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PERSUASÃO

Como ajudar pessoas a se decidirem


por Cristo

Mark Finley
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Título original: Persuasion
© General Conference of Seventh-Day Adventists – Ministerial Association
All rights reserved

Título em português: Persuasão


© Instituto de Missões e Crescimento de Igreja do UNASP – Centro Universitário de São
Paulo campus Engenheiro Coelho.
Todos os direitos reservados

A presente edição foi devidamente autorizada para a União Sul Brasileira da Igreja
Adventista do Sétimo Dia.

Instituto de Missões e Crescimento de Igreja do UNASP – Centro Universitário de São


Paulo campus Engenheiro Coelho / Artur Nogueira
UNASP – www.unasp.edu.br
Diretor do Instituto de Missões e Crescimento de Igreja: Berndt Dietrich Wolter D.Min.
Tradução: Fernanda Caroline de Andrade

Não é permitida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste livro, ou a sua cópia transmitida,
transcrita, armazenada num sistema de recuperação, ou traduzida para qualquer linguagem humana ou de
computador, sob qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico, mecânico, manual, fotocópia ou outro,
ou divulgado a terceiros, sem autorização prévia e por escrito dos titulares do copyright.
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Prefácio
A Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil está crescendo. Neste momento somos
o país com maior número de adventistas no mundo. Festejamos e regozijamos com isto. É
muito bom receber as bênçãos de Deus. É muito bom ver o reino de Deus expandindo-se
em nossa nação.
No entanto, toda bênção é acompanhada de responsabilidades e desafios. Se ser
abençoado é muito bom, imagine poder conduzir as bênçãos de Deus para outros? Imagine
se o crescimento numérico que agora experimentamos estiver inserido em um processo de
crescimento que conduza o recém converso à maturidade em Cristo Jesus (Ef 4:8-16)?
Imagine se conseguíssemos fechar a “porta dos fundos” de nossas igrejas? Imagine se
conseguíssemos compreender o processo de discipulado como um todo e conduzir as
pessoas alguns passos além do batismo?
Lembre-se que o batismo não é o fim. Ele é um dos meios pelos quais alguém é
feito discípulo: indo, ensinando, batizando, FAZEI DISCÍPULOS!! (Mt 28:19-20). No
original a ordem é fazer discípulos e um discípulo não é feito nas águas batismais. O
discípulo vai sendo formado até a sua maturidade quando ensinado por um cristão mais
experiente e nas suas próprias experiências com Deus. Veja a fase:
“Conduzir uma pessoa por estas fases até que ela seja um ministro do evangelho
leigo é o maior privilégio que Deus concedeu a um ser humano.”
O presente livro é uma obra de arte para instrução daqueles que se empenham em
buscar os que ainda não conhecem Jesus como Salvador. Delicie e instrua-se na leitura
prática deste livro, mas lembre-se de não deixar ninguém no meio do caminho... Apresente
Jesus como o Senhor de sua vida. Ensine o seu converso além do tanque batismal. Tome-o
sob seu cuidado, não só até que possa “andar com suas próprias pernas”, mas até que saiba
ensinar outros a andar com Jesus.
Este livro é uma ferramenta capacitadora que por muito tempo esteve disponível
apenas em inglês. Agora, em português, este material vai abençoar abundantemente a
nossa terra. Seja um destes abençoados.

Pr. Berndt Dietrich Wolter D.Min.


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Introdução

J. L. Shuler, um evangelista experiente, contava a história de quando Henry Ford


consertou o carro do rei Francis Joseph II da Áustria, quando o rei passava férias na
Inglaterra. Ao perambular pelo interior do país, Henry viu um Ford quebrado ao lado da
pista. Os passageiros estavam ao redor do carro sem saber o que fazer. Henry parou e
perguntou se podia ajudar. “Oh, sim”, disse um ilustre senhor, o qual ele reconheceu como
Francis Joseph. Porém o rei não o identificou. O fabricante abriu o capô do carro que havia
fabricado e conhecia tão bem.
“Dê a partida”, disse Henry a um dos servos do rei. Após ouvir o barulho irregular
por um momento, bateu no motor com um martelo. Para o espanto do rei, o carro começou
a funcionar como se houvesse recém saído da fábrica. “Quanto lhe devo?”, perguntou com
satisfação.
Ford respondeu, “Cem shillings de prata.”
“Cem shillings de prata?” Francis Joseph repetiu incredulamente. “Por dois minutos
de trabalho?”
“Não”, respondeu Henry. “Dois shillings de prata por dois minutos de trabalho,
mais noventa e oito shillings de prata por saber onde bater!”
“Saber onde bater” e como encorajar uma decisão por Cristo, Shuler enfatizou, é a
chave do sucesso para ganhar almas. Este livro trata da ciência da decisão. Com
freqüência, pastores, instrutores bíblicos, leigos e mesmo evangelistas vão em busca de
decisões sem compreenderem os princípios básicos que a motivam. O ganhador de almas
deve conhecer a mente humana – como as pessoas pensam, porque elas reagem e as
habilidades necessárias para “saber onde bater”.
Já li livros sobre decisão que parecem manipuladores. Este não é assim. Página
após página, ele enfatiza a cooperação com Jesus Cristo por meio do Espírito Santo. Deus
quer levar Sua criação à decisão. Podemos obstruir Sua obra, ou ajudá-Lo.
“Não é o suficiente proclamar a mensagem ou mesmo convencer as pessoas da
verdade das doutrinas. O propósito da mensagem que pregamos é levar homens e
mulheres a obedecer a Cristo. Nossa missão da parte de Deus não é simplesmente
advertir os homens, mas fazer deles discípulos, fazer cristãos. Este deve ser nosso
mais elevado objetivo. Não temos que converter meramente, não apenas anunciar
que Cristo está vindo, mas preparar as pessoas para o encontro com o Senhor.... é
neste ponto (levar à decisão) que muitos ministros fortes em outras áreas, são
5  
 
lamentavelmente fracos. Mais esforços públicos fracassam nesse ponto do que em
todos os outros juntos.”  1

As páginas seguintes não são dedicadas ao fracasso, mas ao sucesso. A chave está
em “saber onde bater”.

                                                                                                                       
1
 J. L. Shuler. Public Evangelism (Evangelismo Público), p. 180.  
6  
 

1
A Técnica:
Princípios-chave da Decisão

Quando Jesus nos chamou para realizar Sua obra em prol da humanidade, prometeu
nos ensinar como trabalhar com Ele: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de
homens” (Mt 4:19). Não se nasce pescador de peixe ou pescador de homens, isto exige
preparo. E o preparo começa ao se observar o trabalho do Mestre.
Em Seu ministério pelas almas, o que Jesus era importava tanto quanto o que ele
dizia. Decisões foram tomadas, não apenas por causa dos fatos que Jesus apresentava, mas
por causa do homem que era. Jesus conquistava corações por meio de relacionamentos,
bem como pela verdade. Ele se identificava com as pessoas. A persuasão envolve tanto
logos (conhecimento) quanto ethos (confiança).
O sentimento de uma pessoa pode ser positivo ou negativo. Sentimentos negativos
podem levar a uma decisão negativa. Portanto, não apenas mensagem e mensageiro são
importantes; o método também é fundamental ao se tomar uma decisão positiva. Como
falamos da verdade afeta os resultados, assim como quando falamos. Uma passagem
messiânica traz os elementos acima: “O Senhor Deus me deu língua de eruditos para que
eu saiba dizer (método) boa palavra (o que é dito) ao cansado (quando deve ser dito);
Ele me desperta todas as manhãs; desperta-me o ouvido para que eu ouça como os
eruditos. O Senhor Deus me abriu os ouvidos, e eu não fui rebelde, não me retraí (o tipo
de pessoa que era Jesus)” (Is 50:4,5).
A cada manhã, ao responder a oração de Seu filho, o Pai revelava a “sabedoria
necessária” para garantir decisões positivas. O Pai também nos ensinará o que dizer, como
dizer e quando dizer. Alguns de nós ainda não aprendemos.
“Estou tão entusiasmado com a verdade”, disse-me um converso. “Falei de sua
palestra sobre a marca da besta para meus parentes católicos.” Mensagem errada. Hora
errada. Forma errada. E, certamente, um retrocesso no relacionamento.
Fale “a verdade em amor”, aconselhou Paulo (Ef 4:15). Essa é a maneira que Deus
apresenta a verdade por meio de pessoas afetuosas. Decisões são tomadas em bons
relacionamentos interpessoais. Quanto mais confiança a pessoa tem no mensageiro, quanto
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mais profundo for o relacionamento estabelecido, maior a probabilidade de haver uma
decisão positiva.
Vamos seguir a Jesus e observá-lo usando os pontos-chave da decisão.
Aceitação. Jesus aceitava homens e mulheres como eram. Ministrava-lhes na
condição em que os encontrava. Não trabalhava por uma transformação antes de
estabelecer um relacionamento de confiança. Ao encontrar-se com uma mulher junto ao
poço de Samaria, Ele estabelece a confiança ao pedir-lhe um favor, ao passo que seus
compatriotas sequer falariam com uma samaritana. No tanque de Betesda, Jesus satisfaz
uma necessidade física antes de encorajar uma decisão. Com Nicodemos, Ele consente um
encontro noturno a sós para preservar a privacidade do Fariseu.
Há dois ingredientes na aceitação: acordo e aprovação.
1. Acordo. Ao ir em busca de decisões, primeiramente encontre pontos de
concordância. Um pequeno acordo abrirá o caminho para acordos maiores. Buscar uma
decisão dizendo “Eu discordo de você”, quebra um relacionamento antes mesmo que este
tenha tempo de se estabelecer; e relacionamentos quebrados levam a uma decisão negativa.
Uma sábia senhora descreveu bem esse conceito:
“Concordai com o povo em todos os pontos em que podeis coerentemente assim
fazer. Vejam eles que amais sua alma, e quereis, tanto quanto possível, estar em
harmonia com eles. Se em todos os vossos esforços se revelar o amor de Cristo,
sereis capazes de semear a semente da verdade em alguns corações, Deus regará a
semente lançada, e a verdade germinará e trará fruto para Sua glória.”2

Por exemplo, alguém diz “Mal posso esperar pelo arrebatamento, quando os
problemas dessa terra serão solucionados e seremos arrebatados para encontrar Jesus.” Sua
resposta poderia ser “Eu também mal posso esperar pela volta de Jesus e o extermínio do
pecado. É emocionante perceber que estamos vivendo no tempo do fim”. Embora você
possa não concordar com seu amigo sobre a maneira do regresso de Cristo, você
certamente concorda com ele sobre o fato de que Jesus irá voltar. Com certeza haverá
tempo para compartilhar as verdades bíblicas concernentes a esse assunto depois que um
relacionamento de confiança for estabelecido.
2. Aprovação. Quando alguns espectadores condenaram Maria por “desperdiçar”
ungüento caro em Seus pés, Jesus a louvou por sua bondade. Ele lhe disse que sua atitude
seria relembrada através dos séculos como um símbolo de generosidade e afeição. Jesus

                                                                                                                       
2
E. G. White, Evangelismo, p. 141.
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elogiou o centurião declarando “Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé
como esta” (Mt 8:10). Disse ele à mulher cananéia: “Ó mulher, grande é a tua fé!” (Mt
15:28). Cristo repetidamente demonstrou aceitação ao concordar (quando podia), aprovar,
elogiar e apreciar.
Jesus encontrou maneiras de expressar aprovação até mesmo daqueles que tinham
reservas com relação a Ele. Ao falar de um escriba que havia questionado Cristo, Marcos
12:34 declara: “Vendo Jesus que ele havia respondido sabiamente, declarou-lhe: Não estás
longe do reino de Deus. E ninguém mais ousava interrogá-lo”. O Mestre atentou para um
ponto positivo. Ele demonstrou aprovação. Assim também você não deveria se afastar
devido a atitudes negativas ou ações da parte dos outros. Eles não deverão lhe aprovar
antes que você os aprove. Não fique chocado. Demonstre genuína aceitação. Tente
concordar com eles em todo o ponto possível. Procure por algo que você possa demonstrar
apreço e então por pequenos elogios e votos de confiança, tente construir um laço de
unidade. Lembre-se, você demonstra aceitação concordando e aprovando.
Para demonstrar aceitação aos outros, deixe-os falar de si mesmos, de seu lar, da
cidade onde moram, seu trabalho, família ou negócio, idéias, conquistas, origem,
passatempos ou esportes. Seja genuinamente aberto para aprender deles e eles estarão
abertos para aprender de você. Suas conquistas devem sempre ser secundárias ou
subordinadas. O sábio coloca isso dessa forma: “Seja outro o que te louve, e não a tua
boca; o estrangeiro, e não os teus lábios” (Pv 27:2).
Seja um bom ouvinte. Pierre Salinger, que fez a biografia de John Kennedy,
descreveu as entrevistas que Kennedy deu quando era presidente dos Estados Unidos. Ele
afirmou o presidente tinha a capacidade de se sentar atrás de sua mesa de trabalho e lhe dar
atenção irrestrita pelos 15 a 30 minutos que você estivesse em sua presença. Salinger diz
que Kennedy fazia perguntas profundamente indagadoras sobre o assunto em questão,
como se ele se identificasse completamente com suas necessidades e não tivesse nada mais
a fazer além de lhe perguntar sobre seu ponto de interesse. Não é de se admirar que o
presidente fosse tão amado por tantas pessoas!
Jesus aceitava homens e mulheres como estivessem e começava a construir laços de
amizade que mais tarde se tornariam pontes pelas quais a verdade pudesse marchar até a
mente deles.
Crença. Este é o segundo princípio-chave da decisão. Ninguém é ganho por uma
pessoa da qual não gosta. Você deve acreditar que as pessoas desejam sinceramente a
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verdade e querem seguir Jesus, que eles podem ser ganhos para Cristo e Sua causa, que são
honestas e desejam tomar a decisão correta. Se você crer que homens e mulheres têm o
coração duro, um coração que não responde, inalcançável, sua própria atitude estará
refletida nas decisões que tomarem.
A Andrews University realizou um estudo com mais de 8.300 adventistas do sétimo
dia na América do Norte, incluindo 320 igrejas diferentes. Essas igrejas e pessoas que
acreditavam que homens e mulheres podiam ser ganhos para Cristo, estavam crescendo
com mais rapidez. A pesquisa afirmou:
“Alguns a tem chamado de síndrome do auto-cumprimento da profecia, mas
trocando em miúdos, há uma forte correlação entre a crença de um pastor de que
sua igreja pode crescer e o nível para o qual ela cresce realmente. Esses pastores, e
podemos incluir também os membros da igreja, que consideraram que o potencial
de crescimento de sua igreja era alto, estavam experimentando um rápido
crescimento em número de membros.”3

Jesus também ilustra este princípio. Ele via as pessoas não apenas como elas eram,
mas em que poderiam se tornar. Ao olhar para a mulher junto ao poço, Cristo não viu uma
mulher excluída pela sociedade, proveniente da parte mais baixa da cidade, mas uma
mulher que tinha sido ferida e injuriada, e a abordou com amor. Jesus viu Pedro não como
um pescador rude e sem papas na língua, mas como um poderoso pregador. Viu José de
Arimatéia não como um negociante sofisticado e próspero, mas como um Mestre que
amava Seu servo. Viu Nicodemos não como um líder da oposição cheio de preconceito
religioso, mas como alguém que necessitava desesperadamente de um novo coração. Jesus
viu o melhor nas pessoas. Acreditava nelas, e confiantemente aguardou que elas tomassem
a decisão de segui-Lo.
Aqui está uma pergunta bem simples para você. Quem foi o primeiro missionário
que Jesus enviou? Pedro? João? Os 12 apóstolos? Os setenta? Não! Tente de novo! O
missionário que o Mestre enviou foi um homem louco que se tornou mensageiro – um
lunático que virou discípulo. Cristo viu num endemoninhado selvagem, de cabelos
compridos, que blasfemava e gritava, um enorme potencial para o Reino de Deus. Uma vez
convertido, tornou-se uma poderosa testemunha. Na verdade, Ele realizou uma obra que
nem mesmo os discípulos foram capazes de realizar. Que Deus! Que Salvador! Jesus

                                                                                                                       
3
Major Church Growth Study Completed”, Institute of Church Growth Newsletter, fevereiro,
1981.
10  
 
constantemente transforma os candidatos mais improváveis, enviando-os a tocar outros
com seu amor restaurador.
Confiança. Ao guiar homens e mulheres a se decidirem pelo Mestre, é fundamental
que atuemos confiantemente, como se fosse impossível falharmos ou nos decepcionarmos.
Espere a pessoa tomar a decisão. As pessoas com freqüência reagem da maneira que
esperamos que façam. Já notou que quando você sorri para as pessoas, elas quase sempre
sorriem de volta? Amabilidade gera amabilidade, confiança gera confiança. Cristo
acreditava nas pessoas e previa uma resposta positiva. Ele trazia o melhor deles à tona.
Assim, eles se elevavam até a altura de sua expectativa.
O livro de Atos registra o maior crescimento explosivo da igreja na história. Atos 2
diz que 3.000 foram batizados no dia do Pentecostes. Atos 4 indica que a igreja aumentou
para 5.000 pouco depois. Se acrescentarmos mulheres e crianças, seriam no mínimo 7.000
a 10.000 crentes. No livro lemos: “a igreja em toda a Judéia, Galiléia e Samaria... crescia
em número” (At 9:31). E também “Bem vês, irmão, quantas dezenas de milhares há entre
os judeus que têm creram...” (At 21:20, grifo nosso). A palavra grega é “miríades”, e
significa dezenas de milhares. Um crescimento assombroso! Por quê?
Aqui está um de seus segredos: “Tomais, pois, conhecimento de que esta salvação
de Deus foi enviada aos gentios. E eles a ouvirão... pregando o reino de Deus e, com toda a
intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo”
(At 28: 28,31). Como Jesus, a igreja primitiva ensinava com confiança – confiança que o
Espírito Santo, a qualquer lugar que os enviasse, estaria presente impressionando os
corações, e dando-lhes confiança nas pessoas, que elas ouviriam e tomariam a decisão
correta.
Resumindo, para ser um ganhador de almas de êxito: aceite homens e mulheres
como são, sendo agradável e expressando aprovação. Creia que eles são sinceros e
genuínos, espere confiantemente que eles tomem decisões corretas. Coloque esses
princípios-chave da decisão em prática e observe Deus trabalhando por seu intermédio.

Relatório de Estudo Contínuo

1. Jesus ganhou pessoas pelo que Ele era, bem como pelo que ensinava. Que
características de sua personalidade, trabalhando em conjunto com o Espírito Santo, mais
lhe ajudam a persuadir pessoas a se decidirem por Cristo?
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2. Que atitudes têm impedido as pessoas a se decidirem por Cristo?
3. Decisões são tomadas em relacionamentos interpessoais. As pessoas não são
ganhas para Cristo por alguém de quem não gostam. Reveja um de seus contatos com
quem você trabalhou recentemente para ganhar para Jesus e liste o que você fez ou poderia
ter feito para estabelecer um relacionamento pessoal afetuoso.
12  
 

2
O Agente:
O Poder da Palavra

Certa vez, George Whitfield passou uma noite encantadora na casa de um casal
rico. Ao retirar-se para seu aposento, estava muito perplexo pelo fato do casal ainda não ter
aceitado Jesus. Ajoelhado no seu luxuoso quarto, pediu que Deus o ajudasse a saber como
alcançar aquele casal rico.
Na manhã seguinte, Whitfield notou que o diamante da senhora foi deixado no
criado mudo ao lado da sua cama. Pegou-o e arranhou na vidraça: “Uma coisa ainda te
falta”. Sem dizer uma palavra a ela sobre o que havia feito, agradeceu a hospitalidade e
partiu.
Ao entrar em seu quarto para arrumá-lo, o sol resplandeceu através da janela e
iluminou aquelas palavras. Ela percebeu que eram palavras da Bíblia, mas não sabia onde
estavam localizadas nem o seu significado. Inicialmente, ficou furiosa. Chamou seu marido
e disse: “Whitfield escreveu em nossa vidraça ‘Uma coisa ainda te falta’. O que nos falta?
Não nos falta nada. E se faltasse, compraríamos. O que ele quis dizer?”
Naquela noite, o casal examinou cuidadosamente as Escrituras, e, depois de muito
tempo, encontrou as quatro palavras na história de Cristo e do jovem rico. Meditando
naquela história entenderam o significado das palavras e, sem dúvida, perceberam que,
embora eles tivessem “tudo”, eles perderam Aquele que é tudo. Juntos, naquela noite, o
casal se ajoelhou em seu lindo e luxuoso carpete junto à mobília cara e dedicou todos os
seus bens e principalmente seus corações a Jesus. Cinco palavras das Escrituras, colocadas
na mente de Whitfield pelo Espírito Santo mudaram suas vidas.
A Bíblia é a ação dinâmica de Deus para a conquista das almas. Nenhum homem ou
mulher pode ter sucesso como ganhador de almas a menos que saiba como utilizar o texto
certo no momento certo para gerar decisões. Paulo diz que a Palavra de Deus “é eficaz, e
mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma
e espírito” (Hb 4:12).
Na criação, a Palavra audível de Deus continha tanto poder que gerou matéria. “Os
céus por sua palavra se fizeram, e pelo sopro de sua boca, o exército deles” (Sl 33:6). Ellen
White afirma:
13  
 

A energia criadora que trouxe à existência os mundos, está na Palavra de Deus. Essa
Palavra comunica poder e gera vida. Cada ordenança é uma promessa; aceita
voluntariamente, recebida na alma, traz consigo a vida do Ser infinito. Transforma a
natureza, restaurando-a à imagem de Deus.
Educação, p. 126

As promessas de vida e princípios da Palavra de Deus carregam consigo o poder


para que isso de fato se realize. Uma vez que a palavra de Deus é viva, ela não somente
apresenta como viver, mas também carrega consigo o poder para se seguir uma vida
correta. Ellen White expressa esse princípio:

O mesmo se dá quanto a todas as promessas da Palavra de Deus. Por meio delas, Ele nos
está falando a nós, individualmente; falando tão diretamente, como se Lhe pudéssemos
ouvir a voz. É por intermédio dessas promessas que Cristo nos comunica Sua graça e
poder. Elas são folhas daquela árvore que é “para a saúde das nações” (Ap 22:2).
Recebidas, assimiladas, elas serão a fortaleza do caráter, a inspiração e o sustentáculo da
vida. Nenhuma outra coisa pode possuir tal poder restaurador. Nada além delas pode
comunicar o ânimo, e a fé que dá energia vital a todo ser.
A Ciência do Bom Viver, p. 122

Nenhum livro carrega tanto poder quanto a Palavra de Deus para capacitar homens
e mulheres a tomarem decisões. Nenhum método é tão poderoso como pegar os textos e
aplicá-los em situações da vida real. Ao conversar com uma pessoa sobre tomar uma
decisão, ela talvez fale, “Na minha opinião”, ou “Eu acho”, ou “Minha igreja ensina”. Mas,
essas expressões não têm muito peso. Porém, quando você e eu podemos abrir nossas
Bíblias e lermos um texto que conta às pessoas o que Deus diz, que compartilha com elas a
vontade de Cristo para suas vidas, estamos buscando a ajuda de agentes poderosos para
mudança.
Uma ex-adventista do sétimo dia assistiu a várias reuniões que realizei alguns anos
atrás. Numa noite fomos visitá-la em sua casa. Pedi a ela que retornasse à família de Deus.
Seus olhos brilharam e ela respondeu, “Eu gostaria, mas não posso. Eu fumo”. Chamei-a
pelo seu nome e perguntei, “Você acredita que Jesus quer que você vença esse vício?”
“Sim, acredito. Mas eu não posso. Sou muito fraca.”
14  
 
Eu disse, “Posso ler a você um texto bíblico?” E eu abri a minha Bíblia em 1 João
5:14, “E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa
segundo a sua vontade, ele nos ouve.”
“ Maria, agora você confia que pode parar de fumar?”
“Não”.
“Muito bem, porque está escrito na Bíblia que esta é a confiança que temos para
com ele. Então, onde está a confiança?”
“Nele”.
Então, reli o texto acrescentando: “se pedirmos alguma coisa segundo a Sua
vontade, exceto parar de fumar, ele nos ouve”. Virei-me para Maria e perguntei: “Devo
escrever isto em sua Bíblia? Posso pegar sua Bíblia para escrever isto?”
Ela respondeu: “Não, pois não é isso que está escrito. Está escrito que se pedirmos
qualquer coisa segundo a Sua vontade, Ele nos ouve.”
“É a vontade de Deus que você pare de fumar?”
“Sim, é.”
“Então, você pode pedir a Cristo com confiança no poder que Ele prometeu?”
“Sim, eu creio que posso.”
“Agora, outra pergunta. Quando você receberá esse poder para parar de fumar?
Será daqui a uma semana, um mês, três meses?” Abri minha Bíblia em João 1:12 e li “Mas,
a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus”.
“Receber a Cristo é receber o poder” continuei. “Hoje, esta noite, vimos que você
pode confiar em Jesus e que se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade, Ele nos
dará. E nós sabemos que é da vontade dEle fazer com que você pare de fumar. Vemos
também que quando você O aceita, recebe poder.”
Maria se sentou, havia uma nova luz em seu olhar. “Você gostaria, hoje, de se
ajoelhar e dizer a Jesus que confia nEle para fazer por você o que não consegue fazer por si
mesma?” perguntei. “Gostaria de contar-Lhe que você crê que é da Sua vontade libertá-la
desse vício e que gostaria de receber poder agora mesmo, acreditando pela fé que ele está
lhe dando esse poder? E que apesar de qualquer desejo, por meio do poder de Cristo você
terá vitória, a despeito de qualquer impulso ou desejo, porque assim diz a palavra do
Senhor? Pela fé você gostaria de acreditar no que Deus fala?”
E assim nos ajoelhamos e Maria orou. Naquela noite, há oito anos, o Senhor
concedeu a Maria a vitória sobre o hábito de fumar entre duas a três carteiras de cigarro
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por dia. Claro que sugeri alguns hábitos tais como: Respirar profundamente, fazer
caminhadas e beber água para ajudá-la a se manter longe do vício. Entretanto, por meio das
reivindicações das promessas que estão na Palavra do Senhor, ela encontrou verdadeira
libertação em Cristo.
“Não são os nossos argumentos que Deus promete abençoar, mas a Sua Palavra” (A
Arte do Testemunho Pessoal (The Art of Personal Witnessing), p.24). Eu poderia ter
argumentado com Maria sobre a necessidade de ela largar o fumo, poderia ter dito que
fumar é errado, mas senti que ela estava cheia de culpa por fumar e sua necessidade real
era as promessas da Palavra de Deus.
À medida que homens e mulheres conhecem a Palavra de Deus, todos mudam. É
possível ler a Bíblia com uma mente fechada e receber um pouco de bênçãos. Todavia,
quando homens e mulheres buscam a verdade de Deus, mesmo que a princípio rejeitem
bastante, o contato com a Palavra viva os transforma.
Até mesmo C. S. Lewis que começou a ler de forma descrente os evangelhos, ficou
encantando pelo Cristo que encontrou. Ele revelou sua mudança de atitude em seu livro,
Surpreendido pela Alegria (Surprised by Joy). Nesse livro, Lewis descreve como o Deus
vivo transformou sua vida conforme ele lia as Escrituras Sagradas.
Da mesma maneira, Robert Morrison usou de sua visão céptica para desacreditar a
ressurreição de Cristo. Porém, à medida que comparava a evidência histórica com os
relatos da Bíblia ele escreveu o maravilhoso livro: Quem Retirou a Pedra? (Who Moved
the Stone?), no qual destacou a ressurreição como um evento divino. Morrison também foi
transformado ao ler os relatos bíblicos.
Há mais de 100 anos, William Ramsey, um jovem estudioso inglês, viajou para a
Ásia menor com o propósito claro de provar que a história relatada por Lucas em seu livro
e em Atos estava errada. Seus professores presunçosamente falaram que Lucas não poderia
estar certo. Ramsey começou a cavar nas antigas ruínas da Grécia e Ásia menor, a procura
de escritos antigos, registros e outras coisas que poderiam comprometer Lucas se ele
tivesse inventado seu relato em uma data posterior, conforme seus professores alegavam.
Ramsey comparou seus achados arqueológicos e históricos com os relatos do Novo
Testamento e ficou tão convencido da exatidão de cada pormenor que se tornou cristão e
um grande estudioso do Novo Testamento. Por meio da comparação da Palavra viva de
Deus com de evidências históricas Ramsey foi transformado.
16  
 
O ganhador de almas bem-sucedido deve se alimentar das promessas da Palavra de
Deus. Solidificar essas promessas e princípios na memória irá fazer com que ele tenha uma
abordagem efetiva ao entrar em contato com as pessoas. O Dr. C. L. Goodale resume este
conceito assim:

Nenhum homem que não tenha se alimentado da Palavra de Deus a ponto de aparecer em
cada gota de seu sangue e em cada respiro seu que proclama a mensagem dada a ele por
Deus pode ter uma mensagem grande o suficiente para almas necessitadas.

Motivos e Métodos do Evangelismo Moderno, p. 46


(Motives and Methods of Modern Evangelism)

E Ellen White enfatiza:

Eles (os ministros) não se tornam mais e mais eficientes na obra porque não se tornam
mais e mais conhecedores das Escrituras da verdade.
Review and Herald, 8 de abril, 1890.

Sem dúvida, você está lendo este livro porque quer ser mais bem-sucedido em
ganhar almas para Cristo. Então, você deve encher sua mente com as preciosas promessas
da palavra de Deus. Memorize textos sobre salvação, a segunda vinda de Jesus, o Sábado,
o estado dos mortos, o santuário, o Espírito de Profecia, a igreja verdadeira e os princípios
da fé adventista.
Descubra as passagens que são particularmente designadas para ajudar as pessoas a
se decidirem por Jesus. (Mt 11:28; Jo 6:37,38); que mostre a elas a alegria do perdão (Is
1:18; I Jo 1:9); que as ajude a saber que há poder em Cristo para transformar seu coração
(2Co 5:17; Hb 10:8-10); que lhes conte que Jesus tem o poder que as capacita a lidar com a
tentação e o pecado (Hb 7:25; Fp 4:13), que as ajude a acreditar que Jesus suprirá todas
suas necessidades (Fp 4:17,18; Mt 6:26-33).
Estas passagens são como sementes. Plantadas no solo da mente, elas germinam e
produzem frutos para a glória de Deus. A semente tem o poder de dar vida, transformar e
mudar. Plante-a no solo das mentes e terá uma abundante colheita de almas por meio de
seu ministério. A Bíblia - a autoridade de suas palavras e o poder de sua mensagem - gera
decisões.
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Relatório de Estudo Contínuo

1. Qual a relação entre a palavra falada por Deus na criação, com a Bíblia ao levar
homens e mulheres a se decidirem por Cristo? (Veja Hb 4:12; Sl 33:6,9).

2. Liste os textos que você acredita serem os dez mais importantes da Bíblia que
ajudam a tomar decisões, junto com algumas palavras resumindo o que cada um ensina ou
que questões respondem. Você pode usar os dez deste capitulo, mas pode preferir outros.
Lembre, devem ser textos para decisões e não textos doutrinais.
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A Psicologia:
Como a mente trabalha

Uma mãe levou seus filhos a uma sorveteria, e o sorveteiro perguntou: “Chocolate
ou baunilha?”
“Por que vocês não têm mais sabores?” a mãe contestou. “Eu estou cansada destes
dois.”
“Senhora”, o sorveteiro suspirou, “Se você soubesse quanto tempo leva para eles se
decidirem entre chocolate e baunilha você nunca acrescentaria outro sabor.”
Algumas decisões na vida são relativamente sem importância, como decidir entre
sorvete de chocolate ou baunilha. No entanto, o poder da escolha é uma capacidade dada
por Deus. É absolutamente necessário que os ganhadores de almas entendam a posição da
vontade no ato de tomar decisões. A vontade é a chave mestra da decisão.
O transatlântico, Rainha Elizabeth, pesa aproximadamente 85 mil toneladas, mas é
guiado por um leme que pesa somente 65 toneladas. O leme, apesar de pequeno comparado
com o resto do navio, ainda controla a direção. As vontades do ser humano são lemes de
sua vida. Não é previlégio do ganhador de almas manipular a vontade. Não é
responsabilidade deles forçá-la. Eles não terão sucesso em ganhar almas até que entendam
qual é o papel do Espírito Santo nesse tema.

O que deveis compreender é a verdadeira força da vontade. Esta é o poder que governa a
natureza do homem, o poder da decisão ou de escolha. Tudo depende da reta ação da
vontade.
Caminho a Cristo, p. 47

Mediante o devido exercício da vontade, uma completa mudança pode ser operada na
vida. Entregando a vontade a Cristo, aliamo-nos com o divino poder. Recebemos força do
alto para nos manter firmes. Uma vida nobre e pura, uma vida vitoriosa sobre o apetite e
a concupiscência, é possível a todo aquele que quiser unir sua vontade humana, fraca e
vacilante, à onipotente e inabalável vontade de Deus.
A Ciência do Bom Viver, p. 176

Toda decisão tomada, seja comprar um aspirador de pó ou aceitar a verdade bíblica


e se tornar um adventista do sétimo dia, envolve quatro estágios básicos.
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O primeiro é o da informação. É neste estágio que a pessoa começa a acumular
fatos em relação à decisão que irá tomar. Ao decidir-se comprar um carro novo, por
exemplo, a pessoa pesquisa nas concessionárias, para obter informações. O comprador vê
as vantagens e desvantagens de vários modelos, comparando o desempenho, conforto,
preço e gasto com combustível. O estágio da informação fornece oportunidade de reunir os
fatos necessários para tomar uma decisão mais inteligente. Decisões certas não serão
efetuadas a menos que a pessoa tenha a informação correta.
Apelar à decisão antes de haver informação adequada cria barreiras na mente
humana. Nesse ponto, a vontade toma uma decisão negativa em vez de positiva. Portanto,
ao conduzir homens e mulheres a decisões, é necessário fazer as seguintes perguntas: a
pessoa tem informação adequada para tomar uma decisão? A pessoa está consciente da
decisão que estou pedindo para ela tomar?
Há dois conceitos importantes para se observar, se quisermos ajudar pessoas a se
decidirem ao lado de Jesus. O primeiro é a sobrecarga de informação. Isso acontece
quando a pessoa recebe rapidamente muita informação. Se isso ocorre, elas não irão apenas
resistir às informações, mas rejeitar a pessoa que as está transmitindo. Exatamente por isso,
tantas pessoas que freqüentam nossas reuniões evangelísticas ficam surpresas inicialmente
quando ouvem mensagens como a segunda vinda, salvação e a origem do mal. Mas quando
as verdades probantes dos adventistas do sétimo dia são apresentadas, como o Sábado, o
viver saudável, a condição dos mortos, o inferno, o dízimo e a igreja verdadeira, eles
desistem. O problema é a sobrecarga de informação. Aqui estão duas medidas que você
pode adotar para impedir barreiras de resistência:
1. Apresentar verdades probantes gradualmente. Se possível, não apresente mais de
três novas verdades uma após a outra numa mesma semana.
2. Viste as pessoas em suas casas imediatamente após apresentar verdades
probantes para esclarecer qualquer dúvida. Isso reduz a frustração.
Um segundo fator que inibe decisões é o fenômeno psicológico da não-reação
programada. Ele ocorre quando a pessoa ouve a verdade, mas não reage a ela. Um
exemplo clássico é a televisão. Adolescentes de 14 anos vêem 12 a 15 mil assassinatos
brutais por ano na televisão. Essa overdose de violência leva à repressão da compaixão e
bondade em ajudar as pessoas que são feridas. A mente e as emoções são impelidas a
responderem de maneira positiva, e quando alguém não responde essa habilidade é
perdida. Pregar por uma decisão, informar e estimular emoções, mas não apelar por uma
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reação, endurece a vontade da pessoa de reagir ao apelo. Eis aqui duas maneiras de se
evitar a não-reação programada:
1. Faça apelos sistemáticos incluindo levantar as mãos, ajoelhar-se, levantar-se, ir à
frente.
2. Utilize cartões de resposta. Esses cartões dão a oportunidade de responder ao
apelo de forma particular. Ao receber o cartão de volta, visite as pessoas para confirmar a
decisão positiva, responder a perguntas e encorajar a pessoa a agir imediatamente.
O segundo passo no processo de tomada de decisão é a convicção. Após reunir
informações, a pessoa começa a perceber qual parece ser a decisão correta – o que deve ser
feito. Numa decisão ao lado de Cristo, a consciência da pessoa sugere: “É isso que eu
acredito que Deus quer que eu faça. Acredito que essa seja a vontade de Deus. Se eu não
tomar a decisão certa, irei contra a vontade de Deus.”
Quando uma pessoa está convencida, do lado positivo há um discernimento
profundo de ter feito a coisa certa, e do lado negativo, há o profundo discernimento de
culpa por não ter tomado essa decisão. Por outro lado, geralmente, decisões não são
tomadas apenas porque a pessoa está convencida a fazer algo. Alguns têm uma consciência
tão sensível que, se são impelidos por um sentimento de fazer o que é certo e afligidos por
um sentimento de fazer o que é errado, tomarão a decisão certa.
O terceiro estágio da decisão é crucial: vontade. Nesse estágio, a pessoa classifica
seus próprios sentimentos, identifica não apenas o que deve fazer, mas o que quer fazer.
“Você pode levar seu cavalo até a água, mas não pode fazer com que beba.” Mas, o sal
pode. Coloque uma pedra de sal próximo à água, deixe o cavalo lamber o sal, e logo ficará
com tanta sede que sentirá vontade de beber água. O sal desperta a vontade.
Como ganhadores de almas, somos o sal da terra. É necessário apresentar o
evangelho a homens e mulheres de tal modo que eles não apenas terão informação
adequada e serão convencidos, mas irão querer agir.
A vontade é fortificada apresentando os benefícios de se fazer a coisa certa, as
conseqüências de se fazer a coisa errada e a influência que a ação terá sobre os outros. Em
toda a Bíblia, o próprio Deus apresenta a alegria dos céus, o terror do inferno e o Seu
próprio amor como um poderoso tema para fortificar nossa vontade.
O quarto passo é a ação. Quando a convicção e a vontade estão fortificadas, a
pessoa age. Assim, a chave para a ação final é ir além da informação, ir para a convicção e
a vontade. J.L Shuler coloca desta maneira:
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Na mente de uma pessoa, decisões surgem da interação do conhecimento, da convicção e


da vontade. Quando o conhecimento, a convicção e a vontade na mente de uma pessoa em
relação a um determinado assunto alcançam certa intensidade, a mente humana
movimenta-se a uma decisão e reage com respeito a isso. Uma vez que o conhecimento, a
convicção e a vontade levam à decisão, os sermões, os estudos bíblicos e as conversas
pessoais deveriam ser um misto dos fatores da vontade e convicção em respeito ao assunto
dado. Isso é necessário para que exista a interação do conhecimento, da convicção e da
vontade para que haja a aceitação, a decisão e a ação. Conforme nós analisamos certos
textos, descobrimos que alguns são especialmente designados para trazer conhecimento,
outros para convicção e outros para a vontade e, muitas vezes, o mesmo texto contém os
três elementos. Precisamos focar nesses textos, pois eles irão implantar a convicção, e, ao
mesmo tempo, despertar a vontade de aceitar e seguir os princípios de Deus à medida que
os apresentamos aos estudantes em nossos estudos bíblicos.
Decisão Segura, Parte II
(Securing Decision, Part II), p. 1

Como implantar a convicção


A convicção acontece quando uma pessoa tem informação adequada. Mas o fato de
você dar informações, não significa que o ouvinte as recebeu. Se a informação é clara,
livre de maiores obstáculos e aparentes contradições, Deus, através do Espírito Santo traz a
convicção. Mas a informação não irá conduzir à convicção a menos que ela seja clara. À
medida que você caminha da informação para a convicção, uma excelente regra é
introduzir suas primeiras perguntas com: “Está claro?”
Por exemplo, ao dar o estudo bíblico sobre a segunda vinda de Cristo, eu desejo
imprimir a convicção de que Cristo irá voltar logo. Assim, eu devo rever o estudo em dois
ou três minutos dizendo: “João, está claro para você que quando Cristo voltar Ele virá
entre as nuvens do céu com todos os anjos e que todo olho poderá vê-Lo? Você acredita de
coração que nós estamos vivendo nossos últimos dias?” Se a resposta é negativa, eu devo
retroceder e explicar melhor antes de progredir para a convicção. Porém, se a resposta for
positiva, eu devo continuar:
“João e Maria, vocês ouviram a voz de Cristo chamando vocês para desistirem de
qualquer coisa que separe vocês dEle? 1 João 3:2,3 diz: ‘Amados, agora, somos filhos de
Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando Ele se
manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque haveremos de vê-Lo como Ele é. E a si
mesmo se purifica todo o que nEle tem esperança, assim como Ele é puro’
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“Vocês sentem a convicção de que Deus os está chamando para que se rendam
totalmente a Ele e se preparem para Sua volta? Vocês gostariam de se ajoelhar aqui nesta
noite e tomar esse tipo de decisão?”
Num estudo, discutindo o Sábado bíblico, eu devo usar expressões como: “Pedro,
está claro para você que o sétimo dia é o Sábado, o último dia da semana, e que Deus
descansou nesse dia? Você percebe que Deus requer hoje que para guardemos o Sábado
bíblico? Você entende que o Sábado faz parte dos Dez Mandamentos da Lei de Deus?”
Após receber respostas positivas, eu devo continuar, usando Apocalipse 22:14, “A
Bíblia diz: ‘Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras (no sangue do
Cordeiro), para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas’.
Você ouve a voz de Deus chamando você para guardar Seus mandamentos para que você
possa entrar nessa cidade? Você entende que isso é o que você deve fazer? Você gostaria
de ajoelhar-se e orar para que Deus o ajude a ter força para fazer isso?”
Dessa forma, a convicção acontece não simplesmente à medida que a pessoa ouve
os textos da Bíblia, mas à medida que ela ativamente responde as questões com relação à
obediência à Palavra de Deus. É importante enfatizar que o questionamento não deve ser
de natureza ameaçadora. A idéia não é intimidar, mas discernir o entendimento e a visão
das pessoas em relação ao que foi apresentado. Também, perguntas que envolvam
sentimento e que exijam respostas vagas, como: “Não é o Sábado uma verdade
maravilhosa?” devem ser evitadas. Esse tipo de pergunta irá resultar apenas em uma
resposta defensiva ou em um passivo sinal de concordância.
Perguntas específicas permitem que você descubra as objeções que as pessoas têm
em suas mentes. Uma vez que cada objeção será um obstáculo para a convicção, esse
processo do questionamento é extremamente importante. Sem isso, a convicção é algo
indefinido em ambas as partes: na mente das pessoas com quem você trabalha e no seu
próprio entendimento sobre as visões e os sentimentos delas. Dessa forma, em qualquer
tema, fazemos uma série de perguntas que podem ser expressas como: “Está claro para
você que Jesus está voltando? Está claro para você que o Sábado bíblico é o sétimo dia?
Acredita que seu corpo é o templo do Espírito Santo? Você já tinha o conhecimento de que
o batismo é por imersão?”
Cada pergunta é designada para revelar tanto a compreensão quanto a crença do
tema apresentado. Busque respostas específicas que demandem “sim” ou “não”. Se o
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estudante tiver respondido positivamente, leia textos que revelem a ação que Deus requer e
a gravidade de se ignorar tais diretrizes. Aqui estão alguns exemplos:

Apelos e textos que convencem


1. Salvação Pessoal. “João, a Bíblia diz: ‘...pois todos pecaram e carecem da glória
de Deus’ (Rm 3:23). Em Atos 4:12, lemos ‘porque abaixo do céu não existe nenhum outro
nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos’, exceto o de Jesus
Cristo. Você percebe que a única maneira de ser salvo é por intermédio de Jesus? Sabendo
que sem Ele homens e mulheres estão eternamente perdidos, você gostaria de abrir seu
coração para receber Cristo esta noite?”
2. Segunda Vinda. “A Bíblia ensina que quando Jesus voltar, você e eu o veremos.
Apocalipse 1:7 nos diz que ‘todo o olho verá’. Se você e eu queremos recebê-Lo em paz e
com o coração alegre, devemos fazer agora tudo o que sabemos ser correto. Você
compreende que a única forma de se encontrar com Jesus em paz é permitir-Lhe, por meio
do seu Santo Espírito, tirar de sua vida todo hábito que separe você dEle? 1 João 3:1-3
enfatiza que aqueles que se encontrarão com Jesus terão experimentado uma mudança em
sua vida e coração – eles terão nascido de novo. Gostaria de pedir a Deus que tire todo
hábito de sua vida que o impeça de encontrá-Lo em paz?
3. Sábado. Ao estudarmos o sábado juntos, você começou a sentir uma forte
convicção do que Deus quer que você faça? Você entende mais claramente o que Ele
espera? Você vê que o sábado faz parte dos Dez Mandamentos? Você ouve Deus
chamando você para guardar o sábado? Você vê que o sábado é pedido aos cristãos hoje
que amam a Jesus Cristo, e que a verdadeira obediência é necessária para os cristãos? A
Bíblia diz em 1 João 2:4 que se dissermos que seguimos a Cristo e não somos obedientes a
Ele, somos mentirosos e a verdade não está conosco? A obediência é a prova da vida cristã.
Gostaria de mostrar sua obediência a Cristo guardando o Seu sábado?”
4. O Viver Saudável. “A Bíblia ensina que nosso corpo é templo de Deus. E
também ensina que Deus quer que mantenhamos nosso corpo puro e santo. 1 Coríntios 3:
16,17 diz ‘Não sabeis que sois santuário de Deus e que o espírito de Deus habita em vós?
Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá, porque o santuário de Deus, que
sois vós, é sagrado.’ Que mostrar seu amor por Cristo mantendo seu corpo puro?”
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5. Batismo. “A Bíblia diz em João 3:5, ‘quem não nascer da água e do Espírito não
pode entrar no reino de Deus’. Em Marcos 16:16, lemos: ‘Quem crer e for batizado será
salvo’. Gostaria de expressar sua crença em Cristo com o batismo por imersão?”
Compreender como trabalha a mente humana e cooperar com o Espírito Santo ao
operar nessa mente, é ter sucesso em conseguir decisões para Cristo. Robert Oliver disse:

Aquele que influencia os pensamentos do homem deve primeiro e acima de tudo e


finalmente conhecer os profundos recantos da mente.
A Psicologia do Discurso Persuasivo,
(The Psychology of Persuasive Speech), p. 6

Relatório de Estudo Contínuo

1. Ao ministrar uma série de estudos bíblicos, que porcentagem de seu tempo você
acha que deveria gastar em cada um dos quatro estágios de decisão? Que porcentagem de
seu tempo você tem gasto atualmente?
Estágio Deve ser Gasto Atualmente
a. Informação _________% _________%
b. Convicção _________% _________%
c. Vontade _________% _________%
d. Ação _________% _________%

2. Ao avançar do estágio da informação para o da convicção, é uma boa dica


introduzir sua primeira pergunta com que palavras?
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4
Os Benefícios:
Alimentando a Chama da Vontade

Joana freqüentou a Igreja Adventista do Sétimo Dia fielmente por dois anos. Ela
completou uma série de estudos bíblicos, assistiu um seminário sobre Daniel e um sobre as
Profecias. Mas, por alguma razão, nunca tomou a decisão de se tornar adventista do sétimo
dia. Obviamente, o problema de Joana não parecia ser de falta de informação. Ela estava
convencida, mas a vontade ainda não se intensificou a ponto de ela tomar uma decisão.
Neste capítulo, vou apresentar as ferramentas básicas para se intensificar a vontade.
A aplicação destes princípios, como apresentada na seguinte conversa com Joana, irá
aumentar significativamente o número de decisões positivas.
O pastor e eu batemos na porta de Joana numa tarde ensolarada. Com uma recepção
calorosa, ela nos conduziu até sua sala de estar. Após sentarmos e termos uma conversa
rápida e amigável, falei com confiança: “Joana, estamos tão felizes por você ter
freqüentado a igreja adventista nesses últimos dois anos e por apreciar essa comunhão.
Durante esse período foram-lhe apresentadas muitas verdades bíblicas, e sem dúvida,
algumas foram novidades para você. Você tem alguma pergunta sobre o que aprendeu?”
“Não, na verdade não”, respondeu.
“Joana, está claro para você que Jesus logo voltará a este mundo com poder e
grande glória?”
“Sim, está claro. O retorno de Cristo é certamente a única esperança para o
mundo.”
“Você aceitou a Cristo como seu Senhor e Salvador?”
“Sim, aceitei. Na verdade, até mesmo antes de freqüentar a igreja adventista eu já
tinha feito um compromisso para me tornar cristã.”
“Você aprendeu sobre o sábado bíblico, a condição dos mortos e o viver saudável.
Você tem alguma pergunta sobre as diferentes doutrinas da Igreja Adventista?”
“Bem, não, sinceramente não. Eu creio que essas doutrinas são verdadeiras.”
Agora eu tinha certeza de que o problema dela não era falta de informação.
Percebendo que Joana tinha um relacionamento muito íntimo e forte com sua família e que
decidir tornar-se uma Adventista do Sétimo Dia significava, para ela, estar separada do
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amor e apoio de sua família, eu enfatizei um dos benefícios de se batizar e tornar-se parte
da família de Deus. Novamente, citei um texto bíblico. “Joana, existem tantas pessoas que
ao pensarem em ser batizadas, atemorizam-se. Elas temem pelo que podem perder. Está
escrito em 2 Coríntios 6:17: ´Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor.’
E, freqüentemente, isso é tudo o que se lê, mas, nos versículos 17 e 18 está escrito: “E eu
vos receberei. Serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-
Poderoso.’”
Ao olhar para Joana, eu percebi que o texto tocava profundamente o coração dela.
Então continuei com um comentário que era mais ou menos assim: “Joana, você pode estar
pensando na possibilidade de afastamento de seu pai ou de sua mãe quando tomar esta
decisão. Você pode estar pensando na possibilidade de perder amigos. Mas, eu gostaria que
você imaginasse Jesus de braços abertos, dizendo-lhe que Ele será um irmão para você.
Seu amor é mais profundo que qualquer vínculo terreno. Você será parte da linhagem real
da família celeste, e na terra, você se tornará parte de uma igreja que é a comunhão de
irmãos e irmãs que te amam. Joana, eu gostaria de convidar você a fazer parte desta
irmandade calorosa e cheia de amor.”
Quando Joana viu não o que estava perdendo, mas o que estava prestes a ganhar,
ela tomou a decisão de fazer parte da família de Deus, por meio da comunhão com a igreja
dEle. Decisões são tomadas, não apenas quando homens e mulheres estão convencidos do
que devem fazer, mas sim quando eles prontificam-se a agir com base em sua convicção.
Apresentar provas aumenta a convicção; a vontade é intensificada quando homens e
mulheres vêem os benefícios de tomar a decisão certa, e os comparam com as
conseqüências de se tomar a decisão errada. Embora a razão em servir a Deus não seja
receber benefícios, existem garantidas recompensas em servi-Lo, assim como
conseqüências por não servi-Lo. A Bíblia é repleta desses benefícios, que são na verdade
apelos de Jesus oferecendo-nos uma vida mais abundante.
1. O benefício da paz interior em contraste com a perturbação de espírito. Disse
Jesus em João 14:27, “Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou; Eu não vo-la dou como o
mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” Salmos 119:165 acrescenta,
“Os que amam a lei do Senhor são os que têm muita paz e para eles não há tropeço.”
Esses textos não indicam que a vida daqueles que servem a Deus estará livre de
problemas. Garantir-lhes tal coisa seria desonesto. Mas, posso assegurar-lhes que se estão
convencidos a fazer o que é certo e mesmo assim ignoram a orientação divina, estes não
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terão uma verdadeira paz interior. Se, porém, eles estão certos do que Deus quer que façam
e agem com base em tais convicções, receberão um nível tal de paz espiritual em seu
relacionamento com Jesus que não poderá ser conquistado de nenhuma outra forma.
Vejamos outro caso.
Suponha que um homem concorde que o sábado bíblico seja de fato verdade, mas
reluta contra isso devido ao problema de trabalhar aos sábados. Ele preocupa-se com o
sustento de sua família. Ele preocupa-se com o que seus amigos pensarão se ele tomar essa
decisão. Ele preocupa-se com a forma como sua esposa irá reagir. Em meu apelo a essa
pessoa, eu diria o seguinte:
“João, realmente você tem muitas coisas com o que se preocupar quanto à decisão
que você tem que tomar. Você tem certeza que o sábado bíblico é verdadeiro, não é?”
“Sim, tenho.”
“João, também já conversamos sobre o fato de que o sábado será o teste final da
lealdade espiritual e comprometimento na crise final. Sei que quer estar do lado de Deus,
não quer?”
Em silêncio ele acena positivamente. Eu sei que o problema não é falta de
informação e nem de convicção. Eu continuo com meu argumento.
“Escute João, discutimos os três maiores problemas que você está enfrentando: A
reprovação da sua família, a preocupação com o que seus amigos pensarão e a
possibilidade da perda do emprego. Todas essas coisas geram esse conflito, não é?”
“Certamente.”
“João, posso ler a você duas passagens bíblicas?” Então li João 16:33 e Salmos
119:65, apelando nesta base:
“João, Deus está lhe oferecendo algo. A paz interior. E eu preferiria fazer o que sei
que é certo para ter paz interior e conflito externo em vez de paz com o mundo e conflito
interno. Você pode afastar-se da verdade bíblica com relação ao sábado. Resolveria o
problema do trabalho aos sábados e alguns conflitos em casa. Poderia ainda resolver
algumas tensões entre seus amigos. Mas, já que você sabe o que é certo, não resolveria
apenas isso — o terrível conflito dentro de você. Você poderia perder a paz que Deus quer
lhe dar. João, por que você não se ajoelha e diz a Cristo que quer Sua paz em seu coração,
já que a paz é mais importante para você do que qualquer outra coisa no mundo?”
2. O benefício de receber o Espírito Santo. Em Atos 5:32, Pedro apresenta a
promessa de Deus, “Nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito Santo,
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que Deus outorgou aos que lhe obedecem.” Para quem o Espírito Santo é dado? Para
aqueles que O obedecem.
Em João 14:15,16 Jesus complementa o pensamento, “Se me amais, guardareis os
Meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que
esteja para sempre convosco.” As Escrituras relacionam diretamente o recebimento do
Espírito Santo com a obediência aos mandamentos de Deus. Este apelo é especialmente
eficaz com cristãos pentecostais. Se eu estou trabalhando com um casal pentecostal, por
exemplo, meu apelo em relação à saúde seria algo assim:
“João e Maria, agora vocês podem ver que o princípio de vida saudável é um dos
princípios básicos que Deus nos deixou em suas Escrituras. Ao decidirem para de comer
carne de porco porque não está de acordo com a vontade de Deus, esse compromisso
permitirá que vocês sejam um canal aberto para o Espírito Santo. Então Ele os preencherá
de uma forma que vocês nunca experimentaram antes.”
Ao fazer um apelo do sábado para um carismático, devo falar, “Você deseja ser um
cristão cheio do Espírito Santo. A Bíblia diz, ‘Se me amais, guardareis os meus
mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja
para sempre convosco’. O Espírito não preenche uns mais e outros menos por ser parcial.
Mas, alguns vêm com copinhos outros com jarras e outros com galões. Algumas vêm com
piscinas! Quanto maior for seu compromisso e maior for a sua obediência, mais Ele poderá
preenchê-lo. Agora, João e Maria, vocês querem ser totalmente preenchidos pelo Espírito
Santo, não querem? E se vocês guardarem o sábado por que amam a Jesus Cristo, o
Espírito Santo poderá preenchê-los muito mais.”
3. O benefício da verdadeira felicidade. João 13:17 diz, “Ora, se sabeis estas coisas,
bem-aventurados sois se as praticardes.” Em João 10:10 Jesus complementa, “Eu vim para
que tenham vida, e a tenham com abundância.” Se eu estou conversando com um jovem
casal que ama a vida plenamente, eu olharei para eles e direi algo assim:
“Pedro e Lúcia, estou certo de que quando vocês olham à frente em suas vidas,
com seus filhinhos de três e cinco anos de idade, o que vocês realmente desejam é
felicidade. Deus quer lhes dar uma vida feliz. A razão pela qual Deus lhes aconselhou a
ficar longe do álcool, cigarro e alimentos imundos, por exemplo, não é porque Ele seja um
juiz restritivo, mas porque ama vocês. Ele não quer ver seus preciosos filhos com câncer
no pulmão, Ele quer que vocês sejam felizes. Deus lhes deu o sábado para que não tenham
um esgotamento mental, para que possam descansar uma vez por semana, para terem
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comunhão com Ele, para que possam passar as tardes com sua família apreciando a
natureza. Lhes deixou a mensagem do real estado do homem na morte, para que vocês não
sejam atormentados com o que acontece com uma pessoa quando morre, pois quer que
vocês sejam felizes. A Bíblia é um manual de felicidade.”
4. O benefício de um lar celestial. Freqüentemente descrevo o céu para algumas
pessoas esboçando um contraste entre os prazeres desse mundo. Em Hebreus 11:24, a
Bíblia diz: “Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de
Faraó; preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios
do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os
tesouros do Egito; porque contemplava o galardão.”
Em toda a Bíblia, homens e mulheres de fé vislumbraram a eternidade. Abraão
vislumbrou uma cidade na qual o planejador e construtor era Deus. Um dos maiores
benefícios de escolher a Jesus e viver em harmonia com a sua verdade é a esperança da
eternidade. Pense no impacto que isso pode ter na vida de uma mulher de 28 anos que
perderá o emprego se seguir o sábado bíblico. Um cuidadoso apelo em favor de uma
decisão deve ser algo assim:
“Vamos pensar daqui a mil anos, talvez dez mil anos, ou talvez um milhão. O que
você gostaria de estar fazendo daqui a um milhão de anos?”
Ela sorri e engole seco. O apelo continua, “imagine esta cena: campos de
plantação de trigo sendo balançados pelo vento, colinas verdes, flores salpicando a
paisagem de vermelho, amarelo e azul, lagos cristalinos, um céu de azul intenso, frutas de
todas as formas e tamanhos. Tudo o que encanta a vista e satisfaz o paladar. Uma terra
onde não há doença, nem tristeza, nem morte, onde todo habitante se enche de vida e
prazer, onde o amor emana de cada ser. Uma terra onde você pode construir sua própria
casa e comer das frutas do seu jardim. Um lugar onde todos os talentos podem ser
desenvolvidos e toda a capacidade expandida. Um local onde você possa viajar de planeta
para planeta, de estrela para estrela.
“Agora, Maria, há algo que valha mais a pena do que esse lugar maravilhoso?
Pense em um encontro com o próprio Jesus. Cristo estende Suas mãos marcadas pelos
pregos e diz a você ‘Tudo isso é para você, Eu morri para tornar tudo isso possível.’ Se
você comparar tudo isso com o que você tem que abrir mão para servi-Lo, será que há
comparação? Sei que Deus vai ajudá-la a tomar essa decisão hoje e ansiar pelo batismo
bíblico à luz da beleza do paraíso.” Nosso apelo aqui é desviar a atenção da pessoa dos
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problemas que enfrenta na terra para as realidades celestiais; mostrar claramente os
contrastes entre ao que ele/ela está apegado e tudo o que o céu pode oferecer.
5. O beneficio do perdão dos pecados e liberdade da culpa. Esse apelo encoraja
principalmente o batismo. Pode ser baseado em Atos 2;37-39: “Ouvindo eles estas coisas,
compungiu-se-lhes o coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que
faremos, irmãos?” Respondeu-lhes Pedro: “Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado
em nome de Jesus Cristo, para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do
Espírito Santo; pois para vós outros é a promessa para vossos filhos, e para todos que ainda
estão longe; isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar”. Atos 22:16 diz: “E agora,
por que te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o
nome dele.” O batismo simboliza a limpeza dos pecados. Um poderoso incentivo ao
batismo é o senso de liberdade da culpa.
Há apenas alguns anos, um casal cuja vida foi totalmente arruinada pelo pecado me
procurou em uma das minhas reuniões evangelísticas. O marido havia sido um alcoólatra
inveterado, e ambos, ele e sua esposa, estavam em seu segundo casamento. A culpa de seu
passado os assombrava como um fantasma. Como consideravam que o batismo bíblico era
um símbolo de limpeza de seu passado culposo, eles perceberam que poderiam ficar em pé
diante de Deus como se nunca tivessem pecado. Perceberam o benefício de se libertar da
culpa, e ansiavam pelo batismo. Por duas semanas me perguntavam “Pastor, nós não
podemos ser batizados esse sábado?” Em seu livro, O Modificador de Mentes (The Mind
Changers), Griffth descreve os principais benefícios que derivam da mudança usando o
termo psicológico “minimax”. Estudantes do comportamento humano concluíram que o
“minimax” é o principal fator na motivação desse comportamento. Eles declaram que os
indivíduos irão agir em uma determinada situação quando os benefícios forem máximos e
o risco mínimo – “minimax”. Maximizar os benefícios eternos de uma ação correta
produzirá grandes resultados em vez de focar nas conseqüências negativas daquela ação.
Descobriu-se que um grupo de trabalhadores das docas de São Francisco
descarregava duas vezes mais carga em menos tempo, com menos perda. Pesquisadores
estavam ansiosos para descobrir o porquê. Assim que investigaram, descobriram que cada
grupo tinha empilhadeiras disponíveis, mas apenas o grupo mais eficiente as usava. Até
mesmo a palavra “empilhadeira” é repulsiva ao trabalhador rude, musculoso das docas.
Muitos encarregados tentavam motivar sua turma dizendo: “As regras nos obrigam a usar a
empilhadeira. Usem-nas ou vocês poderão ser demitidos!” O encarregado que motivava
31  
 
com mais sucesso seus subordinados apresentava os benefícios. Ele freqüentemente
gritava: “Cuidem de sua coluna idiotas, usem a empilhadeira!” Na verdade, sua mensagem
era interpretada: “Os espertos não têm problemas de coluna porque usam empilhadeira.”
Esse mesmo princípio de ênfase nos benefícios aplica-se às questões espirituais.
O exemplo de Jesus nos fornece um modelo de motivação positiva. Lembre-se de
Pedro vindo a Jesus e dizendo: “Eis que nós tudo deixamos e Te seguimos.” (Marcos
10:28). A implicação é visível. A verdadeira pergunta de Pedro era, “Senhor, nós que
desistimos de tanta coisa, o que vamos receber em troca?” A resposta de Jesus é um
clássico. Mostra como Ele motivava as pessoas:

Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou
mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de Mim e por amor ao evangelho que não
receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com
perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna.
Marcos 10: 29,30.

As palavras de Jesus eram simples demais para serem mal-entendidas. O que quer
que seja que um indivíduo tenha abandonado, Jesus oferece mil vezes mais em troca. Sua
paz, Seu poder espiritual para vencer o pecado, a felicidade do companheirismo com
outros cristãos, a felicidade interior de sabermos que estamos fazendo a vontade de Deus,
tudo isso são bênçãos imensuráveis.
Em todo o evangelho Jesus oferece os maravilhosos ganhos em segui-Lo. Peça a
Deus que o ajude a compartilhar os benefícios certos com a pessoa certa. Peça ao Espírito
Santo que o ajude a saber qual vantagem uma determinada pessoa precisa, e observe o
número de decisões aumentar.

Relatório de Estudo Contínuo

1- Escreva o nome de pelo menos duas pessoas que você está conduzindo a uma
decisão espiritual. Que benefício(s) você apresentaria a ele ou a ela? Que textos você
desenvolveria melhor ao apresentar este(s) beneficio(s)?
2- Defina o princípio “minimax”.
32  
 

5
O Fator Motivador:
Fatores positivos e negativos

Ao ouvir o notável sermão de Jonathan Edwards “Pecadores nas mãos de um Deus


Furioso”, sua congregação podia quase sentir as chamas do inferno. À medida que a ira de
Deus se derramava cada vez mais do púlpito, era quase impossível que uma alma não se
entregasse totalmente para servir a Deus. Diante de tal exemplo extremo de usar o temor
como um fator motivacional para o serviço cristão, pode-se quase concluir que tal emoção
negativa não traz homens e mulheres a Cristo. Há algum valor em se usar o temor como
um fator motivacional na mudança do caráter?

O temor pode distorcer


Certamente Edwards apresentou uma figura distorcida do caráter de Deus, e abusou
demais do temor. Todos nós concordamos que, se o temor é a principal razão para motivar
homens e mulheres à decisão, então algo está gravemente errado.
Por outro lado, a Palavra de Deus claramente retrata os destinos contrastantes de
céu e inferno como recompensas eternas para homens e mulheres que aceitem ou rejeitem
Cristo. O céu motiva qualquer pessoa a querer ser salva e o inferno impede o querer estar
perdido. O temor do inferno pode impedir homens e mulheres de fazerem coisas que de
outro modo fariam, e assim, provê um ímpeto que leva pessoas ao Salvador. O medo,
então, pode ter uma influência positiva na vida de uma pessoa, desde que não se torne tão
esmagador a ponto de bloquear e distorcer a mensagem do evangelho.

O temor pode motivar


Mesmo no dia-a-dia, o temor funciona como uma proteção. Ele protege uma
criança de se queimar no fogão. Protege um garotinho de sair correndo pela rua atrás da
bola. O medo não me deixa esquecer minha carteira de motorista ao sair com meu carro
para que eu não seja detido. O temor é um fator motivacional legítimo, mas não é tudo. Ele
pode estimular temporariamente a ação, mas sozinho jamais produzirá uma convicção
profunda e sólida.
33  
 
Em toda a Bíblia, o próprio Cristo usa o fator motivacional do medo para estimular
homens e mulheres a servi-Lo. Na parábola do joio e do trigo, Ele focaliza duas classes de
pessoas no final dos tempos. A parábola das ovelhas e dos cabritos bem como a da rede
com os peixes lançados fora ilustram os dois caminhos – um que conduz à vida eterna e
outro à destruição final. Em um de seus apelos mais comoventes, Jesus diz em Mateus
16:26: “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou
que dará o homem em troca de sua alma?. Em Mateus 25:46, Ele novamente aponta para o
destino de toda a humanidade: “E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a
vida eterna.”
Decisões espirituais são muito significativas, afinal a eternidade é muito tempo. Se
insisto com uma alma a tomar uma decisão por Cristo, devo dizer algo assim:
“Eternidade é um longo tempo, João e Maria. E Deus deu a vocês e a mim a
capacidade de escolher como quero passar esse tempo. Ele diz: “Eis, agora, o tempo
sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação” (2 Co 6:2). Josué diz no capítulo 24:15
“...escolhei, hoje, a quem sirvais.... Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. Cristo os
convida a se decidirem esta noite a andar com Ele. Jesus nunca os abandonará, assim os
levará daqui para a eternidade. Ao considerarem o céu e o inferno, lembrem-se de que sua
escolha faz toda a diferença. Deus não os coagirá; Ele diz: ‘Meus filhos, aqui estão os dois:
a alegria do céu e a agonia do inferno.’ Pense como seria estar perdido, separado de Deus,
de seus amigos, de seu marido, de sua esposa, de seus filhos. Pense como seria estar lá fora
na escuridão, onde a Bíblia diz que haverá choro e ranger de dentes. João e Maria, com a
eternidade no céu diante de vocês, com o inferno atrás, motivados por Cristo a quem
amam, por que não dizer a Cristo esta noite ao nos ajoelharmos: ‘Querido Deus, eu quero
passar a eternidade contigo, e quero selar meu compromisso contigo e com Tua verdade
sendo batizado nesse próximo sábado’”.

Tememos perdas no presente


Um forte apelo pode ser baseado nas conseqüências eternas do pecado. Também é
válido apontar para as conseqüências negativas na vida presente como resultado de
persistir no caminho errado. Algum tempo atrás, estava aconselhando um alcoólatra
inveterado. Ao falar com ele do amor e misericórdia de Cristo, vi que nada que eu dizia
podia tocá-lo. Ao perceber que não poderia haver nenhum progresso até que esse homem
encarasse as implicações de sua vida presente, mudei meu apelo.
34  
 
Encarando-o, perguntei: “você pode ver que está prestes a perder todo seu dinheiro,
sua auto-estima, sua estabilidade na vida? Se continuar bebendo isso o levará a ruína
financeira e as dívidas. Seu casamento já está com problemas. Quanta pressão mais pode
suportar? Como será ficar sem dinheiro, sem um emprego, sem uma esposa, sem mesmo
um teto sobre sua cabeça? E depois? Depois que a vida acabar, você ficará sem o céu
também?” Tal revelação clara dos fatos assustou tanto esse homem, que ele pôde iniciar
um processo de mudança.

Conseqüências específicas de se fazer o que é errado


Podemos encontrar na Bíblia as conseqüências de se fazer o que é errado.
Memorizar alguns desses textos pode ser muito útil para mostrar tanto os benefícios de se
fazer o que é correto, como as conseqüências de se fazer o que é errado.
Não andar conforme a verdade, fazendo o que acha estar certo, leva às seguintes
conseqüências:
1. Ser privado de mais luz. João 12:35 diz, “Ainda por um pouco, a luz está
convosco. Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem; e quem anda
nas trevas não sabe para onde vai.”
2. Aceitar a mentira. Em 2 Tessalonicenses 2:8-12, a Bíblia claramente enfatiza
que aqueles que não acolherem o amor da verdade para serem salvos, lhes será enviada
uma grande desilusão para darem crédito à mentira.
3. Rejeitar o Espírito Santo. Somente o Espírito pode nos guiar a toda a verdade
(João 16:13; João 14: 15,16).
Com essas conseqüências em mente, pode-se apelar pela decisão com base no
seguinte: “Pedro e Joana, vocês experimentaram o poder de Deus para convencer o
coração, tendo visto claramente a verdade revelada em sua Palavra. A Bíblia diz, ‘Andai
enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem’. É perigoso não aceitar a
verdade. Deus diz que uma vez que a verdade tiver sido revelada, aqueles que não a
aceitarem irão finalmente crer numa mentira. E a Bíblia nos diz que muitos que escolherem
não receber a verdade, irão, em troca, rejeitar o Espírito Santo. Vocês não querem a
escuridão, as mentiras de Satanás e a rejeição do Espírito Santo. Não seria bom para nós
nessa noite, confessar a Jesus: ‘Senhor, uma vez que estou convencido de que essas coisas
são verdade, quero que me dê força e poder para andar conforme elas.”
35  
 
Ellen White afirmou isso resumidamente quando disse: “Poucos crêem de alma e
coração que temos um inferno a evitar e um Céu a alcançar.” (O Desejado de Todas as
Nações, p. 636). Ganhadores de almas estão plenamente conscientes do fato de que
apresentam diante de seus ouvintes dois caminhos – o caminho da vida eterna e o caminho
da morte eterna. Homens e mulheres estão ou salvos ou perdidos! É céu ou inferno!
Salvação ou perdição!
A Bíblia aponta que o inferno é um lugar de eterna separação, um lugar sem a
menor esperança (Mt 8:12, Lc 13:28, Mt 25:46, Hb 6:2). Embora adventistas do sétimo dia
categoricamente rejeitem o conceito anti-bíblico de um inferno que queima para sempre,
definitivamente reconhecemos que o céu é para sempre! E o temor de perder o céu é um
fator motivacional legítimo para se decidir por Cristo.
Quando estava na 5.ª série de uma escola católica, uma freira usou uma ilustração
que influenciou meu pensamento através dos anos. Um dos alunos perguntou: “Irmã,
quanto tempo dura a eternidade?”
A freira respondeu: “Crianças, imaginem o oceano”. Fui criado na costa da Nova
Inglaterra, e minha mente jovem facilmente visualizou a vastidão de um oceano infinito
com ondas que se arrebentavam à sua margem.
Ela continuou, “Imaginem uma gaivota que vem a cada mil anos para tirar uma
gotinha só do oceano. Quando a gaivota tiver tirado toda a água do oceano, terá passado o
primeiro segundo da eternidade.”
Minha mente de criança começou a entender que a eternidade é um tempo, muito
longo. E o é, sem dúvida. Homens e mulheres que são confrontados com as reivindicações
da cruz devem entender que a morte de Cristo os capacita a viver com Ele no céu para
sempre. Mas, rejeitar essa morte significa que estarão perdidos para sempre. Apresente
diante de seus ouvintes os dois caminhos, e observe suas conquistas aumentarem.
Reuniões ou visitas evangelísticas que são conduzidas com uma atitude
descomprometida ou de “é pegar ou largar” produzirão pouca convicção e pouco interesse.
Use textos em sua pregação e em suas visitas que ilustrem o benefício de se fazer o que é
correto, mas também deixem claras as conseqüências de se fazer o que é errado. Assim,
esses textos serão uma ferramenta poderosa para incentivar pessoas a se comprometerem
por completo com o que é correto.
36  
 
Uma das coisas que descobrimos em nossas reuniões evangelísticas é que esses
programas produzem convicção, mas é responsabilidade daquele que visita aprofundar essa
convicção para que ela conduza a pessoa à vontade de mudança.

Relatório de Estudo Contínuo

1. Sob quais circunstâncias você acha que o uso do medo é apropriado ao apelar
para decisões espirituais?
2. Sob quais circunstâncias é impróprio?
3. Como Jesus usou o temor?
4. Que conseqüências específicas resultaram do uso do temor ao se pedir às
pessoas que se decidissem por Jesus?
5. Você o tem usado muito? Pouco?
37  
 

6
O Impacto:
Importância e Influência

Tom vivia num bairro luxuoso e tinha uma posição de destaque na diretoria de uma
empresa de prestígio. Tudo nele refletia sucesso: sua roupa, sua casa bonita, seus filhos
alegres e simpáticos. E Tom controlava tudo isso com uma postura que demandava
respeito. Suas habilidades de executivo eram equilibradas com uma natureza modesta, um
temperamento gentil e comunicativo. Sua esposa e seus filhos o admiravam
profundamente.
Anos antes, havia sido educado em escolas adventistas. Agora, ele tinha
freqüentado nossas reuniões e estava convencido da verdade, mas temia que a religião lhe
trouxesse exigências incompatíveis com seu estilo de vida atual. Por semanas, Tom teve
dificuldades em tomar uma decisão para o batismo. À medida que eu orava e buscava
encontrar alguma maneira de ajudá-lo, comecei a perceber que uma abordagem tradicional
de “riquezas prometidas” não tinha qualquer apelo para esse homem que se sentia seguro
com sua situação atual. “Benefícios” e “conseqüência” teriam pouco poder de motivar
Tom. Comecei a pensar na palavra “expectativas”. As expectativas de outros seria
provavelmente o ponto que levaria Tom a uma ação. Ele era um homem admirado e
imitado e suas influências sobre outros era algo que considerava seriamente.
Quando estávamos conversando em seu luxuoso escritório, meu apelo foi algo
assim: “Tom, como você tem vindo às reuniões, gostaria de saber se há alguma dúvida a
respeito das doutrinas que tem ouvido ali?”
Eu já sabia que a maioria de tudo o que foi dito estava claro para ele, mas fiz a
pergunta por duas razões. Primeira, para retirar qualquer obstáculo que pudesse existir,
mas, mais importante que isso, para dar-lhe oportunidade de expressar sua confiança, pois
eu estava bem certo de que ele concordava com tudo o que eu havia apresentado. Uma vez
que o próprio Tom tivesse expressado concordância com nossos ensinamentos, ele estaria
numa posição melhor para considerar seriamente o apelo.
Ele balançou a cabeça concordando, “Sim, eu acredito nas doutrinas da fé
adventista.”
38  
 
“Tom, quando estava pensando em você outro dia, pensei no homem influente que
é e o grande impacto que sua vida tem sobre outros. Vi como sua esposa o admira. Notei o
olhar de contentamento em seus olhos ao ver você virar as páginas de sua Bíblia. Observei
como seu filhinho e sua filha o respeitam. Sei que a decisão que você está considerando é
bastante séria, que é o tipo de homem que considera sua ações e decisões com seriedade
antes de tomá-las. Mas, Tom, sei que se você decidir ser batizado irá alegrar muito sua
esposa e conduzir seus filhos a uma vida com significado e alegria.
“Há muitos homens que chegam até esse tipo de decisão e desistem, temendo que o
preço seja muito alto. Alguns não têm coragem de seguir suas convicções em assuntos
como a guarda do sábado, o dízimo, ou abstinência do álcool. Mas, anos mais tarde, as
conseqüências de se silenciar a voz mansa da consciência tornam-se evidentes: Não há
padrão moral no lar. Os filhos seguem qualquer modismo e arruínam suas vidas com
drogas, más associações e escolhas erradas. E tudo porque não há algo para se seguir,
nenhum padrão de retidão que se coloque diante deles. O pai se sente culpado porque
conhecia o padrão e não teve a coragem de tomar o estandarte e segurá-lo com firmeza.
“Tom, ao considerar essa decisão por Cristo, lembre-se das palavras de Romanos
14:7: “Nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si.” Seus filhos são jovens o
suficiente para seguir sua influência e seu compromisso com Cristo. Seu batismo pode ser
um caminho que eles seguirão para conduzi-los à eternidade. Se você se tornar o líder
espiritual da família, você será o modelo que irão seguir. Se você liderar sua família na
devoção, no estudo da lição da Escola Sabatina, levá-los à igreja aos sábados, eu sei que
essas crianças o seguirão e também sua esposa. Tom, você tem uma grande
responsabilidade no seu trabalho, mas você tem uma responsabilidade ainda maior como
líder espiritual de seu lar. Por amor a sua esposa e filhos – porque você quer de verdade
guiá-los – gostaria de dizer a Cristo agora que você quer se batizar no próximo sábado?”
Então, nos ajoelhamos e Tom selou sua decisão de render totalmente sua vida a
Cristo no batismo. A grande necessidade de Tom era perceber que a importância de sua
decisão ia além dos limites de sua própria existência, alcançando a vida de sua esposa e
filhos. Então, não subestime o valor, especialmente para aqueles que têm forte influência e
caráter, de apelar a eles com base na vida de outras pessoas. No coração de cada pai, Deus
colocou o desejo de ver seus filhos terem uma vida plena e de significado. Isso pode ser
um impulso poderoso para levar homens e mulheres a se comprometerem com Cristo.
39  
 
Quando giram a roda da fortuna, os empregados de um cassino costumam dizer:
“vai girando, girando, e ninguém sabe onde vai parar”. Em um sentido isso é verdade para
as testemunhas de Cristo, pois nunca sabemos até onde os efeitos de uma decisão por
Cristo podem chegar. A decisão de um pai, como vimos, pode afetar seus filhos. A decisão
de uma esposa pode afetar seu marido. Geralmente, se uma pessoa espera tomar a decisão
ao lado de Cristo até que seus amigos ou família o façam, isso inibe os outros a tomá-la.
Meu pai tomou a decisão de seguir a Cristo e as verdades da mensagem adventista
anos antes de minha mãe. Foi essa decisão e seu exemplo positivo que, finalmente, levou
toda nossa família a conhecer a salvação em Cristo e a verdade da mensagem adventista.
Algum tempo atrás, uma jovem senhora se aconselhou comigo sobre o fato de seu
marido não ser cristão. Minha resposta a ela foi que sua grande responsabilidade não era
pressionar, incitar, mas viver Cristo. No entanto, ela não podia adiar sua própria decisão,
pois esta teria uma influência poderosa sobre ele.
Ao final, pela influência daquela mulher, seu marido aceitou a Cristo, assim como
seus dois filhos, sua irmã, o namorado dela, o irmão de seu marido, a esposa dele e toda a
sua família. Como resultado da influencia dessa mulher, mais de dez pessoas aceitaram
Jesus, a mensagem do adventismo e foram batizadas continuando o círculo de influência.

O efeito pirâmide
Um dos exemplos mais maravilhosos do efeito pirâmide da fé é contado por James
H. Sample em 1967, em O Cristianismo Hoje (Christianity Today) entitulado Passando a
Tocha do Evangelismo (Passing the Torch of Evangelism). Esse artigo conta que quando
Moody tinha dezessete anos, ele foi a Boston trabalhar com seu tio que tinha uma loja de
calçados. O tio o encorajou a ir à igreja, e Edward Kimball tornou-se seu professor na
escola dominical.
Um dia, Kimball fez uma visita ao jovem Moody na loja onde trabalhava. Entre os
clientes, enquanto o jovem estava guardando os sapatos na sala de trás, Kimball convenceu
Moody a entregar sua vida a Cristo.
Anos mais tarde, quando estava pregando na Inglaterra, Moody contou a história de
Kimball na igreja de F. B. Meyer. O ministério de Meyer foi revolucionado – bem como o
de outro jovem ministro que ouviu ele falando na escola de Moody em Northfield,
Massachusetts. Meyer pregou um sermão poderoso na intenção de levar todos a Cristo. Um
jovem sentado ao fundo foi transformado. Seu nome era J. Wilber Chapman.
40  
 
Chapman tornou-se um poderoso evangelista e um dos religiosos mais influentes de
seu tempo. Ele influenciou grandemente um jogador de basquete profissional e pastor do
Y.M.C.A (Young Men's Christian Association - no Brasil, Associação Cristã de Moços),
chamado Billy Sunday o qual tornou-se nacionalmente conhecido por suas pregações
evangelísticas.
Por meio das pregações de Sunday em Charlotte, Carolina do Norte, um grupo de
leigos foi fundado para testemunhar de Cristo na comunidade. Em 1932, organizaram uma
cruzada e chamaram Mordecai Hamm para pregar. O sermão de Hamm perturbou um
aluno do último ano do ensino médio de dezessete anos que vinha às reuniões todas as
noites. Ele e seu amigo pensaram que podiam escapar sentando-se atrás do pregador, no
coral. Mas isso não aconteceu. Finalmente, o jovem Billy Graham e seu amigo, Grady
Wilson aceitaram Jesus.
A tocha da influência passou de Kimball para Moody, de Moody para Meyes, de
Meyer para Chapman, de Chapman para Sunday, de Sunday para Graham e Grady.
Acontecimentos pequenos, mas de grande significado. Você irá motivar homens e
mulheres a tomarem decisões ao lado de Cristo quando eles virem a influência de sua
decisão na vida de outros. Ajude-os a ver que a decisão deles é como uma pedrinha
lançada no lago. As ondas que ela provoca chegam até a margem da terra e vão além para a
eternidade.
A declaração de Ellen White vai direto ao ponto:

Todo ato de nossa vida afeta a outros para bem ou para mal. Nossa influência tende a
elevar ou a rebaixar; ela é experimentada, posta em prática e, em maior ou menor escala,
reproduzida por outros. Caso por nosso bom exemplo ajudemos outros no
desenvolvimento de bons princípios, damos-lhes poder para fazer o bem. Por sua vez, eles
exercem a mesma influencia benéfica sobre outros, e assim centenas e milhares são
afetados por nossa inconsciente influência.
Testemunhos para a Igreja, vol. 2, p. 113.

Vimos até aqui que render a vontade a Cristo vem como resultado de vários fatores.
O nível inicial, informação, fornece uma base na qual a se dá a convicção. No entanto,
apenas quando a pessoa tiver desenvolvido uma forte vontade de seguir essas convicções é
que atitudes positivas acontecem. Tradicionalmente, o preparo adventista do sétimo dia
tem enfatizado a importância de trazer uma pessoa à convicção. Contudo, a arte de motivar
a vontade de seguir essa convicção tem sido negligenciada.
41  
 
Por três capítulos falamos sobre como despertar a vontade, o que pode ser
conseguido se apresentado os benefícios de se fazer o que é correto, as conseqüências das
escolhas erradas ou expectativas de outros, tais como família e amigos. Resta um último
princípio que servirá de protoplasma de um modelo evangelístico, dando vida a todos os
outros princípios: “a pessoa mais importante”.

Relatório de Estudo Contínuo

1. Com que tipo de pessoas o princípio expectativas funcionaria de forma mais


eficaz? E menos eficaz?
2. Liste os nomes das pessoas com quem está trabalhando ou já trabalhou que
seriam mais persuadidos por esse princípio.
3. A conclusão deste capítulo resume o que o livro tem tentado ensinar até aqui:
a) Os três pré-requisitos para a ação são:
b) O desejo pode ser despertado com apelos centralizados em três áreas. Quais são
elas?
42  
 

A Atração:
Jesus – a Pessoa mais Importante

Kembleton Wiggins discute em seu livro Facilitando a Conquista das Almas (Soul
Winning Made Easier) o que ele chama de concordância cognitiva. De acordo com esse
princípio, ao deparar-se com uma nova idéia, a pessoa tenta encontrar algum tipo de
consistência com suas crenças antes de integrar o novo conceito em sua vida. Assim,
muitas pessoas tendem a resistir à mudança uma vez que isso produz uma tensão de idéias.
No entanto, quando novas vontades são despertadas, uma tensão maior pode ser sentida se
uma pessoa resiste à transformação que sabe que deve ser feita. É neste ponto, que homens
e mulheres percebem que não fazer nada irá conflitar com sua consciência e que a vontade
resulta em atitude.

Cristianismo e concordância cognitiva


Ao ouvirem a mensagem do sábado, por exemplo, as pessoas podem experimentar
uma tensão ao considerarem uma mudança em seu estilo de vida. Mas, se a vida delas está
comprometida totalmente com Jesus, e podem perceber a forte ligação entre guardar o
sábado e mostrar seu amor por Cristo, então experimentarão um conflito maior se
resistirem à mensagem do sábado. Dessa forma, para minimizarem o conflito entre si
mesmos e Jesus, será mais fácil aceitarem o sábado do que rejeitarem-no.
Assim, há três passos na concordância cognitiva: 1) desenvolver um profundo amor
por Jesus no coração daqueles com quem está estudando, 2) mostrar que cada verdade é
importante para Jesus, enfatizando que Jesus espera que aceitem e ajam conforme essa
verdade, e 3) mostrar a elas que resistir à verdade não é resistir à doutrina, mas resistir a
Jesus, o Autor dessa doutrina. Uma coisa é a pessoa resistir ao sábado como uma doutrina
e outra é rejeitar Cristo como o Criador. Uma coisa é a pessoa resistir ao viver saudável
como uma doutrina e outra bem diferente é rejeitar Jesus como aquele que deseja, por
intermédio do Espírito Santo, habitar num corpo são.
Vamos supor que uma pessoa esteja se negando a abandonar o hábito de comer
alimentos imundos e, por isso, eu vou visitá-la. Posso ler todos os textos que provem ser a
vontade de Deus que ele ou ela pare de comer esse tipo de alimento, mas provavelmente a
43  
 
pessoa já esteja convencida do assunto, essa é a razão para a luta. Aceitação das verdades
bíblicas requer uma mudança radical no padrão estabelecido durante anos ao sentar-se à
mesa para as refeições. Isso gera conflito. E então, devo fazer um apelo mais ou menos
assim: “João, imagina que Jesus está aqui essa noite e perguntasse: ‘Você me ama?’ Eu sei
que você diria: ‘Senhor, eu o amo profundamente.’ Então, suponha que Jesus diga: ‘Você
me ama o suficiente para abandonar alimentos impuros por mim?’ Se o próprio Jesus
estivesse aqui e lhe perguntasse isso, o que você diria?”
A resposta de João é imediata. “Não haveria o que discutir. Eu lhe diria sim,
abandonaria qualquer coisa que me pedisse para abandonar”.
Eu prossigo: “Ouça-O falando com você quando diz em 1 Coríntios 3:17, “Se
alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá”. Ouça-O ao lhe chamar para um
comprometimento completo em 1 Coríntios 10:31 “Portanto, quer comais, quer bebais ou
façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”. Ouça sua mensagem pessoal
em 1 Coríntios 6: 19 e 20: “Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Santo
Espírito, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?
Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.”
“Esses textos são as próprias palavras de Jesus a você. Ele está usando a Bíblia para
comunicar uma mensagem importante do céu para você. Não dirá você a Ele: ‘Querido
Jesus, porque o Senhor pessoalmente me convida a abandonar alimentos impuros e porque
eu O amo, desejo fazer isso.”
O apóstolo Paulo ilumina claramente esse princípio em sua própria experiência de
vida. Ele declara:
Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim,
deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo
Jesus, meu Senhor, por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo,
para ganhar a Cristo.
Filipenses 3: 7 e 8

O principal fator motivador que capacita homens e mulheres a tomarem uma


decisão é o fato de que Jesus Cristo deixou o céu, viveu em forma humana, levou uma vida
perfeita e foi pregado numa cruz num ato de supremo amor. É o Cristo da cruz que atrai.
Ele quebra as cadeias do pecado.
O próprio Jesus disse, “E Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim
mesmo” (João 12:32). Ellen White acrescenta:
44  
 

A primeira e mais importante coisa a fazer é abrandar e subjugar a alma, apresentando o


nosso Senhor Jesus Cristo como o Salvador que perdoa pecados.
Testemunhos para a Igreja, vol. 6, p. 53,54.

E também:

O maravilhoso amor de Cristo abrandará e subjugará os corações, quando a simples


reiteração de doutrinas nada conseguiria.
O Desejado de Todas as Nações, p. 826

O evangelho transforma vidas. Recentemente em Moscou, um homem de vinte e


poucos anos invadiu a sala onde eu estava descansando entre uma reunião evangelística e
outra. No início, pensei que fosse me atacar. Ele parecia estar fora de controle. Quando
meu intérprete finalmente conseguiu acalmá-lo, descobrimos que o jovem diante de nós era
um infame criminoso de Moscou. Ele tinha ido a julgamento mais de vinte vezes. Mas,
agora estava tão perturbado pela culpa, que pedia ajuda. Desejava alívio imediato da culpa
que estava destruindo sua vida. Uma vez mais, eu simplesmente apresentei o evangelho.
Aceitando a Cristo, ajoelhou-se soluçando e uma grande paz o envolveu. Hoje, ele é um
fiel adventista do sétimo dia e canta no Coral Adventista de Moscou.
Dr. S. D. Gordon conta de uma idosa mulher cristã cuja idade começou a atacar sua
memória. Uma vez memorizou grande parte da Bíblia. No final, apenas uma pequena parte
preciosa ficou com ela: “Sei em quem tenho crido e estou certo de que Ele é poderoso para
guardar o meu depósito até aquele Dia.” Pouco a pouco, parte daquilo se foi, e ela repetia
calmamente “o meu depósito até aquele Dia”.
Por fim, quando ela estava na fronteira deste mundo com a eternidade, seus entes
queridos notaram seus lábios se movendo. Eles se curvaram para saber se ela precisava de
algo. A mulher estava repetindo vez após vez a única palavra do texto de que se lembrava
“Ele, Ele, Ele”. Ela perdeu toda sua Bíblia, mas uma palavra capturou sua atenção. Uma
palavra a inspirou e lhe deu esperança, e naquela palavra entendeu a verdade mais
importante da Bíblia – que Cristo é tudo.

Jesus é o mais importante


45  
 
O apelo para considerar Jesus a pessoa mais importante acrescenta uma motivação
poderosa a qualquer doutrina apresentada. Alguém pode se sentir pressionado porque seu
vizinho quer que ele faça uma coisa, seu chefe outra, e sua esposa outra. Mas Jesus é a
pessoa mais importante. Ele é aquele cujo pedido é mais importante do que o de qualquer
outra pessoa. E quando alguém vacila entre agradar os outros e seguir a verdade das
Escrituras, o conflito terá fim apenas quando Jesus for visto como a pessoa mais
importante na vida. Apelando com base nisso, eu pergunto: “Maria, qual é a pessoa mais
importante na sua vida? É seu pai ou sua mãe? Seu irmão ou sua irmã? Seu marido ou sua
amiga? Quem significa mais para você do que qualquer outra coisa no mundo?” Antes que
Maria possa responder, eu pergunto: “Como você compara o que eles lhe aconselham com
o que Cristo lhe aconselha?”
Quase sempre, a pessoa responderá rapidamente, “A pessoa mais importante na
minha vida é Jesus Cristo.”
O apelo pode, então, continuar: “Se Ele realmente é importante para você, você não
irá segui-Lo quando Lhe convidar para guardar o sábado? Cristo diz, ‘Se você me ama,
guarda os meus mandamentos’. Você mostrará a Ele seu total comprometimento? Jesus, a
pessoa mais importante de sua vida, convida você para expressar isso tomando a decisão
de se batizar.”
Neste apelo, Jesus Cristo, a pessoa mais importante, é aquele que é totalmente
exaltado como a base para qualquer decisão. Essa ênfase é eficaz principalmente com
pessoas que são cristãs convertidas há muitos anos – pessoas que andaram com Cristo,
ouviram a sua voz e estudaram a Bíblia para conhecerem Sua vontade. Um apelo para fazer
o que Jesus pede não pode ser ignorado por aqueles que o consideram a pessoa mais
importante de sua vida.
O trabalho do conquistador de almas é semelhante ao de um recepcionista num
consultório medico. Sua função não é operar as pessoas, mas levá-las ao médico que tem a
habilidade e o conhecimento para operá-las. O seu trabalho é apresentá-las a ele. Dessa
forma, em qualquer trabalho para se ganhar almas, nosso objetivo é levar pessoas a Cristo,
mostrar-lhes o que Ele quer que elas façam, não o que nós desejamos que façam. É ajudá-
las a tornar a vontade de Cristo suprema em sua vida, e assim, escolher a vontade dEle, em
vez da sua própria. É ajudá-las a fazer de Cristo a pessoa mais importante a fim de que a
autoridade de sua influência seja maior do que qualquer outra influência na Terra.
46  
 

Relatório de Estudo Contínuo

1. Defina “concordância cognitiva”.


2. Liste os três passos da concordância cognitiva.
3. Pegue um típico estudo bíblico ou sermão evangelístico que você preparou sobre
uma única doutrina da Igreja Adventista do Sétimo Dia tal como o sábado, a condição dos
mortos, etc. Escreva uma avaliação de quão bem ele segue os três passos acima.
47  
 

8
O Processo:
Esclarecimento e Confirmação

Ed estava evidentemente com problemas. Eu tinha feito uma declaração em meu


sermão que conflitou com seu entendimento das Escrituras. Ele não questionou
importantes doutrinas tais como a forma da vinda de Cristo, o sábado, o estado dos mortos,
ou a mensagem de saúde. Estava incomodado com um pequeno comentário que eu tinha
feito a respeito de Judas. Enquanto pregava sobre a divindade de Cristo e o contexto da
crucificação, por acaso mencionei que depois que traiu a Jesus, Judas se enforcou, a corda
se rompeu, e ele caiu nas rochas abaixo, morto.
Depois da reunião, Ed veio até a frente do auditório, cheio de perguntas. "Onde está
escrito na Bíblia que Judas caiu? Como você pode fazer tal afirmação se não há evidência
bíblica? Antes da próxima reunião, gastamos quinze minutos discutindo as perguntas de
Ed. Foi só depois de ter lido Atos 1:18 que a expressão de seu rosto começou a mudar. Ele
ouviu com evidente surpresa as palavras: "Ora, este homem adquiriu um campo com o
preço da iniqüidade; e, precipitando-se, rompeu-se pelo meio, e todas as suas entranhas se
derramaram.” Uma história bem ensangüentada, mas a confiança de Ed nos sólidos
princípios bíblicos expostos em nossas reuniões foi reafirmada.
À noite, quando fiz um apelo a homens e mulheres para que entregassem
completamente suas vidas a Cristo, fiquei emocionado ao ver que Ed foi um dos primeiros
a se levantar. Aprendi um princípio básico de como as pessoas tomam decisões.
A mente humana é formada de tal forma que, mesmo se um minúsculo detalhe não
estiver em harmonia com idéias existentes, a confiança é destruída na troca dessa
informação. Foi um pequeno detalhe que entrou na mente de Ed mas se não tivesse sido
esclarecido, sua confiança em mim teria sido arruinada. Isto significa que quem apresenta
uma série de doutrinas bíblicas e espera "elucidar todos os pontos" com um “Grand
Finale”, deve estar preparado para perder vários interessados ao longo do caminho. Pois, se
questões não respondidas começarem a se acumular na mente, as pessoas podem perder o
interesse no estudo da Bíblia ou nas séries evangelísticas, criando uma barreira entre elas e
a pessoa que apresenta idéias conflitantes. Por isso, é absolutamente vital lidar com cada
questão levantada independente de sua aparente insignificância.
48  
 

A verdade é gradual
O princípio “esclarecimento e confirmação” ensina que só quando as novas
verdades são esclarecidas e confirmadas na mente dos ouvintes é que futuras verdades
podem ser recebidas e aceitas. O palestrante deve verificar, a cada novo passo, se os
ouvintes aceitam ou rejeitam a mensagem, e como eles têm decidido integrar estes novos
conceitos no seu atual sistema de valores. Se isto não acontece, a resistência irá continuar
aumentando até o ponto de rejeição. A verdade é gradual.
O livro de Provérbios enfatiza este ponto: “Mas a vereda dos justos é como a luz da
aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” (Pv 4:18). O princípio é eterno:
Deus permite que a luz brilhe cada vez mais no caminho do indivíduo, à medida que a
verdade é recebida e aceita. Qualquer verdade que se mostre obscura e inconsistente
produz obstáculos para maiores progressos. Mas verdades claramente entendidas abrem o
caminho para um maior entendimento da palavra de Deus.
Ellen White enfatiza o processo “esclarecimento e confirmação” da decisão
progressiva em seus escritos. Ela afirma:

A sagrada responsabilidade está sobre o ministro em cuidar das almas como alguém que
deve prestar contas. Ele deve ter interesse nas almas pelas quais trabalha, percebendo
todas as perplexidades e problemas que as impeçam de andar na luz da verdade.
Review and Herald, 30 de agosto, 1892.

Se você não sabe o que impede o indivíduo de guardar o sábado, você pode visitá-
lo dez vezes e não chegará a lugar algum. Seus esforços para ajudá-lo serão como correr
atrás do vento. A menos que você lide com as objeções que enfrenta sobre o assunto, você
será incapaz de levá-lo a uma decisão positiva. Os assuntos futuros ficarão mais nebulosos
e difíceis. Idéias adicionais que bombardearem sua mente e conflitem com o que ele
acreditava previamente o conduzirão finalmente à total rejeição. Quanto mais hábil for um
evangelista em descobrir o que impede o indivíduo de se decidir e em esclarecer o que já
foi apresentado, mais bem-sucedido ele/ela será em ganhar almas.
Ellen White mais uma vez se concentra no princípio “esclarecimento e
confirmação”:
49  
 
Muitos obreiros fracassam em sua obra, porque não se põem em contato íntimo com
aqueles que mais necessitam de seu auxílio. Com a Bíblia na mão, deveriam buscar, da
maneira mais delicada, conhecer as objeções que há na mente dos que estão começando a
indagar: "Que é a verdade?" João 18:38. Cuidadosa e suavemente ele os deveria conduzir
e educar, como discípulos numa escola.
Obreiros Evangélicos, p. 190.

Jesus alcançava as almas porque estava familiarizado com seus problemas. Seus
ensinos eram adaptados a situação de seus ouvintes. Ele entendia a objeção que havia em
suas mentes. A senhora White declara também:

O pastor deve conhecer a natureza das dificuldades nas mentes do povo para que esteja
apto a dar a cada um a porção necessária no devido tempo.
Manuscritos 4, 1893.

Perguntas de diagnóstico
A arte de diagnosticar por meio de perguntas é essencial para descobrir e tratar das
objeções que podem ser levantadas. Ao visitar uma pessoa que acabou de ouvir uma
apresentação bíblica sobre a volta de Jesus, devo procurar descobrir toda a incerteza ou
objeção. Por isso, inicio uma conversa como esta: “João, Maria, estamos muito felizes por
vocês estarem freqüentando as reuniões evangelísticas durante as últimas semanas. Como
vocês ficaram sabendo sobre nossas palestras?”
Ao obter a partir disso um pouco de informação sobre o casal, eu devo perguntar
“vocês estão gostando da reunião?” Isto me ajuda a avaliar sua atitude em relação ao que
estão ouvindo. Depois, eu devo questionar se João e Maria têm tido condições de ir a cada
reunião até esse momento. Embora eu geralmente saiba a média de audiência, levanto essa
pergunta para descobrir o que especificamente pode ser a causa de ausências nas reuniões.
Se alguém diz: “Olha, não posso vir na quarta-feira à noite, porque participo de um estudo
bíblico”; ou “ não posso vir na sexta-feira à noite porque trabalho,” obtive um pouco mais
de informação que pode provavelmente ser útil mais tarde.
A seguir, eu mudo a direção da conversa a fim de conduzir a uma declaração
afirmativa da parte deles. “Você percebeu que nosso propósito é apresentar tudo
diretamente da Bíblia em nosso seminário. Você sentiu que tudo o que foi apresentado
partiu direto da Bíblia?”
50  
 
Uma vez que algum tipo de afirmação tenha sido feita, eu torno mais específica a
conversa, abrindo o diálogo para qualquer objeção que João e Maria possam ter.
“Justamente na noite anterior discutimos o assunto de como Cristo voltará. Vocês sempre
entenderam o que a Bíblia ensina a respeito da segunda vinda de Cristo?” É nesta parte que
o esclarecimento se torna importante. Se João e Maria têm perguntas sobre o assunto das
tribulações e o arrebatamento, por exemplo, é hora de apresentar-lhes os textos em casa.
Se não há objeção sobre o assunto, é bom fechar o tema com um apelo ao
compromisso. Eu posso começar assim: “É uma emoção saber que Cristo logo voltará.”
“Do fundo do meu coração, eu quero estar preparado. Eu anseio estar naquele grupo que
dirá: Este é nosso Deus, a quem aguardávamos, e dEle vem nossa salvação. Vocês
gostariam de se ajoelhar comigo esta noite para orar e pedir que Deus nos dê forças para
caminhar na verdade expressa em Sua palavra, para que por meio de Sua graça nós
estejamos preparados para encontrá-Lo quando ele voltar?”
Deixando a casa, eu sei que realizei duas coisas a respeito da segunda vinda.
Primeiro, eu descobri que João e Maria aceitaram essa verdade. E segundo, eu os convidei
a fazer um compromisso para segui-la – “esclarecimento e confirmação”.
Em relação ao sábado, não espero um compromisso como esse logo depois de
minha apresentação inicial. Visto que este tópico é freqüentemente novo, e a aceitação
deste assunto pode envolver sérias mudanças no trabalho ou no estilo de vida atual, eu
separo mais tempo para que o Espírito Santo trabalhe, guardando meu apelo para depois da
minha segunda apresentação.
Nessa segunda visita, eu faço três perguntas específicas. É importante notar, neste
ponto, que tais perguntas não devem soar como uma inquirição memorizada feita tão logo
entre na casa. As questões que se seguem são efetivas quando feitas na segurança de um
relacionamento acolhedor já estabelecido por meio de uma comunicação aberta e
perceptiva. Isto vale tanto para as séries evangelísticas quanto para o estudo bíblico.
1. Exposição prévia: “Vocês já ouviram sobre a mensagem do sábado na Bíblia
antes, ou o sábado é novo para vocês?” Freqüentemente, as pessoas reagem com respostas
inesperadas. “Bem, nas escolas dominicais, há alguns anos, eu sempre me perguntava por
que guardávamos o primeiro dia, quando os mandamentos dizem para guardarmos o
sétimo.” Outro pode responder, “Eu tinha um livro chamado Leituras Bíblicas para o
círculo familiar (Bible Readings for the Home Circle), que discutia o sábado bíblico.”
51  
 
Ou,“Meu avô era adventista e acreditava no sábado.” É igualmente importante quando
alguém responde, “Não, eu nunca ouvi falar nada sobre o sábado antes.”
2. Compreensão: “Você tem alguma pergunta sobre o sábado bíblico, ou o sábado
está claro pra você?” Geralmente, a pessoa trará preocupações honestas envolvendo seus
compromissos no trabalho, ou com a família e amigos. A pessoa pode refletir sobre a
condição de queridos que foram à igreja aos domingos por cinqüenta anos antes de
morrerem. É neste ponto que é importante dispensar qualidade de tempo no lar da pessoa,
e gentil, mas eficazmente lidar com cada questão levantada. Milhares consideram meu
pequeno livro Estudando Juntos (Studying Together) uma ferramenta muito útil para
responder objeções que as pessoas trazem.
3. Compromisso: “Você já começou a pensar em guardar o sábado bíblico?” Se a
resposta for positiva, eu os encorajo a guardar o sábado imediatamente. Se a reposta não
for positiva eu digo, “Eu sei que se Jesus estivesse aqui hoje e pedisse para você para
guardar o sábado bíblico, você estaria disposto a fazer isto, porque você quer agradar a
Jesus, não é mesmo? Vamos dobrar nossos joelhos e pedir a Ele para lhe mostrar Sua
palavra e o que quer que você faça.
João e Maria, eu sei que estas coisas são novas para vocês, mas se a Palavra de
Deus diz isso e Cristo ensina isso, eu sei que vocês querem obedecer. Então, vamos orar e
dizer isso a Jesus hoje. Vocês gostariam de fazer isto?”
Terminado com uma oração, eu cumprimento João e Maria, dizendo a eles quão
agradecido eu estou por eles estarem chegando perto da verdade, e os encorajo a
continuarem indo às reuniões. Antes de ir embora eu dou a eles o meu livro sobre o sábado
intitulado O dia quase esquecido (Almost Forgotten Day).
Assim, com o uso eficaz de três perguntas de diagnóstico, descobri o que acharam
da prévia exposição sobre o sábado, respondendo as objeções, e começando a “esclarecer”
o novo tópico apresentado a João e Maria. Basicamente este é o processo da decisão
progressiva.

As sete maiores decisões


Os questionamentos e diálogos abaixo podem ser usados quando trabalhar com a
pessoa em cada uma das sete maiores decisões que se deve tomar para se tornar um
adventista do sétimo dia. “Esclarecer pontos” inclui aceitação e compromisso dos seguintes
tópicos:
52  
 
1. A inspiração da Bíblia e sua revelação de Jesus Cristo como o divino salvador
do mundo.
2. A mensagem especial de Cristo para preparar pessoas para se encontrarem com
Ele em sua segunda vinda.
3. O chamado de Cristo por obediência completa a Sua lei, incluindo o sábado
bíblico.
4. O apelo de Deus para respeitarmos nosso corpo como o templo do Espírito
Santo, abandonando o álcool, o cigarro e alimentos impuros.
5. O ensino da Bíblia sobre o estado do homem na morte, em contraste com a visão
do espiritismo no mundo.
6. A Bíblia e o dom de profecia como marcas distintivas da igreja remanescente, e
o desejo de viver em harmonia com os padrões de ambos.
7. Batismo como o sinal e o selo de aceitação de Cristo, e de tornar-se parte da
igreja de Cristo na terra.
À medida que o Espírito Santo leva homens e mulheres a aceitarem cada doutrina,
eles crescem dia após dia “à estatura e plenitude de Cristo.” O processo de conduzir as
pessoas a Jesus não é entregarmos às pessoas um grande pacote ao final das séries
evangelísticas, com a etiqueta: “Toda a Mensagem.” Tal pacote seria muito pesado, muito
complexo e difícil de se aceitar de uma vez. Ao contrário, o processo eficaz de ganhar
almas oferece pequenos pacotes à medida que os estudos progridem. Os estudantes
experimentam um entendimento e aceitação de cada novo tema antes de o próximo ser
apresentado. “Esclarecimento e confirmação.”
53  
 

Relatório de Estudo Contínuo

1. Defina o termo “esclarecimento e confirmação”.


2. Este capítulo inclui três perguntas de diagnóstico específicas que podem ser
levantadas sobre o sábado. Como essas três perguntas poderiam ser feitas se o tema fosse:
a. Saúde.
b. O estado dos mortos.
c. Dom de profecia.
3. Sete principais decisões devem ser tomadas para se tornar adventista do sétimo
dia. Considere-as pensando em uma pessoa com quem você esteja trabalhando agora. Em
quais você falhou no princípio “esclarecimento e confirmação” antes de passar para o
próximo tema?
54  
 

9
A Compreensão:
Formas de percepção

Ganhadores de almas bem-sucedidos são cuidadosos no uso da linguagem. Os que


aspiram ser ganhadores de almas contam com clichês e frases religiosas prontas, sem
considerar as diferenças de personalidades. Lembre-se de que cada ouvinte tem uma
percepção única. Utilize isto para ganhar as pessoas. Ignore isto e poderá perder um
excelente converso.

As três formas de percepção


Estudiosos do comportamento humano classificam homens e mulheres em três
classes diferentes: visual, auditiva e sinestésica.
Pessoas que são visuais solucionam problemas quando visualizam na mente a
solução em forma de figuras. Uma vez que seus processos de pensamento analítico são
visuais, tais pessoas respondem bem a slides, gráficos e diagramas. São o tipo de pessoa
que quando pensam em férias, se vêem em uma praia relaxando. Imaginam o brilho do sol
sobre a areia e a água. Sua mente retrata imagens constantemente como uma fita de vídeo.
Pessoas que são auditivas, contudo, estruturam seu pensamento em torno do som.
O marido ouve sua esposa falando; o chefe gritando; as vozes das crianças ao brincarem.
Ele não se imagina sentado em baixo de uma sombra descansando na praia quando ele
pensa em férias, mas ouve uma suave música vindo de um rádio, o som das ondas batendo
nas pedras. Seu sentido predominante é a audição.
As formas de percepção de uma pessoa sinestésica giram principalmente em torno
do tato. Ela se dá bem com tapinhas nas costas, abraços ou vigorosos apertos de mão.
Quando pensa em suas férias, sente o sol aquecendo seu corpo, a sensação do gelado
mergulho no oceano.
Naturalmente, a maioria das pessoas não se enquadra apenas em uma dessas
categorias. No entanto, cada um de nós pende mais para uma destas três classes de
percepção. As implicações disso para se ganhar almas são óbvias. Quando nos
relacionamos com uma pessoa que projeta imagens em sua mente, minha abordagem mais
eficaz não será com um CD, mas com um vídeo projetor.
55  
 

Jesus atingiu as três formas de percepção


Totalmente atento a cada personalidade daqueles que estavam a sua volta, Jesus
demonstrou sua habilidade em alcançar diferentes pessoas por diferentes meios.
Ao conversar com aqueles que eram visuais, Ele empregava figuras para ilustrar
sua mensagem. Cristo falou do pastor em busca de sua ovelha; do homem procurando o
tesouro escondido no campo; do pai indo ao encontro de seu filho com lágrimas em sua
face. Ao ouvirem, as pessoas viam diante de si a mensagem do evangelho em cenas
panorâmicas e sentiam uma resposta a suas perguntas.
Quando falou com Nicodemos, Jesus usou um apelo auditivo. Conhecendo seus
costumes de fariseu, seu hábito de ouvir a leitura da lei, Cristo disse, “O vento sopra onde
quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele
que é nascido do Espírito” (João 3:8). Jesus sabia que, assim como Nicodemos podia ouvir
o som das folhas sussurrando antes da tempestade, e ouvir o assobio do vento nas esquinas
de sua casa, ele podia ouvir o chamado do Espírito Santo em seu coração.
A mulher junto ao poço, que havia tido seis maridos, ainda não tinha sentido o
toque do amor. Jesus sabia como alcançar o âmago de seu ser. Apelando a ela com base no
sentimento, Ele disse simplesmente, “Dá-me de beber”. Esta mulher sabia o que era sentir
sede, pois havia andando por estradas empoeiradas numa terra desértica e baixado potes de
barro na fria escuridão da espera. Jesus usou a forma sinestésica de percepção para trazer a
ela a força e a vitalidade do evangelho. “Você tem sede. Se beber da água que Eu lhe der,
você nunca mais terá sede.”
Da mesma forma, podemos adequar nossa apresentação do evangelho ao
partilhamos a Palavra de Deus com as pessoas no século 21. Em público, deveríamos usar
todas as três formas de abordagem, pois com certeza teremos em nossa platéia os três tipos
de pessoas. É sábio começar apelando às três formas de impressão, para, finalmente,
focalizar naquela que mostrar ser a predominante.

Apelo aos visuais


Ao falar com pessoas visuais, eu enfatizo minha mensagem usando ilustrações:
56  
 
“Imagine Jesus morrendo na cruz por você, com pregos em Suas mãos e o sangue
escorrendo em Sua face. Quando você olha em seus olhos, existe alguma mais importante
do que entregar toda sua vida a Ele?”
“Imagine o sorriso de Jesus quando você for batizado no sábado. Veja os anjos
reunidos em volta do Pai testemunhando seu batismo.”
“Visualize como será adentrar os portais celestiais e caminhar sobre as ruas de
ouro. Pense no esplendor dos céus, no brilho das flores, nos rios de cristal, nos portões de
pérola.”

Apelo para os auditivos


Para esses, eu apresento a mensagem usando o sentido da audição:
“Você pode ouvir Cristo chamar você hoje?”
“Pense no glorioso coro dos anjos e no alto som das trombetas! Que alegria aqueles
sons trarão ao seu coração!”
“Ouça a voz de Jesus dizendo, ‘Bem está, servo bom e fiel.”

Apelo para os sinestésicos


Ao falar com uma pessoa sinestésica, minha conversa pode tomar o seguinte rumo:
“Quando você entregar sua vida a Jesus, você receberá a paz, a satisfação interior que toda
humanidade anseia. O sentimento de paz que você deseja há tanto tempo será seu.”
“A decisão que você está para tomar, irá conduzi-lo a um caminho com Jesus Cristo
onde você sentirá as mãos dEle em suas mãos e sentirá que Ele o está conduzindo passo a
passo.”
“Quando a água cobrir você no seu batismo, você experimentará um sentimento
maravilhoso de ter seus pecados limpos, de remoção de toda culpa. Você pode não ter o
sentimento de uma corrente elétrica em sua espinha, mas você perceberá os braços de
Cristo ao seu redor. Você poderá sentir o calor do seu abraço.”
Jesus criou cada indivíduo para ser único. Cada um cresceu num ambiente
diferente. Esta variedade de contextos exige uma variedade de abordagens. Uma das razões
pela qual temos tão poucos ganhadores de sucesso é porque a maioria faz apelos aos outros
com base em sua própria percepção. Pessoas voltadas apenas para si mesmas conseguem
somente um pacote pequeno e tornam-se um ganhador de almas mediano! Você deve
desviar a atenção de si mesmo. Você deve observar as necessidades e os desejos dos outros
57  
 
e identificar suas formas de percepção. Permita que Deus faça de você uma pessoa atenta
aos outros e veja os resultados se multiplicarem.

Relatório de Estudo Contínuo

1. Qual a sua forma de percepção: visual, auditiva ou sinestésica? Lembre: você é


uma combinação de todos os três, mas qual é o mais predominante e o menos
predominante?
2. Como você identifica a forma de percepção de alguém?
3. Escolha uma das alternativas a seguir e use textos apropriados, frases e um
apelo:
a. Um estudante universitário visual para aceitar a Cristo.
b. Uma mãe solteira sinestésica para aceitar o sábado.
c. Um motorista de trem de metrô auditivo para o batismo.
58  
 

10
O Indispensável:
Estratégias de visitação

Quando o pastor estava contando uma história, de repente, me senti mal. Uma de
nossas interessadas da campanha evangelística, que estava se preparando para o batismo do
sábado seguinte, sem mais nem menos, desistiu de ir às reuniões. A mulher avisou que
estava rompendo seu relacionamento com os adventistas. Ela fez um pedido direto:
“Pastor, por favor, não me visite. Já decidi. E é a minha decisão final”.
O que poderíamos fazer? Deveríamos desrespeitar o pedido dela? Deveríamos
tentar visitá-la mesmo sabendo que disse para não fazermos isso?
Enquanto o pastor e eu discutíamos isso, um pensamento tomou conta de mim: ela
disse ao pastor para não visitá-la, mas para mim, não disse nada. Foi uma impressão do
Espírito Santo? Foi só um pensamento com fé?
A convicção de que eu deveria visitá-la começou a crescer. Depois de orar a
respeito disso naquela noite, fui dormir certo de que era a vontade de Deus que eu a
visitasse no dia seguinte.
Com esta oração em meu coração, eu caminhei em direção ao portão da casa dela e
depois até a varanda. Mal toquei a campainha e apareceram dois cachorros enormes, um
pastor alemão e um collie, rondando na minha frente. Ao me verem na varanda,
começaram a latir furiosamente. O medo tomou conta de mim. Pensei imediatamente,
“Sem chance. Eles virão me morder.” Naquele desespero orei mais uma vez: “Oh, Senhor,
ajuda-me!”
Toquei a campainha novamente. Os cachorros chegaram mais perto. Jane espreitou
pela janela e me viu. Ela hesitou, mas ouviu os cachorros e abriu um pouquinho a porta.
Era tudo que eu precisava. Morrendo de medo, empurrei a porta com toda força e pulei
para dentro da casa dela. Quando fechei a porta, exclamei aliviado: “Igual a Daniel na cova
dos leões, o Senhor me livrou”.
Jane começou a rir, mas eu estava constrangido com a situação. Logo percebi o que
tinha feito – havia entrado na casa dela abruptamente sem pedir licença, quando ela queria
é que eu estivesse fora. Eu fiquei vermelho, e me desculpei: “Você me perdoa, por favor?
Normalmente não costumo entrar assim na casa das pessoas”.
59  
 
Ela riu e disse: “Uau! Você está aqui. Embora eu não fosse deixá-lo entrar, você
deve ficar. Sente-se, por favor.”
Nós conversamos, ou melhor, devo dizer, ela falou e eu escutei. Nas horas
apropriadas, fiz perguntas. À medida que Jane respondia, comecei a perceber que sua
reação não era porque não acreditava mais nas doutrinas que lhe apresentamos, mas por
causa da grande pressão de sua família.
Na metade da nossa conversa, as filhas dela se juntaram a nós. Mais tarde, seu
marido chegou do trabalho. Na ansiedade, ela os tinha pressionado, pois estava pedindo
que eles fizessem um compromisso para o qual ainda não estavam prontos, deixando-os
chateados. Uma vez que ambas as partes entenderam que Deus deu para cada pessoa a
liberdade de escolha, a harmonia tomou o lugar da tensão que havia naquela casa. A porta
que anteriormente tinha se fechado para uma decisão foi reaberta. Os obstáculos foram
superados, e Jane seguiu firme com seu compromisso. Voltou a freqüentar nossas reuniões,
finalmente foi batizada e tornou-se diaconisa de uma de nossas igrejas.

A importância da visitação pessoal


Uma visita pessoal fez a diferença. Estou convencido de que a eficácia do
evangelismo depende de se estabelecer e se cultivar um significativo relacionamento por
meio da visitação pessoal. É a falta do trabalho pessoal que tornam ineficazes muitos de
nossos esforços. Ellen White concorda, fazendo a seguinte observação:

Vosso êxito não dependerá tanto de vosso saber e consecuções, como de vossa habilidade
em chegar ao coração das pessoas. Sendo sociáveis e aproximando-vos bem do povo,
podereis mudar-lhes a direção dos pensamentos muito mais facilmente do que pelos mais
bem feitos discursos.
Evangelismo, p. 437.

A mesma autora ainda acrescenta este importante conceito:

A parte mais difícil vem ao deixar ele [o pastor] o púlpito, no regar a semente lançada. O
interesse despertado deve ser apoiado por trabalho pessoal – visitar, dar estudos bíblicos,
ensinar a pesquisar as Escrituras, orar com as famílias e pessoas interessadas,
aprofundar a impressão causada no coração e consciência.

Testemunhos para a Igreja, vol. 5, p 255.


60  
 

É a negligência desse trabalho pessoal, o qual é tão dispendioso em termos de


tempo, energia e compromisso, que limita o êxito de muitos seminários e reuniões
evangelísticas. O evangelismo em massa sem esforço pessoal está destinado ao fracasso.
Em seu livro, Fazendo amigos para Cristo (Making Friends for Christ), Wayne
McDill relatou uma pesquisa feita com 4 mil telespectadores de programas religiosos. A
pergunta era: “quantos desses telespectadores convertidos pelo ministério da TV integram
uma igreja local?” A resposta foi menos de um por cento.
Por que acontece de tão poucos, que fizeram um compromisso com Cristo pelo
Ministério da TV, tornar-se parte de uma igreja local? A razão fundamental é que eles não
foram beneficiados com o trabalho pessoal. Quando não construímos um relacionamento
com o novo converso, a transição de compromisso pessoal para fé ativa fica difícil. À
medida que vão crescendo em Cristo, perguntas começam a surgir em suas mentes. O novo
converso pode achar desanimador viver a vida cristã no mundo atual. Questões sem
respostas, medos e dúvidas podem começar a sufocar suas primeiras experiências. A
conversão que era genuína desfalece na videira.
Um estudo da cruzada evangelística em Seattle, realizada pelo evangelista Billy
Graham, apóia essa premissa. 30% das 18.136 respostas desta campanha foram
consideradas conversões. Apenas 15 % destes conversos estavam na igreja um ano depois.
85% deles deixaram de ir à igreja ou freqüentaram durante um curto período. O
surpreendente: oito de cada dez desses conversos que permaneceram na igreja após um ano
tinham desenvolvido um relacionamento próximo com alguém que já estava na igreja.
A pregação pública é eficaz quando associada à visitação pessoal. Assim como
Jesus disse, embora dentro de outro contexto: “O que Deus ajuntou não o separe o homem”
(Mt 19:6).
Por que não há mais visitação pessoal? Por que alguns pastores e leigos gastam
mais tempo se preparando para dirigir e então conduzir um encontro público do que para
envolver-se com trabalho pessoal?
Realizar visitação pessoal não é fácil. Requer tempo e energia e pode ser
emocionalmente desgastante. McDill se refere a isso:

Este tipo de evangelismo (visitação pessoal) é custoso, não no sentido financeiro ou


técnico, mas em termos de compromisso pessoal. O evangelismo de relacionamento (o
ingrediente que falta) é uma questão de confiança e credibilidade, uma questão de
61  
 
responsabilidade pessoal, boa vontade para pagar o alto preço do envolvimento pessoal,
do risco emocional. É o preço do amor.
Making Friends for Christ, p. 15

Usar este poderoso princípio pode aumentar os resultados de seu ministério


evangelístico. Ignorá-lo, no entanto, pode resultar num seminário medíocre, que produz
escassos resultados.

Os objetivos da visitação pessoal


A visitação evangelística possui basicamente cinco objetivos:
Em primeiro lugar, a visitação lhe permitirá estabelecer relacionamentos que não
podem ser consolidados nas reuniões públicas. Para isto, é de extrema importância que em
sua visitação você ouça com atenção a outra pessoa. Dietrich Bonhoffer coloca bem isso
quando enfatiza que “o primeiro favor que devemos a alguém é ouvi-lo”.
Se a sua estratégia de visitação é descarregar uma carga pesada de confiança nas
pessoas esperando que elas correspondam, você se sentirá profundamente decepcionado.
Se você se aproxima da pessoa com quem você está trabalhando como uma candidata a ser
convencida ou, do ponto de vista de um vendedor, como um produto a ser vendido, ela
poderá levantar uma barreira de resistência. Escutar é a chave que abre a pessoa para sua
influência. O sucesso é garantido se você orar muito e agir com sinceridade. Se realmente
ouvir as pessoas e estiver interessado nelas, elas serão abertas e receptivas à sua
apresentação do evangelho.
Muitas pessoas estão “ligadas em um único canal” – elas mesmas. Elas ficam
entediadas se você falar só acerca de si mesmo. Ficam na expectativa de ter uma
oportunidade para falar de assuntos que consideram importantes como emprego, saúde,
futuro, segurança financeira, marido, esposa, passatempos, e, em geral, assuntos
concernentes à vida delas. Dando-lhes uma oportunidade de falar de si mesmas, você pode
começar a estabelecer um relacionamento com elas.
Há muitos anos eu era pastor de uma pequena igreja na Nova Inglaterra. O esposo
de uma das irmãs não era adventista do sétimo dia. Em um dos meus primeiros sábados na
igreja ela me alertou para nunca visitá-la. Estava convencida de que se eu fosse, seu esposo
me colocaria literalmente para fora de casa.
Depois de analisar cuidadosamente todas as alternativas, decidi correr o risco e
visitá-la. Sem avisar minhas intenções, simplesmente apareci à porta da casa dela um dia.
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Ele estava extremamente surpreso e perguntou por que eu tinha ido à sua casa. Estava
nervoso, mas por educação me deixou entrar. Já dentro da casa, vi sua coleção de armas de
fogo à mostra sobre uma parede. Embora eu nunca tivesse tido interesse em armas de fogo,
comecei a perguntar-lhe acerca da coleção – você não precisa saber muito a respeito de
algo para isso. Eu indaguei acerca dos tipos de armas que ele tinha, a variedade de usos, a
história de cada uma e como se interessou em colecionar armas.
Antes do final da tarde, ele havia me levado do lado de fora da casa para tentar
acertar um tiro ao alvo. Uma amizade, então, começou. Em pouco tempo, aquele homem
que tinha se oposto tão firmemente a que sua esposa freqüentasse a igreja adventista, agora
começou a freqüentá-la. Ele precisava de alguém que o ouvisse, que demonstrasse
interesse nele.

Como ouvir
Com que você ouve? A resposta obvia é: com os ouvidos. A seguir, estão algumas
dicas que poderão nos ajudar a relembrar como podemos nos tornar bons ouvintes.
Expressão da face. Se seus olhos estão distraídos pelo ambiente da sala, se a
expressão de sua face demonstra tédio, a pessoa com quem está falando não acreditará que
você a está ouvindo, não importa o que você diga.
Atenção. Conduza o diálogo para longe de você. Conscientemente relembre-se: “eu
estou interessado nesta pessoa. O que ela disser é importante para mim. Quero estar
sintonizado na sua freqüência individual e não na minha.”
Resposta. Os bons ouvintes fazem perguntas, induzem as pessoas a falar, analisam
de forma perspicaz não só o que a outra pessoa disse, mas, também o que ela quis dizer.
Bons ouvintes descobrem se entenderam a outra pessoa de modo correto repetindo o que
ela disse em outras palavras e perguntando se entenderam bem.
McDill diz:

Num mundo onde muito poucos ouvem com sincero interesse a outra pessoa, que achado
raro e bem-vindo seria um genuíno ouvinte. Para um cristão que busca entrar na vida de
uma pessoa, aqui está a chave: O ouvinte sincero diz com eloqüência “eu me importo com
você”. É uma questão de mudar deliberadamente o canal para conduzir a conversa ao
interesse da outra pessoa. Isso significa abrir mão do direito de falar de si mesmo.
Significa cultivar a habilidade de ouvir – olhar seu amigo nos olhos, prestar atenção ao
que ele diz, fazer perguntas pertinentes, balançar a cabeça mostrando compreensão, sorrir
e comentar brevemente.
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Making Friends for Christ, p. 59.

Hoje, se você quer ser um evangelista de sucesso, então precisa ouvir as outras
pessoas. Ouvir, na verdade, o ajuda de duas formas: a determinar a atitude e prioridades da
pessoa com quem você está lidando – um conhecimento essencial para ministrar de modo
efetivo o evangelho àquela pessoa-, e, em segundo lugar, auxilia a estabelecer um laço
profundo de amizade.
O segundo objetivo da visitação é capacitar você a avaliar os interesses.
Fazendeiros precisam tomar decisões constantemente. Como está o desenvolvimento do
grão? Quando estará pronto para a colheita? Que grão está maduro agora? Bons
evangelistas sabem como avaliar e determinar quando o “fruto” está maduro. Eles são
prudentes o suficiente para deixar “na vinha” um pouco mais aqueles que ainda não estão
prontos para a colheita. E é por meio da visitação pessoal que você pode verificar se os que
compareceram às reuniões estão sinceramente interessados.
Certa vez, trabalhei com um pastor que era extremamente empenhado em seu
trabalho. Cada semana gastava 55 horas além de sua jornada de trabalho comum. Mas, os
resultados não correspondiam aos esforços. Quando saía com ele para visitar as pessoas,
observava que faltava nele a habilidade de distinguir entre uma pessoa curiosa, uma pessoa
que estava apenas tomando seu tempo e um interessado genuíno.
Há muitos anos percebi que não poderia satisfazer todas as necessidades ou
responder todas as questões de todos que vinham às minhas reuniões. Então, conclui que
minha maior responsabilidade era descobrir onde Deus já estava trabalhando, quais os
corações o Espírito Santo já havia aberto, quais mentes Ele já havia preparado. Se você
gasta a maior parte de seu tempo e esforço com aqueles que não estão muito interessados
agora, perderá muitos que estão.

Como descobrir verdadeiros interessados


Como descobrir quem são os verdadeiros interessados? Permita-me compartilhar
um pouco dos critérios que eu uso. Primeiramente, as pessoas com interesse genuíno, em
geral, freqüentam regularmente às reuniões. Percebo, naturalmente, que alguns daqueles
que não vêm às reuniões podem estar sinceramente interessados. Contudo, os que são
mais interessados freqüentam assiduamente; e é para eles que dou prioridade máxima.
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Em segundo lugar, pessoas realmente comprometidas não são polêmicas – elas
fazem questionamentos inteligentes e ficam satisfeitas com respostas sensatas.
Em terceiro lugar, os verdadeiros interessados apresentam uma postura de otimismo
em relação às reuniões e aos estudos bíblicos. Se uma pessoa com a qual eu esteja
trabalhando tende a ser pessimista e a criticar demasiadamente as reuniões e as mensagens,
então eu não lhe dou prioridade. Geralmente, as pessoas comprometidas possuem uma
mente aberta e um desejo pela verdade. Elas querem saber aquilo que Deus requer delas.
Portanto, estão abertas para mudanças e dispostas a considerar novas idéias.
Em quarto lugar, um dos melhores testes para comprovar se um indivíduo está
realmente interessado é verificar o progresso espiritual que está tendo. O indivíduo
desistiu de alguma idéia que já tinha antes de ser ensinado sobre as verdades bíblicas?
Realizou qualquer mudança no estilo de vida? Renunciou algum hábito?
Os atuais estilos de vida das pessoas não determinam se são ou não verdadeiros
interessados. Alguns cristãos professos estão satisfeitos com sua presente experiência e não
desejam outras verdades. Por essas pessoas levarem uma vida moralmente correta, você
pode achar que estão verdadeiramente interessadas, mas é o contrário. Eu preferiria muito
mais estudar com pessoas cujo estilo de vida deixa muito a desejar, mas que o Espírito
Santo tem trabalhado em seus corações e estão abertas para o evangelho.
Certa vez, estudei a Bíblia com um homem que fumava sem parar enquanto estava
com ele. Freqüentemente, ele e a sua esposa tinham, cada um, uma garrafa de cerveja
também. Ligavam a TV para distrair as três crianças que choravam muito. Estudar a Bíblia
naquele ambiente era horrível. Mas, aquelas pessoas tinham um interesse espiritual
genuíno. Com o passar de semanas e meses, os maus hábitos foram abandonados. Em
passos lentos, porém firmes, eles foram caminhando em direção a Cristo.
Para avaliar o interesse dos que freqüentam as minhas reuniões, eu faço uma série
de perguntas que não são ameaçadoras, que as deixam abertas, amistosas e receptivas. As
perguntas são mais ou menos desse tipo: “Você está gostando do seminário?” “Você já
tinha freqüentado a um seminário igual a esse antes?” “O que mais tem impressionado
você?” “Você tem aprendido algo novo?” “Por causa do seminário você tem mudado
alguma coisa em sua vida?”
Ao fazer estas perguntas logo no começo em meu programa de visitação, posso
descobrir o que passa no coração e na mente dos interessados. Durante essas primeiras
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visitas, me preocupo em firmar a amizade e avaliar o interesse. Quando determino quem
são os mais interessados, eu os coloco no topo das minhas prioridades de atenção.
O terceiro objetivo da visitação eficiente significa que eu pretendo dar informações
corretas e apropriadas aos candidatos respondendo as perguntas que eles fazem.
Enquanto nas primeiras visitas faço perguntas para induzir os candidatos, com o decorrer
das reuniões, fico interessado especialmente em responder às perguntas que surgem na
mente dos meus candidatos. Ellen White avalia que:

Muitos obreiros fracassam em sua obra, porque não se põem em contato íntimo com
aqueles que mais necessitam de seu auxílio. Com a Bíblia na mão, deveriam buscar, da
maneira mais delicada, conhecer as objeções que há na mente dos que estão começando a
indagar: "Que é a verdade?" João 18:38. Cuidadosa e suavemente ele os deveria conduzir
e educar, como discípulos numa escola.
Obreiros Evangélicos, p. 190.

Jesus alcançava as almas porque estava familiarizado com seus problemas. Seus ensinos
eram adaptados a situação de seus ouvintes. Ele entendia a objeção que havia em suas
mentes.
Obreiros Evangélicos, p. 290.

Ela afirma também:

O pastor deve conhecer a natureza das dificuldades nas mentes do povo para que esteja
apto a dar a cada um a porção necessária no devido tempo.
Manuscritos 4, 1893.

Perguntas de diagnóstico
A arte de fazer perguntas de diagnóstico é absolutamente essencial para descobrir
as dúvidas dos candidatos em potencial e lidar de forma efetiva com objeções.
O quarto objetivo está estreitamente relacionando ao terceiro. Ao fazermos visitas,
devemos não apenas informar corretamente o candidato respondendo às suas perguntas,
mas devemos considerar e desarmar as objeções que possam surgir.
Quando visito uma pessoa que acaba de ver uma apresentação sobre a volta de
Cristo, devo fazer as seguintes perguntas: “Você já ouviu alguma exposição sobre a
segunda vinda de Jesus como a que foi feita em nossa reunião a noite passada?” “A
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mensagem ficou clara para você ou tem alguma pergunta?” “O que acha do que ouviu?”
“Isso faz sentido para você?”
Essas perguntas não são ameaçadoras. Não são sobre o que a pessoa irá fazer a
respeito do que aprendeu, nem pedem que façam um compromisso ou que mudem seu
estilo de vida. Antes de pedirmos à pessoa que dê esse tipo de resposta objetiva, devemos
descobrir o que ela sabe sobre o assunto e quais suas convicções.
Questões apropriadas para se fazer após uma apresentação de Jesus como o
Salvador do mundo podem incluir: “Você vê Jesus como um profeta, uma figura histórica,
um mestre religioso ou vê Jesus como o divino Filho do Deus vivo, aquele que lhe oferece
a vida eterna?” “Você foi criado num lar cristão?” “Sempre foi cristão”? “Está claro para
você que Cristo é o Messias do mundo?”
Após a apresentação do sábado, você pode perguntar: “Essa á a primeira vez que
você ouviu sobre o sábado bíblico?” O sábado é novo para você?
As perguntas de diagnóstico não têm o objetivo de estimular ação. São
especialmente designadas para descobrir o que a pessoa sabe, suas atitudes e convicções.
Se as perguntas de diagnóstico forem usadas de maneira apropriada, podem ser uma grande
ajuda ao evangelista.
No entanto, as perguntas de diagnóstico devem ser usadas com cautela. Se são
estruturadas de forma que contenham a resposta na pergunta, ou se as perguntas tentam
impelir uma atitude, podem formar um preconceito na pessoa. Por exemplo, a pergunta:
“Não é maravilhosa a verdade sobre o sábado?” pode ser um tanto ameaçadora. Ao
perguntar isso, já afirmei que o sábado é uma verdade. Com isso, não posso saber se a
pessoa acredita ou não. Também afirmei que é maravilhosa a verdade sobre o sábado. Se
ela está trabalhando no sábado ou se é um cristão que guarda o domingo, não irá achar essa
verdade maravilhosa agora. Não estou dizendo que esta não seja uma pergunta legítima,
mas que ela está sendo feita de forma errada para o momento.
O último objetivo de nosso programa de visitação é encorajar decisões. Podemos
passar para esse estágio somente quando realizamos cuidadosamente os outros quatro:
estabelecemos relacionamentos, avaliamos interesses, informamos bem nossos candidatos
respondendo suas indagações e já consideramos suas objeções.

Como encorajar decisões


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Nesse processo de encorajar decisões de forma efetiva, mantenho em mente três
perguntas. Primeira, qual é o conhecimento prévio da pessoa? Segunda, qual é a sua
compreensão atualmente? E terceira, ela está pronta para comprometer-se de forma
positiva?
Suponhamos que seja a segunda semana de nosso seminário evangelístico. Estou
visitando uma pessoa logo após ter apresentado as boas novas na reunião pública. Em
minha visita, reviso os elementos essenciais da salvação. Meu desejo é, primeiramente,
descobrir seu conhecimento prévio. O que ela conhece do caminho para a salvação. Eu
perguntaria algo como: “Você sempre foi cristã?” ou “Você cresceu num lar cristão?”
Segundo, quero avaliar o conhecimento que ela tem agora. Essa pessoa se vê como
uma cristã/cristão ou não? Perguntas adequadas seriam: “Está claro para você que Cristo é
mais que um bom homem, mais que um profeta, mais que um mestre religioso?” “Você
compreende que Cristo é o divino Filho de Deus?” “Está claro para você que Cristo lhe
ofereceu a vida eterna pessoalmente?”
E, terceiro, se essa pessoa não fez um compromisso significativo com Cristo, eu
tentaria conduzi-la a isso. Poderia perguntar, “Há alguma razão de você não querer
entregar sua vida a Jesus Cristo agora?” ou, “Gostaria de dizer a Jesus que você está lhe
entregando sua vida e que hoje você quer receber o dom da vida eterna?” “Existe algo que
está entre você e essa decisão?”
Observe o desenrolar de nossa visita. Conversamos sobre conhecimento prévio,
compreensão atual e compromisso para o futuro. Esse padrão pode ser seguido com relação
ao sábado. Imaginemos que é a quarta semana de um seminário sobre Apocalipse. Eu
apresentei o sábado. Dentro de 48 horas depois, tento visitar cada pessoa que ouviu sobre
isso. Eu esclareço a doutrina do sábado no contexto de um relacionamento caloroso e
amável.
Faça perguntas como: “Já tinha ouvido falar do sábado bíblico antes?” “O sábado
era totalmente novo para você?” “Está claro para você que o sábado, o sétimo dia da
semana, é o dia de descanso e adoração a Deus?” “Você tem alguma pergunta sobre o
sábado?”
Após falarmos bastante sobre o sábado, pergunto: “O que significaria para você,
pessoalmente, decidir guardar o sábado? Imaginemos que fosse guardá-lo. Teria problemas
por causa do seu trabalho? Isso traria conflitos com sua família? O que isso significaria
para você?”
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Após discutirmos isso, pergunto: “Se Jesus estivesse aqui pessoalmente e
declarasse: ‘Se você me ama, guarde os meus mandamentos’, o que você faria?” Há pouco
tempo na Inglaterra, passei por esse processo com um anglicano. A verdade sobre o sábado
era nova para ele, apesar de estar convencido de que era uma verdade bíblica. Ao
reconhecer que aceitá-la significaria mudar de igreja, ficou extremamente resistente. Não
estava muito disposto a fazer isso.
Então perguntei: “Se Jesus estivesse aqui e dissesse ‘Se você me ama, guarde os
meus mandamentos’, e se o próprio Jesus lhe convidasse a guardar o sábado, o que você
Lhe diria?”
Confuso e preocupado, pensou por um momento. E então, disse: “Mark, se Jesus
me convidasse a guardar o sábado, acho que eu o faria.” Imediatamente, respondi:
“Oremos juntos e peçamos a Jesus que torne clara Sua vontade para você”.
Ajoelhamo-nos, oramos, e dentro de uma semana esse irmão estava guardando o
sábado. Foi batizado. Ao ser confrontado com a pergunta: “O que você faria se Jesus
estivesse aqui e lhe pedisse para guardar o sábado?”, ele foi levado a uma decisão e ao
comprometimento.
Nessa altura da visitação, às vezes faz-se necessário fazer perguntas diretas.
Perguntas expressadas com amor podem estimular a pessoa a uma atitude. O desejo de
obedecer a Cristo levará muitos cristãos comprometidos a seguirem a verdade. Quando
entenderem que Jesus e Sua verdade são inseparáveis, estarão prontos para tomarem
decisões para a vida.
Há pessoas que não farão um compromisso pessoal com Cristo e Sua verdade a
menos que você vá visitá-los em suas casas. Os evangelistas mais bem-sucedidos são
aqueles que percebem o imenso valor da visitação pessoal. É impressionante o que o Santo
Espírito pode fazer no coração e na vida quando visitamos as pessoas em suas casas.
Evangelistas bem-sucedidos olham para as pessoas com o olhar de Cristo. Eles
vêem o potencial de fé em cada indivíduo. Reconhecem que quando as pessoas vão às
reuniões públicas, têm suas dúvidas dirimidas com as visitas pessoais e são conduzidas a
um comprometimento sério com Jesus e sua verdade; elas experimentarão mudanças
miraculosas.
Evangelistas bem-sucedidos crêem que Deus está trabalhando na terra, edificando
Seu reino no coração de homens e mulheres. Crêem que muitos, e até improváveis
candidatos, serão ganhos através de seus esforços. Jesus viu potencial num desonesto
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cobrador de impostos, Zaqueu. Viu potencial num endurecido soldado romano, num
homem endemoninhado e numa adúltera. Jesus gastou tempo com um ofensivo pescador
chamado Pedro, um líder religioso da oposição, chamado Nicodemos e um jovem ladrão
que pendia na cruz ao seu lado.
Jesus falou da salvação a homens e mulheres individualmente. Ele confrontou-os
com as reivindicações do Eterno. Cristo viu homens e mulheres não como eram, mas em
que poderiam tornar-se quando refinados e enobrecidos por Sua graça. Na proclamação
pública e visitação pessoal, o poder do Espírito Santo fluiu através de Jesus e tocou a vida
das pessoas. Ele via potencial em cada indivíduo que encontrava.
Em um janeiro, minha esposa e eu ministramos um seminário sobre saúde numa
das cidades da costa leste dos Estados Unidos. Uma mulher que começou a freqüentar as
palestras veio um dia com um chapéu velho de lã que cobria também suas orelhas e um
sobretudo muito gasto e desbotado. Notamos que após as aulas de nutrição, ela vasculhava
as latas no lixo em busca de comida, e freqüentemente levava três ou quatro pratos cheios
de comida para casa.
Parecia uma candidata muito improvável para as verdades espirituais que tínhamos
a apresentar-lhe. Mas, um jovem muito compassivo, da nossa equipe evangelística, passou
tempo conhecendo-a melhor. Ele tomou a iniciativa de visitar essa mulher e seu marido na
casa deles. Logo, se tornaram amigos. Como resultado, eles aceitaram seu convite para
freqüentar nossas reuniões evangelísticas. No entanto, quando as reuniões terminaram,
ainda não estavam preparados para o batismo. O histórico desse casal era tão pobre
espiritualmente falando, que necessitavam de atenção pessoal extra.
Cerca de um ano depois, visitei aquela cidade e fiz um sermão num encontro de
jovens naquela mesma igreja. Durante o serviço de cântico, a qualidade da música me
impressionou. Notei principalmente a pianista – uma mulher de meia-idade muito bem
vestida. Então, olhei novamente. Mal podia acreditar! A pianista era a mulher que tirava
comida do lixo há um ano! Que crescimento assombroso em apenas um ano. Ela agora
fazia parte da igreja e participava do encontro de jovens com seu talento musical.
Nossas reuniões públicas não foram suficientes, mas um dos jovens de nossa equipe
reconheceu a importância da visitação de casa em casa, de complementar a apresentação
pública com visitação pessoal. Ele viu o potencial dessa mulher.
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Você tem essa visão? Você entende que deve combinar trabalho pessoal com
proclamação pública? Este é o ingrediente que falta no nosso evangelismo. Se utilizado,
pode fazer toda a diferença entre o sucesso e o fracasso.

Relatório de Estudo Contínuo

1. Para ser bem-sucedido na visitação deve-se ser um bom ouvinte. Resuma o que
significa ser um bom ouvinte.
2. Identifique os padrões de atitude e comportamento que você encontra num
verdadeiro interessado.
3. Escreva uma série de perguntas de diagnóstico que levem seus interessados a
decisões com respeito aos seguintes assuntos:
a. Aceitação de Jesus como Salvador;
b. O sábado;
c. A condição dos mortos.
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Apelos:
Aumentando os Resultados

Há alguns anos, Robert L. Boothby liderou uma grande campanha evangelística na


cidade de Washington. Alguns jovens pastores adventistas trabalharam nessa campanha,
aprendendo a arte de evangelizar. Uma noite após a reunião, um dos jovens pastores
encontrou o ancião Boothby no corredor. Ele perguntou, “Senhor Boothby, qual é o
segredo do sucesso em levar pessoas a tomar decisões por Cristo? Como posso tornar meus
apelos mais eficazes? Por que o senhor consegue levar tantas pessoas a tomar decisões por
Ele, enquanto eu consigo apenas algumas?”
Boothby pensou por um instante, e então de modo gentil, mas muito determinado,
perguntou, “Caro jovem, você não espera que as pessoas tomem decisões cada vez que
prega, não é?”
O jovem pastor respondeu, “Não todas as vezes, senhor Boothby, mas eu gostaria
de fazer com que mais pessoas tomassem decisões em vista do que eu tenho conseguido
até agora, e é por isso que eu vim aqui essa noite”.
Rapidamente Boothby respondeu, “Enquanto você não pregar com a esperança de
que as pessoas tomem a decisão na mesma noite, você terá poucas decisões”.
Quanta sabedoria! Deus colocou em cada auditório pessoas que estão prontas a
tomar decisões. O propósito da pregação não é simplesmente passar informações ou
esclarecimentos. O desígnio de um sermão evangelístico é guiar homens e mulheres a
tomar decisões por Cristo. Fazer apelos é essencial para atingir o propósito da pregação
evangelística. É algo bíblico; é parte do plano de Deus para salvar a humanidade. Até
mesmo o próprio Deus apelou ao rebelde Adão no Jardim do Éden, quando perguntou
ternamente, “Onde estás?” (Gn 3:9). Quando o povo de Israel se rebelou abertamente
contra Deus, Moisés o chamou à decisão. Ele disse diretamente, “Quem é do Senhor venha
até mim” (Ex 32:26). E também Josué deu a oportunidade a Israel de decidir quando disse,
“Escolhei hoje a quem sirvais” (Js 24:15). Jesus chamou homens e mulheres publicamente.
E, quando o Espírito de Deus se manifestou através de Cristo, tocando a mente e o coração
dos homens, estes confirmaram sua fé abertamente. Chamou Mateus quando estava
ocupando o cargo de coletor de impostos em meio a seus amigos. Chamou Pedro quando
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estava remendando as redes de pesca próximo ao mar da Galiléia. Chamou Zaqueu quando
este estava sentado sobre o galho de uma árvore que respondeu abertamente, afirmando sua
fé em Cristo. Mesmo quando a multidão se aglomerava em torno de Jesus, Ele chamou
uma mulher ao comprometimento quando perguntou: “Quem me tocou?” Você já pensou
por que Jesus fez esta pergunta, ou mesmo o motivo pelo qual queria que a mulher
respondesse publicamente? Será que ele não a estava pressionando? Será que essa pergunta
não a deixou envergonhada? Jesus sabia que “a expressão aprofunda a impressão”. Sabia
que quando homens e mulheres declaravam sua fé publicamente, esta era fortalecida. A
respeito de Paulo, encontramos em Atos, “E todos os sábados discorria na sinagoga,
persuadindo tanto judeus como gregos” (At 18:4; veja também Atos 19:8). Quando os
apóstolos discutiam sobre as verdades da Palavra de Deus com as pessoas, eles também as
chamavam à decisão. O propósito deles não era apenas proclamar a mensagem, mas
convencê-las, e não apenas convencê-las, mas convertê-las. O propósito da pregação é
levar à decisão. O Dr. Charles W. Koller observa:

O maior teste de toda pregação é o que acontece com aquele que está sentado no banco da
igreja. Para João Batista. foi dada a maior de todas as recompensas a um pregador do
Evangelho: quando eles o ouviram, seguiram a Jesus.
Expository Preaching Without Notes,
(Pregação Expositiva sem Anotações), p. 19

O contraste entre a pregação evangelística e as palestras


Tenho me envolvido no evangelismo de conferência por muitos anos. Durante esse
tempo, minha esposa e eu temos realizado muitos tipos de palestras e cursos: Como Deixar
de Fumar em Cinco Dias, palestras sobre estresse, paternidade, nutrição e cursos sobre
Daniel e Apocalipse. Apesar de sua natureza bíblica e cristocêntrica, as palestras sobre
saúde têm uma característica menos “apelativa” do que as conferências religiosas. Tenho
notado que em palestras é difícil fazer apelos que demandem respostas públicas.
Certamente, é possível perguntar sobre a decisão dos participantes e pedir que eles
levantem as mãos em reposta ao apelo. E, se a palestra ou curso for um tanto longo, pode-
se até mesmo pedir para que estes fiquem em pé. Mas, me parece que a atmosfera nestas
programações é um pouco diferente da atmosfera da reunião evangelística pública.
Durante o apelo numa campanha evangelística, todos os elementos de decisão de um
indivíduo são colocados em foco. A pregação e a música evangelísticas criam as
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circunstâncias para que o Espírito possa trabalhar no coração das pessoas e guiá-las à
decisão. As palestras geralmente não oferecem esse tipo de circunstância.
Os seres humanos possuem características físicas, mentais, emocionais e espirituais.
Qualquer tentativa que foque em alcançar as pessoas principalmente por meio do intelecto
– o que as palestras naturalmente tendem a fazer – perderá um grande número de pessoas.
Alguns poderão argumentar que o público da campanha evangelística é muito emotivo.
Eles acreditam que as decisões devem ser feitas apenas pelo intelecto, e que emoção não
tem nada a ver com decisão. Mas, eu seguramente concordo que alguns chamados
dependem muito das emoções. É certo que há emoção demais em reuniões de evangelistas
que trabalham 20 ou 30 minutos com histórias de cunho emotivo, tirando vantagem de sua
audiência e manipulando suas vontades. Quando falo sobre apelar à pessoa como um todo,
não tenho esse tipo de apelo emocional exagerado em mente. Em vez disso, penso no tipo
de apelo que era freqüentemente feito nos primórdios da Igreja Adventista. Falando sobre o
movimento adventista de 1843 e 1844, Ellen White descreve o tipo de apelo que guiava os
pecadores à conversão sincera:

Freqüentemente o apelo era feito por aqueles que acreditavam nas verdades que eram
provadas pela Palavra, ..., e um grande número de pessoas respondia.
Evangelismo, p. 284

Preste atenção nos elementos dessa frase. O apelo foi feito para o intelecto –
aqueles que “acreditavam nas verdades que eram provadas pela Palavra” eram convidados
a se decidirem. A emoção tem um papel importante no processo de tomada de decisão, mas
isso não significa que ela guie à decisão. Billy Graham fala sobre o papel da emoção no
apelo:

Algumas pessoas nos acusam de emotividade exacerbada. Eu digo que nós temos pouca
emotividade. É por isso que estamos perdendo pessoas da igreja para outros interesses.
Nós não só precisamos fisgar a mente das pessoas, mas tocar seus corações. Nós temos
que fazer com que as pessoas experimentem a sua fé.
Billy Graham Speaks,
(Billy Graham Fala), p. 110

Spurgeon aconselhou jovens pregadores,


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Assim como o pecador tem uma mente, ele também tem um coração. Um pecador tem
emoções assim como pensamentos, e nós devemos apelar aos dois. Um pecador nunca
será convertido até que suas emoções sejam despertadas, e a menos que ele sinta pesar
pelo seu pecado.
Spurgeon the Soul Winner,
(Spurgeon, o Ganhador de Almas), p. 126

Apelos evangelísticos
Um apelo evangelístico tem poder para levar homens e mulheres a Cristo. Quando
um evangelista tem amor pelas almas e está cheio do Espírito de Deus, ele se coloca
perante uma audiência e apela aos ouvintes a renderem sua vida a Cristo, e o Espírito Santo
trabalha na mente de cada um.
Com seriedade e veemência, o evangelista deve dizer: “Deus está falando com você
esta noite. Você está ouvindo a Sua voz. Ele o está chamando. Esta noite Ele diz: Venha!
Não adie essa decisão. Jesus apela a você. Ele diz, ‘Eu amo você e quero perdoá-lo’. O
Espírito Santo impressionou o seu coração hoje à noite. Deus não falará com você tão
poderosamente quanto o fez nesta noite. Imagine os braços de Jesus. Eles estão abertos
para você. Jesus o está chamando aqui esta noite.”
“Ouça Sua voz chamando por você agora, ‘Meu filho, Eu amo você. Venha agora.
Venha com seus pecados. Venha com sua fraqueza. Venha com seus medos. Venha com
suas dúvidas. Nesta noite, quem quer que você seja – vendedor, dona de casa, operário,
empresário, estudante – venha para Jesus. Nesta noite, onde quer que você esteja, atrás ou
na frente, de um lado ou de outro deste auditório, venha para Jesus. Ele fala ao seu coração
nesta noite.”
“Venha agora, enquanto nós cantamos o belíssimo hino ‘Vem a Cristo, vem agora’.
Atente para o coro, ‘Vem, vem, confiantemente, a Jesus, o Senhor! ’ Se você quer dizer a
Jesus, ‘Eu confio em Ti, eu confio no Senhor agora’, venha, e venha agora.”
Há poder neste tipo de apelo. O Espírito Santo o usa para fazer as pessoas virem à
frente. Pessoalmente, acredito e uso os cartões de decisão, mas eles não funcionam com
algumas pessoas; eles passam por algumas delas a cada noite.
Há alguns anos, estava fazendo uma campanha evangelística em Pittsfield,
Massachusetts. Durante as conferências, freqüentemente usava os cartões de decisão.
Enquanto eram distribuídos, convidava as pessoas para marcarem a alternativa apropriada
caso a mensagem da noite tivesse ficado clara. Eu os encorajava a se comprometerem com
as verdades que aprendiam.
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Um homem que freqüentava nossas reuniões, cuja esposa era adventista, enfrentava
um problema com alcoolismo durante muitos anos. Fervorosamente, sua esposa pedia a
Deus pela alma de seu marido durante todo aquele tempo. A cada noite, ele vinha às
reuniões em respeito a esposa, mas mostrava pouco interesse. Eu observava que passava os
cartões para a pessoa mais próxima. Ele hesitava em se comprometer.
Durante as reuniões, ele não dava indicação de respostas positivas. Finalmente, no
final de uma das reuniões, fiz um apelo cheio do Espírito Santo. Quando o homem ouviu o
chamado, se levantou e veio até a frente. O Espírito de Deus o impressionou naquela noite.
Ele sentiu que aquela era a noite da decisão. Duvido que aquele homem tomaria alguma
decisão se eu tivesse usado apenas os cartões. Foi o apelo cheio do Espírito Santo, e o
Espírito trabalhando em suas emoções e em sua mente, que o levou à decisão.
Em outra ocasião, uma senhora me falou, “Pastor, quando pensei em tomar uma
decisão, eu resisti. Mas, durante o apelo, senti o chamado do Espírito Santo falando ao meu
coração. Não podia mais resistir, então me levantei”.

A Psicologia dos Apelos


R. J. Fish faz a seguinte observação sobre a característica psicológica do apelo:

A pessoa precisa ter a oportunidade de atender ao chamado do Evangelho. Alguém disse


muito bem certa vez que a impressão sem expressão pode levar à depressão. Pregar para
obter resposta ao apelo, mas falhar em dar a oportunidade do comprometimento pode
frustrar aqueles que ouvem as Boas Novas e fortalecer seu hábito de procrastinação.

Giving a Good Invitation,


(Fazendo um Convite Bom), p. 10

Ouvir a mensagem de Deus provoca no indivíduo a vontade de atendê-la. Se o


indivíduo não aceita porque não foi provida nenhuma maneira de ele aceitar, torna-se
muito mais difícil atender a outros chamados futuros.
Os psicólogos declaram que há uma correlação muito profunda entre a intenção de
agir e o comportamento real. Quanto mais forte a intenção de agir, mais provável se
tornará a ação. Mas, aqui está um ponto chave. O tempo é o fator principal que afeta a
ligação entre ação e decisão. Quanto maior o intervalo de tempo entre a vontade de decidir
e a ação, haverá menos chances de a pessoa tomar essa decisão.
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Sendo assim, apelar para as pessoas aceitarem a Cristo e lhes dar uma semana para
tomar a decisão é um erro terrível. Durante este intervalo, a eficácia do apelo irá diminuir.
Convidar pessoas que acreditam no sábado para irem à igreja já no próximo sábado
reforçará sua determinação e as guiará à decisão.
Pessoas podem ser levadas a tomar uma decisão tão logo elas 1) tenham
conhecimento suficiente para tomar essa decisão, 2) todas as suas maiores dúvidas tenham
sido esclarecidas, e 3) acreditem que isso é o que Deus quer que elas façam e estão
convencidas de que Deus está conduzindo-as para tomar a decisão. Quanto maior o lapso
de tempo entre ser convencido e tomar a decisão, menos são as chances de tomá-la.
Reconheço, certamente, que existe uma variedade de caminhos pelos quais as
pessoas podem responder aos apelos. Elas podem, por exemplo, preencher uma folha de
resposta ou cartão, levantar as mãos, ficar em pé ou vir à frente. Contudo, parece-me que
Deus fez a mente humana de tal maneira que uma resposta específica e visível é
fortalecedora e altamente benéfica para a maioria das pessoas.
Billy Graham tem uma coleção considerável de cartas de psicólogos que aprovam
seus apelos alternativos. Aparentemente, esses psicólogos reconhecem que os seres
humanos precisam expressar naturalmente suas convicções internas por meio de uma ação
externa.
Robert Summer conclui que toda a lógica é contra a que se diga a alguém para fazer
alguma coisa sem pressioná-lo a agir imediatamente (Carta para Al Street em 30 de junho
de 1981).

A. E. Grundstaff acrescenta,

Nada é mais cruel e perigoso ao desviar a religiosidade das pessoas que prepará-las para
uma decisão e falhar em convidá-las a registrar essa decisão.
The effective Invitation,
(O Convite Efetivo) p. 146

Outro fator psicológico a ser considerado ao apelar a indivíduos para tomarem uma
decisão pública é este: quando um indivíduo age com base numa dada atitude, a atitude é
fortalecida. Isso é, de fato, uma das razões básicas por que Deus nos deu a liturgia da
igreja. Quando relembramos a morte de Cristo na Santa Ceia, isso impressiona
profundamente nossa mente sobre o significado da cruz. Quando homens e mulheres fazem
77  
 
um comprometimento público com seu Senhor no batismo, a ressurreição toma lugar no
seu coração e na sua vida. A liturgia da igreja é mais que simbólica. Ela é rica; é uma
experiência dinâmica na vida do crente. Quanto mais agimos de uma determinada forma,
mais profundas serão nossas convicções.
Tempos atrás, foi feito um estudo sobre valores morais em uma escola infantil. Um
aspecto do estudo tinha a ver com colar. No início do ano, estudantes fizeram um teste para
determinar suas atitudes contra os que têm esse hábito. Entre outras coisas, o teste
perguntava que punição as crianças pensavam que os alunos que colavam deveriam
receber. Todas as crianças foram muito rigorosas. Algumas fixaram pesadas multas
financeiras, algumas determinaram surras e outras, expulsão da escola.
Aproximadamente na metade do ano, os pesquisadores realizaram um teste que foi
especialmente desenvolvido para tornar fácil a cola, e algumas crianças colaram. No final
do ano, foi dado às crianças o mesmo teste que elas haviam feito no começo do ano. Então,
as pontuações dos dois testes foram comparadas com o teste dado durante o ano para
determinar se havia alguma relação entre o ato da cola e as atitudes das crianças com os
“coladores”. Os pesquisadores descobriram que no final do ano, aquelas crianças que
haviam colado no teste foram muito mais inclinadas a ter complacência com os
“coladores” em relação ao resultado do começo do ano.
Há muito sabemos que as atitudes afetam as ações. Agora, vemos que as ações
também afetam as atitudes. Se você deseja que alguém acredite em algo específico, forneça
oportunidades para ela agir em harmonia com essa crença. Essas ações intensificam e
fortalecem a crença. A pessoa que acredita que guardar o sábado é certo, reconhece essa
crença publicamente e então começa a segui-la, tem uma crença mais forte e um
comprometimento mais profundo que uma pessoa que acredita, mas não faz nada a
respeito. Psicologicamente, quanto maior e mais repetida a ação, mais profundamente
arraigada será a atitude. Uma vez, vi um desenho que mostrava um homem abraçando sua
esposa e beijando-a repetidamente. Na legenda lia-se, “Amo você. Amo você. Amo você.
Amo você”. Então uma pequena tira dizia, “É isso aí, agora estou convencido.” O ato de
beijar sua esposa aprofundou o amor em seu coração. Ele a amava mais após beijá-la do
que antes.
78  
 

Elementos Essenciais num Apelo


Isso nos direciona a uma questão prática importante: Como deve ser feito um
apelo? Quais são os elementos essenciais num chamado ao comprometimento?
Spurgeon diz que o elemento mais importante num apelo é a sinceridade de quem o
faz. Os ouvintes devem perceber que você acredita que o apelo é importante, que você está
sendo sincero sobre isso, que Deus deu a você uma mensagem urgente.
Antes de Billy Graham ir para a Escócia, disseram-lhe que era impossível realizar
um apelo ali. Ele foi advertido, “Ninguém irá responder.” Em seu sermão, ele esforçou-se,
imaginando o que fazer. Ao aproximar-se da conclusão, sob a orientação do Espírito Santo,
fez um apelo direto. A princípio, ninguém se moveu. Como freqüentemente fazia, Graham
ficou em pé, cabeça inclinada para baixo, orando. Era como se ele estivesse ligado ao Todo
Poderoso.
Levantando sua cabeça, olhando aquele grande estádio, ele notou centenas de
pessoas vindo à frente. Os ministros escoceses sentados na plataforma tinham lágrimas em
seus olhos, percebendo que seu apelo sincero e reverente tinha tocado corações.
O apelo não deve ser somente sincero e reverente, ele deve ser claro. Leighton Ford
diz:

Quando eu peço às pessoas para virem à frente no final da reunião evangelística, tento
tornar claro o que estou pedindo a elas. No início do sermão, digo algo como, “Esta noite,
no final do meu discurso, pedirei a vocês que façam algo que expressem sua decisão.
Pedirei a vocês para levantar e ficar em pé aqui à frente. Essa é uma expressão exterior de
uma decisão interior. Assim como quando fazemos uma promessa a alguém, dizemos que
iremos cumpri-la e apertamos as mãos; assim como um jovem casal que se ama quer dar-
se um ao outro e, então, abertamente, expressam seu pacto em uma cerimônia de
casamento, estou pedindo a vocês para expressarem o seu vindo à frente. Vir para cá não
faz de você um cristão. Você pode vir aqui milhares de vezes e isso pode não fazer
diferença se for só isso. Porém, se você vem aqui e diz em seu coração, “Deus, venho até
Ti e deixo para trás coisas erradas e pecaminosas; acredito em Cristo como meu Salvador
e estou vindo para segui-Lo em Sua igreja desta noite em diante”, isso faz diferença.
The Evangelistic Invitation, Leadership,
(O Convite Evangelista, Liderança), outono de 1984.

As pessoas precisam entender o que o convite significa e o que não significa. O


chamado tem que ser claro. Você está convidando pessoas a aceitar Cristo? Então diga.
Você está convidando-as para se prepararem para a segunda vinda de Jesus e a
79  
 
abandonarem algum hábito pecaminoso? Diga-lhes! Você está convidando pessoas que
uma vez conheceram a Cristo a voltarem para Ele? E aqueles que já foram adventistas,
estão sendo convidados a retornar? Se você está convidando pessoas para guardarem o
sábado, desistirem de alimentos impuros, serem batizadas, deixe isto bem claro. Certifique-
se de não incluir muitos grupos em um único apelo.
Um de meus apelos típicos é algo como: “Se você nunca aceitou Cristo, convido-o
a tomar essa decisão hoje. Se você aceitou Cristo uma vez e desviou-se, ou permitiu que
algum pecado controlasse sua vida, venha.”
Esse chamado é eficaz principalmente no início de séries evangelísticas. Mais tarde,
meu apelo pode ser: “Se você acredita que tenha ouvido a verdade de Deus e está
convencido de que Deus quer que você O obedeça e você quer dizer: ‘Sim, Jesus, vou a
todos os caminhos contigo e sigo a Tua verdade’, convido-o agora a sair do seu lugar e vir
à frente.”
Para que um apelo tenha resultado, o evangelista deve ter um senso de urgência.
Ele tem que acreditar que existem pessoas na audiência que atenderão o seu apelo naquela
mesma noite. Em cada sermão, apelos fervorosos devem ser feitos para levar as pessoas a
abandonarem seus pecados e se voltarem a Cristo. Há algo no evangelista com um senso de
urgência que Deus pode usar para capacitar audiências a atenderem o apelo.
Em 8 de outubro de 1871, Dwight Moody pregou um sermão intitulado “O que
devo fazer com Jesus”? Na conclusão do sermão Moody disse, “Quero que você leve a
mensagem para casa com você esta noite e pense sobre ela. Na próxima semana, quando
retornar, convidarei você a tomar uma decisão por Cristo.” Então, Ira Sankey começou a
cantar, “Hoje o Salvador te chama a voar para o refúgio; a tempestade da justiça cai e a
morte se aproxima.”
Sankey não terminou o hino. Enquanto estava cantando, o barulho das sirenes dos
carros de bombeiros ecoava na rua. Antes do amanhecer, Chicago estava em cinzas. No dia
de sua morte, Moody arrependeu-se de haver dito à congregação para voltar na próxima
semana e decidir o que fazer com Jesus. Ele disse:

Eu nunca mais ousei dar à audiência uma semana para pensar em sua salvação desde
então. Se aquelas pessoas se perderam, poderão voltar-se contra mim no juízo final.
Nunca mais vi aquela audiência. Nunca mais irei encontrar aquelas pessoas novamente,
até reencontrá-las em outro mundo, mas quero lhe contar de uma lição que aprendi
naquela noite da qual nunca esqueci, é que, quando prego, apresento Cristo às pessoas ali
80  
 
mesmo e tento conduzi-las à decisão de imediato. Preferiria ter minha mão direita cortada
ao ter dado a uma audiência uma semana para decidir o que fazer com Jesus.

O Pastor Evangelista
(The Shepherd Evangelist), p. 186, 187.

Essa urgência nos apelos permite ao Espírito Santo trabalhar energicamente nos
corações e mentes.
Um ministro estava se preparando para pregar aos presidiários de uma instituição
penal. Na tarde anterior à pregação, ele visitou o lugar. O carcereiro mostrou-lhe o local, e
terminaram o passeio na capela – um grande auditório de aproximadamente 1.500 lugares.
“Amanhã estará repleto”, disse o carcereiro.
Dois assentos na primeira fila foram decorados de preto. Quando o pregador
perguntou sobre eles, o carcereiro respondeu, “Os dois homens que ocuparão esses
assentos amanhã estão sob pena de morte. Na segunda-feira, eles irão para a cadeira
elétrica.”
“Sob pena de morte,” repetiu o pastor silenciosamente. Então, disse, “Devo
entender que esse será o último culto ao qual assistirão?”
“Sim, senhor,” foi a resposta. “Seu sermão será o último que eles irão ouvir.”
O pregador viu tudo que queria. Agora, precisava encontrar um lugar para ficar
sozinho e pensar. Quando chegou em casa, foi ao seu escritório, pegou o sermão que tinha
preparado, revisou-o e rasgou-o. “Isso é inútil,” disse ele. “Não atende à necessidade.”
Então, caindo de joelhos, orou, “Deus, dê-me uma mensagem para os dois homens
que irão sentar naqueles lugares decorados em preto.”
Irmãos existem lugares decorados em preto em todas as audiências. Toda a vez que
pregamos, estamos olhando nos olhos de homens e mulheres que serão julgados. Estamos
falando para pessoas que estão sob pena de morte.
Se quisermos conquistar homens e mulheres para Cristo, nosso coração deve estar
cheio do Espírito Santo. Antes de o coração deles ser quebrantado em sofrimento pelo
pecado, nosso coração deve ser quebrantado em sincera confissão de qualquer coisa que
possa atrapalhar o derramamento do Espírito Santo em nós. Antes que possamos
efetivamente partilhar do Pão da Vida, nós próprios devemos recebê-lo da mão de Cristo.
Antes de levar pessoas à cruz, devemos vir para a cruz e compreender o terrível preço de
nossos pecados. Somente com nossos olhos ungidos com uma visão do iminente regresso
81  
 
do nosso Senhor é que podemos pregar a realidade de Seu regresso a outros. Nossa
habilidade para levar outros a optar por Cristo é diretamente proporcional à profundidade
do nosso próprio comprometimento.
Pastor, seu papel não é meramente provocar a curiosidade intelectual; seu papel não
é simplesmente ensinar a verdade. Seu papel é conduzir homens e mulheres a conhecerem
a Cristo, instruí-los nos princípios de Cristo e levá-los a tomarem a decisão ao lado de
Cristo. Nunca fique satisfeito com menos do que isso.

Relatório de Estudo Contínuo

1. Expresse suas convicções com relação ao uso da emoção nos apelos.


2. Qual o fator-chave que a maioria dos psicólogos sugere em relação às atitudes
interiores e algumas ações visíveis?
3. Escreva um apelo para o batismo no qual inclua os elementos de motivação,
convicção e benefícios. Certifique-se que seu apelo seja claro, específico, urgente e
centrado em Cristo.
82  
 

12
A Intercessão:
A Dinâmica da Oração

Mike estava com problemas. Na metade de uma série evangelística, três jovens
garotas que estavam freqüentando regularmente se aproximaram dele e avisaram:
“Estávamos procurando pela igreja adventista, mas ontem falamos com nosso pastor.
Queremos informá-lo de que não iremos voltar. Aqui estão as revistas e livros que vocês
nos deram.”
Quando Mike se dirigiu à sua casa após a reunião daquela noite, seus pensamentos
estavam em parafuso. O que podia fazer? Deveria visitar as garotas? Deveria ligar para
elas? A decisão delas parecia tão definitiva. Profundamente preocupado, dirigiu até a
igreja. Eram 22 horas. Ele abriu a porta e se sentou na escuridão do santuário. Ajoelhando-
se, uma chama ardeu nele ao pensar na situação das três garotas. Quando orava, rogando
sinceramente a Deus pela alma delas, uma paz veio sobre ele. Não sabia ao certo como
Deus iria operar, mas sabia que sua oração tinha sido atendida. Já era mais de meia-noite
quando entrou no carro e foi para sua casa.
Dois dias depois, no sábado, quando Mike estava cumprimentando as pessoas à
entrada da igreja, notou três garotas subindo cuidadosamente os degraus. Completamente
maravilhado, as cumprimentou. “Garotas! O que fazem aqui?”
Rapidamente responderam: “Apenas quisemos vir e visitar sua igreja. Tudo bem?”
Pelas próximas quatro semanas, Mike observou como Deus continuava
impressionando as garotas para voltarem às reuniões evangelísticas. Em breve, estavam
receptivas para os estudos bíblicos. Mais tarde, quando estavam em pé no tanque batismal
em New Haven, na Igreja Adventista de Connecticut, ele percebeu mais uma vez que o
poder para ser bem-sucedido como ganhador de almas está no nosso joelho, está em rogar
a Deus pela salvação das almas.
Recentemente, no programa de TV “Está Escrito”, entrevistei Larry Dorsey, ex-
chefe da equipe médica do Hospital Geral de Dallas. O doutor Dorsey estudou
profundamente o papel da oração intercessória na cura. Após revisar 130 pesquisas
médicas dos últimos 25 anos sobre o papel da oração intercessória na recuperação de
pacientes com doenças graves, ele concluiu que existe, cientificamente, uma dramática
83  
 
diferença quando se ora pelas pessoas. Se isso é verdade no campo da cura física, pense
quanto maior é no campo da cura espiritual – a conversão.

Oração + Fé = Almas

Há dois ingredientes essenciais na arte de ganhar almas. I João 5: 14-16 fala dos
dois:

E esta é a confiança que temos para com Ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a
Sua vontade, Ele nos ouve. E, se sabemos que Ele nos ouve quanto ao que Lhe pedimos,
estamos certos de que obtemos os pedidos que Lhe temos feito. Se alguém vir a seu irmão
cometer pecado não para morte, pedirá, e Deus lhe dará vida, aos que não pecam para
morte.

Essa passagem revela dois passos para sucesso em ganhar almas: oração
intercessória e fé.

A oração e a fé farão o que nenhum poder da Terra conseguirá realizar.

A Ciência do Bom Viver, p. 509

Faz parte do plano de Deus conceder-nos, em resposta à oração da fé, aquilo que Ele não
outorgaria se o não pedíssemos assim.
O Grande Conflito, p. 525

Ganhar uma alma não é como consertar um automóvel ou fazer um bolo com uma
receita, e qualquer que a siga será bem-sucedido. Não. Cada pessoa é diferente, e embora
haja princípios básicos que se aplicam a qualquer situação, precisamos da sabedoria de
Deus para aplicá-los. Do contrário, a mente não será impressionada; vidas não serão
transformadas.

A oração conferiu poder a Cristo


As Escrituras claramente revelam que o poder de Cristo veio da oração. Ele orou no
deserto da tentação quando o adversário lutava por sua alma. Ele orou à noite antes de
escolher seus discípulos, orou a noite toda antes de libertar de um demônio o filho de um
nobre. Ele orou no Getsêmani antes da cruz.
84  
 
Ganhadores de almas parecem às vezes pensar que estão ocupados demais para
orar. Jesus não.

À tarde, ao cair do sol, trouxeram a Jesus todos os enfermos e endemoninhados. Toda a


cidade estava reunida à porta. E Ele curou muitos doentes de toda sorte de enfermidades;
também expeliu muitos demônios, não lhes permitindo que falassem, porque sabiam quem
Ele era. Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto e ali orava.
Marcos 1:32-35

Com o pôr do sol, toda a cidade veio, clamando a atenção dEle. Que evangelista já
esteve mais ocupado? Mas, noites atarefadas não podiam impedir madrugadas de oração.
Havia poder à noite porque houve oração de madrugada.

A oração faz quatro coisas


Por que é necessário orar pelas almas? Deus já não quer ganhá-las? Não está Ele
fazendo tudo o que pode sem nossa oração? Muito da ciência da oração a mente humana
não consegue compreender. Isso não deveria desencorajar-nos. O fato de não entendermos
tudo sobre eletricidade, não nos impede de usufruir os benefícios da luz, do calor e do
poder elétrico. No final do século 19, não se sabia quase nada sobre a vitamina B, mas uma
pessoa que comesse pão integral recebia os benefícios da vitamina B assim como
recebemos agora. O ponto em questão é: não é necessário saber tudo sobre algo para poder
se beneficiar dela.
Apesar de nunca podermos compreender plenamente a ciência da oração, há quatro
razões pelas quais devemos orar pelas almas:
1. A oração permite que Deus fale a nós sobre nossos pecados que podem nos
impedir de sermos ganhadores de almas bem-sucedidos. Os israelitas tinham acabado de
ser derrotados por um homem de uma pequena cidade chamada Ai. Josué fez uma oração
sincera pela situação, e Deus disse: “Levanta-te! Por que estás prostrado assim sobre o
rosto? Israel pecou... pelo que os filhos de Israel não puderam resistir aos seus inimigos”
(Js 7:10-12). O poder de Deus foi limitado porque havia pecado entre o seu povo. Ele usou
a oração de Josué como uma oportunidade para falar a ele sobre isso.
Com muita freqüência, quando você e eu oramos pelos outros, Jesus impressiona
nosso coração com a necessidade de se ter um relacionamento mais íntimo com Ele. Na
atmosfera da oração, Jesus sonda nossos pecados. Dizemos: “Oh, Senhor, nunca me vi
dessa forma antes. Se é assim que eu sou, se minha amargura, meu ciúme, meu orgulho
85  
 
estão se interpondo entre mim e Ti, oh, Senhor, tire isso de mim para que possas
testemunhar de forma efetiva através de mim para ganhar aquela alma.”
2. A oração aprofunda nosso desejo com relação ao que estamos orando. Uma das
razões por que Jesus não trabalha imediatamente numa alma assim que oramos, é para nos
ajudar a chegar a uma harmonia tal com Ele, que trabalharemos mais com Ele pela
salvação dessa alma. Quanto mais oramos pela salvação de uma alma, mais desejamos que
isso aconteça. Quanto mais desejamos isso, mais iremos buscar oportunidades de alcançar
aquela pessoa.
3. A oração nos coloca em contato com a sabedoria divina. O único que é
realmente sábio o suficiente para salvar almas é Deus. “Se, porém, algum de vós necessita
de sabedoria, peça-a a Deus.” (Tg 1:5). Isaías 50:4, ao profetizar a respeito de Jesus, diz:
“O Senhor Deus me deu língua de eruditos, para que eu saiba dizer boa palavra ao
cansado.” Só Jesus nos dá língua de eruditos. Ele revela as palavras certas para dizermos as
pessoas. Sem Sua sabedoria, podemos ter chaves, mas não sabemos quais usar. É a
sabedoria de Jesus que escolhe a chave certa que irá encaixar em cada coração e abri-lo
para receber os tesouros do evangelho.
4. A oração faz com que Deus trabalhe mais poderosamente do que se não
orássemos. O capítulo 10 do livro de Daniel conta a história de como suas orações subiram
aos céus sem resposta aparente por três semanas. Mas, ao final das três semanas, Gabriel
explicou a Daniel que estava havendo uma grande batalha na mente de Ciro. Já os anjos
bons tentavam impedir os anjos maus para que Ciro pudesse tomar uma decisão certa. Os
anjos maus tentavam destruir os bons, para levar Ciro à escuridão. Quando Daniel orou,
essa batalha se intensificou. Finalmente, Jesus desceu, derrotou os anjos maus e deu a Ciro
uma oportunidade para tomar uma decisão inteligente. Israel foi libertado. A oração
intercessória de Daniel provou ser eficaz.
Deus não está fazendo tudo o que pode para salvar uma alma antes de orarmos por
ela? Sim. Mas, quando oramos, como fez Daniel, Deus pode fazer muito mais do que
antes. Deus escolheu voluntariamente limitar-se a Si mesmo no grande conflito entre o
bem e o mal. Ele escolheu não violar a vontade humana. Quando uma pessoa ora por outra,
isso O capacita a trabalhar na mente dessa pessoa muito mais, e com mais poder, do que
poderia se a oração não fosse feita.

Ore especificamente
86  
 
Esse assunto de orar por almas é uma tarefa individual. Não é simplesmente orar
por centenas de nomes de uma lista rapidamente, e então algo mágico irá acontecer. Há
algumas espécies que dão à luz a vários filhotes e filhos de uma vez. Um gambá, por
exemplo, pode dar à luz uma ninhada de doze ou mais. Não é assim com seres humanos.
Ocasionalmente, vemos gêmeos nascem, e até mesmo, com menos freqüência, trigêmeos
ou quadrigêmeos. Mas, a maioria dos nascimentos é de apenas um. E assim é com a
conquista de almas. Se quiser ganhar almas, comece com uma.
Observe o que diz Jó: “Ah! se alguém pudesse contender com Deus pelo homem,
como o Filho do Homem pelo seu amigo!” Esta é nossa obra, rogar a Deus pelas
necessidades específicas de João ou Maria ou José ou Alice. “Quanto a mim, longe de mim
que eu peque contra o Senhor, deixando de orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho
bom e direito” (ISm 12:23). Você tem uma lista de oração? Você está apresentando
homens e mulheres a Deus na oração? Ganhar almas é tarefa de Deus, não do homem. A
oração abre nossa mente e nosso coração para que sejam usados como canais para a obra
do Espírito Santo.

Ore em grupos
Além de orar sozinho pelas almas, observe a orientação que nos dá Jesus:

Em verdade também vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e
tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus. Porque onde estiverem dois
ou três reunidos em Meu nome, ali estou no meio deles.
Mateus 18:19,20
Ellen White acrescenta:

Por que não se reúnem dois ou três e instam com Deus pela salvação de determinada
pessoa, e, em seguida, oram a respeito de outra?
Testemunhos para a Igreja, vol. 7, p. 21.

Esses pequenos grupos de oração fornecem a base para o evangelismo bem-


sucedido. A obra da conversão não é natural, mas sobrenatural. Um vendedor pode
persuadir uma pessoa a comprar um carro novo. Empresas de publicidade podem levar um
indivíduo a comprar uma nova coleção de roupas. Um agente imobiliário pode despertar
numa pessoa o interesse por uma casa nova. Nessas vendas, as pessoas podem conseguir
87  
 
resultados seguindo certas técnicas; elas conseguem vender o produto. Pode até ser
possível para um ministro cristão persuadir uma pessoa a unir-se à igreja. Mas, somente
Deus pode trazer uma genuína conversão à alma. Um evangelismo de sucesso deve incluir
um ministério de oração.
Faça uma lista de oração de pessoas específicas, anotando o nome das pessoas e
peça a Deus a cada dia por elas. Se possível, escolha um parceiro de oração. Juntos,
bombardeiem os céus com suas orações. Deus responderá. Você se tornará um canal para
Suas bênçãos abundantes. O rio da água da vida será derramado através de você para
alcançar uma vida para o Reino de Deus.
O Novo Testamento revela que a explosão evangelística no livro de Atos foi
resultado do poderoso derramamento do Espírito Santo.
Uma vez que estamos vivendo nos últimos dias da colheita na terra, é essencial para
o sucesso de qualquer campanha evangelística que cada um de nós se consagre a Deus para
o serviço, que cada um esteja em harmonia e cheio do Espírito Santo.
Sem oração, a renovação espiritual é impossível. Quando evangelistas públicos se
unem a congregações locais numa abordagem integrada e coordenada para se ganhar
almas, orando pelo derramamento poderoso do Santo Espírito, Deus dará resultados fora
do comum. O Espírito será derramado e almas conquistadas para Cristo.

Relatório de Estudo Contínuo

1. Que relação há entre a oração intercessória e o grande conflito entre o bem e o


mal?

2. Que planos específicos estão agora em andamento em nossa igreja para


encorajar a oração intercessória?

3. Que planos para oração em grupo você gostaria de ver além desses?

4. A razão por que não oro mais do que já oro pelas almas é:
88  
 

13
Obstáculos:
Superando Maus Hábitos

Maria e João sentaram-se à minha frente aparentando profunda angústia. João foi o
primeiro a falar, “O que quer dizer nascer de novo?” Como você compreende a Bíblia? O
que significa novo nascimento? Os cigarros eram acesos quase tão rapidamente quanto
eram feitas as perguntas, e logo a sala se encheu de fumaça. Eu não teria considerado tais
questões tão incomuns se Maria e João não tivessem participado de uma série evangelística
completa, não tivessem tido um estudo bíblico completo e horas de discussão sobre o
significado do novo nascimento. João insistiu: “Nós acabamos de chegar ao ponto em que
sentimos vontade de abandonar toda essa coisa chamada cristianismo. Não entendemos
como vamos nos converter e o que significa nascer de novo. Quanto mais lemos, mais
ficamos confusos.” E acendeu outro cigarro.
Durante a conversa, fui entendendo cada vez mais que o problema maior não era
falha em compreender a Bíblia, a conversão ou o renascimento em Cristo. João e Maria
conheciam a verdade de Deus há mais de um ano e ainda não tinham conseguido vencer o
vício de fumar. Então, perguntei: “Vocês gostariam de desabafar os problemas espirituais
que agora estão enfrentando? Em sua opinião, qual o problema número um que está
atrapalhando vocês a terem uma experiência plena com Deus? Vocês têm algum hábito que
está impedindo esse relacionamento?
Quase sem hesitar, João apanhou o pacote de cigarros ao seu lado e disse: “Somos
fumantes. Queremos parar. Já tentamos, mas não estamos conseguindo!” Maria, séria,
concordou: “É verdade. Não estamos conseguindo.” A frustração dos dois era evidente;
eles não lutavam pela compreensão de um novo nascimento, mas, pela vitória contra um
hábito enraizado e persistente.

A cura está no agir com base nas Palavras de Cristo


Durante a conversa, pude refletir com eles: “O problema de vocês é grave! Quando
estudamos o Novo Testamento, encontramos pessoas que enfrentaram problemas até mais
sérios que o de vocês, problemas que eles também não foram capazes de enfrentar
sozinhos. No capítulo 5 de João, a Bíblia nos conta a história do homem no tanque de
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Betesda. Ele viveu paralitico por 38 anos. Ele estava desanimado e sem esperança. Então,
veio Jesus e perguntou: “Você quer realmente ser curado?”
“Eu acredito que ele faria uma pergunta parecida a vocês. Querem realmente deixar
de fumar? Vocês realmente escolhem abandonar o vício do fumo? O homem paralítico deu
sua desculpa no versículo 7: “Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando
a água é agitada; pois, enquanto eu vou, desce outro antes de mim”. Em outras palavras:
“Eu quero, mas não consigo.”
“Jesus respondeu no verso 8: ‘Levanta-te, toma o teu leito e anda’. Cristo não disse
ao homem ‘Sua doença está curada, levanta-te, toma o teu leito e anda’. Isto foi necessário
para que o homem exercitasse a sua fé no poder operante e miraculoso de Jesus antes que o
milagre acontecesse. Não foi a fé de que ele poderia curar a si mesmo, não foi a fé de que,
se sua crença fosse grande o suficiente, a doença o deixaria, mas a fé de que era verdade o
que Jesus Cristo tinha dito.”
“O paralítico acreditou que poderia caminhar se Jesus assim o dissesse. Está escrito
no versículo 9: ‘Imediatamente, o homem se viu curado e, tomando o seu leito, pôs-se a
andar’. Ele acreditou ser verdade aquilo que Jesus havia dito e agiu com base em Suas
palavras, apesar de tudo ao seu redor indicar que ainda estava doente. Quando agiu
mediante a Palavra de Cristo, foi curado.”

Os mandamentos de Cristo contêm seu poder para cumpri-los


Continuei, “Maria e João, eis aqui a chave para vocês deixarem de fumar. A Bíblia
diz ‘pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que
o visível veio a existir das coisas que não aparecem’ (Hb 11:3) As coisas que podem ser
vistas foram feitas pela palavra falada de Deus. E disse: ‘Haja luz’, e raios dourados
emanaram pelos céus. E também mandou: ‘Apareça a porção seca’ (Gn 1:9), e terra
fecunda apareceu. Falou também Deus: ‘voem as aves sobre a terra’ (Gn 1:20-21) e
pássaros voavam nos céus. ‘Produza a terra seres viventes’, e cavalos galopavam e leões
rugiam. ‘Pois ele falou e tudo se fez; ele ordenou e tudo passou a existir’ (Sl 33: 9). A
palavra falada de Deus continha tamanha energia que a palavra audível tornou-se realidade
palpável.”
“Agora, a Bíblia é a Palavra escrita de Deus. Seus mandamentos e Suas promessas
contêm o poder de Deus, tal como na Criação. O que Sua palavra falada ordenou, Ele teve
o poder de realizar. O que sua Palavra escrita diz agora, Ele ainda tem poder de realizar.
Cada mandamento de Cristo contém poder para cumpri-lo.”
90  
 
“Qual o mandamento de Cristo para os fumantes? ‘Rogo-vos pois, irmãos, pelas
misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável
a Deus, que é vosso culto racional’ (Rm 12:1). Qual a promessa de Cristo para os
fumantes? ‘Tudo posso naquele que me fortalece’ ( Fp 4:13). Poderíamos interpretar: todos
os mandamentos de Cristo contêm Sua promessa de poder para cumpri-los.”
“Então, onde está a confiança de vocês? Está em dizer: ‘Podemos fazer tudo
sozinhos’, ou: ‘Podemos fazer tudo através de Cristo que nos fortalece’? 1João 5:14 nos
revela: ‘E esta é a confiança que temos para com Ele: que se pedirmos alguma coisa
segundo a sua vontade ele nos ouve.’ Notem que não foi dito: ‘se pedirmos alguma coisa,
exceto a força para deixar de fumar, segundo a sua vontade Ele nos ouve’. A fé é a
segurança de que tudo o que foi proferido por Deus através de Sua Palavra vem
acompanhado do poder para realizar. E, visto que Deus disse que vocês podem fazer tudo
através dEle que os fortalece, vocês podem ter a confiança de que tudo aquilo que for
pedido pela fé de acordo com Sua vontade, inclusive largar o vício do fumo, vocês
conseguirão. Quando aceitarem a Jesus, receberão Seu Poder. O que não significa somente
o perdão do que fizeram no passado, mas poder no presente e no futuro.”
“João e Maria, ajoelhem-se aqui mesmo para orar: ‘Senhor dê-nos a força e o poder
de superação para reconhecer que o poder é Seu.’ Obviamente, vocês sofrerão com a
vontade, com a vontade que pode vir em resultado do acúmulo da nicotina depositada no
sistema celular. Alguns sofrem, outros não. Fumar é um hábito neuromuscular, físico e
social. Vocês poderão sofrer com a abstinência por semanas ou meses. Num tempo
relativamente curto, a nicotina terá saído do corpo, mesmo assim, poderão ter desejo
psicológico, pois se acostumaram a fumar em todas as pausas do dia. Fumar pode ser
prazeroso e funcionar como um tranqüilizante. Vocês acenderam cigarros mais do que tudo
o que fizeram em suas vidas, até mesmo comer. Então, podem ter alguns desses efeitos da
abstinência. As promessas do Senhor nem sempre são livrá-los desse desejo, mas sempre
tornar possível a vitória.”
“Assim como fez o paralitico no tanque que acreditou e foi curado, vamos clamar a
vitória em Jesus antes que ela se concretize. Com base no que Deus diz, pergunto a vocês,
Maria e João, querem ajoelhar-se e abrir seu coração a Deus? Querem entregar seus maços
de cigarro a Ele, pedindo-Lhe a força para vencer, afirmando pela fé, antes que se
levantem, que o poder já lhes foi dado?”
91  
 
Então, nos ajoelhamos e fizemos uma oração simples: “Senhor, obrigado pelo
poder que vem de Jesus; obrigado pela força, obrigado pela vitória de Maria e João hoje.
Obrigado por não precisarem nunca mais fumar nem um cigarro. Eles poderão sofrer com
a abstinência, mas, Senhor, eu sei que são vitoriosos pela Sua Palavra por intermédio de
Jesus Cristo. Nós te glorificamos pela fé. Em nome de Jesus, amém”.
Depois de um conversa como essa, dou os seguintes conselhos:

Sete segredos para deixar de fumar


1. Leia as promessas de Cristo e continue proclamando Sua vitória. Quando vier a
vontade de fumar, leia as seguintes promessas: Fp 4:13; Fp 4:19; 1Co 10:13; Ap 3:20; Jo
1:12; 1Jo 5:4. A Bíblia nos diz em Tiago 4:7: “Sujeitai-vos portanto a Deus; mas resisti ao
diabo e ele fugirá de vós”. Você se entregou a Deus, mas é necessário resistir as tentações
do diabo, pois o livre arbítrio está diante de você. Antes de tudo, focalize a mente em
Jesus, no Seu amor e na Sua vontade para sua vida.
2. O segundo segredo é livrar-se de todos os cigarros. Você é agora um não-
fumante e se deixar o cigarro perto de você será mais fácil se expor à tentação de fumar.
Pegue todos os cigarros que tiver: debaixo da cama, dentro da bolsa, nos armários, no
porta-luvas do carro. Livre-se deles se quiser bons resultados. Isso também é resistir ao
diabo.
3. Beba todos os dias 10 copos de água e sucos naturais de fruta não fermentados.
Tome a maior quantidade de líquidos possível. Compre uma grande quantidade de sucos de
seus sabores favoritos: laranja, abacaxi, caju, uva. Seus rins vão pensar que é natal e ano
novo no mesmo dia! A idéia é diluir e expelir as substâncias tóxicas e venenosas para fora
do corpo. Nas primeiras 24 horas, diminua a ingestão de alimentos, dando preferência às
frutas e cereais integrais e não se esqueça de tomar muito suco de fruta e água. Isso é
resistir ao diabo.
4. Se a abstinência provocar uma irresistível vontade de fumar, faça uma
caminhada. Respire fundo, com a cabeça erguida e o peito para frente. O oxigênio ajudará
a acalmar os nervos e aliviará a vontade de fumar. É necessário purificar-se com água
interiormente e com ar exteriormente.
5. Se ainda assim a vontade de fumar se tornar insuportável, tome um banho. É
muito difícil fumar debaixo do chuveiro! Tome um banho morno e depois um banho frio.
Isso acalmará os nervos.
92  
 
6. Durma mais cedo do que de costume. Você estará no limite do estresse e
precisará de horas a mais de sono para se recompor.
7. Evite a cafeína e os refrigerantes de cola. Cafeína e nicotina contêm alcalóides
que aumentam a vontade de fumar.

Pare de suplicar, comece a glorificar


A palavra de Deus declara em 1 Coríntios 15:57: “Graças a Deus que nos dá a
vitória por intermédio de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Deus deu a você a vitória. Glorifique
ao Senhor.
Quando orar, não diga: “Oh, Deus, por favor, me dê a vitória”. Existem pessoas que
oram assim por dias, semanas, meses e anos a fio e ainda continuam fumando. Acontece o
mesmo com tudo o que é maligno em nossa vida. Nunca focalize o problema. Concentre-se
na solução.
Ore assim: “Senhor, eu sei que o Seu poder está em nossa vida. Te glorifico pela
vitória que já me foi dada. Te agradeço por me tornar vitorioso através de ti. Eu acredito no
que dizes e te glorifico por tudo o que fizeste em minha vida.” Pare com as súplicas e
comece a glorificar.
Os princípios que neste capítulo foram ilustrados e dados por mim em forma de
conselhos a Maria e João se aplicam não somente ao mau hábito do fumo, mas a todos os
maus hábitos.
Os segredos para se tornar vitorioso na luta contra os hábitos pecaminosos podem
ser resumidos em quatro passos: 1) Convicção de que esses hábitos são pecaminosos; 2)
Deixar o hábito entregando-se e submetendo-se à vontade de Cristo; 3) Acreditar que o
chamado de Deus para abandonar esse hábito é acompanhado de força para vencer; 4)
Clamar por essa vitória em sua vida e glorificar a Deus.
Muitas pessoas perdem a batalha para os maus hábitos, pois, nunca proclamam a
vitória já alcançada. Lembre-se disto: Cristo já venceu. Ele já é vitorioso. Portanto, o êxito
é certo quando eu deposito todos os meus pecados aos pés de Cristo, clamo Sua vitória
contra Satanás, e por um novo começo que Ele pede para mim perante o trono de Deus.
Todos os êxitos vêm pela fé e pelo poder do Cristo ressurreto que me fortalece. Minha
mente não está concentrada em minha fraqueza. Minha mente está concentrada no poder de
Cristo. Esta é a chave para a vitória.
93  
 

Conclusão

Falamos sobre a terceira mensagem angélica e sobre os ingredientes essenciais para


conduzir homens e mulheres a tomarem importantes decisões por Cristo. Embora diversas
técnicas tenham sido apresentadas, ganhar almas para Jesus vai além disso. Tem a ver com
seu compromisso pessoal com Cristo. É como a parábola de Ezequiel dos ossos secos. É o
Espírito vivo de Deus no coração de ganhadores de almas que os capacita a se tornaram
obreiros de sucesso para Deus. Essa paixão pelas almas, desenvolvida pela presença
interior do Espírito, tem caracterizado todos os verdadeiros ganhadores de almas. Para eles,
ganhar almas não foi uma das muitas opções que tiveram na vida – foi o principal
propósito da vida.
George Whitfield, o famoso evangelista inglês, disse, “Oh, Senhor, dê-me almas ou
leve minha alma.” Henry Martin, missionário, em pé à margem da costa da Índia gritou,
“Deixe-me incendiar a Índia por Deus”. Dwight L. Moody de Chicago pediu, “Usa-me,
meu Salvador, para todo o propósito e de todas as formas que Vossa Majestade desejar.”
Como um candidato missionário jovem, John Mackenzie ajoelhou-se à margem do
Rio Lottie e orou: “Oh, Senhor, envia-me ao lugar mais escuro da terra.” Mrs. Comstock,
missionária na Índia, quando mandava seus filhos para casa suplicou, “Senhor Jesus, faço
isso por Ti.” John Hunt, um missionário nas Ilhas Fiji, clamou em seu leito de morte,
“Senhor, salve Fiji, salve o povo dessa ilha; Oh, Senhor, tenha misericórdia de Fiji.”
David Brainard, um famoso missionário, ao trabalhar entre os pobres, incivilizados
índios de Delaware disse: “Não me importa onde moro ou as dificuldades pelas quais eu
passo a fim de poder ganhar almas para Cristo. Quando durmo, sonho com isso, e quando
me levanto, a primeira coisa em que penso é nessa elevada obra.”
Quando o general William Booth, aos 75 anos de idade, foi convidado ao Palácio
de Buckingham por Edward VII, ele resumiu o trabalho de sua vida escrevendo no livro de
convidados do rei, “Vossa Majestade, a ambição de alguns homens é a arte, de outros, a
fama, de outros, o ouro. Mas, minha ambição é a alma dos homens.”
Ellen White ecoou esses sentimentos:
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A obra acima de qualquer outra em que se deveria empregar as energias da alma é a obra
de salvar almas pelas quais Cristo morreu. Faça disso a mais importante obra e sua tarefa
especial na vida.
The Youth’s Instructor, 4 de maio de 1893

A paixão pelas almas não é algo que se desenvolve com esforço, mas é algo
enviado do céu. O desejo de ganhar almas não é inspirado meramente pelo pensamento de
sucesso pessoal – é inspirado pela visão do Calvário.
Ao nos confrontarmos com o fato de que quando Jesus vier pessoas estarão ou
salvos ou perdidos, que para eles será céu ou inferno; quando percebemos que nossa
influência importa, que podemos fazer diferença na vida de outros, que por meio de nossas
ações o Espírito Santo pode trabalhar mais poderosamente para salvar outros, seremos,
então, motivados a participar com Cristo na obra mais gloriosa do mundo.
Meu amigo, ao você ter lido as páginas desse livro, é o profundo desejo do meu
coração que tudo o que dissemos seja mais do que simples técnicas, que você adotará esses
princípios de vida em seu ministério e se tornará um ganhador de almas mais eficaz para
Cristo. Não só porque seu nome irá aparecer nas páginas da igreja como um grande
ganhador de almas, mas para que tenha a alegria de cooperar com Cristo a ajudar os outros
de forma mais efetiva.
Ao perceber que Deus quer usar você como seu porta-voz para alcançar o perdido,
não irá você, neste mesmo dia, ajoelhar-se num comprometimento profundo com Jesus,
convidar Seu Espírito Santo para habitar em você de forma plena? Não pedirá a Deus que
abra seus olhos para os que estão perdidos ao seu redor? Não pedirá a Ele para lhe dar
grandes resultados em seu ministério? Não Lhe pedirá que coloque em seu coração, por
meio do Santo Espírito, um maior e mais intenso desejo de conquistar almas? Não se
ajoelhará bem agora onde quer que esteja lendo este livro, e fazer essa simples oração:
“Querido Senhor, dê-me paixão pelas almas. Ajuda-me a ver homens e mulheres
como Jesus os via – candidatos em potencial para o reino dos céus. Dê-me, à luz da cruz, o
desejo de cooperar com Cristo no trabalho mais maravilhoso do mundo – a obra da
redenção. Que eu seja totalmente imbuído do Espírito Santo, de maneira que nada na
minha vida me impeça de trabalhar de forma efetiva pelos outros. E, Pai, que possamos
trabalhar lado a lado. Eu sou fraco, às vezes tenho medo de não ter sucesso. Mas, com fé e
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absoluta confiança me dedico a Ti, sabendo que irás usar-me. Eu te agradeço. Em nome de
Jesus. Amém.”

Bibliografia

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