Você está na página 1de 16

Ot~ldo • •tr•to n• tr•du(•o .

' ' l '


"' 2 de \e•11tirlos nio reprodll1
••ropost•• p1r~ • • •I!,

.,..... .....
prttlll\•t . . ttr11l1st.. do

l•I , .., ••.,.ttt11•t


,

a t••• •• Pref . J eMt•~•• seri •!


Ili l<•I• ftt ntJ , f \l1r br• ..••11'111


justiça
( uma a bordagem
d ialé lic" )
O tClllA C O PROlltMA 6
A JllSll ÇA [ ll'QUAJlllO OROfM 11
a Jl1\l l (A OOS fl"CCUOt ES Jt
• <IUSTl'A [ llQvAITO l(Côlll flA(lO 14

(1'1.l(tJA\OC MAIS AS
COJ JIJDl(OtS IJtiJl( .as -'USll~~s .,
JIJSTl(A CO NS(lfADOIA (
JUSTl(A 1aA.ll SfORMA DORA 11

" JUSl IÇA fOIMAL e li.Ao rotMl to


• .ius·1c• (fflPICltllfOA ouc
( Jtl l&! D.\S COMl lAO l(OCS DA
NIS13tlA IJ
O TE~tA F: O PROBLEMA

;\ ;u(,1iça ~ o de\'ef str da ordem p:ara os d rigcnl~. o de·


\·('1 · ~r da ~P<~0\'11 p3ra QS op..-imidQs,, Podenck> 1.ambém ser
u tk\•cr Kr da form.a pat'3 o conhecimento Ofi('i:al. enquanto 1. o
tkvt•f·"(°r J:. CQflleslaçjo para o ubf:r crílico.
'' ''lm. a r:alavn jusliça 3b31C2 v:Srias significações. ~i as
u ma•' n-.1 1cto seria dizer que rcalid.-.des Opo$Ul1. rontradi1ôri.a.s
e c.·,1níhl 1l ~ usam da mesma pal:lvr:t ('lólfa. ci:ptimir seus J>fO-
1usüficações.. j~ que. sob o mesmo nome de justiça,
J.:'hh (' ..0;1.)
l"n1.-~1ntran1os tonciepções que se contradi.iem, que se anul:llm,
n:·.,, J'll.kkndo nunca s.ubststircm juntas. por reprcw:n1:ucm pó!o,,.
~m l•111l11to a nÍV('I de iofni e supcre;s,trutur-a.
O.u. a justW;a de um dos pólos sigruficar njus,siça para o
outro. Isso mnda. suscita uma qut$tão rna1s g13vc: n net.:cssid:adc
J.: urn:a o~io nossa t)l)r uo'<i ou w1r:a oooccpç5o de ju.stil;a,
1:w.m•• .._"On\O Roberlo GoP'lcs :ifim'=i cm s.u.i Crítla• da r1Julo tupi·
1ir•1i111n', 11~0 hi mais lugar para o cclcusmo tio c:aro a nossos
1xn.>.100rts, que procuram um.a compOSJçâo ctnreos cxcludcntc:s,
o •1uc. cm termos s1mplõ, quer diJ:cr que: essa :un,Jgan•a betc:·
tu~i:nea Jc iJé.i;as nada mais ~ knSo um:a justifiC'Jitiva que vai
fr•11ala"<t o p6lo dominante daS· relações scxiais..
A ~-onscqú(w;L;i do que aqul CSli dito: o cnlcnder da jus•
11, ... ~>l l:I inddc\·clmcutc i.mplicado com as pr~licas $0Ciaii. Dai
poJcrmos afirmar que a jus1iça nAo é neutra. mas sim com ~
pllmu:11da, n:\o é mediana. mas de exlremos. Não há justiça

1 <.,OMES. ll~rhl r,11.r11 rJ.., '4':.il) ,,.p;,,,,q,.rm '" C'd. Sjo P.1ulo,
e ..11.:-1 1 d~• on., 1950.

6
aJavanc1 a mais na sist.cm11iz.açio das p1á1jcas cm drrc~o l.I~
cornada do poder pelas maiorias oprimid.J.s e rcprimid;b.
1'1os só há jusl•Ç1 compt1.>mc11dJ
que paire acima dos conf '.d . d manulcnçSo ov nu KnliJo Altm dcssC<S problemas delineados, estamos «no~ de que
cona os conflil.O'S. ou no senu o e
cricoiura.rcmos oposição quanto à escolh:a do próprio tcm;:a ckscc
de transíormaçâo. l , que$• pequeno trabaJbo. ~1uitos torttrão o nui1,. julgando que ira-
.
Cabe ainda 1razcr à c'iscussão ~utro prob cma ~~ªtom a
uem se JUlp comprome
'ª' da qucs.1ão da justiça e llabaJhar com J ideologia, sendo. fMJf
tão impõe: mu1u1s1 v~s·;: alda sua visio de justiça em pr~· isso mesmo, um tema sem importãnciu paB a 1cliclão. OulH'~.
luta pela 1ransro~aç.it.. r P exemplo, que a soc-1c· plantados numa visSo clhsM:a, verão neste trab3lho um:i l~n­
supos1os dos dominadc.rcs, crc~d~, ~n.ctituindo-v :i inju~tic:a tlti\13 de csu.1dar o que já foi Cl'IU$1jvarne1nc cs1ud:iüo. Kit})
d111U..;. é por Jun nt1turezo. harm n.1ca, de 1int11. co1Tcnm sotlrc o lema., dltio eles.. Dai, por quA: tnr·
cm qu~bra cxccpcional dessa ordem. • . W·SC d:t. qucs\ào da jus.\\.ça. quando -c.m priftcipio.. ludu jâ
. . , {alat·se cm rninulençao e está rtsol\tido? Ainda alguns outros dirão que tttudur a qu.:sràn
A$sim. f:ilar·sc cm 1u:;;~:1i1:ida e 30 mesmo u::npo. em
fortalecimento da o rdem. • . . i' er:ir com esse tun· d.a justiça não 1em valor, ji que essa idéia é urna ran1asi::i. poi"
dcstruir":'io d:ii ordem cons11tu1da. S1gnif ca 0.PI com afirmaçtks o que dc ...c s.cr objeto da rcncxio é o ditcilo posto. Outros nào
..- • • t formais çu marca· o
cci10 por \'JIS mcram.. n e ara uma ação que con1cs1c poderão \er tl.tt livro por alo terem h.~trumcnta) p.an. l~·lo,
aiatcriais que se tornem o norte p pot alo lerem tido a opoMunidadt pm o a:prc.ndil..16du 4.kS\e
esse fund:.mcnio meu.mente fo rmal. • conhccimen10 que se expressa por mcM> de livros e. u que t:
ioblcmas que vem s.cndo mais grave, pelo falo de 0$ livros não expressarem o $abcr d:..
Como se não bastassem esses P. faio de as conccpçõcs queles que nio sabem Jcr. Com isso, um qu.c qucir<1mt1s.. já
tratados. outro ~inda emerge. q~ª \ ~~~sºà retórica. pois~ rõem
1
de justiça estarem profundament g dobrar até mtsmo pela
c.stam~ 1rataodo da quesrão da justiça,
Mesmo oonsider•ndo que as. idé.its de justiça ('Sião cm
como di~urSO$ p~ra convc-n ~~;ti~:~rio. M~s. como J~scvrw conOito, ap11cccndo na história com sif1!jfiaçócs Ope>\t:u, não
emoção, o cn1cnd1mmto óo "ri d de s:ignificaÇÕ(s, deu.ando se pode negar 5ua importância como bu.drira ou par3 :s ma·
retórico, $C :abrem para m1 . a csm ualqucr ordem ~ocial que nutcnçio de um dado poder, de uma dada (orma de produtir
aberto o c:impo para seu cnca1xe c q 1 m Jos :i1ribu1os
rmos por exemp o, u e rclacionar-st, alêm de ser também, por oposição, um:i b3n·
se cstabcleç:1. Se ioma • . _ tribuer~ veremos que esta. deira para os que são oprimi-dos, par3 Oj que ~11io for.i d('I
:C
roman~ da justiça., suum1::;;u:.,tendimc~to, pois o "se~ de
poder, P3f2 os que úo explorados.• em suas lur:n concr<"ra,. p.ar:i
cxprr-ssao pode recc. r ~ua ndendo do 1cmpo, tui;ir, rostt3o a 1nmsform.ação $Oc:iaJ e pela 1oma.:b. do poder.
cada um" pode v11nar, epc • - modo de produç-;io.
do emitente na cicntiCicaçio social e i . Há também outro aspccto da Qô!C:Ulo que: não deve ser
• . mo racionaliz;a;çõc:s das pr b· dcscur:tdo, pois a id~ia de justiça crisu..liza os oosrumn do~
As conccpç~ de 1us11ça,I ~ também cstlo cm oposição. grupos: soda.is que estão dominando o 1 do domioados. Ade--·
cas sociais.. t.:unbém c~u~ e:,,:~ classes soei.ais. Cumpre " ma.il, a idéia de justjça dos dominante ; 1c:m a caraetcdsck~ de
como cm lut.a e opos.içao, uns caminhos de ambos os se tomar uadJÇio, 01 medida cm ou; se c:ris1aliu no duci10
nós neste trabalbo, palmilhar a1g ma visão de justiça que oficial vigente nu sociedades repressoras e opressoras.
lad~ e indicar alternativas p:iir~ ~e taJ m.aneira ª'"""· qvc De WJ1 modo ou ou1ro, t prrtiw rcuaJu.r que, radonali·
não $C'.'ja a <los oprc:)wrcs. nem soe,lª a dom.i.D•"~O. Este traba-
io d: se escamo ear .... d • ,.~do o intcrcss.t quC' for, " i<;f;b d.t jusli\J sempre ~ põ.t como
possa ser um me • uma id,ia de justjça que seja dos o~1· um projeto de um mundo mdhor. como um dever;cr das COD•
lho parte ~ ~sca d~ um in.sll'UmcnlO para aqueles que tst:to dut:as, da produçio.e do relacionamento humano. Por isso, a
nados, que S.CJª mla.istransformaçio social: em suma: uma ~· ídéia de justiça t um valor e, mais ajndi, é ideológica, na me·
imersos na _lut~ pc: ª batcn•e ue emerge d11 práticas SOC1a1s dida cm qut u.scotlda sobre urna cooccpç.lo de mundo quC'
cepçio ~e.JustiçaU c~mcon«pç~ de justiça dessa naturn.:l nio emerge das relações concretas e contradilôrias do social.
podeopnoi1d~1•
dos cmr dç.,I&!,dma de 1tma ~lo • fundamental: ela é um:a
RdG<çando ainda .,.. qualidide ldeolósi<a da ldlia «
J"SllÇa cstlo mu pmcosclcs à c«núdade • pcrcaidadc. A
.......b daa id&s de justiça. - .,.,...... mais adl>n1e, ia>- Asilm. como as d.m.ti C$lio cm tu.ta. u ML.·1..aJ de JUMiça.. Põt"
.,......... ""' NDdameulO - • puúr do qual s.lo de· ti."OnscqUc!nda. ta.mbcm est.io.
dozidos prinópios e - pana o •sir b•IDlllO. A .....,. d::s ~12S tSSI IUl1. que é d.an pa~ qucm rcncic um pouco
1d6u de jmúça dcsso iatuma é a de se ~Jurem tn0Sltmpor21S ma tt.. ~ esarnolc3da ptlos oprcssotC1 co-m mu111 1o.'Omf)C:1Cncii..
e U"l.Ds.~16iica.s. j6 qu.c seu íundamtt1to se põe numa ordc:_m na me\J1d:a ttn que con~g\lcm. ~pcRt das J l.'"4.t...n(:as. elaborar
também tr1osum1n:L Com tssq, du se caractcriz1m como cns- e: impor 1d(i11 de jusoi;:a que se p&m comti ntuua.~. rqilidis1:i.n·
11Jiz:iiçõe1. pan.lisações no tempo, inversócs do rcul, julg~mcato tcs.. h:i.rmónitas e equjJibradas.
da htscória com cricêrio$ a-hjslóri-cos. A coascqü~ncia di.uo se A ncu1tali<lacle é :i1ribu10 má.limo .a 1u,11c;a. 12 3quch1
u11.du1 pelo fato de elas serem concepçôc:J de funi~ conscN:l· jus~it:t cetl que nõo vê q uem es.t6 scnt o 1uli:.JJo, 4ucm csiâ
dor.is. insi1tu(d11.s pan. a 01:unitmçio da ordem, pan a promo- pedindo SUi manifestaç5(). 2 uma jus'tÇJ qut: \Cndc 3 im~gcm
~4o da se1ur1.t1ça, pois sio i<Utu que podem vestir de retórica de cl1s1:lnci4 e de nJ0<0mpromtcimen10. F''" "qu1t11, 1l nc.t:1 3
os 3 tOS concre tos de domimçio. col«:a num nível tama da.s c:itcvnninc1.t' h1,1.:10C.lS. o qac
Nos tempos de b>je os opci.aüdos começua 11 dc:scocfur ~nscp s.u:a 1Hpc11abtlid:lde. Já que :a Kii~:a dê '"''"'" I.' 1lc todo
dcsl> ju><iça. Ocsconíwn, •• c:ooctttude, aolrcndo o peso das mundo < de llÍOJlllnl, rau!W>do º"""' conttpç..o 1"""'11 d<s-
k1'. observando ., deài<lcs judicíau, padecendo n., aiios <la ''Ompmmc:1.td:a ('Om is CO«US do muodo, "'l"" \11h1~1.i f'JT~ ;1
puhda, S<ndo cxpulJos du ~ 'l"C pouucm, _ . - - ~U· ~do•p.
ncn 1nsufJCWDtd. ou. simpk:smtatc, oJo tcodo d1rcno a u.lirios. Atrc:sça ..SiC a isso que u idiias dom1N.ntc' Je uçi'(":a têm
Ali mc1mo o wltitt cotlar m.an. tio vol11do para um ptnsameoto tm ~u corpo a marca da visão de um mundo c~uihhrido .,..
conservador, p1ss1 u1.mbêm a ter o mesmo scn111ncnto, na me· har:m6nico. De um mundo pronto onde a rc:sr:a é :J l1:um9pi11 t
dida de 1u• p.rolctin!iÇiõ. o conni10, a t'CCet;5o. A idéia de justiç-1. ncs\C ~n111lo, seria n
O qu~ tcria gerado cw dcKOnf~ança? O p~i'?~iro poato norte JNU3 nao deixar o muodo cair cm dcscquilihrin. p.lra o
lJUC podemos pcrtibcr é que u coos1dcraçõcs ohcaa1s $Obre a homem nlo se quebrar cm dcsarmoni:i.s. pois o cnnllifo e 1
ju11tça aptrtcir.m para. os oprimidos como um enaodo. como con rrodiçJo s5o desvios: e divcrsêncfas desse fc11C1 rn·~1:ibc:lc·
1.1.m~ manobra para e.oca.e.ar. pois o que é dito nada tem • ver c:1do d~s harmonias prcau.s.
com o Q\IC é conatUmcn1c •1vido. Assim. a justi~ passa. a Mat. '"m das a.ractetúticu ati aqui l'l"lt1'Ct0n1J>JJ. a jus-
~r :a JUSllÇa ..ddcs... oio a ' "bOUI" jus.tiçL lia abarn vf,rm lmbi.1os de inodiocia. Ela rode ;1s~umtr Utn2
con('l(ac-5.n monl pcuoal. q~ndo ehar.aamos de p 1n um ci-
Do lado 09rcssor as coesas t:i.mbém cstjo andando cb dad.io. El.a pode apnscnur wu dimau.lo inoral. .ocbl ou
mama forma. poit os C'QS.n.m)U__dos oprimidos, frutos de. seu ética quando aranmmos que os baoqueiros tfm um;, ;3\itudc
\1vcr soca:! e econ6auco, cc~ certas tdiias de JUSUÇI que Justa para com KUS mprtpdol, ou tem ama dimms..io jgridia
~ profu.nda.mc.ate pttifosa.s pan a sobrev1vtnd1 dos intcresscs quando. por cxcmpJo. c!iscutimos sobre a juJt~ ou injus1iç2 de
Jom1n1n1c1. S6 plta cxcmplifiQt: no momento cm que O' . uma doida lei vicc-nte. Assim. cssa idl:11 de 1us1ica invade O'i
opnmidos pusare.."D a dar mais vaJor à posse do que à propricda· vastas r:ampus do rcl.:idonamen10 hutn.ano, mas nlo se c:-squcce
de, correr··Sc~.6 arande risco de uma c.onvulslo s()("iul que pode.ria Jo' rcqucnos c:in10i onde 1 vida humana so aucnra. A relaç!o
estremecer os fundamentos reais de dada o rganlzaçlo M>CLal. ~a j us1lt;1 com o direho é coMiderida 1So imponan1c que os
O Brasil f amostra disso. Ora. a partir da.I. para 01 do01io111t.t:5. orc•os que 1pllc1m as norma1 lr-1•is sSo ch1mados de Jatt:liÇ2..
, conccpçáo de justiç~ dos oprimidos cambtm é a ju11iç1 "deles" De qualquer modo, 3 idéia de justiça sempre rst& marcada
e nlo a ••noua••. Aate o expostO.. podc:mos perceber que a PDf uma direç:io no ~olido do mtlhor, para o melhor bum.ano,
lDJUSli(ã do dominado i a ju.stiça do domio.ador e vioe-•;cru... r;.t~ o mtlhor socbl. pan: o mctbor poticko. pera o mclhot
«006mico. Mo. do dcwmos nqucccr q" o mdbot depende
de urm tSt:aJa de: ~ei mori.tacb tobct" cun corpo de aplic>
ordc:111 unpla.tttada den ser a eipnssio de uma harmona natvnl
ç6c> .. ju>u11<1uns idcol6siai. "'º
t. o mdhor oú awado que ........ do ter das cDÕSU.
pela vúk de homem. de mundo e da bUlbru que é~ Dtm fonna., a justi(1 se hipostuia, 1randormando-1e cm
pelos intc.rQK) cmc:rgc:otct das práticas coocrctu dos crupos coisa, em órilo burocri1i<o. A jusliça se toma poder, Jc
5ocfais. Logo, se a justiça é a busca de um melhor ético, moral lraniUb$Lancia tm Estado jul1ador. cm cnlicbdc polftlca que
e juridico, 1am~m é verdade que a jlUliça csú planwla "°' dc.1bn o paptl de demiarp> cntrt os c:onOuos iAdavkkl.IK e
10l<r<WC$ e M sobr<vivéocia dos J"lpClS que anlQl!am IS 'ÓS6<S 1«iais e a 0tdcoo jmu que pain. seja caquanto p n -.
de a1undo que mpkbm as dtvcnu cooapç6cs sob« o pr<>- u,a cwtun10 normn. potra além da história. das luta.J de clus.r
blcm.a. e dos conflitos sociais.
O que ncw ~cvll a rcDctir M>brc a quCiCIO da juniça ~ o tato Por se.r idcol6gk-... a ldtia de jusüç-.i traduz. os in1crcncs
de que cl:a ~ ltl'l1prc posla como uma vinudc que esti 1rim1. dos grupos cktcruorcs do podc:r e é ntiljucb par1 a m1.1>utcnçSo
disu.nte e cqUidisuntc cW questões, pocltndo, por isso. ser cri· dcua ...1aç1o de podtr. E a ju5'iça doo 'i<ncedom que. ck
S(flO ~ rcwluçio dos cooOitos. A justiça. a M tcmu: a velha uma dimcnslo Wposbmcntt abstrata e tqUidillantc, 1tpan as
dcfiniç:So rum1n1 da triade processual. é a ptne dcsialcrcuacb condutas boas daJ condutai mis, &1 sociedades boas du t«it·
que compõe e ruotvc as ques1ões 1 ela dadas. dades mis, ot homens boni. dos homen ~ mau,.
Todo cdirítio da ius1iç-a está construido sobre os alkcrcc>
d.i h:irmoniti. d11 cstabihdadc, do dcscompromino n«essirio A E claro que todu as outras oonc:t-pções de justiça que csit·
cqüidis1A.nd.a Ou.cm tom.a como pttSSuposto o re.:al toq11an1.0 jam cm conth10 com a idé&a dominanlt vSo tu um nbot 4k
con.Oitivo. cnqu~to contradi16no. pollriiado e dmãmico. oadt <OO!r:<aç... - dim<ftlio de svbvcnlo, poi< cru ><rio '
CK Ahos e as s.inttSCS" dio no cmb:itc:, a D.ivtl do SIXW~ c:oLrc mnuordan. 1 uputDÇa e a bandeira daqudn pupot. que toram
nprC"ssorcs e opnlTridoi, e quem aG"Cita como pressuposto que o vencidos e nm1g1do$ pelos dclcntorcs ôc uma dominaçio. um•
conhci.:imtn10 l ideológico fica a pergun11r se: seria pouJvel vez que. pata haver poder, ~ nrcessârio que e.listam os obcd1en·
dC"·n·d~r uni.1. 1d ~i:i de juitiça que te desvtstiue de sua neutnli· its. seja pela amvicçào, uja pcb força. scj.t pela alienaçlo. wj-a
d;uJc, que: d.:1•:.ue de lado esse compromisso cona a manutcnçlo pelo~.
e v: ('OQll11UlUC em cvâde:nte UHUUmcnto ~de K't.kni• AUim. a JQStiça dos d<tmtorcs do poder oprwor nada
""'' JaJ luU.J dos oprimidos.. du maionu. Esu. seri1 u1n1 iui· mais t que a CX]lfmio idcol6gica de um peosamco10 C011SU·
11{.1. do dc~uíUbrio. uma juniça da luta e do comba.1c1 abula vador, cotcodido wmo pcaaamcaio que ptttcadc a conservação
e e\·idcn1cm\'n1e compromcdda com o pólo dominado dai rtlaçlQ d(l stauuqMt1 pelo pcriodo ma.i~ amplo possível. uma vcl que
Jl.l.l~tic~ social cm ordem ímpia.atada Kt'YC a um conju.oto ôt io.tctUK:S qut
Scr-i sobre cuc:s problemas que wuarcmos n:fklir, l pro- !lo upruslo ck um .m:r e prMxzir coac:rc1°'.
cur.1 ck Wll amínho para a qvailo. Colocadas essas premims podcrun.tl puw a aoalhar "'
form.a mais detida os dJ\'"10J upectOI que pumeãam tssas
ronsidcraç&t..

A JUSTIÇA ENQUANTO ORDE~I


A JUSTIÇA DOS VENCEDORES
C: r1ccno que uma td~ll de jusliç:i re:5pialdc o cxcrck10
Ju pMkr e m11is cspecil'icamen1c lc;:itime a dominação. "' um:i.
ru.,-..-ukl:aJe de inculcu-se a crença sq:undo a qual cktcrmiDac.b Quem YCDCe ncct:ssita cstrutunr certos mitos e 1ptp1
oukm e ~ c:1.prcssJo pate:t1I ou. louJ da jU'MtÇ~ hn W2t.O. cenos YHt(f:ÍO' para poda acrcc:r. com ttna tttdibilidadt, o
nnbu1~ cm uma cooct·uulÇ'Ao de juu~ 4ns:a rwuru.a atJo contn>lc do aoaat. sépido ..,.. io1mucs e pe._.,..._ A
'f"\c;' du IK>1Dtm, do mundo e d~ h.islória. cniendradas 1 panar justiça de quem "encc, de quem dctla:i os mec:anismos de con·
do \'1\'l'r "-"OOC'rc10, da.s priocu de conuole e dominaçio. A trole de uma dada sociedade tem de. "' roantcoedora. 1cm ele.
"' con.servadora e tem de c19uls1r de sc 1 'mtn10 todas as mani·
festações. qu.c pouam uadv.zit um outro a>oa~ de juuiça qu,.
""' <>"i• l"I """""' - - - ............ ..
A JUSTIÇA ENQUANTO LECITIMAÇÃO
~ \tenccdores ncceuitam eogendrat uma no\ta his1óna
que glorifique seus fcit0$, que visllm su.u conquista.s com n
'mania do heroí.smo e para tan10 são eliminados do conhteimen. e claro que uma orde:o voluntarista ou diu.1orial não pode
to oficial todos os fei1os dos vencidos. Sio deliberadamente subsistir usando como rtspddo a voluntaried.nde do poder ou_~
esquecidas a.s contribuiçõcs dos perdedores. havtndo mesmo, sabedoria ou (orça dn ditador. São justilkativas frac3~ que na~
quando ncct»:irio, a criação de fmagcn.s dcfonnadas que rerio fomeccm rcspaldo para a tonünujdade de .«r:ia ordem co~Sh·
o condão de a.inda mais fcgirima.r os feitos e :i.s ratões da im- 1uida. ê preciso que haja um conjun10 de aiuom:as \tt1lorat1.~o~
p•an1açlo de uma dada ordem. e fácil de k observar C>t:J~ que !omeç:am crenças àqueles que obedecem. A mera .obcdit·n·
prálicas de escamo1eamen10, apenas lembrando cenas politico~ t1a pela (OrÇll se es101a com rapidtz. Faz-se nec'ttSilri::i Umit
forjad~s nas oficinas :ilquímica.s do movimen10 de J 964, par.i just:t coausa que jU$1ifique t legitime quem es!i no poder e os
os quais tudo que 3nreccdcu :até c:-.ssoa data Cra ruim e 1udo :ipõs· métodos que esses grupos :icsen\tolvem. Assi.m. O'! opre~sores
ela, uma busca glorios:i dos destinos vc.rd:ideirus da nação bra· prccisa.m de uma jus1i(i~1Na justa p:tru exphcar sua :tçao de
sifeira. 1omada do poder ou sua ::i.~So de manu1enção desse poder. A
mais comum é a de se dtclar:ir que o país eSlava no caos.
O pensar em branco e preto é a marca do ideirio dos
vencedores. A juuiça. enqu:in10 faceta inie;:ranie da idcolo~ia que a corrupção medrava em lodos os recan1os, q~e !orç.u so-
<los vencedores. 1:imbém não poderb fugir a eua CllraCteristic:i. lenes csta,-:am ilmeaçando li soberania. que :.i propncd:uJe csra ..·a
A justiço dos ' 'Cncedorcs .; a justiça •fttdiadeira. A jusa;ç:i do~ sendo violada. que AS f::imilias. escavam inscguf'3s e Lant.as outras,
.,,.enccdorcs é l conquisca mais signific:iii,•a da' sociedade. A que lerão o condio de Jeg.itimar um possível ato de forç:i que
jus1i~ d()J vtnctdore-s é ti c:cprtssão ~o que há de mais Jegilimo icria cns.cj:tdo o movimen10 que lan('ou «nos grupc>s no po.Jcr.
cm dada sociedade. A juu iça dos '1tncedores ê a expressão Cenas grupos t~m a ~culiar característica de acoi.mar seus mo·
v1mentos como revoluç&s, mesmo que dcs sejam evidentes
m.JiS cab1J da igu:i.ldadc. E" 11 conqui!la definiliv;t do pD'\ºO que
de:ver3 lut!l.r cotur.i 11.:d.o q11c Y(:O bít ~U":brar .a ordem consL11u1da. con1ra· revolut6es.. Depais, é nccus:irio que haj:t justa c:.usa.
por ser 1111 ordem 3. c:cprcssâo institllcional dcue ideal perse- para le:girim:ir o excrcicio à> poder. t: preciso ves1ir ? v?l~n-
guido por todos. 1.:irismo e :t delesa de interesses com o m:m10 dos pr1nc-1p10, .
Com lal objc1ivo. o que emerge como irmã da iu.stiça é :i se-
Com essa idêia de justiça os vcnc:cdortS c1idtm da hU1ória
gurança. A ordem 1em de ser man1id:1 porque ela ê jusu1, ela.
1medi11a os outros ide.ais que os venci.dos pcrsegui:-.rn. Por cn-
é repres.en1:uiwa do que há de m:iis lcgi1iroo na socicdaJe, m:ts.
qu:into.. na gnnde p:irte do mundo, os vc-ncidos são as maiorias como essa ordem juSt:i está 1mc3"'"da ;>tios seus inimigos, im-
1rab1lh.adoru.
pl:tnl:i:·sc um sistem:i cocrci1ivo cm nome da se·guran~. A
~ justic::L t!os_"cncedore.s é a úoica idêi:i de justiça que justi('l 1orn:a·se o rcsp1ldo da sc;ura.nça, o sinónimo das ações
tem c.l•cá~ui. garan11d:a ptlo fato de se tradtrl.ir por meio de nor- 1rbitririas que 2pmcem p:tra mao1er uma orc!cc supostamente
mas JUrid1cas, que :i retiram do campo da ldeolog.la passive! just:i.
p3ra. lrar.!:(~rm~la cm idcologi:i. sancionadonl, viscnte e eficaz. Auim, nos defrontamos CO!:l o lriptico d11 justiça da opres-
Pllr isso, li JUSl1ça dos \'Cncedorcs se to.-na a jusci~ mais comum,
sor: .i jusdça, a ordem e a s:guranÇ1\ do Es1ado. .
mC)mO a ni'vel leórico. pois lodo poder quer ser tradutor de Em omnc desses três priocípios legitimadores, tudo e pos-
uma hmnoni:i ordeira que nada mais <do que $C:U intuito cons- >i\"tl, pois, na pr~ric~. <!cotro c!o mesmo sistema de opres.s5o.
1an1e de se perpetuar.
t:onSlrôem·Se dois conceitos tcp3rados mu inlerdtpendentes: :i
Dtus, a na1uretó'.I. a razão. l ordem natural o con1ra10
justiça.fim e a justJça.meio. · Todos os detcnt~rcs do p«Sc~.
soc!af ai e1t.ão p311,, de :dguma fonna, ~ coloca..rc:m 'como ttnno dcn1ro de uma ordem, "tAo imbuidos dos ma.is rcspenávc1s
maio~ de u'!1a dcduç:lo que é a expressão mais cJaborada de 1.h"sfgnios de jusciÇ11, màs. como ela nio é ainda po.s.sívd~ f:in~·
uma 1deolog1a que sustenta o poder dO'S vcn~dores.
,,e m5o de ações que ferem at~ mesmo os supostos pnndp1os
Ja justi~· lim , plln glldnlir, no final (que nunca che~). uma
iusti('1 h.arm6nica. O mesmo acoatece com a democracia.. onde
~ aios mais antidemocridcos são perpetrados c.m nome da pre,
scrvaç!o dessa fonna de p:trticjpaçio econ6mico.polrtica.
14
.. Do que !~;dito percebe-se a importlncia da id8a de justiça ser jus1iça de Estado, o que significa djicr ju.s1iça oom unção.
cenqu1nto lc3111m1don. de quaJquer ordem económica ou pn- ju.sliça com poder. ju~1 iç:i cstigmatiudor:i.
lilk-a.
Do outro l.ado. encont.ramos as pr'ãticas sociais daquele$
que não Jcr.:m o poder, dos que são usados e gastos para a
m:anu1cnl·:lu dl· +.:crto ordem. As práticas desses grupos, di vcr~
61.'nlCS J01"1Uda5 que (Oram in.slitucionaliZôldlS, 030 têm cficácit,
n~o tém peso 3 nivel da moral oHcial, são práticas btlrbat:t.S
EXPLICITANDO ~I AJS AS CONTílADIÇOES paro os dominadores. sãõ práticas primitivas porot o conhccimen·
10 ofidal. s:;io prálicas imorais para os valores dominantes, sAo
ENTRE AS JUSTIÇAS pr:í.1ic-:t.\ incfic:it.e:s paro. os detentores dos mek>s de produção,
são pr:ític:i.s subve:J"$iva.s para os: detentores do poder rnrmal e
r~ol.
Por serem idcológic~. as idéias dominante~ t.fc jun iça 1êm Ora. is~ gera um aspecto intc.ress;:ante a ser levantado: a
a rre 1en~!to de serem univcrsois. uniftc~Jo~. rq:cndo o agir l'om.:C'pç:l(1 Jc •us1iça dos dominados cm dada ordem social ~
l1uman•) crcara® como indiviso e harmónico. O problcm.3 inj11'llit:a p;1r:1 ;:aqueles que os dominam. Os dominados octum
que. j.i ~ primeira v!sca. aparece é que. apesar das preleoSÕC's 111:.h• que ., posse da terra seja rcspci1ad11. Os dominadores,
,,,. , ~·1.:ru l"\·•cni:'.\. a~ dh·er~ \')sf.cs de jus1i~ $e opõem. $Cja pur terem uma ídêia de justiça que privilegia corno iusto o
1•11r 'º" fu11cJ;..mr11t:1c;io seja por sua e.xplicit.acão. O que pcr- din:1ro de prop1ied3de, acham jus10 rctirnr das rerras de sua
1~:> 11<'\'\' ,. t.iu1· ''·• , ""l'rc~o;:io de perenidade é um conjunto de
ft,, u1ula11 ' 'ªl.IJ\. qu1.·. pot noJa dizt'fcm. ~50 de muila utilidade
r.ar:.. t.jU:Jlqucr t:Çnero de ordem que se implante.
.< fl"'l1Hí.·J'a.Jc: u)(Jos aqueln que tutbcm ~ ordem correta que cs1á
fund~u l3 no tJi,ino preceito do respeito à propriedade privada•
O domi:mu.lu tn:tb;ilhador procura lutar por um sa16rio justo~
Ao; idéia." de juJriça ou tstãc.. explicit:uJas. a nível oficial. 1 i!ooto "'" um !';11.:irio que seja sufkicn1e para o otcndimento de suas
prl:i.~ m1nnas jurídicas e mesmo pela produç5o de um conheci· ncccs~ idaJe~ elemcn1;nes. O dominador acredita que cs1á sal-
1ucn1n lcfilim:u.Jor de uma ordem, ou cs15o difusas nos cos1umC$. vando 3 r:i1ri;1 J;i desordem pols é justo man1er o país seguro,
n:is pnític::t.S J:1"1ucles que $ãn os dominadM em dad.3 orrlt m. t :i 11:.,:i11 n:cu .1mcaçada pelos subvcrsh.·os que não s.abcm seus
N:il' f:1l.1moo; n:a.s idéias. de justiça dos cn;.1umcs.. do~ grup<tS luJ!:1rt'1'. O tk•min:ador acha justo dcfe,ndcr a família enquanto
•k•min:Hlurc\ cm virtude de ela.s ("SC.31Cm, ~rosso modo. cri5.la·
lu:a~ ..... n11 din:i10 vigcn1e cm dada ordem, o u c.o;c.a rcm implici1:a-
1 nii<.•l,•o \>tmo;,an~üíneo lastrcado em um patnmônio. enquanto o
dt1uunadn procura uma fonna que: acha juua pari.\ toovivc:r com
,.w"h' 1.·mhuoJao; nos ronhecimcntos ofid:iis que c:irac1eritam u111;1 mulher e filhos, ·sc:m perecer. O lucro é juno p.:ira o
... r •11111111,·:i o intdtclu;il dos domfo:idore1 e a produç!io de nO\'ll .111111111ador. i n fu.~to para o dominado. Os bens si.o naruralmente
"'"'n'l'i.:ncfa.s por via da cducaç!o. S6 para :aclarar c.ssc ospcclo. •lwuhllns ronfoirmc a justiça dos dominadores. tr>quanto são
lcmbr:.mo~ umn .similitude cxisttnte cnlre ao; vi$&os de ;u$tiÇ3 1~ u .. t·•1tr:1dcK e injustamente disuibuídos para o.s dominados.
hurl-'.u~i e :is vi~s de ciCncia dCS$a classe. Para a ciência A:i-o,;im l..'o mo as con 1radiç~ se explicitam a nível da ínfra·
h11r~w~. o 1.'tmhccimcn1n é neutro e nbjc:1ivo, Sua gr.tndc ma.r· e'.'trutuira. elas 1ambém, ideologie:amen1e, se reproduzem. a nivel
c::a é :a cqüidistáncia entre o fenómeno obse:rvado e o sujci10 tf;l :.upcres:1ru1ura.
~·1•,:n1"4·cntt. O nu•:.n10 ri'<lc ~r di10 com telação ô jusriç:i
huq.~uc:.:. q.uc :.e •'I""!-" ·"'"•' nc-uir~ 1..'qi.lidis13n1e e ohjcli\':a., O que ti juMo para um pc:ilo. será injusto ,.mra outro. O
\.CnrJu l'l1ns1dcralfa conu um conjunto de pnnclpios transistóri- t1ui: ê onlcm p;ir~ um &rupo. será domin:iç5o põtra outro. ()
t·os ~ u c rc;em, por ntlo!tO das ocum~ cos1umcaru e juridieas. ,1 tllJl' e diu:110 p:u:a o domin:tJo, ê sub\•ers.ào para o dominador.
O ~uc é perenidade. de uma ordem jus1a paru o dominador será
111utl4 1k; dn.. htim~· n.... ;\o fundo, Ç uma juHiç:i. que 1oma romo
rro\'i.S<\ucdalle da iniqüidodc J>"dfa o dominado.
pr1.·" uflf 1'"'º a ml\·:111 ,Jc que o mundo ê essencialmente harmf>. lno dcmon~tra o profunda e ins.cp3rdívtl ligação das id~ias
'""'' e 4uc os prin1,.1J1ic1s de jus:1iça ali esuio para informar as Jc jus1iç;i. com :a.s conirndições sociai.s reais que m:ircam o 'pro--
rc!tr:Js ~uciaas no senciôo da tctuper:aç5o da hannonia circunI- 1.•cU1• hi"1óriro. E moslra mais: a irredutibilidade de umtas às
1and::almçn1c perdido.. E uma jus1iça supõ$1omcnle racional, 16
m:n que icm como cr.tntfe :1uxiliar o Cato de ser oriciaJ, de
ou1rns. o que si~ni(ica ditcr de !1.>rma s.impks que: ~~o c:ds1c
jus1jç:i, nct1tr.l. M3i.S :ainda. que niio existe a ~sabíhd!dc de
encon1rannos. um mcio--ttrmo entre as duas vtSÕC'S. pois esse . ''' 1ustilic.1.1ivas meta históricas dio validade à repre.sen-
meio-termo só :i.ir:niíic~ a()i2mento d:t histófia. pois. mC".Smo que c:iç:it• '{Uc S.U$1CnLa es.sa idé~ de justiça. AJfm disso cc
se encontre ar1i!Tcialmenrc uma convivCncii mome:ntinea entre n.'\:ur~ 1' formais romcccm o elas-tério necc.ssário para q' . bnos3
°''dois fu11damcn1os. :J; contr:uJiç3o. ainda que rnrdiamente, vol· .a, lk11
. .. h1lid:u.k
. Jo cxercic:io
_ do poder. ·-oar • "umo'•d• uc que IJ
1arj par.t dividir :is águas. e M:u e uma cxpreu::io C2.reo1e de sentido m"'" r~a ..1e
J d (' . • · ou ·--, w• mcnre
Certas verdades do simples: o problema é o de sabermos cm u~:i .1. p.i~a e inir ~:i das d1mco.sões da justjça_, porque e um.,
que Jado do rio :ie.:im~mos. Ou ($faremos ao l:Jdo de uma ha~e """'.:i: sem senudo, e que, por isso mesmo, se reve.ste \Jc
concepçào' de mundo que 5e enr.ttiíique em termos de um:i gr"'mk u11htfaJc. Tudo e nada podem ser ''o seu de e:ad1 "
eoneepç:io de ju!ti~ que ~i rv:i a qurm domina. ou rsiartm0$ f:ni nenhum raso i:st:uá o poder opreHõr violando n.s •• um •
navegando nas ãi;uas ..tos oprimidu.s. as õi{!.uas d3 hi\ tória. ctcrn:a-<" qui: regem o agir imposto por SI.la ordem. norma.s
J,:i.s.i ju)ti~a t~r:i. do tempo, «>m dcsjgnios de toro1r
0
passaJu 1.·om\J. ctcrnidlde, encootra, di3.Jetic:amentc, sua negação
~11~ o c:'l:crc11:~~ con~re10 c:b opress!o cn.gc:-.ndra comportamentos
rcJH\1t\ que \JV :u11cufa.r novo ptn.s.ar, nova idéia de 1us1jça•
JUSTIÇA CONSERVADORA E JUSTIÇA • \ JU.11111,·a opressora é oficial. Oficial nóo $0mencc em rc---

TRANSFORMADORA l:t\:lu :i' Uh111u1Ç"t·1t~ atacais ou paracst.ttais que C.'ferce.


•ftt1111111v 11.·m1.t1 e:.,.~ idéüi como rcsn...,,fdo mas f' •· 1 m seu
1 r- · ·· o 1c:1a porqu ..
1•1u 1 i"ft1.º \k um ..:vnhccunento a,('ci10, sistem:hic:o exercido ~
No dC"correr da história ptrccbemos o :ir:irC'Cimenro d: ,.,,..,.,,:1:ah,1a'. pur Jonos de um conbe"'mcnio '. · por
> 1 ..... :1cn11co e· tléc:110
uma jusliça que, por ser jus1iric:itiva do opressor. se põe como ~1 1n· • c'c .\c:r rc:protJuzido, a cad.J passo, nas f::im1Has. no craba·
l'nnscrv:idor:r, como tmantencdora e legitimadora ideo'6~~ de .h.1. nai. c::.l'nl:a:i. e: no fui.ido. E um.J id(.ia de justi~ uc nao
uma certa ordem suc:ial que artkula e (acilita a domin;)ç5o. <.' urn uabaJho, m:tS uma acwnufa~o náo reflexiva. q
~c-s!>c scn1ido. cabe :11 concc-i1u;ição que Marilcna Chaui fnz de . A ~u~tii;.:s i:vnsc:rva~or::a representa 3 ordem, o equiJíbrio,
ideologia . quondo :irinna : ..A ideologia. Corm:i C"pccífico tio ·' c11111~h~1a.n\,.'1a, a t:tcrnJUçio de um3 dada fase hisrórie:t, n
imaginârio soci:il moidcmo. é a maneira necessária rel:i qual ~''.111 1 hf1c.Jç.:su J~ mundo e por i.J.so mesmo 1~t.1uz a g.r:tndc Íll·
,,s õJgcntcs .sociais tt-prcscntam para ti mesmos o ·•aparecer" \t:f"'·"' t.iui: ~1arc::i :L rcpre.scntaçdo idc:ológ1c3; os juslos são
"Od:il, económico e. polilico. de tal sorte que t~so :il)lrincia Hllrf.'''"' '<.' S, IRJUSIUS Scr5o os oprimidos..
t que n~o dcvemt's simplesmen1c tomar como sinônimo de ilu· ~1as. ;au 13Ju Jtss.l ~.ia de jUSliç3, fruto de um pensar
são ou falsidade), por sçr o modo imediato e abstr:uo de m:i·
niks.1acio do orocc'Sso his1órico, é o ocuh::1mcnto Oú :.t dillimu·
laçao do rcal"oi'.
~·C'~)l,·:.c1 hlSrônca de juMiça, isco é. de uma Klêla de
uc1.·1..~:..in:,imenie a·hiscórico, surge a possjbilidade de uma

1r1cµ. fruto e e.xprcssSo das rc:tis conuad;çõcs do mundo SOC:iaJ


:e
justiça

Dc1se modo. :1 idéia de jU$tiça, enquanto exprt"$sâo dos un~.a fr.Hflt.'C:P'fau que n5o mais emerge de um conhecimento cris:
tipressor~ nado mai.s faz senso ocultar as reais con1radic;õe1 t.1lv.11l11 e ;icc:uo pelos poderosos., mas de um trabiilh d
'-lha. . o, e um
que cuão na sociedade, a1C porque, 1ind1 seguindo Chaui, essJ
1déi:i tem como (unç.:io o .. ;ip3g:imcnto das dirCrenç:is e contra· l'~1:iui :a)}.1~ ~rala o problema. do saber, em opos~ào 110
dic;õ:s"1t. \:llnhcc1mcnto ohclal: "O saber é o rr.ibalbo para elevar à di~
0
A idtia conser.·::.dora ou man1cnedora de justiç3 tem como mcn~~u• .do (;.onccil~ uma sil~aoçâo de mio-s::iber, i.s10 é, 3 ex.pe·
runc;5o n~o somente Hustific:ir a oprcu5o m~s seg_ur;ir as tn.n\· n~·n.~'1:i 1m"•1.h t11;a 1:u1:a obsco.nd1de ~de o cnbalho de cl:lnfka-
formações sociais. p:arolisor a históri:t. pois scr6 essa pretcns!lt\ .;:m 'u. Con1inuando a reílexão, 3di1:1.: "Só h' saber quando
à pcrenid:.de quc vai fortalecer um ceno tipo cJe oprcsslo, excr·
11 IJcm. ibidem, p. t.
e.ida por meio de grandes, e pequenos podef'd.

18
11. CHAUJ. M11.rilcri=.i. Cwf11""' t Jtfff(ICtvrl11, Sio V:ndo, EJ.ltor.i
·· ---~ 101 1 .. '\
a rcllc.xlo acclla o nsco da andttertninaç-lo ~u~ a fa1 n.•M:cr. sort5. m1i in,,1rumcn10 e b~nddra cb cxpcrii'ncM e d:. csrcr~n('.:t
quando a reOcxlo acc1b o r~ de nio cnnt.u com ~a11n1~, dos oprimjdoJ
prbias e u1criorc1 à própria exptritocil e :i Pl'ltvi,, rdlt•lk• Eu.a • ~ta df jus1iça rta.nsfornadora que h.i dt k.r m:.iJ
que a traba.lba..u . um vdailo de anúl,pm du maiorias 1iknciW., da est1110U·
A idáa de jlrn..ça tr&Mfarmadon s..> p>(kr.a 'C'f lruh• Jc ~ de princlpios qw ~ de .., alanocas de u.ns1~
\lm Dbet c:rilJC'O, dt um gbet qut St opõ.:- • • 'unhecnut.-ht $0Ciltt._ ~ t pobticu no sentido do c:aaunb:ar hw6rtco
ÍASIJtuido. de um wbct histótic:D qut Upttl)( a~ ,._.s~..U..._
que é precâno e prova1Óft0 pais. lrulO da rcJlcüu "'tbfc a r •rr·
ntnaa obscura v:ivida, que se toma o alvo tk um l'hlll."tW.• ~
ddvclaracnto t datifaçâo.
Ess41 visio 1r.a.nsformadora cio cstf ma" l"r'f1..1IJ.,J.;1 cn1
uma b1crarqut.t, cm uma organiuçio disslmul..dtua d;u t:k1m1· A JUSTIÇA FORMAL E NÃO-FORMAL
na\-llH, mJS 1e.m como fulcro a tspcnnç:a lk t:L1rih..-JÇ.M,, \fUt.
u s11ber Pfõporciona, enquinto ilumin.ado.r d:l <,.rcucn~1' tu,.
1oniMmcn1e 111uada.
Dei.se modo, a conccpçio de jus1\ça que i:rt1(l l/.C n.:.o ~· r ·• A vis5o formal d:i justiça esconde uma cegueira: nlo 1c
m;us horm6nlca, pois imersa nn conttadi~ 11.11• 1-.:f.i 111..11• cnicrgit 11 evidente: domina~o. a eruci:aJ oprelSâo que u iofo-
cqU1d1s11n1c porque compromt'lida. não scni °'ª'' t~,:111 m;nlur.i Hturam a panir da ptófria produção e distribuição de riquct1s.
Em nnme da 1u1clo de um.i liberdade dos poderosos. de uma
Uc uma ordem. mat con1cstador1. Em sum:i, ~ Iº'''"''ª i:1ncr
gcnt~ de uma rcOellio M>bre o d(5tquilibrto. iobrt• a ~1unun:u;:"1 hvre c:onconéncul monopolis1a, de um bc-111 comum de panJcUID:·
fb, CKunde-~ a arandt dominaçào que m.arg.inaUza u maiOtll
Em ttl'n\O! rruus coocrc.t05. o que sig.nifk·~u 1.;1 um;, t'~1u
4.-Cp(io de ft.i.W.iç.. qtJe: w cnc:111mlttha.ria neuc ..cmW.. l~w u1,1· ''l.m;aio.Jon. dos homens. Em nome dessa liberdade 1ndividu2I
l;tbnr;m.se armas dulruidoras que poderio aniquilar a bwna·
ctpçlo devt.na ts.tar untrsa no inuodo. Nio m.t.1'1. uni mui~
d;i ordem e cb b11r.rarquia. mas um mundo onde :. Uoa'Un>('441
e: as cootred~ c:stlo prntatt:s: como marcas n.iJau. >-..-1
R.-.~.,. j• deu O<dtm pua a la~ de bombu do
• JW-.ra bombo qu< lllduz, cm SUi euénáa, 01 \'IJorn cio
...,lt..,.,
niJ*. A softWcaçlo aulita.r é 1io grande qoc o prts.den1r

mais uma ..sl:11 de JUlhÇa qut bYCHe como ttifU.ldu peud-:r


'õlpt;tah ).fftO tl01 Nti ,s ptUOas mas nio destrói os heM, Para
çõn m.w bllt6octi mas o próprio devir que """ Jn't'Cl:ll ru
Maecssio dt contrad.ç6cs Uma jldtiç:a qut tc:m dr tumat C"Omi• eb. romo põU'lt o CI~ u ooisu. o lucro. a 1pt0pnaç;10
b<&tc ª' ptqvmu e vancse' dooiaaQ6cs que s.io c.JttdJas no
mundo, o que &t.ra vma di'li$ic dara e !tcundi enqu:a.nto lt·
'.IO m:.u 1mportan1cs do que as peuou, que K conftgu.ram ou
come> u.m obsúc:ulo 6 ronquis1a dt novos bens ou COfDO um
nbl.rumento para amaJU..los..
nômmo: 0 Ylvtr dOl oprCUOrCS C O vfvcr dos: O('IOmÍdo5., t ft•
ttnd1elo ase viver como as relações c:ooc:retu que " tmtauram o d&reho, tm sua f~ e csttu:tu.raçio. é o sruoe
a nfvel econõmtco, po1ili«> t SOC:ll que põem a nu nSo somen1c )cspons:ivd pelo form.alumo que marca o enfoque do probJcma
um;i classe como contradição t inonc da outra, m:iis tamWm a. .,,. JUJ.tiç~. J~ que ele l profuodamcn1e marcado pela tr1diç.6o
definitiva irrcdutibUKllde da tpist,me a SCf'\' iÇO da domin.1ç~u u11..i.1tchca e romana, fX,a aprcscot.açlo J6gt~formal e. O'IOdcr-
àquela que tltpttUa a e.xpcsiência dos oprimidos. Po.r i.sso 11 naml.'ntC', pelo poshivilmo, o que o loma fechado cm si mesmo,
juJ1tç1 resp1ld.ad1 na txpcriCnc-ia. não há de ser ncu1ra, Mil \."1tcul..1ndo num unlvcrso nonn1t1ivo onde nfio h' Jug.ar pua ll.t:
comprometid•. nlo hf de ser exptesslo ideoló&ica dos oprcl· ('on1rad1~"ÕCS rc-.ls que atravessam a sociedade. Como a jusriçt
i u iJtlll de todo ordenamcnlo jurídico, ela tam~m será but·
,·.1o1.l;i na rn1ern.11h1J1dc dH forma,, na univtts1lidade dos dis-
14 •dcm., ibWt-. p J. twws v...:1it» mu 4.Jc c:ra!Klc: u1iüd&dc por proPorcionarem· uma
1h.")~1 Jc JU>liç;i a 1udos OJ atos ôc mando. Assira. 1 nivc.1 de
19
20
llli?• o ai••Ubrio .i.. dúlribuiçio n.t jus1iça dislriboltiva. e o
senso comum, IOdos os g<>rtmos, lodos os!"""'· 100>1 •• p<$- cquiUbno da aç!o do Poder como tutor do bem comwn o.1
soas, IOdos os oprusora., lodos os oprimidos -1.,cm JU>CIÇa• • 1usuça social. eram u car:iclt~ que U1ldu:ziam da.ramcnle
embora u ahtudcs c:onctttas sejam vistt:nfmentc d1ftrdalCS. uma onacc:pçlo de mwido qw>do a qu>.J ~ b:umonll é a rcuo
porque diluco1es sio as círcwutindas, o estn10 •ocnl. > rtla· e o coo!lito ~ c.i.ceç~o, o desvio.
(5o entre os hon.'.I~ e a pt~ aDteruJ e csrtntu.al O problcma lo de so.bcr o que é JUSllÇ3 • patttt do pmsu·
A JUSCtÇa e um d«er..se:r. ~tas ~ de\-e:r~r n.., pode poslO secundo o qual a sociedade Ó. por IU3 Ollurtn, dtn1m1C2,
subslS!lt descocmado dai cootnldiçõ(s e <la h111on~ \ hlin, dc><qu1bbrad>l <, mais ainda. contliuva, ult20do por meio de
o que pode.mos DOLl..I é o Í3lO de COCOOlr:lrn'Nh.,. funJl.tnii:nl.Hklu su~ pr6pnu coatndiçón. wtto a nível rrucrouocaal qua.ato :a.
U vu6cs rorma1s cJc juJtiça. uma. articul;çio \JC\IUO\~ lu.'-.:"'° n1\cl m~a~a.I. ~lais sunples~cn1c. 4-"0mo cnarar o problt·
form.:aJ, na mcd1d~ cm que deduz de pnn.cipws ~e r.u.) ou ~e ma c:a. JtDCJça aum mundo bistoncamcntc em contradiç!o. cm
cnlld3dt1 :ibarc-antes os ctittrios que voio oncnur :J.) .u11u1.h:1 lu t3.GC\:IU~
concrctu. Para se elaborar uma visão concreta tlc JUSll1tJ. ttw~1cr A pnmc1ra qutstlo a ser 1r:uad3 rcfc re-sc à mudaaça no
se faz. 1 introdução da 1cmporaJidade na rcnc:c5o ,obre ~' 1cn· (undJmento. Enqu11uo na vis!o clhs1c;a. :a JUSllÇa 6 o atributo
sões e contradições reais que perpm.am a vida ~1;il, P11J\1.1r.. r que. por sua neutralidade e eqüidi.stância, soh·c da melhor ma~
a justlça é buscar uma in1erprc1ação histórica J;i. Wi.'u!J:&Jc. nc:mi us con!litOI exc:epc:iooais que turbam n ordem, é ncces·
A pcrspccdYl' formal <la justiça (amb<m csi;i 1>rofunJ"' s~rio pcrqu1nr por uma justiça do desequ1fibno, u.mo justiça
compromctada. Nio mw uma 3ustiça imparcial, mas ua111 JUS--
mcn1c li;1d1 lJ formas de controle que o poder cx.cr"'' 'obre
seus subordinados. Modemamc:nte. apuett como Cun\bn1cn1JI
1 Cilruturaçao de uma bwocraci& que rormaJiu o C.'Unlrok. Jis·
.. 11ç:. ~uc se assume como parei.ai porque c.tprcss5o de um dos
lo~o. da lula: • b•ndo dos opna11dos.
e daro que aqui alo <Sumos • diur que >S conccpçÕ<J
uandc o poder. lumckH> inllllgivd, gcruido 1>mbém um &Npo
que, por via de SU2 se&un.n(.l. e sobttvivéncia, ~ lOfn" instrv· 1.'0ucntcs de JllSÜça SC.J.ll.ID oe-utras tm sc11:s fundamealos. ,\
mcn10 cJc SU>kftllçlo desse DlC1lDO poder. On, num2 - d e ntutrahd11Je que as rcvute e a cqUidutinoa 'fUC u m.1/Q sJo
onclc O Utrádo do poder t lorm.al e >lé mesmo rnu•I. , •00· ipuencaaas, Já que raoonalinm conccpç6ts dt mundo que ~•·
ccpç:lo de JUSIJÇ& IÔ pode 1cndu ao formal. tunauu.m priucas sociais coocre11s.
Por O\tlro lado. ~ preciso lembrar que tUa conct9(_., tem Essa buica por uma coettpç"..io cc JUi.llç:a que come comn
como í111ali~ a ..s1tn1aç&> i<lcol6gica d• tn1nu1en~.lu Jc pressuposto o rain de a regra fl.ID(b.menal ser o coe.fino e :a
dada ordem. A mio formal da justiça é a ~o Jo1 ..·cn«· cxccçâo 1 barmoaa~ fu cmerssr ~ nccenu:tade de eac:uarmos i
dores. que ltm de cri1.r um.a visio de mundo que m2n1cnha 1 JWOÇt como um dewr-scr respald:ido no compromiuo. luttn·
conquis11 •que cvi~ a cincrgcncia de ou11os Jl"pOS que podcr~o do na puciali.i..de. Em suma, uma jusiiça coatba1eo1e.
ter ou1ru visões. d1do dcsc:ovolverem prádai socfais Jifcrtn1cs • Es.sc compromisso se d' com 11 anú1esc do procc:sso dialé·
Por iuo, ioda vi1lo formal de íu>tiç>, apc11r de suoJ dilmnçu. 1ico e. por isso mesmo, bojei com os opnmidos. com a maioria
ltnde 1 conceber o mundo, a socied1de e a bislória como um esmaç•da.
proccuo harmónico, onde o conflito é exttção, tnqll'1nlo utn1 A justiça é o dcvcr-'5er do outro lado que deve constituir·~
rcOedo concrcla sobre a Ju•t~ Já de concebtr o mundo tn· no rund1-mcino da ação de todos aqutltt que aceitam estar o
q~10 contnd~J e conflitos e ;a ha.nnooia como t .tccçlo. mundo. his1oncamentct imcno aa contradiç.50 e q,a Juia rumo t
poiS tia nlo é uma au widadt. m.n um prodoto Ílllll do piópno "!aior libCluç!o. Nlo é uma justiça nco1r1. que, de modo cqili·
procxsso <l~tico. .N&o se atinge a barmorua pela h:>m>onio. dOSWlle, iolvc as questões, mas wna justiça parca! que força
o conru10 t a COftllldiç5o são os camiDbos pan se 1e111ar chtp1 u cJuscs dingcntes a reeuar, que aparelha os dominados oc
a ela. scalido .i.. plcn1ticaç&o coocrcu ck ..., prerroe•uvas. Euai
A CODCtpçio de justiça semptt esteve lipda l rle hanno- pmroe•u•-.. o&o >ia pr<VWDct11e esubelea<las, das tmc~.,.
nia. O equíllbrio tt1trc as parttS aa ckoomUu<la jlmiça Mf'llU-
22
n.a própria luta que K trava nesse sentido. A ju1tiça. nesst a qual o melhor n!Ji cede os espolWkic - a maioria da h1>-
scoúdo, além de ser uma ídéil-laç:a. um dev<:Mcr que delineio 11W1ídadc - dcodisam, oo uminhar em busca de ..,. própria
e sistematiza .. expeculivu dos clomimdo$. é crihca, ftO IClltido humanidade. A posslvd <qilidade dessa just>ça será :ak:acçada
de ser u.m Abcr cmc..,..t.c. nJ<>compclcuu, imrsiMJ pon a na c:onc:rctude dos coaQitos ruis. Scvs pnnáplos serio cns-
culnn oficial, para a ideologia domitumte e pano o coohcci- taliudos por via das l11as sociaíJ, sua possível harmonia não
mcnto in.uituido. /•; juStiça assim colcodlda ~ o ,.bcr insti1uin1c t$1i aqui e •., ora, mas eonstitui-s~ cm uma rocta do futuro da
de uma oova ordem, t o dcver;cr da concrctudc e, por isso história. um norte n1 procura da pleoific1çlo humana.
mesmo, profundarncn1c a.mtaçaôora a tudo que ~ inSlalado, para
cudo que se pretenda perene, para tudo que seja ..neu1ro e im· A idtia de jusiiça implica o vislumbror de algo melhor.
parcial". A <qilidiscjncia das coocepçõ<s clúslcas de justiça é Logo. a idtia de juJliça 4 um dcvcr..ser. A jusdça nào vai 1.na-
substituida pelo compromisso com o lado opnm1do da corura- figr como u coisas do. auas ioclic;lr como devu5o ser. Euc
cfiçto. JUSlo ocnl o &10 que se comprometa a implan1or ou pre- de\ltr-scr pode dllr fu..nd1nxntado nvma otdem uo.i\rc:rsal. no·
servar os dittitos doo oprim.iclos. In_íusto, aquele 11<> que C.- ma YOOtade divaia, ou pode p!&otar-sc o partot da obscrvaç5o
- OI dominadores em seu prooeuo de dominaç:lo. da contttrudc dos tacos hist6ricm. Se camÍllhllt!IOS por essa
Dirão algum que cua noçio nio tcri SC!'V<ntia para os ..nda, poderemos observar teod<ndas his16ncas. erisiolizllÇÕOI
casos particulares., luo nlo é -~·· pois nlio hi qualquer de h,11as que. nlo se coríicunm como princípios aln.olutos de-
ob<t6C\llo pano a resoluçto dos casos particulares l lut ®' lun- duzidos da ordem universal, mu tendências para o melhor,
damen1os aqui e.tposto5, como v:rcmos mais 1dl1n1c. inleridas do devir d• hisl6ria.
Oucro ponlo que devemos analisar é o lato de que um•
ccnccpç;io diaMtio de justiça não pode partir crigin•ri•mcnle
da virtude individual pora se cspniat paro o soei>!, já que oco-
nhecimento bumano csii lwrcado ao Vlv<:r coocmo de cada
A JUSTIÇA COMl'ROMETIDA QUE um. cm s.uu priticas sociais e ~ o que signifa diur
EMERCE DAS CONTRADJÇOES que, antes de coc:ara.nnc>i 1 justiça c:omo \1nvdt, ttmos de Yê·I•
DA HISTORIA como qualidade de 'uma ordem políüc1. ccon6mlca e social. A
partir do estudo de:ssa dimensão, 1f cntlo, poderemos c:aminh1r
Por m:iii que 1c qucu.a deixar a idéía de fUll)ça no limbo para a caracterizaçlo da jus1iça como virtude de ada um.
du conlit.Jcraçúe'" 1C1vru:.a" e \•owas de si&nil1caç.io, scr1'1! c.o- Se encammos a just.iç:o sob uma óptia di1Jt1íc.1. <m
iueir.. não ob5crvar s;ua 1mportincia biw.ónc.a pari legiünw a imbico m.;. &lllp/o. pod<ri.-. dizer que tia i • busa do
dominação ou para lundar a contewçio. Aso.m. roca claro que melhor. ao prisma dos cprimidos. Em •mbito moís pessoal
ocdw dada ídéio de JUltl? unplica, ~.,...te, uma opçio elo serio a virtude da (oêclldadc l antítese cm 1m11m de açto
ética. luodacla nas rmçilu coacrCllS do opcao1e. Nlio bó como e pcnsamenco sociais. Jostiça serio uma id6a q... cradaziria
evitar a escolha de u.,. ~ que rcspalda a pctllllll>L'11Cia da a possil>ilidadc de acdenoçlo bíscclrica no scnlido do melhor, do
ordem C00S1ítuida, ou aquela qoc, mo.ôda pei. cspuança, pre- mais huimno, da líbcrtl\-,lo. Ela seria cspcno~ e bandeira
tende um: ordem mtlhor. Para i.lguns, o melhor j! estâ aqui, pano as Juw cOt1crctu de libertlÇio dos povos. Por d<trú de
para outros o melhor cs1i cm vil ;i ser. Para uns a injustiça iodas as lutas de llbcrtaçlo, cslá implld11 uma ldéia de jus1iça
e:s1A nos dcisvios da ordem cstabclccidl, para outros está na pró- ou um conjun10 complcmcctar de idéias do justiça. Isso nlo
sipúlica retórica, mu um !ator de alta importlncia a nível

-as.
pria n.al'urcza c.b ordem posta. Palll uns a justiça é conigir,
para outros~ implanw. No !ando, pcrccMIDOS que o coollito politíco, a nlvcl de mobilização. Nlio devemos contondir os
b6síco está <tlll< uma justiça dita ctana mas q~ rcspolda as dnamos retóricos que podem aistir na 11111 pol&ic:a com m
modiljcaçõa; lúsl6ricas por causa dessa própria CW'Dídadc que
priodpios reais que cstJo subjacentes às aç6cs
En<aracdo-sc • jwtiça deste modo, olio podemos puúr
!lida oa tlldo qu<r dizu, e "'""' jmtiça que se cté <o;cadada daqlnlo que a doutriu clúsica cbama de justiça comutativa,
pelo camiDhar da WDpo<alldade, pela contnodiçlo que ~ o pano chegarmos 1 uma justiça cenl ou social. Temos de estar
caminhar da história. Loso, nio existe, para tal e:nlcodimento, atentos para a obscrvaclo das estruturas sociais em sua gJoba·
um princípio fixo e. c1cmo, mas existe a opç.Ao ~dca segundo liAt1'1l'I '"'"•u•-.
l'lt'll\f,.,.,.lr,iw... • .... "''"" ..t•••-:,..,.,.A_ t-'-~
l1111>0rtan1e é uuer l lu: u idãu dt juttiça que 1< vto
perfazendo no d=ncr da binóda por meio da eompançlo de
virias estruturas sociais, polí19c1s e eeon6micas, sob divcnos sidir c:ss:i rclaçllo. Será um 1crceiro, :1rau10 ou rcprcsen1an1e
i ngulos, nlo csquttcndo que existe um• opçlo ~lia fundante d:i ju.s1iça, que vai, analisando a relação. cs1abele~er o critério
dessa obscn-1çlo: o ~mpromiuo com os oprimidos. com os de igualdade que a prcsjdiria. Eua visão ~ bem típica do'i
pobres, eom 1 antítese do processo dialttlco, boje traduzida rom:u105. ma.reada por uma conolaçlo juridica de entendimento
pela du.. social denominldl prolewúdo. do mundo. Efetivamente. a •justiça.. coquanco entendida
• urpnWç5o judicial de dado Eslado l que dari a cada m
COE
Auim. o jus10 é o melhor pari os bp«imidoo. é a proan
de condi('6fs que dclcrmincm o avançoÍda luta pela conquista o que é seu. Ade.mais.. mesmo que auim nio seja cotcndi ,
do poder pelo proletariado, constituindo-se tlm~m oo mtlhC'lr scrd:. ordem cósmica, Deus ou:. razão que vai lndiar o aitirio
para a manutr:nçio do poder pelos trabalhadores, quando eles o de: it:u:ildadc a kr seguido. As partes têm de obedecer esses
conquistarem. • imrc: r~1 ivos de justjça. se quiserem s.cr justas. Vt·se que o con··
A justtça dos oprrnom opera ~ concei1os qoe. em rti10 dt i~u1Jdade, pela an,Usc (cita., é tripol:u, apresenta ttb
última 1-41.... nl<h siinifam ou tudo poderio lipifK21. Po- p h tw.-m disun1os. doi.s que p.an~m dt cbda relação e om
demos mesmo d tur que a sobrcvivênd• de an·os conai101, qu<. dei• nAo partióp•ndo, impck critérios pani J<U dcslind<
anti~ de ju~ct(-a der1tro das les;islaçõcs c.ontcmporl ne.,s se deve 1u~10. IMn f3z lembr;ir a velha dcfiniç5o de rcla~o prOCC$S\laJ
a ts$a ct1r1c1crrs1ica. Assim, o conceilo de justiça procura d11r dn'\ romanot, que a enc:iravam como acwm trium perlónorum,
c-m:lihilid~dc a cena ordem social, procura Jec:ltimar 1.lgum lipo um alu Jc 1rê1 pessoas, onde duas eram intereMadas e uma
de (10dn formal oo real. pois as expressões pelas quai. essa l'C.4Uitli~an 1 e : credor. devedor e juli.
justi(01 apatttt. têm uma Mbttu intrínseca. 1hn uma aatorida· J·-IC'a 1ambém claro pan nós que. por dttrú dessa concct.
de. 1r.1dutem uma possí~I dipidadt. Como falar mal da IU:l\":'tn. C"<tá um e;n1endimtnl0 do mundo COfnO' uma ordem
i~aJdJde? Como alacar ••o seu de cada um"'? Como indispor· prct"$1:ahclttrda. tmrmônka e in1rin.secamcnte ju:sta que pode ser
$C con1ra 1 "arte do bemº? Como rctruear contra a afirmacio 1urb:1tla f'C!ll lnjus1iç•1 que t conduta desordeira. Esse pcn$1·
de que OS p1C10S de\jem ser respeitados? sêria loucun um poder mcnto ê de GJ'llnde imponância atual já que 1 burguesia, mercê
qu.itlqucr arinnv que rejeita essas afirmaçõts. Mas. por OUlrO de su:a busca de scgunnça, um de seus valores basilares, f:lt
l•do. é prtti.o que esse poder redefina. de •eordo com seus ~ ~J:Ur1n(1; sinónimo de ordem. isto é. tudo que garanta
iruermes. qual é "o seu dt cada wn", q""I é o ideal de bem a .<quranço da buriuesá é ordeiro, t justo, <nquan10 qoc: 1udo
dC$Cjado e quais as normas m&iorcs que devem atar por dttrjs 11quiki que rira a segurança burcutsa é injusto ou, como ainda
dos pae1os para que ele$ sc;am respeitados. ('tá n:i moda. subversivo. Assim. justiça se 1oma sinónimo de
O concei10 de igualdade implicado com a idéia de justiça. 1trdc:m e, o que é m;ais ·gruve, de scguranç:a no.c:ional, entendida
t abstt'"1LO e quantitativo, i' que poderíamos diz.cr que iguald1dt 1111 (Aprt'!..do como um conjunto de medidas colclivas para asse·
é tqíiivalfocü de quantidades. &se conoei•o api<SSO. por JUr.ir • CC>n1inuidade de um poder burguês, a est1bilidadt das
uemplo, na definição dt S.nlo Tomh de Aquino: "Dar a cada ln~i1uiçt'\c$ burpaas e todls as mcdkia.s pua manter .a reno
um o que f KU... "'JUndo um1 ipald.ade".. aW:m de se dcsdohra: • • f"I!" «s1 "harmonia" ..sào-ccoo6mica..
cm duas c-.a1cgori.as, a dc i~uald.adc absoluta e a de igualdade rc· Se harm6nko é o Uniwno, harmõnia:s tambim as rei•·
l:itiv.a, arat uma questão aind1 mais sé-ria para renetirmos: sua çt'~ entre 01 homens. As dcsarmoolas s!o quebr.11 de um
1ripolaridadc. O que significa i1so1 Se tomarmos a deCioiçlo Univc:rw já pronto. Mas a obsc.rvação do social romece· nos
anterior, o'bscn•arcmos que a oraçlo é abena com "dar a cada ronclusfK'S diferc.ntes. A sociedade não 6 harmónica. Em run·
um. - ..., o que quer diur o squi1111e: eristem pelo menos du.u ç5n da aec:euidade dt sobrmvfnci1 e da divido do 1nbalho.
pessoas oo panes, numa rtlaçjo tal qu• uma ddas deft alao n. grupos foram se engendrando de forma tal ~ uns começa·
à outra, suscitando net1a o direito de exigir a prtttaçio. Mas. ram a q uliliz.ar de ouuos, ~findo um.a rc:l1ç:lo, seja de supe..
eomo esd. daro, não foi nem a pane dcvcdora nem a parte rioridadc ou inferioridade hierirquial~ seja de C.lploraçâo sob
25 eredoni qu<m estabele«u o critério de igualdadt que deve pre- o pon10 de vista cconõmico. A11im, na medida em que as
eia ou. por via d: conG1to, se Instauram tta certos EstadOS.
socitd:t<Sc:s se comple11ficam, malor ~ a opOSJç!o entre cues Esses pri::cfpios oAo cué.o painodo acim3 da sociedade, cltt
pupos. qu., ji a ctno momen10 da hiSl6ria, se 1omam dwcs se c.Aprcuam ria rdt(lo contndhória õe WD e.ruço social com
somis., V1ftndo, a superior h CUSIU, e por ..... da inlenot. C<Jtro. Alllm, pana se •=leod<r ~>liça, oJo pod<mos DOS prcn·
Logo, pc.ttb..Se que 0$ ÍDltl<S$d dessas classa ÂO COOflll .... dc:r a u.ma ~ia tripolar de r,u1ld1de,. mas 1 wna c:oo«pdo
te" como ~nRitantc ~ 1 explonlçto de uma pela outn. Não bipolar do rtconhcci.mc.oto.
c.xJsce ho.nJ.tvOia, m11, a cada passo. ~ m1nlrcs1ação df: Jutas Dizemos que cm ídéia de jusdça é bípolor porque a <ris·
e coo1radições que se coostitucm no p<óprio -or da história. 1afüaçio dos in1ereHt1 e dos ldc>ls de melhor dos grupos saem
Assim, a ••sra i a dcsannonia. o coam10.. a luta. a ~ t!< é~les intfmos cm seu COCISl>Dle -oito, por via du lwu dos
inrcrcucs. E. mais, os opressores vivem dCH oprimidos e estC'\ oprimld<Js que vio aeooleccndo •• bisl6ria. AJslm. ccmo< uma
só 1crão uu lug1r aa hiSlóri.a quando derrubarem os opressores. ju.süç:1 d.) opressor e outra do oprimido.
Oianre do uposio, n5o h' que se falar c:m iaualdade :i.bsu111. Ec:e conflito oriundo d:t. dominação do um:i ch1.sse pd:i
•m ttlaçto presidida por uma lwinonia ptUXJ1WllC ou por um · O'.rua pode ser vi5lO sob uma Gp1jca do domiAador vu do do--
tcrairo dcsuue:msado, pois n:So exWtm dainttttnados onle Clinad~. Aqui, como <Ri cbro, p:ocnnmos ali;uma sist<ma-
mundo. Todos, por pencncen:m a dete:rminadas classes sociais, ti:aç!o sol> o in111lo do tlomlnat!:>, o que silaifia buxu us
defendem s.c:us interesses de dtsse, por meio de suas pt:iuas e c:nlfclínhot da história a dircç!o que os çrincfpios do proleL>·
por via de seu coo.t.ecimenlo. Alsim, essa dimensio 1ripolar ri3:do vlo tomando, ou scj3, o r.i:lbor para 1.1 rcJ:.ções econ~
do ígu>ld>de e d> juStlç.. coi por cerra. ji que do os JNP"' au.cas, poUticas e sociais sob o 1n,u1o dos dorii.o!.l». e quais
r-m conn110 que: v1o op:Tlr com 't'l.k>ta deitjávds., com a\lt.ndf.. as C'Oft'apondâicias dctsc cnteudlmnito. a OÍ\'t:I iadividu1l
mcn1os do que s.cja. o melhor~"' a sociedade e para cada um . Esse melhor pode ser Ulldt•,ído pela pal~vni rca:nh<dmcn-
Jos p~ninafares., normalizando 10.m~m os modos ju11os e ln· to. Pt'C>C\lra.•se a possibilid;ide <!e os homens nlo mJ.i:s se e.i·pro..
jusros de se atinafr o que é dcscj,vcl Não existe ccrcâro wcm e poderem, se reconbc«r cm suas apecidadcs e ncccui·
ºª""'· só e•iste """' id& de jwúça qu< se ..i ICCfuneaWldo cbdcs. luo nio sJ1nilica. eqo.ivalbcia qua11tita1iv~. ola si1ui·
n> hiMória e qu< csci a IOJ\'Í9> de um.a d>da O<d<m po<U. e l1ca lJlllltlade abstnu, mas o rtCODb<àme,;10 da divmidack
ou1r> í~í• de jtwíça que está a ,.mço da conteStaçto., da "'"exploração. e
me o fio cood•tor q•• DO<t<Í• .. lut>S tios
mutfan(:a. Mais sjmplcsmcnte, existe uma jusdç:a do oprHSOr oyrimldos. Por ouuo Jado, ase rc:coabecimen10 nlo est' aqut,
e ou1ra do oprim.ido. O problc-m1 de eqü.ivatlncia de qu.anti· de l pouco pr11it•do uo •MI es1Agio da bist6ria. Ele 0114 se
dada deve 1« ckútado pana a matemilica. que olo é cXncla, implanr&ndo por meio das lutas t dos coonilOS entre doarintnlH
por n;lo ler objeto, mas é línpq.,,, uionwizadcn de l1ldo e doaunados. A coouadiçio e a sopcraçlo da contndlçio
e de: nacb. laztm a blst6ria cammhat pata o lt<Otlh<eimento., pana • •llW>·
!':Ira se 1er uma ldéía realista daquilo que ehamtroos J11s- t..'ia da domioaçio. E a o6s cabe a pesada opçlo de escolhermos
IÍ\'2. é preebo, como loi dilo, panlr do pressupogo 1<g11odo o nosso lado, pois um cntcndi:a.tc.a10 como este alo admite ncu-
~ual :u <lflln cscão cm conRito, ji que ttividídu cm opr<SJO<a
tnlldade, porque tsU l uma opçlo pelo opreso«, wim como
e orrlmid.a, cm dominancc e. dominada.. Tambim devemos lodo ttntritr& l de dltdta.
considerar que a hisiória caminha por via do adm:unenco e
dtslínde desses conllí1os. Além dluo, não podemos csqu<CCr
1.ambêm ql;ic: os opressora sio u minorias. enq1.1111to os opri·
rnido$: '-"Omlinaem a maioria.
Vis:ro 1.uo, podemos propor um pon10 para nos.sa refltxlo:
a ;ustic;2 dos oprimidos ~ obsc:rvada no decorrer da história pela
v<rilioç~o de suas p"llcat, pelo resul12do do suas luiu que
se rio, • cada passo, autaliaodo como princlpios de cooYMn·
28
27
O presente luto f8i extraído
do lima

O QUE E

.
1'
JUSTIÇA
ll
.... ····- - _. .
...______
----
--···-·-----
-· ·~·
....

--·--
OQUl•: I·:
JUSl'IV\
:.w.1--.
-~
............ . -

·-- -·-.
...

---·
~

··--·
....

~ :..-:--..:. ..
~:;; ;~
- ___
·---·-----
, ....._
·-·· --·--···
..

·,• .\ -··--·--- ............


::::::-.=:"..:.:.:..a:-._:_-:....:;
•·" ·--·-·--·-
-. ·-
.. ·-- ·-.....--·-
·- ·-- ·-···
..·.·.... . ~
........
·-···-
H11b1•rlo A ll.de AJ{WXr
-····--
-·-
;t~.

,... -

Você também pode gostar