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CUSTO E ESCOLHA
UMA INDAGAÇÃO EM TEORIA
ECONÔMICA
Revisão de provas:
Pedro Adão Ruiz
1
J. Buchanan (1992), Better than Plowing and Other Personal Essays, (Chicago:
The University of Chicago Press).
6
Mesmo um texto como Custo e Escolha, que aparentemente
se localiza na teoria microeconômica, tem um vínculo muito
especial com uma das grandes questões da política econômica
brasileira: o endividamento do Estado. Em verdade, este livro,
escrito em 1969 2, é uma erudita explanação do conceito de custo de
oportunidade e surgiu para esclarecer aspectos da questão da dívida
pública, na discussão que se seguiu à publicação de seu Public
Principies of Public Debt (1958).
Buchanan destaca-se nesse debate pela ênfase no aspecto
moral da dívida pública 3 e por considerar que os encargos da dívida
devam ser aferidos em termos das oportunidades não escolhidas ou
preteridas, e não em termos de transferências de recursos reais -
como ditava nos anos 50 e 60 a tradição keynesiana. Assim, o custo
da dívida reside não nos recursos per se, mas na utilidade associada
àquelas oportunidades de que se abre mão quando se empreende
uma escolha.
O capítulo final de Custo e Escolha também é muito
especial porque direciona a atenção do economista para a
caracterização do custo nas interações que se processam fora do
mercado: as escolhas coletivas que se resolvem nos processos
políticos são um exemplo.
E precisamente no estudo dessas public choices que
Buchanan tem contribuído de modo tão fundamental com sua
Teoria Econômica de Constituições (J. Buchanan e G. Tullock,
1962; J. Buchanan, 1975; G. Brennan e J. Buchanan, 1985).
De igual modo, é nessa dimensão que se resume a crise
econômica brasileira: como fazer com que o processo político possa
induzir seus participantes (os políticos) a produzir resultados de
interesse social, escapando, assim, da inerente tendenciosidade às
escolhas individualistas que associam cliente-lismo e oportunismo
eleitoral.
2
E com uma segunda edição em 1978.
3
Em entrevista à Revista Veja, 14 de Abril de 1993, Buchanan enfatiza ser "imoral
gastar recursos hoje e deixar a conta para gerações futuras".
7
Afinal, não podemos insistir em diagnósticos ingênuos que
pressupõem, por exemplo, que tudo que um ajuste fiscal precisa
promover é levar o déficit das contas públicas para um nível
"tolerável". O contexto de instituições democráticas situa esse
ajuste em outra perspectiva; que regras constitucionais restringirão
mais efetivamente o comportamento fiscal do governo?
Ou, numa observação de especial significado para a
economia brasileira contemporânea:
4
J. Buchanan e G. Tullock (1962), The Calculus of Consent: Logical Foundations of
Constitutional Democracy, (Ann Arbor: Michigan University Press)
8
com a evolução para o regime de regras monetárias e fiscais
estáveis.
No cenário de instabilidade institucional em que opera a
economia brasileira, a própria burocracia governamental e a
legislatura acabam por oferecer, elas próprias, exemplos sui generis
desse mecanismo de rent-seeking/rent-avoidance.
Em verdade, todo esse conflito distributivo deve ser
basicamente tratado em nível constitucional; caso contrário, a
operação governamental (nível pós-constitucional) transcorrerá
num contexto de intenso conflito redistributivo, com os processos
políticos atendendo as maiorias, a expensas das minorias.
Assim sendo, 1993 é uma boa ocasião para que se divulgue
entre nós a contribuição científica do professor James Buchanan:
afinal, estaremos, em breve, em plena fase de revisão da
Constituição. O objetivo do design constitucional seria uma
Constituição que:
* coordene a ação coletiva para a obtenção de um equilíbrio
(em que fiquem definidos, entre outros, o papel do Estado, o grau
de coerção permissível nas políticas públicas); e
* seja aceita como "boa" por um segmento expressivo da
coletividade, por não viabilizar a tiranização do Estado, exercida em
causa própria, ou em nome de qualquer coalização política.
Enfim, um resultado que a moderna literatura
macroeconônica rotula de um equilíbrio forte.
Perceba, no entanto, o leitor a aberração institucional em que
podemos incorrer quando aceitamos pontos de vista simplistas da
burocracia governamental que propõe que a "boa" Constituição seja
aquela que venha a viabilizar o plano econômico governamental.
É irrecusável, pois, reconhecer o quão significativa é a obra
do professor Buchanan e sua escola de pensamento 5 para o
desenvolvimento de uma percepção mais estratégica, e menos
5
Que tem sido rotulada alternativamente de "Escola de Virgínia" (originariamente,
esse grupo de cientistas sociais, teve por base Charlottesville, depois Blacksburg, e,
presentemente, Fairfax, todas cidades universitárias no Estado de Virgínia, EUA),
"Nova Economia Política", e "Public Choice".
9
contábil-operacional, da formulação da política econômica para os
anos 90 no Brasil.
Por fim, vale ressaltar dois aspectos muito interligados e
muito lembrados (A. Sandmo, 1990 6) na apreciação da obra de
James M. Buchanan. Sua contribuição é antagônica à engenharia
social, a que, vez por outra, tenta-se resumir a ciência econômica,
sobretudo pelos economistas que se deslocam da academia para
ocupar postos de comando na burocracia do Executivo.
Igualmente, é reconhecida a rara humildade desse
economista que não se considera um "economista natural" 7 (J.
Buchanan, 1992) e está sempre disposto a lembrar a seus leitores e
ouvintes que tudo teria sido muito diferente em sua vida não tivesse
ele literalmente tropeçado numa tese de Knut Wicksell, num
depósito da biblioteca da Universidade de Chicago –, e de cuja
leitura aprofundou sua compreensão do critério da unanimidade no
modelo de trocas voluntárias – ou aprendido, também em Chicago,
as virtudes do mercado, nos ensinamentos de seu admirado
professor Frank Knight, nos anos 40.
Contudo essa humildade não tem inibido que sua
criatividade o transforme no reformador de instituições – o que, por
vezes, desloca seu trabalho intelectual para a fronteira da economia
com a filosofia política, em que seu nome, ao lado de John Rawls,
está ligado à renovação do contratualismo social.
Foi com essa vocação que o professor Buchanan
corajosamente desafiou nos anos 60 e 70 o establishment
acadêmico, apontando uma falha original na construção do
receituário keynesiano de política econômica: o lastro institucional
da teoria de Keynes, especialmente na área fiscal, seria a razão para
que as soluções keynesianas, quando postas em prática, viessem
acompanhadas de substancial intervencionismo estatal, e
6
A. Sandmo (1990), Buchanan on Political Economy: A Review Article, Journal of
Economic Literature, XXVIII, Março, 50-65.
7
Ou seja, alguém com talentos intrínsecos que afloram, independentemente de
treinamento profissional, educação e experiência (J. Buchanan, 1987).
10
eventualmente tornarem-se incompatíveis com instituições políticas
de governo representativo (J. Buchanan e R. Wagner, 1977) 8.
Aí está outro angustiante sinal da atualidade do pensamento
do professor Buchanan para a economia política brasileira.
Nos últimos anos, no rastro de experimentos de
estabilização econômica, o governo tem aumentado
expressivamente sua presença na economia: os pesados déficits
orçamentários e a copiosa regulação econômica bem caracterizam
essa posição. É muito provável que isso seja uma conseqüência não
antecipada de políticas econômicas engendradas em modelos
teóricos que, em verdade, assemelham o governo a um déspota
benevolente, com o quadro institucional-legal-constitucional oculto
em condições do tipo ceteris paribus.
Deste modo, essa é uma conjectura relevante, sobretudo em
face da intensa erosão da ordem institucional no Brasil,
especialmente, como observado nos últimos anos, no âmbito da
constituição fiscal.
Por tudo isso, uma vez mais, é bem-vindo o lançamento de
Custo e Escolha.
8
J. Buchanan e R. Wagner (1977), Democracy in Deficit: The Political Legacy of
Lord Keynes, (New York: Academic Press).
11
The Limits of Liberty: Between Anarchy and Leviathan, (Chicago: The University
of Chicago Press)
* J. Buchanan e G. Tullock (1962)
The Calculus of Consent: Logical Foundations of Constitutional Democracy,
(Ann Arbor: Mi-chigan University Press)
* J. Buchanan (1958)
Public Principies of Public Debt (Homewood: Irwin)
* J. Buchanan e R. Wagner (1977)
Democracy in Deficit: The Political Legacy of Lord Keynes, (New York:
Academic Press)
* A. Sandmo (1990)
Buchanan on Political Economy: A Review Article, Journal of Economic
Literature, XXVIII, Março, 50-65
12
Prefácio
Edição original
13
Um observador do nosso comportamento, conhecendo a
escolha com a qual nos deparamos, poderia efetuar uma estimativa
objetiva dos minutos do nosso tempo de expediente que a leitura
deste Prefácio exigiria. Após havermos feito nossa decisão, esse
observador poderia olhar o relógio e verificar as suas estimativas
objetivamente. Se ele conhecesse o valor de remuneração das outras
opções, teria condições de atribuir algum valor a esse tempo de
expediente, um valor objetivo útil para inúmeras finalidades de
comparação. Evidentemente, o observador não seria capaz de
estimar com precisão o valor que poderíamos atribuir às nossas
próprias oportunidades perdidas antes da escolha ou depois dela.
Na argumentação ordinária, denominamos ambas as
avaliações, as nossas próprias e as do observador, de "custos". O
observador externo do nosso comportamento poderia afirmar que a
leitura do presente Prefácio nos custou ou terá custado X minutos,
que ele estima valer Y dólares. Via de regra, diríamos que a mesma
atividade "nos custará X minutos se dormirmos" ou "terá custado
X minutos se tivéssemos estado dormindo". O que se deve observar
é que esses vários usos da palavra "custo" são categoricamente
diferentes. O hábito lingüístico dita uma mesma palavra para várias
coisas diferentes. Não é nenhuma surpresa a enorme confusão,
especialmente entre os economistas, que se faz em relação à palavra
custo.
Já discorri o suficiente sobre o sumário do argumento
principal deste livro. As idéias centrais são simples e não tenho
pretensão alguma de alcançar a sofisticação analítica. Minha
hipótese de trabalho é de que muitos economistas mergulham
profundamente na complexidade da análise enquanto deixam de
perceber determinados pontos da lógica econômica elementar. As
explanações teóricas podem não ser pertinentes a determinadas
aplicações, e aqueles que estão ansiosos por prosseguir na busca da
cura dos males da humanidade poderão escarnecer-se da minha
insistência em relação à purificação metodológica. O seu ceticismo
poderá aumentar ao reconhecer que, em qualquer confronto
preliminar, as suas próprias opiniões equiparam-se às aqui
desenvolvidas. Há poucos economistas modernos que deixariam de
14
aceitar a definição elementar do custo de oportunidade. Os textos
convencionais são férteis em afirmações supostamente bem
entendidas.
Sugiro que haja uma diferença significativa entre estas
definições de segunda ordem e aquelas implícitas na análise que
segue. O custo de oportunidade tende a ser definido de modo
aceitável, entretanto não permite a introdução da lógica do conceito
para informar as aplicações analíticas subseqüentes. Tenho como
meta utilizar a teoria do custo de oportunidade para demonstrar as
diferenças metodológicas básicas que, de um modo geral, passam
despercebidas e para mostrar que o uso constante dessa teoria traz
mais luz a importantes áreas de divergência sobre assuntos
relacionados com políticas. Somente no setor de finanças públicas,
os debates sobre incidência de impostos, a capitalização tributária, o
fardo da dívida pública e o papel da análise de custo-benefício
poderão ser resolvidos em parte, se os protagonistas aceitarem os
conceitos comuns de custo. O estado indesejável em que se
encontra a economia do bem-estar ao menos poderá ser entendido e
apreciado mais adequadamente, se as confusões incorporadas ao
custo forem reveladas. O caloroso e extensamente latente debate
anterior sobre a possibilidade do cálculo socialista talvez ressurja
com um brilho diferente. Algo pode ser dito sobre importantes
tópicos da atualidade, como o serviço militar e a criminalidade.
Nenhuma destas ou quaisquer outras aplicações de políticas será
discutida exaustivamente. Discussões desse tipo exigiriam no
mínimo um livro de igual porte ao do presente volume para desatar
os nós górdios que as ambigüidades da teoria do custo produziram.
Meu objetivo secundário é investigar a evolução das idéias
na concepção do custo. Principalmente em virtude de os modernos
economistas demonstrarem uma relativa negligência em relação à
matéria. Desejo salientar a contribuição oriunda da tradição da
London School of Economics, tradição esta ainda não amplamente
reconhecida, e à qual nem mesmo os seus próprios membros lhe
dão o devido crédito.
15
A escola austríaca contemporânea poderá sugerir
especialmente, com alguma razão, que a teoria desenvolvida seja
rotulada adequadamente como "austríaca". Sem dúvida alguma, a
concepção inglesa vale-se de uma importante fonte austríaca.
Contudo, ao ler os antigos austríacos juntamente com as
contribuições feitas por Londres, convenço-me de que foram
adicionados atributos singularmente característicos e de que toda a
construção alcançou sua viabilidade operacional apenas em
Londres. Para ilustrar este ponto, muito do que me parece ser da
teoria ortodoxa do custo pode ser atribuído diretamente às suas
fontes austríacas. Segundo minhas leituras e interpretações,
Wicksteed merece crédito por fornecer uma fonte da tradição da
escola inglesa distintamente não-ortodoxa, que é igual ou talvez
mais importante que a de Viena. Os seguidores americanos de H.J.
Davenport, cujas idéias pessoais em relação ao custo eram
altamente perceptivas, não geraram uma tradição que possa ser
comparável à de Londres.
As principais fontes da moderna tradição de Londres estão
representadas nos estudos de Robbins, Hayek e Coase, realizados
durante a década de 30. Essas tradições são seguidas
insistentemente pelos escritos duramente negligenciados de Thirlby,
que se estendem de 1946 a 1960. Na década de 50 foram publicados
estudos adicionais por Jack Wiseman sobre essa tradição. Todavia,
esses materiais publicados são aparentemente os únicos resíduos vi-
síveis atualmente de um extenso diálogo que talvez tenha sido parte
integrante do ensino de economia na escola inglesa por um período
de aproximadamente trinta anos.
O capítulo 1 esboça a história doutrinal da teoria do custo
antes de 1930. O capítulo 2 discute as origens e o desenvolvimento
da teoria de Londres e o capítulo 3 apresenta sucintamente a teoria
do custo de oportunidade em dois contextos analíticos contrastantes.
Os capítulos restantes do livro são devotados a suas aplicações. O
capítulo 4 examina a teoria do custo nas finanças públicas,
aplicação que despertou meu interesse pessoal pela necessidade de
elucidação teórica. O capítulo 5 usa a lógica do custo de
oportunidade como uma forma de reconsideração das normas de
16
bem-estar de Pigou. O capítulo 6, o mais importante e o mais difícil
do livro, demonstra a importância da teoria básica do custo em todo
o reino do processo decisório não relacionado com o mercado.
17
Agradecimentos
J. M. B.
Los Angeles, Março de 1969
Sumário
Economia Clássica 23
A Economia da Utilidade Marginal 31
A Síntese de Marshall 35
Frank Knight e os Paradigmas Neoclássicos 37
19
Capítulo 4 O Custo dos Bens Públicos
Economia Clássica
1
Adam Smith, The Wealth of Nations (New York: Edição da Random House
Modem Library, 1937), pág. 47.
21
CUSTO E ESCOLHA
22
O CUSTO NA TEORIA ECONÔMICA
23
CUSTO E ESCOLHA
Contudo, para Adam Smith, esse fato, por si só, não incorporaria
uma teoria de previsão. Não se pode introduzir nenhuma tendência
comportamental que relacione os valores dos "bens" entre si em
termos de algum denominador comum identificável objetivamente.
A respeito desses bens cuja oferta é fixa, Smith simplesmente
negaria e existência de uma teoria de valor. Observada neste
contexto, a infame afirmação de J.S. Mill que nada mais poderia ser
dito sobre a teoria de valor pode ter uma interpretação um pouco
mais favorável do que os economistas modernos lhe tenham dado.
O valor de troca tende a ser mais equitativo se houver um
custo de produção passível de mensuração objetiva. Esta
proposição é positiva e está isenta de conteúdo normativo. Não se
afirma ou se subentende que o preço de mercado deva igualar-se ao
custo de produção. Em um sentido mais direto, a economia clássica
não possui uma teoria normativa de alocação. A uniformização do
retorno de unidades semelhantes tende a emergir do postulado
básico do comportamento racional em conjunto com a identifi-
cação implícita dos "pontos positivos" e "pontos negativos" na
função de utilidade dos indivíduos.
A interpretação esboçada acima é injusta para aqueles que
criticam a economia clássica. São abundantes as confusões em
relação a muitos pontos de análise. Os problemas começam ao
abandonarmos a simplificação extrema do modelo de insumo único
e homogêneo de Smith. A complexidade do raciocínio clássico é
centralizada na busca de um denominador comum comparável de
valor quando os insumos (bens negativos) são heterogêneos. A ge-
nialidade de Ricardo não foi capaz de solver este desafio, apesar de
seus valentes esforços. A teoria de Rent explicou repetidamente,
embora de forma insatisfatória, o retomo de propriedade. Contudo,
os quocientes de trabalho-capital permaneceram e a alternativa de
Marx em relação ao tempo de trabalho "socialmente necessário" foi
um recuo àquela circularidade que toda a teoria clássica havia se
preparado para burlar.
Smith e, finalmente, Ricardo foram forçados a reabilitar a
pertinência pragmática da teoria em prejuízo de sua elegância. As
unidades heterogêneas de insumo eram mensuradas através dos
preços monetários estabelecidos em mercados de fatores. O custo
24
O CUSTO NA TEORIA ECONÔMICA
∗
N.T.: Numéraire - Bem econômico escolhido arbitrariamente para servir de
denominador comum de um valor imutável, ou seja, como moeda de valor constante
em cujos termos são expressos todos os demais preços.
25
CUSTO E ESCOLHA
26
O CUSTO NA TEORIA ECONÔMICA
27
CUSTO E ESCOLHA
2
Mesmo em 1967, os economistas necessitavam ser avisados dessa falácia. Para
maiores informações sobre o assunto, vide Royall Brandis, The Myth of Absolute
Advantage, American Economic Review, LVII (março de 1967), 169-74.
28
O CUSTO NA TEORIA ECONÔMICA
29
CUSTO E ESCOLHA
30
O CUSTO NA TEORIA ECONÔMICA
∗
N.T.: Quati (Racoon) — Procionídeo da América do Norte afim do quati e do mão-
pelada.
31
CUSTO E ESCOLHA
32
O CUSTO NA TEORIA ECONÔMICA
A Síntese de Marshall
33
CUSTO E ESCOLHA
34
O CUSTO NA TEORIA ECONÔMICA
3
Frank H. Knight, A Suggestion for Simplifying the Statement of the General
Theory of Price, Journal of Political Economy, XXXVI (junho de 1928), 359.
4
Ibid., pág. 355.
5
Ibid., pág. 363.
35
CUSTO E ESCOLHA
6
F. von Wieser, The Theory of Value, Annals of the American Academy of Political
and Social Science, 2 (março de 1892), 618. Vide também F. von Wieser, Über den
Ursprung und die Hauptgesetze des wirtschaflichen Werthes (Wien, 1884), pág. 100.
7
The Common Sense of Political Economy (Wicksteed Reprinted), Journal of
Political Economy, XLII (outubro de 1934), 660-73, reeditado em Frank H. Knight,
On the History and Method of Economics (Chicago: University of Chicago Press,
Phoenix Books, 1963), 104-18. Um artigo revisivo da edição de dois volumes de
Wicksteed.
8
Frank H. Knight, Notes on Utility and Cost (Mimeografia, University of Chicago,
1935). Publicado sob a forma de dois artigos, em língua alemã, em Zeitschrift für
Nationalekonomie (Viena), Band VI, Heft 1, 3 (1935).
36
O CUSTO NA TEORIA ECONÔMICA
9
Knight, Notes on Utility and Cost, op. cit., pág. 18.
37
CUSTO E ESCOLHA
10
Ibid., pág. 19.
11
Knight, The Common Sense of Political Economy (Wicksteed Reprinted), op. cit.,
pág. 116.
38
AS ORIGENS E O DESENVOLVIMENTO DE UMA TRADIÇÃO INGLESA
As Origens e o
Desenvolvimento de uma
Tradição Inglesa
1
Philip H. Wicksteed, The Common Sense of Political Economy (Londres,
Macmillan, 1910), pág. 380.
2
Ibid.
3
Ibid.
39
CUSTO E ESCOLHA
4
"Estas reflexões explicarão a grande ambigüidade do termo 'preço de custo'... (...). [
0]s membros de uma mesma classe profissional....utilizarão o termo com diferentes
sentidos. Um deles poderá afirmar que 'não está conseguindo lucro algum', mas está
'vendendo com prejuízo'. Outro dirá que 'as coisas estão ruins para ele, mas não tão
ruins assim', quando ambos tentam indicar exatamente as mesmas condições. Alguns
indivíduos afirmarão de boa-fé que estão 'vendendo a preço abaixo do custo', porém,
mesmo nessas condições, jamais lhes ocorrerá suspender suas operações." Ibid., pág.
381.
5
Ibid., pág. 385.
40
AS ORIGENS E O DESENVOLVIMENTO DE UMA TRADIÇÃO INGLESA
H.J. Davenport
6
Herbert J. Davenport, Value and Distribution (Chicago: University of Chicago
Press, 1908), pág. 273.
7
Vide em especial ibid. pág. 404.
41
CUSTO E ESCOLHA
Robbins, 1934
8
Para um sumário da história da teoria de custo no qual as idéias de Davenport são
apresentadas com destaque, vide Bob M. Keeney, The Evolution of Cost Doctrine
(Mimeografada, Mid-western Economics Association, novembro de 1967).
9
Frank H. Knight, Fallacies in the Interpretation of Social Cost, Quarterly Journal
of Economics, XXXVIII (agosto de 1924), 592f, reeditado em F.H. Knight, The
Ethics of Competition (Londres: Allen and Unwin, 1935), pág. 225.
10
L. Robbins, Certain Aspects of the Theory of Cost, Economic Journal, XLIV
(março de 1934), 1-18.0 interesse de Robbin por essas questões ficou videnciado em
seu estudo anterior, On a Certain Ambiguity in the Conception of tationary
Equilibrium, Economic Journal, XL (Junho de 1930) esp. 209-11.
42
AS ORIGENS E O DESENVOLVIMENTO DE UMA TRADIÇÃO INGLESA
43
CUSTO E ESCOLHA
11
Ludwig von Mises, Human Action (New Haven: Yale University Press, 1949).
44
AS ORIGENS E O DESENVOLVIMENTO DE UMA TRADIÇÃO INGLESA
12
Die Wirtschaftsrechnung im Sozialistichen Gemeinwesen, Archiv fur
Sozialwissenschaften, 47 (1920), reeditado sob o título de Economic Calculation in
the Socialist Commonwealth, em F.A. Hayek (ed.), Collectivist Economic Planning
(Londres: Routledge, 1935).
13
Ludwig von Mises, Die Gemeinwirtschaft (Jena, Alemanha: Gustav Fischer,
1922). A segunda edição alemã surgiu em 1932. Mises adicionara um epílogo a essa
edição por ocasião de sua tradução de título Socialism (New Haven: Yale University
Press, 1951).
14
Lionel Robbins, The Great Depression (New York: Macmillan, 1934), esp. págs.
143-54.
45
CUSTO E ESCOLHA
15
F.A. Hayek (ed.), Collectivist Economic Planning, op. cit.
16
Ibid., pág. 226.
46
AS ORIGENS E O DESENVOLVIMENTO DE UMA TRADIÇÃO INGLESA
17
A.P. Lerner, Statistics and Dynamics in Socialist Economics, Economic Journal,
XLVII junho de 1937), 253-70.
47
CUSTO E ESCOLHA
18
F.A. Hayek, Economics and Knowledge, Economics, IV (1937), 33-54, reeditado
em Hayek, em Individualism and Economic Order (Chicago: University of Chicago
Press, 1948), págs. 33-56.
19
Os ensaios adicionais que surgiram em 1940,1941,1942 e 1943 são apresentados
na obra de dois volumes denominada de Individualism and Economic Order, op. cit.,
e The Counter-Revolution of Science (Glencoe, III.: The Free Press, 1952).
48
AS ORIGENS E O DESENVOLVIMENTO DE UMA TRADIÇÃO INGLESA
20
Ludwig von Mises, Grundprobleme der Nationökonomie (Jena, Alemanha:
Gustav Fischer, 1933), traduzido por George Reisman com o título Epistemological
Problems of Economics (New York: Van Nostrand, 1960).
49
CUSTO E ESCOLHA
50
AS ORIGENS E O DESENVOLVIMENTO DE UMA TRADIÇÃO INGLESA
21
Vide em especial a revisão da obra de Henderson intitulada Supply and Demand,
reeditado em An Economist's Protest, de Edwin Cannan (Londres: P.S. King, 1927),
págs. 311-14.
51
CUSTO E ESCOLHA
22
R.H. Coase, Business Organization and the Accountant, The Accountant (outubro-
dezembro de 1938). Esses artigos foram reeditados na obra de David Solomons (ed.),
Studies in Costing (Londres: Sweet and Maxwell, 1952), págs. 105-58.
Além de Coase, outros membros do grupo de jovens economistas de Plant eram R.S.
Edwards, R.F. Fowler e David Solomons. Esse grupo se interessava em dar à teoria
econômica uma maior importância prática nas operações comerciais e
particularmente na prática contábil.
52
AS ORIGENS E O DESENVOLVIMENTO DE UMA TRADIÇÃO INGLESA
53
CUSTO E ESCOLHA
54
AS ORIGENS E O DESENVOLVIMENTO DE UMA TRADIÇÃO INGLESA
23
Em seu último e mais conhecido estudo sobre o preço de custo marginalista, o
argumento de Coase a favor da tarifa multilateral era enunciado através do conceito
de custo de oportunidade desenvolvido em seus estudos iniciais. Sua ênfase, de
acordo com a interpretação de escritores posteriores, era, entretanto, voltada ao
conflito familiar entre os critérios de custo marginal e de lucratividade. Sua defesa
do custo de oportunidade na formação de preços mul-ti-part tem sido amplamente
ignorada. Vide R.H. Coase, The Marginal Cost Controversy, Economica XIII
(agosto de 1946), 169-82. Ao tecer comentários sobre o estudo de Coase, G.F.
Thirlby criticou a objetividade implícita do custo. Vide G. F. Thirlby, The Marginal
Cost Controversy: A Note on Mr. Coase's Model, Economica, XIV (fevereiro de
1947), 48-53.
55
CUSTO E ESCOLHA
24
G F. Thirlby, The Subjective Theory of Value and Accounting Cost, Economica,
XIII (fevereiro de 1946), 32-49.
56
AS ORIGENS E O DESENVOLVIMENTO DE UMA TRADIÇÃO INGLESA
25
Ibid., págs. 33-34.
26
G.F. Thirlby, The Ruler, South African Journal of Economics, XIV (dezembro de
1946), 253-76.
57
CUSTO E ESCOLHA
27
N.T.: Ex-Ante — Expressão criada por Gunnar Myrdal que se aplica às
quantidades de investimento, poupança ou consumo planejado como ação para um
período que se inicia. Portanto, como são quantidades hipotéticas, funcionam como
rota para planos econômicos gerais, que serão depois confrontados com os cálculos
ex-post, realizados ao fim do período.
58
AS ORIGENS E O DESENVOLVIMENTO DE UMA TRADIÇÃO INGLESA
28
G.F. Thirlby, The Economist's Description of Business Behavior, Economica, XIX
(maio de 1952), 150.
59
CUSTO E ESCOLHA
29
G.F. Thirlby, Economists' Cost Rules and Equilibrium Theory, Economica,
XXVII (maio de 1960), 150.
30
Von Mises, op. dt.
60
AS ORIGENS E O DESENVOLVIMENTO DE UMA TRADIÇÃO INGLESA
31
Vide Murray Rothbard, Man, Economy and the State (New York: Van Nostrand,
1962), esp. Vol. I, 290-308.
32
Vide I.M. Kirzner, Market Theory and the Price System (New York: Van
Nostrand, 1963), esp. Capítulo 9.
33
Jack Wiseman, Uncertainty, Costs, and Collectivist Economic Planning,
Economica, XX (maio de 1953), 118-28; e o seu estudo The Theory of Public
Utility Price - An Empty Box, Oxford Economic Papers, 9 (fevereiro de 1957), 56-
74.
61
CUSTO E ESCOLHA
Apêndice do Capítulo 2
O Trabalho de Shackle Sobre Decisão
34
O manuscrito deste livro foi concluído antes que o autor pudesse ter acesso ao
artigo intitulado Cost, de A.A. Alchian, na International Encyclopedia of the Social
Sciences, 3 (New York: Macmillan, 1969), 404-15.
62
AS ORIGENS E O DESENVOLVIMENTO DE UMA TRADIÇÃO INGLESA
35
G.L.S. Shackle, Decision, Order, and Time in Human Affairs (Cambridge:
Cambridge University Press, 1961), págs. ix, x. Citado com permissão da
Cambridge University Press.
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Custo e Escolha
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1
N.T.: Ceteris Paribus - Expressão latina que significa "permanecendo constantes
todas as demais variáveis". Em economia, a expressão é utilizada quando se deseja
medir as conseqüências de mudanças de uma variável sobre outra, supondo-se as
demais inalteradas.
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2
F.H. Knight, A Suggestion for Simplifying the Statement of the General Theory of
Price, Journal of Political Economy, XXXVI (junho de 1928), 355.
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3
Vide, do autor, Public Debt, Cost Theory, and the Fiscal Illusion, em Public Debt
and Future Generations, James M. Ferguson (ed.) (Chapei Hill: University of North
Carolina Press, 1964), págs. 150-62.
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Custo e Equilíbrio
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1
Para uma discussão crítica da mensuração do produto interno, baseada em uma
análise relacionada, porém nitidamente distinta da análise desenvolvida no presente
livro, vide S.H. Frankel, The Economic Impact on Under-Developed Societies
(Cambridge: Harvard University Press, 1953), esp. Capítulo III.
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∗
N.T.: Arthur Cecil Pigou, 1877-1959, economista inglês da linha neo-clássica,
discípulo e sucessor de Alfred Marshall na cadeira de Economia Política em
Cambridge.
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2
No momento, não me preocupam as várias qualificações modernas desta
proposição, sendo que todas elas são extraídas de alguma versão secundária muito
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limitada. Minha crítica é válida mesmo no caso em que todas as condições de bem-
estar sejam inteiramente atendidas em outro ponto do sistema.
3
Em um trabalho anterior, tentei relacionar os efeitos dos diferentes instrumentos
fiscais sobre o comportamento do indivíduo no processo fiscal. Vide, do autor, My
Public Finance in Democratic Process (Chapel Hill: University of North Carolina
Press, 1967). Vide também Charles Goetz, Tax Preferences in a Collective Decision-
Making Context (Dissertação para Doutorado, não publicada, Alderman Library,
University of Virginia, 1964).
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4
É interessante observar que os analistas sofisticados de custo-benefício
reconhecem a importância da distribuição das quotas tributárias (ou quotas de
benefício), enquanto simultaneamente deixam de reconhecer a importância da
distribuição do poder decisório. A omissão desse segundo efeito de distribuição
provém, é claro, do paradigma segundo o qual os "custos" existem como magnitudes
objetivamente quantificáveis, não relacionadas com o processo de escolha. Dentre
os estudiosos da economia aplicada do bem-estar que examinaram a metodologia da
análise de custo-benefício, apenas Roland N. McKean parece ter consciência da
existência desse tipo de problema. Vide seu estudo, The Use of Shadow, Prices em
Samuel B. Chase, Jr. (ed.) Problems in Public Expenditure Analysis (Washington,
D.C.: Brookings Institution, 1968), págs. 33-65. Para uma discussão específica sobre
a importância da distribuição das quotas de tributo ou de benefício, vide o estudo de
Burton A. Weisbrod Income Redistribution Effects and Benefit-Cost Analysis, págs.
177-208 do mesmo volume.
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a opção pelo projeto do setor público, uma outra escolha deve ser
confrontada, o que também implica um custo que influencia a
escolha, um obstáculo à decisão. Uma vez emitida a moeda e to-
mada a decisão de ampliar as despesas do setor público, deve-se
enfrentar a escolha entre as diferentes utilizações para a verba. O
custo que influencia a escolha de um novo edifício para os correios
representa o valor subjetivo que o indivíduo que toma a decisão
atribui a um novo edifício para a escola que poderia ser construído
em seu lugar. A conhecida afirmação "Os edifícios para os correios
construídos durante a década de 30 custaram muito pouco em ter-
mos das alternativas sacrificadas" tende a ser enganosa. Na
realidade esses projetos implicaram custos de oportunidade
verdadeiros para as pessoas que tomaram a decisão. Esses custos
eram representados pelos valores esperados para outros projetos
públicos e privados que jamais foram levados adiante. A emissão
de moeda, na medida em que tenha sido realizada diante das condi-
ções vigentes na década de 30, foi a escolha que deveria ter custado
muito pouco em termos das alternativas sacrificadas.
Os Custos do Financiamento
da Dívida de Bens Públicos
5
Em meu livro anterior, minhas idéias sobre custo eram confusas. Vide, do autor,
Public Principles of Public Debt (Homewood, III.: Richard D. Irwin, 1958). Um
tanto atrasado, em resposta à crítica, esbocei as diferenças na teoria da dívida em
relação às confusões da teoria do custo. Minhas contribuições, juntamente com
outros estudos, são apresentadas em James M. Ferguson (ed.), Public Debt and
Future Generations (Chapei Hill: University of North Carolina Press, 1964).
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6
Vide as contribuições dos mesmos em Ferguson, op. cit. Um erro semelhante é
cometido por Feldstein e ratificado por Prest e Turvey em sua revisão da análise de
custo-benefício. Segundo Feldstein, o custo de um projeto depende em parte do fato
de as verbas serem ou não retiradas do consumo atual ou de investimentos.
Entretanto, na medida em que as mensurações de custo-benefício tenham qualquer
utilidade, deve-se supor que os indivíduos dos quais a verba se origina, neste caso
presume-se que seja através de tributação, estejam em equilíbrio entre os
desembolsos para o consumo e para investimentos. Neste caso, as utilidades em
relação a cada dólar estão equalizadas na margem.
Como sugerimos anteriormente, a menos que se suponha esse equilíbrio pleno, toda
a abordagem, que, na melhor das hipóteses, é limitada, toma-se inútil. Vide M.S.
Feldstein, Opportunity Cost Calculations in Cost-Benefit Analysis, Public Finance,
XIX (1964) 126, como já citado em A.R. Prest e R. Turvey em Cost-Benefit
Analysis: A Survey, Economic Journal, LXXV (dezembro de 1965), págs. 686-87.
É interessante o fato de que Davenport parece ter-nos alertado indiretamente sobre
esse erro há meio século. Ele ressaltou que os custos para um mutuário (aquele a que
deve renunciar para assegurar a verba) não apresentam nenhuma relação direta com
o custo para o mutuante (aquele a que deve renunciar ao tomar uma decisão de
consumo com poupança). Existem duas escolhas diferentes e, portanto, dois custos.
Vide H.J. Davenport, Value and Distribution (Chicago: University Press, 1908),
pág. 260.
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Capitalização de Tributação
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1
O critério que identifica a igualdade entre o produto marginal privado e o produto
marginal social reduz o critério de custo quando este é descrito em termos de custo
de oportunidade. O deixar de adotar um curso de ação que traga benefícios externos
pode ser considerado como o equivalente analítico de adotar um curso de ação que
traga custos externos. Em sua própria formulação, Pigou valeu-se da terminologia de
produto quase exclusivamente, embora tenha-se referido a ambos os tipos de
divergência. Vide A.C. Pigou, The Economics of Welfare (4a edição; Londres:
Macmillan, 1932), esp. págs. 131-35.
2
Notadamente, R.H. Coase, The Problem of Social Costs, Journal of Law and
Economics, III (outubro de 1960), 1-44; Otto A. Davis e Andrew Whinston,
Externality, Welfare, and the Theory of Games, Journal of Political Economy, LXX
(junho de 1962), págs. 241-62.
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Análise Sumária
Consideremos um exemplo comum no qual o
comportamento de uma pessoa (ou de uma empresa) causa
deseconomias, não a si mesma mas a outros indivíduos. Essas
deseconomias representam a perda de "bens" para outros, sem que
haja uma compensação através dos procedimentos comuns de
mercado. A aplicação da norma de Pigou sugere que os custos
impostos externamente aos indivíduos que não fazem parte do
processo decisório devam ser incluídos nos cálculos do indivíduo
que toma a decisão. Esses custos devem ser adicionados aos
próprios custos internos do indivíduo que decide, custos que se
supõe que este indivíduo leve em conta. O dispositivo geralmente
proposto é a imposição de um tributo sobre o desempenho da
externalidade que gera a atividade, um tributo equivalente aos
custos externos por unidade que a atividade imponha. Outros
dispositivos às vezes propostos são providências de natureza
institucional, projetadas de modo a internalizar a externalidade. Em
todos os casos, o objetivo é dar aos custos que informam ou
influenciam o indivíduo que toma a decisão a adequação necessária
em relação aos custos "sociais" verdadeiros. Os modelos
permanecem individualizados no sentido em que os custos "sociais"
são calculados através da simples adição dos indivíduos
pertencentes à comunidade ou grupo em questão.
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"ÓTIMO"
"BOM"
FIGURA 1
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3
É provável que esse ponto ajude a determinar a origem da confusão. Marshall e
Pigou desenvolveram o conceito de externalidade dentro do contexto dos modelos
interempresariais, assumindo de modo implícito a existência de estruturas
competitivas. Como poderemos observar, a adequação dos custos mensuráveis
objetivamente fica limitada mesmo neste modelo, mas os erros apresentam uma
classe diferente de magnitude em relação àqueles que surgem quando as
externalidades se referem a uma interação interpessoal ou a uma interação
interempresarial na qual as funções de utilidade são empregadas. A possibilidade de
mensuração objetiva dos custos externos não garante, evidentemente, que a política
de aplicação de uma tributação corretiva seja desejável. Em condições de
concorrência, essa política pode ser defendida plausivelmente dentro de certos
limites. Em comparação, a tentativa de aplicação de tributação corretiva em uma
empresa que gere a externalidade poderá ser mais nociva do que benéfica. Sobre esta
questão elementar, vide, do autor. External Diseconomics, Corrective Taxes and
Market Structure, American Economic Review, LIX (março de 1969), págs. 174-77.
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Um Exemplo Ilustrativo
4
F. Knight, Notes on Utility and Cost (Obra mimeografada, University of Chicago,
1935). Publicada sob a forma de dois artigos em alemão no Zeitschrift für
Nationalökonomie (Viena), Band VI, Heft, 1 , 3 (1935).
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5
N.T.: O termo 'ausência de altruísmo' é amplamente utilizado na modelagem
matemática dessas idéias e refere-se à importância que o agente econômico atribui,
num dado momento, à utilidade de outros agentes.
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6
Neste momento, talvez deva ser observada a interessante diferença em ênfase
revelada por cientistas políticos e economistas cujos debates enfocam
essencialmente as mesmas interações de comportamento. Em política, a ênfase
principal volta-se tradicionalmente para a obrigação política no dever assumido pelo
indivíduo de agir de acordo com "o interesse público". Isso representa uma tentativa
de aprimorar os resultados através da modificação da função de utilidade do
indivíduo no sentido de que o mesmo dê um maior valor às utilidades dos outros.
Apenas recentemente as possibilidades de se realizarem mudanças institucionais que
canalizem a escolha privada na direção de produzir resultados sociais mais
desejáveis têm recebido alguma atenção.
Em compensação, na economia as mudanças de política ou institucionais têm sido o
centro das atenções. Relativamente pouca discussão tem sido devotada às normas de
comportamento individual. Como demonstra a nossa análise, fundamentando-se na
hipótese implícita de que o indivíduo aja segundo o seu próprio e restrito interesse,
os economistas desenvolvem normas de política que se podem revelar inaplicáveis
caso esse postulado comportamental subjacente não espelhe a realidade.
Para um debate inicial sobre essa diferença entre as duas disciplinas, vide, do autor,
Marginal Notes on Reading Political Philosophy, apresentado no Apêndice I da obra
de James M. Buchanan e Gordon Tullock, The Calculus of Consent (Ann Arbor:
University of Michigan Press, 1962; Edição em Brochura, 1965).
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Conclusão
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O Custo Sem os Mercados
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Através dessa lógica elementar de processo de mercado,
retornamos ao modelo clássico dos bens de oferta fixa, o modelo
que foi generalizado com o advento da teoria do valor subjetivo.
Aqui não existe "teoria" de valor de troca normal com conteúdo
positivo. A análise pode "explicar" os resultados, fornecer uma
lógica da interação; falta-lhe a hipótese prognóstica.
120
recurso e os custos marginais dos produtos finais. Porém, isso
apenas se aplica aos custos marginais; não é possível mensurar os
custos médios com precisão através dos desembolsos observados
para insumos de recursos. Mesmo que os elementos não pecuniários
não estejam presentes nas escolhas efetivas realizadas à margem do
ajuste e, logo, não incluídas nos custos de oportunidade marginais,
a presença de elementos não pecuniários nas escolhas feitas nas
faixas inframarginais de oferta assegura que os desembolsos
observados não mensurarão os custos totais. Isso não altera os
resultados alocativos do processo de interação de mercado, porém
significa efetivamente que o emprego dos desembolsos previstos ou
observados na mensuração dos custos totais - custos que devem ser
comparados aos benefícios previstos para poder fundamentar as
decisões alocativas não mercadizáveis - pode gerar graves
equívocos.
122
Porém, os problemas surgem quando se tenta utilizar as
propriedades do processo de mercado como linhas mestras ou
normas para o processo decisório não mercadizável. Nesse sentido,
deve-se considerar a relação existente entre as quase-rendas
inframarginais e os "custos".
FIGURA 2
O X
Na figura 2, suponhamos que S represente a curva de oferta
de soldados e X a quantidade necessária. Assumimos que a curva de
oferta seja conhecida com exatidão pelo consultor e que ela
represente uma relação dos preços mínimos (salários) que seriam
necessários para produzir as várias quantidades indicadas.
Inicialmente, suponhamos também que todos os soldados em
perspectiva estejam motivados exclusivamente pelas compensações
pecuniárias previstas. Neste caso, a curva S também representa os
retornos que esses militares sacrificarão em linhas alternativas de
emprego. O fato de a curva de oferta inclinar-se para cima indica
uma produtividade diferente nos empregos alternativos a despeito
da uniformidade das unidades que produzem o serviço militar.
Caso o governo se comporte como uma indústria
inteiramente competitiva na aquisição do efetivo militar, o seu
desembolso previsto será mensurado através do retângulo OXPY.
Entretanto, esse desembolso superestima os "custos" relacionados
com as escolhas ocupacionais em perspectiva em virtude das quase-
rendas inframarginais. A área sombreada RPY não faz parte dos
custos totais que influenciam a escolha. Se o valor representado
pela área sombreada for incluído no aspecto de custo em uma
comparação de custo-benefício, o resultado estará prejudicado,
mostrando-se contrário à alocação do recurso para essa finalidade.
Essa conclusão será válida, independentemente dos meios pelos
quais o governo adquire o seu efetivo militar, desde que utilize
exclusivamente contratos de aquisição. Se, por motivos de
eqüidade, o governo pagar um salário uniforme para todos os
soldados, a despeito do aparecimento das quase-rendas
inframarginais, o desembolso será superior aos "custos," porém
parte dele representará então um subproduto da alocação dos
recursos. A menos que essa característica seja incluída no cálculo
de custo-benefício, muito poucos recursos serão alocados a todos os
preços de fornecimento em ascensão para projetos ou instalações
públicas. Nesse caso, o emprego do conceito de desembolso
previsto para mensurar "custos" refletiria o erro de Pigou
demonstrado eficazmente por Young.
Se, nas escolhas ocupacionais dos fornecedores de recursos,
houver elementos de natureza não pecuniária, a curva de oferta
deixará de mensurar as remunerações dos soldados em perspectiva
em relação a outros empregos. Essa curva pode ser traçada,
digamos A na figura 2, que efetivamente reflete as remunerações
pecuniárias. Da forma que está traçada, a curva dos retornos
alternativos em relação à "verdadeira" curva da oferta sugere que as
diferenças de caráter não pecuniário passam de positivas a
negativas com o aumento da quantidade. Esse fenômeno apresenta
uma dificuldade mais séria ao economista, que deverá estimar os
custos gerados pela presença das quase-rendas marginais. Se os
aspectos não pecuniários da escolha puderem ser desprezados, a
área sob a curva real de oferta efetivamente mensurará "custos", e
essa área poderá ser delineada por aproximação através dos dados
observados das remunerações oferecidas por empregos alternativos.
Contudo, na presença dos elementos de natureza não pecuniária,
essa maneira indireta de estimar por aproximação os custos que
influenciam a escolha deixa de existir. O fato de algumas
estimativas de remunerações alternativas superestimarem ou
subestimarem os custos dependerá da quantidade estipulada. De
acordo com a figura 2, o resultado seria uma superestimativa para
as quantidades orientadas para a esquerda da faixa de quantidade e
uma subestimativa para as quantidades orientadas para a direita
dessa faixa.
Todas as mensurações de custo discutidas até agora, sejam
diretas ou indiretas, somente terão significado se o governo
adquirir as unidades de recursos em uma série de composições
semelhantes às do mercado com os indivíduos que deverão fornecer
os serviços. Os soldados devem vender os seus serviços
voluntariamente. Caso o recrutamento dos soldados ocorra de qual-
quer outro modo, as considerações de custo ora discutidas
necessitam ser reexaminadas. Na ausência dos elementos de
natureza não pecuniária na escolha de cada um dos indivíduos
selecionados, os custos de oportunidade de uma força militar
recrutada seriam mensurados através das remunerações que os
membros desse efetivo poderiam assegurar em empregos não
militares 1. Isso implicaria que cada membro da força se mostraria
indiferente em relação a um emprego de natureza militar ou não
militar se as remunerações no emprego militar fossem equivalentes
àquelas dos empregos não militares. Como já pudemos observar,
existe um requisito muito mais rigoroso do que aquele necessário
para eliminar a significatividade dos elementos não pecuniários nas
decisões alocativas em um processo semelhante ao do mercado.
Nesse processo, os elementos não pecuniários não necessitam
modificar os resultados alocativos desde que uma quantidade
suficiente de ajustadores marginalistas permaneçam indiferentes em
relação às diferenças não pecuniárias entre cada um dos empregos.
Porém, caso as remunerações sacrificadas devam mensurar os
custos que influenciam a escolha, essa indiferença deve estar
manifesta em cada um dos fornecedores de recursos, não apenas
naqueles considerados como os ajustadores marginalistas. O
desaparecimento dos elementos não pecuniários do processo de
escolha nas margens de comportamento livremente ajustadas, como
o desaparecimento das quase-rendas nas margens, restaura a
importância alocativa dos preços de recursos-serviços como
medidas aproximadas dos custos de oportunidade marginais.
Entretanto, isso somente trará alguma utilidade se os serviços de
recursos forem adquiridos por meio de composições contratuais
ordinárias.
1
Esta definição dos custos de oportunidade em situações de recrutamento é
apresentada por George Stigler em seu texto altamente respeitado sobre a teoria
micrcroeconômica. Stigler afirma: "O custo de um soldado para uma economia,
contudo, está em seu produto sacrificado em condições de civil, e esse custo não é
diretamente influenciado por sua taxa de remuneração". Vide George Stigler, The
Theory of Price, (3a Edição; New York: Macmillan, 1966), pág. 106.
importante campo de pesquisa. Inúmeros estudos relacionam a
extensão da análise econômica, por um lado, às decisões dos
criminosos e, por outro lado, às decisões dos que fazem cumprir a
lei. Ambos os tipos de decisões situam-se nitidamente fora de um
contexto de equilíbrio de mercado. A implicação de meu debate é
que todos os custos que o economista possa vir a identificar
necessitam apresentar muito pouca relação com os custos que
servem como obstáculos efetivos às decisões. O reconhecimento
desse fato não destrói necessariamente a utilidade da análise eco-
nômica. Os custos que o economista quantifica podem estar
relacionados direcionalmente com aqueles que inibem a escolha.
Nesse caso, mudanças no nível dos custos objetivados (por
exemplo, modificações nas probabilidades de condenação e no
rigor da pena) produzem efeitos sobre a quantidade de crimes
cometidos. Neste ponto, surgem graves problemas ao se tentar
estabelecer normas mais explícitas para a política, como por
exemplo, ao se discutir as condições de maior favorabilidade ou de
eficiência.
Parte do recente e excelente estudo de Gary Becker pode ser
usada como exemplo 2. Ao discutir as condições de maior
favorabilidade, Becker argumenta que, se o custo de captura e
condenação de transgressores for zero, o valor marginal das multas
impostas aos criminosos deverá ser equivalente ao valor marginal
do mal que a transgressão provoca. Este modelo é confessadamente
limitado, porém, mesmo assim, a conclusão de Becker somente é
válida com a suposição especial sobre o comportamento de escolha
do criminoso em perspectiva. Ao contemplar uma transgressão,
deve-se supor que o criminoso exclua de seus cálculos qualquer
tipo de consideração sobre o dano causado a terceiros. Deve-se
supor que isso não constitua obstáculo à sua decisão; não é parte de
seu custo que influencia a escolha. Se, por qualquer motivo, esse
elemento for incluído como custo verdadeiro, a norma proposta por
Becker passaria além dos limites. Determinados tipos de crimes
considerados de "interesse social" seriam evitados impondo-se as
condições de Becker. (A análise de agora é praticamente idêntica
àquela feita em capítulo anterior com referência à análise de
2
Gary Becker, Crime and Punishment: An Economic Approach, Journal of Political
Economy, LXXVI (março-abril de 1968) págs. 169-217.
Pigou.) Mais provavelmente e de modo mais significativo, a
quantidade ideal de transgressões estaria assegurada se as multas
marginais permanecessem consideravelmente inferiores aos danos
marginais causados a terceiros. Em outras palavras, para o
criminoso que incorpora em seu custo algum tipo de consideração
sobre o mal que seu crime provoca a terceiros, o ponto no qual "o
crime poderá não compensá-lo" será atingido muito antes do ponto
no qual o economista que o observa anota o desaparecimento do
lucro líquido.
O esclarecimento do conceito de custo poderá acarretar
certas implicações interessantes e relativamente importantes em
relação à atividade criminal, ou mesmo em relação à atividade não
criminal que seja, por qualquer motivo, considerada suspeita ou
imoral. Na proporção em que a consideração dos males em
perspectiva causados a terceiros, ou, na verdade, qualquer restrição
de ordem moral à decisão, variará de acordo com a localização e o
grau de incidência da transgressão contemplada, variará também o
custo de oportunidade da infração. Logo, podemos esperar que os
crimes cometidos na comunidade local do transgressor, contra
pessoas com que este tenha um maior contato, normalmente
implicariam um maior obstáculo de custo devido à restrição moral
sobre o agente dessa situação. Deduz-se então que as multas ou
penalidades exigidas para se chegar a um determinado nível de
contenção poderão ser algo menores nesses casos do que em outros.
Isto é, os crimes cometidos localmente deveriam estar sujeitos a
multas inferiores àquelas relativas a crimes idênticos cometidos
fora da comunidade e contra "estrangeiros". Outras implicações
semelhantes podem ser estabelecidas. Via de regra, as penalidades e
as multas para crimes comparáveis poderão ser menores nas pe-
quenas localidades e maiores nos grandes centros. Além disso e de
modo muito importante, as sentenças para os crimes contra a pessoa
ou a propriedade em um mesmo grupo étnico ou religioso podem
ser mais brandas do que as sentenças para os crimes contra a pessoa
ou a propriedade de membros de um grupo étnico ou religioso
diferente daquele a que o criminoso pertence.
O Processo de Escolha Artificial
3
Vide Gordon Tullock, The Politics of Bureaucracy (Washington, D.C.: Public
Affairs Press, 1965).
4
Estas estimativas são necessariamente ex-ante: apenas um resultado poderá ser
realmente observado após a escolha.
_____________ X y
a 100 20
(6) (2)
b 50 60
FIGURA 3 (4) (5)
5
E.D. Domar e R.M. Musgrave, Proportional Income Taxation and Risk-Taking,
Quarterly Journal of Economics, LVIII (maio de 1944), págs. 388-422, reeditado
pela American Economic Association, Readings in the Economics of Taxation
(Homewood, III.: Richard D. Irwin, 1959), págs. 493-524.
raciocínio acima, parece evidente que o comportamento tenderá a
responder menos em relação às mudanças nas condições
subjacentes da escolha burocrática do que as mudanças nas
condições de escolha de mercado. O indivíduo que decide nessas
condições não é capaz de perceber as mudanças dos sinais com a
mesma sensibilidade que teria no primeiro caso. Se também re-
conhecermos e considerarmos a resposta do comportamento como
sensível a limiares, via de regra, essa diferença em comportamento
será ainda mais pronunciada 6.
Esses elementos separados ressaltam o fato de que a
proporcionalidade entre a matriz de custo-benefício do indivíduo
que toma a decisão e a da comunidade não garante uma
aproximação entre os resultados de escolha obtidos em situações de
mercado e os obtidos em regimes de escolha burocrática. O custo
com que se deparam os agentes que escolhem deve permanecer ine-
rentemente distinto nas duas estruturas decisórias, e são essas duas
estruturas que constituem o obstáculo fundamental ao alcance da
eficiência em situações de escolha fora do contexto de mercado.
6
Devletoglou argumentou persuasivamente que todo comportamento humano deve
ser analisado em termos de um modelo sensível a limiares. Vide Nicos Devletoglou
e P.A. Demetriou, Choice and Threshold: A Further Experiment in Spatial Duopoly,
Economica, XXXIV (novembro de 1967) págs. 351-71.