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proteção social e provocou as hordas de excluídos de toda sorte. Se o Estado do
Bem Estar Social - graças às lutas dos trabalhadores e aos ideais socialistas –
conseguiu uma certa estabilidade social, com o reconhecimento dos direitos
econômicos e sociais, o neoliberalismo veio provocar o segundo ato dessa tragédia:
agora aqueles excluídos da terra, que conseguiram se afirmar como trabalhadores
pela garantia das prestações sociais do Estado, tudo perdem, já não têm
propriedade e são despojados dos direitos econômicos e sociais. São os novos
proletários de terço final do século 20.
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(XVI), à propriedade (XVII), ao trabalho (XXIII e XXIV), à saúde (XXV), à
educação (XXVI) e à cidadania (XV e XXI).
Em síntese:
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unidade sindical foi restabelecido, e apenas os sindicados legalizados poderiam
defender os direitos da categoria que representavam perante o Estado.
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A promulgação da CLT conferiu grande prestígio popular ao regime e em
particular a Getúlio Vargas, que fortaleceu sua imagem de protetor da classe
trabalhadora. Nos anos que se seguiram ao fim do Estado Novo, a CLT passou por
sucessivas reformas e ampliações. Seu corpo básico, contudo, continua em vigência
até os dias de hoje.
Nossa Carta Magna reflete, assim, uma feliz combinação de direitos humanos
e de direitos do cidadão, de tal sorte que lutar pela cidadania democrática e
enfrentar a questão social no Brasil praticamente se confunde com a luta pelos
direitos humanos – ambos entendidos como resultado de uma longa história de lutas
sociais e de reconhecimento, ético e político, da dignidade intrínseca de todo ser
humano, independentemente de quaisquer distinções.
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Os direitos do IV ao VII tratam de salário mínimo e piso salarial.
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A doutrina tem apresentado uma série de conceitos de sindicato em sentido
estrito. Roberto Barreto Prado, por exemplo, define sindicato como "a associação
que tem por objeto a representação e defesa dos interesses gerais da
correspondente categoria profissional, bem como da categoria empresarial, e
supletivamente dos interesses individuais dos seus membros". O mesmo autor se
justifica dizendo que sempre existe a necessidade da associação estar investida dos
poderes de representação dos interesses gerais da categoria de empregados ou de
empregadores. Apenas de forma supletiva é que se admite que essa representação
se estenda aos interesses individuais dos seus membros.
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Desse modo, é correto afirmar que não havia no Brasil o que denominamos
hoje de sindicatos (lato sensu), e isto antes da ocorrência de dois fatos históricos,
que modificaram sensivelmente a vida socioeconômica do país: a abolição da
escravatura e a promulgação da Constituição Republicana de 1891.
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O artigo 8º da Constituição menciona dois tipos de associação: a profissional
e a sindical. A sindical defende os direitos e interesses da categoria, participa de
negociações coletivas de trabalho e celebra convenções e acordos coletivos, elege
ou designa representantes e impõe contribuições a todos os que participam das
categorias representativas; a profissional limita-se a estudar, defender e coordenar
os interesses econômicos e profissionais de seus associados.
Desse modo, a Carta de 1988, em seu artigo 8º, consagrou algumas medidas
liberalizantes, como a proibição de intervenção e de interferência do Estado na
organização sindical, no entanto, esqueceu de outras igualmente necessárias, como
a supressão da unicidade sindical e da contribuição compulsória. No artigo 9º vemos
que o direito de greve também passou a ser admitido.
Os sindicatos gozam de inteira liberdade de fundação (art. 8º, I), pois até os
servidores públicos possuem o direito de livre sindicalização (art. 37, VI). A liberdade
sindical é um direito autônomo conquistado. Implica: a) liberdade de fundação, sem
formalismos; b) liberdade de adesão, podendo os interessados aderir ao sindicato ou
dele desligar-se (art. 8º, V); c) liberdade de atuação, perseguindo seus fins
livremente; d) liberdade de filiação, com autorização da fixação de contribuição para
custeio do sistema confederativo (art. 8º, IV).
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A greve é a abstenção coletiva concertada, ou seja, o exercício de um poder
de fato dos trabalhadores – instrumento para a realização de melhores condições de
trabalho para toda a categoria profissional envolvida. É um direito fundamental de
natureza instrumental, como recurso de última instância para a concretização de
seus direitos e interesses.
Entendemos que deve haver união no movimento trabalhista, mas esta união
não deve ser imposta, nem pelo Estado, nem por terceiros. Deve ser espontânea.
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pelo fim do imposto sindical, e de todas as amarras que impedem o desenvolvimento
de nosso direito coletivo do trabalho.
2. Uma Justiça do Trabalho cada vez mais exigida pela sociedade (crescimento
constante das demandas), razão pela qual deverá ter um processo mais
simplificado (redução de recursos) e seguro (efeito vinculante das súmulas),
sem afastar seu rigor técnico (eliminação dos juízes leigos), onde aos
dissídios coletivos de natureza econômica (substituídos pela negociação
direta entre as partes e estímulo à arbitragem) deverão suceder as ações
coletivas de natureza jurídica (ações civis públicas), como manifestação
proeminente do fenômeno da coletivização do processo, através da
concentração de demandas individuais.
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Na realidade, nem todas as cooperativas de trabalho contratadas por firmas
são falsas. Um bom número delas são formadas por trabalhadores desempregados,
que disputam os seus antigos empregos contra intermediadoras de mão de obra.
Para eles, a perda dos direitos já é um fato consumado e se forem obrigados a se
empregar nas terceirizadas possivelmente sofrerão além disso acentuada perda de
salário direto. Outras cooperativas de trabalho são formadas por trabalhadores que
estavam assalariados por empresas intermediadoras e que preferiram se organizar
em cooperativa para se apoderar de parte do ganho que aquelas empresas auferem
a suas custas.
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ajustados à situação do trabalhador assalariado. Mas, é evidente que os
trabalhadores contratados como temporários ou mediante cooperativas ou como
prestadores autônomos de serviços etc. precisam de proteção nos períodos em que
se encontram sem trabalho. É necessário, pois, que em sua remuneração haja uma
parcela que seja obrigatoriamente destinada a fundos que lhes forneçam sustento
enquanto estiverem involuntariamente ociosos.
Conclusão
Por isso, se dizer que o Direito do Trabalho possui uma vocação ontológica
para a proteção de direitos da personalidade, pois, considerando sua origem e
finalidade percebe-se que está voltado para a defesa da dignidade da pessoa nas
relações de trabalho.
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A relação de trabalho, implica em um conjunto de prestações e obrigações
recíprocas entre empregador e empregado, que devem zelar pela manutenção de
um relacionamento profissional pautado na ética e no respeito mútuo.
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Referências bibliográficas
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