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Resposta à Consulta Nº 9079M1 DE 11/07/2018

Publicado no DOE - SP em 27 jul 2018

ICMS – Substituição tributária - Operações com “máscara para soldagem e suas


partes e peças” (equipamento de proteção individual) – MODIFICAÇÃO DE
RESPOSTA. I. Não se aplica o regime da substituição tributária às operações com
equipamentos de proteção individual (EPI), classificados no código 3926.90.90 da
NCM, por não terem essas mercadorias natureza de material de construção.

Ementa

ICMS – Substituição tributária - Operações com “máscara para soldagem e suas partes e
peças” (equipamento de proteção individual) – MODIFICAÇÃO DE RESPOSTA.

I. Não se aplica o regime da substituição tributária às operações com equipamentos de


proteção individual (EPI), classificados no código 3926.90.90 da NCM, por não terem
essas mercadorias natureza de material de construção.

Relato

1. A Consulente, estabelecida no Município de Belo Horizonte (MG), informa que tem


como objeto social a produção, montagem e distribuição de produtos mecânicos, elétricos,
eletrônicos, ferramentas, acessórios e ferramentas de corte e solda, equipamentos de
proteção individual EPI, e declara que comercializa para contribuintes localizados no
Estado de São Paulo a mercadoria “máscara para soldagem automática com
autoescurecimento” (apresenta em anexo foto da mercadoria), atualmente classificada no
código 3926.90.90 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), descrita na TIPI como
“Outras obras de plásticos. Acrescenta que, além da máscara de proteção citada, a
empresa comercializa ainda outros produtos, como lentes de proteção da máscara,
carneira da máscara e o próprio filtro da máscara, que também estão classificados no
mesmo código da NCM.”

2. Com a publicação dos Convênios ICMS 92/2015 e 146/2015, verificou que a subposição
3926.90 da NCM consta no anexo dos convênios como passível ao regime de substituição
tributária, porém com a descrição: "3926.90 Outras obras de plástico, para uso na
construção”, mas não sendo o produto comercializado um produto para uso na
construção, em seu entendimento, tem dúvida quanto à aplicabilidade da substituição
tributária neste caso.
3. Diante dessa dúvida, indaga se as operações destinadas ao Estado de São Paulo com
as referidas mercadorias estão sujeitas ao regime de substituição tributária.

Interpretação

4. Inicialmente, salientamos que a responsabilidade pela classificação da mercadoria sob


os códigos da NCM é do contribuinte e que a competência para dirimir quaisquer dúvidas
pertinentes a tal classificação é da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

5. Analisando a questão apresentada na presente consulta, verifica-se que o produto


identificado como “outras obras de plástico, para uso na construção”, classificado na
subposição 3926.90 da NCM, consta no item 13 do § 1º do artigo 313-Y do RICMS/2000,
que trata da aplicação do regime de substituição tributária nas operações com materiais de
construção e congêneres, neste Estado:

“SEÇÃO XXIII – MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO E CONGÊNERES

(...)

Artigo 313-Y - (...)

(...)

§ 1° - O disposto neste artigo aplica-se exclusivamente às mercadorias adiante indicadas,


classificadas nas seguintes posições, subposições ou códigos da Nomenclatura Brasileira
de Mercadorias - Sistema Harmonizado - NBM/SH:

(...)

13 – Outras obras de plástico, para uso na construção, 3926.90; (redação do dispositivo de


acordo com o Comunicado CAT-02/2016)

(...)”

6. Observa-se que a legislação deste Estado reproduz nos mesmos termos a descrição
contida no item 20 do Anexo XI do Convênio-ICMS 52/2017 (que revogou o Convênio
ICMS-92/2015, citado pela Consulente) e, assim, conforme parágrafo único da cláusula
quarta do Convênio ICMS-52/2017, nas operações com “outras obras de plástico, para uso
na construção, 3926.90," será aplicável o regime de substituição tributária.

7. No entanto, a Consulente tem dúvida se as operações com os produtos que ela


comercializa - “máscara para soldagem e suas partes e peças (placas de proteção,
carneira, botões, filtro, etc.)”, todos classificados na subposição 3926.90 da NCM –
estariam sujeitas ao regime de substituição tributária, pois ela entende que esses produtos
não são para uso na construção.
8. Neste sentido, esclarecemos que a Decisão Normativa CAT-06/2009 determina que,
para ser aplicável a substituição tributária disciplinada pelo artigo 313-Y do RICMS/2000, o
produto deve tanto se enquadrar na descrição como se classificar no código da NCM
especificado em seu § 1º, além de caracterizar-se como material de construção ou
congênere.

9. Nos termos do item A.1 dessa Decisão Normativa, “caracteriza-se como material de
construção e congênere, independentemente da aplicação a ser dada a ele por seu
adquirente final, o produto que, dentre as finalidades para as quais foi concebido e
fabricado, encontra-se a de uso em obras referidas no § 1º do artigo 1º do Anexo XI do
RICMS/2000.”

10. Observamos, contudo, que não obstante a classificação fiscal relativa a essas
mercadorias corresponder àquela contida no item 13 do §1° do artigo 313-Y do
RICMS/2000, este órgão consultivo já manifestou entendimento (como exemplo, citamos a
RC 15235/2017) de que a natureza dos produtos em questão não é a de material de
construção, mas sim, de equipamento de proteção. E o fato de um determinado
equipamento de segurança e proteção ser utilizado no âmbito da construção civil não o
transforma, necessariamente, em um material de construção (com base na Decisão
Normativa CAT-06/2009), não sendo aplicável às suas operações destinadas a
estabelecimento paulista, portanto, o regime de substituição tributária.

11. Todavia, é importante frisar que a incorporação de determinado produto a obras de


construção civil não é a única condição para sua caracterização como material de
construção civil e congêneres, muito embora, na maior parte dos casos, ela ocorra. O
entendimento apresentado quanto à natureza dos equipamentos de proteção individual
decorre da própria redação do item 13 do § 1º do artigo 313-Y do RICMS/2000 que, ao
não listar de forma expressa a quais obras de plástico faz referência, confere margem
interpretativa à sua correta aplicação no que concerne ao termo “para uso na construção”.
Analisando a classificação fiscal apontada no item 13 do § 1º do artigo 313-Y do
RICMS/2000 (subposição 3926.90 da NCM), verifica-se nas Notas Explicativas do Sistema
Harmonizado (NESH) que ali são incluídos, dentre diversas outras obras de plástico (que
não podem ter uso na construção civil), também parafusos, porcas, arruelas (anilhas) e
artigos análogos, de uso geral e que podem ter uso na construção civil. Ou seja, neste
caso, o termo “outras obras de plástico, para uso na construção” deve ser interpretado no
sentido de abarcar materiais de construção que possam ser incorporados em obras de
construção civil.
12. Portanto, em resposta ao questionamento apresentado, informamos que não se aplica
o regime da substituição tributária, previsto no artigo 313-Y do RICMS/2000 e no Protocolo
ICMS-32/2014, às operações realizadas pela Consulente, destinadas a contribuinte
paulista, com a mercadoria “máscara para soldagem automática com autoescurecimento”,
incluindo suas partes e peças, classificadas no código 3926.90.90 da NCM, por terem
natureza de equipamento de proteção individual (EPI) e, por esse motivo, não se
caracterizarem como materiais de construção e congêneres.

13. A presente resposta substitui a anterior, Protocolo CT nº 9079/2016, produzindo efeitos


na forma prevista no parágrafo único do artigo 521 do RICMS/2000.

A Resposta à Consulta Tributária aproveita ao consulente nos termos da legislação


vigente. Deve-se atentar para eventuais alterações da legislação tributária.

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