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O IVA NA AGRICULTURA

05 de junho de 2012
O IVA NA AGRICULTURA
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AS ISENÇÕES PREVISTAS NO
ARTIGO 9.º DO CÓDIGO DO IVA
O IVA NA AGRICULTURA
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• Nos termos do n.º 33 do art. 9.º do Código do IVA,


estão isentas de imposto:
– As transmissões de bens efetuadas no âmbito
das explorações enunciadas no anexo A ao
presente Código,
– bem como as prestações de serviços agrícolas
definidas no anexo B, quando efetuadas com
caráter acessório por um produtor agrícola que
utiliza os seus próprios recursos de mão-de-obra
e equipamento normal da respetiva exploração
agrícola e silvícola.
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• Nos termos do n.º 34 do art. 9.º do Código do IVA,


estão também isentas de imposto:
– As prestações de serviços efetuadas por
cooperativas que, não sendo de produção
agrícola, desenvolvam uma atividade de
prestação de serviços aos seus associados
agricultores.
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ANEXO A

Lista das atividades de produção agrícola


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I – Cultura propriamente dita


1.Agricultura em geral, incluindo a viticultura;
2.Fruticultura (incluindo a oleicultura) e horticultura
floral e ornamental, mesmo em estufas;
3.Produção de cogumelos, de especiarias, de
sementes e de material de propagação vegetativa;
exploração de viveiros.
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– Excetuam-se as atividades agrícolas não conexas


com a exploração da terra ou em que esta tenha
caráter meramente acessório, designadamente
as culturas hidropónicas e a produção de vasos,
tabuleiros e outros meios autónomos de
suporte.
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II – Criação de animais conexa com a exploração do


solo ou em que este tenha caráter essencial
1. Criação de animais;
2. Avicultura;
3. Cunicultura;
4. Sericicultura;
5. Helicicultura;
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6. Culturas aquícolas e piscícolas;


7. Canicultura;
8. Criação de aves canoras, ornamentais ou de
fantasia;
9. Criação de animais para obter peles e pêlo ou
para experiências de laboratório.
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III – Apicultura
IV – Silvicultura
V – São igualmente consideradas atividades de
produção agrícola as atividades de transformação
efetuadas por um produtor agrícola sobre os
produtos provenientes, essencialmente, da
respetiva produção agrícola com os meios
normalmente utilizados nas explorações agrícolas
e silvícolas.
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ANEXO B

Lista das prestações de serviços agrícolas


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• As prestações de serviços que contribuem


normalmente para a realização da produção
agrícola, designadamente as seguintes:
a) As operações de sementeira, plantio, colheita,
debulha, enfardação, ceifa, recolha e transporte;
b) As operações de embalagem e de
acondicionamento, tais como a secagem, limpeza,
trituração, desinfeção e ensilagem de produtos
agrícolas;
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c) O armazenamento de produtos agrícolas;


d) A guarda, criação e engorda de animais;
e) A locação, para fins agrícolas, dos meios
normalmente utilizados nas explorações agrícolas
e silvícolas;
f) A assistência técnica;
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g) A destruição de plantas e animais nocivos e o


tratamento de plantas e de terrenos por
pulverização;
h) A exploração de instalações de irrigação e de
drenagem;
i) A poda de árvores, corte de madeira e outras
operações silvícolas.
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A ATIVIDADE DOS PRODUTORES DE


FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS
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• A isenção antes analisada não abrange a atividade


dos produtores de flores e plantas ornamentais,
uma vez que, pelo Despacho Normativo n.º 51/86,
de 5 de Junho, foi determinada a sujeição ao IVA
dos referidos produtores.
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SERÃO AS ISENÇÕES ANTES INDICADAS


VANTAJOSAS PARA OS PRODUTORES
AGRÍCOLAS?
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• De conformidade com o disposto no art. 20.º do


Código do IVA, as isenções indicadas:

– NÃO CONFEREM O DIREITO À DEDUÇÃO DO IVA


SUPORTADO NAS AQUISIÇÕES DE BENS E
SERVIÇOS.
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• Quer isto dizer que o IVA suportado pelos


produtores agrícolas que não renunciem às
isenções acabadas de indicar faz aumentar os
custos de produção das explorações agrícolas,
exatamente na medida do imposto suportado.
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E QUAL O MONTANTE
DO IVA EM CAUSA?
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• Estão sujeitos à taxa de 6% os bens a seguir


indicados:
– Adubos, fertilizantes e corretivos de solos.
– Animais vivos, exclusiva ou principalmente
destinados ao trabalho agrícola, ao abate ou à
reprodução.
– Produtos fitofarmacêuticos.
– Sementes, bolbos e propágulos.
– Forragens e palha.
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– Farinhas, resíduos e desperdícios das indústrias


alimentares e quaisquer outros produtos
próprios para a alimentação do gado e de outros
animais, incluindo os peixes de viveiro,
destinados à alimentação humana.
– Plantas vivas, de espécies florestais ou frutíferas.
– Bagaço de azeitona e de outras sementes
oleaginosas, grainha e folhelho de uvas.
– Sulfato cúprico, sulfato férrico e sulfato duplo de
cobre e de ferro.
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– Enxofre sublimado.
– Ráfia natural.
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• Estão sujeitos à taxa de 6% as prestações de


serviços a seguir indicadas:
– Prestações de serviços de limpeza e de
intervenção cultural nos povoamentos,
realizadas em explorações agrícolas e silvícolas.
• A lista das prestações de serviços consideradas
abrangidas pela verba em apreciação foi divulgada
pelo ofício-circulado n.º 30096, de 04.07.2006, da
Direção de Serviços do IVA.
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• Estão sujeitos à taxa de 13% os bens a seguir


indicados:
– Utensílios e alfaias agrícolas, silos móveis,
motocultivadores, motobombas, eletrobombas,
tratores agrícolas, como tal classificados nos
respetivos livretes, e outras máquinas e
aparelhos exclusiva ou principalmente
destinados à agricultura, pecuária ou
silvicultura.
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• Os demais bens e serviços normalmente adquiridos


pelos produtores agrícolas estão sujeitos à taxa de
23%.
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CONSTITUIRÁ A ISENÇÃO DO IVA A MELHOR


ALTERNATIVA PARA OS PRODUTORES
AGRÍCOLAS?
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• Em alguns casos poderá ser ...

• mas, noutros casos, poderá constituir “um presente


envenenado”.

• Por isso mesmo é que o legislador previu a


possibilidade de renúncia às isenções antes
analisadas.
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EXEMPLO
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• Imaginemos dois produtores de leite


– que produzem leite exatamente com a mesma
qualidade e
– que é vendido por ambos exatamente ao mesmo
preço.
• Imaginemos, ainda, que um dos produtores
renunciou à isenção prevista no n.º 33 do artigo 9.º
do Código do IVA e que o outro não o fez,
beneficiando da isenção.
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• Aquele que renunciou à isenção teve, obviamente,


de liquidar IVA à taxa de 6%, que teve de acrescer
ao preço do leite,
• enquanto o outro mencionou na fatura que a
venda estava isenta de IVA.
• Se a entidade a quem o leite foi vendido tiver
direito à dedução do IVA liquidado pelo 1.º
produtor (caso de uma cooperativa), o IVA não tem
qualquer influência no preço.
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• O produtor que renunciou à isenção do IVA


recebeu do seu cliente o preço do leite, mais o IVA
liquidado.
• Enquanto o outro recebeu unicamente o preço do
leite.

• E qual dos dois produtores de leite teve melhores


resultados de exploração?
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• Sem dúvida que foi o produtor que renunciou à


isenção do IVA, uma vez que esse tem direito à
dedução do IVA suportado nas várias aquisições de
bens (rações, medicamentos, utensílios, etc.),

• enquanto o outro não tem esse direito e, por isso,


vê os seus gastos de produção aumentados na
exata medida do IVA suportado.
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• As conclusões apresentadas são diferentes se o


cliente a quem os bens são vendidos não tiver
direito à dedução do IVA suportado.
• Pensemos, por exemplo, na venda de fruta a uma
IPSS, para consumo no seu lar de idosos.
• Como esta IPSS não tem direito à dedução do IVA
que lhe venha a ser exigido pelo fornecedor de
fruta, ela terá vantagem em comprar a quem
praticar um preço final mais baixo,
independentemente de ter IVA ou não.
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• NOTA IMPORTANTE A RETER


– As transmissões de bens e as prestações de
serviços efetuadas no âmbito das atividades
previstas nos anexos A e B ao Código do IVA são
isentas de IVA,
– salvo se os produtores e prestadores de serviços
agrícolas que as desenvolvam renunciarem a
essas isenções.
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• NOTA IMPORTANTE A RETER


– De conformidade com a jurisprudência do TJUE,
a liquidação de IVA por parte de sujeitos
passivos isentos, que não tenham previamente
renunciado à isenção, não lhes confere o direito
à dedução do IVA suportado.
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COMO SE CONCRETIZA
A RENÚNCIA À ISENÇÃO DO IVA
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• De conformidade com a alínea c) do n.º 1 do


art.12.º do Código do IVA,
• podem renunciar à isenção, optando pela aplicação
do imposto às suas operações:
– os sujeitos passivos que exerçam as atividades
referidas nos números 33 e 34 do artigo 9.º.
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• O direito de opção é exercido mediante a entrega


em qualquer serviço de finanças ou noutro local
legalmente autorizado, da declaração de início de
atividade ou de alterações,

• produzindo efeitos a partir da data da sua


apresentação.
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• Tendo exercido o direito de opção,


• o sujeito passivo é obrigado a permanecer no
regime por que optou durante um período de, pelo
menos, cinco anos.
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• Se, findo o prazo de cinco anos, o sujeito passivo


desejar voltar ao regime de isenção, deve:
– Apresentar, durante o mês de janeiro de um dos anos
seguintes àquele em que se tiver completado o prazo do
regime de opção, uma declaração de alterações, a qual
produz efeitos a partir de 1 de janeiro do ano da sua
apresentação;
– Sujeitar a tributação as existências remanescentes e
proceder, nos termos do n.º 5 do art. 24.º, à regularização
da dedução quanto a bens de investimento.
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AS OBRIGAÇÕES
IMPOSTAS PELO CÓDIGO DO IVA
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AOS SUJEITOS PASSIVOS QUE


BENEFICIEM DA ISENÇÃO DO IVA
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• Entregar uma declaração de início, de alterações ou


de cessação da sua atividade;
• Entregar um mapa recapitulativo com a
identificação dos seus clientes, desde que tenham,
com algum deles, movimentos superiores a € 25
000;
• Entregar um mapa recapitulativo com a
identificação dos seus fornecedores, desde que
tenham, com algum deles, movimentos superiores a
€ 25 000.
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AOS SUJEITOS PASSIVOS QUE


RENUNCIEM À ISENÇÃO DO IVA
OBRIGAÇÕES DOS SUJEITOS PASSIVOS
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DE PAGAMENTO DE FATURAÇÃO

OBRIGAÇÕES

DECLARATIVAS DE ESCRITURAÇÃO
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EMISSÃO DE FATURAS PELOS PRÓPRIOS


ADQUIRENTES DOS BENS OU DOS SERVIÇOS
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• Nos termos do n.º 11 do art. 36.º do Código do IVA,


as faturas ou documentos equivalentes podem ser
emitidos pelos adquirentes dos bens ou dos
serviços, desde que sejam observadas as seguintes
condições:
– Existência de um acordo prévio, na forma escrita, entre o
sujeito passivo transmitente dos bens ou prestador dos
serviços e o adquirente ou destinatários dos mesmos;
– O adquirente provar que o transmitente dos bens ou
prestador dos serviços tomou conhecimento da emissão
da fatura e aceitou o seu conteúdo.
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REGIME ESPECIAL DE EXIGIBILIDADE DO IVA


NAS ENTREGAS ÀS COOPERATIVAS AGRÍCOLAS
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• ÂMBITO DE APLICAÇÃO
– O Regime Especial é aplicável às entregas
realizadas às cooperativas, por parte dos seus
membros, de produtos provenientes das
respetivas explorações agrícolas.
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• EXIGIBILIDADE DO IVA NESTAS OPERAÇÕES


– O imposto relativo a estas transmissões de bens é
exigível no momento do recebimento total ou
parcial do preço, pelo montante recebido.
– Deste modo, o IVA devido pelas entregas
efetuadas pelos agricultores às cooperativas
agrícolas de que sejam membros, apenas terá de
ser entregue nos cofres do Estado com referência
ao(s) período(s) de imposto em que ocorrer(em)
recebimento(s).
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• DIREITO À DEDUÇÃO
– As cooperativas apenas têm direito à dedução do
IVA que lhes for liquidado pelos agricultores,
quando efetuarem o pagamento do preço.
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• EMISSÃO DE FATURAS E RECIBOS


– As faturas a emitir pelos agricultores, na altura
em que colocam os bens à disposição da
cooperativa, devem ser de uma série especial e
conter a menção “IVA exigível e dedutível no
pagamento”.
– Quando as cooperativas efetuarem o pagamento
das faturas, o agricultor é obrigado a emitir
recibo, do qual deve constar a taxa do IVA
aplicável e a referência à fatura.
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• OPÇÃO PELAS REGRAS GERAIS DE EXIGIBILIDADE


– Os agricultores poderão, se o pretenderem, optar
pela aplicação dos prazos gerais de exigibilidade
do IVA, relativamente à totalidade das operações
abrangidas pelo Regime Especial.
– Para o efeito, deverão apresentar no respetivo
serviço de finanças um requerimento dirigido ao
diretor de finanças.
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• OPÇÃO PELAS REGRAS GERAIS DE EXIGIBILIDADE


– A opção produz efeitos a partir do mês seguinte ao
da data do deferimento do pedido.
– Se a decisão não for notificada no prazo de 30 dias,
o pedido considera-se tacitamente deferido.
– Os agricultores que tenham optado pelas regras
gerais de exigibilidade e pretenderem novamente
aplicar as regras do Regime Especial, podem fazê-
lo, mediante requerimento.
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ENQUADRAMENTO DAS SUBVENÇÕES


PERANTE O CÓDIGO DO IVA
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 Face à disciplina do Código do IVA, as subvenções


podem ter o seguinte enquadramento:
 Representarem, elas próprias, a contraprestação
de uma operação qualificável como transmissão
de bens ou prestação de serviços;
 Terem de ser incluídas no valor tributável das
transmissões de bens ou das prestações de
serviços realizadas no quadro da atividade do
sujeito passivo subvencionado.
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 Constituírem operações não tributadas, o que


acontecerá quando revestirem a forma de:

 Subsídios à exploração;
 Subsídios ao equipamento.
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 Nos termos do n.º 5 do art. 16.º do Código do IVA,


devem ser incluídas no valor tributável as
subvenções diretamente conexas com o preço de
cada operação,
 considerando-se como tais as que:
 São estabelecidas em função do n.º de unidades
transmitidas ou do volume de serviços
prestados; e
 Sejam fixadas anteriormente à realização das
operações.
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 De conformidade com a jurisprudência do TJUE, as


subvenções só são sujeitas a IVA quando se
verificarem cumulativamente as seguintes condições:
– A autoridade que concede a subvenção não ser o
destinatário das operações tributáveis realizadas
pelo sujeito passivo subvencionado, pelo que se
mostra necessário o envolvimento de três partes,
ou seja, a que concede a subvenção, o sujeito
passivo que a aufere e o destinatário dos bens ou
serviços disponibilizados por esse sujeito passivo;
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– A subvenção ser paga à entidade subvencionada


para que esta, especificamente, transmita
determinados bens ou preste determinados
serviços, sendo-lhe somente reconhecido o
direito a auferir a subvenção na medida em que
tais operações sejam por ela efetuadas;
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– A subvenção permitir à entidade subvencionada


praticar preços inferiores aos que exigiria na falta
de subvenção, de que os adquirentes dos bens ou
destinatários dos serviços sejam diretamente os
beneficiários, por via do pagamento por estes de
um preço proporcionalmente diminuído do
respetivo montante;
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– A contrapartida representada pela subvenção, se


não já determinada, ser pelo menos
determinável, não se revelando necessário,
porém, que o montante subvencionado
corresponda rigorosamente à diminuição do
preço, bastando que o seja de forma significativa.
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 Face ao que acaba de ser referido, consideram-se


excluídas da tributação as subvenções comunitárias
à agricultura.
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 Relativamente aos subsídios ao equipamento, uma


vez que não existe qualquer conexão entre eles e os
preços ou quantidades das operações, não são
tributados.
 Por outro lado, estes subsídios, por força do
disposto no n.º 4 do art. 23.º do Código do IVA, não
provocam qualquer problema em termos do direito
à dedução.
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 Relativamente aos subsídios à exploração, uma vez


que também não existe qualquer conexão entre
eles e os preços ou quantidades das operações, não
são igualmente tributados.
 Contrariamente aos subsídios ao equipamento,
estes subsídios podem provocar, como veremos nos
diapositivos seguintes, limitações no âmbito do
direito à dedução.
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CONSEQUÊNCIAS NO DIREITO À DEDUÇÃO


DAS SUBVENÇÕES NÃO TRIBUTADAS
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 Subvenções não incluídas no valor tributável das


operações e que não sejam subsídios de
equipamento:
– Incluídas no denominador para efeitos de cálculo
do pro rata (n.º 4 do art. 23.º).
– O TJUE definiu que tal inclusão só pode abranger
os “sujeitos passivos mistos”, não se aplicando
aos “sujeitos passivos integrais” que recebam
essas subvenções.
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• Caso a subvenção vise financiar operações


decorrentes de uma atividade económica sujeitas a
IVA, o respetivo montante:

• Deve integrar o denominador do pro rata


previsto no n.º 4 do art. 23.º do CIVA, no caso
de sujeitos passivos mistos;
• Não tendo qualquer influência no montante
do imposto dedutível no caso de sujeitos
passivos integrais.
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• Se a subvenção visa financiar operações


decorrentes de uma atividade económica mas não
sujeitas a IVA ou, ainda, operações não decorrentes
de uma atividade económica, o respetivo
montante:
• Não deve integrar o denominador do pro rata;
• Sendo aplicáveis as regras de afetação real
para tais operações.
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DETERMINAÇÃO DO IVA DEDUTÍVEL,


QUANDO O MESMO SUJEITO PASSIVO EXERCE
ATIVIDADES QUE CONFEREM DIREITO A
DEDUÇÃO E OUTRAS QUE NÃO CONFEREM
ESSE DIREITO
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• A dedução do imposto suportado na aquisição de


bens e serviços que sejam utilizados na realização
de ambos os tipos de operações é apenas parcial.
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• Determinação do direito à dedução – Mediante a


utilização dos seguintes métodos:

– Método da percentagem de dedução ou pro


rata;

– Método da afetação real;

– Aplicação simultânea dos dois métodos.


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• O método da percentagem de dedução ou pro rata


aplica-se exclusivamente a bens e serviços que
sejam objeto de utilização mista,

• isto é,
• aos bens e/ou serviços utilizados simultaneamente
em atividades que conferem o direito a dedução e
em atividades que não conferem esse direito.
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• Tal significa que:

– O IVA suportado na aquisição de bens e serviços


de utilização específica:
• Pode ser deduzido se tais bens e serviços
forem afetos ao setor de atividade que
confere direito a dedução;
• Não pode ser deduzido se forem afetos ao
setor de atividade que não confere esse
direito.
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• Em relação ao IVA suportado na aquisição de bens


e serviços de utilização mista:
• A determinação do IVA dedutível, que é
sempre parcial, pode ser efetuada:
– Mediante a utilização do método da
afetação real; ou
– Mediante a utilização do método da
percentagem de dedução (vulgo pro rata).

• Nota: Há situações em que a utilização do método da


afetação real é obrigatória.
MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO

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