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EDUCAÇÃO?
Resumo
Introdução
O mundo digital em que vivemos transformou o modo de vida das pessoas, facilitando
o acesso à informação e viabilizando a expansão da cultura digital. Em meio às
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Problemática
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Indica os meios materiais de comunicação digital, mas, sobretudo o universo de informações e interações
humanas (LEVY, 1999).
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de “nativos” o faz. Borba (2001, p.46) sugere que “os seres humanos são constituídos por
técnicas que estendem e modificam seu raciocínio e, ao mesmo tempo, esses mesmos seres
humanos estão constantemente transformando essas técnicas”.
Dessa forma podemos compreender que a forma de trabalho do professor imigrante
difere e muito da forma como seus alunos percebem o conhecimento e sua produção. Muitos
docentes reclamam que seus alunos lêem pouco, que são desmotivados para as atividades em
sala de aula e possuem dificuldade de trabalhar em grupo. No entanto observa-se o mesmo
grupo de alunos interagindo com seus colegas no Orkut, MSN e desfrutando dos recursos da
internet de forma criativa e imersiva. Este fenômeno acontece não apenas nos alunos com
mais idade. Ele ocorre em crianças com pouca idade.
Refletindo sobre essa realidade decidiu-se pesquisar os professores inseridos numa
disciplina de formação continuada que discute paradigmas educacionais. Para atingir o
objetivo proposto, plantou-se a seguinte pergunta: Como se caracteriza o grupo de
professores matriculados na disciplina Paradigmas Educacionais na Prática Pedagógicas
e como se articulam com os nativos digitais?
Metodologia
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Disciplina especial cursada por pessoas que não são do Programa de Pós-Graduação da PUCPR.
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digitais são chamados “nativos digitais”, conforme Palfrey e Gasser (2011, p. 11). Possuem
acesso e habilidades para lidar com as novas tecnologias. Cada vez mais precocemente os
jovens e crianças dominam as TICs3, desse modo eles interagem através de uma cultura
comum e de um modo bem diferente de antigamente.
Essa nova geração de nativos digitais possui uma identidade virtual, pois passam a
maior parte do tempo conectados através das redes sociais, blogs, jogos online, em meio às
inovações tecnológicas. Nesses espaços socializam, se expressam criativamente e
compartilham ideias e novidades. Desse modo, muitos nativos digitais não distinguem o
online do offline e diante dessa realidade virtual aparecem as preocupações, em especial, dos
pais e professores referente à segurança e privacidade dos nativos no ciberespaço.
Entre os pais e professores que buscam aprender a lidar com esses novos desafios
impostos pela transformação na era digital, localizamos muitos “colonizadores digitais” e
“imigrantes digitais”.
Os autores Palfrey e Gasser (2011, p. 13) caracterizam os colonizadores digitais como
pessoas mais velhas, as quais estão desde o início da era digital, mas cresceram em um mundo
analógico e vem contribuíndo para a evolução tecnológica, continuam conectados e
sofisticados no uso das tecnologias, porém baseados nas formas tradicionais e analógicas da
interação. Como exemplo é possível citar Bill Gates, criador de um dos maiores softwares
utilizados, porém nascido antes da década de 80, ou seja, não pode ser caracterizado como
nativo digital conforme definição dos autores, acima citados.
Os imigrantes digitais são definidos por Palfrey e Gasser (2011, p.13) como menos
familiarizados com o ambiente digital, os quais aprenderam ao longo da vida a utilizar as
tecnologias como e-mails e redes sociais.
Os imigrantes nasceram em outro meio, não dominado pelas tecnologias digitais, seu
modo de aprender foi outro. Dessa forma a convivência entre nativos e imigrantes pode ser
conflitante. A formação do professor imigrante diverge da forma como seus alunos, nativos
digitais, percebem o conhecimento e o meio em que vivem.
Tori (2010, p.18) ao descrever o posicionamento de Prensky (2001) sobre nativos e
imigrantes digitais relata que os estudantes, nativos digitais, são ensinados por professores
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Tecnologia da Informação e Comunicação
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imigrantes, os quais advém de uma cultura pré-internet e muitas vezes não valorizam ou
trabalham as características dos nativos.
Para trabalhar com os criativos nativos digitais, de modo a prender sua atenção na
construção do conhecimento de maneira significativa, em meio a tantas inovações e
informações que a era digital proporciona, é um desafio para o professor que não domina
essas tecnologias.
A web 2.0, conhecida como a nova versão da web, reformulou o mundo virtual.
Segundo Tori (2010, p.217) “As aplicações da web 2.0 vem se disseminado com muita
rapidez e criando uma nova cultura. Os estudantes já estão usufruindo dessa tecnologia
cotidianamente”, ou seja, há a ampliação do acesso às informações, o que permite que os
nativos cheguem à sala de aula conectados às tecnologias e as escolas e professores
encontram-se desafiados a conviver com essa nova realidade.
Compreendemos que as exigências da educação frente à era digital tornam-se mais
complexas e envolvem mudanças no paradigma individual de cada professor e também das
instituições.
Considerando que o momento exige uma quebra de paradigmas dentro do contexto
educacional, cabe a contribuição de Behrens (2007, p.41) a qual leva à reflexão que as
concepções que os professores apresentam sobre a visão de mundo, de sociedade, de homem e
da própria prática pedagógica que desenvolvem em sala de aula será determinante no
desenvolvimento do processo ensino aprendizagem na era digital.
Adaptar-se às novas e complexas demandas educacionais originárias das novas
tecnologias, exige do professor inovação. Segundo Guerreiro (2006, p.99) “inovação é a
capacidade de ver de outro modo, com outro olhar, o objeto já observado e descrito por
muitos”, que exige criatividade e mudança de paradigmas no processo de formação e de
trabalho do professor.
Diante dessa era digital, depara-se com a problemática de interagir tanto com os
nativos digitais quanto com a exclusão digital. Para Guerreiro (2006, p. 203) “a inclusão
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digital é uma necessidade caracterizada pelo fato da maior parte da sociedade mundial não ter
acesso aos benefícios tecnológicos difundidos na sociedade de informações”. Essa realidade é
difundida pelos meios de comunicação social e pesquisas já realizadas, entre elas de autores
como Palfrey e Gasser (2011), as quais revelam que nem todos os nascidos a partir da década
de 80 têm acesso às tecnologias digitais.
6% 0%
20 a 31 anos
35%
32 a 41 anos
42 a 51 anos
59% mais de 51 anos
a disciplina Paradigmas Educacionais na Prática Pedagógica, visto que não nasceram a partir
da década de 1980.
As questões sobre imigrantes digitais compreenderam:
1- O que você entende como imigrante digital?
2- Os imigrantes digitais nasceram a partir de qual década?
Com a análise das respostas foi dado a saber que, em sua maioria, os participantes não
têm facilidade para utilizar as novas tecnologias da informação e da comunicação, o que
corresponde a 66,7%. Alguns ainda não sabem a partir de qual década se configura o nativo
digital, correspondendo a 5,6%.
Sobre os nativos digitais perguntou-se:
1- O que você entende como nativo digital?
2- A partir de qual década nasceram os nativos digitais?
15848
70 58.8
60
50
40
%
30
17.6 17.6
20
5.9
10 0.0
0
Nascidos a Nascidos a Não tem Utilizam as Outros
partir da partir da facilidade tecnologias
década de 70 década de 80 direta com com muita
novas facilidade
tecnologias
As respostas desse item permitiram constatar que a maioria dos participantes, 58,8%,
sabe quem são os nativos digitais. Por outro ângulo, contradizem ao dizer que os nativos não
têm facilidade com a utilização das novas tecnologias.
O gráfico, abaixo, revela ainda que alguns participantes, 5,9%, se declaram estar em
processo de transição, de imigrante para nativo digital. Esta constatação denota que, embora
os participantes tenham caracterizado o nativo digital de maneira correta, ainda há aqueles
que se situam de maneira incorreta no contexto.
Onde se localiza
5,9
5,9
Imigrantes
Nativos
Em
processo
88,2
11,8
41,2 Sim
Não
Não
respondeu
47,1
Considerações Circunstanciais
REFERÊNCIAS
GUZZI, Drica. Web e participação: a democracia no século XXI. São Paulo: Editora Senac
São Paulo, 2010.
PALFREY, John; GASSER, Urs. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração
dos nativos digitais. Porto Alegre:Artmed, 2011.