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MANUAL TÉCNICO

DBOX

SISTEMA INTEGRADO DE TRATAMENTO


DE ESGOTOS SANITÁRIOS

OPERAÇÃO, MANUTENÇÃO,
EQUIPAMENTOS, INSTRUMENTOS E
DESENHOS

CONSTRUTORA MELLO AZEVEDO S/A.


ETE URUMARI/ SANTARÉM- PA

Rodovia Rio Claro – Piracicaba – km 26,3 – Piracicaba – SP – Brasil


PABX: ++55 19 3403-3222 Fax: ++55 19 3403-3388 – Cx. Postal 1249 – CEP 13414-970
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APRESENTAÇÃO

O MANUAL TÉCNICO DO SISTEMA INTEGRADO DE TRATAMENTO DE ES-


GOTOS DOMÉSTICOS tem por objetivo oferecer ao seu usuário e responsável
pela ETE todas as premissas básicas e informações necessárias para o bom de-
sempenho do processo/equipamento dentro das condições de projeto.

Inicia-se, portanto o manual apresentando-se as premissas básicas e eficiência


garantida com a correta operação da ETE.

Considerando-se também que toda a equipe técnica responsável pela ETE neces-
sita de um conhecimento básico de todas as etapas de tratamento, é feita uma
descrição dos processos envolvidos.

A sistemática de controle operacional e laboratorial apresentada na seqüência


proporciona as informações necessárias para o acompanhamento e orientação da
correta condução da ETE no processo e equipamento.

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1 BASES DO PROJETO

1.1 Obtenção das Características dos Esgotos Sanitários

1.2 Dimensionamento

1.2.1 Tratamento Anaeróbio

1.2.2 Pós-tratamento Aeróbio: Tanque de Aeração (Lodos Ativados)

1.2.3 Decantador Secundário (Lamelar)

1.2.4 Geração de Lodo Excedente

1.2.4.1 Lodo Primário

1.2.4.2 Tratamento Primário: Remoção de 10% de sólidos

1.2.4.3 Tratamento Anaeróbio

1.2.4.4 Tratamento Aeróbio

1.2.4.5 Efluente Final

1.2.4.6 Desaguamento de Lodo

1.3 Características e Quantidades do Esgoto Doméstico

2 CONSTITUIÇÃO FUNDAMENTAL DO SISTEMA DE TRATA-


MENTO DE ESGOTOS DOMÉSTICOS

3 CARACTERÍSTICAS DO ESGOTO TRATADO

3.1 Biogás e Lodo Anaeróbio Excedente

4 DESCRIÇÃO BÁSICA DOS PROCESSOS APLICADOS NO SIS-


TEMA DE TRATAMENTO ANAERÓBIO/AERÓBIO

4.1 Fundamentos do Processo de Biodigestão Anaeróbia

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4.1.1 Microbiologia e Bioquímica

4.1.1.1 Primeiro Estágio: Hidrólise e Fermentação

4.1.1.2 Segundo Estágio: Desidrogenação Acetogênica

4.1.1.3 Terceiro Estágio: Formação de Metano

4.1.1.3.1 Formação do Metano a partir do dióxido de carbono e Hidro-


gênio
4.1.1.3.2 Formação do Metano a partir do Acetato

4.1.1.4 Outros Grupos Bacterianos de Importância na Digestão Anae-


róbia
4.1.1.4.1 Bactérias Homoacetogênicas

4.1.1.4.2 Bactérias Redutoras de Sulfato

4.1.2 Fatores Ambientais

4.1.2.1 Temperatura

4.1.2.2 pH, Acidez Volátil e Alcalinidade

4.1.2.3 Nutrientes

4.1.2.4 Agentes tóxicos e inibidores

4.1.3 Granulação do lodo anaeróbio

4.1.4 Atividade específica do lodo anaeróbio

4.1.5 Características básicas do reator de fluxo ascendente com


leito de lodo

4.2 Partida desequilíbrios do processo e controle do processo


anaeróbio

4.2.1 A partida

4.2.1.1 Introdução

4.2.1.2 Inoculação de lodo


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4.2.1.3 Taxa de aplicação inicial

4.2.1.4 Aumentando a taxa de aplicação

4.2.1.5 Mais detalhes sobre a operação durante a partida

4.2.2 Desequilíbrios de Processo e Controle do Processo

4.2.2.1 Introdução

4.2.2.2 Desequilíbrios de Processo

4.2.2.3 Prováveis Causas

4.3 Fundamentos do Processo de Lodo Ativado

4.3.1 Introdução

4.3.2 Parâmetros de Operação

4.3.3 Oxigênio Dissolvido (OD)

4.3.4 Concentração do Lodo Ativado e suas Características Micro-


biológicas

4.3.4.1 Controle do F/M

4.3.4.2 Idade do Lodo

4.3.4.3 Exame Microscópico

4.3.5 Concentração de Sólidos Suspensos no Tanque de Aeração


(SSTA)

4.3.6 Lodo no Decantador Lamelar

4.3.7 Taxa de Retorno de Lodo (RAS)

4.3.8 Produção e Descarte de Lodo

4.3.9 Sedimentabilidade de Lodo

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4.3.10 Índice Volumétrico do Lodo (IVL)

4.3.11 Aspecto e cor do lodo

4.3.12 Odor

4.3.13 Mineralização do Lodo

4.3.14 Tempo de Retenção e Vazão

4.3.15 Características Físico-químicas

4.3.15.1 pH

4.3.15.2 Temperatura

4.3.15.3 Adição de Nutrientes

4.3.16 Microrganismos

4.3.16.1 Bactérias

4.3.16.2 Protozoários

4.3.17 Microrganismos Filamentosos

4.3.18 Parâmetros de controle

4.3.18.1 Controle de Oxigênio Dissolvido

4.3.18.2 Controle do pH

4.3.18.3 Tratamento Químico

4.3.18.4 Carga de Choque

4.3.18.5 Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

4.3.18.6 Demanda Química de Oxigênio (DQO)

4.3.18.7 Relação Alimento-Microrganismo (F/M)

4.3.18.8 Sólidos Suspensos (SS)

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4.3.18.9 Sólidos Suspensos Voláteis (SSV)

4.3.18.10 Sólidos Inertes

4.3.18.11 Material Flutuante

4.3.18.12 Limo

4.3.18.13 Escuma

4.3.18.14 Idade de Lodo

4.3.19 TERMINOLOGIA

5 DESCRIÇÃO BÁSICA DOS PROCESSOS APLICADOS NO


TRATAMENTO ANAERÓBIO / AERÓBIO

5.1 Descritivo Geral

5.1.2 Tratamento Biológico

5.1.3 Cloração

5.1.4 Desaguamento do Lodo

6 SISTEMÁTICA DE CONTROLE OPERACIONAL DO SISTEMA


DE TRATAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS

6.1 Sistemática Geral

6.2 Especificação dos locais de coleta das amostras a serem ana-


lisadas na sistemática de controle do sistema de tratamento
de esgotos

6.3 Tabela Laboratório 1: Acompanhamento Físico-Químico Sis-


temático

6.4 Tabela Laboratório 2: Registro das concentrações de sólidos


totais e sólidos voláteis no reator anaeróbio.

6.5 Tabela Operação 1: Registro de Sólidos Sedimentáveis

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6.6 Tabela Operação 2: Registro das Vazões de Despejo no Sis-
tema de Tratamento de Efluentes

6.7 Tabela Operação 3: Registro de pH

6.8 Instruções relativas a interrupções de funcionamento do sis-


tema de tratamento de efluentes

6.9 COMENTÁRIOS ADICIONAIS

7 INSTRUÇÕES COMPLEMENTARES DE MANUTENÇÃO

7.1 Diárias

7.2 Semanais

7.3 Mensais

8 REGRAS/NORMAS DE SEGURANÇA

8.1 Regras Gerais

8.2 Os Perigos

8.3 Proteção Pessoal

8.4 Regras Pessoais

9 MÉTODOS DE ANÁLISE PARA ACOMPANHAMENTO FÍSICO-


QUÍMICO BÁSICO

9.1 Determinação do pH

9.1.1 Introdução

9.1.2 Procedimento

9.2 Determinação de acidez volátil, alcalinidade total e alcalinida-


de ao bicarbonato

9.2.1 Procedimento

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9.2.2 Cálculos

9.2.3 Soluções

9.2.4 Padronização

9.3 Determinação de Sólidos Totais, Sólidos Voláteis e Sólidos


Fixos

9.3.1 Procedimento

9.3.2 Cálculos

9.4 Determinação de Sólidos em Suspensão Totais, Voláteis e


Fixos

9.4.1 Preparo do Filtro

9.4.2 Preparo da Amostra

9.4.3 Cálculos

9.5 Determinação de Resíduos Sedimentáveis em Águas. "Méto-


do Cone Imhoff"

9.5.1 Introdução

9.5.2 Objetivo

9.5.3 Definições

9.5.4 Aparelhagem

9.5.5 Execução do Ensaio

9.5.6 Resultados

9.6 Determinação da Demanda Química de Oxigênio - "DQO"

9.6.1 Aplicação

9.6.2 Objetivo

9.6.3 Princípio do Método

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9.6.4 Interferência e Inconvenientes

9.6.5 Diluição e Estocagem da Amostra

9.6.6 Limitação do Método

9.6.7 Equipamentos

9.6.7 Reagentes

9.6.8 Procedimento (Para DQO igual ou maior que 50 mg/L)

9.6.9 Determinação de DQO em Padrão

9.6.10 Cálculo

9.6.11 Soluções Reagentes

9.6.12 Padronização

9.7 Análise do Teor de Gás Carbônico no Gás em Aparelho de


Orsat

9.7.1 Preparação e procedimentos iniciais

9.7.2 Cálculo

9.7.3 Soluções

10 DESCRIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS

10.1 B-962-1 A/B BOMBA SUBMERSÍVEL DE ALIMENTAÇÃO DAS


PENEIRAS

10.2 PR-962-1 PENEIRA ROTATIVA

10.3 CA 962 CAIXA DE AREIA

10.4 CPL-962-1 01 CALHA PARSHALL

10.5 TQS-962-1 POÇO DE SUCÇÃO DE ESGOTO DESARENADO

10.6 B-962-2 A/B BOMBAS CENTRIFUGAS AUTO-ESCORVANTE

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10.7 R-964-1 REATOR ANAERÓBIO

10.8 R-966-1 TANQUE DE AERAÇÃO

10.9 DL-966-1 A/B DECANTADOR SECUNDÁRIO

10.10 SA-966-1 A/B SOPRADORES DE AR

10.11 TQ-970-1 TAQNUE PARA SOLUÇÃO DE HIPOCLORITO DE


SÓDIO

10.12 B-970-1 A/B BOMBA DOSADORA PARA SOLUÇÃO DE SO


LUÇÃO DE HIPOCLORITO DE SÓDIO

10.13 TQS-966-1 TANQUE DE CONTATO

10.14 CPL-966-1 CALHA PARSHALL

10.15 TA-964-1- FLARE

11 DESCRIÇÃO DOS INSTRUMENTOS

11.1 PI-1 A/B – 2 A/B MANÔMETROS

11.2 LSH-1B-2B / LSL-1A - 2B / LSHH 1 - 2 CHAVE DE NÍVEL TIPO

BÓIA

11.3 BX 01 QUEIMADOR PILOTO

11.4 XYV 01 VALVULA SOLENOIDE

11.5 TI 1 TERMÔMETRO ANGULAR

12 DESENHOS

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1. BASES DO PROJETO

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1. BASES DO PROJETO

As águas residuárias a serem tratadas na unidade consistem dos esgotos domés-


ticos. Os esgotos domésticos ou domiciliares provêm principalmente de residên-
cias, edifícios comerciais, instituições ou quaisquer edificações que contenham
instalações de banheiros, lavanderias, cozinhas ou qualquer dispositivo de utiliza-
ção da água para fins domésticos. Compõem-se essencialmente de água de ba-
nho, urina, fezes, papel, restos de comida, sabão, detergente e águas de lavagem.

As características fundamentais dos esgotos sanitários, consideradas no projeto


da ETE – DBOX localizada no município de Santarem/ PA, estão na TABELA 01.

TABELA 01. Parâmetros de Dimensionamento

Parâmetros Valores
Vazão diária (m³/dia) 3.840
Vazão média (m³/hora) 160 (44,44 L/s)
DQO (mg/L) 615
DBO5 (mg/L) (20 ºC) 351
Sólidos Suspensos Totais (mg/L) 200 (Padrão)
Temperatura (ºC) 18 a 30
Nitrogênio (NTK) (mg/L) 25 (Padrão)
Fósforo (P-PO4) (mg/L) 6 (Padrão)
pH 6,5 - 7,0

Para obtenção dos parâmetros acima, consideramos:

- Contribuição hidráulica: 165-192 litros/ habitante. dia.


- Contribuição orgânica: 54 gramas de DBO/ habitante. dia.

Portanto a ETE foi dimensionada considerando uma população equivalente de


20.000 - 25.000 habitantes.

1.1 Obtenções das Características dos Esgotos Sanitários

Os esgotos costumam ser classificados em dois grupos principais: os esgotos do-


mésticos e os industriais. Os primeiros são constituídos essencialmente de despe-
jos domésticos, uma parcela de água pluvial, água de infiltração, e eventualmente
uma parcela não significativa de despejos industriais, tendo características bem
definidas.

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Os esgotos domésticos ou domiciliares provêm principalmente de residências, edi-
fícios comerciais, instituições ou quaisquer edificações que contenham instalações
de banheiros, lavanderias, cozinhas ou qualquer dispositivo de utilização da água
para fins domésticos. Compõem-se essencialmente de água de banho, urina, fe-
zes, papel, resto de comida, sabão, detergente, água de lavagem.

As características dos esgotos variam quantitativa e qualitativamente com a sua


utilização, portanto a TABELA 02 apresenta algumas características dos esgotos
tipicamente domésticos:

TABELA 2. Características Esgotos Domésticos

Atividade / Usuário Unidade (L/hab.d)


Residência (Urbana) 153
Residência (Popular ou Rural) 120
Apartamento 200
Escola (Internato) 150
Escola (Externato) 50

Para o caso da ETE - DBOX® do município de Santarem/PA foram considerados:

• População: 20.000/25.000 habitantes.

• Contribuição Hidráulica: 165-192 litros/habitante. dia.

• Contribuição Orgânica: 54 gramas de DBO/habitante. dia.

O projeto foi executado para:

Vazão 3.840 m³/dia


2.360 Kg DQO/dia
Carga Orgânica
1.348 Kg DBO/dia

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1.2 Dimensionamento

1.2.1 Tratamento Anaeróbio:

Vazão 160 m³/h (vazão regularizada)


2.360 Kg DQO/dia
Carga Orgânica
1.348 Kg DBO/dia

Reator Anaeróbio (UASB):

Quantidade 01
160 m³/h (vazão regularizada para
Vazão Alimentação Reator
cada reator)
Volume Reator Anaeróbio 815 m³ (cada reator)

Taxa de aplicação:

160 x 0,615 x 24
TA = = 2,9 Kg DQO/m3. dia
815

Tempo de retenção hidráulico:

815
TRH = = 5,0 h
160

Eficiência: >70% em DBO solúvel ou DBO ≤ 105 mg/L.

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1.2.2 Pós-tratamento Aeróbio: Tanque de Aeração (Lodos Ativados)

Quantidade 01
Volume Reator Aeróbio 815 m³

Taxa de Aplicação:

160 x 0,105 x 24
TA = = 0,49 Kg DBO/m3. dia
815

Tempo de retenção hidráulico:

815
TRH = = 5,0 h
320

SSVA = 4.000 mg SSV/m3

403
F/M = = 0,125 Kg DBO/ Kg SSV. dia
815 x 4

Necessidade de Oxigênio:

O2 = (403 x 0,4) + (0,18 x 815 x 4)

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O2 = 748 Kg O2/dia = 31,17 Kg O2 / h

Corrigindo para as condições locais:

O2 = 31,17 = 32,80 Kg O2/h


0,95

Vazão de ar:

32,80
V= = 111,16 m3 de ar/h
0,28

Considerando eficiência de transferência de O2 ao meio 15%

111,16
V= = 781 m3 de ar/h
0,15

1.2.3 Decantador Secundário (Lamelar)

Quantidade 01

Decantador 24,00 x 2,4 m 57,60 m²

Área total para Decantação A 57,60 m²

Carga Superficial 160 / 57,60 2,8 m³/m². h

Volume V 150 m³

Tempo Retenção Hidráulica 150 / 160 0,9 h

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1.2.4 Geração de Lodo Excedente

1.2.4.1 Lodo Primário

CSST no esgoto = 200 mg/L


Vazão de esgoto = 3.840 m³/dia.
Massa de SST = 3.840 x 0,2 = 768 Kg SST/dia

1.2.4.2 Tratamento Primário: Remoção de 10% de sólidos

768 – 76,8 = 691,2 Kg SST/d

1.2.4.3 Tratamento Anaeróbio

Remoção de 50% de sólidos

691,2 x 0,5 = 345,6 Kg SST/dia

Geração de Lodo Anaeróbio

CO = 2.360 Kg DQO/dia
Eficiência de remoção = 70%
Taxa de crescimento = 2%
2.360 x 0,7 x 0,02 = 33,04 Kg SST/dia

1.2.4.4 Tratamento Aeróbio

Taxa de conversão = 50%


CO Afluente Aeróbio = 403 Kg DBO/dia
403 x 0,4 = 161,2 Kg SST/dia

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1.2.4.5 Efluente Final

Concentração de SST no efluente final = 50 mg/L


3.840 x 0,05 = 192 Kg SST/dia

Massa de lodo excedente gerado

MLodo = 768 – 76,8 – 345,6 + 33,04 + 161,2 – 192 = 347,8 Kg SST/dia

Concentração do lodo = 40 Kg SST/m³

Volume lodo gerado = 347,8 ÷ 40 = 8,7 m³ lodo/dia

Obs: Os lodos gerados deverão ser desaguados na planta de Irurá.

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1.3 Características e Quantidades do Esgoto Doméstico

O projeto do sistema anaeróbio/aeróbio é baseado nas informações indicadas no


item1 e em algumas hipóteses que se seguem:

O volume máximo a ser tratado diariamente está relacionado com o DQO/DBO do


efluente, sendo de 3.840 m³/dia para uma DQO de 615 mg/Litro e uma DBO de
351 mg/Litro (2.360 Kg DQO/dia e 1.348 Kg DBO/dia).

As hipóteses para o dimensionamento da planta são as seguintes:

• O esgoto doméstico não apresenta substâncias tóxicas em concentrações


que prejudiquem a população microbiana.

• O valor máximo de enxofre poderá ser de até 50 mg/L.

• O valor máximo de óleos e graxas poderá ser de até 25 mg/L.

Sólidos não serão enviados para o sistema de tratamento de esgoto doméstico em


concentrações maiores que 150 mg/L para o parâmetro sólidos suspensos totais.

A temperatura do esgoto apresenta valor mínimo de 18 ºC e valor máximo não


superior a 30 ºC.

Considerando as informações e hipóteses acima, o sistema anaeróbio/aeróbio foi


projetado para as seguintes características:

Tipo Esgoto Doméstico


Máxima 3.840 m³/dia
Vazão (DQO = 615 mg/L)
(DBO = 351 mg/L)
Máximo 2.360 Kg DQO/dia
Carga Orgânica
1.348 Kg DBO/dia
pH 6,5 – 7,0
Mínima 18 ºC
Temperatura
Máxima 30 ºC
Relação DQO/DBO: 1,75

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2. CONSTITUIÇÃO FUNDAMENTAL DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE
ESGOTOS DOMÉSTICOS

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2. CONSTITUIÇÃO FUNDAMENTAL DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE
ESGOTOS DOMÉSTICOS

O Sistema de Tratamento de Esgotos Domésticos é constituído fundamentalmente


de duas etapas compreendendo os seguintes níveis de tratamento:

Tratamento Primário

O Tratamento Primário do despejo consiste de:

• PENEIRA ROTATIVA com alimentação interna para o peneiramento dos es-


gotos domésticos visando a remoção de sólidos grosseiros.

• CAIXA DE AREIA que tem como função remover os sólidos de natureza se-
dimentáveis de alta capacidade de sedimentação.

Tratamento Secundário

O tratamento dos esgotos visando a remoção da matéria orgânica é fundamenta-


do no processo biológico Anaeróbio / Aeróbio integrado em um único tanque reali-
zado em REATOR ANAERÓBIO DE FLUXO ASCENDENTE COM LEITO DE LO-
DO, complementado por unidades de coleta/queima de gás. O polimento comple-
mentar dos esgotos sanitários será realizado pelo PROCESSO DE LODOS ATI-
VADOS por meio de TANQUES DE AERAÇÃO COM DIFUSOR DE MEMBRANA
complementado por decantador secundário lamelar integrado para sedimenta-
ção/retorno dos sólidos gerados no tanque de aeração.

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3. CARACTERÍSTICAS DO ESGOTO TRATADO

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3. CARACTERÍSTICAS DO ESGOTO TRATADO

Os esgotos após o sistema de tratamento apresentará as seguintes características


físico-químicas:

DBO: ≤ 30 mg/L (redução de DBO ≥ 90%)

pH: 6,5 - 8,5

Temperatura: ≤ 40ºC.

Sólidos Sedimentáveis: ≤ 1,0 mL/L.h

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3.1 Biogás e Lodo Anaeróbio Excedente

A matéria orgânica poluente é convertida pelas bactérias anaeróbias em biogás e


pequena quantidade de lodo excedente.

Da quantidade total de DQO afluente, 65% - 75% são transformados em biogás


(CH4 e CO2), 5% - 10% em lodo excedente e 25% - 35% permanecem no efluente
e serão degradados no pós-tratamento aeróbio.

Para a instalação projetada são previstas as seguintes quantidades de biogás e


residuais, considerando a capacidade nominal de 2.360 Kg DQO/dia:

• Biogás: 725 m³/dia.


• Metano: 525 m³/dia.
• Lodo excedente máximo (sólidos totais): 35 Kg/dia.
• Concentração de lodo excedente: 65 Kg ST/m³.
• Volume de lodo excedente: 0,5 m³/dia.

O lodo anaeróbio excedente servirá como material inoculante para outras plantas,
reduzindo-se o tempo de partida das mesmas para algumas semanas ao invés de
meses ou enviado para o desaguamento de lodo.

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4. DESCRIÇÃO BÁSICA DOS PROCESSOS APLICADOS NO SISTEMA DE
TRATAMENTO ANAERÓBIO/AERÓBIO

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4.1 Fundamentos do Processo de Biodigestão Anaeróbia

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4.1.1 Microbiologia e Bioquímica

A digestão anaeróbia é um processo fermentativo bacteriano, de flora mista, no


qual a matéria orgânica, na ausência de oxigênio livre, é convertida a uma mistura
de gases, composta predominantemente de metano e dióxido de carbono.

É um processo que ocorre naturalmente em diversos ecossistemas como, por e-


xemplo, nos pântanos, sedimentos de lagos e rios, aparelho digestivo de animais
superiores, inclusive do homem, e em regiões profundas do subsolo onde levou à
formação de grandes quantidades de gás natural.

Na Figura 01, encontra-se apresentado um esquema que descreve a atuação dos


grupos metabólicos das bactérias no processo de digestão anaeróbia.

Figura 1 – Seqüência metabólica e grupos microbianos.

Os principais produtos intermediários do processo encontram-se apresentados no


esquema da Figura 02.

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Figura 02 – Esquema básico dos principais processos envolvidos na diges-
tão anaeróbia

4.1.1.1 Primeiro Estágio: Hidrólise e Fermentação

Bactérias fermentativas realizam os dois primeiros processos, de hidrólise e acidi-


ficação.

O grupo das bactérias fermentativas é constituído por muitas espécies, tanto ana-
eróbias estritas quanto anaeróbias facultativas. Elas hidrolisam polímeros solúveis
e não solúveis como carboidratos, proteínas e lipídios, através da produção de
enzimas extracelulares, até seus correspondentes monômeros açúcares, aminoá-
cidos e ácidos graxos - que podem ser assimilados pela célula bacteriana. No inte-
rior da célula, através de um processo de oxidação-redução, resulta a formação de
óxidos de carbono, hidrogênio e principalmente ácidos graxos voláteis. As condi-
ções ambientais (pH e pressão parcial de H2) determinam a extensão em que ou-
tros compostos mais reduzidos como etanol são formados.

A fermentação anaeróbia da glicose ocorre através do mecanismo da glicólise se-


gundo Embden-Meyerhof-Parnas com o piruvato como intermediário principal (Fi-
gura 03).

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Figura 03 – Mecanismos de Embden-Meyerhof-Parnas e a formação dos áci-
dos, acético e propiônico.

A partir do piruvato várias rotas de decomposição são possíveis. Na Figura 04


estão indicadas as vias metabólicas associadas ao metabolismo do piruvato. Os
produtos finais mais importantes são os ácidos, fórmico, (CO2 + H2), acético, pro-
piônico, butírico, lático e o etanol.

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Figura 04 – Vias metabólicas fermentativas.

As bactérias fermentativas em ecossistemas com crescimento conjunto com me-


tano bactérias que utilizam H2, geralmente produzem pouco ou nenhum etanol ou
lactato, consideravelmente menos propionato e butirato e mais acetato, CO2 e H2.

A conversão global da glicose em ácido acético pode ser representada através da


reação:

C6H12O6 + 2H2O ⇔ 2CH3COOH + 2CO2 + 4H2 (4.1)

A conversão global permite à bactéria um ganho energético de 4 moles de


ATP/mol de glicose, a ser realizado para as atividades celulares que demandam
energia, como por exemplo, crescimento celular, reparos internos, movimento e
manutenção de gradientes de pH e salinidade.

Quando a célula realiza a oxidação da glicose a piruvato, ela transfere o excesso


de hidrogênio para a molécula corredora nicotinamida ademina dinucleotídeo
(NAD+). O método normal e preferencial pelo qual a bactéria anaeróbia fermenta-
tiva produtora de ácidos reoxida a molécula corretora é através da geração de H2:

NADH + H+ ⇔ NAD+ = H2 (4.2.)


∆G° = + 4,3 Kcal/mol

Isto permite que a conversão do ácido pirúvico em ácido acético ocorra normal-
mente. Entretanto, a reação (4.2) é energeticamente desfavorável e requer pres-
são parcial de H2 para que ocorra. Caso a pressão parcial de H2 no meio não seja

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suficientemente baixa para permitir esta reação, o próprio ácido pirúvico poderá
ser utilizado como agente oxidante, recuperando as coenzimas NAD+ através de
produtos de fermentação como formiato, etanol, lactato, propianato e butirato, con-
forme representado na Figura 04. Entretanto, a formação de alguns destes ácidos
pode levar a uma inibição do processo. A formação do ácido propiônico é um e-
xemplo típico:

CH3COCOOH + 2NADH + 2H+ ⇔ CH3CH2COOH + 2NAD+ + H2O (4.3)


∆G°' = -29,4 Kcal/reação

A partir do ácido propiônico, para que o processo continue é preciso que este áci-
do seja convertido a ácido acético segundo a reação:

CH3CH2COOH + 2H2O ⇔ CH3COOH + CO2 + 3H2 (4.4)


∆G°' = +18,2 Kcal/reação

Entretanto, como a reação (4.4) é dificultosa e também requer reduzida pressão


parcial de H2, o problema fica agravado, podendo resultar em acúmulo de ácido
propiônico, queda do pH e conseqüentemente desestabilização do processo.

Este fato demonstra a interação metabólica entre as bactérias fermentativas e me-


tano bactérias utilizadoras de H2.

4.1.1.2 Segundo Estágio: Desidrogenação Acetogênica

Os microorganismos responsáveis por esta etapa do processo são as bactérias


acetogênicas produtoras de hidrogênio. Este grupo degrada ácidos graxos de ca-
deia maior do que C2 e alcoóis, oriundos do primeiro estágio de fermentação, com
produção de acetato e H2, e, no caso de degradação de compostos com número
ímpar de átomos de carbono, acetato, H2 e CO2.

Somente poucas espécies de bactérias acetogênicas produtoras de hidrogênio


foram isoladas e estudadas, mas este grupo é provavelmente composto de muitas
espécies, cada uma tendo especificidades quanto à fonte de energia.

A atividade das bactérias acetogênicas produtoras de hidrogênio está muito asso-


ciada à atividade das metano-bactérias consumidoras de hidrogênio, pois estas
últimas garantem a manutenção de uma pressão parcial de H2 extremamente bai-
xa, capaz de permitir o metabolismo do substrato e o crescimento das bactérias
acetogênicas. A interdependência entre as bactérias acetogênicas e metanogêni-
cas é exemplificada pelas reações apresentadas a seguir:

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- Catabolismo do propionato:
- +
CH3CH2COO- + 3H2O ⇔ CH3COO- + HCO3 + H + 3H2 (4.5)
∆G°' = +18,2 Kcal/mol

- Catabolismo de butirato:
- - +
CH3CH2CH2COO + 2H2O ⇔ 2CH3COO + H + 2H2 (4.6)
∆G°' = +11,5 Kcal/mol

Como se observa, a variação de energia livre nas reações (4.5) e (4.6) é positiva.
A manutenção da reduzida pressão parcial de H2, para favorecer a execução des-
sas reações, decorre da reação apresentada a seguir, realizada pelas metano-
bactérias consumidoras de H2:
- +
HCO3 + 4H2 + H ⇔ CH4 + 3H2O (4.7)
∆G°' = -32,4 Kcal/mol

Em decorrência, quando os dois grupos estão em associação, a reação combina-


da torna-se energeticamente favorável:

- Bactéria acetogênica + metano bactéria consumidora de H2:


- - - +
4CH3CH2COO + 3H2O ⇔ 4CH3COO + HCO3 + H + 3CH4 (4.8)
∆ G°' = -24,4 Kcal/mol
- - - +
2CH3CH2CH2COO + HCO3 + H2O ⇔ 4CH3COO + H + CH4 (4.9)
∆ G°' = -9,4 Kcal/mol

Conforme pode ser observado através das reações acima descritas, ocorrem as-
sociações sintróficas entre espécies acetogênicas produtoras de hidrogênio e me-
tano bactérias consumidoras de hidrogênio.

4.1.1.3 Terceiro Estágio: Formação de Metano

As bactérias responsáveis pela terceira etapa do processo de digestão anaeróbia


são as bactérias metanogênicas ou metano bactérias.

Estas bactérias convertem acetato (bactérias metanogênicas acetotróficas ou ace-


toclásticas) ou H2 e CO2 (bactérias metanogênicas hidrogenotróficas) em metano.

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Outros substratos potenciais como formiato, metanol, CO e metilaminas são me-
nos importantes na maioria dos processos de digestão anaeróbia.

As metano-bactérias são microrganismos anaeróbios estritos, crescendo somente


na ausência de oxigênio, em baixo potencial redox (abaixo de -300 mV). As meta-
no bactérias são muito sensíveis aos choques de temperatura, a baixo e altos va-
lores de pH e altas concentrações de ácido orgânico, devendo-se acrescentar
também a sensibilidade das metano bactérias à presença de compostos tóxicos
no meio reacional).

Diversos estudos têm demonstrado que 70% do metano formado na digestão a-


naeróbia são produzidos pela descarboxilação do acetato. Em conseqüência, o
acetato é o principal precursor da produção de metano.

A produção de gás metano, a partir da DQO, pode ser determinada, com boa a-
proximação, através da seguinte reação:

CH4 + 2O2 ⇔ CO2 + 2H2O (4.10)

A equivalência observada é de um mol de CH4 (ou 22,4 L CH4 a 0 °C e 1 atm) para


2 moles de O2 (64 g de DQO). Portanto, a remoção de 1 g de DQO é equivalente à
produção de 0,35 L metano (CNTP).

As metano-bactérias formam um grupo especial de diferentes espécies, com dife-


rentes formas celulares, que obtém energia para o crescimento e promove a for-
mação do metano através de mecanismo ainda não totalmente conhecido.

4.1.1.3.1 Formação de Metano a partir de dióxido de Carbono e Hidrogênio


(Metano bactérias Hidrogenotróficas)
- +
4H2 + HCO3 + H ⇔ CH4 + 3H2O (4.11)
∆G°' = -32,4 Kcal/mol

Esta reação é importante no mecanismo de geração de metano mas tem implica-


ções amplas no processo global de digestão anaeróbia, porque proporciona a efe-
tiva remoção de H2 do meio de fermentação, controlando o potencial redox, permi-
+
tindo que a bactéria fermentativa acidogênica recupere seu NAD por formação de
hidrogênio, e em última análise, garantindo a produção de ácido acético. Da mes-
ma forma, são criadas condições favoráveis para o metabolismo da bactéria ace-
togênica formadora de hidrogênio.

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4.1.1.3.2 Formação de Metano a partir de Acetato (Metano bactérias Acetotró-
ficas)
- -
CH3COO + H2O ⇔ CH4 + HCO3 (4.12)
∆G°' = -7,4 Kcal/mol

O mecanismo desta transformação não é conhecido, exceto que o grupo metil é


transferido intacto para o CH4.

A metano-bactéria hidrogenotrófica é de crescimento rápido quando comparada


com a metano-bactéria acetotrófica. Essas últimas são as mais exigentes do pro-
cesso, quando as condições ambientais permitem sua proliferação, todas as ou-
tras espécies bacterianas necessárias à degradação anaeróbia serão também de-
senvolvidas. Apesar desse fato, a etapa de produção do metano não necessaria-
mente é a etapa de velocidade limitante no processo, pois no caso da degradação
de despejos complexos a hidrólise pode assumir este papel.

Considerando-se que 70% do CH4 formado na digestão anaeróbia provêm do ace-


tato, é de interesse destacar alguns aspectos referentes ás metano-bactérias ace-
totróficas.

As bactérias acetotróficas conhecidas são Methanococcus Mazei (capaz de utili-


zar H2, metanol e metilaminas, além do acetato), Methanosarcina Barkeri (capaz
de utilizar H2, CO, metanol, metilaminas e etil dimetil amina, além do acetato) e
Methanothrix Soehngenii (substrato específico: acetato).

Em adição as diferenças cinéticas entre as espécies, as diferenças morfológicas


são importantes. Methanothrix cresce em filamentos que podem ser constituídos
de até centenas de células. Estes filamentos estão muitas vezes fortemente entre-
laçados de modo a formar flocos ou mesmos grânulos. Microrganismos tipo Me-
thanosarcina formam diferentes tipos de grupos mais ou menos esféricos varian-
do de poucas células até grânulos macroscópicos.

4.1.1.4 Outros Grupos Bacterianos de Importância na Digestão Anaeróbia

4.1.1.4.1 Bactérias Homoacetogênicas

Um quarto grupo de bactérias, as quais estão sempre presentes em pequeno nú-


mero nos digestores anaeróbios, é constituído por bactérias acetogênicas consu-
midoras de hidrogênio (bactérias homoacetogênicas). Estas bactérias produzem
acetato a partir de CO2 e H2 e em conseqüência competem pelo H2 com as meta-
no-bactérias hidrogenotróficas. Também a síntese de propionato a partir do aceta-
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to, hidrogênio e CO2, bem como a formação de ácidos graxos de cadeia mais lon-
ga, ocorrem em extensão limitada na digestão anaeróbia.

Pouco tem sido feito para o isolamento e identificação destas bactérias. Entretan-
to, apesar do pouco que se conhece sobre a fisiologia e ecologia deste grupo, há
indícios de que estas bactérias assumem papel importante na manutenção de
uma baixa pressão parcial de H2, em situações de ausência ou inibição das meta-
no-bactérias.

4.1.1.4.2 Bactérias Redutoras de Sulfato

As bactérias redutoras do sulfato são normalmente encontradas em associação


com as metano bactérias em ambientes anaeróbios, produzindo acetato, H2 e sul-
feto, que são utilizados pelas metano-bactérias.
2- 2-
4H2 + SO4 ⇔ S + 4 H2O (4.13)

As bactérias redutoras do sulfato, em presença de elevadas concentrações de


sulfato, podem competir com as metano-bactérias pelo mesmo substrato, H2, sen-
do favorecidas pela maior velocidade de crescimento. Deve-se considerar ainda
que a presença do sulfato acarrete a formação de sulfeto pelas bactérias reduto-
ras do sulfato, o qual, em altas concentrações, é tóxico para as metano-bactérias.
As bactérias produtoras do sulfato têm um papel fundamental na digestão anaeró-
bia porque atuam como uma bactéria acetogênica, favorecendo a metanogênese,
ou como uma bactéria que compete por nutrientes com as metano-bactérias, ini-
bindo a metanogênese, dependendo da concentração do sulfato.

4.1.2 Fatores Ambientais

4.1.2.1 Temperatura

Nos sistemas biológicos a influência da temperatura é importante, pois as veloci-


dades das reações bioquímicas são diretamente afetadas pela temperatura.

Três faixas de temperatura podem ser distinguidas na digestão anaeróbia:

• Psicrofílica: 0 – 20 °C
• Mesofílica: 20 – 42 °C (temperatura ótima: 35 °C)
• Termofílica: 50 – 65 °C, e algumas vezes maior.

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O maior número de informações disponíveis sobre o processo refere-se à faixa
mesofílica, e pouca informação existe sobre as faixas psicrofílica e termofílica.

A velocidade de reação na faixa termofílica é maior, mas devem-se levar em con-


sideração os custos adicionais concernentes à manutenção das elevadas tempe-
raturas no reator.

Apesar da reduzida taxa de liquefação à menores temperaturas, o potencial de


aplicação do tratamento anaeróbio sob condições psicrofílicas não deve ser sub-
estimado, porque, além do fato de ser possível certa adaptação da bactéria às
condições psicrofílicas, em muitos casos a atividade do lodo pode viabilizar o pro-
cesso para despejos complexos mesmo em baixas temperaturas; em sistema com
alta capacidade de retenção de biomassa viável, como o Reator Anaeróbio de
Fluxo Ascendente com Leito de Lodo.

4.1.2.2 pH, Acidez Volátil e Alcalinidade

O pH ótimo para a execução do processo de digestão anaeróbia situa-se na faixa


de 6,8 a 7,5; mas o processo ainda ocorre com algum resultado na faixa de 6,0 a
8,0; apesar das menores taxas de reação apresentadas.

A metano bactéria tem pH ótimo próximo à neutralidade (6 - 8).

As bactérias fermentativas produtoras de ácidos tem pH ótimo entre 5,5 e 6,0; mas
como a metanogênese normalmente é uma etapa de velocidade limitante em rela-
ção à acidogênese, a manutenção do pH do meio de fermentação acima de 6 é
recomendável, em sistemas de fase única.

No caso de sistemas de digestão anaeróbia com separação de fases, como ocorre


no Sistema METHAX, é possível a execução das fases de pré-acidificação e me-
tanogênese em diferentes condições de pH, de modo a obter melhores desempe-
nhos específicos e conseqüentemente melhor desempenho global do processo.

No processo de digestão anaeróbia a manutenção do pH nos níveis recomenda-


dos é um item de fundamental importância, para tanto o sistema conta com um
mecanismo natural de tamponamento baseado na alcalinidade residual do meio
reacional, permitindo que acúmulos de ácidos graxos voláteis sejam neutralizados
sem que ocorra queda do pH. Neste sentido o par conjugado ácido-base de maior
importância para a digestão anaeróbia é o CO2 - bicarbonato:

CO2 + H2O ⇔ H2CO3 (4.14)

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pK' = 6,35
-
H2CO3 + H2O ⇔ H3O+ + HCO3 (4.15)

O mecanismo de ação deste sistema tamponante natural pode ser representado


globalmente pela seguinte reação:

HCO3- + HAcm ⇔ CO2 + H2O + Ac- (4.16)

Quando ocorre a produção de ácidos graxos voláteis (representado pelo ácido


acético) no meio reacional, ocorre a dissociação característica:
+ -
CH3COOH ⇔ H + H3CCOO (4.17)

A ação do agente tamponante é representada por:


-
H+ + HCO3 ⇔ H2CO3 = H2O + CO2 (4.18)

Das reações (4.17) e (4.18) resulta a reação global representada em (4.16).

Quando ocorre a remoção dos ácidos graxos voláteis pelas metano – bactérias é
verificada simultaneamente a recuperação da alcalinidade ao bicarbonato:
-
H3CCOO- + H2O ⇔ CH4 + HCO3 (4.19)

Quando a alcalinidade ao bicarbonato naturalmente estabelecida no sistema não é


suficiente para neutralizar os ácidos graxos voláteis originados no meio de fermen-
tação, de modo a garantir a manutenção do pH, deve-se adicionar um agente al-
calino, que contribuirá para a elevação da alcalinidade ao bicarbonato do meio,
-
aumentando a capacidade de tamponamento através da produção de HCO3 . Este
mecanismo é exemplificado através da seguinte reação, decorrente da adição de
NaOH:

NaOH + CO2 ⇔ NaHCO3 (4.20)

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4.1.2.3 Nutrientes

O bom desempenho dos processos de tratamento biológico requer a presença e


disponibilidade de todos os nutrientes e micronutrientes essenciais para o cresci-
mento microbiano em quantidades apropriadas.

Os fatores de conversão do substrato em microorganismos são menores no trata-


mento anaeróbio em comparação com aqueles verificados no tratamento aeróbio.
Este fato é o resultado da baixa produção de ATP no processo anaeróbio (4 moles
de ATP/mol de glicose) em comparação com o processo aeróbio (38 moles de
ATP/mol de glicose). No caso da degradação anaeróbia da glicose, aproximada-
mente 75% da energia continua no substrato não é liberada na fermentação, mas
permanece acumulada no metano pelo seu valor energético.

As necessidades nutritivas mínimas podem ser estimadas com base no fator de


conversão do substrato em microorganismo, carga orgânica removida no sistema
e conteúdo do respectivo elemento nutritivo na biomassa.

Genericamente recomenda-se uma relação de DQO:N:P de 100:5:1 no tratamento


de despejos constituídos principalmente de ácidos graxos voláteis e, 350:5:1 no
caso de despejos mais complexo. Adicionalmente, o despejo deverá conter pe-
quena quantidade de enxofre e elementos traços. Para tratamento de esgotos
domésticos não há necessidade de dosagem de nutrientes, pois as quanti-
dades existentes no meio já são suficientes para atender a necessidade do
processo.

4.1.2.4 Agentes tóxicos e inibidores

Muitos elementos e compostos estimulam o crescimento bacteriano dentro de cer-


ta faixa de concentração, mas todos os compostos, mesmo os substratos metano-
gênicos tornam-se inibidores acima de certas concentrações.

A literatura técnica tem apresentando dados orientativos quanto a concentrações


inibidoras para diversos elementos e compostos.

Com especial atenção à presença destas substâncias no despejo, principalmente


no caso de indústrias com emprego intensivo de produtos químicos no processo
produtivo industrial, de modo a evitar potenciais danos à flora microbiana atuante
no processo de tratamento, incluindo toxidez microbiana irreversível, conforme a
natureza e concentração do agente tóxico envolvido. Neste caso, torna-se imperi-
osa a implantação de um programa interno de educação quanto à descargas de
substâncias químicas (principalmente aquelas de ação desinfetante) e a implanta-

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ção de um tanque de regularizador de cargas tóxicas de modo a garantir a pre-
sença de substâncias prejudiciais dentro dos níveis de tolerância dos microrga-
nismos envolvidos no Sistema de Tratamento de Efluentes.

4.1.3 Granulação do lodo anaeróbio

Uma das principais características do processo anaeróbio realizado no reator de


fluxo ascendente com leito de lodo é o desenvolvimento de um lodo com elevadas
propriedades de sedimentação, cujo exemplo mais notável é o lodo granular.

As boas propriedades de sedimentação do lodo granular são principalmente de-


correntes da agregação dos microrganismos, o que proporciona o aumento do
diâmetro da partícula e conseqüentemente maiores velocidades de sedimentação.

O índice volumétrico de lodo, indicativo da capacidade de sedimentação de lodos,


é traduzido pelo volume ocupado, em milímetros, por um grama de sólidos em
suspensão totais (SST) do lodo. O índice volumétrico de lodo característico do
lodo granular é 10 - 20 mL/g SST, enquanto que, 20 - 40 mL/g SST para o lodo
floculento. As velocidades de sedimentação do lodo granular estão na faixa de 2 -
90 m/h. Comparativamente, o índice volumétrico do lodo aeróbio, considerado
com boa capacidade de sedimentação, é de 90 - 110 mL/g SST.

Na literatura técnica encontra-se relacionados tipos diferentes de lodo granular


desenvolvidos em reatores anaeróbios de fluxo ascendente com leito de lodo:

• Grânulos tipo bastão: Consistem principalmente de bactérias tipo bastão,


provavelmente Methanothrix Soehngenii, apresentados em fragmentos cur-
tos com cerca de quatro células.

• Grânulos tipo filamentosos: Consistem principalmente de bactérias tipo bas-


tão, provavelmente Methanothrix Soehngenii, em fragmentos multicelulares
longos, juntamente com algum material suporte inerte.

• Grânulos tipo pontudo: São grânulos muito típicos em forma, conforme a de-
nominação recebida. Apresentam até 60% de CaCO3 e a presença de mi-
crorganismos filamentosos é predominante.

• Grânulos tipo sarcina: Consistem principalmente de microrganismos do gêne-


ro Methanosarcina.

Apesar das reconhecidas capacidades de sedimentação do lodo granular, seu


mecanismo de formação ainda não é conhecido. Entretanto, o ponto básico na
biofloculação parece ser a síntese de fios poliméricos extracelulares (biopolíme-
ros), relativamente insolúveis e que permanecem na vizinhança da célula. Porém,
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apesar do mecanismo fundamental de granulação ainda não estar cientificamente
dominado, são conhecidas algumas condicionantes de projeto e processo que es-
timulam a formação granular, as quais norteiam fundamentalmente o Sistema
METHAX.

4.1.4 Atividade específica do lodo anaeróbio

-1 -1
A atividade específica do lodo anaeróbio, expressa em kgDQO-CH . kgSSV .d , é um 4

parâmetro importante pois permite a quantificação do potencial de carregamento


orgânico de uma quantidade de lodo definida, a avaliação comparativa de qualida-
de e a detecção de agentes interferentes sobre a qualidade do lodo.

A atividade específica (T = 30 °C) do lodo de esgoto digerido, varia de 0,08 kgDQO-


-1 -1 -1 -1
CH . KgSSV .d para lodos concentrados (5% SSV) até 0,2 kgDQO-CH . kgSSV .d
4 4

para lodos de baixa concentração (1,5% SSV).

Na literatura técnica encontra-se reportadas atividades específicas (T = 30 °C) de


lodo granulado (desenvolvido a partir de lodo de esgoto digerido) da ordem de 1,0
-1 -1
- 1,4 kgDQO-CH . kgSSV .d para despejo do processamento de batata, 1,3 kgDQO-CH
4 4
-1 -1
. kgSSV .d para despejo da fabricação de açúcar de beterraba e 2,2 KgDQO-CH . 4
-1 -1
kgSSV .d para mistura de ácidos graxos voláteis.

Deve-se acrescentar ainda que a atividade específica do lodo anaeróbio seja al-
tamente dependente da temperatura.

4.1.5 Características básicas do reator de fluxo ascendente com leito de lodo

O reator anaeróbio de fluxo ascendente com leito de lodo foi desenvolvido na Uni-
versidade de Wageningen, Holanda, a partir do início da década de 70, pela equi-
pe do professor Gatze Lettinga e colaboradores.

Uma representação esquemática deste tipo de reator encontra-se na Figura 05.

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B IO G A S

EFLUE NTE
TR ATAD O

CO LETA
DE G AS

L E IT O
DE S U B ID A
LO D O DO
G AS

ENTR A DA
EFLUE NTE

Figura 05 – Esquema do reator anaeróbio UASB.

Este reator é constituído basicamente de um tanque onde se localiza na parte su-


perior um aparador trifásico sólido/líquido/gás, o que confere ao equipamento ele-
vada capacidade de retenção de sólidos. O despejo a ser tratado é distribuído uni-
formemente no fundo do reator e escoa através de uma camada de lodo biológico
ativo (leito de lodo), onde os poluentes orgânicos são biodegradados. O gás pro-
duzido, resultante da estabilidade anaeróbia da matéria orgânica, ao atingir o apa-
rato separador interno, é encaminhado, através de placas refletoras, à câmara de
acúmulo de gás. O líquido contendo partículas em suspensão e eventualmente
lodo biológico disperso, oriundo da câmara de reação, escoa através da abertura
entre placas do separador trifásico atingindo a zona de decantação. Nesta região,
o escoamento crescente, proporcionado pela separação prévia do gás e, a carga
superficial aplicada, permite a sedimentação de sólidos em suspensão. As partícu-
las sedimentadas retornam à zona de reação com auxílio das paredes inclinadas
do separador interno, contribuindo assim para o enriquecimento do leito de lodo.

O líquido tratado deixa o sistema por transbordamento em calhas coletoras de e-


fluentes, convenientemente distribuídas no topo do reator.

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As condições básicas para um sistema de tratamento anaeróbio de alta taxa são:

• Alta capacidade de retenção de lodo biológico.


• Alta atividade específica do lodo retido.
• Bom contato entre o lodo biológico e o despejo.

O reator anaeróbio de fluxo ascendente com leito de lodo tem demonstrado um


efetivo cumprimento dos requisitos fundamentais em escala piloto e escala plena,
proporcionando a obtenção de elevadas eficiências, em condições de altas taxas
de carregamento.

4.2 Partida, Desequilíbrio do Processo e Controle do Processo Anaeróbio

4.2.1 A Partida

4.2.1.1 Introdução

Devido à parte mais critica durante a partida da planta anaeróbia inteira ser o rea-
tor propriamente dito, a partida deste reator será discutida em detalhes muito mai-
ores do que a dos outros equipamentos. Partida deverá ser dada a todos os equi-
pamentos mecânicos, é claro, de acordo com as especificações dos fabricantes.

4.2.1.2 Inoculação de lodo

Idealmente o reator deverá ser inoculado com uma quantidade de lodo granular
igual a 30 - 40% do volume do reator. É possível dar partida ao reator num período
de tempo muito curto desde que o lodo inoculante se origine de uma planta onde
as circunstâncias são as mesmas ou quase as mesmas. Além disso, a inoculação
com uma quantidade grande de lodo ajuda evitar caminhos preferenciais e fornece
um tampão para acomodar incidentes menores tais como variações de pH, cargas
de choque ou a presença de compostos inibidores.

Entretanto, pelo fato do lodo ser comprado e transportado; ambos aumentam ain-
da mais o custo, freqüentemente usa-se menos lodo para a inoculação. Mas 10%
do volume do reator com lodo granulado é o mínimo absoluto para completar a
partida dentro de aproximadamente 3 semanas, mas isto nem sempre é factível.

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Antes de comprar o lodo inoculante, o mesmo deverá ser caracterizado: o teor de
SST e SSV, atividade metanogênica e porcentagem de biomassa granulada deve-
rão ser determinadas.

4.2.1.3 Taxa de aplicação inicial

Tão logo o lodo esteja dentro do reator, o mesmo está pronto para ser alimentado.
Durante a partida, deverá ocorrer o mínimo de variações possíveis na alimentação
do reator.

Especialmente durante a partida é importante que:

• O pH do efluente esteja constantemente numa faixa boa,


• Picos na taxa de aplicação não deverão ocorrer,
• A concentração do SST do afluente esteja o mais baixa possível,
• Nutrientes sejam acrescentados em quantidades suficientes,
• O afluente é pré-acidificado no mínimo 30% antes de entrar no reator,
• A temperatura seja razoavelmente constante.

Durante a partida o pH do afluente é mantido mais alto porque mais ácidos orgâni-
cos acumulam-se e diminuem o pH se a alcalinidade for baixa demais.

A taxa em que o reator pode ser alimentado inicialmente depende da quantidade e


atividade do lodo e da temperatura dentro do reator.

O lodo deverá ser carregado a aproximadamente 50% da sua atividade máxima


naquela temperatura. Se por exemplo, um reator de 2.000 m3 for semeado com
400 m3 de lodo de inoculação com um SST de 9% (90 kg/m3) e 70% de matéria
orgânica, e uma atividade de lodo de 0,8 kg DQO/kg SSV.d então a quantidade de
DQO removível que pode ser alimentada é:

400 x 90 x 0,70 x 0,80 x 0,5 = 10.080 kgDQO/dia.

Espera-se que o DQO esteja biodegradável em 75%, o valor real do DQO que po-
de ser alimentado será:

10.080 / 0,75 = 13.440 kgDQO/dia.

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Se a temperatura é abaixo de 30 ºC, a taxa de carga deverá ser diminuída de a-
cordo com Figura 6; a 10 ºC em aproximadamente 5% da sua capacidade máxi-
ma; a 15ºC em aproximadamente 10%; a 20ºC em aproximadamente 15%; a 25ºC
em aproximadamente 25%; a 30ºC ou mais alto em aproximadamente 50%. Assim
a taxa de aplicação pode ser aumentada gradativamente na medida em que a
temperatura aumente.

Figura 06 – Atividade específica das bactérias mesofílicas, em relação à tempera-


tura comparada à atividade a 35ºC (=100%) (de acordo com Henze, Harrenoes,
1983).

4.2.1.4 Aumentando a taxa de aplicação

Os parâmetros críticos que determinam se a taxa de aplicação pode ser aumenta-


da são as concentrações de acidez do efluente e do reator, o pH do lodo e do e-
fluente e, a uma extensão menor: o arraste de lodo, eficiência de remoção de
DQO e a produção de gás.

A taxa de carga pode ser aumentada em 10 a 25% se:

• Acidez do efluente for menor que 100 mg/L;


• pH do efluente é 6,5 ou maior;
• Nenhuma lavagem excessiva de lodo para fora ocorre.

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4.2.1.5 Mais detalhes sobre a operação durante a partida

Durante a partida é normal que a remoção de DQO é de 10 a 20% menor que a


esperada. Se a remoção de DQO for ainda menor, usualmente a acidez é alta e a
taxa de aplicação não pode ser aumentada. Se a concentração não é muito mais
alta que no tanque de pré-acidificação e a remoção do DQO for baixa, significa
que nada esta acontecendo dentro do reator e que:

• Muito pouco lodo esta presente ou;


• O lodo não esta fazendo bom contato com o afluente ou;
• O lodo está completamente inibido ou morto.

No ultimo caso, entretanto, acidificação usualmente ainda ocorre, porque as bacté-


rias acidogênicas normalmente sobrevivem onde as bactérias metanogênicas mor-
rem.
Pode acontecer que o lodo não esta fazendo bom contato com a água por que:

• O lodo não foi bem distribuído sobre a superfície do reator;


• Parte do sistema de distribuição de afluente está bloqueada;
• A camada de lodo é espessa demais; a mistura não está adequada.

A taxa de aplicação deverá ser diminuída se:

• A acidez do meio é maior que 700 mg/L ou se;


• O pH do efluente é 6,3 ou menor, ou se;
• Ocorre lavagem para fora excessiva de lodo (>10 mL/L).

A alcalinidade do efluente deverá ser mantida em pelo menos 750 mg/L, para evi-
tar que o pH do reator decresça imediatamente caso houver um acumulo de aci-
dez.
Para fazer isto, pode-se acrescentar soda cáustica.
Durante a partida é melhor determinar a acidez e o pH logo acima (aproximada-
mente 0,5 m) do leito de lodo. Assim detecta-se com mais rapidez se há acumulo
de acidez ou não, e podem-se tomar providências mais cedo.

Se for inoculada uma quantidade pequena demais de lodo, ou lodo de qualidade


inferior for usado, pode levar alguns meses a mais para alcançar as condições do
projeto.

Se os sólidos lavados fora são compostos principalmente de lixo, tais como mate-
rial disperso bem fino, plástico ou fibras, isto não será um problema, mas pode até
ser um pré-requisito para alcançar um bom desempenho.

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Se grânulos são lavados fora, a causa deverá ser determinada e eliminada.

Possíveis causas de lavagem para fora de grânulos são:

• Gordura, óleo ou graxa, fibras ou outros sólidos suspensos excessivos no


afluente.
• Má distribuição do afluente.
• A taxa de aplicação hidráulica é alta demais.
• A taxa de aplicação orgânica é alta demais, os grânulos não podem liberar
com rapidez suficiente o biogás produzido e, portanto, flutuam.

Pode haver uma necessidade de parar o sistema anaeróbio durante um período


devido à falta de efluente fornecido pela planta industrial. Isto pode durar de umas
horas até diversos meses (nas indústrias dependentes da safra).

Se nenhum efluente é fornecido durante um curto período, normalmente o nível no


tanque de equalização irá cair e a vazão da alimentação do reator irá parar auto-
maticamente e iniciarem-se outra vez quando o nível no tanque de equalização
aumentar outra vez.

Após a parada da alimentação do reator, a produção de gás irá decrescer gradati-


vamente, porém, a mesma não cessa; havendo a necessidade se manter o flare
aceso.

As bombas de nutrientes irão parar automaticamente, porque elas são relaciona-


das à vazão de afluente. As bombas químicas (ácido/soda) somente se forem ne-
cessário.

Se a planta de tratamento de efluentes for parada durante diversos dias, ou mais


do que uma semana, o flare e os equipamentos de dosagem para HCℓ e NaOH
podem ser parados. Logo antes da partida eles deverão ser reiniciados.

4.2.2 Desequilíbrios de Processo e Controle do Processo

4.2.2.1 Introdução

O desempenho estável de um reator DBOX é caracterizado por:

• Uma concentração constante da acidez no meio menor 100 mg/L


• Um pH constante do efluente
• Um teor razoável e constante de metano no biogás
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• Nenhuma perda de lodo granulado
• Alcalinidade estável no meio
• Uma eficiência de remoção de DQO razoavelmente constante
• Uma atividade constante do lodo

Desequilíbrios são caracterizados pela ausência de um ou mais destes fatores.

4.2.2.2 Desequilíbrios de Processo

Problemas com o reator anaeróbio são seguidos diretamente por:

• Um decréscimo no pH do efluente
• Um aumento na concentração constante da acidez do efluente
• Um decréscimo na produção do biogás
• Um aumento no teor de CO2 no biogás

Quando algo estiver inibindo as bactérias ou se o reator estiver sobrecarregado,


isto terá o resultado imediato num aumento na concentração da acidez do efluen-
te, que pode continuar aumentando se a inibição for severa e se nenhuma provi-
dência for tomada para combatê-la.

Devido a acidez não estar sendo transformada em metano, a eficiência de remo-


ção de DQO decresce. Dependendo da capacidade de tamponamento (alcalinida-
de) do conteúdo do reator, o pH decresce e o teor de CO2 do biogás irá aumentar.

Dependendo da causa da inibição, a atividade metanogênica do lodo irá decres-


cer, e assim por diante, e chegará a uma situação como na Figura 07 se nenhuma
medida adequada for tomada para eliminar a causa da ultrapassagem da capaci-
dade metanogênica.

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Figura 07 - O circulo vicioso de Desequilíbrios com o processo.

4.2.2.3 Prováveis Causas

As causas dos Desequilíbrios no processo podem ser:

• O pH do afluente é alto ou baixo demais


• O grau de pré-acidificação é baixo demais
• A temperatura do reator é alta ou baixa demais
• A carga orgânica é alta demais
• Componentes tóxicos
• Mistura do leito de lodo é insuficiente
• Nutrientes insuficientes

Se nenhuma das causas acima mencionadas esteja presente, então a fonte dos
desequilíbrios é provavelmente a composição do esgoto doméstico. Um compo-
nente inibidor pode estar presente para um curto período de tempo ou de repente
ser mais alto que normal, por causa de uma mudança no processo ou um despejo
acidental.

Se houver um aumento constante, mas lento nos valores de acidez no leito de lo-
do, com uma taxa de aplicação constante (TA), pode haver um componente inibi-
dor que pode afetar a atividade metanogênica dos microorganismos anaeróbios.

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No caso de problema com o processo, a taxa de aplicação do reator deverá ser
diminuída e, se for possível, água de diluição deverá ser acrescentada. Além dis-
so, a fonte deverá ser encontrada e o problema resolvido.

Se a quantidade de lodo ativo diminui, as seguintes possíveis causas deverão ser


verificadas:

• Gordura, óleo ou graxa, excessivos no afluente provocam uma camada em


volta do grânulo fazendo com que o mesmo flutue e seja lavado para fora,
• Arraste de lodo novo, porque o mesmo se afixa a sólidos que são lavados
para fora,
• Componentes tóxicos inibem o crescimento de lodo ou provocam a morte
das células,
• Substâncias como cal podem colocar uma capa em volta do grânulo, fazendo
com que o substrato não consiga penetrar no mesmo.

Em todos estes casos, o pré-tratamento deverá ser otimizado.

Se o problema for causado por sobrecarga orgânica, pode ser resolvido por dimi-
nuir a taxa de alimentação novamente. Se a sobrecarga foi tão severa que acidez
do efluente seja maior que 500 mg/L, soda cáustica deverá ser acrescentada na
pré-acidificação, para manter o pH do reator acima do valor critico de 5,6. Além
disso, água de diluição pode ser acrescentada. Ficar atento à temperatura do rea-
tor, que deverá permanecer aproximadamente ao mesmo nível.

Desde que o pH seja 7,0 a 7,5, a acidez volátil menor que 500 mg/L não tem ne-
nhum efeito negativo.

Normalmente o pH do efluente é mais alto que o pH do afluente. Se não for o ca-


so, a causa deverá ser encontrada. Uma das causas pode ser:

• Choques de pH ou grandes variações no pH do afluente.


• A capacidade de tamponamento da água é alta, então a conversão dos áci-
dos orgânicos não influi sobre o pH.
• Acidificação do afluente não acontece na pré-acidificação, mas sim no reator.

O que fazer com o problema de processo

Se for detectado um problema de processo e ocorrer um decréscimo na atividade,


deverão se verificar os seguintes pontos:

Verificar a composição do efluente em:


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• pH
• DQO
• Temperatura
• Grau de pré-acidificação
• Perfil de ácidos orgânicos voláteis
• SST

Verificar os parâmetros do processo:

• pH de pré-acidificação e do reator
• A acidez
• Temperatura do reator
• Os nutrientes
• A taxa de aplicação

• Verificar a acidez e fazer o balanço do DQO (veja os cálculos).


• Verificar se a dosagem de químicos, nutrientes é suficiente.
• Verificar o arraste de sólido.
• Fazer o perfil do lodo, verificar a atividade e calcular a taxa de carregamento
do lodo.
• Verificar a saída de materiais tóxicos e outros materiais que influenciam o
tratamento do efluente.
• Se o problema continua sem solução ou se precisam de ajuda, contatar o
departamento de tecnologia da Dedini S/A Indústrias de Base.

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4.3 Fundamentos do Processo de Lodo Ativado

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4.3.1 Introdução

Os principais procedimentos de controle para o sistema de lodo ativado estão con-


tidos nesta seção.

Tentativas têm sido feitas para descrever em detalhes a teoria e todas as medi-
ções disponíveis para o controle deste tipo de sistema biológico. O material em
anexo descreve as faixas de operação para os vários itens que envolvem o contro-
le do processo, procedimentos na investigação de defeitos e informações relevan-
tes ao bom entendimento do sistema.

O objetivo principal do sistema de tratamento é remover a matéria orgânica do


despejo, oxidando-a e estabilizando-a de tal maneira que minimizará qualquer e-
feito que sua descarga poderá causar ao meio ambiente.

Para o operador realizar este objetivo, é necessário conhecer a quantidade de:

• Despejo (alimento ou DBO)


• Microrganismos biológicos (atividade do lodo)
• Oxigênio ideal para o processo
• Quantidade suficiente de nutrientes
• Temperatura ideal para o desenvolvimento da atividade biológica.

O objetivo do pessoal de operação é o de manter os itens acima sob controle de


uma faixa ideal para que o objetivo desse trabalho seja atingido.

4.3.2 Parâmetros de Operação

O tratamento biológico foi projetado para admitir que a própria mistura aceite e
adapte as pequenas variações do despejo.

Ajustes no processo devem ser realizados pelo operador sempre que houver ne-
cessidade, para que a operação seja econômica e eficiente.

Sempre que possível, somente um ajuste deve ser feito por vez para permitir que
o tempo entre cada mudança seja suficiente para o processo responder e estabili-
zar.

Normalmente os ajustes realizados precisam de 24 a 36 horas para ter início à


visualização dos resultados.

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Os parâmetros que devem ser controlados pelo operador nesta planta são os se-
guintes:

• Oxigênio dissolvido.
• Concentração do lodo ativado e suas características microbiológicas.
• pH afluente.
• Temperatura afluente.
• Níveis de nutrientes no afluente.

Com o conhecimento dos parâmetros a serem controlados, o operador definirá os


ajustes ideais de operação, níveis de água, vazão de bombas, etc.

O conhecimento pessoal do operador ("feeling") também auxiliará como um moni-


tor visual, ou seja:

Tamanho dos flocos, cor e odor do lodo ativado, identificação da microflora bacte-
riana, etc.

Da posse das informações iniciais e com os resultados analíticos diários, o opera-


dor poderá avaliar e tomar as decisões referentes ao grau de ajuste necessário.

4.3.3 Oxigênio Dissolvido (OD)

Oxigênio dissolvido ou simplesmente OD, é um dos mais importantes parâmetros


para controle do sistema biológico aeróbio.

Apreciável quantidade de oxigênio é necessária para a síntese biológica da maté-


ria orgânica. Os microrganismos oxidam a matéria orgânica em formas mais sim-
ples a fim de sintetizá-las em novas matérias orgânicas e novas células bacteria-
nas. Para essa oxidação, os microrganismos utilizam o oxigênio dissolvido no sis-
tema biológico.

Visto que a biomassa (populações de microrganismos) é constituída de diferentes


populações microbianas que necessitam de diferentes condições para sobrevivên-
cia no meio, a concentração de OD precisa ser mantida a níveis compatíveis ao
crescimento de todos esses diferentes microrganismos.

O aparelho para medição do OD (sonda) deverá ser colocado no canal de saída


da zona de aeração onde o afluente bruto será aduzido.

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Se dificuldades são encontradas na obtenção da concentração de OD, verificar a
profundidade do manto de lodo no decantador e a taxa do retorno de lodo, que por
sua vez deve estar de acordo com a idade do lodo.

É importante manter a concentração de OD no tanque de aeração nos níveis re-


comendados, para evitar condições anaeróbias no decantador.
Alterações encontradas na concentração de OD no tanque de aeração podem ter
os seguintes significados:

• Diminuição na concentração de OD (< 1,0 mg /L). 2

• Aumento do volume ou da concentração do retorno de lodo.


• Aumento na concentração do SSTA.
• Aumento da carga de DBO afluente.
• Aumento do balanço de lodo.
• Diminuição da aeração.
• Eventual descarga de produtos químicos no sistema.

• Aumento na concentração de OD (> 2 mg /L). 2

• Diminuição do volume de retorno de lodo.


• Diminuição da concentração de SSTA.
• Diminuição da carga de DBO afluente.
• Parcial ou completa morte dos microrganismos (caracterizado pelo aumento
rápido de OD).
• Diminuição no balanço de lodo.

4.3.4 Concentração do Lodo Ativado e suas Características Microbiológicas

Lodo ativado é o termo aplicado à combinação de microrganismos e sólidos iner-


tes dentro do sistema biológico.

O sucesso da operação desse processo depende do controle adequado da quan-


tidade e qualidade desses sólidos.

Comumente, há 03 (três) MÉTODOS DE CONTROLE que podem ser utilizados


pelo operador para avaliar e controlar as condições do lodo ativado. São as se-
guintes:

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4.3.4.1 Controle do F/M

Um dos métodos mais utilizados está baseado na estabilidade da relação alimento


(F) e microrganismos (M) no sistema.

O termo alimento é comumente dado como o valor de DBO afluente ao sistema,


expresso em kgDBO/d.

O termo microrganismo é dado como a massa total de sólidos no sistema de aera-


ção, e também é expresso em kgss.

O uso do F/M como método de controle indica se a quantidade de matéria orgâni-


ca biodegradável que está alimentando o processo durante um determinado tem-
po coincide diretamente com a taxa de crescimento dos microrganismos. Por essa
razão, o ideal é manter relação definida entre esses parâmetros.

Com esse método, o operador pode variar a quantidade de microrganismos no


sistema em resposta às alterações da carga de DBO afluente.

Para controlar a quantidade dos microrganismos ativos disponíveis, o operador


deve fazer ajustes no descarte do lodo da planta.

A relação F/M para esta planta deverá somente ser estabelecida através de expe-
riências práticas.

Os dados devem ser obtidos comparando-se as eficiências de remoção de DBO


com a taxa de produção de lodo para diferentes valores de F/M, quando será de-
terminado com qual relação o sistema biológico trabalhará mais eficientemente e
com maior estabilidade.

O valor esperado da relação F/M como ideal para esta planta deve ser de 0,05 a
0,15 kgDBO/kgSS x d.

Geralmente, com valores muito baixos de F/M, teremos menor produção de lodo e
idade de lodo muito elevada. Inversamente, valor elevado de F/M resulta em ele-
vada taxa de produção de lodo e baixa idade de lodo.

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4.3.4.2 Idade do Lodo

A idade do lodo é também comumente referenciada como Tempo de Retenção de


Sólidos (SRT) ou Tempo de Residência Celular (MCT).

Este método de controle relaciona os sólidos presentes no sistema biológico com


a taxa de crescimento biológica.

Admitindo que esses sólidos sejam constituídos principalmente de microrganismos


vivos e que permaneçam no sistema por um determinado tempo (dias).

A idade de lodo média da planta será definida pela quantidade total de sólidos
presentes no sistema dividida pela quantidade total de sólidos que deixa o sistema
diariamente pelo decantador.

Total de Sólidos no Tanque de Aeração + Decantador


S.A. =
Sólidos Descartados + Sólidos Perdidos no Efluente Final por Dia

Para esse sistema, a idade de lodo recomendada é da ordem de (20 - 30) dias.

A idade do lodo tem revelado que diferentes espécies de microrganismos predo-


minam em uma planta biológica e são dependentes da idade ou do tempo que os
sólidos permanecem no sistema.

Em um tratamento biológico, muitos tipos de microrganismos podem ser utilizados


para remover os contaminantes orgânicos.

O lodo ativado, por tratar-se de um sistema de tratamento biológico, é necessário


não somente que o material orgânico (DBO) seja consumido, mas também que
esses microrganismos sejam capazes de formar flocos, que rapidamente irão se-
dimentar no decantador.

Portanto a idade do lodo está intimamente ligada à formação dos flocos e às ca-
racterísticas de sua sedimentabilidade.

O objetivo do operador ao utilizar esse método de controle visa determinar a idade


de lodo ideal para uma boa floculação biológica.

Depois, com a utilização de ajustes dos procedimentos de descarte do excesso de


lodos e a determinação da concentração ideal de lodo no tanque de aeração, atin-

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giremos a idade de lodo ideal para esta planta, que assim terá condições de ab-
sorver as variações da carga orgânica influente.

4.3.4.3 Exame Microscópico

Como anteriormente mencionamos, as unidades de tratamento biológico possuem


populações microbiológicas complexas e inter-relacionadas. Ademais cada mi-
crorganismo, em particular, possui sua própria curva de crescimento durante um
determinado intervalo de tempo, crescimento que depende também da carga or-
gânica influente, nutrientes e outros fatores tais como pH, temperatura, etc.
Através do exame microscópico diário, o operador poderá relacionar certos tipos
de microrganismos com a boa eficiência do tratamento e outros, com o baixo nível
de tratamento, além de obter rapidamente indicações do comportamento geral da
planta.

Uma vez que as formas de vida usualmente observadas são mais sensíveis do
que a maioria dos tipos de microrganismos, este método poderá fornecer uma in-
dicação prematura de mudanças no meio ambiente.
Esta advertência permitirá a adoção de medidas corretivas antes de o problema
ficar sério.

Um guia geral com informações sobre a predominância relativa das formas de vida
presentes em um sistema de lodo ativado segue abaixo:

Rizópodes ou Amebas

São muito resistentes à anaerobiose.


São formas transitórias durante a partida das instalações.

Em operação normal, pode ser indicação de uma tendência do lodo a degenerar-


se ou de sedimentos anaeróbios.

Encontra-se em algumas águas de indústria de fermentação quando submetidas a


uma fase de anaerobiose.

Sua forma varia a cada instante, pelo alargamento ou contração dos sendópodes,
que permitem avançar e engolir os alimentos, algas ou partículas vegetais em de-
composição.

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Zooflagelados

Podem resistir a um meio pouco oxigenado.

São poucos freqüentes em águas domésticas, salvo se estas contêm muita gordu-
ra e proteínas (comida, cozinhas).

Constituem às vezes a única população desenvolvida em lodos adaptados a cer-


tas águas industriais que contém fenóis ou produtos de síntese orgânica.

Primeiras espécies desenvolvidas que aparecem em lodos jovens.

Aspidisca

Pequeno ciliado, com aspecto de um crustáceo que se movimenta com bastante


rapidez pela superfície dos flocos, graças a seus "tentáculos" frontais e anais.

Encontra-se muito difundido nos lodos ativados adultos, formados em águas de


toda origem.

Epistylis

Ciliado agrupado em forma de grumos densos.

Característico de lodos ativados que estão envelhecendo e relativamente bem o-


xigenados.

Assume com freqüência o lugar das Vorticellas, quando as águas residuais urba-
nas contêm uma produção considerável de despejos industriais diversos.

Operculária

Ciliado agrupado em "grumos" soltos.

Característico dos lodos ativados que alcançam uma fase de crescimento lento em
certas águas industriais.

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Vorticellas

Ciliado agrupado com pedúnculo não ramificado. São freqüentes 02 (duas) espé-
cies:

• Vorticella micróstoma (de boca pequena).


• Vorticella micróstoma (de boca grande).

Este predador, muito freqüente, é característico de lodos adultos em bom estado,


bem oxigenado e em instalações que funcionam com cargas médias ou fortes.

Acineta

Ciliado com forma resistente que se encontra com bastante freqüência em lodos
que tratam águas residuais industriais com grande carga.

Lionotus

Ciliado nadador e que se arrasta na superfície dos flocos.

Este gênero é muito freqüente em lodos que se encontra em fase de boa forma-
ção, antes da aparição dos ciliados agrupados e em instalações que funcionam
em condições normais de carga.

Exigem bom grau de oxigênio (mais de 1 mg/L OD).

Paramecium

É um ciliado típico, com uma cavidade bocal marcado rodeada de um perístoma


de cílios especiais 02 (dois núcleos mais ou menos distintos e 02 (dois) vacúolos
contrácteis fixos).

Este organismo livre, nadador é uma forma bastante resistente que se encontra na
parte superior dos lodos mal oxigenados, no tratamento de águas residuais urba-
nas ou da indústria alimentícia.

Outras espécies menos freqüentes têm características ecológicas parecidas, po-


dendo-se citar: Colpidium, Frontomia, etc.

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Rotíferos

Organismos pluricelulares caracterizados por uma cabeça provida de uma coroa


de cílios e que, por transferência, deixa ver certo número de órgãos, tais como o
gânglio cerebral e o órgão mastigador.

O tronco ou abdômen compreende um estômago grande alimentado pelo esôfago,


assim como os órgãos genitais.

O órgão específico dos rotíferos é o pé segmentado, terminados por "dedos" e que


serve para sua fixação e deslocamento.

Estes organismos se encontram na superfície dos flocos.

Geralmente são visíveis e possuem antenas dorsais e laterais.

São bastante sensíveis aos tóxicos e às variações de carga.

Desenvolve-se em lodos em fase de envelhecimento, bem floculados e bem oxi-


genados.

São característicos, portanto da aeração prolongada.

Nematódeos

Organismos pluricelulares, vermiformes, recobertos de uma cutícula e que com-


preendem um sistema digestivo bem diferenciado, assim como os órgãos genitais.

A cavidade bocal é provida de um estilete prolongado que serve para prender as


presas importantes.

Estes organismos são característicos de lodos velhos ou, em vias de mineraliza-


ção.

Encontram-se freqüentemente em lodos que sofrem uma digestão aeróbia, assim


como nas camadas espessas dos leitos bacterianos.

São mais resistentes que os rotíferos e geralmente são índices de condições limi-
tes na vida aeróbia.

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Obs.:

Os protozoários (principalmente ciliados) e Rotíferos atuam como polidores do


efluente.

Protozoários consomem bactérias dispersas que não tenham floculado.

Rotíferos consomem pequenas partículas biológicas do floco, que não tenham


sedimentado.

A TABELA 03 apresenta os microrganismos indicadores das condições de depu-


ração:

TABELA 03. Microrganismos indicadores das condições de depuração

MICRORGANISMOS CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO


Predominância de flagelados e rizópo- Lodo jovem, características de início de
des. operação ou idade de lodo baixa
Deficiência de aeração, má depuração
Predominância de flagelados
e sobrecarga orgânica.
Predominância de ciliados peduncula-
Boas condições de depuração.
dos e livres.
Presença de Arcella (rizópode com te-
Boa depuração.
ca).
Presença de Aspidisca Costata (ciliado
Nitrificação.
livre).
Presença de Trachelophyllus (ciliado
Idade do lodo alta.
livre).
Presença de Vorticella micróstoma (cili-
ado pedunculado) e baixa concentração Efluente de má qualidade.
de ciliados livres.
Predominância de anelídeos do gênero
Excesso de oxigênio dissolvido.
Aelosoma.
Intumescimento do lodo ou bulking fila-
Predominância de filamentos.
mentoso (*).
(*) Para caracterizar o intumescimento do lodo é necessário avaliar os flocos.

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Há outros métodos que os operadores podem utilizar para controlar a planta de
tratamento.

Alguns são tão simples como a de manter uma determinada concentração de sóli-
dos no tanque de aeração; outros são tão complicados como o constante monito-
ramento da taxa de respiração dos microrganismos.

O importante é que o operador, através das suas experiências e erros encontre o


método (ou combinação e métodos) mais conveniente para usa implantação.

4.3.5 Concentração de Sólidos Suspensos no Tanque de Aeração (SSTA)

A concentração de sólidos suspensos no tanque de aeração (SSTA) é um parâ-


metro importante de operação do sistema de lodo ativado.
O nível da concentração mantida no tanque afetará diretamente a eficiência de
remoção do tratamento, visto que altera a relação F/M e a idade do lodo.

Normalmente, o tratamento biológico encontrará seu próprio nível operacional a-


pós um determinado período de tempo.

A concentração de SSTA deverá ser mantida na faixa de 3.000 – 6.000 mg/L.

A concentração deverá ser mantida nesses níveis através do controle da taxa de


retorno de lodo e procedimentos de descarte do excesso de lodo.

Adicionalmente, a concentração do OD afetará diretamente a concentração de


lodo, uma vez que ambos estão inter-relacionados pela atividade biológica.

4.3.6 Lodo no Decantador Lamelar

O nível varia de acordo com a carga hidráulica, concentração de SSTA e caracte-


rísticas de sedimentabilidade do lodo.

• A taxa de retorno de lodo diminuiu (verificar o mecanismo do decantador e


operação de retorno – limpeza com ar).

• Um excedente de lodo está presente no sistema biológico e, portanto, parte


deverá ser descartada.

• Uma cultura indesejável se desenvolveu no sistema provocando uma sedi-


mentação ruim.
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• Vazão afluente elevada causada por alterações no sistema de alimentação
da planta.

Sempre que a concentração de OD for 0 (zero) ou próximo na zona de "estoca-


gem" de lodo dentro do decantador, é muito fácil e rápido o lodo passar para a
condição anaeróbia.

Normalmente, o mecanismo clarificador proporciona a remoção necessária, mas


ocasionalmente parte do lodo poderá ficar no tanque, tendo início a anaerobiose.

Há situações que (isto pode causar odor fétido do lodo) em casos extremos o
manto de lodo chega a flotar, podendo dar uma falsa impressão de ser o mesmo
lodo do fundo. Uma maneira prática e rápida de se fazer uma verificação é através
da agitação do despejo.
O lodo saudável sedimentará novamente, mas o lodo anaeróbio subirá novamente
à superfície. Para renovação do manto, deve-se agitá-lo com uma haste alongada,
aumentar a recirculação do lodo e a quantidade de oxigênio até tudo voltar ao
normal.

4.3.7 Taxa de Retorno de Lodo (RAS)

No processo de lodo ativado, o ajuste do retorno de lodo é necessário para:

• Manter adequada a concentração de MLSS no tanque de aeração.

• Não permitir que o lodo do decantador entre na fase anaeróbia.

Normalmente, a recirculação do lodo em sistema de aeração prolongada, pode


operar numa faixa de 100 - 150% da vazão afluente.

A vazão de retorno de lodo afeta diretamente a concentração do SSTA no tanque


de aeração. O aumento no descarte do lodo é um recurso possível, para manter a
concentração de SST no tanque de aeração.

4.3.8 Produção e Descarte de Lodo

Para esse tipo de despejo, estima-se que a produção de sólidos deva ser aproxi-
madamente de 0,3 a 0,5 kg por kg de DBO removida.

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Este fenômeno é chamado de produção de lodo. Desde que tantos sólidos devem
ser descartados quando são produzidos, e que a produção é função das cargas de
sólidos suspensos e DBO afluentes, que são variáveis, o procedimento de descar-
te nem sempre poderá ser o mesmo. O operador deverá, entretanto, variar a dura-
ção do procedimento de descarte para assim ter sob controle a quantidade de lodo
que deve ser descartada, que por sua vez controlará a relação F/M e a idade do
lodo da planta.

Os principais indicadores de que o lodo precisa ser descartado são:

• Concentração de lodo maior do que a recomendada no reator aeróbio.

• Elevada quantidade de cinzas no lodo, indicando mineralização.

O melhor indicador prático para o operador de que o lodo precisa ser ou não des-
cartado, são as determinações diárias de SSTA e sua sedimentabilidade.

4.3.9 Sedimentabilidade do Lodo

Sedimentabilidade é o volume da interface sólido-líquido após 30 minutos de se-


dimentação da mistura do tanque de aeração em um cilindro graduado de 1.000
mL.

A sedimentabilidade do lodo ativado, embora não seja um teste verdadeiramente


válido, permite ao operador da planta verificar visualmente, em termos bem pla-
nos, a quantidade de SSTA (muito ou pouco) presentes no tanque de aeração e
também se o lodo biológico está floculando corretamente.

A observação da sedimentabilidade não fornece uma real indicação da concentra-


ção de SSTA. Somente o teste de Sólidos Suspensos fará isso. Contudo, após um
determinado período de operação, o operador será capaz de obter um paralelo
entre os dois testes e nesse caso, à seu critério, limitar esse programa através de
verificações periódicas.

No caso específico de Cervejaria, a faixa para este teste pode variar de 600 - 950
mL. Estes valores são gerais e precisam ser verificados pelo operador.

O teste de sedimentabilidade no lodo ativado deverá ser realizado imediatamente


após a coleta da amostra.

A amostra da mistura água-lodo deverá ser coletada próxima da saída do tanque


de aeração.
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Será determinada colocando-se 1.000 mL de amostra bem misturada para sedi-
mentar por 30 minutos em um cilindro graduado de 1.000 mL.

Ao final dos 30 minutos, o nível da interface água-sólidos deverá ser registrado.

4.3.10 Índice Volumétrico do Lodo (IVL)

IVL é o parâmetro que indica a "saúde" do lodo presente na planta de tratamento


ao sedimentar. É utilizado como um indicador antecipado de intumescimento de
lodo, o que muitas vezes indica crescimento filamentoso (Bulking), ou denitrifica-
ção.
Pela definição, é o volume em milímetros, ocupado por 01 (um) grama de sólidos
secos após a sedimentação por 30 minutos em um cilindro graduado de 01 (um)
litro da mistura água-lodo presente no tanque de aeração. Este parâmetro é tam-
bém conhecido como índice de Mohlman.

Este índice aumentará sempre que o lodo apresentar a tendência de sedimentar


mal ou ficar volumoso. Geralmente situa-se na faixa de 100 a 150 mL/g para um
lodo de boa qualidade e o valor encontrado não deve ser comparado com o de
outras plantas, uma vez que depende das características e concentração do SSTA
de cada planta.

O operador poderá utilizar este índice como indicador de início de um problema


que está se desenvolvendo na planta.

Por exemplo: se a planta está operando bem e apresenta um IVL de 100, o opera-
dor poderá concluir que se o IVL alterar rapidamente para 150, a planta poderá
estar com um problema latente em desenvolvimento.

Este índice é determinado da seguinte maneira:

Sólidos Sedimentados em 30 min (mL) x 1.000


IVL =
Concentração SSTA (mg/L)

Exemplo:

400 mL x 1.000
IVL =
6.000 mg/L

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IVL = 66 mL/g

Quando, porém o IVL calculado ficar próximo ou maior de 200 mL/g, o teste de
sedimentabilidade do lodo deverá ser realizado com diluição, para permitir melhor
observação das características do lodo presente no tanque de aeração.

A água utilizada na diluição da amostra deverá ser sempre o efluente final do tra-
tamento.

O resultado será expresso em IVL diluído e calculado da seguinte maneira:

Sólidos Sedimentados em 30 min (mL) x n x 1.000


IVL (mL/g) =
Concentração SSTA (mg/L)

Onde:

n = Número de diluições.

SSTA = concentração de sólidos suspensos no tanque de aeração na amostra


sem diluição.

4.3.11 Aspecto e cor do lodo

O lodo ativado de uma planta de tratamento de Esgotos Domésticos como esta,


terá aspecto floculento e cor marrom.

Como a concentração de OD pode chegar a valores próximos de 0 (zero) no de-


cantador, o lodo poderá ficar marrom bem escuro e em seguida preto. Neste últi-
mo caso ele atingiu as condições anaeróbicas e o tratamento não atingirá a efici-
ência esperada.

Em alguns casos, o lodo anaeróbio pode ser recuperado através de uma aeração
excessiva com recirculação de lodo máxima, mas se não resolver, será necessário
descartar esse lodo anaeróbio o mais rápido possível.

Se a cor do lodo é mais clara do que a normal, pode estar ocorrendo uma supera-
eração, cuja tendência dos sólidos é de sedimentar vagarosamente. Nesse caso,
reduzir a aeração.

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4.3.12 Odor

Operando adequadamente, o sistema apresentará um odor algo como mofo, não


agressivo.

Odor diferente é motivo para investigação e, se necessário, uma ação corretiva.


Odor químico pode indicar que um bio-inibidor pode estar sendo aduzido à planta
de tratamento.

O pH e a concentração do OD devem ser checados com freqüência para controle


de qualquer alteração no processo de respiração biológica.

Medidas corretivas devem ser tomadas para evitar a entrada desse material tóxico
à planta.

Odor alterado acompanhado de lodo de cor cinza ou preto, também pode indicar
que a carga afluente da planta aumentou ou que a concentração de OD no tanque
de aeração diminuiu.

O aumento da aeração e do retorno de lodo auxiliará a reduzir os efeitos do bio-


inibidor presente no despejo à carga afluente elevada e a baixa concentração de
OD.

4.3.13 Mineralização do Lodo

A mineralização presente é definida como a quantidade de sólidos que restou a-


pós a queima do lodo a uma determinada temperatura; indicada em um procedi-
mento analítico padrão.

As cinzas presentes (sólidos fixos) e os sólidos voláteis (o que queimou) caracteri-


zam a quantidade total de lodo analisado.

No sistema que é operado adequadamente a quantidade de cinzas presentes não


deve exceder 40% do peso total do lodo.

Para diminuir o índice de mineralização presente, o descarte de lodo precisará ser


aumentado a fim de permitir a produção de lodo fresco (novo), isto é, a relação
F/M precisará ser aumentada.

Se o F/M está muito alterado, teremos uma decantação ruim, então, o procedi-
mento de descarte precisará ser realizado cuidadosamente.

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Quando o F/M está elevado, indica que cada bactéria tem mais comida e reproduz
mais rapidamente, com o passar do tempo, a tendência é diminuir o valor de F/M e
dessa forma aumentar o índice de mineralização.

4.3.14 Tempo de Retenção e Vazão

O tempo de retenção e vazão são dois parâmetros que podem afetar drasticamen-
te a eficiência do sistema de tratamento de efluentes.

Durante a maior parte do tempo, o operador tem controle sobre a vazão afluente
da planta, que foi projetada para:

• Nominal: 167 m³/h (06:00 - 24:00 h)


• Total: 4.000 m³/d (24 h de geração)

No tanque de aeração, o tempo de retenção é importante para absorção da DBO,


pois irá permitir que os microrganismos permaneçam em uma atmosfera rica em
oxigênio por longos períodos.

Como resultado terá; aumento da idade do lodo, diminuição da DBO efluente e


com isso, aumento da eficiência do sistema.

Tempo de retenção muito curto resultará em uma baixa remoção de DBO e com
isso a remoção total da planta cairá significativamente.

Já o decantador é dimensionado com base em 02 (dois) parâmetros: carga super-


ficial e concentração de lodo no fundo.

No decantador a água passa por sobre os vertedores de saída enquanto os sóli-


dos sedimentam, para em seguida retornar ao tanque de aeração ou ser descar-
tado.

A taxa de escoamento superficial determina a área superficial necessária à sedi-


mentação, tanto que o deslocamento ascendente do líquido é lento o suficiente
para evitar a saída dos sólidos no efluente final.

A quantidade de sólido presente no meio líquido determina a profundidade neces-


sária à sedimentação, a fim de que o tempo seja suficiente para aumentar a con-
centração do lodo de fundo.

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4.3.15 Características Físico-químicas

4.3.15.1 pH

Muitos microrganismos crescem e se reproduzem melhor na faixa de pH entre 6,5


e 8,0 sofrendo alteração na faixa de 6,0 a 9,0.

Abaixo do pH 6,0 a concentração hidrogeniônica no despejo pode ser tóxica, en-


quanto que com pH acima de 9,0 a concentração hidroxílica pode ser inibidora. A
morte dos microrganismos não deve ser completa, a não ser que o pH fique abai-
xo de 4,5 ou acima de 10,5.

Devido à formação de dióxido de carbono (CO2) no processo aeróbio, pode-se


verificar a redução do pH da entrada até a saída do tratamento.

O pH também desempenha papel importante no controle do desenvolvimento de


filamentosos, que será discutido mais adiante.

4.3.15.2 Temperatura

Microrganismos biológicos reagem à temperatura da mesma maneira que muitas


reações químicas. A taxa de reação aumenta com temperaturas altas e diminui
com temperaturas baixas.

Adicionalmente aos efeitos microbiológicos, as mudanças de temperatura no des-


pejo afetam a taxa de transferência de oxigênio do sistema de aeração e as carac-
terísticas de sedimentação dos sólidos no decantador.

4.3.15.3 Nutrientes

Microrganismos necessitam de quantidades definidas de certos elementos nutrien-


tes para a formação do protoplasma.

Também é necessário para os microrganismos terem um pequeno excesso de


diferentes nutrientes para reprodução de suas taxas ideais. Para tratamento de
esgotos domésticos não há necessidade de dosagem de nutrientes, pois as
quantidades existentes no meio já são suficientes para atender a necessida-
de do processo.

Quando Nitrogênio e Fósforo são deficientes, estes elementos devem ser adicio-
nados ao despejo através de uma relação básica, que depende da carga de DBO
afluente. A relação adotada para este projeto foi a seguinte:
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DBO:N:P = 100:5:1

Os nutrientes, caso adicionados ao sistema, podem ser obtidos no mercado inter-


no sob uma grande variedade de composições e formas.

Os nutrientes selecionados poderão ser os seguintes:

• Nitrogênio: CO-(NH2)2; Uréia, grau industrial.


• Fósforo: H3PO4; Ácido Fosfórico, grau industrial.

Para determinar e monitorar essa deficiência, testes de Nitrogênio Total Kjeldahl e


Fósforo Total devem ser realizados no despejo bruto. Eventualmente, para evitar
uma super dosagem, testes periódicos também devem ser realizados no efluente
final do tratamento.

4.3.16 Microrganismos

No campo do tratamento de despejos, variados tipos de microrganismos são utili-


zados no processo de tratamento biológico.

Engenheiros sanitaristas classificam estes microrganismos de maneira um pouco


diferente dos microbiologistas.

Essas classificações são: bactérias, fungos, algas, protozoários, rotíferos, crustá-


ceos e vírus. Para um operador atento ao controle do sistema de lodo ativado in-
dustrial, os principais microrganismos chegam a formar famílias como as bactérias
e protozoários.

Os outros são mais difíceis de encontrar e raramente utilizados como indicadores


de controle serão um determinado período de problemas.

Uma das leis básicas da natureza é que tudo segue o caminho da melhor resis-
tência.
Dessa maneira, as partículas orgânicas de menor tamanho são removidas antes
das maiores, Os organismos do grupo bacteriano removem a maioria da DBO so-
lúvel, enquanto que os protozoários alimentam-se das bactérias e particulados
para estabilizar o despejo. Os protozoários também removem as bactérias isola-
das antes de pegar os grandes grupos floculados.

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As condições para sobrevivência dos protozoários é que eles precisam ter no mí-
nimo 1,0 mg /L de OD durante todo o tempo e que sejam somente submetidos a
2

cargas orgânicas baixas e estáveis.

Uma vez submetidos a flutuações extremas, os protozoários morrem. Como eles


crescem muito vagarosamente, geralmente precisam mais de uma semana para
crescer o suficiente e se recuperar. São, portanto, organismos que precisam ser
observados constante e cuidadosamente no sistema.

As características desses 02 (dois) grupos microbianos são as seguintes:

4.3.16.1 Bactérias

É o grupo de microrganismos mais importantes na remoção da DBO.

É um organismo celular, que cresce pelo resultado do metabolismo do alimento


solúvel. Sua taxa de reprodução é muito alta e são necessários aproximadamente
15 minutos para ocorrer a divisão bi-celular.

Cresce na forma de bastonetes, cocos e espiralados e como células isoladas, em


cachos ou em "correntes".

O formato mais comum é o unicelular, bastonete móvel.

Bactérias são muito difíceis de serem observados, necessitando de um bom mi-


croscópio, que possibilita aumentos muito grandes. São melhores observados em
meios coloridos e o tamanho médio varia de 1,5 por 1,0 micra.

A maioria das bactérias nos sistemas de tratamento de efluentes é facultativa: isto


é, elas têm a capacidade para se desenvolver tanto em ambientes aeróbios como
anaeróbios. Onde o OD livre está presente, a bactéria facultativa sempre se meta-
boliza aerobicamente.

Estes organismos são geralmente mais resistentes às variações de pH, vazão,


temperatura e carga do que qualquer outro organismo no lodo ativado.

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4.3.16.2 Protozoários

É um microrganismo unicelular, que metaboliza tanto orgânicos solúveis como


insolúveis e geralmente com a missão para remover a bactéria não sedimentável,
clarificando assim o efluente.

Estão agrupados de acordo com suas características físicas:

Amebas: movimentam-se através de prolongados protoplasmáticos que se for-


mam em qualquer ponto da célula.

Flagelados: movimentam-se através de flagelos, com forma de filamento alonga-


do (geralmente mais longo que a célula) que, em número de um, dois, quatro, seis
ou oito, executam movimentos ondulatórios na água, que impulsionam o animal
para o mesmo lado ou para o lado oposto ao da inserção do flagelo.

Ciliados: sua locomoção se realiza através de cílios, que são filamentos muito
curtos, que se distribuem geralmente por todo o corpo do animal realizando bati-
mentos coordenados rítmicos.

Os protozoários são observados com aumento de 100 vezes e são todos identifi-
cados pela aparência. Eles são muitas vezes maiores do que as bactérias.

Seu crescimento está relacionado com a sua capacidade de obter alimento. Sua
velocidade de reprodução é menor do que a da bactéria.

Protozoários utilizam bactérias como alimento. Sua capacidade para também me-
tabolizar complexos orgânicos insolúveis é muito importante em um processo de
tratamento biológico.

Protozoários precisam durante todo tempo se proteger das cargas orgânicas ele-
vadas e outras variáveis, pois quase sempre provocam a morte desses microrga-
nismos.

Protozoários necessitam no mínimo de 1,5 mg/L de OD.

4.3.17 Microrganismos Filamentosos

Um problema operacional comum com o processo de lodo ativado é a perda de


sólidos junto com o efluente final causado pelo lodo volumoso (BULKING).

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Lodo ativado volumoso ou intumescido é o lodo no qual os sólidos não se sepa-
ram ou sedimentam rapidamente do líquido.

O lodo intumescido normalmente é atribuído à presença de microrganismos fila-


mentosos, embora em raras ocasiões o lodo volumoso não filamentoso possa
também ocorrer.

Os organismos que provocam esse fenômeno são caracterizados por estruturas


finas e compridas, como fios de cabelo, mencionados pelos microbiologistas como
forma filamentosa, por isso a origem do termo "crescimento filamentoso".

A ocorrência do crescimento é geralmente atribuída a um desequilíbrio em algum


dos parâmetros vitais do processo biológico, como a deficiência de nutrientes,
uma baixa concentração de OD, uma flutuação do pH ou elevada carga orgânica.

A incidência do lodo volumoso tende a ocorrer em despejo carregado com amido


ou açúcar, como os provenientes de indústrias de laticínios, cervejarias, papel e
celulose, etc.

A possibilidade da proliferação filamentosa periódica é compreensível neste tipo


de plantas, devido à natureza do despejo.

A diminuição bem como o aumento do oxigênio dissolvido pode ser obtida na es-
tação de tratamento atuando sobre os parâmetros a seguir discriminados:

• Nível de oxigênio no tanque de aeração.

• Recirculação de lodo de fundo do decantador. Aumentando a recirculação


cresce o requisito de oxigênio do sistema para as reações endógenas, pro-
vocando uma diminuição de oxigênio dissolvido em paridade de condições
de aeração. A diminuição da vazão de recirculação terá obviamente efeito
contrário. A variação da recirculação do lodo repercute também sobre os pa-
râmetros de operação, especificamente carga maciça (kg DBO5 /kg SS x h) e
carga volumétrica (kgDBO / m³ x d), modificando a sua atuação.
5

• Vazão de ar no tanque de contato.

De fato sob condições de lodo normal verificamos que um pequeno número de


organismos filamentosos geralmente estará presente. De qualquer maneira, alte-
rações na concentração de SSTA podem induzir o rápido aumento no seu número.
Uma vez que intensa infestação está presente, será difícil a sua eliminação sem
uma medida drástica e um possível impacto sério no efluente final.

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Os exames microscópicos diários no lodo e uma cuidadosa revisão dos números
do IVL ajudam a reconhecer o aparecimento do lodo volumoso filamentoso, que
quando identificado, pode ser tratado antes da situação continuar e se agravar.

Estes organismos são fáceis de se observar ao microscópio, contudo a identifica-


ção do tipo específico do filamento é mais difícil e pode processar da assistência
de um microbiologista externo, que pode envolver custos elevados.

Geralmente, as medidas de controle para impedir a proliferação de filamentosos


podem ser resumidas da seguinte maneira.

4.3.18 Parâmetros de controle

4.3.18.1 Controle de Oxigênio Dissolvido


Alguns organismos filamentosos são estritamente aeróbios e podem somente so-
breviver em um meio ambiente altamente oxigenado. Com estes tipos é possível
limitar seu crescimento pela diminuição do oxigênio introduzido e permitindo assim
que o sistema fique levemente anaeróbio por um curto espaço de tempo.

Porém, outros tipos de microrganismos filamentosos rapidamente se desenvolvem


em meios com baixa concentração de OD. Estes podem ser eliminados pelo au-
mento do seu suprimento do oxigênio.

4.3.18.2 Controle do pH

Certos organismos filamentosos não podem sobreviver a pH acima de 9,0; porém,


se desenvolvem a pH abaixo de 7,0. Da mesma maneira, o oposto é verdadeiro.

Esses tipos de microrganismos podem ser eficazmente tratados através de sim-


ples métodos de controle de pH.

4.3.18.3 Tratamento Químico

Métodos com controle químico variam com o uso de microbicidas específicos para
determinados tipos de organismos até a utilização de desinfetantes ou oxidantes.
Estes últimos são aplicados pela teoria, os organismos filamentosos, pela sua
forma, possuem uma área superficial maior do que a maioria dos outros tipos de
organismos presentes na mistura do tanque de aeração.

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Esta área superficial faz deles mais suscetíveis ao ataque de agentes químicos. A
concentração e dosagem desses produtos químicos são ajustadas de tal maneira,
que somente os organismos indesejáveis são atingidos.

O tratamento químico deve ser utilizado cautelosamente. É prudente iniciar o tra-


tamento com dosagem inferior e em seguida aumentar gradualmente, do que ini-
ciar logo com uma dosagem excessiva.

A dosagem é aplicada continuamente no sistema de retorno de lodo até que o IVL


seja reduzido às faixas aceitáveis de operação.

A dosagem de desinfetante poderá variar, dependendo do produto químico que


será utilizado, por exemplo: dosagens de cloro entre 10 e 20 mg/L têm sido bas-
tante eficazes.

Dosagens de 100 mg/L ou até maiores de peróxido de hidrogênio (H2O2), também


têm sido bem sucedidas no controle do lodo volumoso.
Normalmente o uso de produtos químicos no controle dos organismos filamento-
sos resulta na produção de efluente final com turbidez elevada durante todo o tra-
tamento até que os organismos filamentosos sejam controlados.

Uma pesquisa organizada para encontrar o tratamento químico ideal para o lodo
volumoso é necessária e as recomendações básicas são:

1. Identificar o lodo volumoso por fatores tão simples, como: operação deficien-
te, lodo defloculado com aparência de escuma, lodo flotado e lodo séptico.
As características do lodo volumoso (BULKING) são:

1.1. O lodo sedimenta e deixa o sobrenadante claro, mas o IVL é elevado nor-
malmente (maior do que 180 mL/g).
1.2. Baixa concentração de sólidos no lodo.
1.3. Altura do manto de lodo elevada no decantador.

2. Determinar se o lodo volumoso é filamentoso ou não filamentoso, através de


exame microscópico da mistura do tanque de aeração e do retorno de lodo.

Se o lodo volumoso não é filamentoso, clorar o retorno de lodo com dosagens que
podem variar de 5 a 10 mg/L.

Se o lodo é filamentoso, observar o item 3 abaixo.

3. Determinar se os organismos filamentosos são bactérias ou fungos. Se forem


fungos que provocam o lodo volumoso, procurar o problema no despejo in-
dustrial. Tratar com biocida.
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Se os organismos presentes são bactérias filamentosas responsáveis pelo BUL-
KING, tentar identificar o tipo de filamento se possível e observar o item 4 abaixo.

4. Procurar a origem do desenvolvimento maciço das bactérias filamentosas no


despejo bruto ou no sistema de retorno de lodo. Se a origem do desenvolvi-
mento da bactéria filamentosa é encontrada no esgoto bruto, desinfetante
deverá ser utilizado para eliminá-las.

Se as bactérias filamentosas estão se desenvolvendo no lodo ativado, observar o


item 5 abaixo.

5. Escolher como diretriz básica um dos seguintes pontos:

5.1 “Matar" todo o lodo e começar o tratamento novamente.

5.2 Utilizar um desinfetante no retorno de lodo.

5.3 Utilizar um floculante ou um auxiliar de floculação (polieletrólito) para aumen-


tar o peso do floco, melhorar a sedimentação e assim diminuir o valor do IVL.

6. Estabelecer os objetivos, agir com rapidez e proceder ao controle para o tra-


tamento corretivo escolhido.

7. Realizar o tratamento corretivo e levantar dados para avaliação.

8. Acompanhar os itens 5 até o 7. Se bem sucedido, continuar o tratamento;


caso contrário, voltar ao item 5 acima e tentar outro tratamento.

Outros métodos são capazes de auxiliar a controlar ou eliminar o lodo volumoso


por um longo período como: aumentando a idade do lodo, adicionando nutriente
como nitrogênio e fósforo; aumentando a taxa de retorno de lodo ou ainda aumen-
tando ou diminuindo a taxa do oxigênio aplicado.

4.3.18.4 Carga de Choque

Carga de choque é um distúrbio que pode ocorrer ao sistema subitamente devido


a qualquer um (ou mais) dos seguintes fatores: flutuações de pH, alterações da
vazão e temperatura, elevada carga orgânica presença de elementos tóxicos, etc.
Neste caso, a morte completa ou parcial dos microrganismos pode ocorrer.

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4.3.18.5 Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

DBO é a quantidade estimada de oxigênio necessária para oxidar e estabilizar a


matéria orgânica biodegradável do afluente. A oxidação da DBO é uma reação em
duas fases. Inicialmente, a matéria orgânica presente no efluente bruto é utilizada
pelos microrganismos para produção de energia e crescimento. Isto resulta na
utilização do oxigênio do meio com crescimento de novos microrganismos.
Quando os orgânicos originalmente presentes no efluente são removidos, os mi-
crorganismos continuam a utilizar o oxigênio para a auto-oxidação ou metabolismo
endógeno de sua massa celular. Quando toda a massa celular está completamen-
te oxidada, somente o resíduo celular não biodegradável (cinzas) permanece e
então a reação está completa. Esta fase é definida como a última DBO.

A taxa de reação durante a primeira fase (ou fase de assimilação) é de 10 a 20


vezes mais rápida do que a oxidação endógena e a oxidação total da massa celu-
lar geralmente poderá ultrapassar os 20 dias. Como a primeira fase da reação é
completada com uma velocidade muito rápida, DBO convencionalmente registrada
com o valor de 5 dias - DBO5.
Dentro de um período de 20 dias, a oxidação é de 95% a 99% do total e de 60% a
70% num período de 5 dias.

Diferentes tipos de microrganismos preferem diferentes tipos de despejos como


fonte de alimento. Com isso, cada teste de DBO deve ser realizado com microrga-
nismos que tenham sido aclimatados ao despejo, ou o resultado do teste poderá
ser muito baixo. Assim, é recomendável que o analista mantenha no laboratório
uma cuba aerada com o efluente do decantador, que deve ser utilizado como se-
mente no teste de DBO.

Uma vez aclimatado, os microrganismos podem fácil e eficientemente reduzir a


DBO, mas se as características do despejo bruto são muito alteradas, a eficiência
do tratamento será reduzida e no caso de uma alteração repentina maior (carga
de choque), os microrganismos podem morrer imediatamente.

4.3.18.6 Demanda Química de Oxigênio (DQO)

Os 5 dias de espera para ser obter resultados do teste de DBO fez com que fosse
desenvolvido um teste mais rápido. Este teste é a Demanda Química de Oxigênio
(DQO). Como o nome sugere, o teste é a medida do oxigênio necessário para oxi-
dar quimicamente os poluentes presentes no despejo.

O valor da DQO sempre é maior do que o da DBO5, pelo simples fato de que de-
pende da complexidade dos orgânicos presentes no despejo, ou seja, da maior

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facilidade com que grande número de compostos possa ser oxidados quimicamen-
te do que biologicamente.

Deve ser notado também, que normalmente a relação DQO/DBO é menor no eflu-
ente bruto do que no efluente final.

Para muitos tipos de despejos é possível correlacionar os valores da DQO com a


DBO. Isto é vantajoso porque a DQO é determinada em apenas 3 horas, ao passo
que a determinação da DBO leva 5 dias. Nesse caso, os valores devem ser che-
cados periodicamente.

4.3.18.7 Relação Alimento-Microrganismo (F/M)

A relação F/M é um termo utilizado para descrever a razão de carga do material


biodegradável afluente ao sistema de tratamento. A "comida" é comumente ex-
pressa como valor da DBO afluente em kg/d ao sistema de lodo ativado.

O valor de microrganismo é tomado muitas vezes como a concentração de SSTA


presente no tanque de aeração, expresso em kg/d.

Essa quantidade de microrganismo é calculada pela multiplicação do valor da


concentração de SSTA (determinada pelo teste diário) pelo volume do tanque de
aeração em m³.

A relação F/M pode ser calculada da seguinte maneira:

Xconcentração DBO x Q
F/M =
Yconcnetração SSTA x V

Onde:

X = Concentração DBO afluente (kg/m³)


Q = Vazão influente diária (m³/d)
Y = Concentração SSTA no tanque de aeração (kg/m³)
V = Volume tanque aeração (m³)

Exemplo:

X = Concentração DBO afluente = 84 mg/L = 0,084 kg/m³


Q = Vazão afluente diária = 1.920 m³/d
Y = Concentração SSTA no tanque de aeração = 4.000 mg/L = 4,0 kg/m³

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V = Volume tanque aeração = 450 m³

0,084 kgDBO/m3 x 1.920 m3/d


F/M =
4,0 kgSS/m³ x 450 m³

F/M = 0,09 kgDBO/kgSS x d

Como ele reflete a carga atual no sistema de tratamento, a relação F/M é uma ex-
celente ferramenta para determinar se o processo está sub ou sobrecarregado.

A relação F/M ideal para este tipo de despejo pode somente ser determinada pela
experiência operacional.
Esse valor pode ser determinado pela comparação das eficiências de remoção de
DBO e das taxas de produção de lodo para os diferentes valores de F/M, durante
certo período no qual o sistema trabalha com maior eficiência e estabilidade.

Normalmente, para plantas de lodo ativado como esta, (aeração prolongada) a


relação deve ficar na faixa de 0,05 - 0,15 kgDBO/kgSS x d.

Geralmente, um valor baixo de F/M resulta em níveis de baixa produção de lodo e


idade de lodo elevada.

Inversamente, valor elevado de F/M resulta em taxas maiores de produção de lodo


e menor idade de lodo.

Como ferramenta de controle o operador pode também utilizar o valor de F/M para
auxiliar na determinação do procedimento de descarte do excesso de lodo. A rela-
ção F/M diminui tanto quanto aumenta a concentração de microrganismos no tan-
que de aeração, uma vez que o alimento ou a carga de DBO influente permanece
relativamente constante. Quando o nível se aproxima do limite inferior da faixa
operacional, o operador pode tomar a decisão de descartar o excesso de lodo. Isto
resultará na elevação da relação.

4.3.18.8 Sólidos Suspensos (SS)

Os sólidos em qualquer líquido podem ser suspensos ou dissolvidos. Os sólidos


suspensos podem ser do tipo sedimentáveis ou não sedimentáveis. O decantador

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pode somente remover os sólidos sedimentáveis. Os sólidos não sedimentavam
e/ou dissolvidos faz parte da carga orgânica, que deve ser removida no sistema
biológico.

No tanque de aeração, os sólidos são chamados de SSTA ou sólidos suspensos


da mistura líquida devido a sua mistura com o lodo reciclado.

Nos outros casos, os sólidos são chamados sólidos suspensos. Em alguns casos,
o SSTA inclui areia, argila, fibras, bactérias e protozoários e algo mais que possa
ser filtrada da água.

O SSTA precisa ser mantido aerado e bem misturado com o despejo para permitir
aos microrganismos remover os orgânicos (DBO) do efluente. Uma baixa concen-
tração de SSTA pode causar uma eficiência ruim na remoção de DBO ou também
uma sedimentação ruim do lodo. Por exemplo, se o lodo não sedimenta bem no
decantador, ele deverá ser retirado do sistema mais rápido do que acontece a re-
produção dos microrganismos.

Se a relação F/M é muito alta, tal como durante o início de operação, o lodo tam-
bém não deverá sedimentar bem.

4.3.18.9 Sólidos Suspensos Voláteis (SSV)

A discussão de "sólidos suspensos" pode referir-se também a sólidos suspensos


voláteis.

O teste de SSVTA inclui não somente os microrganismos, mas qualquer pano,


papel, fibra, etc. que são inflamáveis. Normalmente, não há quantidade suficiente
desses sólidos para causar problemas, mas é a única para realmente avaliar o
efeito deles sobre a biomassa. Em geral, qualquer ação tomada para aumentar o
SSTA também aumentará o SSVTA.

O SSVTA é dessa forma, o valor mais próximo dos sólidos ativos biologicamente
presentes no tanque de aeração do que o SSTA.

4.3.18.10 Sólidos Inertes

Estes são os sólidos voláteis que não são biodegradáveis em cinco dias como fi-
bras, partículas de graxa e óleo e microrganismos mortos; enfim, tudo o que é
medido como SSVTA.

Avaliar a porcentagem desses inertes na biomassa.

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Nesse caso, a porcentagem de inertes deve situar-se na faixa de 55% a 60% dos
SSV.

4.3.18.11 Material Flutuante

O material flutuante inclui todo o material que flutua na superfície da água, exce-
ção feita a lodo anaeróbio e pedaços de madeira.

Em quantidades moderadas no decantador ela não causa problemas. Ela deverá


sempre ser removida do sistema, utilizando-se uma pá ou rede e lançada em ater-
ro ou no lixo.

Se esta escuma passar através do decantador e seguir para o efluente final ela irá
fornecer uma concentração elevada no teste de Sólidos Suspensos e DBO.

4.3.18.12 Limo

Limo é um filme gelatinoso de excessivo crescimento de zoogléias em base aquo-


sa. Quando o limo começar a se desenvolver nas paredes e canais da planta, ele
deverá ser removido pela raspagem. Muito pouco limo será formado nas paredes
do tanque de aeração; porém, o decantador está propenso a um intenso desen-
volvimento.

Em casos extremos de desenvolvimento uma cloração de choque pode ser adota-


da, mas esse procedimento raramente é necessário. A raspagem das paredes
também remove qualquer lodo aderido anteriormente, e que pode ter causado
problemas de odor na unidade.

Tendo como procedimento de limpeza das unidades o hábito de raspagem sema-


nal, o limo deve ficar sob controle.

4.3.18.13 Escuma

A escuma por si só, não é um problema do sistema de lodo ativado a menos que a
escuma formada cubra toda a superfície do tanque de aeração.

A escuma pode ser controlada por jatos de água utilizando-se água fresca ou o
efluente tratado ou ainda pela adição de anti-espumante.

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A escuma é freqüentemente o maior problema durante o início de operação quan-
do a relação F/M é muito alta. Na maioria dos casos ela torna-se um fator insignifi-
cante quando a planta já está operando normalmente. Nesse caso, de 10% a 25%
do tanque de aeração deve ficar coberto de escuma.

Há 2 tipos de escuma que podem se desenvolver na superfície do tanque de ae-


ração.

São elas:

• Escuma branca e densa normalmente indica sobrecarga orgânica na planta.


Neste caso a concentração de MLSS é muito baixa e a relação F/M muito al-
ta.

Esse tipo de escuma pode ser constituído de detergentes ou proteínas que não
conseguem ser transformados em alimento pelas bactérias jovens e unicelulares
que crescem nesse meio ambiente.

• Escuma marrom em excesso freqüentemente estão associadas à nitrificação


e organismos filamentosos, como a Nocardia.

Tem aspecto oleoso e compacto e pode causar problemas no decantador pelo


acúmulo de escuma atrás da cortina central e na própria superfície do tanque, difi-
cultando a sua remoção e disposição.

Escuma contendo organismos filamentosos não deve retornar ao tanque de aera-


ção.

4.3.18.14 Idade do Lodo

A idade do lodo indica o período que os sólidos permanecem no sistema. Fornece


também uma indicação do comportamento do lodo no decantador. A fórmula para
se calcular a idade do lodo é a seguinte:

Balanço de sólidos
Idade do Lodo =
Sól. descartados + sól. perdidos no efluente por dia

Ou

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Va Xa + Vc Xc
SA =
Qw Xw + Qe Xe

Onde

SA = idade do lodo (dias)


Va = volume tanque aeração (m³)
Xa = conc. média MLSS no tanque de aeração (kg/m³)
Vc = volume decantador (m³)
Xc = conc. média de lodo no decantador (kg/m³)
Qw = volume lodo decantado (m³/d)
Xw = conc. média lodo descartado (kg/m³)
Qe = volume efluente final (m³/d)
Xe = conc. média sólidos no efluente (kg/m³)

Na prática esta fórmula é simplificada devido à dificuldade na determinação dos


dados com base diária. Lembramos que a idade do lodo é somente uma indicação
empírica que é utilizada para controle do processo e que é útil somente quando
comparado com os resultados atualizados na planta. É possível simplificar a e-
quação e para esse fim adotamos os seguintes recursos:

Qe e Xe - não é considerado, pois o produto é muito baixo devido às condições de


projeto.

Xc e Xw - devido às dificuldades em se determinar a concentração média diária do


lodo no decantador, assumimos que a concentração dos sólidos nesse tanque
deve ser a mesma do tanque de aeração.

Dessa forma a equação passa a ser:

Va Xa + Vc Xa
SA =
Qw Xw

Ou

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Xa (Va + Vc)
SA =
Qw Xw

Como os valores Va e Vc na fórmula são constantes, pois representam o volume


dos tanques, Xa = SSTA e Xw = WAS.

K x SSTA
SA =
Qw WAS

Onde:

K = Volume total dos tanques de aeração e dos decantadores (m³)


Qw = Volume lodo descartado (m³/dia)
WAS = Conc. lodo descartado (kg/m³)
SSTA = Conc. lodo tanque aeração (kg/m³)

A idade de lodo ideal precisa ser encontrada experimentalmente, ajustando-se o


descarte do lodo, concentrando-se SSTA, etc.

Quando a idade do lodo aumenta usualmente o lodo ficará mais mineralizado, o


que significa que a quantidade de cinzas aumenta e mais nutrientes são liberados
no meio líquido. A mineralização completa do lodo quase sempre ocorre quando a
idade do lodo é sempre superior a 30 dias.

O lodo mineralizado é constituído principalmente de inertes e é de atuação reduzi-


da na remoção da DBO no despejo.

Para que a quantidade de inertes permaneça a um nível razoável, o lodo precisa


ser descartado quase que diariamente.

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4.3.19 TERMINOLOGIA

Abreviações comuns que constam neste documento.

- DQO Demanda Química de Oxigênio.


- DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio.
- °C Graus Celsius.
- kg/t Quilos por tonelada.
- kg/d Quilos por dia.
- mg/L Miligramas por litro.
- m³/t Metro cúbico por tonelada.
- m³/d Metro cúbico por dia.
- m³/h Metro cúbico por hora.
- m Metro.
- m² Metro quadrado.
- m³ Metro cúbico.
- h Hora.
- s Segundo.
- m/s Metro por segundo.
- m³/h x m² Metro cúbico por hora por metro quadrado.
- min Minuto.
- mca Metro de coluna de água.
- mL Mililitro.
- L/d Litros por dia.
- L/h Litros por hora.
- rpm Rotações por minuto.
- N Nitrogênio.
- P Fósforo.
- OD Oxigênio dissolvido.
- Q Vazão afluente.
- Qr Vazão de retorno de lodo.
- F/M Relação alimento - microrganismo
- SS Sólidos suspensos.
- SSV Sólidos suspensos voláteis.
- S. Sedim. Sólidos sedimentáveis.
- MLSS Sólidos suspensos no tanque de aeração.
- MLVSS Sólidos suspensos voláteis no tanque de aeração.
- SRT Tempo de retenção de sólidos.
- MCT Tempo de residência celular.
- S.A Idade do lodo.
- RAS Sólidos suspensos no retorno de lodo.
- IVL Índice volumétrico do lodo.
- IVLD Índice volumétrico do lodo diluído.
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5 DESCRIÇÃO BÁSICA DOS PROCESSOS APLICADOS NO TRATAMEN-
TO ANAERÓBIO / AERÓBIO

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5.1 Descritivo Geral

5.1.1 TRATAMENTO PRIMARIO

O esgoto sanitário gerado na área da bacia Urumari é conduzido à Estação de


Tratamento de Esgoto (ETE) por meio de emissário por recalque, proveniente
da Estação Elevatória.
Ao adentrar na ETE, o esgoto sanitário passa pela peneira rotativa
(PR-962-1), de fluxo interno com abertura de malha contínua de 1 mm. Sua
função é remover materiais sólidos de pequenas dimensões, que venham a
prejudicar o processo de tratamento, bem como promover a “lavagem” dos
resíduos, isto é, a desagregação de materiais orgânicos pastosos ou semi-
sólidos putrescíveis, reduzindo o problema de exalação de odores desagradá-
veis provenientes do acondicionamento destes resíduos.
Na etapa final do tratamento preliminar o esgoto peneirado passa por opera-
ção de desarenação (CA-962-1), onde os resíduos com densidade superior a
2,65 g/cm3 (praticamente areia, dentre outros inertes) são removidos, propor-
cionando condições adequadas para a etapa subseqüente de tratamento bio-
lógico. Um dos canais da caixa de areia irá atuar sempre em regime de
stand-by.
A medição da vazão afluente será feita por meio de calha Parshall
(CPL-962-1), instalada no final do canal de saída da caixa de areia.
Após estas operações unitárias, o esgoto então é conduzido ao poço de suc-
ção (TQS-962-2), de onde são recalcados para a alimentação dos reatores
através das bombas B-962-2A/B (uma reserva).

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5.1.2 TRATAMENTO BIOLÓGICO

De uma forma simplificada, o processo biológico de tratamento do esgoto é


conduzido por microorganismos que obtém sua energia a partir da matéria
orgânica presente nestes despejos. Assim, o objetivo deste processo é con-
verter a matéria orgânica, representada pelos parâmetros Demanda Bioquími-
ca de Oxigênio (DBO) ou Demanda Química de Oxigênio (DQO), a compostos
mais simples e passíveis de serem removidos da fase líquida. Pela via biológi-
ca, estes processos podem ocorrer com ou sem a presença de oxigênio.

No processo biológico anaeróbio a degradação da carga orgânica presente no


esgoto ocorre naturalmente sem consumo de energia. Este processo é repre-
sentado de forma simplificada segundo a equação a seguir:

DQO → CH4 + CO2 + H2O

Já no processo biológico aeróbio é necessário fornecer oxigênio ao meio líqui-


do, situação onde ocorre demanda de energia externa. A degradação da ma-
téria orgânica pelo processo aeróbio é representada de forma simplificada se-
gundo a equação a seguir:

DQO + O2 → CO2 + H2O

No reator DBOX, cerca de 70% a 75%, em média, da carga orgânica presente


no esgoto, é degradada por processo biológico anaeróbio. O processo aeróbio
é utilizado somente para complementar o processo de tratamento, visando
degradar a matéria orgânica remanescente, cerca de 25% a 35% da carga
orgânica total afluente, razão pela qual o seu consumo de energia é muito in-
ferior ao de um processo totalmente aeróbio.

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A concepção do reator DBOX é baseada na integração de quatro processos
(anaeróbio, aeróbio, decantação e tratamento do biogás) em um único reator.
Este reator foi desenvolvido pela empresa holandesa Paques BV, líder em
processos de tratamento biológico de efluentes, e procura incorporar, além de
um alto grau de desenvolvimento tecnológico e pesquisas, os anseios da soci-
edade relacionados à exalação de odores desagradáveis, custos e impactos
paisagísticos.

Figura 1: Concepção do reator DBOX: Sistema de distribuição (1), zona de digestão


anaeróbia (2), barreira de separação do estágio anaeróbio e separador de sóli-
dos/líquido/biogás (3), tanque de aeração com difusores de bolha fina (4), decantador se-
cundário lamelar de alta taxa (5) e sistema de remoção de gás sulfídrico (6).

Apresentamos a seguir uma descrição do processo e dispositivos do reator:

Sistema de alimentação e distribuição (1)

A alimentação do reator é realizada por meio de recalque, que associada à


concepção de distribuição do esgoto exclusiva do reator DBOX, garante a agi-
tação necessária no fundo, para se evitar a formação de zonas mortas. Em

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nenhuma hipótese haverá entrada de ar atmosférico no processo anaeróbio. O
sistema de distribuição conta com ramais independentes dotados de registros
na entrada e no trecho final, que viabilizam a realização esporádica de opera-
ções de desentupimento sem a necessidade de interrupção da operação do
reator.

Zona de digestão anaeróbia (2)

Nesta seção do reator DBOX (R-964-1) ocorre a digestão da maior parte da


matéria orgânica presente no esgoto. A zona de digestão do reator UBOX®
oferece 5 pontos distintos para a realização do descarte do lodo excedente de
forma controlada. Há 3 dispositivos localizados um pouco abaixo do separador
do estágio anaeróbio, para descarte de lodo de baixa densidade, e 2 na base
do reator, que servem também para esgotamento total do reator, quando ne-
cessário.
Os reatores R-964-1 serão equipados ao longo de sua altura com um conjunto
de cinco pontos de coleta de amostra, a serem destinadas à avaliação físico-
químicas de interesse no controle do processo.

Barreira de separação do estágio anaeróbio (3)

A separação do estágio anaeróbio do aeróbio é realizada por meio de uma


barreira construída em polipropileno, de forma a resistir à agressividade do
gás sulfídrico. Esta barreira incorpora também o separador trifásico do reator
R-964-1, projetado de modo a promover a retenção de lodo na câmara de di-
gestão, a separação do biogás gerado no processo anaeróbio e a passagem
do efluente do processo anaeróbio ao tanque de aeração.

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Tanque de aeração (4)

Imediatamente acima do dispositivo de sedimentação anaeróbia, estão posi-


cionados difusores de bolha fina para aeração do efluente proveniente da se-
ção anaeróbia. O tanque de aeração (R-966-1), juntamente ao decantador
lamelar embutido, constitui o processo de lodos ativados para pós-tratamento
do esgoto doméstico, projetado na modalidade de “aeração prolongada” e
conta com sistema de aeração por ar difuso (bolhas finas), de modo a agregar
eficiência energética e mitigação dos impactos relacionados ao lançamento de
aerossóis.
O fornecimento de ar será feito por meio de sopradores de ar tipos “roots”
(SA-966-1/A/B/C), sendo que SA-966-1B irá operar em regime stand-by.

Decantador secundário lamelar de alta taxa (5)

O reator DBOX possui decantador lamelar de alta taxa (DL-966-1) dentro do


tanque de aeração, como alternativa ao uso de equipamentos externos os
quais requerem também um sistema de recirculação do lodo para fins de con-
centração de biomassa ativa. O liquor misto do tanque de aeração entra no
sistema de sedimentação via câmaras de degasagem de fluxo descendente.
Em seguida passa por um sistema de placas inclinadas, por fluxo ascendente,
onde a turbulência no efluente é reduzida e o lodo se sedimenta sobre a su-
perfície destas placas. A massa de lodo acumulada adquire maior densidade e
desliza para a zona abaixo das placas inclinadas, de onde retorna ao tanque
de aeração por passagem protegida da turbulência do sistema de aeração. Já
o efluente clarificado transborda para uma calha para ser descartado do rea-
tor.

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Tratamento do biogás (6)

O biogás produzido no reator anaeróbio é canalizado e conduzido ao scrubber


(SC-964-1) localizado no tanque de aeração. O tratamento do biogás visa
principalmente à oxidação do gás sulfídrico, por via biológica, sem adição de
insumos de qualquer natureza, para que este permaneça na fase líquida. Este
dispositivo atua também como selo hídrico regulando a pressão e permitindo
somente a passagem do biogás ao flare (TA-964-1), onde este poderá ser
queimado sem acarretar problemas de odores desagradáveis. O scrubber foi
projetado de modo que haja regeneração constante do lodo biológico no inte-
rior de sua câmara de contato.

Biogás sem H2S


tratado Scrubber
tratado
Ar

Coleta do
biogás
tratado

Flare
tratado

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Dispositivos de limpeza

Os principais elementos do reator DBOX são dotados de dispositivo especial


de limpeza baseado no princípio de "limpeza por turbulência de ar forçada",
que pode ser aplicada periodicamente de modo a remover incrustações e ma-
teriais sólidos acumulados sobre a superfície, sem a interrupção da operação.
Estes dispositivos estão localizados nos seguintes pontos :

Separador do estágio anaeróbio:

Os ejetores de ar estão localizados na zona de sedimentação / passagem e


tem por objetivo expulsar os materiais sólidos acumulados, que são expelidos
para o tanque de aeração, onde serão digeridos e incorporados ao lodo exce-
dente aeróbio.

Decantador lamelar:

Os ejetores estão localizados de forma a controlar a incrustação das placas do


decantador.

Scrubber:

O ejetor de ar está localizado no interior do scrubber e tem por objetivo expul-


sar a escuma que possa se acumular neste dispositivo, a qual é expelida para
o tanque de aeração. Durante esta operação o flare deverá permanecer desli-
gado.

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5.1.3 CLORAÇÃO:

A cloração tem por finalidade a destruição de microorganismos patogênicos,


sendo que sua eficiência será avaliada por meio dos parâmetros Coliformes
totais e Coliformes termotolerantes. O processo consiste na aplicação de clo-
ro, fornecido na modalidade líquida cuja solução possui 12% de Hipoclorito de
Sódio. A dosagem será feita na tubulação de saída do esgoto tratado nos rea-
tores, sendo que a agitação gerada pelo desnível geométrico promoverá a
adequada mistura na entrada do tanque de contato (TQS-966-1), onde per-
manecerá em contato com o esgoto por no mínimo 30 minutos.

A solução de hipoclorito de sódio será armazenada em tanque vertical (TQS-


970-1) com capacidade para 15 m3. A dosagem será feita por meio de bombas
dosadoras tipo diafragma (B-970-1A/B), sendo um equipamento operando em
regime de stand-by.

Na saída do tanque de contato foi instalada uma Calha Parshall com garganta
de 9” (CPL-966-1) para medição da vazão de esgoto tratado.

5.1.4 DESAGUAMENTO DO LODO:

O lodo biológico excedente será descartado a partir do reator anaeróbio, cujo


teor de sólidos inicial pode variar de 1 a 4%. O lodo aeróbio descartado de R-
966-1 será recirculado ao início do processo, onde passará por adensamento
e estabilização adicional no reator anaeróbio R-964-1.

O lodo biológico excedente será desaguado por meio de decanter centrífugo.


(CE-968-1) na unidade de Irurá. Na unidade de Irurá a alimentação das cen-
trífugas será feita por meio de bombas helicoidais (B-968-1A/B). Haverá apli-

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cação de auxiliar de floculação (polieletrólito) ao lodo previamente à entrada
no decanter centrífugo.

A solução de polieletrólito será preparada de forma manual, em quantidade


suficiente para um dia de operação, em tanque vertical (TQS-970-2) com agi-
tador rápido (A-970-1). Por meio de bombas helicoidais (B-970-2A/B) será
feita a dosagem da solução de polieletrólito ao lodo. As bombas B-968-1A/B e
B-970-2A/B serão acionadas por meio de inversor de freqüência. As bombas
B-968-1B e B-970-2B irão operar em regime de stand-by.

Vantagens do sistema DBOX

• Área requerida relativamente pequena (aproximadamente 3 vezes menor


do que para lodo ativado).

• Sistema quatro em um (tratamento anaeróbico/ aeróbico, absorção do bio-


gás e sedimentação do lodo).

• Ausência de odor, não necessita de tratamento de gases.

• Construção modular do sistema de decantação.

• Menor investimento em comparação com sistemas convencionais

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6. SISTEMÁTICA DE CONTROLE OPERACIONAL DO SISTEMA DE TRA-
TAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS

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6.1 Sistemática Geral

Para o bom desempenho do sistema de tratamento biológico, o monitoramento e


controle do processo anaeróbio e aeróbio, são de fundamental importância.

Este procedimento é composto por três grupos de informação/ação.

• Acompanhamento físico-químico em laboratório.

• Indicação das variáveis de processo.

• Interpretação do conjunto de informações via um superior gerando ordens de


serviço corretivas para o operador de campo da ETE.

6.2 Especificações dos locais de coleta das amostras a serem analisadas na


sistemática de controle do sistema de tratamento de esgotos.

Esgoto Sanitário- Afluente.

Local de coleta: Diretamente na elevatória de esgotos da ETE.

Conteúdo do reator anaeróbio - Pontos P1, P2, P3, P4 e P5:

Local de coleta: Tomadas de amostra localizadas no costado do reator anaeróbio.

Observação:

As coletas de amostra do conteúdo do reator anaeróbio deverão ser realizadas a


partir das tomadas localizadas nas maiores alturas até aquelas de menor altura
(P5, P4, P3, P2 e finalmente P1).

Antes da coleta de amostra do conteúdo do reator anaeróbio, deve-se efetuar a


descarga do tubo de amostras de modo a garantir a representatividade da amostra
coletada. São recomendados os seguintes volumes de drenagem preliminar a co-
leta:

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NOTA: Devem ser seguidas as freqüências analíticas descritas nos seguintes
quadros:

QUADRO I - FREQÜÊNCIA DE EXECUÇÃO DO ACOMPANHAMENTO FÍSICO-


QUÍMICO SISTEMÁTICO DO TRATAMENTO ANAERÓBIO/AERÓBIO.
QUADROII - FREQÜÊNCIA DE EXECUÇÃO DO LEVANTAMENTO DAS CONCEN-
TRAÇÕES DE SÓLIDOS TOTAIS E VOLÁTEIS.

Outras Análises não descritas nestes quadros deverão ter freqüência analítica de
acordo com a experiência prática local adquirida durante os procedimentos de par-
tida, podendo ser alterada sem acarretar problemas ao processo de tratamento.

A freqüência analítica das tabelas de controle e não descritas nos quadros citados
acima poderão ser alteradas de acordo com a experiência prática local adquirida
durante os procedimentos de partida sem prejuízos para o processo de tratamen-
to.

VOLUME DRENADO ANTES


PONTO DE AMOSTRA-
DA EFETIVA COLETA DA
GEM
AMOSTRA (litros)
P5 05
P4 05
P3 05
P2 03
P1 03

Conteúdo do Reator Aeróbio

Local de coleta: Tomada de amostra localizada no costado do reator aeróbio

Efluente do tanque de Aeração/ Efluente Final

Local de coleta: Amostra coletada diretamente na Calha Parshall na saída da ETE.

Biogás

Local de coleta: Tomada de amostra localizada na tubulação de Biogás que inter-


liga o reator ao selo hidráulico.

Observações:

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As amostras coletadas deverão ser imediatamente analisadas de modo a evitar
alterações de composição que poderiam conduzir a resultados irreais, prejudican-
do sobremaneira as avaliações de estabilidade do processo.

6.3 Tabela Laboratório 01: Acompanhamento Físico-Químico Sistemático

A TABELA LABORATÓRIO 01 deverá ser utilizada diariamente para o registro dos


resultados oriundos do acompanhamento físico-químico sistemático realizado pelo
laboratório de controle da Estação de Tratamento de Esgotos Domésticos, com a
freqüência indicada no Quadro 1 a seguir.

NOTA: As amostras referenciadas na TABELA LABORATÓRIO 01 e não relacio-


nadas no Quadro I terão freqüência de execução analítica eventual.

O responsável pela Estação de Tratamento de Esgotos deverá utilizar a TABELA


LABORATÓRIO 01 para executar as seguintes avaliações:

- Verificação do nível de Acidificação dos Esgotos no Reator Anaeróbio

O responsável pelo Sistema de Tratamento de Esgotos deverá aumentar a aten-


ção sobre o comportamento do Reator Anaeróbio em relação ao pH e concentra-
ção de ácidos voláteis nos pontos de amostragem P1 e P2, e eficiência de remoção
da DQO.

Deverão ocorrer pelo menos uma vez ao dia a verificação do equilíbrio das popu-
lações microbianas produtoras e consumidoras de ácidos graxos voláteis no Rea-
tor Anaeróbio.

A matéria orgânica presente nos esgotos sanitários introduzida no Reator Anaeró-


bio é constituída por uma parcela pré-acidificada (ácidos graxos e voláteis) e o
restante da matéria orgânica encontra-se presente na forma não acidificada. No
interior do Reator Anaeróbio a matéria orgânica pré-acifidicada será convertida em
metano e dióxido de carbono, pelas metano-bactérias, enquanto que o restante da
matéria orgânica é transformado inicialmente em ácidos graxos voláteis, pelas
bactérias acidogênicas e acetogênicas, sendo posteriormente transformada em
metano e dióxido de carbono.

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A operação normal do Reator Anaeróbio está fundamentada no equilíbrio entre as
populações microbianas produtoras e consumidoras de ácidos graxos, resultando
em uma baixa concentração de ácidos voláteis remanescente no meio reacional.
Devido ao consumo dos ácidos graxos voláteis presente no despejo introduzido no
Reator Anaeróbio ocorre normalmente a elevação do pH, contribuindo para a ma-
nutenção do pH adequado a ser estabelecido no reator (próximo à neutralidade).

O responsável pela Estação de Tratamento de Esgotos Domésticos deverá verifi-


car o equilíbrio microbiano do processo, através das concentrações de ácidos gra-
xos voláteis nos pontos de amostragem P1 e P2. Concentrações de ácidos graxos
voláteis de até 50 mg HAc/L, são indicativas do adequado equilíbrio microbiano.
Concentrações superiores indicam excesso de ácidos graxos voláteis no meio re-
acional em relação ao potencial de conversão da flora microbiana metanogênica
presente. Este fato poderá ser decorrente da maior concentração de DQO do es-
goto (caracterizando uma sobrecarga orgânica) ou decréscimo de atividade espe-
cífica metanogênica (decorrente da queda de temperatura do processo ou presen-
ça de interferentes no despejo).

Ao observar acréscimo da concentração de ácidos graxos voláteis no Reator Ana-


eróbio acima do valor máximo de referência, o responsável pelo Sistema de Tra-
tamento de Efluentes, deverá atentar para o pH dos pontos P1 e P2 evitando de-
créscimo à valores inferiores a faixa recomendada de trabalho, 6,5 - 7,0; o que
viria a contribuir para a descentralização do processo.
Caso persista a tendência ao aumento da concentração de ácidos graxos voláteis
no Reator Anaeróbio, recomenda-se a redução da vazão de alimentação do rea-
tor, de modo a reduzir a carga orgânica aplicada, contornando-se assim o eventual
problema de sobrecarga orgânica. Tão logo os níveis de pH e concentração de
ácidos graxos voláteis no reator sejam recuperados, a vazão normal de trabalho
deve ser imposta.

- Verificação da manutenção do pH adequado de trabalho no Reator Anaeró-


bio

Como o pH dos esgotos sanitários tem valores próximos da neutralidade (6,5 -


7,0), o pH resultante no Reator Anaeróbio é espontaneamente elevado, em decor-
rência da remoção de ácidos graxos voláteis, paramentando numa faixa maior que
6,5 - 7,0. Se o pH no Reator Anaeróbio (pontos de amostragem P1 e P2) estiver
acima de 7,0; também é um indicativo do perfeito equilíbrio entre as populações
microbianas no processo anaeróbio.

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- Verificação de disponibilidade de agente tamponante no Reator Anaeróbio
A alcalinidade ao bicarbonato (AB) constitui-se em agente tamponante de segu-
rança contra eventuais quedas de pH no Reator Anaeróbio, decorrentes de acú-
mulos de ácidos graxos voláteis no meio reacional. Neste sentido deve ser verifi-
cada a presença de alcalinidade ao bicarbonato no Reator anaeróbio, através de:

AB = AT - (0,83 x 0,85 x AV)

Onde:

AB = alcalinidade ao bicarbonato, em mg CaCO3/L


AT = alcalinidade total, em mg CaCO3/L.
AV = acidez volátil, em mg HAc/L

Quando o cálculo acima em AB > 0 decorre a disponibilidade de alcalinidade ao


bicarbonato ao meio reacional.

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QUADRO 1 - FREQUÊNCIA DE EXECUÇÃO DO ACOMPANHAMENTO FÍSICO
QUÍMICO SISTEMÁTICO DO TRATAMENTO ANAERÓBIO.

TIPO DE AMOS-
AMOSTRA PARÂMETRO FREQUÊNCIA
TRAGEM

Resíduo Sedimentável Diária Simples


pH Diária Simples
Temperatura Diária Simples
ELEVATÓRIA Acidez Volátil Diária Simples
ESGOTO Alcalinidade Total Diária Simples
DQO Total Diária Composta
DQO Filtrável Diária Composta
DBO Semanal Composta

pH Diária Simples
REATOR
Acidez Volátil Diária Simples
ANAERÓBIO - P2
Alcalinidade Total Diária Simples

BIOGÁS CO2 Diária Simples

SS Diária Simples
TANQUE SST Diária Simples
AERAÇÃO SSV Diária Simples
O2 Diária Simples

Resíduo Sedimentável Diária Simples


pH Diária Simples
EFLUENTE
DQO Total Diária Composta
TRATADO
DQO Filtrável Diária Composta
DBO Semanal Composta

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ETE –URUMARI / SANTARÉM- PA
DBOX: ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS DOMÉSTICOS

TABELA LABORATÓRIO 1

ACOMPANHAMENTO FÍSICO QUÍMICO SISTEMÁTICO - (REATOR ANAERÓ-


BIO)

DATA: ____/ ____/ ____ HORÁRIO DE COLETA: ________________

ACIDEZ ALCALINIDADE
DQOt DQOf
AMOSTRA T °C pH VOLÁTIL TOTAL
(mg/L) (mg/L)
(mg HAc/L) (mg CaCO3/L)

Elevatória de Esgoto

Reator Anaeróbio (P1)


Reator Anaeróbio (P2)
Reator Anaeróbio (P3)
Reator Anaeróbio (P4)

Reator Anaeróbio (P5)

CONCENTRAÇÃO DE CO2 NO BIOGÁS: REATOR _____% (V/V)

ACOMPANHAMENTO FÍSICO QUÍMICO SISTEMÁTICO - (TANQUE DE AERA-


ÇÃO)

R.S. SST SSV DQOt DQOf DBO O2


AMOSTRA
(mL/L.h) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L)

Tanque
Aeração

Efluente
Final

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6.4 Tabela Laboratório 2: Registro das concentrações de sólidos totais e só-
lidos voláteis no reator anaeróbio

A Tabela laboratório 2 deverá ser utilizada para registro dos resultados oriundos
do levantamento das concentrações de sólidos totais e voláteis realizado pelo la-
boratório de controle da Estação de Tratamento de Esgotos Domésticos, com a
freqüência indicada no Quadro 2 a seguir.

NOTA: Deverá ser estabelecido um dia na semana para análise sistemática de


todas as amostras especificadas.

O responsável pela Estação de Tratamento de Esgotos Domésticos, utilizará a


Tabela Laboratório 2 para o cálculo da massa de sólidos contidos no reator anae-
róbio e no leito de lodo, para eventuais descargas de lodo anaeróbio excedente,
conforme previamente indicado no item tanque de lodo excedente (descrição dos
equipamentos).

- Cálculo da massa de sólidos contidos em cada reator anaeróbio:

M = Área x (H1 x C1 + H2 x C2 + H3 x C3 + H4 x C4 + H5 x C5)

Onde:

M = Massa de sólidos contidos no reator, expressa em kg.

Ci = Concentração de ST ou SV determinada em amostra coletada no ponto


de amostragem "i" expressa em kg/m³.

ETE – Irurá/ Santarém-PA

M = 198,75 x (0,75 x C1 + 0,5 x C2 + 0,5 x C3 + 0,5 x C4 + 1,032 x C5)

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QUADRO 2 - FREQUÊNCIA DE EXECUÇÃO DO LEVANTAMENTO DAS CON-
CENTRAÇÕES DE SÓLIDOS TOTAIS E VOLÁTEIS

TIPO DE AMOS-
AMOSTRA PARÂMETRO FREQUÊNCIA
TRAGEM

ELEVATÓRIA Sólidos Totais Semanal


Composta
ESGOTOS Sólidos Voláteis Quinzenal

Sólidos Totais Semanal


P1 Simples
Sólidos Voláteis Quinzenal

Sólidos Totais Semanal


P2 Simples
Sólidos Voláteis Quinzenal

Sólidos Totais Semanal


P3 Simples
Sólidos Voláteis Quinzenal

Sólidos Totais Semanal


P4 Simples
Sólidos Voláteis Quinzenal

Sólidos Totais Semanal


P5 Simples
Sólidos Voláteis Quinzenal

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TABELA LABORATÓRIO 2

ACOMPANHAMENTO FÍSICO QUÍMICO SISTEMÁTICO - (REATOR ANAERÓ-


BIO)

DATA: ____/ ____/ ____ HORÁRIO DE COLETA: ________________

CONCENTRAÇÃO AMOSTRAS
(mg/L) Elevatória P1 P2 P3 P4 P5 Aeróbio
Reator
ST
SV
SV/ST

ST
REATOR
MASSA TOTAL (kg)
SV

ST
CONCENTRAÇÃO MÉDIA
(kg DQO/m³ reator)
SV

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6.5 Tabela Operação 1: Registro de Sólidos Sedimentáveis

A Tabela operação 1 deverá ser utilizado diariamente pelos operadores da Esta-


ção de Tratamento de Esgotos Domésticos, para registro horário de sólidos sedi-
mentáveis na afluente e efluente da caixa de areia e efluente final.

O responsável pela Estação de Tratamento de Esgotos Domésticos deverá utilizar


a Tabela Operação 1 para:

• Detectar eventuais situações de arraste atípico de lodo aeróbio do tanque de


aeração.

• Detectar eventuais situações de arraste atípico de sólidos da caixa de areia.

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TABELA OPERAÇÃO 1

REGISTRO DE RESÍDUOS SEDIMENTÁVEIS

DATA: ____/ ____/ ____

SÓLIDOS SEDIMENTÁVEIS (mL/L.h)

ANTES CX DEPOIS CX EFL. TQ. AE-


HORA
AREIA AREIA RAÇÃO
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
MÁXIMO
MÍNIMO
MÉDIA

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6.6 Tabela Operação 2: Registro das Vazões de Despejo no Sistema de Tra-
tamento de Efluentes

A TABELA OPERAÇÃO 2 deverá ser utilizada diariamente pelos operadores da


estação de tratamento de esgotos domésticos para registro horário das vazões de:

• Calha Parshall – Caixa de Areia (Esgoto Bruto).


• Calha Parshall – Esgoto Tratado.

O responsável pelo sistema de tratamento de esgotos domésticos deverá utilizar a


tabela operação 2 para verificar o comportamento das referidas vazões frente a-
quelas utilizadas no projeto da unidade.

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TABELA OPERAÇÃO 2

REGISTRO DE VAZÕES

DATA: ____/ ____/ ____

3
VAZÃO (M /HORA)

ESGOTO ESGOTO
HORA
BRUTO TRATADO

08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
MÁXIMO
MÍNIMO
MÉDIA

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6.7 Tabela Operação 3: Registro de pH

A TABELA OPERAÇÃO 3 deverá ser utilizada diariamente pelos operadores de


Sistema de Tratamento de Esgotos Domésticos para registro horário de pH no
Sistema de Tratamento de Efluentes.

Pontos para avaliação:

• Esgoto Bruto – Pós Peneira Rotativa

• Ponto de Amostragem 05

• Ponto de Amostragem 06

• Esgoto Tratado – Calha Parshall Final.

O responsável pelo Sistema de Tratamento de Esgotos Domésticos deverá utilizar


a TABELA OPERAÇÃO 3, avaliação dos valores de pH no sistema.

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TABELA OPERAÇÃO 3

REGISTRO DE pH

DATA: ____/ ____/ ____

pH

ESGOTOS PONTO PONTO ESGOTOS


HORA
BRUTO 05 06 TRATADOS
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
MÁXIMO
MÍNIMO
MÉDIA

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6.8 Instruções relativas a interrupções de funcionamento do sistema de tra-
tamento de efluentes

Paralisações Curtas (1 - 2 Dias)

• Desligar a Peneira Rotativa.

• Limpar a Caixa de Areia e Peneira Rotativa.

• Esvaziar a elevatória de esgotos até o nível mínimo de líquido através de


operação normal.

• Deverão então ser desligadas as bombas de alimentação do Reator Anaeró-


bio / Aeróbio.

• Manter o Flare em funcionamento até cessar a produção de gás no Reator


Anaeróbio. Depois de parada a produção de gás no Reator Anaeróbio, o Selo
Hidráulico Pressurizador é automaticamente selado mantendo as câmaras de
gás do Reator pressurizadas.

Na retomada de funcionamento do sistema de tratamento de efluentes:

• Ligar a Peneira Rotativa.

• Começar a encher a elevatória de esgotos.

• Deverão então ser ligadas as bombas de alimentação do Reator Anaeróbio /


Aeróbio.

• Após duas horas de alimentação de o Reator Anaeróbio executar reset no


flare para reiniciar a queima do Biogás.

Paralisações Longas (Manutenção Prolongada)

• Seguir o procedimento descrito no item, paralisações curtas.

• Esvaziar e limpar a caixa de areia.

• Verificar estado da peneira rotativa e bombas de alimentação do reator anae-


róbio.

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• Fazer manutenção caso seja necessário.

• Deverão então ser desligadas as Bombas de Alimentação do Anaeróbio /


Aeróbio manualmente.

Na retomada de funcionamento do sistema de tratamento de efluentes:

• Encher a caixa de areia e elevatória de esgotos.

• Seguir o mesmo procedimento de retomada descrito no item paralisações


curtas.

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6.9 COMENTÁRIOS ADICIONAIS

O acompanhamento físico-químico/operacional descrito neste manual tem como


objetivo fundamental estimular a equipe de técnicos responsáveis pelo funciona-
mento da Estação de Tratamento de Esgotos Sanitários na operação da ETE, bem
como na formação de uma experiência prática referente à:

 Verificação qualitativa e quantitativa dos Esgotos Sanitários.

• Comportamento da Estação de Tratamento de Esgotos Sanitários frente às


diversas condições operacionais impostas pelas variações inerentes à apli-
cação para este tipo de esgoto doméstico.

• Familiarização com todos os componentes físicos da Estação de Tratamento


de Esgotos Sanitários.

À medida que se estabeleça uma rotina nas quais os itens acima descritos vão
sendo verificados; a sistemática de controle operacional poderá ser simplificada.

Encontra-se também neste manual a metodologia analítica da ETE para melhor


acompanhamento do processo.

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7 INSTRUÇÕES COMPLEMENTARES DE MANUTENÇÃO

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7 INSTRUÇÕES COMPLEMENTARES DE MANUTENÇÃO

Além das determinações analíticas diárias e das manutenções específicas dos


equipamentos/instrumentos, as seguintes verificações deverão ser realizadas:

7.1 Diárias:

• Verifique bombas da elevatória.


• Verifique funcionamento da Peneira Rotativa.
• Verifique bombas de alimentação reator anaeróbio/aeróbio.
• Verifique os Sopradores de ar.
• Verifique o flare (presença de chama).
• Verifique o nível de água na câmara de água do selo hidráulico pressuriza-
dor.
• Verifique a calha Parshall (limpeza).

7.2 Semanais:

• Verifique cuidadosamente todo o sistema de instrumentação do flare.


• Verifique as condições de operação dos vertedores e calhas coletoras do
reator aeróbio.
• Verifique nível de óleo nas bombas centrífugas.
• Proceda a limpeza dos tubos de distribuição (aprox. 3,5 m³/h - 1 ramo duran-
te aproximadamente 2 minutos).

7.3 Mensais:

• Verifique o estado do sistema de ignição do flare.


• Verifique a necessidade de substituição do botijão de GLP.
• Verifique visualmente o interior (oxidação de barramentos, disjuntores, con-
tactores, fusíveis) do CCM e painel de instrumentação.

Observação:

As freqüências acima descritas poderão ser alteradas de acordo com a experiên-


cia prática local.

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8 - REGRAS/NORMAS DE SEGURANÇA

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8 - REGRAS/NORMAS DE SEGURANÇA

A segurança numa planta de tratamento de esgotos é algo que precisa de atenção


constante. Todos os presentes na planta deverão se empenhar ao máximo para
trabalhar da maneira mais segura possível. Principalmente, isto significa que:

• Não faça nada que não for seguro e trabalhar com uma permissão de traba-
lho.
• Manutenção eletromecânica deve ser realizada por profissionais habilitados.
• Resolver situações não seguras tão rapidamente quanto possível.
• Usar as roupas protetoras corretas.
• Manter a área de serviço limpa.

8.1 Regras Gerais

As regras gerais do país, cidade ou empresa deverão ser seguidas, para entrar
em espaços confinados, outros tanques e para trabalhar ou estar presente na
planta de tratamento.

Deverá ser proibido fumar, comer e beber na planta. Para a sala de controle, po-
derá haver uma exceção.

O reator produz biogás com 80% metano, 20% dióxido de carbono e 0.1 a 3% de
H2S (1.000 a 30.000 ppm). Estes gases provocam maiores riscos em ambientes
que não tem ventilação.

Os riscos são:

* Explosão

Uma mistura de 5 a 15% de metano no ar é explosiva. Fumar, ignição, faíscas e


chamas abertas estão terminantemente proibidas nas proximidades.

Para soldar tubos de efluente ou afluente, deverá se evitar um acúmulo de biogás


nos mesmos. Isto pode acontecer nas partes mais altas do tubo após poucas ho-
ras de parada. Antes de fazer solda numa linha de gás, esta deverá ser fechada e
deverá se passar ar pela linha. Pode se acender o Biogás somente no "flare” e
não em nenhum outro lugar.

Deverão ser tomados cuidados especiais nas entradas de ar dos tanques fecha-
dos.

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* Intoxicação (envenenamento)
Consegue se sentir o cheiro do H2S em baixas concentrações, menor que 0,1
ppm, mas não em concentrações maiores que 70 ppm. A concentração de H2S de
10 ppm é aceitável durante um período de 28 horas. A pressão atmosférica e 20ºC
o gás é invisível e tem cheiro de ovos podres.

8.2 Os Perigos

H2S irrita as diversas membranas dos olhos e vias respiratórios. O nível máximo
de aceitação (NMA) é 10 ppm (15 mg/m³). Os níveis onde pode se esperar uma
explosão está entre 4.3 e 46 vol.%. O gás é mais pesado que o ar e se espalha
sobre o chão. Ignição à distância é possível. Como o H2S estar misturado com o
metano, o biogás será mais leve que o ar.

Para a folha de informações sobre H2S, veja anexo.

8.3 Proteção Pessoal

Pessoas que entram em contato com H2S deverão usar uma máscara de gás, da
qual se conheça a manutenção e a operação. Um detector de H2S portátil deverá
ser levado se entram num ambiente fechado carregado de H2S. A uma concen-
tração maior que 10 ppm, uma máscara (meia-cara) deverá ser usada. Estas po-
dem ser usadas somente até uma concentração máxima de 100 ppm (sempre ve-
rifique as instruções do fornecedor). Em concentrações maiores que 100 ppm,
uma máscara de ar forçada deverá ser usada.

Não pode se trabalhar num ambiente onde uma mistura explosiva está presente.
O ambiente deverá ser ventilado até que a concentração volte até um nível aceitá-
vel.

8.4 Regras Pessoais

• Se existem duvidas, primeiramente deverá sempre ser feito uma medição de


gás.
• Usar a máscara antes de entrar no ambiente.
• Se você for obrigado a fugir, não correr para que você inale profundamente,
mas ande devagar e segure sua respiração por um tempo máximo. Evitar os
lugares baixos e ande no sentido transversal à direção do vento em relação à
fonte do gás.

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Asfixia

Pelo motivo que o biogás produzido substitui o ar, não haverá oxigênio suficiente
nos tanques ou outros espaços normalmente fechados.

Antes de entrar num tanque vazio, o mesmo deverá ser ventilado e a concentra-
ção de oxigênio presente deverá ser verificada. Também leia as instruções que se
refere à intoxicação.

Folha de Segurança H2S

Concentração Resultado

10 ppm = 0,01% Têm odor de ovo podre.


Seguro durante 8 horas.

100 ppm = 0,01% Paralisam o nervo olfativo dentro de 3-5 minutos.


Irrita um pouco os olhos e a garganta.
Morte após ser exposto durante 8 - 48 horas.

200 ppm = 0,02% Paralisam imediatamente o nervo olfativo.


Irrita os olhos e a garganta.

250 ppm = 0,025% Morte após ser exposto durante 4 - 8 horas.

450 ppm = 0,045% Perda de senso intelectual e equilíbrio.


Paralisa a respiração dentro de 30 - 45 minutos.

500 ppm = 0,05% Necessitam respiração artificial imediatamente.


Morte após ser exposto durante 30 minutos - 1
hora.

600 ppm = 0,06% Provocam a perda da consciência rapidamente


(dentro de 15 minutos)
Respiração irá parar e, se não for socorrido, a
morte segue.
Necessita respiração artificial imediatamente.
Morte ocorre dentro de 2 - 5 minutos.
Perda imediata da consciência.

1.000 ppm = 0,1% Danos permanentes ao cérebro se não for socor-


rido imediatamente.

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9 MÉTODOS DE ANÁLISE PARA ACOMPANHAMENTO FÍSICO-
QUÍMICO BÁSICO

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9.1 Determinação do pH

9.1.1 Introdução

Considerando que as amostras de efluentes de reatores anaeróbios sofrem perda


de gás carbônico por agitação, resultando em variação de pH, deve-se sempre
utilizar uma amostra extra para estabilização do eletrodo, condicionando o a este
tipo de material.

Feito isso, passa-se á medida de pH nas amostras, que pode ser feita rapidamen-
te já que o eletrodo está condicionado. A medida é feita agitando-se vagarosa-
mente o material, somente o suficiente para se ter uma homogeneização. O ele-
trodo não deve ser lavado ao passar de uma amostra para outra, pois ficaria des-
condicionado se o fosse.

A pequena quantidade de material que fica retido no eletrodo não deve ser sufici-
ente para alterar o pH da amostra seguinte a ser analisada.

O pH da amostra deve ser lido após a sua retirada do reator, para evitar que as
perdas de gás carbônico alterem o pH do meio.

9.1.2 Procedimento

 Calibrar o medidor de pH com solução tampão pH = 7,0 e pH = 4,0

 Imergir o eletrodo em uma amostra extra para condicioná-lo.

 Limpar o eletrodo, com leves toques de papel absorvente.

 Imergir o eletrodo na amostra.

 Fazer a leitura girando o recipiente vagarosamente.

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9.2 Determinação de acidez volátil, alcalinidade total e alcalinidade ao bi-
carbonato.

9.2.1 Procedimento

• Centrifugar a amostra.

• Titular 50 mL do sobrenadante até pH = 4,0 com H2SO4 0,1N, usando agita-


dor magnético. Anotar o volume de H2SO4 gasto na titulação (V1).

• Continuar a titulação com H2SO4 0,1N até pH = 3,3.

• Ferver a solução por 3 minutos, para liberar o gás carbônico (esfriar em ba-
nho de água gelada e deixar em temperatura ambiente).

• Acertar o pH em 4,0 com NaOH 0,1N.

• Titular com NaOH 0,1N de pH = 4,0 até pH = 7,0 (anotar o volume de NaOH
gasto na titulação (V2)).

9.2.2 Cálculos

V2 (mL) x NNaOH x 60.000,00


Equação 1: Acidez Volátil (mg. L-1) =
Vamostra (mL)

V1 (mL) x NH2SO4 x 50.000,00


Equação 2: Alcalinidade Total (mg. L-1) =
Vamostra (mL)

Equação 3: Alcalinidade ao Bicarbonato (mg. L-1) = Alcalinidade Total (mg.L-1) -


0,83 x 0,85 Acidez Volátil (mg.L-1)

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9.2.3 Soluções

Solução Padrão de Carbonato de Sódio 0,1 N

• Pesar 5,2995 g de Na2CO3 anidro, previamente seco a 140 ºC

• Diluir a 1 litro com água destilada.

Solução Padrão de Ácido Sulfúrico 0,1 N

• Diluir 2,8 mL de ácido sulfúrico concentrado em água destilada e levar a 1


litro.

9.2.4 Padronização

Ácido Sulfúrico H2SO4

Tomar 25 mL da solução de Na2CO3 0,1 N.

Adicionar algumas gotas de vermelho de metila. (*)

Titular com a solução de H2SO4 até coloração levemente vermelha.

(*) 200 mg de vermelho de metila em 100 mL de álcool 95%.

NNa2CO3 x VNa2CO3 25
Equação 4: N H2SO4 = =
VH2SO4 VH2SO4

Solução Padrão de Hidróxido De Sódio 0,1 N

• Tomar 25 mL da solução de NaOH.

• Adicionar algumas gotas de fenolftaleína. (**)

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• Titular com a solução padrão de H2SO4 de normalidade conhecida, até o de-
saparecimento da coloração vermelha.

NH2SO4 x VH2SO4 NH2SO4 x VH2SO4


Equação 5: NNaOH = =
VNaOH 25

(**) 5 g de fenolftaleína em 500 mL de álcool etílico ou isopropílico. Adicione


500 mL de água destilada e algumas gotas de NaOH 0,02 N até ligeira coloração
rósea.

OBS.: Alternativamente usar solução padrão tritisol H2SO4 0,1 N e NaOH 0,1 N.

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9.3 Determinação de Sólidos Totais, Sólidos Voláteis e Sólidos Fixos

9.3.1 Procedimento

 Lavar bem as cápsulas de porcelana, aquecer a 550 °C durante 30 minutos.

 Deixar esfriar em dessecador. Pesar (P1, em gramas).

 Agitar o frasco contendo a amostra e medir 50 mL em cilindro graduado. In-


troduzir essa quantidade na cápsula. Lavar o cilindro com água destilada de
maneira a arrastar todos os só lidos para a cápsula.

 Evaporar até a secura em banho-maria e então, transferir à estufa, a 105 °C,


até secagem completa (peso constante - cerca de 2 horas).

 Deixar esfriar em dessecador e pesar (P2, em gramas).

 Queimar o resíduo seco em bico de Bunsen.

 Levar a mufla a 550 °C e deixar por cerca de 2 horas (peso constante).

 Deixar esfriar em dessecador e pesar (P3, em gramas).

9.3.2 Cálculos

(P2 – P1) x 1.000.000


-1
Equação 5: Sólidos Totais: ST (mg.L ) =
mL de amostra

(P2 – P3) x 1.000.000


-1
Equação 6: Sólidos Voláteis: SV (mg.L ) =
mL de amostra

Equação 7: Sólidos Fixos: SF (mg.L-1) = ST - SV

Observações: No procedimento acima: Volume da amostra = 50 mL.

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9.4 Determinações de Sólidos em Suspensão Totais, Voláteis e Fixos

9.4.1 Preparo do Filtro

• Colocar o filtro no suporte (com a superfície rugosa voltada para cima), apli-
car vácuo e lavar o filtro com três porções sucessivas de água destilada.
• Continuar a sucção para remover todos os traços de água.
• Remover o filtro do suporte e transferir para uma placa de Petri.
• Levar a mufla a 550 °C, durante 15 minutos.
• Esfriar em dessecador e pesar - P1 (em gramas).

9.4.2 Preparo da Amostra

• Colocar o filtro preparado no suporte (com a superfície rugosa voltada para


cima).
• Com vácuo aplicado, umedecer o filtro com água destilada para acomodá-lo
no suporte.
• Filtrar a amostra, usando sucção.
• Com vácuo aplicado, lavar o aparato três vezes com porções de 10 mL de
água destilada, permitindo completa drenagem entre as lavagens. Interrom-
per a sucção.
• Remover o filtro e secar em estufa, a 105 graus centígrados, durante 1 hora
(até peso constante).
• Esfriar em dessecador e pesar - P2 (em gramas).
• Levar o filtro a mufla, a 550 °C, durante 15 minutos (até peso constante).
• Esfriar em dessecador e pesar - P3 (em gramas).

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9.4.3 Cálculos

(P2 – P1) x 1.000.000


Equação 8: Sólidos Suspensos Totais (mg. L-1) =
mL de amostra

(P2 – P3) x 1.000.000


-1
Equação 9: Sólidos Suspensos Voláteis (mg. L ) =
mL de amostra

Equação 10: Sólidos Suspensos Fixos (mg. L-1) = SST - SSV

9.5 Determinação de Resíduos Sedimentáveis em Águas. "Método Cone


Imhoff"

9.5.1 Introdução

O Resíduo sedimentável é constituído daquele material em suspensão de maior


tamanho e de densidade maior que a da água, que se depositam quando o siste-
ma está em repouso.

O resíduo sedimentável é um dado importante na verificação da necessidade e no


dimensionamento de unidades de sedimentação no tratamento de águas residuá-
rias; serve para determinação da eficiência da sedimentação; permite a previsão
do comportamento de despejos ao atingirem um curso d'água.

O método usualmente empregado para a medição do resíduo sedimentável é o


volumétrico do cone Imhoff, podendo, também, ser medido em peso.

9.5.2 Objetivo

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A presente Norma prescreve o método para a determinação de resíduo sedimen-
tável de amostras de efluentes domésticos e industriais, de águas de mar e de
corpos de água em geral.

O limite inferior de determinação de resíduo sedimentável é o menor volume mar-


cado no cone, cerca de 1 mL/L/h.

9.5.3 Definições

Para os efeitos desta Norma é adotada a seguinte definição:

Resíduo sedimentável: é a quantidade de material em suspensão, que sedi-


menta por ação da força da gravidade, a partir de 1 litro de amostra que per-
maneceu em repouso por 1 hora em cone Imhoff.

9.5.4 Aparelhagem

• Vidraria, materiais e equipamentos.

• Baqueta de vidro de 30 - 40 cm.

• Cone Imhoff, tipo pyrex ou plástico, 1 litro, graduado, pelo menos, até 40 mL,
tendo:

- de 0 a 2 mL, subdivisões de 0,1 mL;


- de 2 a 10 mL, subdivisões de 0,5 mL;
- de 10 a 40 mL, subdivisões de 1 mL.

Nota: Existem cones mais complexos, tendo ainda:

- de 40 a 100 mL, subdivisões de 2 mL;


- de 100 a 1.000 mL, subdivisões de 50 mL.

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9.5.5 Execução do Ensaio

- Princípio do método

Mede-se o volume de material que sedimenta no cone.

- Interferentes

O método não inclui o material flutuante separar-se durante a sedimentação.

- Coleta de amostras

Amostras para determinação de resíduo sedimentável são coletadas em frasco de


vidro ou plástico. O volume necessário é de 1 litro.

Amostras não analisada imediatamente podem ser armazenadas por até 24 horas
sem preservação.

- Procedimento

• Encher o cone Imhoff até a marca de 1 litro, com amostra bem misturada.

• Deixar decantar por 45 minutos.

• Com uma baqueta de vidro, raspar delicadamente as paredes do cone ou


agitar líquido através de movimento circular.

 Deixar decantar por mais 15 minutos.

 Fazer a leitura do volume de material sedimentado.

9.5.6 Resultados

A expressão do resíduo sedimentável é: mL/L

Onde:

L = leitura feita em cone Imhoff.

O resultado é expresso em valores conforme a Tabela seguinte:

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TABELA SÓLIDOS SEDIMENTÁVEIS. Expressão do Resultado
PARA VALORES DE ARREDONDAR PARA O VALOR
0 a 2 mL Do múltiplo de 0,1 mais próximo
2 a 10 mL Do múltiplo de 0,5 mais próximo
10 a 40 mL Da unidade mais próxima
40 a 100 mL Do múltiplo de 2 mais próximo
100 a 1000 mL Do múltiplo de 50 mais próximo

Nota: No caso de usar um cone graduado até 40 mL, os resíduos superiores a 40


mL poderão ser medidos, indireta e aproximadamente, marcando-se o cone com
um traço no nível atingido pelo resíduo e medindo o volume posteriormente.

Precisão e exatidão

Na literatura não existem dados disponíveis, até o presente.

9.6 Determinação da Demanda Química de Oxigênio - "DQO"

9.6.1 Aplicação

As amostras contendo matéria-orgânica oxidável em presença de dicromato de


potássio e ácido sulfúrico.

9.6.2 Objetivo

Determinar a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica


presente na amostra, sob condições definidas de agente oxidante, temperatura e
tempo.

9.6.3 Princípio Do Método

A maioria dos tipos de matéria orgânica é destruída quando fervida com mistura
de ácidos, crômico e sulfúrico. Uma amostra é refluxada com quantidades conhe-
cidas de dicromato de potássio e ácido sulfúrico e o excesso de dicromato é titula-
do com sulfato ferroso amoniacal. A quantidade de matéria orgânica oxidável, me-
dida como equivalente em oxigênio, é proporcional ao dicromato consumido.

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9.6.4 Interferência e Inconvenientes

Compostos alifáticos de cadeia reta, hidrocarbonetos aromáticos e piridina não o


são oxidados apreciavelmente, embora este método seja melhor do que o de per-
manganato. Os compostos de cadeia reta são oxidados mais efetivamente quando
se usa sulfato de prata como catalisador, porém, este reage com cloreto, brometo
e iodeto para formar precipitados que são apenas parcialmente oxidados. O uso
do sulfato de prata como catalisador é essencial para a oxidação de alcoóis e áci-
dos de cadeia reta.

A interferência causada pelo cloreto pode ser sanada usando um complexante, o


sulfato mercúrico adicionado á amostra antes do refluxo.
-
O nitrito resulta em DQO de 1,1 mg O2/mg NO2 -N. Para eliminar a interferência
de nitrito, adicione 10 mg de ácido sulfâmico/mg N-nitrito ao balão de refluxo. Adi-
cione o ácido sulfâmico à solução padrão de dicromato, já que deve ser colocado
no branco também.

9.6.5 Diluição e Estocagem da Amostra

Se houver necessidade de guardar a amostra, acidifique com H2SO4. Faça as dilu-


ições iniciais em balões volumétricos para amostras com alta DQO, para diminuir
os erros provenientes de medir pequenos volumes.

9.6.6 Limitação do Método

O método pode ser usado para valores de DQO de 50 mg/L ou mais com dicroma-
to concentrado.

9.6.7 Equipamentos

Aparelho de refluxo, com balão de 250 mL ou 500 mL e condensadores. As cone-


xões devem ser esmerilhadas.

9.6.7 Reagentes

Solução padrão de dicromato de potássio 0,250 N.

Ácido sulfúrico/Sulfato de prata.

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Solução padrão titulante de sulfato ferroso amoniacal 0,1 N.

Solução de indicador ferroína.

Sulfato mercúrico em cristais (HgSO4).

Ácido sulfâmico.

9.6.8 Procedimento (Para DQO igual ou maior que 50 mg/L)

• Coloque 20 mL de amostra (ou uma quantidade menor de amostra diluída a


20 mL) em um balão de refluxo de 500 mL.
• Adicione 0,4 g de HgSO4 (***), pérolas de vidro e 5 mL de H2SO4 contendo
Ag2SO4. O H2SO4 deve ser adicionado lentamente, sob agitação, para dis-
solver o HgSO4. Esfrie durante a adição de H2SO4 para evitar perda de volá-
teis.
• Adicione 10,0 mL de dicromato 0,250 N e agite.
• Conecte o frasco ao condensador e abra a torneira de água de resfriamento.
• Adicione mais 25 mL de H2SO4 contendo Ag2SO4 através do condensador,
girando o balão para misturar o conteúdo.
• Homogeneizar bem a mistura
• Refluxe durante 2 horas, colocando um pequeno béquer na extremidade do
condensador para evitar a entrada de materiais estranhos.
• Deixe esfriar e lave o condensador com água.
• Dilua a mistura à cerca de 140 mL, esfrie a temperatura ambiente, e titule o
excesso de dicromato com sulfato ferroso amoniacal usando 5 gotas de fer-
roína como indicador.
• Use sempre a mesma quantidade de indicador e titule até a viragem de azul
esverdeado a marrom avermelhado, desprezando o retorno da cor azul es-
verdeada que pode ocorrer em alguns minutos.

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• Faça uma determinação em branco exatamente da mesma maneira, usando
20 mL de água destilada no lugar da amostra.

(***) 1 g de HgSO4 para complexar 100 mgCℓ- (50 mL de amostra com 2.000 mg.L-
1
Cℓ-).
Manter relação 10 : 1 = HgSO4 : Cℓ-, para amostras menores.

Para Cℓ- maior que 2.000 mg.L-1 a determinação não é precisa.

9.6.9 Determinação de DQO em Padrão

Avalie a técnica e a qualidade dos reagentes usando uma solução padrão de gli-
cose ou biftalato de potássio.

Glicose

DQO teórico é de 1,067 g/g - dissolva 468,6 mg e dilua a 1.000 mL para ter solu-
ção de DQO = 500 mg/L.

Biftalato de Potássio

DQO teórico é de 1,176 g/g - dissolva 425,1 mg de biftalato de potássio e dilua a


1.000 mL para ter solução de DQO = 500 mg/L.

9.6.10 Cálculo

(a – b) x N x 8000
mg/L DQO =
mL de amostra

Onde:

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a= volume (mL) de sulfato ferroso amoniacal gasto na titulação do branco.

b= volume (mL) de sulfato ferroso amoniacal gasto na titulação da amostra.

N= normalidade do sulfato ferroso amoniacal.

9.6.11 Soluções Reagentes

Solução padrão de Dicromato de Potássio 0,250 N:

• Dissolva 12,259 de K2Cr2O7, previamente seco a 103 graus centígrados por 2


horas, em água e dilua a 1.000 mL.

Ácido Sulfúrico/Sulfato de Prata:

• Dissolva 22 g de Ag2SO4 para cada 4 kg de H2SO4.


• (10,12 g de Ag2SO4 para cada litro de H2SO4)

Solução titulante de Sulfato Ferroso Amoniacal 0,1 N:

• Dissolva 39 g de Fe(NH4)2SO4.6H2O em água. Adicione 20 mL de H2SO4


concentrado, esfrie e dilua a 1.000 mL. Padronize toda vez que usar, contra
solução de dicromato.

9.6.12 Padronização

Dilua 10,0 mL de solução padrão de dicromato a 100 mL.

Adicione 30 mL de H2SO4 concentrado e esfrie. Titule com sulfato ferroso amonia-


cal, usando 2 a 3 gotas de indicador ferroína.

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mLDicromato x 0,25
Equação 12: Normalidade =
mL Fe+2

Solução de Indicador Ferroína:

• Dissolva 1,485 g de 1,10 fenantrolina monohidrato, com 695 mg de FeSO4.


7H2O em água e dilua a 100 mL.

9.7 Análise do Teor de Gás Carbônico no Gás em Aparelho de Orsat.

9.7.1 Preparação e procedimentos iniciais:

Encher completamente a ampola com solução de KOH até a posição a:

• Abrir a válvula 1.

• Abaixar o frasco de nível até a solução de KOH alcançar a posição A.

• Fechar imediatamente a válvula 1, mantendo o nível da solução de KOH na


posição A.

Eliminar o ar que se encontra no sistema:

• Abrir a válvula 2 para o ambiente.

• Levantar o frasco de nível até a solução não absorvedora atingir a posição B.

• Fechar imediatamente a válvula 2.

Introduzir a amostra no sistema:

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• Com o sistema de coleta de gás já conectado na extremidade C, abrir a vál-
vula 2 (entrada de amostra) abaixando o frasco de nível.

• Purgar cinco vezes, para eliminar o ar presente entre a válvula 2 e a posição


B, antes de coletar definitivamente a amostra.

• Introduzir 100 mL da amostra, ajustando o nível zero da bureta com o frasco


de nível. Fechar a válvula 2.

• Fazer teste de vazamento no sistema pelo deslocamento do frasco de nível.


O nível da bureta deve manter-se na posição zero.

Procedimento da medida:

• Levantar o frasco de nível e abrir a válvula 1 deixando o gás borbulhar na


solução de KOH.
• Abaixar o frasco de nível retornando o gás para a bureta.
• Repetir este procedimento até que o nível final da bureta igualar com o frasco
de nível, após retorno do gás, não sofra alteração (cerca de cinco vezes).
• Medir o volume de gás residual na bureta (igualar os níveis da bureta e do
frasco de nível) - V1.

9.7.2 Cálculo

% CO2 = 100 - V1

9.7.3 Soluções:

Solução de Sulfato de Sódio - Ácido Sulfúrico:

• Dissolver 200 g de Na2SO4 em 800 mL de água destilada.

• Adicionar 30 mL de H2SO4 concentrado.

• Adicionar algumas gotas de vermelho de metila.

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SOLUÇÃO DE HIDRÓXIDO DE POTÁSSIO 50 %:

• Dissolver 500 g de KOH em água destilada e diluir a 1 litro.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A-1. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION - Standard methods of the ex-


amination of water and wastewater. 13 Ed. New York, APHA, AWWA, WPCF,
1971.

A-2. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION - Standard methods of the ex-


amination of water and wastewater. 14 Ed. New York, APHA, AWWA, WPCF,
1971.

A-3. ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY - Manual of methods for chemi-


cal of water and wastes. Washington, EPA, office of Technology Transfer, 1974.
(EPA-625/6 - 74-003).

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MANUAL TÉCNICO
DBOX

SISTEMA INTEGRADO DE TRATAMENTO


DE ESGOTOS SANITÁRIOS

PARTE II – EQUIPAMENTOS, INSTRUMENTOS


E DESENHOS

CONSTRUTORA MELLO AZEVEDO


ETE- URUMARI/ SANTARÉM-PA

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10. DESCRIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS

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10.1 B-962-2 A/B BOMBAS SUBMERSÍVEIS DE ALIMENTAÇÃO
DAS PENEIRAS

QUANTIDADE: Duas (02) - (uma de reserva)

FUNÇÃO: Enviar o efluente da elevatória inicial para as


peneiras

DADOS TÉCNICOS:

Fluído: Esgoto doméstico

Tipo: Submersível/Vertical

Marca: KSB

Modelo: KRT E80-251

Temperatura: 25 º C

Capacidade: 180 m³/hora

Altura manométrica 18 m.c.a.

Rendimento nominal: 72%

Materiais: Carcaça: ASTM A 48CL 35


Rotor: ASTM A 48CL 35
Eixo: AISI 420

Motor elétrico: Potência: 20 CV


Rotação: 1.750 RPM
Frequência: 60 Hertz

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10.2 PR- 962-1 PENEIRA ROTATIVA

QUANTIDADE: Uma (01)

FUNÇÃO: Remoção de sólidos

DADOS TÉCNICOS:

Tipo: Rotativa
Marca: J. Screens
Modelo: JSPR 1220 ECO
Material da tela: Aço Inox AISI 304 Elemento Filtrante:Filtragem
Interna
Tela: 1mm de abertura
Motor: 1,5 CV
Rotação: 10 rpm
Grau de Proteção: IP55
Capacidade Hidráulica: 240m3/h
Carcaça: Aço carbono Galvanizado

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10.3 CA- 962-1 CAIXA DE AREIA

QUANTIDADE: Uma (01)

FUNÇÃO: Remover areia e outros sólidos facilmente sedi-


mentáveis que estão presentes no efluente bruto
já gradeado

DADOS TÉCNICOS:

Tipo: Canal aberto, com duas câmaras em paralelo

Material: Polipropileno

Vazão de projeto: 180 m³/h

Parâmetros de projeto:

Altura da água: H = 0,3 metros

Comprimento da caixa: L = 8,0 metros

Largura do canal: B = 1,2 metros

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10.4 CPL-962-1 CALHA PARSHALL.

QUANTIDADE: Uma (01)

FUNÇÃO: Medir a vazão de efluente tratado que será en-


caminhado aos reatores (UBOX)

DADOS TÉCNICOS:

Garganta: 9”

Material: fibra de vidro pré moldada

Indicação: local, régua graduada para leitura de vazão

Marca: Caldefiber

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10.5 TQS-962-1 POÇO DE SUCÇÃO DE ESGOTO DESARENA-
DO

QUANTIDADE: Um (01)

FUNÇÃO: Receber o esgoto que será enviado ao reator


(DBOX)

DADOS TÉCNICOS:

Tipo: Aberto

Material: Concreto armado, impermeabilizado

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10.6 B-962-2-A/B BOMBAS CENTRÍFUGAS AUTO – ESCOR-
VANTES

QUANTIDADE: Duas (02) *uma de reserva

FUNÇÃO: Enviar o efluente peneirado e desarenado ao


reator anaeróbio (DBOX)

DADOS TÉCNICOS:

Fluído: Efluente industrial

Tipo: Centrífuga auto-escorvante

Marca: IMBIL

Modelo: E-6

Temperatura: 25 - 40 º C

Capacidade: 180 m³/hora

Altura manométrica 16 m.c.a.

Eficiência: 58%

Materiais: Carcaça: ASTM 536 65-45-12


Rotor: fechado ASTM 536 65-45-12
Eixo: AISI-420

Tipo de selo: Mecânico.

Motor elétrico: 2P 60HZ Trifásico 1750RPM

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10.7 R964-1 REATOR ANAERÓBIO.

QUANTIDADE: Um (01)

FUNÇÃO: Promover a transformação da matéria orgânica


presente no despejo em biogás e lodo exceden-
te, diminuindo consideravelmente o poder de po-
luição

DADOS TÉCNICOS:

Tipo: Fluxo ascendente, com distribuidor de efluente


na parte inferior e separadores sólido-líquido-
gás na parte superior

Material: Separador sólido-gás: Módulos em plásticos de


engenharia
Quantidade: 28
Dimensões: Comprimento: 6,0 m
Largura: 2,4 m
Distribuidor efluente: Tubos AISI-304/polietileno de alta densidade
Suportes internos: Tubos em aço carbono com pintura epóxi

Volume útil: 815 m³

Dimensões: Comprimento: 26,50 m


Largura: 7,50 m
Altura: 4,10 m

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10.9 DL-966-1 DECANTADOR SECUNDÁRIO (INTERNO DO
REATOR AERÓBIO)

QUANTIDADE: Um (01)

FUNÇÃO: Permitir a sedimentação dos sólidos gerados no


processo, buscando enquadrar o efluente tratado
dentro das exigências do órgão do controle
ambiental e promover a recirculação do lodo de-
cantado para o Tanque de Aeração

DADOS TÉCNICOS:

Tipo: Retangular com lamelas

Removedor de lodo: Placas Inclinadas

Tempo de retenção: 1,1 horas

Material corpo e lamelas: Polipropileno

Material do fundo do decantador: Aço Carbono

Dimensões: Comprimento: 23,00 m


Largura: 2,40 m
Altura: 2,40 m

Características Funcionais:

• Sistema de separação modular com placas inclinadas.


• Vertedouros ajustáveis.
• Zona de degaseificação.
• Sistema de fluxo de ar com difusor de bolhas grossas por meio de tubula-
ções de aço inoxidável para limpeza.

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10.10 SA-966-1 A/B SOPRADORES DE AR

QUANTIDADE: Dois (02) - um de reserva

FUNÇÃO: Introduzir oxigênio no meio liquido, para o cres-


cimento microbiano, responsável pela degrada-
ção da matéria orgânica

DADOS TÉCNICOS:

Fluido: Ar atmosférico

Marca: Aerzen do Brasil

Modelo: GM 15L

Tipo: Roots.

Temperatura: 35 ºC

Capacidade: 800 m³/hora

Altura manométrica: 5,0 mca

Motor elétrico: Potência: 25 CV


Proteção: IP-55.
Tensão: 220/380/440 V, 60 Hz

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10.11 TQS-970-1 - TANQUE PARA SOLUÇÃO DE HIPOCLORITO DE SÓDIO

QUANTIDADE: Um (01).

FUNÇÃO: Armazenar Hipoclorito de Sódio necessário


ao processo.

FORNECEDOR: Marplast

DADOS TÉCNICOS:

Fluído: Solução de Hipoclorito de Sódio


Tipo: Cilindrico vertical, fechado, fundo pla-
no.
Material: Polietileno.
Volume Útil: 15.000L.
Escala externa: Volumétrica

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10.12 B-970-1 A/B – BOMBAS DOSADORAS PARA SOLUÇÃO DE HIPO
CLORITO DE SÓDIO

QUANTIDADE: Duas (02) – Uma de reserva

FUNÇÃO: Dosagem de Hipoclorito necessário para


remoção de coliformes nos efluentes

Fornecedor: Netzsch

DADOS TÉCNICOS:

Modelo: LEJ7M2-WTC3-N25

Fluido: Solução de Hipoclorito de Sódio (10 – 12%)


Tipo: Dosadora.
Temperatura: Ambiente
Capacidade: 30 L/h
Aspiração: 1,5 m (máximo)
Máx. pressão: 10 MCA
Alimentação: 220 V Monofásico

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10.13 TQS-966-1 - TANQUE DE CONTATO

QUANTIDADE: Um (01).

FUNÇÃO: Possibilitar a agitação hidráulica do efluente


tratado para desinfecção/ remoção de coli-
formes com hipoclorito de sódio.

DADOS TÉCNICOS:

Tipo: Plug-flow, aberto com chicanas divisórias.


Material: Concreto armado impermeabilizado inter-
namente.
Volume útil: 90 m3.

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10.14 CPL-966-1- CALHA PARSHALL FINAL

QUANTIDADE: Uma (01).

FUNÇÃO: Medir a vazão de efluente tratado que será en-


caminhado ao corpo receptor.

DADOS TÉCNICOS:

Garganta: 9".

Material: Fibra de vidro pré moldada.

Indicação: local, régua graduada para leitura de vazão

Marca: Caldefiber

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10.15 TA-964-1 FLARE.

QUANTIDADE: Um (01).

FUNÇÃO: Queimar o biogás gerado no processo

DADOS TÉCNICOS:

Tipo: Atmosférico, com dispositivo anti-retorno de


chama, válvula solenóide e transformador de ig-
nição
Material: AISI-316

Capacidade: 50 m³/hora

Chama piloto: GLP

Tipo de chama: Visível

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11 - DESCRIÇÃO DOS INSTRUMENTOS

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11.1 PI -1 A/B 2A/B - MANÔMETROS

FUNÇÃO: Indicar a pressão manométrica no recalque das


respectivas bombas onde estão instalados.

QUANTIDADE: Quatro (04).

FABRICANTE: Ashcroft Willy

ESCALA: 0 – 4 Kgf/cm2

MODELO: PB 114/2 ½” NPT XNH XGL CD1

TIPO: Angular

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11.2 LSHH 1 / LSH 1B/ LSL 1A – CHAVE DE NIVEL TIPO BOIA

FUNÇÃO: Controle nível Elevatória TQS-962-1

QUANTIDADE: Três (03).

FABRICANTE: Emeco

MATERIAL: PP

CONTATOS: NA + NF

TENSÃO/CORRENTE: 250 VCA/15 A

COMPRIMENTO CABO: 10 m

MODELO: LBM-10

TIPO: Bóia

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11.3 LSHH 2 / LSH 2B/ LSL 2A – CHAVE DE NIVEL TIPO BOIA

FUNÇÃO: Controle nível Elevatória TQS-962-2

QUANTIDADE: Três (03).

FABRICANTE: Emeco

MATERIAL: PP

CONTATOS: NA + NF

TENSÃO/CORRENTE: 250 VCA/15 A

COMPRIMENTO CABO: 10 m

MODELO: LBM-10

TIPO: Bóia

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11.4 BX-01 QUEIMADOR PILOTO COM ELETRODO IGNIÇÃO

FUNÇÃO: Centelha para ignição da chama piloto (GLP) do


Biogás no Flare.

QUANTIDADE: Um (01)

FABRICANTE: TEC

MODELO: P - 93

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11.5 XYV - 01 VALVULA SOLENOIDE

FUNÇÃO: Possibilitar a entrada de GLP para o queimador


piloto.

QUANTIDADE: Um (01)

FABRICANTE: ASCOVAL

MODELO: A211C93

DADOS TÉCNICOS:

Tipo: 2 Vias

Material do Corpo: Latão

Conexão Processo: 3/8” NPT

Alimentação: 220VAC/ 60Hz

Conexão Elétrica: ½” NPT

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11.6 TI -1 - TERMÔMETRO ANGULAR

FUNÇÃO: Indicar as temperaturas dos reatores UBOX.

QUANTIDADE: Um (01).

FABRICANTE: Ashcroft Willy

ESCALA: 0 – 50°C

COMP. HASTE: 600 mm

MODELO: BIA-IN 114 69M XNH CD1

TIPO: Angular

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12 - DESENHOS

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