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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE

CENTRO DE EDUCAÇÃO - CED


PEDAGOGIA - UAB/UECE - PÓLO CAUCAIA - NOVO PABUSSU
DISCIPLINA: ESPAÇO ESCOLAR E ACESSIBILIDADE
PROFESSORA: MS. ANA CÉLIA LOPES CAVALCANTE
TUTOR: DR. ANTÔNIO NILSON GOMES MOREIRA

ANTÔNIO FREDERICO FERNANDES DE SOUSA


FABIANO ALVES DE MORAIS
GIULIA VANESSA RODRIGUES DA LUZ
IRVING DE LIMA MARCELINO
SIMONE MARIA DE OLIVEIRA DE SOUZA
SORAYA MARQUES CAMPELO

ATIVIDADE PRÁTICA: DEFICIÊNCIA MENTAL

CAUCAIA - CEARÁ
2020
1. Contextualização sobre Deficiência Mental

Nos primórdios da civilização as deficiências eram vistas de maneira desprezível,


havendo um extermínio dessas pessoas, muitos eram abandonados à própria sorte, outros
eram assassinados ou até viviam confinados, havia uma rejeição muito forte, chegou até a
associar a deficiência a algo demoníaco, como forma de castigo divino as famílias que tivesse
algum individuo nessa condição. O médico Jean Marc Itard foi considerado o pai da educação
especial quando em 1800 na França, buscou meios de educar uma criança com deficiência
mental.
A deficiência mental ou deficiência intelectual, já recebeu também outras
denominações como: oligofrenia, atraso ou retardo mental e transtorno do desenvolvimento
intelectual. Caracteriza-se por limitações das habilidades cognitivas ligadas a inteligência e a
personalidade, comprometendo o raciocínio, dificultando a resolução de problemas, a
compreensão de situações abstratas e interferindo no comportamento intelectual.
Segundo o Decreto nº 3.298/1999 da Política Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência:
Art. 4º É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas
seguintes categorias:
IV. Deficiência mental – funcionamento intelectual significativamente
inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações
associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como:
a) comunicação;
b) cuidado pessoal;
c) habilidades sociais;
d) utilização dos recursos da comunidade. (Revogado)
e) saúde e segurança;
f) habilidades acadêmicas;
g) lazer; e
h) trabalho;

A realização de atividades comum do dia a dia que envolvam organização e


planejamento, estabelecimento de relações sociais, assimilação de regras podem ser
comprometidas para os indivíduos que possuam a deficiência mental, situações cotidianas que
parecem naturais, para essas pessoas existe uma dificuldade enorme em entender e executar.
Alguns fatores podem ocasionar a deficiência mental, visto que ela pode ser congênita
devido a má nutrição do feto, intoxicação por metais pesados, lesões cerebrais e até uso de
substâncias entorpecentes. Pode ser também adquirida no máximo até 18 anos de idade,
através de lesões no parto ou condições externas como doenças ou acidentes. Embora tenha
nomenclatura parecida a deficiência mental é diferente de doença mental, que é na verdade,
um transtorno psíquico que causa alterações no comportamento da pessoa.
A deficiência mental possuí graus que vão sendo diferenciados de acordo com o nível
de limitação do indivíduo em relação ao seu aprendizado e as suas habilidades, que pode ser
leve, moderado, severo ou profundo.
O grau leve de deficiência mental o indivíduo consegue desenvolver habilidades
escolares e profissionais, e pode ser necessitar da intervenção de pessoas na resolução de
problemas do cotidiano. Já o moderado possui capacidade insuficiente para as relações
sociais, mas pode desenvolver atividades laborais de maneira supervisionada. O severo possui
pouco desenvolvimento motor e linguístico, necessitando apoio e um ambiente controlado. E
por fim o profundo que possui comprometimento motor e cognitivo intenso, podendo adquirir
hábitos de cuidado pessoal de maneira condicionada.
As pessoas com deficiência mental podem ser classificadas em duas condições:
deficientes mentais treináveis estes são incapazes de aprender utilizando métodos
educacionais formais, mas sua presença na escola regular é pelo convívio social, necessitando
de escolas especiais. Quando adultos podem trabalhar de maneira supervisionada. Os
deficientes mentais dependentes são incapazes de desenvolver sozinhos os convívio social, e
dependem de auxílio para a realização de atividades cotidianas.

2. Principais variações da Deficiência Mental e ações de acessibilidade

Dentre as principais tipos de deficiências mentais estão a síndrome de Down,


síndrome do X-frágil e a síndrome de Angelman.
A síndrome de Down ou trissomia do cromossomo 21 é uma alteração genética
oriunda de um erro na divisão celular da cisão embrionária, o normal seria ter dois
cromossomos 21, e quem possui a síndrome de Down tem três. Possuem características físicas
detectáveis facilmente (olhos puxados, orelhas pequenas, dedos curtos, mãos pequenas, baixa
estatura e língua hipotônica), apresenta problemas na fala e possuí também comprometimento
intelectual, entretanto a maior parte das situações de deficiência intelectual não tem
manifestações perceptíveis. Para reduzir as limitações da síndrome a estimulação precoce é o
ideal, por isso quanto antes a criança esteja na escola, associada ao estímulo por parte da
família, maiores serão os ganhos no desenvolvimento.
A síndrome do X-frágil, se constitui de um desajuste congênito que compromete as
funções mentais, e possuí alterações motoras na face, orelhas e na visão. Quem possui a
síndrome costuma ser introspectivos, afeta na maioria das vezes meninos e é transmitido
através do cromossomo X. A intervenção pedagógica podem contribuir para que crianças com
essa síndrome tenham um melhor desenvolvimento social e uma vida social mais saudável.
A síndrome de Angelman é uma alteração neurológica que causa deficiência mental,
variações de humor, compromete ou afeta a oralidade, promove falhas no desenvolvimento
motor levando a desequilíbrios, dificuldade no sono e a incidência de epilepsia. Dependendo
do caso faz-se necessário o uso de medicamentos para o controle da epilepsia, fisioterapia
reabilitarão e melhoria na rigidez nas articulações, acompanhamento com fonoaudiólogo e
atendimento pedagógico para que a criança possa socializar e adquirir autonomia para realizar
atividades cotidianas como comer, fazer higiene pessoal e se vestir.

3. Uma abordagem na perspectiva de aluno com Síndrome da Down

Vários teóricos já conceituaram esta temática no tocante a estimular e influenciar


outros estudiosos a debater a inclusão e a acessibilidade nas escolas. Principalmente, para o
emponderamento das causas e dos fatos e das ações físicas e intelectuais do individuo na
sociedade, sobre no ambiente escolar, permitindo a formação e o desenvolvimento do ser
humano.
Contudo, os fatos históricos foram se consolidando, e determinaram-se as primeiras
intervenções no ensino regular, entretanto, era uma situação específica, e foram muitos os
distanciamentos daquelas investidas possibilidades no meio social inerente a escola, que até
hoje investimos num melhor para se chegar um conhecimento. Portanto, estes fatos históricos,
até hoje, encontram-se implicados no contexto social, e nos tempos de mudanças de
paradigmas. Além disso, os professores nas diversas redes de ensino público, ao se verem,
diante da oportunidade de trabalhar o processo de ensino e aprendizado, na criança com
Down.
Para Piaget, a criança entra na vida social através das regras, ou seja, o jogo das regras
sociais. A pergunta pertinente, mas o indivíduo com Down obedece a regras? Analisando do
ponto de vista Piagetiano, estas crianças podem sim entrar no jogo das regras coletivas, que
são paradigmas para a moralidade humana.
O que está em discussão é a reciprocidade mútua do jogo de todos pelo mesmo
objetivo: aprendizagem do aluno com Down e a coletividade com seus pares, num processo
que a criança passa de um estágio a outro, ou seja, do operatório concreto ao formal. Além
disso, funções como a comunicação, a linguagem e a imaginação perpassam por este processo
de interação social e consequentemente processo de ensino.
Segundo Piaget (2009) é necessário que se estimule as crianças com necessidades
especiais, a avançar nas suas pesquisas do saber, e compreensão em conflitos, criando-lhes
conflitos cognitivos. Além disso, a escola e a família precisam possibilitar a criança com
Down, sair de uma posição automática e mecânica para novas atitudes de aprendizados. Ou
seja, se utilizar de outros meios para selecionar e optar por métodos convenientes e agir
intelectualmente nas relações sociais, ganhando mais autonomia e liberdade.
Entretanto, se isto deveria ser uma realidade da prática pedagógica, com qualquer
aluno. A criança precisa socializar e sair da anomia e da heterotomia, para começar a
compreender as situações a sua volta e poder agir sobre elas de forma autônoma.
Mas é em Vygotsky que vamos encontrar a base conceituada do aprendizado
sociointeracionista e cultural. As perspectivas e atitudes exercem uma função primordial no
aprendizado dos alunos com síndrome de Down. Segundo Vygotsky (1995), sempre que há
uma relação, há a necessidade de dependência entre o desenvolvimento do ser humano, e o
processo de aprendizado, com grupos sociais. Então, é o processo de inter-relação que
acontece desde o nascimento. Na teoria de Vygotsky (1996), a criança precisa ser
compreendida em todos os sentidos, social, econômico e afetivo.
Portanto, na concepção do autor, a criança tem que ser vista com deficiência, mas deve
ser compreendida numa perspectiva qualitativa e não como uma variação quantitativa, dando-
lhe a condição necessária e reduzindo as barreiras da deficiência.
O processo de mediação entre sujeito e objeto do conhecimento, associado a interação
social podem contribuir significativamente no desenvolvimento da criança com síndrome de
Down. É na escola que acontece essa interação social, a convivência, as diferenças e
diversidades. Sabemos que alunos com síndrome de Down necessitam de uma aprendizagem
com métodos pautados no tempo, no espaço, ou seja, ele aprendi e se desenvolve com mais
facilidade quando a intervenção é precoce e o atendimento é direcionado.
A educação inclusiva e a acessibilidade foram ações conquistadas na
contemporaneidade, que objetiva garantir o direito de educação para todos, sem distinção e
segregação de cor, raça, condição social, física ou psicológica e também a condição de acesso
aos diversos espaços, reduzindo barreiras e as limitações da deficiência. Com ela se espera a
igualdade de oportunidades, de maneira a integrar as diferenças e características humanas,
valorizando a diversidade cultural, intelectual, motora, étnica e de gênero. De modo que todos
possam ter acesso a uma aprendizagem com qualidade e igualdade para todos.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Previdência e Assistência Social. ATENÇÃO À PESSOA


PORTADORA DE DEFICIÊNCIA NA ÁREA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Publicação
Oficial, Brasília, p. 5, 1999.

PIAGET, J. A psicologia da criança. 4ª ed. Rio de Janeiro: 2009.

VYGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1995

___________, L. S. A formação social da mente. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1996

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