Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Plano Plurianual – PPA
A lei que instituir o plano plurianual deverá estabelecer, de forma
regionalizada: DOM.
- as Diretrizes
- os Objetivos e
- as Metas da administração pública federal para as despesas de
capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas
de duração continuada.
FIQUE LIGADO, é importante decorar o DOM, pois os examinadores
tentam confundir os candidatos trocando as finalidades do PPA com
as da LDO. O PPA é doutrinariamente conhecido como o planejamento
estratégico de médio prazo da administração pública brasileira.
ATENÇÃO CONCURSEIRO! Quando as bancas examinadoras falam
em planejamentos estão se referindo ao PPA e quando falam em
orçamento estão se referindo à LOA. A elaboração dos planos e
programas nacionais, regionais e setoriais, assim
como a elaboração das leis de diretrizes orçamentárias e dos
orçamentos anuais, serão realizados em consonância com o plano
plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.
Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício
financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano
plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.
No caso da União, o projeto do PPA será encaminhado, pelo
presidente ao legislativo, até quatro meses antes do encerramento do
primeiro exercício financeiro do mandato presidencial, ou seja, até 31
de agosto do primeiro ano de mandato. Os Estados, o Distrito Federal
e os municípios poderão fixar, nas suas constituições e leis orgânicas,
respectivamente, prazo diverso do estabelecido na Constituição
Federal, em caso omisso deverá ser obedecido o prazo estabelecido
na CF/88.
3
LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS – LDO
A lei de diretrizes orçamentárias conterá, segundo o art. 165 da
ConstituiçãoFederal:
_ as metas e prioridades (MP) da administração pública federal,
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subseqüente;
_ orientará a elaboração da lei orçamentária anual, e
_ disporá sobre as alterações na legislação tributária e
_ estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais
de
fomento.
A LDO, inovação da Constituição Federal de 1988, é o instrumento
norteador daLOA, ela é responsável pela conexão entre o plano
estratégico das ações governamentais (plano plurianual) e o plano
operacional (orçamento anual). O encaminhamento da LDO, pelo
chefe do Poder executivo, ocorrerá até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro, ou seja, até o dia 15/04, e será
devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da
sessão legislativa, que ocorre no dia 17/07, que não será encerrada
sem a aprovação do projeto.
ORÇAMENTO PÚBLICO
Conforme o professor Aliomar Baleeiro, “o orçamento é um ato pelo
qual o Poder Legislativo autoriza o Poder Executivo, por um certo
período e em pormenor, a realização das despesas destinadas ao
funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela
política econômica e geral do país, assim como a arrecadação das
receitas criadas em lei”.
Já para o mestre João Fortes, “o orçamento é uma prévia autorização
do legislativo para que se realizem receitas e despesas de um ente
público, obedecendo a um determinado período de tempo”.
8
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Segundo o professor Francisco Glauber Lima Mota, princípios são
preceitos fundamentais e imutáveis de uma doutrina, que orientam
procedimentos e que indicam a postura a ser adotada diante de uma
realidade.
A Lei 4320/64 de 17/03/1964, que estatui normas de direito financeiro
para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União,
dos Estados, dos Municípios e do Distrito federal, estabeleceu em seu
artigo 2º os princípios de unidade,
universalidade e anualidade.
“Art. 2º A lei de orçamento conterá a discriminação da receita e
despesa de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o
programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios da
unidade, universalidade e anualidade”, grifo nosso.
No entanto os autores listam, além destes, outros princípios, dos
quais se destacam:
Princípio da Unidade
De acordo com o princípio da unidade, também contemplado no
artigo 2º da Lei 4320/64, o orçamento deve ser uno, ou seja, deve
haver somente um único orçamento para o exercício financeiro,
evitando orçamentos paralelos. Apesar da constituição federal, em
seu artigo 165, prever três leis orçamentárias: PPA, LDO E LOA e três
esferas orçamentárias: orçamento fiscal, orçamento de
investimento e orçamentos da seguridade social (§5º), a doutrina
majoritária entende que o princípio da unidade continua existindo,
ainda que sob um novo conceito, qual seja o de totalidade,
necessidade de inclusão das três esferas orçamentárias na Lei
Orçamentária anual, e compatibilidade da LOA com a LDO e com o
PPA e da LDO com o PPA.
Princípio da Universalidade
O princípio da universalidade, além de constar, no artigo 2º da Lei
4320/64, como princípio orçamentário, ainda está contemplado nos
artigos 3º e 4º, que expressamente estabelecem que a lei de
orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive de operações
de crédito autorizadas em lei, bem como todas as despesas próprias
dos órgãos do governo e da Administração centralizada, ou que, por
intermédio deles se devam realizar.
A constituição federal também reforça esse princípio ao orientar, no §
5º do artigo 165, que o orçamento deve conter todas as receitas e as
despesas referentes aos poderes da união, seus fundos, órgãos e
entidades da administração direta e indireta,
inclusive as fundações instituídas e mantidas pelo poder público.
Assim, em atendimento ao princípio da universalidade, o orçamento
deve conter todas as receitas a serem arrecadadas e todas as
despesas a serem realizadas em determinado período de tempo.
Princípio da Exclusividade
De acordo com o princípio da exclusividade, a lei orçamentária
deverá conter somente matéria de natureza orçamentária, não
podendo constar dispositivo estranho à previsão da receita e a
fixação da despesa. Este princípio está previsto na constituição
federal, artigo 165: “§8º - A lei orçamentária anual não conterá
dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não
se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por
antecipação de receita, nos termos da lei”.
O próprio artigo 165, acima citado, traz as duas exceções a este
princípio, quais sejam: a autorização para abertura de créditos
suplementares na própria LOA e a contratação de operações de
crédito, ainda que por antecipação da receita.
Importante ressaltar que a Lei 4320/64 em seu artigo 7º, também
determina exceções ao princípio da exclusividade:
“Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo
para:
I - Abrir créditos suplementares até determinada importância
obedecidas as disposições do artigo 43;
II - Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de
crédito por antecipação da receita, para atender a insuficiências de
caixa”.
Princípio da Especificação
O princípio da especificação, também conhecido como princípio da
discriminação ou da especialização, visa impedir a inclusão de
dotações globais na lei orçamentária para atender as despesas.
Assim, toda a despesa deve ser identificada no mínimo por elemento,
permitindo um maior controle da execução orçamentária. Este
princípio está consagrado nos artigos 5º e 15º da Lei 4320/64,
conforme a seguir transcrito:
“Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais
destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal,
material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras,
ressalvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único”.
“Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no
mínimo por elementos.
§ 1º Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com
pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a
administração publica para consecução dos seus fins”.
Existem duas exceções ao princípio da especificação, a primeira diz
respeito aos programas especiais de trabalho, previsto no parágrafo
único do artigo 20 da lei 4320/64. A segunda exceção são as reservas
de contingências – dotação global colocada
na lei orçamentária, destinada a atender passivos contingentes e
outras despesas imprevistas – prevista no artigo 91 do Decreto Lei
200/67.
“Art. 20... Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que,
por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às
normas gerais de execução da despesa poderão ser custeadas por
dotações globais,
classificadas entre as Despesas de Capital”.
“Art. 91. Sob a denominação de Reserva de Contingência, o
orçamento anual poderá conter dotação global não especificamente
destinada a determinado órgão, unidade orçamentária, programa ou
categoria econômica, cujos recursos serão utilizados para abertura de
créditos adicionais”.
Princípio da Publicidade
Mais do que um princípio orçamentário, a publicidade é um princípio
constitucional previsto no artigo 37 da CF/88, que deve nortear todos
os atos da administração pública. O maior objetivo deste princípio é
proporcionar publicidade aos
atos públicos na busca da tão difundida transparência dos gastos
públicos. Vários artigos da constituição reforçam a necessidade da
transparência na administração pública, dentre os quais destacamos
o artigo 165, § 3§: “O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o
encerramento de cada bimestre, relatório
resumido da execução orçamentária”. A Lei 101/00, LRF, também
trouxe diversas regras no sentido de dar maior transparência ao
gastos públicos, com destaque para os artigos 48 e 49. “Art. 48. São
instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada
ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público:
os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as
prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório
Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal;
e as versões simplificadas desses documentos”.
“Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo
ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder
Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para
consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade”.
Princípio do Equilíbrio
O princípio do equilíbrio estabelece que o total da despesa
orçamentária não pode ultrapassar o total da receita orçamentária
prevista para cada exercício financeiro, ou seja, prevê a igualdade
entre a previsão da receita e a fixação da despesa.
A adoção deste princípio representa uma ferramenta útil no controle
dos gastos públicos, ainda que, atualmente, não passe de uma
simples questão de técnica contábil visto que possíveis excessos de
gastos podem ser cobertos por operações de crédito,
oferecendo assim o “equilíbrio”. Assim, o aparente equilíbrio entre
receita e despesa, pode na verdade esconder
um déficit econômico, se for considerado que as operações de crédito
já são um meio de cobrir desequilíbrios orçamentários.
Princípio da Legalidade
O princípio da legalidade aplicado ao orçamento possui a mesma
fundamentação legal geral, qual seja, a administração pública se
subordina aos ditames da lei. O princípio da legalidade, conforme
definido no caput do art. 37 da Constituição
Federal, é um princípio aplicável a toda a administração pública. Pela
vertente do particular temos o art. 5º, inciso IIº, da Constituição
Federal, que estabelece que: “ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei”.
Este princípio deve ser observado não só no PPA, LDO e LOA, mas
também nos planos, programas, operações de abertura de crédito,
transposição, remanejamento ou transferência de recursos de uma
programação para outra ou de um órgão para outro e a
instituição de fundos (arts. 48, II e IV, 166, 167, I, III, V, VI e IX).
Princípio da Clareza
O princípio da clareza estabelece que o orçamento dever ser
apresentado em linguagem transparente, simples e inteligível, sem
descuidar das exigências técnicas orçamentárias, para facilitar o
manuseio e a compreensão daqueles que, por força do ofício ou por
interesse, necessitam conhecê-lo.
Princípio da Uniformidade
O princípio da uniformidade no que ser refere ao aspectos formal
deve ser padronizado nos diversos exercícios em que é executado,
possibilitando ser comparado ao longo do tempo.
Orçamento-Programa
Como o orçamento de desempenho ainda era falho, faltando-lhe a
vinculação com o planejamento governamental, partiu-se para uma
técnica mais elaborada, que foi o orçamento-programa.
O orçamento-programa originalmente, sistema de planejamento,
programação e orçamentação, foi introduzido nos Estados Unidos da
América, no final da década de 50, sob a denominação de PPBS
(Planning Programning Budgeting System).
Este orçamento foi introduzido no Brasil através da Lei 4320/64 e do
decreto – lei 200/67. O orçamento–programa pode ser entendido
como um plano de trabalho, um instrumento de planejamento da
ação do governo, através da identificação dos seus programas de
trabalho, projetos e atividades, além do estabelecimento de objetivos
e metas a serem implementados, bem como a previsão dos custos
relacionados. A CF/88 implantou definitivamente o orçamento-
programa no Brasil, ao estabelecer a
normatização da matéria orçamentária através do PPA, da LDO e da
LOA, ficando evidente o extremo zelo do constituinte para com o
planejamento das ações do governo. As principais características do
orçamento-programa são: integração,
planejamento, orçamento; quantificação de objetivos e fixação de
metas; relações insumo-produto; alternativas programáticas;
acompanhamento físico-financeiro; avaliação de resultados; e
gerência por objetivos.
Créditos Suplementares
Os créditos suplementares têm a finalidade de reforçar o orçamento,
isto é, existe orçamento previsto, porém em montante inferior ao
necessário.
ATENÇÃO - O poder legislativo pode autorizar a abertura de crédito
suplementar na própria lei orçamentária, até determinado valor.
Assunto importante, pois as bancas costumam afirmar que o poder
legislativo pode autorizar, na própria LOA, a abertura de crédito
especial ou extraordinário, ou ainda, colocam somente crédito
adicional de forma abrangente, em qualquer dessas
hipóteses a questão estaria incorreta, a única espécie de crédito
adicional que pode ter autorização na própria LOA é o suplementar
e ainda assim com limitação de valor. Inclusive a autorização para
abertura de crédito suplementar na própria LOA
constitui uma das exceções ao princípio da exclusividade, conforme
art. 165, §8º.
Enquanto existir saldo de autorização na própria LOA, o Poder
Executivo, por meio de decreto, pode abrir o crédito suplementar,
depois de esgotado o saldo de créditos, aí sim, toda vez que for
suplementar uma obra ou serviço o Executivo terá que pedir
autorização ao Legislativo.
IMPORTANTE - O período de vigência dos créditos suplementares é
adstrito
ao exercício financeiro em que forem abertos. Este é o único
crédito adicional que
não pode ser reaberto no exercício seguinte, ainda que aberto nos
últimos quatro
meses do exercício anterior.
O crédito suplementar é autorizado por lei e aberto por decreto do
Poder
Executivo. A sua abertura depende da indicação dos recursos
disponíveis que
sustentarão a abertura dos respectivos créditos e será precedida de
exposição
justificativa.
Créditos Especiais
Os créditos especiais são destinados às despesas para as quais não
haja dotação ou categoria de programação específica na própria lei
orçamentária, visam atender despesas novas, não previstas na LOA,
mas que surgiram no decorrer do exercício.
Crédito Extraordinário
Os créditos extraordinários são destinados somente ao atendimento
de despesas urgentes e imprevisíveis, decorrentes de guerra,
comoção interna ou calamidade pública.
Os créditos extraordinários, devido ao seu caráter de urgência, não
necessitam de autorização legislativa prévia para sua abertura e nem
da indicação da fonte de recursos.
Superávit Financeiro
O superávit financeiro é a diferença positiva entre o ativo financeiro e
o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos
adicionais transferidos e as operações de créditos a eles vinculadas.
MUITA ATENÇÃO: o superávit ou déficit financeiro é apurado no
balanço patrimonial. Os examinadores costumam colocar que o
superávit é apurado no balanço financeiro, acabando por confundir o
candidato. Outra questão recorrente em prova é afirmar que o
superávit é apurado no
balanço patrimonial do exercício, está errado! O superávit
considerado como fonte de recursos é apurado no encerramento do
exercício anterior, em 31/12.
Excesso de Arrecadação
Excesso de arrecadação é o saldo positivo das diferenças acumuladas
mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-
se, ainda, a tendência do exercício. Caso tenham sido abertos
créditos extraordinários sem indicação da fonte de recursos, no
momento de apurar o excesso de arrecadação, esses créditos abertos
no período devem ser descontados do cálculo.
Operações de Crédito
As operações de crédito são receitas obtidas por meio de
empréstimos, geralmente de longo prazo, portanto compõem a dívida
fundada ou consolidada do ente.
Reserva de Contingência
A reserva de contingência é uma dotação orçamentária não
especificada ou destinada a órgão, fundo ou despesa, que deverá
estar prevista na LOA, cuja forma de utilização e montante será
definida com base na receita corrente líquida.
CICLO ORÇAMENTÁRIO
O orçamento passa por diversas fases até estar pronto para ser
executado, inicia-se com uma proposta que se transformará em
projeto de lei que será apreciado, emendado, aprovado, sancionado e
publicado passando pela execução, momento em que ocorre a
arrecadação da receita e a realização da despesa, dentro do exercício
financeiro, até o acompanhamento e avaliação da execução,
realizada pelos controles internos e externos.
Elaboração
A primeira etapa, elaboração do projeto de lei orçamentária, tem
início com a definição de cada unidade gestora da sua proposta
parcial de orçamento, A setorial orçamentária recebe todas as
propostas parciais de todas as unidades que compõem o
órgão e consolida tudo numa única proposta do órgão. Todas essas
propostas setoriais dos órgãos de todos os poderes, executivo,
legislativo e judiciário, são encaminhadas para o órgão central do
sistema de orçamento e gestão, para nova consolidação, daí surge o
projeto de lei orçamentária que será submetido ao Presidente da
República que fará o encaminhamento do projeto ao Congresso
Nacional, por meio de mensagem.
ATENÇÃO: A LDO traz todas as orientações que deverão ser seguidas
quando da elaboração da LOA.
Aprovação
Após o projeto ser remetido ao Congresso Nacional, ele será
apreciado pela Comissão Mista Permanente de Orçamento composta
de deputados e senadores, prevista no artigo 166 da CF/88. Esta
comissão tem a função de examinar e emitir parecer sobre o projeto,
bem como acompanhar e fiscalizar o orçamento. O projeto de lei
orçamentária, assim como as emendas propostas ao projeto após
parecer da comissão mista permanente serão apreciadas pelo
plenário das duas casas do Congresso Nacional.
Com a aprovação do projeto pelo plenário do Congresso Nacional, o
projeto será devolvido ao Presidente da República que poderá
sancioná-lo ou propor vetos. Havendo a sanção o projeto deverá ser
encaminhado para publicação.
IMPORTANTE: se todas as etapas ocorrerem dentro dos prazos
legais previstos, a lei orçamentária começará a ser executada no
início do exercício financeiro, após o detalhamento da despesa, feito
por meio do QDD.
Execução
No início do exercício financeiro, após a publicação do Quadro de
Detalhamento da Despesa – QDD, os órgãos começarão a executar o
orçamento. Para que os órgãos possam começar a executar o
orçamento, empenhar, liquidar,
pagar, arrecadar receita, etc, a Secretaria do Tesouro Nacional
providencia a consignação da dotação orçamentária, em nível de
QDD, a todos os órgãos e ministérios contemplados na lei de meios.
ATENÇÃO: O QDD é um documento contendo dados mais analíticos
acerca da autorização dada na lei, em nível de projeto, atividade,
operação especial e elemento de despesa.
Controle
Nesta fase ocorre o acompanhamento e avaliação do processo de
execução orçamentária, que segundo a legislação em vigor será
interno quando realizado pelos agentes do próprio órgão, ou externo
quando realizado pelo poder legislativo, auxiliado
tecnicamente pelo Tribunal de Contas. O controle será mais eficiente
se realizado a priori, ou seja, realizado preponderantemente sobre
atos ainda não concretizados, porém o que se observa é que a
avaliação ocorre, em grande parte, sobre o processo de despesa já
realizado. Isto prejudica a correção de falhas no processo de
execução e, por conseguinte inviabiliza o cumprimento das metas
estabelecidas.
RECEITA PÚBLICA
Receita pública são os recursos instituídos e arrecadados pela
administração pública com a finalidade de atender as necessidades
da sociedade. Pode-se dizer que receita é todo recurso arrecadado
pelo estado para atender as despesas públicas. A receita pública
apresenta diversas classificações, sendo as mais consagradas pela
doutrina:
_ Quanto à natureza;
_ Quanto à categoria econômica;
_ Quanto à afetação patrimonial;
_ Quanto à regularidade;
_ Quanto à coercitividade;
_ Quanto ao poder de tributar.
Os recursos arrecadados pelo estado e que incorporam
definitivamente ao patrimônio do Estado são chamados de receitas
orçamentárias. Assim as receitas orçamentárias são aquelas que se
integram definitivamente ao estado sem qualquer
correspondência no passivo, estejam estas receitas previstas ou não
no orçamento. Os recursos arrecadados pelo estado, mas que geram
um passivo, ou seja, terão que ser restituídos, posteriormente, são
denominados receitas extra-orçamentárias. Ou
seja, são receitas que não estão previstas no orçamento, e
corresponde a uma entrada de recurso que gera para o Estado a
obrigação de posterior devolução. Ex. Depósitos diversos, Restos a
pagar, serviço da dívida a pagar, Aro, etc.
ATENÇÃO! As receitas extra-orçamentárias por serem apenas
entrada de recursos com caráter devolutivo, não são consideradas
receitas stricto sensu, tendo em vista que são registradas como
receitas somente para controle e posterior devoluções.
Exemplificando: recebimento de caução em dinheiro para garantia de
contrato, o fornecedor deposita um montante na conta bancária do
governo, no entanto este recurso não pertence ao Estado, assim no
momento de contabilizar esta receita será registrado
TOME NOTA! As receitas, quanto à natureza, se dividem em
orçamentária e extra-orçamentária.
Os recursos arrecadados pelo estado e que incorporam
definitivamente ao patrimônio do Estado são chamados de receitas
orçamentárias. Assim as receitas orçamentárias são aquelas que se
integram definitivamente ao estado sem qualquer correspondência no
passivo, estejam estas receitas previstas ou não no orçamento.
NÃO CAIA NESSA: A receita para ser orçamentária não precisa estar
prevista na LOA.
Os recursos arrecadados pelo estado, mas que geram um passivo, ou
seja, terão que ser restituídos, posteriormente, são denominados
receitas extra-orçamentárias. Ou seja, são receitas que não estão
previstas no orçamento, e corresponde a uma entrada de recurso que
gera para o Estado a obrigação de posterior devolução. Ex. Depósitos
diversos, Restos a pagar, serviço da dívida a pagar, Aro, etc.
12
ESTÁGIOS DA RECEITA
A receita orçamentária passa por quatro estágios ou fases, que são:
previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento.
Previsão
A previsão da receita, também conhecida como receita orçada, é a
estimativa de quanto se espera arrecadar durante o exercício
financeiro. Com base na estimativa da receita, o governo planeja e
define os gastos que comporão a LOA.
A previsão começa com as definições das estimativas da receita, no
momento de elaboração da LOA, e encerra-se com o lançamento
fiscal. No SIAF a previsão da receita é contabilizada pela Nota de
Lançamento por Evento –NL.
A LRF trouxe, em seu artigo 12, algumas regras que deverão ser
adotadas quando da elaboração da previsão da receita:
_ Observarão normas técnicas e legais;
_ Considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do
índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro
fator relevante; e
_ Serão acompanhadas de demonstrativos de evolução nos últimos
três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se
referirem, bem como da metodologia utilizada e das premissas
utilizadas.
Lançamento
O estágio do lançamento consiste no procedimento administrativo
onde se verifica a procedência do crédito fiscal, quem e quando se
deve pagar e inscreve em débito o contribuinte.
O novo manual da receita (4ª edição), para ser aplicado e partir da
Loa de 2008, estabelece a aplicação dos Princípios Fundamentais de
Contabilidade para reconhecimento da variação ocorrida no
patrimônio, por meio do registro do direito a receber no momento da
ocorrência do fato gerador, antes da efetivação do correspondente
ingresso de disponibilidades. Nesse momento, deverá ser efetuado o
seguinte registro contábil:
D – Ativo – IPTU a Receber (Sistema Patrimonial)
C – Resultado – Variação Ativa (Sistema Patrimonial)
Esse assunto ainda é novo, teremos que aguardar os novos concursos
para ver como será o entendimento das bancas sobre o assunto, pois,
pelo que se apreende do no novo manual a contabilização deve se
dar no momento em que se caracterizar a receita: no caso do IPTU é
pelo lançamento fiscal, em outros casos, como o registro da receita
de serviços, deve se dar no momento em que os serviços forem
prestados e, portanto a receita auferida.
Arrecadação
A arrecadação é o momento em que os contribuintes comparecem
perante os agentes arrecadadores e realizam o pagamento dos seus
tributos ou outros débitos para com o Estado.
IMPORTANTE! O estágio de lançamento aqui tratado não pode ser
confundido com o lançamento contábil.
ATENÇÃO! A arrecadação e o recolhimento são estágios de
execução da receita.
Recolhimento
O recolhimento compreende a entrega do produto da arrecadação
pelas referidas repartições e estabelecimentos bancários ao Banco do
Brasil para crédito da conta única do Tesouro, referente à receita da
União no Tesouro Nacional.
DISPÊNDIO PÚBLICO
CONCEITO: É o conjunto de dispêndios do Estado ou de outra pessoa
jurídica de Direito Público a qualquer título, para o funcionamento e
manutenção dos serviços prestados à sociedade.
CLASSIFICAÇÃO
Assim como ocorre com a receita, a despesa da Administração
pública possui diversas classificações, sendo as mais consagradas
pela doutrina:
Quanto à natureza;
Quanto à categoria econômica;
Quanto à afetação patrimonial;
Quanto à competência institucional;
Quanto à regularidade.
TOME NOTA! A despesa, quanto à natureza, se classifica em:
orçamentária e extra-orçamentária.
DESPESAS CORRENTES
Despesas de Custeio.
Transferências Correntes.
DESPESAS DE CAPITAL
Investimentos.
Inversões Financeiras.
Transferências de Capital.
As despesas correntes se dividem em subcategorias econômicas:
despesas de custeio e transferências correntes
Despesas de custeio: são as dotações destinadas a manutenção de
serviços
anteriormente criados, inclusive para atender obras de conservação e
adaptação de bens imóveis, pagamento de serviços de terceiros,
pagamento de pessoal e encargos, material de consumo, etc.
A - CATEGORIA ECONÔMICA
3 - DESPESAS CORRENTES
4 - DESPESAS DE CAPITAL
B - GRUPOS DE NATUREZA DE DESPESA
O grupo de despesas é a agregação de elementos de despesa que
apresentam as
mesmas características quanto ao objeto do gasto.
1 - Pessoal e Encargos Sociais
Despesas de natureza remuneratória decorrente do efetivo exercício
de cargo,
emprego ou função de confiança no setor público, do pagamento dos
proventos de aposentadorias, reformas e pensões, das obrigações
trabalhistas de responsabilidade do empregador, incidentes sobre a
folha de salários, contribuição a entidades fechadas de previdência,
outros benefícios assistenciais classificáveis neste grupo de despesa,
bem como soldo, gratificações, adicionais e outros direitos
remuneratórios, pertinentes a este
grupo de despesa, previstos na estrutura remuneratória dos militares,
e ainda, despesas com o ressarcimento de pessoal requisitado,
despesas com a contratação temporária para atender a necessidade
de excepcional interesse público e despesas com contratos de
terceirização de mão-de-obra que se refiram à substituição de
servidores e empregados públicos, em atendimento ao disposto no
art. 18, § 1o , da Lei Complementar no 101, de 2000; (ALTERADO
CONFORME ART. 1º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL
N.º 519, DE 27/11/2001)
4 - Investimentos
Despesas com o planejamento e a execução de obras, inclusive com
a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas
últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material
permanente.
5 - Inversões Financeiras
Despesas com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em
utilização;
aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou
entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação
não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do
capital de empresas.
6 - Amortização da Dívida
Despesas com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da
atualização
monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual
ou mobiliária.
C - MODALIDADES DE APLICAÇÃO
A modalidade de aplicação, segundo a portaria, é uma informação
gerencial, a
qual tem a finalidade de indicar se os recursos são aplicados
diretamente por órgão ou entidade no âmbito da mesma esfera de
Governo ou outro ente da Federação e suas respectivas entidades, e
objetiva, precipuamente, possibilitar a eliminação de dupla contagem
dos recursos transferidos ou descentralizados.
10 - Transferências Intragovernamentais
Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a
entidades pertencentes à administração pública, dentro da mesma
esfera de governo.
20 - Transferências à União
Despesas realizadas pelos Estados, Municípios ou pelo Distrito
Federal, mediante transferência de recursos financeiros à União,
inclusive para suas entidades da administração indireta.
40 - Transferências a Municípios
Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros
da União ou dos Estados aos Municípios, inclusive para suas
entidades da administração indireta.
CONCEITO
A Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, que é um marco em matéria
de
finanças públicas no Brasil, estabelece normas de finanças públicas
voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal aplicadas a todas as
esferas de governo: a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios.
OBJETIVOS
São objetivos da lei de responsabilidade fiscal:
_ A ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e
corrigem
desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas;
_ Cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas;
_ A obediência a limites e condições no que tange a renúncia de
receita,
geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras,
dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por
antecipação
de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.
_ Compatibilidade entre os instrumentos de planejamento: PPA, LDO e
LOA.
INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
Plano Plurianual - PPA
Dentre os três instrumentos previstos no artigo 165, Plano Plurianual,
Lei de
Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual é o único
instrumento de
planejamento que não é abordado pela LRF é o PPA, pois o artigo foi
vetado.
Renuncias de Receitas
A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza
tributária da
qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de
estimativa do impacto orçamentário-financeiro, no exercício em que
deva ocorrer sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto
na LDO e a pelo menos uma das seguintes condições:
_ demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada
na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e
de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo
próprio da lei de diretrizes orçamentárias;
_ estar acompanhada de medidas de compensação, no período
mencionado
no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação
de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de
tributo
ou contribuição.
Não se aplicam as regras de compensação acima para renuncia de
receitas aos casos a seguir:
_ importação de produtos estrangeiros – II;
_ exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados – IE;
_ operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou
valores mobiliários – IOF.
DESPESAS
A geração de despesas ou a assunção de obrigações que não
atendam as
condições definidas na LRF serão consideradas não-autorizadas,
irregulares e lesivas ao patrimônio.
As despesas que receberam tratamento específico da LRF são:
criação, expansão ou aperfeiçoamento da ação governamental, e
aquelas obrigatórias de caráter continuado.
Dívida Pública
A LRF adotou definições básicas para conceituar os elementos que
integram a
dívida pública:
Dívida pública consolidada ou fundada: O conceito é bastante
amplo e envolve todas as obrigações assumidas pelo ente da
Federação, ou seja, o montante total, apurado sem duplicidade, das
obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude
de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações
de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses;
TRANSPARÊNCIA
São instrumentos de transparência na gestão fiscal, que deverão ter
ampla
publicidade, inclusive por meio eletrônico:
_ os Planos, Orçamentos e Leis de Diretrizes Orçamentárias;
_ as prestações de contas e os pareceres prévios;
_ o Relatório Resumido da Execução orçamentária – RREO;
_ o Relatório de Gestão Fiscal – RGF; e