Você está na página 1de 21

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

MATERIAIS POLIMÉRICOS

Prof. Franco Amado

Ilhéus - BA
Novembro – 2007
PROGRAMA DE AULA
1. Histórico
2. Átomos Constituintes
3. Molécula Polimérica
4. Morfologia dos Polímeros
5. Estruturas Poliméricas
6. Copolímeros
7. Cristalinidade de Polímeros
8. Reações de Polimerização
9. Comportamento Mecânico e Termomecânico
9.1 Tensão x deformação
9.2 Temperatura na Tensão x Deformação
9.3 Cristalinidade na Tensão x Deformação
10. Temperatura de Transição Vítrea e Temperatura de Fusão
11. Fadiga
12. Classificação dos Polímeros
12.1 Termoplásticos
12.2 Termorrígidos
12.3 Elastômeros
12.4 Fibras
13. Aplicação de Polímeros
13.1 Filmes
13.2 Espumas
13.3 Adesivos
14. Processamento
1. HISTÓRICO

Os polímeros são macromoléculas constituídas por grande número de moléculas


pequenas que se repetem na sua estrutura e que são denominadas de monômeros.
As reações pelas quais elas se combinam são chamadas de polimerizações.
As primeiras sínteses efetuadas destinavam-se a preparar substitutos para as
macromoléculas naturais ( caucho, seda...); desde então desenvolveu-se uma extensa
tecnologia que produz presentemente centenas de substâncias de que não existem
equivalentes na natureza. Deste modo, o polímero é o primeiro material de engenharia
sintético.
O desenvolvimento dos polímeros:
• barateou enormemente bens de consumo e embalagem;
• tornou viável o desenvolvimento das áreas: eletrônica, aeronáutica, espacial,
automobilística, eletrodomésticos, vestuário e até médica.
Além disso, os polímeros apresentam processamento fácil e econômico, reduziram
peso e melhoraram a apresentação, o desempenho, a durabilidade e a segurança.
Atualmente há maciço investimento em pesquisa principalmente nas áreas de
polímero condutor e polímero cristal líquido. Por apresentarem boas propriedades
físicas e químicas, os polímeros rapidamente tornaram-se substitutos de alguns
materiais de engenharia.
POLÍMEROS NATURAIS
Tempos * asfalto (pré-bíblico), âmbar (Grécia), mastique de goma (Roma)
remotos * celulose, algodão, lã, seda, borracha natural
* proteínas, ácidos nuclêicos, queratina, cabelo

1826 Fórmula empírica da C5H8


borracha natural
1860 Isopreno obtido por ~CH2-(CH3)=CH-CH2~
destilação destrutiva do
polímero

POLÍMEROS SINTÉTICOS
1839 Polimerização do estireno ~[CH2-CH2-(C6H5)]~
1860 Preparação do poli(etileno glicol) ~[CH(OH)-CH(OH)]~
1879 Polimerização do isopreno ~[CH2-(CH3)=CHCH2]~
1880 Polimerização do ácido ~[CH2-CMeCOO]~
metacrílico
CIÊNCIA DE POLÍMEROS
1832 Polímeros compostos de PM múltiplos em Berzelieus
contraposição a isômero
1920 Aceitação da existência de macromoléculas Staudinger

1920-1930 * grupos terminais e propriedades físicas x PM


* viscosidade de soluções diluídas x PM
1930 Prêmio Nobel
1935 Estudos sobre configuração dos átomos nas cadeias
1929 - 1930 * comprovação da teoria macromolecular e dos Carothers
estudos de Staudinger
1937 Elucidou o mecanismo de polimerização em Flory
cadeia
1955 Existência de estereorregularidade na cadeia Natta
de polímeros vinílicos

DESENVOLVIMENTOS DE RELEVÂNCIA INDUSTRIAL


tempos utilização da borracha
remotos natural
1839 * vulcanização da borracha
* industrialização nos USA e Inglaterra
1838 descobrimento do nitrato de celulose
1865 descobrimento do acetato de celulose
1870 comercialização do nitrato de celulose (explosivos, fotografias, fibras
sintéticas)
1900 *produção de borracha sintética
*copolimerização de estireno e dienos
1900-1910 comercialização de acetato de Rayon e de celulose
1920 produção de resinas de cloreto acetato de vinila
1930 produção de poliestireno na Alemanha e USA
1951 patente e produção de borracha vulcanizada (Primeira Guerra
Mundial)
1952 produção de polietileno de baixa densidade
1952-1953 descoberta dos catalisadores Ziegler-Natta (Prêmio Nobel em 1955)

1957 produção do polietileno de alta densidade e do polipropileno


1969 produção de nylon (poliamida) e poliésteres (fibras e plásticos)

No quadro a seguir são apresentadas as datas aproximadas da introdução de


alguns polímeros comerciais:

ANO POLÍMERO APLICAÇÃO


1870 Nitrato de celulose Aro de óculos
1909 Fenólicos Peça de telefone
1909 Fenólicos moldados a frio Peça de aquecedor elétrico
1919 Caseína Agulha de tricotar
1919 Poli(acetato de vinila) Adesivos
1926 Alquídicas Suporte para artigos elétricos
1926 Anilina formaldeído Terminais
1927 Acetato de celulose Produtos moldados
1928 Uréia Suporte para iluminação
1931 Acrílicos Cabos de escovas, embalagens
transparentes
1935 Etil celulose Suporte para flash
1936 Poli(cloreto de vinila) Capa de chuva
1938 Poli(acetato de vinila) Camada intermediária de vidro de
segurança
1938 Polivinil butiral Vidro de segurança
1938 Poliestireno Artigos domésticos
1938 Acetato-butirato de celulose Adornos
1938 Poliamidas Fibras
1939 Poliamidas pós moldadem Engrenagens
1939 Melaminas Artigos de mesa
1939 Poli(cloreto de vinilena) Capas para assento de carro
1942 Carboneto de diglicol alila Chapas fundidas
1942 Polietileno Garrafas comprimíveis
1942 Poliésteres Plásticos reforçados para barcos
1943 Silicones Isolamento de motores
1943 Teflon Juntas
1945 Propionato de celulose Canetas
1947 Organose e plastificação de Revestimentos, espumas
polivinila
1947 Epoxies Compostos de potes e adesivos
1948 Acrilonitrila-butadieno-estireno Imitação de couro para malas
1948 Poli(clorotrifluoretileno) Juntas e acentos de válvulas
1953 Poliuretanos Chapas, espumas
1955 Poliuretanos Revestimentos
1957 Poli(metilestireno) Artigos domésticos
1958 Poliacrilamida Artigos domésticos
1958 Óxido de polietileno Embalagens

2. ÁTOMOS CONSTITUINTES

Os polímeros são macromoléculas constituídas basicamente de átomos de


Carbono (C) e de Hidrogênio (H). Assim sendo o polímero é considerado um
hidrocarboneto o qual pode ser classificado ainda de acordo com os tipos de ligações
entre os átomos de carbono.
Entretanto, às vezes é possível a presença de outros átomos ligados à cadeia
polimérica como Oxigênio (O), Nitrogênio (N), Cloro (Cl) e Flúor (F). neste caso, deixamos
de ter apenas hidrocarbonetos e conforme o tipo de ligação e a posição destes átomos,
podemos classificar os polímeros em diferentes funções (exemplo: ésteres, ácidos
carboxílicos...)
Eventualmente alguns destes podem se encontrar inseridos dentro da cadeia mas
então como heteroátomos.

3. MOLÉCULAS POLIMÉRICAS

 são moléculas gigantescas quando comparadas a outros compostos orgânicos e por


isso é que se usa o termo macromoléculas;
 formadas por cadeias longas e flexíveis;
 consistem em ligações de unidades de monômeros uma certa unidade química
repetirá sucessivamente sendo referida como unidade repetitiva, ou mero;
 uma representação em 3D das ligações entre os átomos de carbono que dão origem
ao esqueleto da cadeia polimérica seria como visto em (b).

4. MORFOLOGIA DOS POLÍMEROS

 relacionada com o arranjo estrutural e a forma física das moléculas;


 cadeias podem assumir uma conformação com múltiplas curvas, cuja distância de
uma extremidade até a outra é muito menor que a distância de uma extremidade até a
outra com a cadeia polimérica estendida;
 este fenômeno deve-se à interação entre os átomos de uma cadeia com os de uma
cadeia vizinha e é responsável por imenso número de propriedades dos polímeros
como por exemplo a grande deformação que sofrem os elastômeros;

 características morfológicas:
 amorfo:
* total falta de ordem das moléculas do polímero
* característicos de todos os polímeros acima de sua temperatura de fusão
 cristalino:
* ordenamento e alinhamento da estrutura cristalina
* regularidade estrutural, com ou sem ramificação;
* grupos polares com fortes interações dipolo-dipolo

 Quanto aos arranjos estereorregulares, os polímeros podem ser caracterizados como:


 isotático: centros pseudo quirais tem a mesma configuração
 sindiotático: centros pseudo quirais com configurações opostas
 atático: ausência de estereorregularidade

5. ESTRUTURA MOLECULAR DE POLÍMEROS

 também influenciam nas características físicas dos polímeros;


 através dos modernos métodos de sínteses, é possível controlar a estrutura molecular
dos polímeros;

Pode-se classificar os polímeros quanto a suas estruturas moleculares em:

1. Lineares:
* meros ligados do início até o final da cadeia de forma linear
* cadeias muito flexíveis
* entre as cadeias lineares prevalecem forças do tipo van der Waals

2. Ramificados:
* presença de ramificações ligadas à cadeia principal
* as ramificações resultam de reações paralelas que ocorrem durante a síntese do
polímero
* resultam em polímeros de baixa densidade
3. Ligações cruzadas:
* cadeias adjacentes ligadas uma a outra por ligações covalentes
* deve-se a reações que ocorrem durante a síntese polimérica ou a reações irreversíveis,
sob altas temperaturas, após a polimerização (ex.: vulcanização)

4. Reticulados:
* obtida a partir de monômeros trifuncionais
* forma uma rede tridimensional
* propriedades mecânicas e térmicas distintas

6. COPOLÍMEROS

 homopolímero; polímero constituído de uma única unidade de monômero


 copolímero: emprego de mais de um monômero

Tipos de copolímeros:
* Alternado: as unidades monoméricas encontram-se regularmente alternadas ao longo
da cadeia polimérica;
* Aleatório: as unidades monoméricas estão dispersas de forma aleatória ao longo na
cadeia;
* Em bloco: meros idênticos estão ligados formando blocos que por sua estão ligados a
outro bloco constituído de outros meros idênticos entre si;
* Graftizado / Enxertado: meros idênticos estão ligados entre si formando uma cadeia
principal tal como no caso de homopolímeros; entretanto a esta cadeia encontram-se
ligadas outras cadeias, como se fossem ramificações, construídas de outros meros
idênticos entre si, mas diferentes daqueles que deram origem à cadeia principal.
7. CRISTALINIDADE DE POLÍMEROS

 a cristalinidade dos polímeros é diferente dos compostos de baixo PM pois existe em


regiões da matriz polimérica e presentes junto com as regiões amorfas;
 os domínios cristalinos não possuem a mesma forma regular de um cristal normal e
estão inseridos na região amorfa sem nenhum limite da região cristalina e amorfa;
 a estrutura cristalina pode ser especificada em termos de unidade de célula, parâmetro
este bastante complexo. No exemplo que segue vemos o caso do PE e sua relação
com a estrutura molecular da cadeia;
 muitos polímeros cristalinos obtidos formam esferulitas que crescem de forma a tentar
obter a forma esférica. Consistem em cadeias curvadas cristalinas que formam
lamelas de aproximadamente 10 nm entre um centro da curvatura e outro e que são
separadas entre si por regiões amorfas como pode ser visto:

 ao contrário dos polímeros amorfos, os cristalinos são resistentes, rígidos, mais


opacos, mais resistentes a solventes e possuem maior densidade;
 sofrem fusão em uma faixa bastante estreita de T;
 a tendência para cristalizarem implica em:
 regularidade estrutural das cadeias;
 livre movimento de rotação e vibração das cadeias;
 presença de grupos específicos que produzem ligações intermoleculares
laterais fortes com arranjamentos periódicos e regulares de tais grupos;
 presença de substituintes volumosos espaçados irregularmente que inibem
os segmentos de cadeia de se enquadrarem na rede cristalina e previnem os
grupos ligantes laterais de se aproximarem.

8. REAÇÕES DE POLIMERIZAÇÃO
 ADIÇÃO:
 consiste em um processo no qual unidades monoméricas bifuncionais são
atacadas e reagem de modo a formar uma macromolécula linear;
 a composição do produto restante é um múltiplo exato da unidade
monomérica original;
 Consistem nas etapas ( exemplo para o caso do PE):

 Iniciação: I* + CH2=CH2 → I-CH2-CH2*

 Propagação: I-CH2-CH2* + n CH2=CH2 → R-CH2-CH2*

 Terminação: 2 R-CH2-CH2* → RCH2CH2 CH2CH2 R

ou

2 R-CH2-CH2* → RCH=CH2 + RCH2CH3


 CONDENSAÇÃO:

 consiste em um processo no qual encontram-se mais de um tipo de


monômeros envolvidos;
 em geral o PM do polímero obtido é baixo e sempre há eliminação de um
resíduo de reação;
 consiste em uma reação intermolecular que ocorre toda vez que uma
unidade monomérica repetida é formada;
 o tempo de reação é mais longo que para o caso da adição;
 capazes de formar polímeros reticulados e rede de polímeros.

9. COMPORTAMENTO MECÂNICO E TERMOMECÂNICO

A aplicação de polímeros está relacionada ao seu comportamento mecânico, isto é,


o comportamento do polímero quando se aplica uma força de tensão causando uma
deformação até o ponto onde ocorrerá a ruptura.

9.1 Tensão x Deformação

 uma das informações mais importantes fornecida por este tipo de ensaio é o
limite do material em termos de resistência mecânica, limite este que nem
sempre será a tensão de ruptura;
 Conforme verificado na figura abaixo, há basicamente três tipos de curvas
para polímeros no ensaio tensão x deformação:

 A: caso de polímeros altamente orientados onde a deformação plástica não é


observada.
 B: polímero com características plásticas, baixa orientação e menor cristalinidade;
neste caso num primeiro momento há deformação elástica até o atingir o ponto de
escoamento a partir do qual ocorre deformação plástica seguida de um processo final
de orientação e cristalização responsável pelo incremento de resistência mecânica até
a ruptura.
 C: polímero totalmente elástico, como no caso de elastômeros, onde há uma grande
região de deformação elástica sob a aplicação de baixos valores de tensão.

Uma idéia errada, porém muito difundida, é que os polímeros são materiais que
possuem baixa resistência mecânica. Levando-se em consideração seu peso específico,
os polímeros são materiais que possuem boa resistência à tensão, conforme ode ser visto
na tabela a seguir:

NOME PESO RESISTÊNCIA RESISTÊNCIA À


ESPECÍFICO À TENSÃO TENSÃO /
(*103) PESO
ESPECÍFICO
(*103)
Liga de magnésio 1,81 46 25,4
Inox 7,85 185 23,6
Madeira compensada 1,30 30 23
Aço Cr-Mo 7,85 180 22,9
Liga de alumínio 2,80 62 22,1
Nylon 1,10 11 10
Papel laminado 1,33 12,5 9,4
Policarbonato 1,20 9 7,5
Laminados de tecido 1,33 1,5 7,1
Resina fenólica reforçada com 1,36 8,5 6,2
serragem
Laminados de papel asbestos 1,80 10 5,5
Resina fenólica moldada 1,38 7,5 5,4
Tecido de lã de vidro 1,50 14 3,9

9.2 Temperatura na Tensão x Deformação

 observando-se a figura a seguir, conclui-se que à medida que a temperatura aumenta,


ocorre uma diminuição drástica no valor do módulo de elasticidade, bem como um
(lógica) diminuição na tensão de escoamento e aumento na deformação de
escoamento.

 a resistência mecânica é perdida acima da Tg para polímeros amorfos e


acima da Tm para os cristalinos.

9.3 Cristalinidade na Tensão x Deformação

 o mecanismo de deformação plástica é melhor descrito pela interação entre as


lamelas e pela intervenção da região amorfa em resposta a uma tensão aplicada;
 pelo processo a seguir, pode-se observar:
(a) duas regiões lamelares separadas por uma região amorfa, antes da deformação;
(b) estágio inicial da deformação com deslizamentos das cadeias na forma lamelar, umas
sobre as outras, enquanto há extensão da região amorfa;
(c) nesta etapa ocorre a inclinação das lamelas a fim de que elas se alinhem com o
sentido da tensão axial;
(d) ocorre a separação em blocos cristalinos mas que permanecem ligados entre si por
algumas cadeias;
(e) tanto os blocos quanto as cadeias tornam-se orientados à tensão axial.
Pode-se concluir que a que a tensão de deformação sobre polímeros
semicristalinos produz uma estrutura altamente orientada.

10 TEMPERATURA DE FUSÃO (Tm)

 ao contrário dos polímeros amorfos, os polímeros cristalinos fundem em uma faixa


bem estreita e a temperatura é chamada temperatura de fusão cristalina
Na tabela abaixo estão ilustradas Tg e Tm de alguns dos polímeros mais
conhecidos:

O fator que mais afeta a Tm de polímeros é a simetria que é necessária para


formação de regiões cristalinas estáveis pois requer fácil arranjo das cadeias num
empacotamento em três dimensões e mudança favorável da energia interna durante o
processamento. Quanto maior o grau de simetria, maior será a Tm.
11. FADIGA

 processo que ocorre com polímeros que rompem sob condição de carga cíclica;
 ocorre com níveis de tensão abaixo da tensão aplicada;
 alguns polímeros apresentam fadiga limite que independe do número de ciclos
aplicados;
 comportamento apresentado é dos mais variados para diferentes polímeros.

 12. CLASSIFICAÇÃO DE POLÍMEROS

12.1 TERMOPLÁSTICOS:
 grau moderado a alto de cristalinidade
 ampla faixa de Tm e Tg
 moderado a alto módulo
 resistência e elongação
 baixas densidades
 grande escala de produção
 facilidade de processamento
 baixas temperaturas de processamento
 boa fluência do material fundido
 grande variedade de polímeros e de propriedades
 permite o uso de cargas e reforços
 baixos custos
Exemplos de polímeros termoplásticos:

Poliolefinas Polietileno (PEAD e PEBD)


Polipropileno (PP)
Poli(1-buteno)
Poli(4-metilpenteno)
Copolímeros de etileno (PELBD)
Blendas e ligas poliolefínicas
Fluorpolímeros Poli(tetrafluoretileno ) (PTFE ou TEFLON)
Poli (clorotrifluoretileno) (PCTFE)
Poli(fluorvinilideno) (PVDF)
Copolímeros fluorados
Poliésteres Poliésters alifáticos
Poliésters aromáticos (PET, PBT)
Policarbonatos (PC)
Poliamidas Poliamidas alifáticas
Poliamidas imidicas (PAI)
Polimidas (PI)
Plásticos de Engenharia Poli(sulfeto de fenileno) (PPS)
Poli(arilacetonas) (PEEK, PEK)
Policristais líquidos (LCPS) (Vectra)
Poli(óxido de fenileno) (PPO)
Outros Poli(cloreto de vinila) (PVC)
Poliestireno
Poli(metacrilato)

12.2 TERMORRÍGIDOS
 alta resistência à deformação
 alto módulo e baixa elongação
 amorfos com cadeias muito rígidas
 extensivo número de ligações cruzadas
 permite o uso de cargas e reforços
 permite a fabricação de peças de grande porte
 necessita de cura

Exemplos de polímeros termorrígidos:

Epoxis
Poliésteres Poliésters insaturados
Acrílicos
Poliuretanos
Resinas Formaldeídicas Resina fenol-formaldeído
Resina uréia-formaldeído
Resina melamina-formaldeído
Termofixos de alta performance Politriazinas
Bismaleimidas (BMI)
Poli (p-xileno)

12.3 ELASTÔMEROS
- polímeros amorfos com baixos valores de Tg: forças secundárias fracas e alta
mobilidade
utilizados em T>Tg
- deslizamentos de segmentos de moléculas e não umas sobre as outras
- deformação reversível de 500 a 1000% com baixo grau de reticulação
- deformação plástica utilizada através da vulcanização
- matéria-prima: látex
- elongação muito grande e reversível a baixas tensões (baixo módulo)
- alta mobilidade das cadeias: amorfo com Tg baixa = forças secundárias relativamente
fracas
- a altas elongações pode cristalizar
- Tm das regiões cristalinas deve ser inferior a T de uso
- mistura dos aditivos
- determinação do tempo de cura
- conformação
- cura
- permite o uso de cargas e reforços

Quando fala-se em elastômeros é importante salientar o processo de cura. Neste


processo ocorre introdução de pontes ao acaso entre as cadeias dos polímeros de
dienos, formando uma estrutura reticulada. As pontes formadas entre as cadeias
poliméricas podem ser:
• pontes de dissulfetos
• pontes de carbono
• pontes com óxidos metálicos
• pontes com substâncias orgânicas contendo enxofre na molécula.

A vulcanização é a reação entre ligas duplas de cadeias de dienos polimerizados.


Quando borracha natural reage com 0,5 a 5% de enxofre, ela fica vulcanizada,
parcialmente saturada, adquirindo a elasticidade típica da borracha. Quando reage com
32% de enxofre, transforma-se numa substância completamente saturada, dura,
semelhante a um plástico, denominada Ebonite.

No quadro comparativo abaixo pode-se observar a diferença de propriedades


apresentadas pela borracha natural (poli(isopreno)) antes e após vulcanização:

PROPRIEDADE CRUA VULCANIZADA


Resistência à tensão 300 3000
Elongação de ruptura (em 1200 800
%)
Deformação permanente Grande pequena
Rapidez de retração boa muito boa
Absorção de água grande pequena
Resistência a solúvel entumesce
hidrocarbonetos

12.4. FIBRAS
 alta resistência a deformação
 alto módulo e resistência
 altamente cristalino
 cadeias polares com forças secundárias fortes
 estiramento mecânico utilizado para aumentar a cristalinidade da fibra
 resistência à abrasão e a ruptura
 presença de módulo inicial ( resistência ao estiramento)
 tenacidade (tração: 1 a 10 denier = m/9000m)
 extensibilidade de 2 a 50% ( 20 a 200 denier)
 PM relativamente alto
 Cadeia simétrica com presença de emaranhamentos
 Tg e Tm adequados
 exemplos: fibras Kevlar, de carbono, têxteis (poliéster, nylon)
 aplicação: indústria têxtil
No gráfico acima observa-se a variação do % de elongação com a tensão
aplicada sobre a fibra Kevlar em função de sua preparação.

No gráfico acima observa-se a variação do % de elongação com a tenacidade da


fibra Kevlar e de outras fibras.

13. APLICAÇÃO DE POLÍMEROS

13.1 FILMES
 pequena espessura (0,025 e 0,125 nm)
 baixa densidade
 alta flexibilidade
 resistência ao rasgo
 resistência a umidade e ao ataque químicos
 baixa permeabilidade a gases (especialmente vapor d’água
 exemplos: PE, PP, celofane, acetato de celulose...
 aplicação: embalagens de alimentos, produtos têxteis...

13.2. ESPUMAS

 materiais plásticos, porosos, processados por expansão;


 tanto termoplásticos quanto termofixos podem dar origem a expandidos pela
adição de agentes expansores que quando aquecidos decompõem-se liberando
gases;
 bolhas de gases são formadas ao longo de toda a massa não-fluida que
aparece como poros quando resfriada, gerando uma estrutura esponjosa;
 este efeito também pode ser obtido pela adição de um gás inerte enquanto o
material se encontra no estado fundido;
 exemplos: PU, borracha, PS, PVC...
 aplicação: estofamento de automóveis, isolamento térmico...

13.3. ADESIVOS

 utilizados com a finalidade de manter unidas duas superfícies;


 as forças de ligação entre o adesivo e a superfície são de natureza
eletrostática, similar as forças das ligações secundárias presentes entre as
cadeias nos polímeros termoplásticos;
 exemplos: termoplásticos, termofixos, elastômeros, adesivos naturais...
 aplicação; metal - metal, metal - plástico, metal – cerâmicos

14. PROCESSAMENTO

TERMOPLÁSTICOS
 extrusão
 injeção
 prensagem
 calandragem
 soldagem / colagem
 usinagem

TERMORRÍGIDOS
 hard layup
 filament winding
 prensagem
 pultrusão
 colagem
 usinagem

ELASTÔMEROS
 prensagem
 extrusão
 injeção
 calandragem
 colagem

Quanto ao princípio de processamento, os diversos tipos de polímeros podem,


basicamente, ser separados da seguinte forma:
 TERMOPLÁSTICOS:
* plastificação no cilindro
* refrigeração no molde
 TERMORRÍGIDOS / ELASTÔMEROS:
* pressurização no cilindro
* cura no molde aquecido

 ELASTÔMEROS:
* mistura de aditivos, cargas e reforços
* processamento difícil
* cura com calor
EXTRUSÃO: processo no qual um material é fundido, homogeneizado, forçado a escoar
de modo contínuo através de uma fenda restrita que molda o material para produzir
determinado perfil desejado
A extrusão permite o processamento de polímeros puros ou com aditivos do tipo
termoplástico, termoestável ou elastômero.

O equipamento utilizado é uma extrusora que pode ser dividida em três partes:
1. Acionamento: motor + redutor
2. Plastificação: aquecimento e refrigeração + parafuso de plastificação + cilindro
de plastificação.
3. Conformação: é a matriz onde o polímero recebe a forma que se deseja.

Os produtos que podem ser obtidos são: mangueiras, tubos, chapas, calhas, perfis,
filmes, garrafas, monofilamentos, fibras, isolamento de cabos elétricos, plastificação de
tecidos .

• EXTRUSÃO POR SOPRO: processo de produção de peças ocas por meio de


extrusão para conformação de um elemento tubular e de sopragem do tubo no estado
plastificado dentro do molde, onde é refrigerado.

INJEÇÃO: processo descontínuo que consiste em :


• plastificar o material por meio de aquecimento e de energia mecânica e injetá-lo em
um molde;
• resfriar o material plastificado até sua solidificação dentro de um molde;
• abrir o molde e extrair a peça solidificada.

A máquina injetora compõem-se de duas partes funcionais:


• sistema de plastificação e injeção
• sistema de movimentação e refrigeração do molde.

Por meio da injeção obtém-se peças complexas, dispensando a retirada de rebarbas e


pós-usinagem, pintura ou outro tratamento superficial.

CONFORMAÇÃO:

1. Soldagem: acontece com polímeros termoplásticos que são aquecidos até a


temperatura de fusão e posterior união das partes por pressão. Somente polímeros
com temperaturas de fusão muito próximas é que podem ser solados entre si.

2. Colagem: é possível em polímeros termoplásticos com características polares (PVC,


ABS, PS) através do uso de adesivos à base de resinas sintéticas.
3. Corte: através do uso de serras tais como as utilizadas para corte aço e de madeira,
tendo-se o cuidado de evitar o superaquecimento das lâminas da serra. Se o
termoplástico for reforçado com fibra de vidro, usam-se serras com diamantes.

4. Usinagem: é feita com torno e deve ser realizada usando ferramentas especiais, com
ângulo de corte apropriado e velocidades tabeladas.

5. Impressão e Pintura: deve-se usar tintas especiais, com tratamento prévio da


superfície (flambagem com o objetivo de formar carbonilas nas superfícies no caso de
polímeros apolares).

Você também pode gostar