblia para escrever isto?”
Ela respondeu: “Não, pois não é isso que está escrito. Está escrito que se pedirmos
qualquer coisa segundo a Sua vontade, Ele nos ouve.”
“É a vontade de Deus que você pare de fumar?”
“Sim, é.”
“Então, você pode pedir a Cristo com confiança no poder que Ele prometeu?”
“Sim, eu creio que posso.”
“Agora, outra pergunta. Quando você receberá esse poder para parar de fumar?
Será daqui a uma semana, um mês, três meses?” Abri minha Bíblia em João 1:12 e li “Mas,
a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus”.
“Receber a Cristo é receber o poder” continuei. “Hoje, esta noite, vimos que você
pode confiar em Jesus e que se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade, Ele nos
dará. E nós sabemos que é da vontade dEle fazer com que você pare de fumar. Vemos
também que quando você O aceita, recebe poder.”
Maria se sentou, havia uma nova luz em seu olhar. “Você gostaria, hoje, de se
ajoelhar e dizer a Jesus que confia nEle para fazer por você o que não consegue fazer por si
mesma?” perguntei. “Gostaria de contar-Lhe que você crê que é da Sua vontade libertá-la
desse vício e que gostaria de receber poder agora mesmo, acreditando pela fé que ele está
lhe dando esse poder? E que apesar de qualquer desejo, por meio do poder de Cristo você
terá vitória, a despeito de qualquer impulso ou desejo, porque assim diz a palavra do
Senhor? Pela fé você gostaria de acreditar no que Deus fala?”
E assim nos ajoelhamos e Maria orou. Naquela noite, há oito anos, o Senhor
concedeu a Maria a vitória sobre o hábito de fumar entre duas a três carteiras de cigarro
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por dia. Claro que sugeri alguns hábitos tais como: Respirar profundamente, fazer
caminhadas e beber água para ajudá-la a se manter longe do vício. Entretanto, por meio das
reivindicações das promessas que estão na Palavra do Senhor, ela encontrou verdadeira
libertação em Cristo.
“Não são os nossos argumentos que Deus promete abençoar, mas a Sua Palavra” (A
Arte do Testemunho Pessoal (The Art of Personal Witnessing), p.24). Eu poderia ter
argumentado com Maria sobre a necessidade de ela largar o fumo, poderia ter dito que
fumar é errado, mas senti que ela estava cheia de culpa por fumar e sua necessidade real
era as promessas da Palavra de Deus.
À medida que homens e mulheres conhecem a Palavra de Deus, todos mudam. É
possível ler a Bíblia com uma mente fechada e receber um pouco de bênçãos. Todavia,
quando homens e mulheres buscam a verdade de Deus, mesmo que a princípio rejeitem
bastante, o contato com a Palavra viva os transforma.
Até mesmo C. S. Lewis que começou a ler de forma descrente os evangelhos, ficou
encantando pelo Cristo que encontrou. Ele revelou sua mudança de atitude em seu livro,
Surpreendido pela Alegria (Surprised by Joy). Nesse livro, Lewis descreve como o Deus
vivo transformou sua vida conforme ele lia as Escrituras Sagradas.
Da mesma maneira, Robert Morrison usou de sua visão céptica para desacreditar a
ressurreição de Cristo. Porém, à medida que comparava a evidência histórica com os
relatos da Bíblia ele escreveu o maravilhoso livro: Quem Retirou a Pedra? (Who Moved
the Stone?), no qual destacou a ressurreição como um evento divino. Morrison também foi
transformado ao ler os relatos bíblicos.
Há mais de 100 anos, William Ramsey, um jovem estudioso inglês, viajou para a
Ásia menor com o propósito claro de provar que a história relatada por Lucas em seu livro
e em Atos estava errada. Seus professores presunçosamente falaram que Lucas não poderia
estar certo. Ramsey começou a cavar nas antigas ruínas da Grécia e Ásia menor, a procura
de escritos antigos, registros e outras coisas que poderiam comprometer Lucas se ele
tivesse inventado seu relato em uma data posterior, conforme seus professores alegavam.
Ramsey comparou seus achados arqueológicos e históricos com os relatos do Novo
Testamento e ficou tão convencido da exatidão de cada pormenor que se tornou cristão e
um grande estudioso do Novo Testamento. Por meio da comparação da Palavra viva de
Deus com de evidências históricas Ramsey foi transformado.
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O ganhador de almas bem-sucedido deve se alimentar das promessas da Palavra de
Deus. Solidificar essas promessas e princípios na memória irá fazer com que ele tenha uma
abordagem efetiva ao entrar em contato com as pessoas. O Dr. C. L. Goodale resume este
conceito assim:
Nenhum homem que não tenha se alimentado da Palavra de Deus a ponto de aparecer em
cada gota de seu sangue e em cada respiro seu que proclama a mensagem dada a ele por
Deus pode ter uma mensagem grande o suficiente para almas necessitadas.
Eles (os ministros) não se tornam mais e mais eficientes na obra porque não se tornam
mais e mais conhecedores das Escrituras da verdade.
Review and Herald, 8 de abril, 1890.
Sem dúvida, você está lendo este livro porque quer ser mais bem-sucedido em
ganhar almas para Cristo. Então, você deve encher sua mente com as preciosas promessas
da palavra de Deus. Memorize textos sobre salvação, a segunda vinda de Jesus, o Sábado,
o estado dos mortos, o santuário, o Espírito de Profecia, a igreja verdadeira e os princípios
da fé adventista.
Descubra as passagens que são particularmente designadas para ajudar as pessoas a
se decidirem por Jesus. (Mt 11:28; Jo 6:37,38); que mostre a elas a alegria do perdão (Is
1:18; I Jo 1:9); que as ajude a saber que há poder em Cristo para transformar seu coração
(2Co 5:17; Hb 10:8-10); que lhes conte que Jesus tem o poder que as capacita a lidar com a
tentação e o pecado (Hb 7:25; Fp 4:13), que as ajude a acreditar que Jesus suprirá todas
suas necessidades (Fp 4:17,18; Mt 6:26-33).
Estas passagens são como sementes. Plantadas no solo da mente, elas germinam e
produzem frutos para a glória de Deus. A semente tem o poder de dar vida, transformar e
mudar. Plante-a no solo das mentes e terá uma abundante colheita de almas por meio de
seu ministério. A Bíblia - a autoridade de suas palavras e o poder de sua mensagem - gera
decisões.
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1. Qual a relação entre a palavra falada por Deus na criação, com a Bíblia ao levar
homens e mulheres a se decidirem por Cristo? (Veja Hb 4:12; Sl 33:6,9).
2. Liste os textos que você acredita serem os dez mais importantes da Bíblia que
ajudam a tomar decisões, junto com algumas palavras resumindo o que cada um ensina ou
que questões respondem. Você pode usar os dez deste capitulo, mas pode preferir outros.
Lembre, devem ser textos para decisões e não textos doutrinais.
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3
A Psicologia:
Como a mente trabalha
Uma mãe levou seus filhos a uma sorveteria, e o sorveteiro perguntou: “Chocolate
ou baunilha?”
“Por que vocês não têm mais sabores?” a mãe contestou. “Eu estou cansada destes
dois.”
“Senhora”, o sorveteiro suspirou, “Se você soubesse quanto tempo leva para eles se
decidirem entre chocolate e baunilha você nunca acrescentaria outro sabor.”
Algumas decisões na vida são relativamente sem importância, como decidir entre
sorvete de chocolate ou baunilha. No entanto, o poder da escolha é uma capacidade dada
por Deus. É absolutamente necessário que os ganhadores de almas entendam a posição da
vontade no ato de tomar decisões. A vontade é a chave mestra da decisão.
O transatlântico, Rainha Elizabeth, pesa aproximadamente 85 mil toneladas, mas é
guiado por um leme que pesa somente 65 toneladas. O leme, apesar de pequeno comparado
com o resto do navio, ainda controla a direção. As vontades do ser humano são lemes de
sua vida. Não é previlégio do ganhador de almas manipular a vontade. Não é
responsabilidade deles forçá-la. Eles não terão sucesso em ganhar almas até que entendam
qual é o papel do Espírito Santo nesse tema.
O que deveis compreender é a verdadeira força da vontade. Esta é o poder que governa a
natureza do homem, o poder da decisão ou de escolha. Tudo depende da reta ação da
vontade.
Caminho a Cristo, p. 47
Mediante o devido exercício da vontade, uma completa mudança pode ser operada na
vida. Entregando a vontade a Cristo, aliamo-nos com o divino poder. Recebemos força do
alto para nos manter firmes. Uma vida nobre e pura, uma vida vitoriosa sobre o apetite e
a concupiscência, é possível a todo aquele que quiser unir sua vontade humana, fraca e
vacilante, à onipotente e inabalável vontade de Deus.
A Ciência do Bom Viver, p. 176
1. Ao ministrar uma série de estudos bíblicos, que porcentagem de seu tempo você
acha que deveria gastar em cada um dos quatro estágios de decisão? Que porcentagem de
seu tempo você tem gasto atualmente?
Estágio Deve ser Gasto Atualmente
a. Informação _________% _________%
b. Convicção _________% _________%
c. Vontade _________% _________%
d. Ação _________% _________%
4
Os Benefícios:
Alimentando a Chama da Vontade
Joana freqüentou a Igreja Adventista do Sétimo Dia fielmente por dois anos. Ela
completou uma série de estudos bíblicos, assistiu um seminário sobre Daniel e um sobre as
Profecias. Mas, por alguma razão, nunca tomou a decisão de se tornar adventista do sétimo
dia. Obviamente, o problema de Joana não parecia ser de falta de informação. Ela estava
convencida, mas a vontade ainda não se intensificou a ponto de ela tomar uma decisão.
Neste capítulo, vou apresentar as ferramentas básicas para se intensificar a vontade.
A aplicação destes princípios, como apresentada na seguinte conversa com Joana, irá
aumentar significativamente o número de decisões positivas.
O pastor e eu batemos na porta de Joana numa tarde ensolarada. Com uma recepção
calorosa, ela nos conduziu até sua sala de estar. Após sentarmos e termos uma conversa
rápida e amigável, falei com confiança: “Joana, estamos tão felizes por você ter
freqüentado a igreja adventista nesses últimos dois anos e por apreciar essa comunhão.
Durante esse período foram-lhe apresentadas muitas verdades bíblicas, e sem dúvida,
algumas foram novidades para você. Você tem alguma pergunta sobre o que aprendeu?”
“Não, na verdade não”, respondeu.
“Joana, está claro para você que Jesus logo voltará a este mundo com poder e
grande glória?”
“Sim, está claro. O retorno de Cristo é certamente a única esperança para o
mundo.”
“Você aceitou a Cristo como seu Senhor e Salvador?”
“Sim, aceitei. Na verdade, até mesmo antes de freqüentar a igreja adventista eu já
tinha feito um compromisso para me tornar cristã.”
“Você aprendeu sobre o sábado bíblico, a condição dos mortos e o viver saudável.
Você tem alguma pergunta sobre as diferentes doutrinas da Igreja Adventista?”
“Bem, não, sinceramente não. Eu creio que essas doutrinas são verdadeiras.”
Agora eu tinha certeza de que o problema dela não era falta de informação.
Percebendo que Joana tinha um relacionamento muito íntimo e forte com sua família e que
decidir tornar-se uma Adventista do Sétimo Dia significava, para ela, estar separada do
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amor e apoio de sua família, eu enfatizei um dos benefícios de se batizar e tornar-se parte
da família de Deus. Novamente, citei um texto bíblico. “Joana, existem tantas pessoas que
ao pensarem em ser batizadas, atemorizam-se. Elas temem pelo que podem perder. Está
escrito em 2 Coríntios 6:17: ´Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor.’
E, freqüentemente, isso é tudo o que se lê, mas, nos versículos 17 e 18 está escrito: “E eu
vos receberei. Serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-
Poderoso.’”
Ao olhar para Joana, eu percebi que o texto tocava profundamente o coração dela.
Então continuei com um comentário que era mais ou menos assim: “Joana, você pode estar
pensando na possibilidade de afastamento de seu pai ou de sua mãe quando tomar esta
decisão. Você pode estar pensando na possibilidade de perder amigos. Mas, eu gostaria que
você imaginasse Jesus de braços abertos, dizendo-lhe que Ele será um irmão para você.
Seu amor é mais profundo que qualquer vínculo terreno. Você será parte da linhagem real
da família celeste, e na terra, você se tornará parte de uma igreja que é a comunhão de
irmãos e irmãs que te amam. Joana, eu gostaria de convidar você a fazer parte desta
irmandade calorosa e cheia de amor.”
Quando Joana viu não o que estava perdendo, mas o que estava prestes a ganhar,
ela tomou a decisão de fazer parte da família de Deus, por meio da comunhão com a igreja
dEle. Decisões são tomadas, não apenas quando homens e mulheres estão convencidos do
que devem fazer, mas sim quando eles prontificam-se a agir com base em sua convicção.
Apresentar provas aumenta a convicção; a vontade é intensificada quando homens e
mulheres vêem os benefícios de tomar a decisão certa, e os comparam com as
conseqüências de se tomar a decisão errada. Embora a razão em servir a Deus não seja
receber benefícios, existem garantidas recompensas em servi-Lo, assim como
conseqüências por não servi-Lo. A Bíblia é repleta desses benefícios, que são na verdade
apelos de Jesus oferecendo-nos uma vida mais abundante.
1. O benefício da paz interior em contraste com a perturbação de espírito. Disse
Jesus em João 14:27, “Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou; Eu não vo-la dou como o
mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” Salmos 119:165 acrescenta,
“Os que amam a lei do Senhor são os que têm muita paz e para eles não há tropeço.”
Esses textos não indicam que a vida daqueles que servem a Deus estará livre de
problemas. Garantir-lhes tal coisa seria desonesto. Mas, posso assegurar-lhes que se estão
convencidos a fazer o que é certo e mesmo assim ignoram a orientação divina, estes não
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terão uma verdadeira paz interior. Se, porém, eles estão certos do que Deus quer que façam
e agem com base em tais convicções, receberão um nível tal de paz espiritual em seu
relacionamento com Jesus que não poderá ser conquistado de nenhuma outra forma.
Vejamos outro caso.
Suponha que um homem concorde que o sábado bíblico seja de fato verdade, mas
reluta contra isso devido ao problema de trabalhar aos sábados. Ele preocupa-se com o
sustento de sua família. Ele preocupa-se com o que seus amigos pensarão se ele tomar essa
decisão. Ele preocupa-se com a forma como sua esposa irá reagir. Em meu apelo a essa
pessoa, eu diria o seguinte:
“João, realmente você tem muitas coisas com o que se preocupar quanto à decisão
que você tem que tomar. Você tem certeza que o sábado bíblico é verdadeiro, não é?”
“Sim, tenho.”
“João, também já conversamos sobre o fato de que o sábado será o teste final da
lealdade espiritual e comprometimento na crise final. Sei que quer estar do lado de Deus,
não quer?”
Em silêncio ele acena positivamente. Eu sei que o problema não é falta de
informação e nem de convicção. Eu continuo com meu argumento.
“Escute João, discutimos os três maiores problemas que você está enfrentando: A
reprovação da sua família, a preocupação com o que seus amigos pensarão e a
possibilidade da perda do emprego. Todas essas coisas geram esse conflito, não é?”
“Certamente.”
“João, posso ler a você duas passagens bíblicas?” Então li João 16:33 e Salmos
119:65, apelando nesta base:
“João, Deus está lhe oferecendo algo. A paz interior. E eu preferiria fazer o que sei
que é certo para ter paz interior e conflito externo em vez de paz com o mundo e conflito
interno. Você pode afastar-se da verdade bíblica com relação ao sábado. Resolveria o
problema do trabalho aos sábados e alguns conflitos em casa. Poderia ainda resolver
algumas tensões entre seus amigos. Mas, já que você sabe o que é certo, não resolveria
apenas isso — o terrível conflito dentro de você. Você poderia perder a paz que Deus quer
lhe dar. João, por que você não se ajoelha e diz a Cristo que quer Sua paz em seu coração,
já que a paz é mais importante para você do que qualquer outra coisa no mundo?”
2. O benefício de receber o Espírito Santo. Em Atos 5:32, Pedro apresenta a
promessa de Deus, “Nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito Santo,
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que Deus outorgou aos que lhe obedecem.” Para quem o Espírito Santo é dado? Para
aqueles que O obedecem.
Em João 14:15,16 Jesus complementa o pensamento, “Se me amais, guardareis os
Meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que
esteja para sempre convosco.” As Escrituras relacionam diretamente o recebimento do
Espírito Santo com a obediência aos mandamentos de Deus. Este apelo é especialmente
eficaz com cristãos pentecostais. Se eu estou trabalhando com um casal pentecostal, por
exemplo, meu apelo em relação à saúde seria algo assim:
“João e Maria, agora vocês podem ver que o princípio de vida saudável é um dos
princípios básicos que Deus nos deixou em suas Escrituras. Ao decidirem para de comer
carne de porco porque não está de acordo com a vontade de Deus, esse compromisso
permitirá que vocês sejam um canal aberto para o Espírito Santo. Então Ele os preencherá
de uma forma que vocês nunca experimentaram antes.”
Ao fazer um apelo do sábado para um carismático, devo falar, “Você deseja ser um
cristão cheio do Espírito Santo. A Bíblia diz, ‘Se me amais, guardareis os meus
mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja
para sempre convosco’. O Espírito não preenche uns mais e outros menos por ser parcial.
Mas, alguns vêm com copinhos outros com jarras e outros com galões. Algumas vêm com
piscinas! Quanto maior for seu compromisso e maior for a sua obediência, mais Ele poderá
preenchê-lo. Agora, João e Maria, vocês querem ser totalmente preenchidos pelo Espírito
Santo, não querem? E se vocês guardarem o sábado por que amam a Jesus Cristo, o
Espírito Santo poderá preenchê-los muito mais.”
3. O benefício da verdadeira felicidade. João 13:17 diz, “Ora, se sabeis estas coisas,
bem-aventurados sois se as praticardes.” Em João 10:10 Jesus complementa, “Eu vim para
que tenham vida, e a tenham com abundância.” Se eu estou conversando com um jovem
casal que ama a vida plenamente, eu olharei para eles e direi algo assim:
“Pedro e Lúcia, estou certo de que quando vocês olham à frente em suas vidas,
com seus filhinhos de três e cinco anos de idade, o que vocês realmente desejam é
felicidade. Deus quer lhes dar uma vida feliz. A razão pela qual Deus lhes aconselhou a
ficar longe do álcool, cigarro e alimentos imundos, por exemplo, não é porque Ele seja um
juiz restritivo, mas porque ama vocês. Ele não quer ver seus preciosos filhos com câncer
no pulmão, Ele quer que vocês sejam felizes. Deus lhes deu o sábado para que não tenham
um esgotamento mental, para que possam descansar uma vez por semana, para terem
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comunhão com Ele, para que possam passar as tardes com sua família apreciando a
natureza. Lhes deixou a mensagem do real estado do homem na morte, para que vocês não
sejam atormentados com o que acontece com uma pessoa quando morre, pois quer que
vocês sejam felizes. A Bíblia é um manual de felicidade.”
4. O benefício de um lar celestial. Freqüentemente descrevo o céu para algumas
pessoas esboçando um contraste entre os prazeres desse mundo. Em Hebreus 11:24, a
Bíblia diz: “Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de
Faraó; preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios
do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os
tesouros do Egito; porque contemplava o galardão.”
Em toda a Bíblia, homens e mulheres de fé vislumbraram a eternidade. Abraão
vislumbrou uma cidade na qual o planejador e construtor era Deus. Um dos maiores
benefícios de escolher a Jesus e viver em harmonia com a sua verdade é a esperança da
eternidade. Pense no impacto que isso pode ter na vida de uma mulher de 28 anos que
perderá o emprego se seguir o sábado bíblico. Um cuidadoso apelo em favor de uma
decisão deve ser algo assim:
“Vamos pensar daqui a mil anos, talvez dez mil anos, ou talvez um milhão. O que
você gostaria de estar fazendo daqui a um milhão de anos?”
Ela sorri e engole seco. O apelo continua, “imagine esta cena: campos de
plantação de trigo sendo balançados pelo vento, colinas verdes, flores salpicando a
paisagem de vermelho, amarelo e azul, lagos cristalinos, um céu de azul intenso, frutas de
todas as formas e tamanhos. Tudo o que encanta a vista e satisfaz o paladar. Uma terra
onde não há doença, nem tristeza, nem morte, onde todo habitante se enche de vida e
prazer, onde o amor emana de cada ser. Uma terra onde você pode construir sua própria
casa e comer das frutas do seu jardim. Um lugar onde todos os talentos podem ser
desenvolvidos e toda a capacidade expandida. Um local onde você possa viajar de planeta
para planeta, de estrela para estrela.
“Agora, Maria, há algo que valha mais a pena do que esse lugar maravilhoso?
Pense em um encontro com o próprio Jesus. Cristo estende Suas mãos marcadas pelos
pregos e diz a você ‘Tudo isso é para você, Eu morri para tornar tudo isso possível.’ Se
você comparar tudo isso com o que você tem que abrir mão para servi-Lo, será que há
comparação? Sei que Deus vai ajudá-la a tomar essa decisão hoje e ansiar pelo batismo
bíblico à luz da beleza do paraíso.” Nosso apelo aqui é desviar a atenção da pessoa dos
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problemas que enfrenta na terra para as realidades celestiais; mostrar claramente os
contrastes entre ao que ele/ela está apegado e tudo o que o céu pode oferecer.
5. O beneficio do perdão dos pecados e liberdade da culpa. Esse apelo encoraja
principalmente o batismo. Pode ser baseado em Atos 2;37-39: “Ouvindo eles estas coisas,
compungiu-se-lhes o coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que
faremos, irmãos?” Respondeu-lhes Pedro: “Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado
em nome de Jesus Cristo, para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do
Espírito Santo; pois para vós outros é a promessa para vossos filhos, e para todos que ainda
estão longe; isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar”. Atos 22:16 diz: “E agora,
por que te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o
nome dele.” O batismo simboliza a limpeza dos pecados. Um poderoso incentivo ao
batismo é o senso de liberdade da culpa.
Há apenas alguns anos, um casal cuja vida foi totalmente arruinada pelo pecado me
procurou em uma das minhas reuniões evangelísticas. O marido havia sido um alcoólatra
inveterado, e ambos, ele e sua esposa, estavam em seu segundo casamento. A culpa de seu
passado os assombrava como um fantasma. Como consideravam que o batismo bíblico era
um símbolo de limpeza de seu passado culposo, eles perceberam que poderiam ficar em pé
diante de Deus como se nunca tivessem pecado. Perceberam o benefício de se libertar da
culpa, e ansiavam pelo batismo. Por duas semanas me perguntavam “Pastor, nós não
podemos ser batizados esse sábado?” Em seu livro, O Modificador de Mentes (The Mind
Changers), Griffth descreve os principais benefícios que derivam da mudança usando o
termo psicológico “minimax”. Estudantes do comportamento humano concluíram que o
“minimax” é o principal fator na motivação desse comportamento. Eles declaram que os
indivíduos irão agir em uma determinada situação quando os benefícios forem máximos e
o risco mínimo – “minimax”. Maximizar os benefícios eternos de uma ação correta
produzirá grandes resultados em vez de focar nas conseqüências negativas daquela ação.
Descobriu-se que um grupo de trabalhadores das docas de São Francisco
descarregava duas vezes mais carga em menos tempo, com menos perda. Pesquisadores
estavam ansiosos para descobrir o porquê. Assim que investigaram, descobriram que cada
grupo tinha empilhadeiras disponíveis, mas apenas o grupo mais eficiente as usava. Até
mesmo a palavra “empilhadeira” é repulsiva ao trabalhador rude, musculoso das docas.
Muitos encarregados tentavam motivar sua turma dizendo: “As regras nos obrigam a usar a
empilhadeira. Usem-nas ou vocês poderão ser demitidos!” O encarregado que motivava
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com mais sucesso seus subordinados apresentava os benefícios. Ele freqüentemente
gritava: “Cuidem de sua coluna idiotas, usem a empilhadeira!” Na verdade, sua mensagem
era interpretada: “Os espertos não têm problemas de coluna porque usam empilhadeira.”
Esse mesmo princípio de ênfase nos benefícios aplica-se às questões espirituais.
O exemplo de Jesus nos fornece um modelo de motivação positiva. Lembre-se de
Pedro vindo a Jesus e dizendo: “Eis que nós tudo deixamos e Te seguimos.” (Marcos
10:28). A implicação é visível. A verdadeira pergunta de Pedro era, “Senhor, nós que
desistimos de tanta coisa, o que vamos receber em troca?” A resposta de Jesus é um
clássico. Mostra como Ele motivava as pessoas:
Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou
mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de Mim e por amor ao evangelho que não
receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com
perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna.
Marcos 10: 29,30.
As palavras de Jesus eram simples demais para serem mal-entendidas. O que quer
que seja que um indivíduo tenha abandonado, Jesus oferece mil vezes mais em troca. Sua
paz, Seu poder espiritual para vencer o pecado, a felicidade do companheirismo com
outros cristãos, a felicidade interior de sabermos que estamos fazendo a vontade de Deus,
tudo isso são bênçãos imensuráveis.
Em todo o evangelho Jesus oferece os maravilhosos ganhos em segui-Lo. Peça a
Deus que o ajude a compartilhar os benefícios certos com a pessoa certa. Peça ao Espírito
Santo que o ajude a saber qual vantagem uma determinada pessoa precisa, e observe o
número de decisões aumentar.
1- Escreva o nome de pelo menos duas pessoas que você está conduzindo a uma
decisão espiritual. Que benefício(s) você apresentaria a ele ou a ela? Que textos você
desenvolveria melhor ao apresentar este(s) beneficio(s)?
2- Defina o princípio “minimax”.
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5
O Fator Motivador:
Fatores positivos e negativos
1. Sob quais circunstâncias você acha que o uso do medo é apropriado ao apelar
para decisões espirituais?
2. Sob quais circunstâncias é impróprio?
3. Como Jesus usou o temor?
4. Que conseqüências específicas resultaram do uso do temor ao se pedir às
pessoas que se decidissem por Jesus?
5. Você o tem usado muito? Pouco?
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6
O Impacto:
Importância e Influência
Tom vivia num bairro luxuoso e tinha uma posição de destaque na diretoria de uma
empresa de prestígio. Tudo nele refletia sucesso: sua roupa, sua casa bonita, seus filhos
alegres e simpáticos. E Tom controlava tudo isso com uma postura que demandava
respeito. Suas habilidades de executivo eram equilibradas com uma natureza modesta, um
temperamento gentil e comunicativo. Sua esposa e seus filhos o admiravam
profundamente.
Anos antes, havia sido educado em escolas adventistas. Agora, ele tinha
freqüentado nossas reuniões e estava convencido da verdade, mas temia que a religião lhe
trouxesse exigências incompatíveis com seu estilo de vida atual. Por semanas, Tom teve
dificuldades em tomar uma decisão para o batismo. À medida que eu orava e buscava
encontrar alguma maneira de ajudá-lo, comecei a perceber que uma abordagem tradicional
de “riquezas prometidas” não tinha qualquer apelo para esse homem que se sentia seguro
com sua situação atual. “Benefícios” e “conseqüência” teriam pouco poder de motivar
Tom. Comecei a pensar na palavra “expectativas”. As expectativas de outros seria
provavelmente o ponto que levaria Tom a uma ação. Ele era um homem admirado e
imitado e suas influências sobre outros era algo que considerava seriamente.
Quando estávamos conversando em seu luxuoso escritório, meu apelo foi algo
assim: “Tom, como você tem vindo às reuniões, gostaria de saber se há alguma dúvida a
respeito das doutrinas que tem ouvido ali?”
Eu já sabia que a maioria de tudo o que foi dito estava claro para ele, mas fiz a
pergunta por duas razões. Primeira, para retirar qualquer obstáculo que pudesse existir,
mas, mais importante que isso, para dar-lhe oportunidade de expressar sua confiança, pois
eu estava bem certo de que ele concordava com tudo o que eu havia apresentado. Uma vez
que o próprio Tom tivesse expressado concordância com nossos ensinamentos, ele estaria
numa posição melhor para considerar seriamente o apelo.
Ele balançou a cabeça concordando, “Sim, eu acredito nas doutrinas da fé
adventista.”
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“Tom, quando estava pensando em você outro dia, pensei no homem influente que
é e o grande impacto que sua vida tem sobre outros. Vi como sua esposa o admira. Notei o
olhar de contentamento em seus olhos ao ver você virar as páginas de sua Bíblia. Observei
como seu filhinho e sua filha o respeitam. Sei que a decisão que você está considerando é
bastante séria, que é o tipo de homem que considera sua ações e decisões com seriedade
antes de tomá-las. Mas, Tom, sei que se você decidir ser batizado irá alegrar muito sua
esposa e conduzir seus filhos a uma vida com significado e alegria.
“Há muitos homens que chegam até esse tipo de decisão e desistem, temendo que o
preço seja muito alto. Alguns não têm coragem de seguir suas convicções em assuntos
como a guarda do sábado, o dízimo, ou abstinência do álcool. Mas, anos mais tarde, as
conseqüências de se silenciar a voz mansa da consciência tornam-se evidentes: Não há
padrão moral no lar. Os filhos seguem qualquer modismo e arruínam suas vidas com
drogas, más associações e escolhas erradas. E tudo porque não há algo para se seguir,
nenhum padrão de retidão que se coloque diante deles. O pai se sente culpado porque
conhecia o padrão e não teve a coragem de tomar o estandarte e segurá-lo com firmeza.
“Tom, ao considerar essa decisão por Cristo, lembre-se das palavras de Romanos
14:7: “Nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si.” Seus filhos são jovens o
suficiente para seguir sua influência e seu compromisso com Cristo. Seu batismo pode ser
um caminho que eles seguirão para conduzi-los à eternidade. Se você se tornar o líder
espiritual da família, você será o modelo que irão seguir. Se você liderar sua família na
devoção, no estudo da lição da Escola Sabatina, levá-los à igreja aos sábados, eu sei que
essas crianças o seguirão e também sua esposa. Tom, você tem uma grande
responsabilidade no seu trabalho, mas você tem uma responsabilidade ainda maior como
líder espiritual de seu lar. Por amor a sua esposa e filhos – porque você quer de verdade
guiá-los – gostaria de dizer a Cristo agora que você quer se batizar no próximo sábado?”
Então, nos ajoelhamos e Tom selou sua decisão de render totalmente sua vida a
Cristo no batismo. A grande necessidade de Tom era perceber que a importância de sua
decisão ia além dos limites de sua própria existência, alcançando a vida de sua esposa e
filhos. Então, não subestime o valor, especialmente para aqueles que têm forte influência e
caráter, de apelar a eles com base na vida de outras pessoas. No coração de cada pai, Deus
colocou o desejo de ver seus filhos terem uma vida plena e de significado. Isso pode ser
um impulso poderoso para levar homens e mulheres a se comprometerem com Cristo.
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Quando giram a roda da fortuna, os empregados de um cassino costumam dizer:
“vai girando, girando, e ninguém sabe onde vai parar”. Em um sentido isso é verdade para
as testemunhas de Cristo, pois nunca sabemos até onde os efeitos de uma decisão por
Cristo podem chegar. A decisão de um pai, como vimos, pode afetar seus filhos. A decisão
de uma esposa pode afetar seu marido. Geralmente, se uma pessoa espera tomar a decisão
ao lado de Cristo até que seus amigos ou família o façam, isso inibe os outros a tomá-la.
Meu pai tomou a decisão de seguir a Cristo e as verdades da mensagem adventista
anos antes de minha mãe. Foi essa decisão e seu exemplo positivo que, finalmente, levou
toda nossa família a conhecer a salvação em Cristo e a verdade da mensagem adventista.
Algum tempo atrás, uma jovem senhora se aconselhou comigo sobre o fato de seu
marido não ser cristão. Minha resposta a ela foi que sua grande responsabilidade não era
pressionar, incitar, mas viver Cristo. No entanto, ela não podia adiar sua própria decisão,
pois esta teria uma influência poderosa sobre ele.
Ao final, pela influência daquela mulher, seu marido aceitou a Cristo, assim como
seus dois filhos, sua irmã, o namorado dela, o irmão de seu marido, a esposa dele e toda a
sua família. Como resultado da influencia dessa mulher, mais de dez pessoas aceitaram
Jesus, a mensagem do adventismo e foram batizadas continuando o círculo de influência.
O efeito pirâmide
Um dos exemplos mais maravilhosos do efeito pirâmide da fé é contado por James
H. Sample em 1967, em O Cristianismo Hoje (Christianity Today) entitulado Passando a
Tocha do Evangelismo (Passing the Torch of Evangelism). Esse artigo conta que quando
Moody tinha dezessete anos, ele foi a Boston trabalhar com seu tio que tinha uma loja de
calçados. O tio o encorajou a ir à igreja, e Edward Kimball tornou-se seu professor na
escola dominical.
Um dia, Kimball fez uma visita ao jovem Moody na loja onde trabalhava. Entre os
clientes, enquanto o jovem estava guardando os sapatos na sala de trás, Kimball convenceu
Moody a entregar sua vida a Cristo.
Anos mais tarde, quando estava pregando na Inglaterra, Moody contou a história de
Kimball na igreja de F. B. Meyer. O ministério de Meyer foi revolucionado – bem como o
de outro jovem ministro que ouviu ele falando na escola de Moody em Northfield,
Massachusetts. Meyer pregou um sermão poderoso na intenção de levar todos a Cristo. Um
jovem sentado ao fundo foi transformado. Seu nome era J. Wilber Chapman.
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Chapman tornou-se um poderoso evangelista e um dos religiosos mais influentes de
seu tempo. Ele influenciou grandemente um jogador de basquete profissional e pastor do
Y.M.C.A (Young Men's Christian Association - no Brasil, Associação Cristã de Moços),
chamado Billy Sunday o qual tornou-se nacionalmente conhecido por suas pregações
evangelísticas.
Por meio das pregações de Sunday em Charlotte, Carolina do Norte, um grupo de
leigos foi fundado para testemunhar de Cristo na comunidade. Em 1932, organizaram uma
cruzada e chamaram Mordecai Hamm para pregar. O sermão de Hamm perturbou um
aluno do último ano do ensino médio de dezessete anos que vinha às reuniões todas as
noites. Ele e seu amigo pensaram que podiam escapar sentando-se atrás do pregador, no
coral. Mas isso não aconteceu. Finalmente, o jovem Billy Graham e seu amigo, Grady
Wilson aceitaram Jesus.
A tocha da influência passou de Kimball para Moody, de Moody para Meyes, de
Meyer para Chapman, de Chapman para Sunday, de Sunday para Graham e Grady.
Acontecimentos pequenos, mas de grande significado. Você irá motivar homens e
mulheres a tomarem decisões ao lado de Cristo quando eles virem a influência de sua
decisão na vida de outros. Ajude-os a ver que a decisão deles é como uma pedrinha
lançada no lago. As ondas que ela provoca chegam até a margem da terra e vão além para a
eternidade.
A declaração de Ellen White vai direto ao ponto:
Todo ato de nossa vida afeta a outros para bem ou para mal. Nossa influência tende a
elevar ou a rebaixar; ela é experimentada, posta em prática e, em maior ou menor escala,
reproduzida por outros. Caso por nosso bom exemplo ajudemos outros no
desenvolvimento de bons princípios, damos-lhes poder para fazer o bem. Por sua vez, eles
exercem a mesma influencia benéfica sobre outros, e assim centenas e milhares são
afetados por nossa inconsciente influência.
Testemunhos para a Igreja, vol. 2, p. 113.
Vimos até aqui que render a vontade a Cristo vem como resultado de vários fatores.
O nível inicial, informação, fornece uma base na qual a se dá a convicção. No entanto,
apenas quando a pessoa tiver desenvolvido uma forte vontade de seguir essas convicções é
que atitudes positivas acontecem. Tradicionalmente, o preparo adventista do sétimo dia
tem enfatizado a importância de trazer uma pessoa à convicção. Contudo, a arte de motivar
a vontade de seguir essa convicção tem sido negligenciada.
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Por três capítulos falamos sobre como despertar a vontade, o que pode ser
conseguido se apresentado os benefícios de se fazer o que é correto, as conseqüências das
escolhas erradas ou expectativas de outros, tais como família e amigos. Resta um último
princípio que servirá de protoplasma de um modelo evangelístico, dando vida a todos os
outros princípios: “a pessoa mais importante”.
A Atração:
Jesus – a Pessoa mais Importante
Kembleton Wiggins discute em seu livro Facilitando a Conquista das Almas (Soul
Winning Made Easier) o que ele chama de concordância cognitiva. De acordo com esse
princípio, ao deparar-se com uma nova idéia, a pessoa tenta encontrar algum tipo de
consistência com suas crenças antes de integrar o novo conceito em sua vida. Assim,
muitas pessoas tendem a resistir à mudança uma vez que isso produz uma tensão de idéias.
No entanto, quando novas vontades são despertadas, uma tensão maior pode ser sentida se
uma pessoa resiste à transformação que sabe que deve ser feita. É neste ponto, que homens
e mulheres percebem que não fazer nada irá conflitar com sua consciência e que a vontade
resulta em atitude.
E também:
8
O Processo:
Esclarecimento e Confirmação
A verdade é gradual
O princípio “esclarecimento e confirmação” ensina que só quando as novas
verdades são esclarecidas e confirmadas na mente dos ouvintes é que futuras verdades
podem ser recebidas e aceitas. O palestrante deve verificar, a cada novo passo, se os
ouvintes aceitam ou rejeitam a mensagem, e como eles têm decidido integrar estes novos
conceitos no seu atual sistema de valores. Se isto não acontece, a resistência irá continuar
aumentando até o ponto de rejeição. A verdade é gradual.
O livro de Provérbios enfatiza este ponto: “Mas a vereda dos justos é como a luz da
aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” (Pv 4:18). O princípio é eterno:
Deus permite que a luz brilhe cada vez mais no caminho do indivíduo, à medida que a
verdade é recebida e aceita. Qualquer verdade que se mostre obscura e inconsistente
produz obstáculos para maiores progressos. Mas verdades claramente entendidas abrem o
caminho para um maior entendimento da palavra de Deus.
Ellen White enfatiza o processo “esclarecimento e confirmação” da decisão
progressiva em seus escritos. Ela afirma:
A sagrada responsabilidade está sobre o ministro em cuidar das almas como alguém que
deve prestar contas. Ele deve ter interesse nas almas pelas quais trabalha, percebendo
todas as perplexidades e problemas que as impeçam de andar na luz da verdade.
Review and Herald, 30 de agosto, 1892.
Se você não sabe o que impede o indivíduo de guardar o sábado, você pode visitá-
lo dez vezes e não chegará a lugar algum. Seus esforços para ajudá-lo serão como correr
atrás do vento. A menos que você lide com as objeções que enfrenta sobre o assunto, você
será incapaz de levá-lo a uma decisão positiva. Os assuntos futuros ficarão mais nebulosos
e difíceis. Idéias adicionais que bombardearem sua mente e conflitem com o que ele
acreditava previamente o conduzirão finalmente à total rejeição. Quanto mais hábil for um
evangelista em descobrir o que impede o indivíduo de se decidir e em esclarecer o que já
foi apresentado, mais bem-sucedido ele/ela será em ganhar almas.
Ellen White mais uma vez se concentra no princípio “esclarecimento e
confirmação”:
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Muitos obreiros fracassam em sua obra, porque não se põem em contato íntimo com
aqueles que mais necessitam de seu auxílio. Com a Bíblia na mão, deveriam buscar, da
maneira mais delicada, conhecer as objeções que há na mente dos que estão começando a
indagar: "Que é a verdade?" João 18:38. Cuidadosa e suavemente ele os deveria conduzir
e educar, como discípulos numa escola.
Obreiros Evangélicos, p. 190.
Jesus alcançava as almas porque estava familiarizado com seus problemas. Seus
ensinos eram adaptados a situação de seus ouvintes. Ele entendia a objeção que havia em
suas mentes. A senhora White declara também:
O pastor deve conhecer a natureza das dificuldades nas mentes do povo para que esteja
apto a dar a cada um a porção necessária no devido tempo.
Manuscritos 4, 1893.
Perguntas de diagnóstico
A arte de diagnosticar por meio de perguntas é essencial para descobrir e tratar das
objeções que podem ser levantadas. Ao visitar uma pessoa que acabou de ouvir uma
apresentação bíblica sobre a volta de Jesus, devo procurar descobrir toda a incerteza ou
objeção. Por isso, inicio uma conversa como esta: “João, Maria, estamos muito felizes por
vocês estarem freqüentando as reuniões evangelísticas durante as últimas semanas. Como
vocês ficaram sabendo sobre nossas palestras?”
Ao obter a partir disso um pouco de informação sobre o casal, eu devo perguntar
“vocês estão gostando da reunião?” Isto me ajuda a avaliar sua atitude em relação ao que
estão ouvindo. Depois, eu devo questionar se João e Maria têm tido condições de ir a cada
reunião até esse momento. Embora eu geralmente saiba a média de audiência, levanto essa
pergunta para descobrir o que especificamente pode ser a causa de ausências nas reuniões.
Se alguém diz: “Olha, não posso vir na quarta-feira à noite, porque participo de um estudo
bíblico”; ou “ não posso vir na sexta-feira à noite porque trabalho,” obtive um pouco mais
de informação que pode provavelmente ser útil mais tarde.
A seguir, eu mudo a direção da conversa a fim de conduzir a uma declaração
afirmativa da parte deles. “Você percebeu que nosso propósito é apresentar tudo
diretamente da Bíblia em nosso seminário. Você sentiu que tudo o que foi apresentado
partiu direto da Bíblia?”
50
Uma vez que algum tipo de afirmação tenha sido feita, eu torno mais específica a
conversa, abrindo o diálogo para qualquer objeção que João e Maria possam ter.
“Justamente na noite anterior discutimos o assunto de como Cristo voltará. Vocês sempre
entenderam o que a Bíblia ensina a respeito da segunda vinda de Cristo?” É nesta parte que
o esclarecimento se torna importante. Se João e Maria têm perguntas sobre o assunto das
tribulações e o arrebatamento, por exemplo, é hora de apresentar-lhes os textos em casa.
Se não há objeção sobre o assunto, é bom fechar o tema com um apelo ao
compromisso. Eu posso começar assim: “É uma emoção saber que Cristo logo voltará.”
“Do fundo do meu coração, eu quero estar preparado. Eu anseio estar naquele grupo que
dirá: Este é nosso Deus, a quem aguardávamos, e dEle vem nossa salvação. Vocês
gostariam de se ajoelhar comigo esta noite para orar e pedir que Deus nos dê forças para
caminhar na verdade expressa em Sua palavra, para que por meio de Sua graça nós
estejamos preparados para encontrá-Lo quando ele voltar?”
Deixando a casa, eu sei que realizei duas coisas a respeito da segunda vinda.
Primeiro, eu descobri que João e Maria aceitaram essa verdade. E segundo, eu os convidei
a fazer um compromisso para segui-la – “esclarecimento e confirmação”.
Em relação ao sábado, não espero um compromisso como esse logo depois de
minha apresentação inicial. Visto que este tópico é freqüentemente novo, e a aceitação
deste assunto pode envolver sérias mudanças no trabalho ou no estilo de vida atual, eu
separo mais tempo para que o Espírito Santo trabalhe, guardando meu apelo para depois da
minha segunda apresentação.
Nessa segunda visita, eu faço três perguntas específicas. É importante notar, neste
ponto, que tais perguntas não devem soar como uma inquirição memorizada feita tão logo
entre na casa. As questões que se seguem são efetivas quando feitas na segurança de um
relacionamento acolhedor já estabelecido por meio de uma comunicação aberta e
perceptiva. Isto vale tanto para as séries evangelísticas quanto para o estudo bíblico.
1. Exposição prévia: “Vocês já ouviram sobre a mensagem do sábado na Bíblia
antes, ou o sábado é novo para vocês?” Freqüentemente, as pessoas reagem com respostas
inesperadas. “Bem, nas escolas dominicais, há alguns anos, eu sempre me perguntava por
que guardávamos o primeiro dia, quando os mandamentos dizem para guardarmos o
sétimo.” Outro pode responder, “Eu tinha um livro chamado Leituras Bíblicas para o
círculo familiar (Bible Readings for the Home Circle), que discutia o sábado bíblico.”
51
Ou,“Meu avô era adventista e acreditava no sábado.” É igualmente importante quando
alguém responde, “Não, eu nunca ouvi falar nada sobre o sábado antes.”
2. Compreensão: “Você tem alguma pergunta sobre o sábado bíblico, ou o sábado
está claro pra você?” Geralmente, a pessoa trará preocupações honestas envolvendo seus
compromissos no trabalho, ou com a família e amigos. A pessoa pode refletir sobre a
condição de queridos que foram à igreja aos domingos por cinqüenta anos antes de
morrerem. É neste ponto que é importante dispensar qualidade de tempo no lar da pessoa,
e gentil, mas eficazmente lidar com cada questão levantada. Milhares consideram meu
pequeno livro Estudando Juntos (Studying Together) uma ferramenta muito útil para
responder objeções que as pessoas trazem.
3. Compromisso: “Você já começou a pensar em guardar o sábado bíblico?” Se a
resposta for positiva, eu os encorajo a guardar o sábado imediatamente. Se a reposta não
for positiva eu digo, “Eu sei que se Jesus estivesse aqui hoje e pedisse para você para
guardar o sábado bíblico, você estaria disposto a fazer isto, porque você quer agradar a
Jesus, não é mesmo? Vamos dobrar nossos joelhos e pedir a Ele para lhe mostrar Sua
palavra e o que quer que você faça.
João e Maria, eu sei que estas coisas são novas para vocês, mas se a Palavra de
Deus diz isso e Cristo ensina isso, eu sei que vocês querem obedecer. Então, vamos orar e
dizer isso a Jesus hoje. Vocês gostariam de fazer isto?”
Terminado com uma oração, eu cumprimento João e Maria, dizendo a eles quão
agradecido eu estou por eles estarem chegando perto da verdade, e os encorajo a
continuarem indo às reuniões. Antes de ir embora eu dou a eles o meu livro sobre o sábado
intitulado O dia quase esquecido (Almost Forgotten Day).
Assim, com o uso eficaz de três perguntas de diagnóstico, descobri o que acharam
da prévia exposição sobre o sábado, respondendo as objeções, e começando a “esclarecer”
o novo tópico apresentado a João e Maria. Basicamente este é o processo da decisão
progressiva.
9
A Compreensão:
Formas de percepção
10
O Indispensável:
Estratégias de visitação
Quando o pastor estava contando uma história, de repente, me senti mal. Uma de
nossas interessadas da campanha evangelística, que estava se preparando para o batismo do
sábado seguinte, sem mais nem menos, desistiu de ir às reuniões. A mulher avisou que
estava rompendo seu relacionamento com os adventistas. Ela fez um pedido direto:
“Pastor, por favor, não me visite. Já decidi. E é a minha decisão final”.
O que poderíamos fazer? Deveríamos desrespeitar o pedido dela? Deveríamos
tentar visitá-la mesmo sabendo que disse para não fazermos isso?
Enquanto o pastor e eu discutíamos isso, um pensamento tomou conta de mim: ela
disse ao pastor para não visitá-la, mas para mim, não disse nada. Foi uma impressão do
Espírito Santo? Foi só um pensamento com fé?
A convicção de que eu deveria visitá-la começou a crescer. Depois de orar a
respeito disso naquela noite, fui dormir certo de que era a vontade de Deus que eu a
visitasse no dia seguinte.
Com esta oração em meu coração, eu caminhei em direção ao portão da casa dela e
depois até a varanda. Mal toquei a campainha e apareceram dois cachorros enormes, um
pastor alemão e um collie, rondando na minha frente. Ao me verem na varanda,
começaram a latir furiosamente. O medo tomou conta de mim. Pensei imediatamente,
“Sem chance. Eles virão me morder.” Naquele desespero orei mais uma vez: “Oh, Senhor,
ajuda-me!”
Toquei a campainha novamente. Os cachorros chegaram mais perto. Jane espreitou
pela janela e me viu. Ela hesitou, mas ouviu os cachorros e abriu um pouquinho a porta.
Era tudo que eu precisava. Morrendo de medo, empurrei a porta com toda força e pulei
para dentro da casa dela. Quando fechei a porta, exclamei aliviado: “Igual a Daniel na cova
dos leões, o Senhor me livrou”.
Jane começou a rir, mas eu estava constrangido com a situação. Logo percebi o que
tinha feito – havia entrado na casa dela abruptamente sem pedir licença, quando ela queria
é que eu estivesse fora. Eu fiquei vermelho, e me desculpei: “Você me perdoa, por favor?
Normalmente não costumo entrar assim na casa das pessoas”.
59
Ela riu e disse: “Uau! Você está aqui. Embora eu não fosse deixá-lo entrar, você
deve ficar. Sente-se, por favor.”
Nós conversamos, ou melhor, devo dizer, ela falou e eu escutei. Nas horas
apropriadas, fiz perguntas. À medida que Jane respondia, comecei a perceber que sua
reação não era porque não acreditava mais nas doutrinas que lhe apresentamos, mas por
causa da grande pressão de sua família.
Na metade da nossa conversa, as filhas dela se juntaram a nós. Mais tarde, seu
marido chegou do trabalho. Na ansiedade, ela os tinha pressionado, pois estava pedindo
que eles fizessem um compromisso para o qual ainda não estavam prontos, deixando-os
chateados. Uma vez que ambas as partes entenderam que Deus deu para cada pessoa a
liberdade de escolha, a harmonia tomou o lugar da tensão que havia naquela casa. A porta
que anteriormente tinha se fechado para uma decisão foi reaberta. Os obstáculos foram
superados, e Jane seguiu firme com seu compromisso. Voltou a freqüentar nossas reuniões,
finalmente foi batizada e tornou-se diaconisa de uma de nossas igrejas.
Vosso êxito não dependerá tanto de vosso saber e consecuções, como de vossa habilidade
em chegar ao coração das pessoas. Sendo sociáveis e aproximando-vos bem do povo,
podereis mudar-lhes a direção dos pensamentos muito mais facilmente do que pelos mais
bem feitos discursos.
Evangelismo, p. 437.
A parte mais difícil vem ao deixar ele [o pastor] o púlpito, no regar a semente lançada. O
interesse despertado deve ser apoiado por trabalho pessoal – visitar, dar estudos bíblicos,
ensinar a pesquisar as Escrituras, orar com as famílias e pessoas interessadas,
aprofundar a impressão causada no coração e consciência.
Como ouvir
Com que você ouve? A resposta obvia é: com os ouvidos. A seguir, estão algumas
dicas que poderão nos ajudar a relembrar como podemos nos tornar bons ouvintes.
Expressão da face. Se seus olhos estão distraídos pelo ambiente da sala, se a
expressão de sua face demonstra tédio, a pessoa com quem está falando não acreditará que
você a está ouvindo, não importa o que você diga.
Atenção. Conduza o diálogo para longe de você. Conscientemente relembre-se: “eu
estou interessado nesta pessoa. O que ela disser é importante para mim. Quero estar
sintonizado na sua freqüência individual e não na minha.”
Resposta. Os bons ouvintes fazem perguntas, induzem as pessoas a falar, analisam
de forma perspicaz não só o que a outra pessoa disse, mas, também o que ela quis dizer.
Bons ouvintes descobrem se entenderam a outra pessoa de modo correto repetindo o que
ela disse em outras palavras e perguntando se entenderam bem.
McDill diz:
Num mundo onde muito poucos ouvem com sincero interesse a outra pessoa, que achado
raro e bem-vindo seria um genuíno ouvinte. Para um cristão que busca entrar na vida de
uma pessoa, aqui está a chave: O ouvinte sincero diz com eloqüência “eu me importo com
você”. É uma questão de mudar deliberadamente o canal para conduzir a conversa ao
interesse da outra pessoa. Isso significa abrir mão do direito de falar de si mesmo.
Significa cultivar a habilidade de ouvir – olhar seu amigo nos olhos, prestar atenção ao
que ele diz, fazer perguntas pertinentes, balançar a cabeça mostrando compreensão, sorrir
e comentar brevemente.
63
Making Friends for Christ, p. 59.
Hoje, se você quer ser um evangelista de sucesso, então precisa ouvir as outras
pessoas. Ouvir, na verdade, o ajuda de duas formas: a determinar a atitude e prioridades da
pessoa com quem você está lidando – um conhecimento essencial para ministrar de modo
efetivo o evangelho àquela pessoa-, e, em segundo lugar, auxilia a estabelecer um laço
profundo de amizade.
O segundo objetivo da visitação é capacitar você a avaliar os interesses.
Fazendeiros precisam tomar decisões constantemente. Como está o desenvolvimento do
grão? Quando estará pronto para a colheita? Que grão está maduro agora? Bons
evangelistas sabem como avaliar e determinar quando o “fruto” está maduro. Eles são
prudentes o suficiente para deixar “na vinha” um pouco mais aqueles que ainda não estão
prontos para a colheita. E é por meio da visitação pessoal que você pode verificar se os que
compareceram às reuniões estão sinceramente interessados.
Certa vez, trabalhei com um pastor que era extremamente empenhado em seu
trabalho. Cada semana gastava 55 horas além de sua jornada de trabalho comum. Mas, os
resultados não correspondiam aos esforços. Quando saía com ele para visitar as pessoas,
observava que faltava nele a habilidade de distinguir entre uma pessoa curiosa, uma pessoa
que estava apenas tomando seu tempo e um interessado genuíno.
Há muitos anos percebi que não poderia satisfazer todas as necessidades ou
responder todas as questões de todos que vinham às minhas reuniões. Então, conclui que
minha maior responsabilidade era descobrir onde Deus já estava trabalhando, quais os
corações o Espírito Santo já havia aberto, quais mentes Ele já havia preparado. Se você
gasta a maior parte de seu tempo e esforço com aqueles que não estão muito interessados
agora, perderá muitos que estão.
Muitos obreiros fracassam em sua obra, porque não se põem em contato íntimo com
aqueles que mais necessitam de seu auxílio. Com a Bíblia na mão, deveriam buscar, da
maneira mais delicada, conhecer as objeções que há na mente dos que estão começando a
indagar: "Que é a verdade?" João 18:38. Cuidadosa e suavemente ele os deveria conduzir
e educar, como discípulos numa escola.
Obreiros Evangélicos, p. 190.
Jesus alcançava as almas porque estava familiarizado com seus problemas. Seus ensinos
eram adaptados a situação de seus ouvintes. Ele entendia a objeção que havia em suas
mentes.
Obreiros Evangélicos, p. 290.
O pastor deve conhecer a natureza das dificuldades nas mentes do povo para que esteja
apto a dar a cada um a porção necessária no devido tempo.
Manuscritos 4, 1893.
Perguntas de diagnóstico
A arte de fazer perguntas de diagnóstico é absolutamente essencial para descobrir
as dúvidas dos candidatos em potencial e lidar de forma efetiva com objeções.
O quarto objetivo está estreitamente relacionando ao terceiro. Ao fazermos visitas,
devemos não apenas informar corretamente o candidato respondendo às suas perguntas,
mas devemos considerar e desarmar as objeções que possam surgir.
Quando visito uma pessoa que acaba de ver uma apresentação sobre a volta de
Cristo, devo fazer as seguintes perguntas: “Você já ouviu alguma exposição sobre a
segunda vinda de Jesus como a que foi feita em nossa reunião a noite passada?” “A
66
mensagem ficou clara para você ou tem alguma pergunta?” “O que acha do que ouviu?”
“Isso faz sentido para você?”
Essas perguntas não são ameaçadoras. Não são sobre o que a pessoa irá fazer a
respeito do que aprendeu, nem pedem que façam um compromisso ou que mudem seu
estilo de vida. Antes de pedirmos à pessoa que dê esse tipo de resposta objetiva, devemos
descobrir o que ela sabe sobre o assunto e quais suas convicções.
Questões apropriadas para se fazer após uma apresentação de Jesus como o
Salvador do mundo podem incluir: “Você vê Jesus como um profeta, uma figura histórica,
um mestre religioso ou vê Jesus como o divino Filho do Deus vivo, aquele que lhe oferece
a vida eterna?” “Você foi criado num lar cristão?” “Sempre foi cristão”? “Está claro para
você que Cristo é o Messias do mundo?”
Após a apresentação do sábado, você pode perguntar: “Essa á a primeira vez que
você ouviu sobre o sábado bíblico?” O sábado é novo para você?
As perguntas de diagnóstico não têm o objetivo de estimular ação. São
especialmente designadas para descobrir o que a pessoa sabe, suas atitudes e convicções.
Se as perguntas de diagnóstico forem usadas de maneira apropriada, podem ser uma grande
ajuda ao evangelista.
No entanto, as perguntas de diagnóstico devem ser usadas com cautela. Se são
estruturadas de forma que contenham a resposta na pergunta, ou se as perguntas tentam
impelir uma atitude, podem formar um preconceito na pessoa. Por exemplo, a pergunta:
“Não é maravilhosa a verdade sobre o sábado?” pode ser um tanto ameaçadora. Ao
perguntar isso, já afirmei que o sábado é uma verdade. Com isso, não posso saber se a
pessoa acredita ou não. Também afirmei que é maravilhosa a verdade sobre o sábado. Se
ela está trabalhando no sábado ou se é um cristão que guarda o domingo, não irá achar essa
verdade maravilhosa agora. Não estou dizendo que esta não seja uma pergunta legítima,
mas que ela está sendo feita de forma errada para o momento.
O último objetivo de nosso programa de visitação é encorajar decisões. Podemos
passar para esse estágio somente quando realizamos cuidadosamente os outros quatro:
estabelecemos relacionamentos, avaliamos interesses, informamos bem nossos candidatos
respondendo suas indagações e já consideramos suas objeções.
1. Para ser bem-sucedido na visitação deve-se ser um bom ouvinte. Resuma o que
significa ser um bom ouvinte.
2. Identifique os padrões de atitude e comportamento que você encontra num
verdadeiro interessado.
3. Escreva uma série de perguntas de diagnóstico que levem seus interessados a
decisões com respeito aos seguintes assuntos:
a. Aceitação de Jesus como Salvador;
b. O sábado;
c. A condição dos mortos.
71
11
Apelos:
Aumentando os Resultados
O maior teste de toda pregação é o que acontece com aquele que está sentado no banco da
igreja. Para João Batista. foi dada a maior de todas as recompensas a um pregador do
Evangelho: quando eles o ouviram, seguiram a Jesus.
Expository Preaching Without Notes,
(Pregação Expositiva sem Anotações), p. 19
Freqüentemente o apelo era feito por aqueles que acreditavam nas verdades que eram
provadas pela Palavra, ..., e um grande número de pessoas respondia.
Evangelismo, p. 284
Preste atenção nos elementos dessa frase. O apelo foi feito para o intelecto –
aqueles que “acreditavam nas verdades que eram provadas pela Palavra” eram convidados
a se decidirem. A emoção tem um papel importante no processo de tomada de decisão, mas
isso não significa que ela guie à decisão. Billy Graham fala sobre o papel da emoção no
apelo:
Algumas pessoas nos acusam de emotividade exacerbada. Eu digo que nós temos pouca
emotividade. É por isso que estamos perdendo pessoas da igreja para outros interesses.
Nós não só precisamos fisgar a mente das pessoas, mas tocar seus corações. Nós temos
que fazer com que as pessoas experimentem a sua fé.
Billy Graham Speaks,
(Billy Graham Fala), p. 110
Apelos evangelísticos
Um apelo evangelístico tem poder para levar homens e mulheres a Cristo. Quando
um evangelista tem amor pelas almas e está cheio do Espírito de Deus, ele se coloca
perante uma audiência e apela aos ouvintes a renderem sua vida a Cristo, e o Espírito Santo
trabalha na mente de cada um.
Com seriedade e veemência, o evangelista deve dizer: “Deus está falando com você
esta noite. Você está ouvindo a Sua voz. Ele o está chamando. Esta noite Ele diz: Venha!
Não adie essa decisão. Jesus apela a você. Ele diz, ‘Eu amo você e quero perdoá-lo’. O
Espírito Santo impressionou o seu coração hoje à noite. Deus não falará com você tão
poderosamente quanto o fez nesta noite. Imagine os braços de Jesus. Eles estão abertos
para você. Jesus o está chamando aqui esta noite.”
“Ouça Sua voz chamando por você agora, ‘Meu filho, Eu amo você. Venha agora.
Venha com seus pecados. Venha com sua fraqueza. Venha com seus medos. Venha com
suas dúvidas. Nesta noite, quem quer que você seja – vendedor, dona de casa, operário,
empresário, estudante – venha para Jesus. Nesta noite, onde quer que você esteja, atrás ou
na frente, de um lado ou de outro deste auditório, venha para Jesus. Ele fala ao seu coração
nesta noite.”
“Venha agora, enquanto nós cantamos o belíssimo hino ‘Vem a Cristo, vem agora’.
Atente para o coro, ‘Vem, vem, confiantemente, a Jesus, o Senhor! ’ Se você quer dizer a
Jesus, ‘Eu confio em Ti, eu confio no Senhor agora’, venha, e venha agora.”
Há poder neste tipo de apelo. O Espírito Santo o usa para fazer as pessoas virem à
frente. Pessoalmente, acredito e uso os cartões de decisão, mas eles não funcionam com
algumas pessoas; eles passam por algumas delas a cada noite.
Há alguns anos, estava fazendo uma campanha evangelística em Pittsfield,
Massachusetts. Durante as conferências, freqüentemente usava os cartões de decisão.
Enquanto eram distribuídos, convidava as pessoas para marcarem a alternativa apropriada
caso a mensagem da noite tivesse ficado clara. Eu os encorajava a se comprometerem com
as verdades que aprendiam.
75
Um homem que freqüentava nossas reuniões, cuja esposa era adventista, enfrentava
um problema com alcoolismo durante muitos anos. Fervorosamente, sua esposa pedia a
Deus pela alma de seu marido durante todo aquele tempo. A cada noite, ele vinha às
reuniões em respeito a esposa, mas mostrava pouco interesse. Eu observava que passava os
cartões para a pessoa mais próxima. Ele hesitava em se comprometer.
Durante as reuniões, ele não dava indicação de respostas positivas. Finalmente, no
final de uma das reuniões, fiz um apelo cheio do Espírito Santo. Quando o homem ouviu o
chamado, se levantou e veio até a frente. O Espírito de Deus o impressionou naquela noite.
Ele sentiu que aquela era a noite da decisão. Duvido que aquele homem tomaria alguma
decisão se eu tivesse usado apenas os cartões. Foi o apelo cheio do Espírito Santo, e o
Espírito trabalhando em suas emoções e em sua mente, que o levou à decisão.
Em outra ocasião, uma senhora me falou, “Pastor, quando pensei em tomar uma
decisão, eu resisti. Mas, durante o apelo, senti o chamado do Espírito Santo falando ao meu
coração. Não podia mais resistir, então me levantei”.
A. E. Grundstaff acrescenta,
Nada é mais cruel e perigoso ao desviar a religiosidade das pessoas que prepará-las para
uma decisão e falhar em convidá-las a registrar essa decisão.
The effective Invitation,
(O Convite Efetivo) p. 146
Outro fator psicológico a ser considerado ao apelar a indivíduos para tomarem uma
decisão pública é este: quando um indivíduo age com base numa dada atitude, a atitude é
fortalecida. Isso é, de fato, uma das razões básicas por que Deus nos deu a liturgia da
igreja. Quando relembramos a morte de Cristo na Santa Ceia, isso impressiona
profundamente nossa mente sobre o significado da cruz. Quando homens e mulheres fazem
77
um comprometimento público com seu Senhor no batismo, a ressurreição toma lugar no
seu coração e na sua vida. A liturgia da igreja é mais que simbólica. Ela é rica; é uma
experiência dinâmica na vida do crente. Quanto mais agimos de uma determinada forma,
mais profundas serão nossas convicções.
Tempos atrás, foi feito um estudo sobre valores morais em uma escola infantil. Um
aspecto do estudo tinha a ver com colar. No início do ano, estudantes fizeram um teste para
determinar suas atitudes contra os que têm esse hábito. Entre outras coisas, o teste
perguntava que punição as crianças pensavam que os alunos que colavam deveriam
receber. Todas as crianças foram muito rigorosas. Algumas fixaram pesadas multas
financeiras, algumas determinaram surras e outras, expulsão da escola.
Aproximadamente na metade do ano, os pesquisadores realizaram um teste que foi
especialmente desenvolvido para tornar fácil a cola, e algumas crianças colaram. No final
do ano, foi dado às crianças o mesmo teste que elas haviam feito no começo do ano. Então,
as pontuações dos dois testes foram comparadas com o teste dado durante o ano para
determinar se havia alguma relação entre o ato da cola e as atitudes das crianças com os
“coladores”. Os pesquisadores descobriram que no final do ano, aquelas crianças que
haviam colado no teste foram muito mais inclinadas a ter complacência com os
“coladores” em relação ao resultado do começo do ano.
Há muito sabemos que as atitudes afetam as ações. Agora, vemos que as ações
também afetam as atitudes. Se você deseja que alguém acredite em algo específico, forneça
oportunidades para ela agir em harmonia com essa crença. Essas ações intensificam e
fortalecem a crença. A pessoa que acredita que guardar o sábado é certo, reconhece essa
crença publicamente e então começa a segui-la, tem uma crença mais forte e um
comprometimento mais profundo que uma pessoa que acredita, mas não faz nada a
respeito. Psicologicamente, quanto maior e mais repetida a ação, mais profundamente
arraigada será a atitude. Uma vez, vi um desenho que mostrava um homem abraçando sua
esposa e beijando-a repetidamente. Na legenda lia-se, “Amo você. Amo você. Amo você.
Amo você”. Então uma pequena tira dizia, “É isso aí, agora estou convencido.” O ato de
beijar sua esposa aprofundou o amor em seu coração. Ele a amava mais após beijá-la do
que antes.
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Quando eu peço às pessoas para virem à frente no final da reunião evangelística, tento
tornar claro o que estou pedindo a elas. No início do sermão, digo algo como, “Esta noite,
no final do meu discurso, pedirei a vocês que façam algo que expressem sua decisão.
Pedirei a vocês para levantar e ficar em pé aqui à frente. Essa é uma expressão exterior de
uma decisão interior. Assim como quando fazemos uma promessa a alguém, dizemos que
iremos cumpri-la e apertamos as mãos; assim como um jovem casal que se ama quer dar-
se um ao outro e, então, abertamente, expressam seu pacto em uma cerimônia de
casamento, estou pedindo a vocês para expressarem o seu vindo à frente. Vir para cá não
faz de você um cristão. Você pode vir aqui milhares de vezes e isso pode não fazer
diferença se for só isso. Porém, se você vem aqui e diz em seu coração, “Deus, venho até
Ti e deixo para trás coisas erradas e pecaminosas; acredito em Cristo como meu Salvador
e estou vindo para segui-Lo em Sua igreja desta noite em diante”, isso faz diferença.
The Evangelistic Invitation, Leadership,
(O Convite Evangelista, Liderança), outono de 1984.
Eu nunca mais ousei dar à audiência uma semana para pensar em sua salvação desde
então. Se aquelas pessoas se perderam, poderão voltar-se contra mim no juízo final.
Nunca mais vi aquela audiência. Nunca mais irei encontrar aquelas pessoas novamente,
até reencontrá-las em outro mundo, mas quero lhe contar de uma lição que aprendi
naquela noite da qual nunca esqueci, é que, quando prego, apresento Cristo às pessoas ali
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mesmo e tento conduzi-las à decisão de imediato. Preferiria ter minha mão direita cortada
ao ter dado a uma audiência uma semana para decidir o que fazer com Jesus.
O Pastor Evangelista
(The Shepherd Evangelist), p. 186, 187.
Essa urgência nos apelos permite ao Espírito Santo trabalhar energicamente nos
corações e mentes.
Um ministro estava se preparando para pregar aos presidiários de uma instituição
penal. Na tarde anterior à pregação, ele visitou o lugar. O carcereiro mostrou-lhe o local, e
terminaram o passeio na capela – um grande auditório de aproximadamente 1.500 lugares.
“Amanhã estará repleto”, disse o carcereiro.
Dois assentos na primeira fila foram decorados de preto. Quando o pregador
perguntou sobre eles, o carcereiro respondeu, “Os dois homens que ocuparão esses
assentos amanhã estão sob pena de morte. Na segunda-feira, eles irão para a cadeira
elétrica.”
“Sob pena de morte,” repetiu o pastor silenciosamente. Então, disse, “Devo
entender que esse será o último culto ao qual assistirão?”
“Sim, senhor,” foi a resposta. “Seu sermão será o último que eles irão ouvir.”
O pregador viu tudo que queria. Agora, precisava encontrar um lugar para ficar
sozinho e pensar. Quando chegou em casa, foi ao seu escritório, pegou o sermão que tinha
preparado, revisou-o e rasgou-o. “Isso é inútil,” disse ele. “Não atende à necessidade.”
Então, caindo de joelhos, orou, “Deus, dê-me uma mensagem para os dois homens
que irão sentar naqueles lugares decorados em preto.”
Irmãos existem lugares decorados em preto em todas as audiências. Toda a vez que
pregamos, estamos olhando nos olhos de homens e mulheres que serão julgados. Estamos
falando para pessoas que estão sob pena de morte.
Se quisermos conquistar homens e mulheres para Cristo, nosso coração deve estar
cheio do Espírito Santo. Antes de o coração deles ser quebrantado em sofrimento pelo
pecado, nosso coração deve ser quebrantado em sincera confissão de qualquer coisa que
possa atrapalhar o derramamento do Espírito Santo em nós. Antes que possamos
efetivamente partilhar do Pão da Vida, nós próprios devemos recebê-lo da mão de Cristo.
Antes de levar pessoas à cruz, devemos vir para a cruz e compreender o terrível preço de
nossos pecados. Somente com nossos olhos ungidos com uma visão do iminente regresso
81
do nosso Senhor é que podemos pregar a realidade de Seu regresso a outros. Nossa
habilidade para levar outros a optar por Cristo é diretamente proporcional à profundidade
do nosso próprio comprometimento.
Pastor, seu papel não é meramente provocar a curiosidade intelectual; seu papel não
é simplesmente ensinar a verdade. Seu papel é conduzir homens e mulheres a conhecerem
a Cristo, instruí-los nos princípios de Cristo e levá-los a tomarem a decisão ao lado de
Cristo. Nunca fique satisfeito com menos do que isso.
12
A Intercessão:
A Dinâmica da Oração
Mike estava com problemas. Na metade de uma série evangelística, três jovens
garotas que estavam freqüentando regularmente se aproximaram dele e avisaram:
“Estávamos procurando pela igreja adventista, mas ontem falamos com nosso pastor.
Queremos informá-lo de que não iremos voltar. Aqui estão as revistas e livros que vocês
nos deram.”
Quando Mike se dirigiu à sua casa após a reunião daquela noite, seus pensamentos
estavam em parafuso. O que podia fazer? Deveria visitar as garotas? Deveria ligar para
elas? A decisão delas parecia tão definitiva. Profundamente preocupado, dirigiu até a
igreja. Eram 22 horas. Ele abriu a porta e se sentou na escuridão do santuário. Ajoelhando-
se, uma chama ardeu nele ao pensar na situação das três garotas. Quando orava, rogando
sinceramente a Deus pela alma delas, uma paz veio sobre ele. Não sabia ao certo como
Deus iria operar, mas sabia que sua oração tinha sido atendida. Já era mais de meia-noite
quando entrou no carro e foi para sua casa.
Dois dias depois, no sábado, quando Mike estava cumprimentando as pessoas à
entrada da igreja, notou três garotas subindo cuidadosamente os degraus. Completamente
maravilhado, as cumprimentou. “Garotas! O que fazem aqui?”
Rapidamente responderam: “Apenas quisemos vir e visitar sua igreja. Tudo bem?”
Pelas próximas quatro semanas, Mike observou como Deus continuava
impressionando as garotas para voltarem às reuniões evangelísticas. Em breve, estavam
receptivas para os estudos bíblicos. Mais tarde, quando estavam em pé no tanque batismal
em New Haven, na Igreja Adventista de Connecticut, ele percebeu mais uma vez que o
poder para ser bem-sucedido como ganhador de almas está no nosso joelho, está em rogar
a Deus pela salvação das almas.
Recentemente, no programa de TV “Está Escrito”, entrevistei Larry Dorsey, ex-
chefe da equipe médica do Hospital Geral de Dallas. O doutor Dorsey estudou
profundamente o papel da oração intercessória na cura. Após revisar 130 pesquisas
médicas dos últimos 25 anos sobre o papel da oração intercessória na recuperação de
pacientes com doenças graves, ele concluiu que existe, cientificamente, uma dramática
83
diferença quando se ora pelas pessoas. Se isso é verdade no campo da cura física, pense
quanto maior é no campo da cura espiritual – a conversão.
Oração + Fé = Almas
Há dois ingredientes essenciais na arte de ganhar almas. I João 5: 14-16 fala dos
dois:
E esta é a confiança que temos para com Ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a
Sua vontade, Ele nos ouve. E, se sabemos que Ele nos ouve quanto ao que Lhe pedimos,
estamos certos de que obtemos os pedidos que Lhe temos feito. Se alguém vir a seu irmão
cometer pecado não para morte, pedirá, e Deus lhe dará vida, aos que não pecam para
morte.
Essa passagem revela dois passos para sucesso em ganhar almas: oração
intercessória e fé.
Faz parte do plano de Deus conceder-nos, em resposta à oração da fé, aquilo que Ele não
outorgaria se o não pedíssemos assim.
O Grande Conflito, p. 525
Ganhar uma alma não é como consertar um automóvel ou fazer um bolo com uma
receita, e qualquer que a siga será bem-sucedido. Não. Cada pessoa é diferente, e embora
haja princípios básicos que se aplicam a qualquer situação, precisamos da sabedoria de
Deus para aplicá-los. Do contrário, a mente não será impressionada; vidas não serão
transformadas.
Com o pôr do sol, toda a cidade veio, clamando a atenção dEle. Que evangelista já
esteve mais ocupado? Mas, noites atarefadas não podiam impedir madrugadas de oração.
Havia poder à noite porque houve oração de madrugada.
Ore especificamente
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Esse assunto de orar por almas é uma tarefa individual. Não é simplesmente orar
por centenas de nomes de uma lista rapidamente, e então algo mágico irá acontecer. Há
algumas espécies que dão à luz a vários filhotes e filhos de uma vez. Um gambá, por
exemplo, pode dar à luz uma ninhada de doze ou mais. Não é assim com seres humanos.
Ocasionalmente, vemos gêmeos nascem, e até mesmo, com menos freqüência, trigêmeos
ou quadrigêmeos. Mas, a maioria dos nascimentos é de apenas um. E assim é com a
conquista de almas. Se quiser ganhar almas, comece com uma.
Observe o que diz Jó: “Ah! se alguém pudesse contender com Deus pelo homem,
como o Filho do Homem pelo seu amigo!” Esta é nossa obra, rogar a Deus pelas
necessidades específicas de João ou Maria ou José ou Alice. “Quanto a mim, longe de mim
que eu peque contra o Senhor, deixando de orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho
bom e direito” (ISm 12:23). Você tem uma lista de oração? Você está apresentando
homens e mulheres a Deus na oração? Ganhar almas é tarefa de Deus, não do homem. A
oração abre nossa mente e nosso coração para que sejam usados como canais para a obra
do Espírito Santo.
Ore em grupos
Além de orar sozinho pelas almas, observe a orientação que nos dá Jesus:
Em verdade também vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e
tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus. Porque onde estiverem dois
ou três reunidos em Meu nome, ali estou no meio deles.
Mateus 18:19,20
Ellen White acrescenta:
Por que não se reúnem dois ou três e instam com Deus pela salvação de determinada
pessoa, e, em seguida, oram a respeito de outra?
Testemunhos para a Igreja, vol. 7, p. 21.
3. Que planos para oração em grupo você gostaria de ver além desses?
4. A razão por que não oro mais do que já oro pelas almas é:
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Obstáculos:
Superando Maus Hábitos
Maria e João sentaram-se à minha frente aparentando profunda angústia. João foi o
primeiro a falar, “O que quer dizer nascer de novo?” Como você compreende a Bíblia? O
que significa novo nascimento? Os cigarros eram acesos quase tão rapidamente quanto
eram feitas as perguntas, e logo a sala se encheu de fumaça. Eu não teria considerado tais
questões tão incomuns se Maria e João não tivessem participado de uma série evangelística
completa, não tivessem tido um estudo bíblico completo e horas de discussão sobre o
significado do novo nascimento. João insistiu: “Nós acabamos de chegar ao ponto em que
sentimos vontade de abandonar toda essa coisa chamada cristianismo. Não entendemos
como vamos nos converter e o que significa nascer de novo. Quanto mais lemos, mais
ficamos confusos.” E acendeu outro cigarro.
Durante a conversa, fui entendendo cada vez mais que o problema maior não era
falha em compreender a Bíblia, a conversão ou o renascimento em Cristo. João e Maria
conheciam a verdade de Deus há mais de um ano e ainda não tinham conseguido vencer o
vício de fumar. Então, perguntei: “Vocês gostariam de desabafar os problemas espirituais
que agora estão enfrentando? Em sua opinião, qual o problema número um que está
atrapalhando vocês a terem uma experiência plena com Deus? Vocês têm algum hábito que
está impedindo esse relacionamento?
Quase sem hesitar, João apanhou o pacote de cigarros ao seu lado e disse: “Somos
fumantes. Queremos parar. Já tentamos, mas não estamos conseguindo!” Maria, séria,
concordou: “É verdade. Não estamos conseguindo.” A frustração dos dois era evidente;
eles não lutavam pela compreensão de um novo nascimento, mas, pela vitória contra um
hábito enraizado e persistente.
Conclusão
A paixão pelas almas não é algo que se desenvolve com esforço, mas é algo
enviado do céu. O desejo de ganhar almas não é inspirado meramente pelo pensamento de
sucesso pessoal – é inspirado pela visão do Calvário.
Ao nos confrontarmos com o fato de que quando Jesus vier pessoas estarão ou
salvos ou perdidos, que para eles será céu ou inferno; quando percebemos que nossa
influência importa, que podemos fazer diferença na vida de outros, que por meio de nossas
ações o Espírito Santo pode trabalhar mais poderosamente para salvar outros, seremos,
então, motivados a participar com Cristo na obra mais gloriosa do mundo.
Meu amigo, ao você ter lido as páginas desse livro, é o profundo desejo do meu
coração que tudo o que dissemos seja mais do que simples técnicas, que você adotará esses
princípios de vida em seu ministério e se tornará um ganhador de almas mais eficaz para
Cristo. Não só porque seu nome irá aparecer nas páginas da igreja como um grande
ganhador de almas, mas para que tenha a alegria de cooperar com Cristo a ajudar os outros
de forma mais efetiva.
Ao perceber que Deus quer usar você como seu porta-voz para alcançar o perdido,
não irá você, neste mesmo dia, ajoelhar-se num comprometimento profundo com Jesus,
convidar Seu Espírito Santo para habitar em você de forma plena? Não pedirá a Deus que
abra seus olhos para os que estão perdidos ao seu redor? Não pedirá a Ele para lhe dar
grandes resultados em seu ministério? Não Lhe pedirá que coloque em seu coração, por
meio do Santo Espírito, um maior e mais intenso desejo de conquistar almas? Não se
ajoelhará bem agora onde quer que esteja lendo este livro, e fazer essa simples oração:
“Querido Senhor, dê-me paixão pelas almas. Ajuda-me a ver homens e mulheres
como Jesus os via – candidatos em potencial para o reino dos céus. Dê-me, à luz da cruz, o
desejo de cooperar com Cristo no trabalho mais maravilhoso do mundo – a obra da
redenção. Que eu seja totalmente imbuído do Espírito Santo, de maneira que nada na
minha vida me impeça de trabalhar de forma efetiva pelos outros. E, Pai, que possamos
trabalhar lado a lado. Eu sou fraco, às vezes tenho medo de não ter sucesso. Mas, com fé e
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absoluta confiança me dedico a Ti, sabendo que irás usar-me. Eu te agradeço. Em nome de
Jesus. Amém.”
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