Você está na página 1de 39

Estatística Aplicada à Educação

2º Ano dos cursos do ISCED (Excepto


a especialidade de Matemática)

Periodicidade Semestral
Carga Horária semanal: 3 horas
Carga Horária Total: 45 horas (15 semanas)
Sobre o Docente

José Maria de Sousa Cruz


 Licenciatura em Ciências de Educação/Matemática em 1991
 Mestrado em Matemática para o Ensino em 2005
 Doutoramento em Tecnologias de Informação e Comunicação
na Educação na UL em 2019

Contactos:
TLM: (+244)923518791 -Angola
E-mail: josymarsousa@gmail.com
Objectivos gerais da Cadeira

Contribuir para que os estudantes:


 Adquiram uma formação teórica-metodológica geral que lhes
sirva como orientação para sua actividade prático-investigativa
e como profissionais.
 Consolidem a sua concepção científica do mundo através da
apreciação crítica dos elementos teóricos, metodológicos e
práticos adquiridos no processo da realização da investigação
científica.
 Dotar o estudante de instrumentos teóricos e práticos da
estatística para a tomada de decisões e suporte às análises dos
resultados quantitativos e qualitativos de pesquisas empíricas
analíticas
Objectivos gerais da Cadeira
 Proporcionar a nível científico uma sólida formação em Estatística
Aplicada às ciências da Natureza;

 Analisar, interpretar e avaliar estudos de natureza estatística;

 Que os estudantes assimilem criticamente as contribuições das


diferentes perspectivas teóricas e históricas (e em especial da
Estatística) no desenvolvimento da metodologia da investigação
científica.
Tipologia Metodológica
 O curso é presencial com a possibilidade de integração de
tecnologias de interacção em determinados conteúdos.
 O ensino deverá ser centrado no estudante, que deverá ter um papel
activo no próprio processo de aprendizagem
 Presença/monitoramento permanente do professor agindo como
catalisador e facilitador do processo de aprendizagem
 Procurar-se-á utilizar algumas ferramentas tecnológicas (softwares)
para aplicação na resolução de alguns dos problemas propostos na
sala de aulas e para permitir uma interacção dinâmica e activa entre
os diferentes integrantes do grupo
 Realização de trabalhos de forma individual ou em grupos para
desenvolver a independência e estimular a auto aprendizagem
Sobre a Avaliação

Dentro das normas estabelecidas no regimento académico da UKB,


mas com algumas especificidades.

 Avaliação em sala de aulas

 Avaliação de trabalhos orientados pelo professor

 Provas parcelares (Duas (2) segundo o RA)

 Avaliação final integradora


Temas (parte I)
Tema 1 - Estatística descritiva

1.1- Definição da estatística descritiva e estatística inferencial.


População e amostra. Variáveis discretas e contínuas
1.2 – Apresentação dos dados: Distribuição das frequências da variável
aleatória discreta com dados isolados. Diagrama de barras e
polígonos de frequência
1.3 – Distribuição das frequências da variável aleatória discreta com
dados agrupados. Diagrama de áreas – histogramas
1.3 – Medidas de posição
1.3.1 – Medidas de tendência central: média, mediana, moda, quartis e
percentis. Relação entre a média mediana e moda
1.3.2 – Variância e Desvio médio Padrão
Temas
Tema 2 – Elementos da Teoria das
Probabilidades

2.1- Introdução e importância da estatística. Experiência aleatória.


Espaço de resultado e acontecimentos
2.2 – Regras básicas da Probabilidade. Álgebra dos acontecimentos
2.3 – Definições de probabilidades: clássica e frequencista.
2.4 – Noções de análise combinatória simples. Conceito de factorial.
Arranjos e Combinações
2.5 – Teorema do Produto das Probabilidades: Produto dos
acontecimentos e Probabilidade condicional
Temas
Tema 2 – Elementos da Teoria das
Probabilidades
2.6 - Acontecimentos independentes, mutuamente exclusivos Probabilidade de
que ocorra pelo menos um acontecimento. Fórmula da probabilidade Total.
Fórmula de Bayes
2.7 – Problemas gerais e estimação de um parâmetro
2.8 – Distribuições discretas de Probabilidades (Binomial, Hipergeométrica e
de Poisson);
2.9 – Distribuições contínuas de Probabilidades (Normal e Exponencial) e
Comparação de variâncias ou de desvio-padrões;
2.10 – Distribuição de Amostragem - Comparação do valor de duas amostras
2.11 – Testes de Hipóteses
Parte II- Teórico- Práctica

 Resolução de Problemas gerais


 Estatística Descritiva: essência, distribuição de frequências, medidas
de localização, de dispersão, de assimetria e achatamento; - Correcção
e Regressão simples;
 Probabilidades
 Problemas gerais e estimação de um parâmetro – Distribuições
discretas de Probabilidades (Binomial, Hipergeométrica e de Poisson);
 Distribuições contínuas de Probabilidades (Normal e Exponencial) e
Comparação de variâncias ou de desvio-padrões;
 Distribuição de Amostragem - Comparação do valor de duas amostras
 Testes de Hipóteses - Teste T de Stundent
Parte III- Práctica

 Trabalho Prático:- Aulas práticas – Laboratório de Matemática:


determinar as formas de aplicabilidade da estatística;
 elaboração de frequências, medidas;
 determinar as probabilidades;
 distribuição de Amostragens e elaboração de testes; -
 Exercitar todos os itens do programa e resolução de exercícios
práticos.
Conceitos básicos.
USOS e ABUSOS da Estatística
ESTATÍSTICA

O QUE É?
PARA QUÊ ?
ESTATÍSTICA

Vem do latim “status” = Estado


Inicialmente envolvia a compilações de dados e gráficos
representativos dos vários aspectos de um estado ou país:
 taxa de mortalidade,
 taxa de natalidade,
 renda,
 taxas de desemprego, etc.
ESTATÍSTICA

No sentido mais amplo, refere-se a uma disciplina (ou uma


coleção de métodos) cujo objeto fundamental é a recolha,
compilação, análise e interpretação de dados. Por outras
palavras, a Estatística tem como objectivo:
planejar experiências,
obter,
organizar,
resumir,
analisar dados
concluir sobre as informações coletadas
ESTATÍSTICA
Utilizar Estatística para quê?
 Resumir o desempenho dos estudantes de uma
especialidade num determinado ano lectivo
 Relacionar nascimentos numa cidade;
 Determinar Índices PIB, IPC
 Prever resultados de experiencias ou de fenómenos
 Tomar decisões com base em informação incompleta
 Etc.
ESTATÍSTICA

Os dois grandes ramos da Estatística


 Estatística Descritiva:
Sintectizar e representar de uma forma compreensível a informação
contida num conjunto de dados. Adquire grande importancia
quando o volume de dados é significativo. Materializa-se na
construção de tabelas, gráficos ou no cálculo de medidas que
repesentem convenientemente a informação contida nos dados
 Inferência Estatística ou Estatística Inferencial:
Com base na análise de um conjunto limitado de dados (amostra)
procura-se caracterizar o todo a partir do qual os dados foram
obtidos (população)
CONCEITOS BÁSICOS
 FENÔMENO ESTATÍSTICO: qualquer evento que se
pretenda analisar, cujo estudo seja passível da aplicação do
método estatístico.
 DADO ESTATÍSTICO: é um dado numérico e é considerado
a matéria-prima sobre a qual se irão aplicar os métodos
estatísticos.
 POPULAÇÃO: é o conjunto total de elementos portadores de,
pelo menos, uma característica comum e de interesse para
determinado problema que se pretende estudar.
 AMOSTRA: é uma parcela representativa da população
(subconjunto) que é examinada com o propósito de se retirar
conclusões sobre a essa população.
CONCEITOS BÁSICOS

 PARÂMETRO: É um valor singular que existe na população


e que serve para a caracterizar. Para definirmos um
parâmetro devemos examinar toda a população. (Por
exemplo, a média da altura de todos os estudantes do
ISCED-Benguela)
 ESTIMATIVA: é um valor aproximado do parâmetro e é
calculado com o uso da amostra. (A média da altura de 200
estudantes seleccionados entre todos os estudantes d o IB)
 ATRIBUTO: quando os dados estatísticos apresentam um
carácter qualitativo, o levantamento e os estudos necessários
ao tratamento desses dados são designados genericamente de
estatística de atributo (Sexo, estado civil, etc.)
População e amostra
1. Os termos População e Amostra frequentemente se usam para
referir os objectos sobre os quais incide a análise estatística e os
dados que medem a característica que é analisada. Desde que o
objectivo da análise seja claro, esta imprecisão não acarreta qualquer
risco de confusão (Eleitores ou intenções de voto? Estudantes ou as
alturas dos estudantes?)
2. População e Amostra são definidas em função de uma análise
estatística e do seu objectivo. Se este se modificar, altera-se também a
população e o conjunto de amostras que se podem obter.
3. Se se pretende estudar simultaneamente varias características, suas
relações e/ou associações, cada elemento da população ou da amostra
passa a ser constituído por um vector de dados que expressa um
conjunto de características de um objecto (populações conjuntas).
População e amostra
4. As populações podem ter dimensões finitas ou infinitas.
Frequentemente as populações finitas têm uma dimensão tão
elevada que se torna mais simples analisá-las como infinitas sem
que se cometam erros consideráveis.
5. As principais razões que podem contribuir para não se analisarem
todos os elementos de uma população e se procurem inferir
características desta por amostragem:
i. População infinita
ii. Custo excessivo do processo de recolha e tratamento dos dados
iii. Tempo excessivo do processo de recolha e tratamento de dados que pode
levar a desactualização da informação
iv. Métodos destrutivos de recolha
v. Inacessibilidade de alguns elementos da população (por exemplo, por razões
de ordem legal)
FASES DO MÉTODO ESTATÍSTICO

1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA : Saber exactamente aquilo


que se pretende pesquisar é o mesmo que definir
correctamente o problema. Estabelecer o objectivo de análise
e definir a(s) população(ões) correspondente(s)
2. PLANEJAMENTO : Como levantar informações ? Que
dados deverão ser obtidos ? Qual levantamento a ser
utilizado ? Censitário ? Por amostragem ? Que tipo de
amostragem? E o cronograma de actividades ? Os custos
envolvidos ? etc.
3. COLETA DE DADOS : Fase operacional. É o registro
sistemático dos dados, com um objectivo determinado.
FASES DO MÉTODO ESTATÍSTICO

4. APURAMENTO DOS DADOS : Resumo dos dados através de


sua contagem e agrupamento. É a condensação e tabulação de
dados.
5. APRESENTAÇÃO DOS DADOS : Há duas formas de
apresentação. A apresentação tabular e a apresentação
gráfica dos dados numéricos constitui uma apresentação
geométrica permitindo uma visão rápida e clara do fenómeno.
6. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS : Está ligada
ao cálculo de medidas e coeficientes, para descrever o
fenómeno (estatística descritiva). Na estatística indutiva a
interpretação dos dados fundamenta-se na teoria das
probabilidades.
Aplicações da Estatística

I. Uma firma que se prepara para lançar um novo produto


precisa de conhecer as preferências do consumidor no
mercado de interesse.
 Deve-se fazer uma pesquisa de mercado entrevistando
um número de residências escolhidas aleatoriamente.
 Poderá usar os resultados para estimar as preferências
da população.
Aplicações da Estatística

II. É possível que, numa comunidade, o consumo de sorvete


dependa de:
o preço do produto,
o renda média local
o número de crianças na comunidade
o temperatura média.
 Através da análise de regressão pode-se determinar
quais os factores que têm efeitos mais importantes
Aplicações da Estatística

III. Antes de lançar um novo remédio no mercado, é


necessário fazer várias experiências para garantir que o
produto é seguro e eficiente.
 Toma-se dois grupos tão semelhantes quanto possível,
e dá-se o remédio a um grupo, mas não a outro.
 Verifica-se se os resultados nos dois grupos são
diferentes.
 Determina-se que eventuais diferenças observadas são
causadas pelo remédio ou por outros fatores
Aplicações da Estatística

IV. No recebimento de um grande embarque de mercadorias


de um fornecedor, teremos de nos certificar de que o
produto realmente satisfaz os requisitos de qualidade
acordados.
 Inspeciona-se uma amostra de itens escolhidos
aleatoriamente inferindo-se sobre a qualidade de todo
o lote
Aplicações da Estatística
V. Auditor: verificar livros de uma firma para se certificar
que os lançamentos refletem a situação financeira da
companhia.
 Em vez de examinar todos os documentos originais
(notas de venda, ordens de compra, requisições),
verifica-se apenas uma amostra de documentos
escolhidos aleatoriamente, inferindo o resultado sobre
toda a população
USOS da Estatística
I. Levantamento realizado:

Idade Nº De Acidentes
16 - 19 anos 1.500.000
Mais de 70 anos 540.000

 Da análise da tabela, AARP (Associação Americana


de Aposentados) conclui que os motoristas mais
idosos se envolvem em menor número de acidentes do
que os mais jovens.
USOS da Estatística

Idade Taxa De Acidentes


16 - 19 anos 8,6
75 - 79 anos 4,6
80 - 84 anos 8,9
Mais de 85 anos 20,3

 Embora os motoristas mais novos tenham maior


número de acidentes, os mais velhos apresentam as
mais altas taxas de acidente
ABUSOS da Estatística

I. Segundo Benjamin Disraeli: “There are three kinds of lies:


lies, damned lies, and statistics” (Há três tipos de mentira: as
mentiras, as mentiras sérias e a estatística)
II. Outro provérbio: “Os números não mentem; mas os
mentirosos forjam os números”
“se torturarmos os dados por bastante tempo, eles
acabarão por admitir qualquer coisa”
III. Andrew Lang (historiador): “He uses statistics as a drunken
man uses lamp posts - for support rather than for
illumination” (Algumas pessoas usam a estatística como um bêbado
usa um poste de iluminação - para servir de apoio e não para iluminar)
ABUSOS da Estatística

IV. Números precisos:


a área do território angolano é de 1.470 km quadrados
a idade de uma peça de museu é de 10 mil e três anos.
V. Números imprecisos: (palpites)
Quando o Papa visitou Miami, fontes informaram uma
estimativa de 250 mil pessoas. Através de fotos aéreas e
grades, estimaram em 150 mil pessoas
ABUSOS da Estatística

VI. Porcentagens distorcidas:


Uma Companhia aérea anuncia a melhoria dos serviços.
Houve uma melhora de 100% nos últimos meses em relação à
bagagem extraviada.
Não se extravia mais bagagens?
VII. Perguntas tendenciosas
Quando as perguntas são feitas de modo a sugerir uma
resposta.
Você gosta do refrigerante “X”?
De qual refrigerante você gosta?
ABUSOS da Estatística

VIII.Pressão do pesquisador:
Perguntas feitas a indivíduos pesquisados, obtêm geralmente
respostas favoráveis à sua auto-imagem.
Em uma pesquisa telefônica 94% dos entrevistados
responderam que lavam suas mãos após usar um banheiro, mas a
observação em lugares públicos confirmaram apenas em 68%
dos indivíduos.
IX. Más amostras
métodos inadequados para coleta de dados.
Existem técnicas de amostragem.
Concluindo

É necessário que o aluno compreenda (adquira) os


fundamentos da estatística necessários à compreensão dos
métodos estatísticos constantes do programa da cadeira de
formas que os saiba aplicar e interpretar correctamente os
resultados.
 É necessário que o estudante saiba utilizar adequadamente as
ferramentas da estatística de formas a ser capaz de produzir
um estudo descritivo e de interpretar os resultados; resumir
informação contida num conjunto de dados através do
recurso a tabelas, gráficos e diversas medidas descritivas;
produzir uma descrição simples, concisa e completa de uma
população caracterizada por um atributo.
Primeiras Orientações

1. O correio eletrónico (e-mail) vai ser um mecanismo de


comunicação constante entre o docente e os estudantes, vindo a ser
utilizado para remeter e receber orientações, conteúdos e outras
documentações.
2. A criação de uma conta de e-mail deverá ser portanto uma
prioridade imediata por parte dos estudantes, que deverão recorrer
ao apoio dos colegas ou do professor para o conseguir com sucesso,
caso encontrem dificuldades.
3. A opção de provedor (hotmail, gmail, yahoo, sapo, …) é
individual, mas sugere-se a escolha de um provedor que contenha
outros serviços adicionais além do correio electrónico.
4. Recordar que o serviço de hotmail está agora domiciliado no site
do OUTLOOK (www.outlook.com)
5. Ao configurar o serviço de e-mail deverá ter cuidado especial na
escolha da password, que deverá combinar os elementos segurança
e facilidade de memória

Tarefa
1. Enviar um e-mail para o professor (josymarsousa@gmail.com) em
que faça constar:
 Nome
 Curso /periodo
 Comentários sobre o programa apresentado e indicações de algum
tema que gostaria que fosse abordado na cadeira e que não consta
no programa
 Outras questões
Bibliografia

1. - Bento Murteira e Outros, Introdução à Estatística, McGraw-Hill, Portugal, 2002.


2. - Guimarães, Rui Campos Cabral, José Sarsfield, Estatística, Editora McGraw-Hill,
Portugal, 1997.
3. - Mário Barroso e Outros, Exercícios de estatística Descritiva para as Ciências
Sociais, Ed, Sílabo, Lisboa, 2003.
4. - Murteira, B. Blac, GHJ, Estatística Descritiva, Ed. McGraw Hill, 1983;
5. - Reis, E. Estatística Descritiva, Editora Sílaba, Lisboa, 3ª- edição
6. - Reis, E., Estatística, Ed. Sílaba, Lisboa, 1996
7. - Wonnacott, T.H., Wonnacott, R. J., Fundamentos de estatística, Livro Técnico e
Científicos Editora AS, Rio de Janeiro, 1997.
8. - Martinez, Luís Frutuoso e Aristides Isidro Ferreira. Análise de dados com SPSS .
Primeiros passos. Escolar Editora. 3ª Edição. Lisboa, 2010
9. - Morales, Esteban Egaña. La Estadística. Herramienta fundamental en la
investigación pedagógica. Editorial Escolar. 2ª Edición corregida y aumentada. 2010.
Habana, Cuba
FIM DA AULA 1

Você também pode gostar