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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

INTERDISCIPLINAR EM ENERGIA E
SUSTENTABILIDADE (PPGIES)

ANÁLISE DE ARTIGO

“Evaluation of the methane potential of different agricultural and food processing


substrates for improved biogas production in rural areas”

JHON STEVEN NAVARRO HOYOS

FOZ DO IGUAÇU

2019
O artigo em estudo trata sobre uma área fundamental nos dias atuais em matéria
de energias sustentáveis, já que se foca na avalição do potencial de metano de diversos
substratos de processamento agrícola e de alimentos, para melhorar a produção de biogás
nas áreas rurais. Os autores partem de uma introdução na qual são citadas algumas
referências da área de bioenergia, relacionadas principalmente a biodigestão, metano e
políticas energéticas recentes na Europa. Posteriormente, esclarecem os materiais e
métodos do trabalho, resumindo em um único estudo, dados sobre características
fisicoquímicas, potencial de biometano, taxas de hidrólise e biodegrabilidade de vários
substratos analisados, se baseando no modelo de Angelidaki et al., para avaliação de
potencial de biometano.

Após resumir as constantes de hidrólise e os rendimentos de metano para todas as


categorias dos mais de 50 substratos analisados no estudo, os autores apresentam os
resultados e suas respectivas discussões e comparações, demostrando que a concentração
e a natureza da matéria orgânica são capazes de influenciar na produção de metano. Por
exemplo, determinaram que as colheitas energéticas estão entre os substratos mais
difundidos, e sua ampla adoção é justificada pelos altos rendimentos relativos de metano
(250–350 L de CH4/kg TVS) e principalmente pelas taxas de degradação rápida. Já os
subprodutos caracterizados pelo alto conteúdo de materiais lignocelulósicos tiveram uma
produção de metano na faixa de 150-400 L de CH4 / kg de TVS, que aumentou com o
teor de celulose. Por outra parte, descubriram que os efluentes da pecuária geralmente
têm menor rendimento de metano (50–200 L CH4 / kg TVS) como efeito dos compostos
inibidores de amônia mais altos. Entretanto, os alimentos foram caracterizados por uma
grande variedade de produção de metano, 150–700 L CH4 / kg TVS, devido à natureza
heterogênea desses substratos, sendo que aqueles ricos em proteínas e carboidratos
apresentaram menores rendimentos (300–450 L CH4 / kg TVS) e constantes de hidrólise
mais altas.

Por último, é significativo como os autores relacionam os resultados obtidos com


uma estimativa do potencial energético da Europa, determinando que sua valorização
poderia contribuir com uma produção potencial anual de energia de 2584 PJ (61,7 Mtep),
representando 5,7% do total de energia consumida na UE-28 em 2015 ou 34,1% do total
de energia renovável naquele ano. Mesmo que os autores não propõem estudos futuros
na área, seria interessante avaliar outras regiões do mundo além do continente europeio,
assim como analisar outras espécies de substratos e alimentos.

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