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02/06/2020 A polícia que quer uma nova polícia – PCB – Partido Comunista Brasileiro

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A polícia que quer uma nova polícia


15 de dezembro de 2016

Na contramão do discurso que


imagem
predomina nas corporações, grupos
progressistas de policiais militares e civis, guardas municipais e agentes
dialogam pelas redes sociais e tentam repensar a segurança pública

Manuela Azenha

O caso Amarildo transformou o delegado Orlando Zaccone em um “policial


que incomoda”, como ele mesmo se de ne. O carioca da Tijuca já defendia
publicamente questões controversas, ainda mais nesse meio, como a
legalização de todas as drogas e a desmilitarização do modelo de segurança.
Além disso, o delegado tem uma trajetória incomum: antes de entrar para a
polícia, foi repórter do jornal O Globo durante um ano, ainda na juventude,
desistiu e virou monge hare krishna, “estava com alguns questionamentos
existenciais”, e depois foi cursar Direito.

Mas nada disso o estigmatizou tanto quanto o papel que desempenhou ao


rejeitar a tese de que o assistente de pedreiro, levado à interrogatório na
Unidade da Polícia Paci cadora na Favela da Rocinha, Rio de Janeiro, e
desaparecido desde então, tinha ligações com o trá co: “Fui obrigado a
realizar na prática aquilo que sempre defendi. Não podia deixar que se
construísse a imagem de Amarildo e de sua mulher como tra cantes pelo
simples fato de morarem na favela do lado da boca de fumo. No Brasil, o que
está em jogo não é a violência policial, mas contra quem essa violência é
exercida. Se o Estado não consegue transformar o pedreiro em tra cante, o
policial vai preso. Se consegue, ganha medalha”.

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Após seis meses de buscas pelo corpo do pedreiro, a Justiça decretou a morte
presumida de Amarildo. Em fevereiro deste ano, 12 dos 25 policiais militares
denunciados pelo desaparecimento e morte de Amarildo, crime ocorrido em
julho de 2013, foram condenados por tortura seguida de morte, ocultação de
cadáver e fraude processual.

Depois do caso célebre, Zaccone saiu dos holofotes. Foi afastado da


titularidade e transferido para uma delegacia de acervo de cartório, no qual
trabalhava com inquéritos antigos, sem fazer atendimento ao público nem
investigações.

Ainda que minoritário, é crescente o número de policiais adeptos ao discurso


crítico com relação à segurança pública, que dialogam nacionalmente pela
internet e se dedicam cada vez mais a formações acadêmicas.

Secretário-geral da Leap Brasil (Associação dos Agentes da Lei contra a


Proibição), mestre em Ciências Penais e doutor em Ciência Política, Zaccone é
um dos 2.288 membros da página de Facebook “Policiais Antifascismo”. “Na
contramão do pensamento hegemônico de uma polícia a serviço do Estado
brasileiro, policiais civis, militares e guardas municipais se reúnem para
construir uma polícia mais próxima do povo”, diz o texto de apresentação do
grupo.

A segurança militarizada, segundo Zaccone, é antidemocrática porque


constrói a gura de um inimigo dentro do Estado e o despe de todos os
direitos de cidadania. “Isso começa com o tra cante, mas pode ser o black
block, o manifestante do MST. Temos duas questões: uma é a existência de
uma força policial militar, com um regimento militar e os trabalhadores que
são construídos não como trabalhadores, mas como soldados. A atuação
militarizada da segurança pública é outra questão. O m da PM não resolve
esse problema”, diz o delegado.

Para Zaccone, a discussão sobre um novo modelo de segurança pública


precisa passar por uma guinada e começar a envolver policiais: “Tem que falar
com praça, com escrivão. Se perguntar para o cial e delegado, eles vão dizer
que está tudo ótimo. Esses modelos de segurança são pensados para garantir
privilégios. Deixar com que policiais participem disso pode ser um problema.
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Um policial que se identi ca como trabalhador pode não querer jogar bomba
e cassetete contra professor, porque a luta é a mesma. Eles querem o policial
como cão de guarda”.

É também o que defende o tenente Anderson Duarte, da Polícia Militar do


Ceará, criador da página de Facebook “Policial Pensador”, com 3.813
membros. “Criei a página em 2014, quando percebi a falta de vozes
dissonantes no debate da segurança pública. Ou se fazia um debate
conservador, militarista, de reforço à guerra, ou, por outro lado, um debate
‘de esquerda’ que não se preocupava em ouvir policiais progressistas, que via
na polícia algo apenas ruim e não buscava compreender o policial como um
trabalhador”.

O antropólogo Luiz Eduardo Soares, estudioso de segurança pública há 20


anos e um dos autores da PEC 51, que propõe uma reforma na arquitetura
institucional, diz que os policiais foram excluídos do debate por uma soma de
fatores: repressão política, proibição de sindicalização de policiais militares e
um discurso da categoria em sua maior parte exclusivamente corporativista,
que não mobiliza o resto da sociedade por não discutir uma política mais
ampla de segurança pública. “Esta reportagem não poderia ser escrita há dez
anos. É algo absolutamente novo essa intelectualidade orgânica na polícia e
nos dá muita esperança porque as mudanças só acontecerão se os policiais
zerem parte. Eles são os protagonistas”, diz Soares.

Na época estudante universitário de Geogra a, Duarte entrou para a polícia


“sem a menor noção” dos problemas da segurança pública brasileira –
segundo ele, um modelo falido. A oportunidade de se aprofundar no assunto
aconteceu especialmente em cursos de pós-graduação. Durante o governo do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi criada a Renaesp (Rede Nacional de
Altos Estudos em Segurança Pública), programa nacional de estudo gratuito
para agentes de segurança pública.

“Os mais de 50 mil homicídios ao ano, junto à crescente taxa de


encarceramento, demonstram como nosso sistema é falido. Nossos policiais
são mal remunerados, desvalorizados, matam e morrem muito, inclusive há
altas taxas de suicídio. A democracia ainda não chegou plenamente aos
quartéis, como mostram as prisões disciplinares, que colocam os policiais
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militares em condições de cidadãos de segunda categoria. Isso só se explica


numa situação de guerra, de exceção. A guerra que temos é a ‘guerra às
drogas’, que subverte o trabalho da polícia, fazendo com que ela deixe o seu
papel de mediação de con itos, fundamental para qualquer democracia, e se
dedique majoritariamente à apreensão de drogas, que não é um problema de
polícia, mas de saúde pública e de economia, já que há uma demanda e uma
oferta que precisam ser regulamentadas. Como resultado do abandono do
Estado nesse campo, mortes e prisões dos mais pobres, sem qualquer
diminuição da sensação de insegurança da população. É preciso desmilitarizar
a política”, diz Duarte.

Dados do 10º Anuário de Segurança Pública mostram que nove pessoas são
mortas por policiais por dia no Brasil e ao menos um policial é morto, em sua
maioria em horário de folga. De 2014 a 2015, houve uma estabilização do
número de mortes violentas no País, mas as decorrentes de ações policiais
cresceram 6,3%, chegando a 3.345. O número de policiais mortos caiu 3,9%,
para 393.

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Apesar de seu ativismo, Duarte nunca foi preso administrativamente.


Segundo ele, no entanto, há formas de punição veladas, como transferências
não motivadas e a não promoção. Em 2015, Duarte foi selecionado pela
Secretaria Nacional de Segurança Pública para compor uma equipe de cinco
policiais que trabalhariam no Pacto Nacional pela Redução de Homicídios. A
Secretaria de Segurança Pública do Ceará, no entanto, não o liberou para ir.

Abusos cometidos pela polícia não são um desvio de função da corporação –


pelo contrário. Desde sua origem, o sistema de segurança pública no Brasil
existe para servir ao Estado e à elite, e não à sociedade como um todo. É o
que diz Elisandro Lotin, cabo da Polícia Militar de Santa Catarina: “Nós temos
um Estado altamente concentrador e idealizado a partir de uma lógica
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econômica excludente e elitista. A polícia tem por função manter o controle


social de 95% da população, que está fora de qualquer discussão político-
econômica, quando necessário, com a utilização da violência. A grande
questão é que o policial não se dá conta de que faz parte desses 95% de
excluídos”.

Em outubro, a Justiça de São Paulo havia determinado, com base em Ação


Pública Civil movida pela Defensoria Pública, que o Estado pagasse R$ 8
milhões de indenização por danos morais coletivos em função da violência
policial ocorrida nas manifestações de 2013, que a PM elaborasse um
protocolo de uso da força em protestos no prazo de 30 dias e cada soldado
que atuasse nesse tipo de evento portasse identi cação visível com o nome e
o posto na hierarquia. A sentença dizia também que armas menos letais, como
balas de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, só poderiam
ser usadas em “situação excepcionalíssima”, cabendo à PM, em caso do
emprego do armamento, “informar ao público em geral que circunstâncias
justi caram sua ação e qual o nome do policial militar que determinou a
repressão”. Menos de um mês depois da decisão em primeira instância, o
Tribunal de Justiça suspendeu, em 7 de novembro, a liminar que limitava a
atuação da PM em manifestações.

A violência contra manifestantes se repetiu nos diversos protestos contra o


governo de Michel Temer neste ano. No primeiro dia de Presidência de nitiva
do peemedebista, uma jovem perdeu a visão de um olho ao ser atingida por
uma bala de borracha durante um ato em São Paulo. Pro ssionais da
imprensa, ainda que identi cados, também foram vítimas de agressões da
polícia enquanto cobriam manifestações. Caso da repórter fotográ ca
Marlene Bergamo, da Folha de S.Paulo, que foi atingida por uma bala de
borracha no dia 2 de novembro, durante a desocupação de um prédio na
região central de São Paulo.

Lotin é presidente da Anaspra (Associação Nacional dos Praças), membro da


diretoria da Aprasc (Associação dos Praças de Santa Catarina), do Conasp
(Conselho Nacional de Segurança Pública) e do Fórum Brasileiro de Segurança
Pública. Foi também candidato a deputado estadual pelo PSOL em 2014.  Pelo
Código Penal Militar e pelos regulamentos vigentes, ele não poderia sequer
conceder esta entrevista: “Fui punido várias vezes, inclusive com prisão
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administrativa. Você consegue imaginar um médico que não possa falar de


saúde? Pois é, os policiais da base não podem falar sobre segurança pública.
Mas, cada vez mais, nosso pessoal questiona e se mobiliza contra isso”.

A Anaspra defende a desmilitarização da polícia como forma de desvincular a


corporação do Exército, inserir esses pro ssionais no âmbito dos direitos
trabalhistas e humanizar as relações dentro dos quartéis. Para Lotin, defender
os direitos dos policiais é o primeiro passo para combater a violência
cometida pelo Estado brasileiro, uma das mais altas do mundo, e repensar um
novo modelo de segurança pública: “Se o policial é aviltado em seus direitos
mais básicos enquanto trabalhador e cidadão, ele vai respeitar os direitos dos
outros?”.

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Segundo o cabo, o número de denúncias de tortura e maus-tratos nos


quartéis é crescente, o que não signi ca necessariamente aumento dos casos
de abuso, mas das denúncias em si. Para ele, isso se deve principalmente ao
uso das redes sociais. “Essa é a minha percepção. Não tem nenhum
levantamento das denúncias, nem dos órgãos de segurança, que tentam
esconder, nem dos órgãos de pesquisa, que não têm acesso a esses dados.”

Soares conta que a promotora Glaucia Santana, do Rio de Janeiro, apresentou


um termo de ajuste de conduta ao Estado em dezembro de 2015, após
receber denúncias anônimas de policiais de UPPs: “Originalmente, o relatório
dela começava assim: ‘Eu encontrei os policiais trabalhando em condições
análogas à da escravidão’. Fizemos reuniões com três coronéis da PM para
apresentar esse documento. Os três disseram, de forma unânime, que isso
acontece porque os policiais são militares. Se eles reclamarem, denunciarem,
se recusarem a cumprir essas jornadas, eles são presos administrativamente e
correm o risco de perder as suas carreiras. Eles não têm direito à
manifestação, desobediência, sindicatos. Isso é muito útil para os governos,
que podem exigir que eles trabalhem em turnos dobrados, submetidos a todo
tipo de pressão. É evidente que a luta corporativa necessária e legítima se
encontra naturalmente com uma luta política muito maior, que é a
desmilitarização. Outra bandeira coincidente é pela carreira única, acabando
com essa fronteira que faz com que praças nunca cheguem a o ciais, os não
delegados jamais virem delegados”.

Treinamento

O índice de assédios moral e sexual de mulheres nos órgãos de segurança


pública chega a quase 40%, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança
Pública. “Tem imagens na internet, qualquer um pode ver, de policial em
treinamento e comendo a mesma comida que um cachorro, na mesma
gamela. Tortura psicológica, isso é regra. As ameaças. Tivemos casos de
policiais fazendo exão no asfalto quente às 15h, num sol de 40 graus. O
lme Tropa de Elite mostra aquela cena dos caras comendo comida no chão.
Aquilo acontece”, diz Lotin. Em 2013, um policial militar teve morte cerebral
dias após passar mal durante um treinamento no qual fazia exercícios no chão
quente.

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HUMILHAÇÃO – Cena do lme “Tropa de Elite” – No treinamento, policiais


comem comida no chão. Foto: Reprodução

A primeira di culdade de mobilização acontece entre os próprios PMs,


segundo Lotin: “Para começar, a Constituição nos proíbe de ter sindicato,
temos uma associação. Primeiro você tem que vencer barreiras internas,
nosso próprio pessoal tem di culdade em aceitar que tem direitos pelos quais
deve lutar. Quando ouve falar em manifestação, o cara ca com um ponto de
interrogação: não sabe se é trabalhador, policial ou militar, se é cidadão, se
não é. Ele é condicionado ao longo da sua vida para não pensar nisso”. Lotin
diz que não existe um movimento organizado desses policiais, tampouco uma
agenda de mobilização em comum. Segundo ele, foi algo que surgiu
“espontaneamente” em diversos lugares do Brasil.

Em setembro deste ano, a Anaspra se reuniu com o secretário Nacional de


Segurança Pública, Celso Perioli, e com o ministro da Justiça, Alexandre de
Moraes, para discutir as demandas da categoria, como o m das prisões
administrativas, a rearticulação de um grupo de discussão sobre assédio
moral e sexual dentro dos quartéis e a questão previdenciária.
O projeto de lei 148, que extingue as prisões administrativas, foi aprovado na
Câmara em agosto e agora tramita no Senado. “Essa prisão é discricionária, ou
seja, depende de o comandante ir com a sua cara ou não. Não tem um
regulamento claro e que esteja de acordo com os ditames da Constituição. Se
eu me envolver em uma ocorrência e acabar tirando a vida de alguém, é bem
provável que eu responda em liberdade. Mas se tiver sem chapéu, posso ir
preso”, diz Lotin. A prisão administrativa segue um rito mais rápido do que a
comum e é determinada por um comandante, via de regra por questões
internas, como vestir uma bota suja, chegar atrasado ou dar uma declaração
para a imprensa.

O sargento Luciano Galesco, da Polícia Militar de São Paulo, cou preso


administrativamente por dois dias após reclamar em sua página de Facebook
do lanche oferecido no quartel. Segundo seu advogado, Raul Marcolino, o

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deputado estadual Coronel Telhada (PSDB-SP) alegou ter se sentido ofendido


com a publicação e comunicou o fato ao comandante-geral da PM, que
determinou a prisão.

Marcolino foi policial militar por 12 anos, período no qual se formou em


Direito. Em 2014, pediu exoneração para ser advogado e defender policiais
vítimas de abuso: “Presenciei casos e fui vítima de outros. Fui preso
injustamente diversas vezes, processado administrativamente e sempre
consegui me defender, por isso fui ser advogado. Sendo policial, não
conseguia ajudar ninguém, agora posso ajudar policiais”.

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Marcolino recorrentemente recebe ameaças veladas por causa de sua atuação


pro ssional e diz que precisa andar de carro blindado. O advogado conta que
seus clientes costumam sofrer repressões no quartel depois de serem
defendidos por ele. Ainda assim, é cada vez maior o número de policiais que o
procuram.

Lotin defende que o fortalecimento do movimento de policiais


questionadores acompanhou a criação do Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, que completa dez anos: “Essas pesquisas referendaram aquilo que a
gente sabia empiricamente. Saber que 74% dos policiais militares
entrevistados defendem a desmilitarização como forma de humanização da
segurança pública nos dá um sentido maior e nos diz que temos que mudar o
modelo”.

Ainda assim, as ideologias de direita e extrema-direita predominam dentro


das instituições de segurança. Em um encontro de policiais trabalhando nos
Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-
RJ), conhecido por defender a pena de morte e ações violentas da polícia
contra criminosos, foi ovacionado e recebido com exões. “Bolsonaro é uma
espécie de ícone entre os policiais, e é estranho isso porque ele nunca
defendeu a categoria. Aliás, recentemente, votou a favor da PEC 241, que
poderá congelar salários e até promoções. Acho que o pessoal está
começando a acordar para a demagogia do mito”, diz Lotin.

Zaccone enxerga a atual crise econômica como oportunidade de


conscientização: “Do ponto de vista político, é um momento maravilhoso
porque os policiais estão vendo que todo o exercício do modelo que interessa
ao poder político e jurídico não traz nenhum retorno para eles enquanto
trabalhadores. Com a crise nanceira dos estados, os policiais estão sem
salário. Nesse momento cai a cha de que são trabalhadores”.

Ilustração: ALINHAMENTO – Policiais militares em solenidade de formatura no


Rio de Janeiro – Foto: Clarice Castro/Fotos Públicas

Link curto: http://brasileiros.com.br/llHuk

http://brasileiros.com.br/2016/12/policia-que-quer-uma-nova-policia/
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25 de fevereiro de 2011 antifascismo/) Em "Criminalização"
Em "Criminalização" 24 de maio de 2019
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15 DE DEZEMBRO DE 2016

 ‘Tomada de Aleppo é um grande golpe para Emanuel Melato: A classe trabalhadora, do


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