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Rio de Janeiro
Março de 2009
ESTUDO EXPERIMENTAL E NUMÉRICO DA PARAFINAÇÃO EM
ESCOAMENTO DE HIDROCARBONETOS EM DUTOS PRODUTORES
Aprovada por:
________________________________________________
Prof. Antonio Carlos Fernandes, Ph.D.
________________________________________________
Prof. Marco Giulietti, Dr.-Ing.
________________________________________________
Prof. Sergio Hamilton Sphaier, Dr.-Ing.
________________________________________________
Prof. Luis Fernando Alzuguir Azevedo, Ph.D.
________________________________________________
Eng. Silas Derenzo, D.Sc.
iii
Aos meus pais
pela compreensão
e ajuda nos momentos difíceis.
A minha querida esposa
Fabíola Andrade Porto Teixeira
pelo companheirismo, carinho
e pela palavra de incentivo.
Aos meus filhos
João Pedro Porto Teixeira e Davi Porto Teixeira
pela alegria diária e o sorriso constante.
iv
AGRADECIMENTOS
v
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc.)
Março/2009
vi
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)
March/2009
Paraffins deposition in transport lines and production has made several problems
in petroleum production around the world. Frequently the problems are more severe in
offshore fields, where the solutions are expensive.
In that aspect, the present work accomplished numerical studies through
Computational Fluid Dynamic (CFD) using the commercial software CFX 11.0, seeking
the study of hydrodynamic flow, crystallization and deposition. The results were
compared with the experimental data obtained at PUC-RIO, for deposition under
laminar condition in rectangular channel. The results show that the obtained numerical
model is coherent with the experimental data and the temperature profile in numerical
model presents the same tendency of the experimental data.
vii
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 4
2. 1. O Petróleo e as Parafinas 4
2. 2. Parafinação e Deposição de Parafina 8
2. 3. Mecanismos da Deposição: 27
2. 3. 1. Deposição de Parafina por Difusão Molecular 28
2. 3. 2. Deposição de Parafina por Difusão Browniana 29
2. 3. 3. Deposição de Parafina por Dispersão por Cisalhamento 30
2. 3. 4. Deposição de Parafina por Efeitos Gravitacionais 31
2. 4. Mecanismos da Cristalização 31
2. 4. 1. Crescimento de Cristais 34
2. 4. 2. Aglomeração 34
2. 5. Modelagem de Escoamentos Multifásicos 35
2. 6. Objetivo do Presente Trabalho 46
3. O MODELO COMPUTACIONAL CFX 11.0 48
3. 1. Modelagem Matemática 50
3. 1. 1. Classificação de Modelos para Escoamentos Multifásicos 50
3. 1. 2. Abordagem Euleriana – Euleriana 53
3. 2. Equações Governantes 54
3. 3. Modelo Numérico 57
3. 3. 1. Características do Método Numérico 57
4. MODELO FÍSICO DO ESTUDO NUMÉRICO 59
4. 1. Introdução 59
4. 2. Modelo Físico 59
4. 2. 1. Modelagem do Crescimento do Depósito de Parafina 60
4. 3. Estudo de Malhas 63
4. 3. 1. Comparação de Malhas 64
5. MÉTODOS E MONTAGEM EXPERIMENTAL 65
5. 1. Introdução 65
5. 2. Metodologia 65
viii
5. 3. Descrição dos Equipamentos 66
5. 4. Solução Parafina/Querosene 71
5.5. Procedimento Experimental 73
6. RESULTADOS 75
6. 1. Visualização Experimental do Escoamento e Comparação com
76
Resultados Numéricos
6. 2. Perfil de Temperatura 87
7. CONCLUSÕES E SUGESTÕES 89
7. 1. Conclusões 89
7. 2. Sugestões 90
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 92
APÊNDICES 104
Apêndice 1 – Arquivo de Comando do Solver do CFX 11.0 para o
104
Escoamento no Estado Estacionário
Apêndice 2 – Tabela com os Valores Utilizados para Traçar as Curvas
115
Espessura do Depósito x Comprimento
Apêndice 3 – Curva de Solubilidade da Solução n-Heptano/n-Docosano 116
Apêndice 4 – Curva de Calibração da Bomba de Cavidade Progressiva. 118
Apêndice 5 – Determinação da Temperatura Inicial de Aparecimento de
119
Cristais (TIAC).
Apêndice 6 – Determinação do Número de Reynolds para Mistura
119
Parafina/Querosene.
ix
ÍNDICE DE FIGURAS
x
experimental.
Figura 6.8: Comportamento do crescimento logarítmico do depósito no trecho
81
de 57 mm da interseção acrílico/cobre do estudo experimental.
Figura 6.9: Geometria criada a partir do canal experimental. 82
Figura 6.10: Geometria para simulação numérica do escoamento da solução. 82
Figura 6.11: Malha gerada através do CFX-Mesh. 83
Figura 6.12: Condições de contorno da simulação. 83
Figura 6.13: Vista do canal com deposição de parafina para o escoamento no
84
estado estacionário.
Figura 6.14: Vista ampliada da seção retangular com depósito de parafina na
85
posição de x = 0,50 a 0,57 m no regime estacionário.
Figura 6.15: Comparação da espessura do depósito numérico com a espessura
86
do depósito experimental.
Figura 6.16: Vista da “polyline” na posição axial variando de 0,50 a 0,57 m. 86
Figura 6.17: Perfil de temperatura na parede fria ao longo do canal. 87
Figura 6.18: Perfil de temperatura na parede quente ao longo do canal. 88
Figura A.3: Curva de saturação utilizada no CFX. 118
Figura A.4: Curva de Calibração da Bomba de Cavidade Progressiva. 119
xi
ÍNDICE DE TABELAS
xii
NOMENCLATURA
ALFABÉTICO
A Área m2
C Fração volumétrica da parafina na solução adimensional
CD Coeficiente de arraste adimensional
Cp Calor específico à pressão constante J/mol.K
d Diâmetro m
D Coeficiente de difusão m2/s
Dp Diâmetro da partícula mm
e Coeficiente de restituição adimensional
f Força de interação entre as fases adimensional
fL Fração volumétrica líquida adimensional
g Força da gravidade m/s2
g0 Coeficiente de distribuição radial adimensional
H Entalpia kJ/mol
k Coeficiente de difusão granular adimensional
K Permeabilidade
m Massa kg
. Vazão mássica na face do volume de controle
M
MiI Termo de transferência de quantidade de adimensional
movimento interfacial
p Pressão Pa
r Coordenada radial m
ri Fração volumétrica da fase i adimensional
Re Número de Reynolds adimensional
S Entropia J/mol.K
S Termo Fonte adimensional
t Tempo s
T Temperatura K
Te Temperatura de entrada °C
xiii
u Velocidade média locais das partículas m/s
U Vetor velocidade m/s
v Velocidade média locais das partículas m/s
x Fração molar adimensional
y Fração molar adimensional
GREGOS
α Fração volumétrica adimensional
φ Fração volumétrica das partículas adimensional
γ Dissipação da colisão da energia kg/s3m
λ Condutividade térmica Wm-1K-1
μ Viscosidade dinâmica cP
ρ Massa específica kg/m3
σ Tensores tensão Pa
Δ Variação
Φ Variável genérica transportada
Γ Fluxo de massa entre fases (através da interface)
SUBSCRITOS e SUPERESCRITOS
ac Acrílico
B Browniana
c Fase contínua
Cu Cobre
col Colisão
d Fase dispersa
fr Fricção
fus Fusão
g Gás
i Fase i
kin Cinético
xiv
l Fase líquida
m Molecular
max Valor máximo
NB Volumes vizinhos ao volume de controle
q Interfase líquido-sólido
s Fase sólida
sub Sublimação
tr Transição
1 Soluto
2 Solvente
xv
1. INTRODUÇÃO
Nos dias atuais, a utilização do petróleo como fonte de energia faz com que
muitos países sejam dependentes economicamente desse produto.
Grande parte das bacias sedimentares do mundo que oferecem probabilidade
de existência de petróleo está localizada em pontos distantes da costa marítima, em
áreas offshore. Algumas dessas áreas estão localizadas em regiões como o Golfo do
México, Mar do Norte, Golfo Pérsico, costa oeste da África, Mar da China e a costa do
Brasil. No Brasil, as maiores e mais importantes descobertas em termos de reservas de
petróleo tem ocorrido, principalmente na Bacia de Campos no Estado do Rio de Janeiro,
em águas cada vez mais profundas, com lâmina d’água entre 2000 e 3000 metros.
Dentre os problemas relacionados com a produção de petróleo em águas
profundas e ultraprofundas, podemos considerar a obstrução nas paredes internas das
linhas de transporte e produção devido à deposição de hidrocarbonetos, nos quais os de
cadeias parafínicas são os maiores responsáveis por esse problema.
A deposição de parafinas em linhas de transporte e produção tem criado
diversos problemas na produção de petróleo em diversas partes do mundo.
Frequentemente os problemas são mais severos nos campos offshore, onde suas
soluções podem custar muito. Devido à relativa dificuldade e ao custo associado com a
operação nos reservatórios de petróleo, especialmente offshore, é necessário entender a
natureza da parafinação no petróleo e algumas variáveis fundamentais que afetam a
deposição durante a produção e o processamento (HAMMAMI e RAINES, 1997).
A parafina se deposita e tende a reter água, areia e petróleo, formando
depósitos de consistência, dureza e densidade variáveis.
O problema da deposição da parafina pode causar uma perda de milhões de
dólares por ano com enorme custo de manutenção, reduzindo ou adiando a produção,
aumentando a perda de carga, os riscos operacionais, perdas de equipamentos, perda da
eficiência de tratamento e riscos ambientais (NÝVLT et al., 2001).
O petróleo sai do reservatório a uma temperatura variando entre 60 e 70ºC e
escoa para as linhas de produção. Essas linhas carregam o petróleo para plataformas e
das plataformas para as instalações em terra. À medida que o petróleo escoa, troca calor
com a água do mar, tornando-se menos solúvel até o início da cristalização. A
solubilidade das parafinas no petróleo diminui drasticamente com a diminuição da
1
temperatura, sendo cristalizado e depositado nas paredes frias da linha, restringindo o
fluxo (VENKATESAN et al., 2005).
Para uma remediação eficiente, é necessário entender a natureza dos
depósitos de parafina e estudar o processo de deposição.
Nesse aspecto, o presente trabalho tem como objetivo realizar estudos
numéricos através da Fluido Dinâmica Computacional (CFD) utilizando o software
comercial CFX 11.0, visando o estudo da hidrodinâmica do escoamento, a cristalização
e a deposição. Os resultados obtidos são comparados com os dados experimentais
levantados na PUC-RIO, obtidos para deposição sob condição de escoamento laminar
em canal retangular (LEIROZ, 2004).
Apesar do estudo experimental utilizar a solução de parafina comercial e
querosene como solvente, optou-se por trabalhar, no estudo numérico, com os dados
físico-químicos de uma parafina isolada, contendo vinte e dois átomos de carbono (n-
docosano), em solução de n-heptano. A escolha da solução para o estudo numérico e
experimental se deu por dois motivos. Com relação ao estudo experimental não foi
utilizada a parafina isolada devido à dificuldade de solucionar o problema de vazamento
da solução na bancada de escoamento. Com relação ao estudo numérico, a parafina
comercial e o querosene apresentam dados físico-químicos de difícil determinação, tais
como a concentração e a composição. Por isso, resolveu-se aproximar as propriedades
do n-docosano e n-heptano para simulação numérica, utilizando os dados determinados
por ALVES (1999).
Para o desenvolvimento do estudo experimental e da simulação numérica
foi considerado o regime de escoamento laminar, onde a troca de calor é responsável
principal pela deposição. A geometria utilizada para o estudo numérico foi um canal
retangular.
O modelo utilizado para o estudo da simulação numérica da deposição de
parafina considera uma única fase com fração mássica para os componentes sólidos e
líquidos do docosano como dado de entrada, o uso de expressões algébricas
relacionando fração líquida com a temperatura e uso da Equação de Darcy, como termo
fonte, para o escoamento na região metaestável. O modelo foi implementado usando o
CFX Command Language (CCL).
A realização deste estudo propiciará um melhor entendimento do fenômeno
de parafinação visando aumentar a produtividade da extração de petróleo em
plataformas off-shore e no escoamento em dutos de petróleo.
2
No Capítulo 2 é apresentada uma extensa revisão bibliográfica sobre
deposição de parafina em dutos e diferentes tipos de escoamento multifásicos.
No Capítulo 3 é apresentado o modelo computacional CFX com as
condições de contorno, equações governantes e modelo numérico.
No Capítulo 4 é apresentado o modelo físico com o desenvolvimento das
equações analíticas utilizadas.
Os detalhes construtivos dos experimentos para realização dos testes são
apresentados no Capítulo 5.
No Capítulo 6 são apresentados e discutidos os resultados experimentais
obtidos e comparados com os resultados numéricos, enquanto no Capítulo 7 são
apresentadas as principais conclusões do trabalho e as sugestões para trabalhos futuros.
3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2. 1. O Petróleo e as Parafinas
4
impurezas como sais inorgânicos, areia e água. Dentre as principais frações encontradas
no petróleo têm-se: gás, C1 a C4; éter de petróleo e ligroína (nafta leve), C5 a C7;
gasolina, C6 a C12; querosene, C9 a C15; óleos combustíveis, C14 a C18; óleos
lubrificantes, parafinas, asfaltenos, aromáticos e resinas (TURNER, 1971,
RØNNINGSEN et al., 1991, MISRA et al., 1995 e ROCHA, 1997).
Os hidrocarbonetos saturados constituem o maior grupo, formado por
alcanos normais (n-parafinas), isoalcanos (isoparafinas) e cicloalcanos (naftenos). No
petróleo são encontradas parafinas normais e ramificadas, que vão do metano até 45
átomos de carbono. As parafinas normais usualmente representam de 15 a 20% do
petróleo, variando, no entanto, entre limites bastante amplos (3 a 35%) (THOMAS et
al., 1996).
5
A Tabela 2.1 mostra as principais propriedades termodinâmicas das n-
parafinas presentes no petróleo (PETINELLI, 1991; ALVES, 1999 e ROCHA, 1997):
6
As parafinas podem ser divididas em dois grupos distintos: macrocristalinas
e microcristalinas. O grupo das parafinas macrocristalinas é constituído de parafinas de
cadeia normal com número de átomos de carbono entre 18 e 30. Essas parafinas
possuem cristais bem definidos e visíveis a olho nu. Parafinas com número de átomos
de carbono acima de 41 e também as parafinas de cadeia ramificada são classificadas no
grupo denominado parafinas microcristalinas (OLIVEIRA e LOUVISSE, 1991;
HOWELL e JESSEN, 1956).
7
Muitos trabalhos mostram que tanto parafinas macrocristalinas como
amorfas estão presentes no petróleo, mas a maioria dos autores acredita que as parafinas
presentes são todas de natureza macrocristalina.
8
Muitos trabalhos foram e estão sendo feitos na tentativa de entender o
fenômeno da deposição de parafina nas linhas de transporte de petróleo no qual
podemos considerar:
HUNT (1962) realizou experiências de deposição de parafina para
condições estáticas e com escoamento. O objetivo principal dessas experiências foi
estudar os efeitos dos revestimentos em dutos e dos aditivos químicos sobre a deposição
de parafinas. Experiências para medição das propriedades do depósito como sua dureza
e aderência foram feitas usando como seção de testes uma placa fria. Além de medir as
propriedades, essa experiência permitiu a medição de quantidades de parafina
depositada para longos períodos de tempo (15 h). Foi observado, por exemplo, que o
depósito não tinha aderência em aço inox polido, mas sim em uma superfície jateada
com areia do mesmo material, do que foi concluído que o depósito não é preso numa
superfície por forças de adesão, mas sim pela rugosidade da superfície.
Todos os experimentos realizados por Hunt foram para condições de
escoamento em regime laminar. O estudo tentou simular a deposição de parafinas
produzida na tubulação vertical de saída de um poço de petróleo. A seção experimental
usada permitia submeter o escoamento a diferentes gradientes de temperatura. Das
experiências realizadas, concluiu-se que o resfriamento é o fator necessário para a
deposição de cristais. Outros estudos feitos para condições de temperatura constantes
não resultaram deposição. Visualizações de manchas de parafina depositada na região
de entrada da seção de testes no início do resfriamento levaram a concluir que a
deposição de parafinas é iniciada por nucleação. Com o transcorrer do tempo essas
manchas transformavam-se numa camada homogênea, propondo que o crescimento do
depósito depois da nucleação era causado pela difusão molecular. Visualizações
similares para pequenos e elevados gradientes de temperatura concluíram que o
mecanismo de deposição não varia devido ao gradiente de temperatura imposto. Em
consequência, ele não considera a deposição de partículas já precipitadas na sua teoria.
PATTON e CASAD (1970) realizaram um estudo experimental visando
determinar a influência da rugosidade das superfícies em contato com o escoamento e
da solução na massa do depósito. Estudaram também superfícies revestidas com
material plástico. Nenhuma correlação foi encontrada entre rugosidade e massa
depositada. Apenas concluíram que a adesão da parafina à superfície é função de sua
composição e da área de contato.
9
BERN et al. (1980) realizaram testes com cilindros concêntricos, onde ao
cilindro externo poderia ser imposta uma rotação de forma a provocar um escoamento.
O cilindro interno era resfriado, e nele ocorria deposição de parafina. Esperavam que os
mecanismos que dominavam o processo fossem a difusão molecular e a dispersão por
cisalhamento. Verificaram, porém que a difusão molecular controla o processo de
deposição, observando que taxas de cisalhamento muito elevadas provocam uma
diminuição na taxa de deposição. Atribuíram tal fato ao “arraste” do depósito devido ao
cisalhamento.
BURGER et al. (1981) realizaram um estudo bastante completo sobre os
mecanismos de deposição. Realizaram testes em tubos verticais e horizontais,
concluindo que os efeitos gravitacionais não são importantes no processo de obstrução
da linha. Modelaram matematicamente a contribuição da difusão molecular, difusão
Browniana e dispersão por cisalhamento, concluindo que a primeira domina a deposição
para maiores temperaturas e fluxo de calor, enquanto que a dispersão por cisalhamento
ocorre em menores temperaturas e fluxo de calor. A deposição pelo mecanismo de
difusão Browniana é desprezível se comparada com os outros mecanismos. As medidas
das propriedades físicas do óleo incluíram a determinação de sua solubilidade,
composição da parafina precipitada e do coeficiente de difusão molecular.
McCLAFLIN e WHITFILL (1984) realizaram um estudo experimental
sobre o uso de métodos químicos de controle de formação de depósitos orgânicos,
chegando a testar 22 modificadores de cristais, não constando resultados positivos com
nenhum deles. Dispersantes também foram utilizados, fornecendo resultados positivos e
mostrando-se mais eficientes que a injeção de óleo aquecido na linha.
WEINGARTEN e EUCHNER (1986) fizeram um estudo de deposição de
parafinas com a finalidade de estimar as condições críticas de operação de um duto e as
taxas de deposição geradas. Os experimentos realizados para escoamento com baixas
taxas de cisalhamento resultaram em medições de depósito maiores do que o previsto
por difusão molecular. Adicionalmente foi observado que as taxas de deposição foram
maiores do que as previstas por difusão molecular, evidenciando a presença de outros
mecanismos de deposição. Eles concluíram que a dispersão por cisalhamento tem a
mesma importância que a deposição por difusão molecular em condições de taxas de
cisalhamento baixas. A experiência com altas taxas de cisalhamento mostra um
crescimento rápido no início do experimento, diminuindo a taxa de deposição com o
10
transcorrer do tempo. Foi verificado que os cristais eram removidos quando o esforço
gerado pelo cisalhamento era maior que a resistência do depósito.
HARTLEY e BIN JADID (1989) estudaram problemas potenciais no
transporte de óleo devido ao resfriamento, tentando reproduzir em laboratório as
condições de produção do campo de Troll na Noruega. Os estudos feitos para deposição
de parafina determinaram que, após a cristalização, ela depende fortemente do número
de Reynolds e da diferença de temperaturas entre o óleo escoando e a parede do duto.
Eles concluíram que um elevado gradiente de temperatura aumenta as condições de
precipitação, devido ao fato que o mecanismo de difusão molecular é incrementado
como resultado da concentração de parafina líquida gerada pelo gradiente de
temperatura. Por outro lado, em relação à vazão como variável no processo de
deposição, eles afirmaram que a máxima deposição de cristais é esperada na faixa da
transição do número de Reynolds (entre 2000 e 4000). Afirmaram também que para
escoamento em regime turbulento a deposição diminui e é limitada pela remoção de
cristais.
MAJJED et al., (1990) desenvolveram um modelo termodinâmico para
cálculo da formação e deposição de parafinas utilizando um novo método de análise do
óleo, por eles desenvolvido. Realizaram também testes experimentais em laboratório e
analisaram alguns dados de campo. Para seu modelo consideraram apenas difusão
molecular.
HAMOUDA e RAVNOY (1992) simularam a deposição de parafinas e
compararam seus resultados com dados de campo, objetivando explicar o
comportamento da perda de carga nas linhas. Os resultados obtidos apresentaram uma
discrepância significativa em magnitude, mas a curva de pressão x tempo simulada
refletiu o mesmo comportamento que sua correspondente no campo. Uma alteração na
rugosidade do depósito permitiu encontrar resultados da ordem de 10% de concordância
entre as curvas.
HAMOUDA e VIKEN (1993) estudaram a deposição sobre efeito de
pressões elevadas. Fizeram uso do modelo termodinâmico desenvolvido por HANSEN
et al. (1988) para checar os dados obtidos em suas experiências. Observaram que ambos
forneciam resultados opostos quando sobre a ação de pressões elevadas.
BROWN et al. (1993) desenvolveram um modelo numérico para prever as
taxas de deposição de parafinas em linhas de petróleo e realizaram testes para validá-lo.
Seu modelo considerava apenas a difusão molecular como mecanismo de deposição.
11
Concluíram em seus testes que ao aumentar a taxa de cisalhamento, diminui a razão de
deposição e aumenta a quantidade sólida no depósito, ou seja, diminui a porosidade.
Verificaram também a eficiência dos inibidores de parafina, observando que a maior
parte dos inibidores testados não afeta a deposição e outros chegam até a aumentar a
deposição. Simularam também situações de start-up de linhas e sua influência na
deposição.
HSU et al. (1994) realizaram testes de deposição para condições de
escoamento turbulento submetido a elevada pressão. A seção de testes foi projetada com
o fim de estudar diferentes regimes de escoamento, composições de óleo e testar
diferentes inibidores químicos. A partir dos resultados experimentais concluíram que a
deposição de parafinas depende da composição do óleo, das temperaturas do óleo e da
parede do duto, das condições de escoamento, da dimensão da tubulação, do seu
isolamento e da pressão do sistema. Eles afirmaram que a diminuição da temperatura do
óleo abaixo da temperatura do ponto de névoa aumentará a potencialidade do problema
de deposição em um duto. Estudos sobre o comportamento do óleo usado, submetido a
temperaturas menores que o ponto de névoa, revelaram que o óleo pode ainda continuar
com um comportamento Newtoniano. A taxa de deposição de parafinas para os testes
feitos nessas temperaturas críticas foi menor durante o comportamento Newtoniano do
óleo e aumentaram ao mudar seu comportamento para pseudoplástico. Também foi
concluído que o aumento da viscosidade (mudança do coeficiente de atrito) em testes
feitos a baixas temperaturas resultou em camadas menores de depósito devido ao
incremento da remoção de cristais por cisalhamento.
Foram também realizados testes para avaliar o impacto da remoção de
cristais por cisalhamento. No início dos testes o óleo escoando em vazões pequenas era
resfriado permitindo a precipitação de cristais. O incremento da vazão, e, portanto da
taxa de cisalhamento, causava a remoção de cristais reduzindo a camada depositada até
atingir uma espessura de equilíbrio. Baseados nessas observações, concluíram que a
deposição de parafinas pode ser reduzida significativamente em condições de
escoamento turbulento.
HAMOUDA e DAVIDSEN (1995) realizaram experiências para regimes
laminar e turbulento com o objetivo de verificar a importância dos mecanismos de
deposição por difusão molecular e dispersão por cisalhamento. Eles projetaram uma
seção de testes com três seções diferentes dispostas em série, nas quais o fluido era
submetido a diferentes condições de temperatura.
12
Partindo da consideração de que a difusão molecular é o mecanismo de
deposição mais importante, decidiram testar a relevância da dispersão por cisalhamento
para uma vazão fixa em que eles acharam previamente uma máxima taxa de deposição
de cristais. Para esse teste o óleo entrava na primeira seção com uma temperatura maior
que o ponto de névoa. Nessa seção o óleo era resfriado até atingir uma temperatura
menor que o ponto de névoa gerando a deposição de parafinas. A temperatura de saída
do óleo da primeira seção (menor que a TIAC) garantia que o óleo entrasse na segunda
com cristais em suspensão. Na segunda seção (a mais importante) tentava-se garantir
um fluxo de calor nulo, para finalmente na terceira seção ser restabelecido o
resfriamento gerando novamente a deposição de cristais. Se a dispersão por
cisalhamento fosse um mecanismo relevante na deposição de parafinas, uma quantidade
razoável de depósito deveria ser encontrada para as condições de teste da segunda seção
(fluxo de calor nulo). Nessa seção de interesse, não foi visualizado depósito mensurável
para condições de fluxo zero. Os autores concluíram então que a dispersão por
cisalhamento não é o mecanismo responsável pelo transporte de cristais em suspensão
na direção da parede, enfatizando que um fluxo nulo gera uma distribuição de cristais
num duto relativamente homogênea. HAMOUDA e DAVIDSEN (1995) compartilham
a mesma conclusão dada por BURGER (1981) na qual afirmam que a dispersão por
cisalhamento poderia ser um mecanismo de transporte lateral em condições de elevadas
concentrações de cristais perto da parede (geralmente causada por um resfriamento).
RIBEIRO (1996) desenvolveu um estudo da deposição de parafina em
poços de petróleo, simulando as condições de campo de um determinado reservatório
em produção. No modelo numérico foi considerado o mecanismo de deposição por
difusão molecular em escoamento laminar com estudo de deposição no sentido axial.
Concluiu que a deposição de parafina é fortemente função da temperatura inicial de
aparecimento de cristais (TIAC) do óleo. Os resultados obtidos experimentalmente para
TIAC foram muito distintos com relação à TIAC obtida através do DSC e da
viscosidade.
KOK et al. (1996) realizaram um estudo experimental para determinação da
TIAC com quinze diferentes amostras de óleos através de Calorímetro Diferencial de
Varredura (DSC), técnicas de microscopia e viscosimetria. Mostraram que não é
possível afirmar qual é a melhor técnica para determinar a TIAC devido à grande
diversidade de óleos e mostraram que o DSC obtém melhores resultados que as técnicas
de microscopia e viscosimetria.
13
PAN et al. (1997) estudaram os efeitos da composição e da pressão sobre a
temperatura do ponto de névoa e a quantidade de parafina precipitada. Concluíram que
as n-parafinas precipitam facilmente, seguida pelos naftenos e iso-parafinas enquanto
que os aromáticos permanecem na fase líquida e não estão presentes na parafina. Além
disto, mostraram que o ponto de névoa era fortemente influenciado pelas n-parafinas
pesadas enquanto que a quantidade de parafina precipitada dependia da concentração de
n-parafina assim como isoparafinas e naftenos.
ROCHA (1997) realizou em escala de laboratório experimentos com
condicionador magnético usando soluções de petróleo cru e uma mistura de parafinas.
Determinou os parâmetros de viscosidade aparente, ponto de fluidez, Temperatura
Inicial de Aparecimento de Cristais (TIAC), densidade e morfologia de cristais antes e
após o tratamento magnético, sendo observado que campos magnéticos reduzem a
viscosidade aparente das amostras em temperaturas próximas à TIAC.
CREEK et al. (1999) projetaram experiências com o objetivo de determinar
os efeitos da temperatura e da vazão sobre a taxa de deposição e as características do
depósito. Eles propuseram que a deposição de parafinas é gerada na camada limite
laminar para condições de escoamento turbulento, e na região de baixas velocidades
para condições de escoamento laminar. Cinco diferentes técnicas foram empregadas
para estimar a espessura da camada depositada (diferença de pressão, balanço de
energia, variação de volume no interior da seção de testes, ultra-som e medição direta).
Mesmo assim, os resultados da estimativa da espessura mostraram uma considerável
dispersão, revelando que a estimativa da espessura do depósito é realmente uma tarefa
difícil. As experiências realizadas variando a diferença entre a temperatura do óleo e a
da parede fria, concluíram que o fator gradiente de temperatura dT/dr é diretamente
proporcional à taxa de deposição para ambos os regimes laminar e turbulento. Os testes
feitos para diferentes taxas de cisalhamento concluíram que a remoção por cisalhamento
deve ter uma influência importante quando as taxas de cisalhamento são aumentadas. A
camada de depósito formada para condições de escoamento turbulento foi
significativamente mais resistente e com menor conteúdo de óleo que a camada formada
em condições laminares. Por outro lado, elevados gradientes de temperatura geravam
camadas mais macias que os pequenos gradientes, o que foi atribuído ao fato que
gradientes pequenos ocasionam somente a deposição dos componentes mais pesados. A
espessura da camada de depósito para condições de escoamento laminar foi
consideravelmente maior que aquela obtida para regime turbulento. Isso revela, uma vez
14
mais, a participação do cisalhamento como possível mecanismo de remoção de
depósito.
Foi realizado adicionalmente um teste para condições de fluxo nulo para
avaliar a relevância do mecanismo de dispersão por cisalhamento e sua contribuição na
deposição de cristais precipitados. Um teste inicial feito em condições de escoamento
laminar resultou em um depósito desprezível. O teste feito em regime turbulento nas
mesmas condições de temperatura do anterior não mostrou deposição alguma. A
aparente deposição achada nas condições de escoamento laminar foi atribuída a
possíveis erros na medição de temperatura. Assim, poderiam ter ocorrido na
experiência, fluxos de calor negativos não detectados que, como é sabido, produzem a
difusão molecular. Finalmente eles concluíram que em condições de fluxo de calor nulo
não é produzida deposição de parafinas.
SINGH et al. (2000) propuseram um mecanismo para explicar o
envelhecimento dos depósitos de parafina e desenvolveram um modelo matemático para
prever o crescimento e o conteúdo de parafina do depósito. Os resultados obtidos
tiveram excelente concordância entre a teoria e os experimentos para finas camadas de
gel. O fluido utilizado foi uma mistura de parafina e óleo refinado e seu modelo
considerava apenas a difusão molecular como mecanismo de deposição e o processo era
assumido quase-permanente. Seu modelo numérico previu a deposição de parafina no
sentido axial ao escoamento e concluíram que quanto maior o gradiente de temperatura,
mais espesso se torna o depósito.
IRIGON (2002) estudou o escoamento de uma mistura de óleo e parafina
através de um tubo cilíndrico, simulando as condições de extração de petróleo em águas
profundas. Foi construída uma bancada possibilitando controlar a pressão e temperatura
na entrada da seção de testes. Foram realizados testes mantendo a pressão ou vazão
constantes. Foi mostrado que sob certas condições é possível a formação de um material
estruturado tenro e de fácil remoção, inclusive pelo próprio escoamento, inibindo a
obstrução das linhas por difusão molecular.
SARMENTO (2002) estudou a viabilidade técnica de um procedimento para
remoção de bloqueios ocasionados por depósitos de parafina. Nesse procedimento, a
seção da linha de petróleo obstruída com parafina é aquecida por indução utilizando-se
uma bobina externa posicionada sobre a linha no fundo do mar. Conclui-se que as linhas
flexíveis comerciais podem ser aquecidas por indução e podem transferir o calor para o
desbloqueio de parafina no interior da linha.
15
SANTOS (2002) estudou a formação do depósito de parafina através da
metodologia de dedo frio baseada em desenvolvimento de Nývlt. Para avaliação de
incrustações a partir de misturas binárias. O trabalho estendeu a referida metodologia
para a parafinação de petróleo. Iniciava-se aplicando análise dimensional do processo
referente ao simulador estático e em seguida estudava-se a utilização do Calorímetro
Diferencial de Varredura, ou DSC (Differential Scanning Calorimetry). Como ponto
básico, fez-se uma revisão do processo de deposição de parafina, enfocando o processo
de cristalização em solução.
16
Suas primeiras experiências consistiram no estudo do fenômeno de
deposição em cavidades com fluido estagnado. O aparato experimental usado consistiu
em uma cavidade retangular, feita de vidro, com as paredes dos extremos de cobre que
atuavam como aletas condutoras, que permitiam impor um gradiente de temperatura
controlado. As paredes de vidro foram projetadas com a idéia de acompanhar
visualmente o fenômeno de deposição, tentando detectar alguma movimentação dos
cristais devido ao gradiente de temperatura imposto. Com esse aparato experimental
foram testadas diferentes condições de temperatura, obtendo-se a evolução temporal da
espessura do depósito. Um modelo numérico para simular essas experiências de fluido
estagnado foi baseado em difusão molecular como único mecanismo de deposição. Os
resultados mostraram que o modelo difusivo subestimou os perfis de deposição
indicando que outros mecanismos além da difusão molecular poderiam estar agindo.
Seguindo a filosofia de estudarem-se problemas com grau crescente de
dificuldade, foram realizadas experiências de deposição sobre escoamento laminar. A
seção de testes consistia num canal retangular com duas paredes de vidro que permitiam
a visualização, e duas de cobre para controlar a temperatura. O fluido usado foi uma
solução de 90% de óleo spindle e 10% de parafina comercial, com propriedades bem
conhecidas. Os testes foram realizados todos com temperaturas de injeção do fluido
acima do ponto de névoa submetido a diferentes condições de resfriamento. Os perfis da
evolução temporal e espacial dos depósitos de parafina foram obtidos para os diferentes
casos, com a finalidade de serem comparados com modelos de simulação numérica. Os
resultados obtidos nesses testes de deposição revelaram uma perfeita simetria entre as
camadas de depósitos obtidas nas paredes superior e inferior do canal, indicando que os
efeitos gravitacionais são irrelevantes no processo de deposição. Não foi observada
qualquer evidência de movimento de cristais na direção da parede fria, evidenciando
que a difusão Browniana não estava presente.
VENKATESAN et al. (2005) realizaram um estudo reométrico de um
sistema modelo para estudar a intensidade da força dos géis formados de parafina – óleo
abaixo da variação cisalhante e da história térmica. Foi observado que a intensidade da
força do gel parafina – óleo é uma função complexa da composição do gel, do
cisalhamento e da história térmica abaixo no qual o gel tenha sido formado. Os cristais
de parafina são observados para formar estruturas de plaqueta que crescem em duas
dimensões. Quando o gel é formado abaixo do resfriamento shut in, a intensidade da
força diminui com o aumento da taxa de resfriamento.
17
TODI (2005) desenvolveu um modelo numérico baseado em experiências
realizadas com a finalidade de estudar a deposição de parafinas em condições de
escoamento, e com temperaturas de injeção do óleo menores que o ponto de névoa (na
presença de cristais em suspensão). A finalidade desse estudo foi avaliar os mecanismos
de deposição de cristais já formados e suspensos na solução. O aparato experimental era
formado por um duto circular posicionado em um ambiente, com a temperatura
controlada por um termostato que possuía uma incerteza de ±1ºC. Esse duto foi
construído de acrílico para possibilitar a visualização da formação de camadas de
depósito de parafina. O fluido usado foi uma mistura de querosene, óleo mineral e
parafina industrial. Assim, com essa composição conseguiu que o modelo de óleo
preparado apresentasse um comportamento pseudoplástico quando resfriado em
temperaturas menores que a TIAC. A TIAC da solução utilizada por Todi foi medida
em 10,9°C.
O estudo do escoamento foi realizado utilizando a técnica de PIV (Particle
Image Velocimetry), com que foram obtidos os perfis de velocidades para as diferentes
condições de escoamento estudadas. Para o estudo da concentração de cristais devido ao
cisalhamento foi usada uma técnica chamada Laser Ligth Scattering, que consistiu na
iluminação da região de estudo da tubulação mediante um plano de luz emitido por um
laser, acompanhando a visualização com uma videocâmara. Com essa técnica, Todi
observou que os cristais de parafina migram para uma região anular perto da linha
central da tubulação. Ao mesmo tempo ele visualizou esses cristais difundindo para
regiões de menor concentração como resultado da difusão Browniana. O estudo do
efeito da taxa de cisalhamento na distribuição de cristais revelou que elevadas taxas de
cisalhamento faziam com que a concentração anular de cristais ficasse mais perto da
linha central do duto. Foi concluído que as diferentes temperaturas do fluido e as
diferentes condições de fluxo de calor a que é submetido, não influenciam
significativamente a distribuição de cristais na tubulação.
As experiências de deposição de parafina com temperaturas de injeção do
fluido e da parede abaixo do ponto de névoa resultaram em deposição para as três
condições de fluxo de calor (nulo, positivo e negativo). Para o caso de fluxo zero e
positivo, as camadas de depósito visualizadas foram muito finas e os tempos de
formação de depósito para alguns casos foi de até 3 dias.
O teste realizado para fluxo de calor positivo foi projetado inicialmente com
uma temperatura de injeção de 5°C e temperatura ambiente de 22°C. Essa temperatura
18
do ambiente gerava uma temperatura da parede do duto de 13,5°C (maior que a TIAC).
Para três dias de teste não foi encontrado material depositado. Um segundo teste
diminuindo a temperatura do ambiente para 15°C gerou uma temperatura de parede de
9°C (menor que a TIAC), resultando em uma camada de depósito muito fina e
homogênea visualizada depois de três dias. De ambos dos testes concluiu-se que a
deposição em condições de fluxo positivo ocorre se ambas as temperaturas de injeção
do óleo e da parede encontram-se abaixo da TIAC.
Os testes para fluxo de calor nulo foram realizados para alta e baixa
concentração de cristais. A alta concentração de cristais foi gerada com as temperaturas
de injeção e do ambiente, iguais a 5°C. Com essa temperatura, uma camada visível de
depósito foi encontrada após 8 h. Por outro lado, o teste com baixa concentração de
cristais foi feito para a temperatura de 9ºC. Nessas condições, a deposição de cristais foi
visualizada a jusante da tubulação na metade inferior após o 3º dia. Uma experiência
adicional com maiores taxas de cisalhamento para as mesmas condições de temperatura
do teste com alta concentração de cristais, não resultou em deposição para um tempo de
experimento de três dias. Isso revelou uma vez mais que o aumento da taxa de
cisalhamento pode ocasionar a remoção de cristais.
As conclusões de Todi, sobre os resultados dos testes para fluxo de calor
zero, consideraram que a deposição por gravidade é um possível mecanismo
responsável pelo transporte de cristais, especialmente em condições de vazão muito
pequena. Afirmou também que na ausência de difusão de parafina dissolvida devido ao
fluxo de calor nulo, alguma forma de transporte de partículas na direção da parede devia
ser responsável pelo depósito.
O fluxo de calor negativo foi avaliado com a temperatura de injeção de 5°C
e a temperatura do ambiente de 0°C. Um depósito fino e contínuo foi visualizado após 7
horas. Nessas condições, a difusão de parafina dissolvida cumpre uma função relevante
devido ao gradiente de temperatura imposto. A formação de finas camadas de depósito
foi atribuída a que um material de baixa condutividade térmica como o acrílico
(material do duto) gera um isolamento natural. Por outro lado, o aumento da taxa de
cisalhamento para esse teste resultou em camadas descontinuas de depósito,
evidenciando a remoção de material depositado causado pelo aumento da vazão.
Assim, das experiências realizadas variando-se as taxas de cisalhamento, foi
concluído que um aumento da vazão gera sempre uma redução da espessura da camada
de parafina depositada causada pela remoção por cisalhamento. O autor conclui que a
19
dispersão por cisalhamento é um mecanismo importante e possível de estabelecer um
perfil de concentração de cristais na tubulação (levando os cristais longe da parede),
afirmando que esse mecanismo não é responsável pelo transporte de cristais na direção
da parede. Finalmente fazendo referência aos testes para fluxos positivo e nulo, foi
concluído que a deposição por efeitos gravitacionais e principalmente por difusão
Browniana poderiam ser os mecanismos responsáveis pelo transporte de cristais na
direção da parede.
ROMERO (2005) realizou uma análise numérica do processo de deposição
da parafina em dutos retangulares considerando a difusão molecular como único
mecanismo responsável pela deposição. Foram consideradas duas formulações para
modelar a taxa de transporte de parafina para a parede do duto. A primeira formulação
utiliza uma versão modificada da equação da Lei de Fick para difusão, a qual é reescrita
em termos de quantidades diretamente mensuráveis como massa específica da parafina
sólida, área de deposição, coeficiente de difusão da parafina líquida, coeficiente de
solubilidade e gradiente da temperatura na interface. A segunda formulação utiliza a
equação de Fick para difusão, baseada em gradientes de concentração da espécie
química. A primeira formulação conduz a um modelo unidimensional e a segunda a um
modelo bidimensional. Foi observada a boa concordância das espessuras de deposição
ao longo do canal para a condição de regime permanente, porém as previsões transientes
geradas pelo modelo desenvolvido ficaram significativamente abaixo dos resultados
experimentais, indicando que poderia haver outro mecanismo atuando em conjunto com
a difusão molecular. Os resultados numéricos de ROMERO (2005) foram comparados
com os resultados obtidos experimentalmente por LEIROZ (2004).
Além do modelo unidimensional implementado, também foi utilizado um
modelo bidimensional, mostrando que a deposição de parafina pode ser influenciada por
outro mecanismo além da difusão molecular.
PLASENCIA (2006) realizou experiências de visualização do fenômeno de
deposição, para uma solução óleo-parafina com propriedades conhecidas e submetida a
condições de escoamento bem controladas. As experiências foram realizadas em
condições de regime laminar e na presença de cristais em suspensão para as diferentes
condições de fluxo de calor (nulo, positivo e negativo) com a finalidade de estudar a
relevância dos mecanismos de deposição de cristais precipitados como a difusão
Browniana e a dispersão por cisalhamento. Foi verificado que os testes feitos para
condições de fluxo de calor nulo e positivo não resultaram em deposição, o que
20
evidenciou que é necessário um fluxo de calor negativo para que esse fenômeno
aconteça. Por outro lado, os experimentos para condições de fluxo de calor negativo
resultaram em espessas camadas de depósito, podendo ser obtida a evolução temporal e
espacial dos perfis para cada uma das condições de resfriamento estudadas.
O aumento da taxa de cisalhamento em experiências com escoamento
realizadas para as mesmas condições de temperatura resultou em menores camadas de
parafina depositada, evidenciando a possível presença de um mecanismo de remoção de
cristais depositados por cisalhamento. Resultados da visualização dos experimentos
realizados para condições de fluxo de calor negativo mostraram a movimentação de
cristais suspensos escoando perto da parede e sendo adicionados ao depósito. As
maiores taxas de deposição são mostradas em condições de baixas taxas de
cisalhamento e que elevadas taxas de cisalhamento podem evitar que cristais já
formados e suspensos no escoamento possam ser depositados na parede fria.
Muitos modelos termodinâmicos foram propostos para descrever o
equilíbrio (HANSEN et al., 1988; COUTINHO et al., 1995; COUTINHO, 1999). O
modelo desenvolvido por COUTINHO (1999) e modificado por SINGH et al. (2001)
descreve o sistema termodinâmico de parafina – óleo. Ainda podemos citar BUTLER e
MacLEOD (1961), WON (1986), WEINGARTEN (1986), PEDERSEN et al. (1991),
PEDERSEN (1995), SVENDSEN (1993), ERICKSON et al. (1993), COUTINHO et al.
(1996), COUTINHO et al. (2001), PAN et al. (1997), COUTINHO e DARIDON
(2001), COUTINHO et al. (2002), DARIDON et al. (2001), LEONTARITIS E
LEONTARITIS (2003).
Alguns desses modelos propostos na última década apresentam diferentes
graus de sucesso. Embora alguns desses sejam utilizados atualmente na indústria do
petróleo, eles ainda não são satisfatórios. Segundo COUTINHO et al. (2001), do ponto
de vista teórico, a maioria dos modelos foi baseada em hipóteses erradas no que diz
respeito à natureza da fase sólida. Alguns autores trataram a solução sólida como uma
fase sólida ideal (ERICKSON et al. (1993)). Alguns modelos consideraram a co-
precipitação de aromáticos e naftênicos ajustando as propriedades termofísicas do
componente puro (PEDERSEN et al. (1991)) e todos os modelos falharam claramente
quanto ao comportamento do material sólido. COUTINHO et al. (2001) propuseram a
utilização de um modelo para descrever à não idealidade da fase sólida baseado em um
modelo já existente.
21
O modelo proposto por COUTINHO et al. (2002) é baseado diretamente em
dados termodinâmicos precisos. COUTINHO et al. (2002) afirmaram que os modelos
desenvolvidos por WON (1986), HANSEN et al. (1988), WON (1989), RØNNINGSEN
et al. (1991), PEDERSEN et al. (1991), ERICKSON et al. (1993), PAN et al. (1997)
propuseram várias correlações para prever os parâmetros termodinâmicos, mas não
existe evidência experimental direta para mostrar que as suposições feitas estão corretas.
Em vez disso, esses autores dependem de dados experimentais para a formação de
parafina para validar seus modelos, predominantemente medidas da temperatura inicial
de aparecimento de cristais (TIAC).
Para tornar os cálculos de parafina melhor fundamentados, COUTINHO et
al. (1996) desenvolveram um modelo baseado diretamente em dados de laboratório de
alta qualidade para as propriedades de hidrocarbonetos líquido e sólido e suas misturas.
Dando continuidade a esse trabalho, COUTINHO mostrou que esse modelo prevê com
exatidão o comportamento parafínico para óleos diesel (COUTINHO et al. (2000)) e
petróleos (COUTINHO e DARIDON (2001)). COUTINHO e DARIDON (2001)
mostraram que bons resultados podem ser obtidos assumindo-se a fase líquida como
uma solução ideal. Existe uma escassez de dados sobre a formação de parafina para
petróleos. Recentemente, DARIDON et al. (2001) apresentaram dados para dois
petróleos do Mar do Norte que incluíam análises de n-parafinas com incertezas para a
temperatura inicial de aparecimento de cristais da ordem de 2K.
BIDMUS e MEHROTRA (2004) investigaram a deposição de parafina de
uma mistura (C20-C40) dissolvida em n-dodecano (C12). Um novo banho foi
desenvolvido no qual o fluxo da mistura “quente” mantinha a homogeneização através
de uma hélice axial e a deposição ocorria na parte interna quando em contato com a
superfície “fria” de um tubo. Os efeitos da composição da mistura, taxa de
cisalhamento, tempo de residência, e temperatura da deposição foram estudados no
estado pseudo-estacionário. Confirmou-se que o modelo de transferência de calor no
estado estacionário estava de acordo com os dados experimentais do processo de
deposição de parafina e que controle primário do depósito era feito através da
transferência de calor.
A quantidade de parafina depositada encontrada aumentou de acordo com o
número de carbono da mistura (C12), assim como, com a diminuição da corrente quente.
A massa de sólido depositada, não necessariamente, era proporcional à diferença entre o
fluxo quente e frio.
22
JENNINGS e WEISPFENNIG (2005) estudaram o efeito de dois fatores no
processo de deposição: cisalhamento e temperatura. Foram realizados experimentos
com dedo frio, que se mostrou simples para aproximação da realidade nas linhas de
escoamento. Embora os resultados obtidos não representem o resultado real da
deposição nas linhas de escoamento, os valores obtidos mostram como a deposição
varia com as mudanças de condições de temperatura e tamanho do dedo frio. No estudo,
foi aplicado um aumento do cisalhamento (velocidade de agitação) resultando numa
diminuição na quantidade de depósito no dedo frio e principalmente a redução da
quantidade de óleo contido no depósito. A quantidade de parafina nos depósitos era
determinada como sendo constante, dentro da variação da agitação estudada. Porém, a
concentração de parafina aumentou com o aumento do cisalhamento, por causa da
redução da quantidade de óleo dentro do depósito. O aumento do gradiente de
temperatura entre o óleo e a superfície fria, levou a um aumento do depósito (parafina e
óleo). A concentração dentro do depósito do óleo foi observada para um aumento da
taxa de deposição. Consequentemente, maior concentração de óleo acontece para maior
gradiente de temperatura.
KYOTOKU et al. (2006) apresentaram um modelo matemático e resultados
de simulação computacional com base no balanço de energia para estimar o perfil de
temperatura, um modelo termodinâmico para predizer o equilíbrio de fases e um
balanço de massa para predizer a quantidade de parafina depositada na parede interna
do duto. Um aplicativo computacional de fácil utilização foi desenvolvido em
MATLAB para simulação computacional do fenômeno. Perfis de temperatura e
deposição no duto foram obtidos como resultado das simulações. Segundo os autores os
resultados se mostraram bastante consistentes, quando comparados com resultados
existentes na literatura.
CHEN e ZHAO (2006) desenvolveram um modelo termodinâmico
modificado de equilíbrio sólido-líquido para calcular a precipitação de parafina como
função da temperatura e da composição em sistemas de petróleo. Foi feita uma
aproximação termodinâmica molecular baseada na teoria da solução regular. Foram
levados em conta os efeitos da transição sólido-sólido nas constantes de equilíbrio. A
quantidade de parafina precipitada em diferentes temperaturas do presente modelo se
aproximam dos resultados experimentais, sendo esse resultado apresentado melhor que
obtido pelo modelo de LEELAVANICHKUL (2004).
23
Novas correlações para a entalpia de fusão e temperatura de transição
sólido-sólido e entalpia dos n-alcanos foram obtidas. As entalpias de fusão dos n-
alcanos são divididas em quatro componentes que correspondem às quatro estruturas
cristalinas, assim, a entalpia de fusão obtida estava em concordância com os dados de
entalpia encontrados na literatura. Para as propriedades da transição sólido-sólido,
foram desenvolvidas correlações com polinômios de terceira ordem como função do
número de carbonos.
CORRERA et al. (2007a) fizeram um trabalho focalizado na deposição de
sólidos nas paredes de tubos durante o transporte de óleo. Foi observado que quando a
temperatura externa é mais baixa que a TIAC, ocorre solidificação na parede,
acarretando a deposição. A deposição da parafina foi modelada num tubo com
escoamento turbulento, levando em consideração somente o mecanismo de difusão
molecular para essa deposição. A possível desaturação do óleo foi incluída no modelo,
embora os dados de campo disponível não mostrem esse fenômeno. A camada de limite
laminar foi calculada e com as condições de contorno da parede foi obtido o perfil de
temperatura no bulk. O conhecimento do gradiente térmico da camada limite foi
essencial para obter uma expressão explícita da taxa de deposição devido à difusão
molecular.
DALIRSEFAT e FEYZI (2007) desenvolveram um modelo termodinâmico
baseado na teoria de fases sólidas múltiplas. Nesse modelo são calculadas as
fugacidades das fases vapor e líquida usando a equação de estado de Peng Robinson
Modificada (MPR). As fugacidades da fase sólida para componentes puros são
calculadas indiretamente através da equação de estado pela razão das fugacidades.
Propriedades das frações são calculadas usando a análise química dos compostos
parafínicos, naftênicos e aromáticos e uma correlação é desenvolvida para avaliar a
entalpia de fusão. A pesquisa visou desenvolver um modelo termodinâmico
computadorizado para a TIAC e a quantidade de parafina depositada em misturas de
petróleo. O modelo foi aplicado para calcular a temperatura inicial de aparecimento de
cristais e a quantidade depositada de parafina em petróleos do Mar do Norte e sintético.
MERINO-GARCIA et al. (2007) analisou experimentalmente a importância
do transporte convectivo axial e a gelatinização do óleo na superfície fria, ou seja, a
mudança de líquido para gel induzida pela variação da temperatura. Não descartando o
processo de difusão molecular, os autores deram maior importância à formação de gel (a
formação de gel é mais rápida que a difusão molecular). Foi empregado um aparato
24
experimental para medir a cinética de formação de gel em uma mistura modelo e em um
óleo estocado. Os dados obtidos foram modelados através da solução clássica para o
problema da transferência de calor na condução.
Nesse trabalho, foi verificado que a espessura do depósito é controlada,
principalmente, pela parafina gelatinosa transportada axialmente. O processo de
formação do gel foi estudado experimentalmente e teoricamente com base na
transferência de calor. Verificou-se que o crescimento do depósito é inibido pela ação
combinada de transferência de calor e do efeito cisalhante.
CHEN et al. (2007) desenvolveram um novo modelo termodinâmico para
predizer o equilíbrio de fases do petróleo. Foram usadas as equações SRK EOS
(Equation of State) modificada e UNIQUAC para descrever as fases vapor, líquida e
sólida (parafina), respectivamente. Foram introduzidas novas correlações para calcular o
parâmetro de volume no SRK EOS e o calor de vaporização nas equações do
UNIQUAC. O modelo descreve os sistemas que contêm frações parafínicas, naftênicas
e aromáticas. Novas correlações para entalpia, temperatura de transição sólido–sólido e
entalpias de fusão das parafinas foram estabelecidas baseadas em dados obtidos na
literatura. O modelo modificado proposto prediz a precipitação de parafina em fluidos
de hidrocarbonetos para três sistemas de petróleo. Os resultados obtidos foram
comparados com observações experimentais e esses resultados obtidos foram usados em
modelos de solução. Assim, em sistemas complexos como o de precipitação de parafina
esse novo modelo pode ser usado.
CORRERA et al. (2007b) mostraram como obter a difusividade da parafina
e os valores de sua solubilidade em petróleos a partir das medidas de depósito em
aparato de dedo frio com agitação. O modelo apresentado permite determinar a
solubilidade da parafina e a difusividade a partir dessas medidas experimentais.
Segundo os autores, tais parâmetros são de crucial importância para determinar as taxas
de deposição em oleodutos.
A transferência de parafina dissolvida para a parede do dedo frio, cuja força
motriz é a difusão molecular, ocorre numa camada limite na qual o perfil de temperatura
é calculado em função da geometria do aparato e do coeficiente de transferência de
calor, expresso como uma função velocidade de agitação e das propriedades físicas do
petróleo. A formação do depósito é discutida como um processo de duas etapas. Na
primeira etapa o óleo é saturado pela parafina e na segunda etapa não. O modelo prediz
que a taxa de deposição é constante durante a primeira etapa e permite obter o tempo de
25
transição para segunda etapa. A evolução da concentração de parafina durante o regime
insaturado é calculada, mostrando que a massa de parafina depositada tende
exponencialmente para seu limite assintótico. Usando dados experimentais foram
deduzidos valores para a solubilidade das parafinas e suas difusividades, que permitem
estimar o crescimento do depósito em determinadas condições experimentais.
EDMONDS et al. (2008) simularam a deposição de parafina em oleodutos
onde a fase sólida é representada como uma distribuição contínua de componentes de
parafinas normais. São obtidas as propriedades termodinâmicas da parafina usando um
modelo termodinâmico previamente desenvolvido. Foi também adotado um modelo de
transferência de massa para obter a provável taxa de deposição de parafina.
Foi definido no trabalho que o cisalhamento da camada de parafina pode ser
uma parte importante do mecanismo de deposição nas condições reais dos oleodutos.
Houve dificuldade de interpretação dos resultados físicos na experiência
devido ao número de processos envolvidos. Não foi possível tratar cada efeito
isoladamente, tais como os coeficientes de transferência de calor, massa, crescimento do
depósito, propriedades da parafina e do óleo, etc. O resultado do modelo pode ser
comparado com os resultados experimentais, mas foi difícil analisar a precisão das
suposições individuais dentro da simulação.
ISMAIL et al. (2008) investigaram o efeito de aplicar movimento oscilatório
na deposição de parafina usando um tubo oscilatório com chicanas, ou seja, uma
tecnologia relativamente nova que oferece uma mistura mais uniforme e sólidos em
suspensão quando comparada com os dispositivos tradicionais. Outro assunto tratado é
o entendimento do mecanismo da cinética de cristalização da parafina de acordo com a
teoria de Avrami.
A deposição de parafina foi determinada gravimetricamente e os resultados
obtidos indicam que o movimento oscilatório possui dois efeitos opostos na
porcentagem da deposição de parafina: para baixa concentração de parafina em solução,
a presença da oscilação reduz significativamente a deposição de parafina, de 40-60% e
impede a formação de gel em 100% dos casos. Porém, para alta concentração de
parafina o movimento oscilatório não só promove a deposição da parafina como
também aumenta a velocidade de crescimento do cristal até atingir 100% dessa
deposição.
BANKI et al. (2008) desenvolveu um modelo matemático rigoroso para
escoamento em fluxo laminar para prever a deposição de parafina em oleodutos para
26
multicomponentes. A deposição transiente de cada componente foi calculada através do
acoplamento da equação de momento, energia e das equações de balanço de cada
espécie, com um modelo termodinâmico de precipitação local de parafina. A
formulação da entalpia foi baseada em uma aproximação fixed-grid para o escoamento
convectivo na camada de gel. A expressão do fluxo de difusão usada inclui difusão
molecular (sendo a força motriz do gradiente de concentração) e difusão térmica (sendo
a força motriz o gradiente térmico) com coeficientes de difusão apropriados. Esses dois
gradientes não são proporcionais na camada de gel. O gradiente térmico é alto perto da
parede do tubo e o gradiente de concentração, por causa da mudança de fase, é alto na
interface da região da fase líquida com a camada de gel.
Foi utilizada uma aproximação de entalpia-porosidade, que leva em conta a
desaceleração do fluxo na camada de gel, considerada como um meio pseudo-poroso.
Um termo fonte do tipo Darcy é acrescentado às equações de quantidade de movimento.
Este termo fonte é função da porosidade (saturação do óleo) na camada de gel. Na fase
líquida essa função é zerada e a velocidade é calculada pela equação de quantidade de
movimento. Na camada de gel, o termo fonte aumenta gradualmente com a função tipo
Carman–Koseny. Um aumento no termo fonte leva a uma diminuição do campo de
velocidade.
Foi apresentado um algoritmo numérico detalhado para resolver o modelo
matemático. A equação de quantidade de movimento foi acoplada à equação de balanço
de massa, sendo resolvido pelo Método SIMPLER, para aproximar o campo de pressão
e velocidade. A equação de energia é discretizada por um esquema de volumes finitos e
linearizada pelo Método de Newton-Raphson (NR). A entalpia líquida é relacionada
com a temperatura utilizando a equação de PR-EOS. Também foi apresentado um
algoritmo para o equilíbrio sólido-líquido, o qual usa o Método Sucessivo-Substituição-
Iteração SSI ou o Método NR.
2. 3. Mecanismos da Deposição
27
resinas, associada ao aumento da viscosidade aparente do petróleo, modificações das
condições hidrodinâmicas do escoamento do óleo, o regime transiente, a rugosidade e a
extensão elevada dos oleodutos são fatores preponderantes no processo de deposição de
frações pesadas do petróleo. Dependendo da temperatura de escoamento e da
composição do petróleo, pode-se chegar numa condição de perda total de fluidez
(CARNAHAN, 1989).
Segundo APTE et al., (1999), quatro mecanismos podem ser considerados
para sugerir a deposição de parafina: difusão molecular, dispersão cisalhante, difusão
browniana e deposição por gravidade, onde a deposição por gravidade não tem impacto
sobre a deposição de parafina e a difusão browniana pode ser ignorada. Geralmente é
considerado que a difusão molecular é o mecanismo dominante no caso de escoamento
de óleo monofásico, enquanto que os efeitos de cisalhamento na dispersão são
considerados desprezíveis. O consenso na indústria de petróleo é que o gradiente radial
de temperatura é estabelecido entre o óleo e a parede do duto, com a temperatura do
óleo ficando abaixo da T.I.A.C., ocorrendo a deposição (APTE et al., 2000).
SINGH et al. (2000), um fluxo de massa convectivo externo das moléculas
de parafina da fase bulk para a parede fria e um fluxo interno difusivo dentro da camada
de gel são responsáveis pelo crescimento e envelhecimento dos depósitos com gel.
Muitos autores estudaram o mecanismo da deposição no qual citavam a
difusão molecular, difusão Browniana, dispersão por cisalhamento e deposição
gravitacional como responsáveis pela deposição (BERN et al., 1980; BURGER et al.,
1981; MAJEED et al., 1990).
28
dissolvida na região mais quente o que ocasiona um transporte por difusão molecular da
parafina na direção da parede do duto.
A tendência de deposição e sua taxa podem ser também previstas calculando
a taxa de difusão molecular da parafina na parede.
A Lei de Fick pode ser aplicada para prever a taxa de acumulo da deposição
da parafina:
dm dC dC dT
= − ρ DmA = − ρ DmA (2.1)
dt dr dT dr
O coeficiente de difusão molecular (Dm) desenvolvido por WILKE (1955) é
expresso frequentemente como uma constante experimental dividida pela viscosidade
do óleo ou por correlações empíricas desenvolvidas para parafinas normais. Porém, a
correlação disponível que prevê os coeficientes de difusão é apropriada somente para
misturas binárias.
O gradiente de concentração pode ser calculado através da concentração
prevista no modelo termodinâmico para uma variação de temperatura.
A grande maioria dos modelos numéricos de simulação do fenômeno de
deposição foram desenvolvidos considerando a deposição por difusão molecular como o
único mecanismo atuante (BROWN et al., 1993; HAMOUDA e DAVIDSEN, 1995;
RIBEIRO, 1996).
29
dmB dC
= ρ DBA (2.2)
dt dr
Muitos autores que modelam a predição da deposição disponíveis na
literatura desprezam o mecanismos de difusão Browniana (BROWN et al., 1993; HSU
et al., 1994; HUND, 1962; MAJEED, 1990; RIBEIRO e MENDES, 1997). Acredita-se
que a difusão Browniana poderia ser responsável pelo transporte de partículas (cristais)
para o depósito.
30
2. 3. 4. Deposição de Parafina por Efeitos Gravitacionais
2. 4. Mecanismos da Cristalização
À medida que o petróleo deixa o reservatório e escoa através das linhas, sua
temperatura decresce devido à interação com o ambiente mais frio. Como a solubilidade
das parafinas de alto peso molecular decresce drasticamente com a temperatura, cristais
estáveis de parafina são formados. Os componentes polares e os asfaltenos podem
também co-precipitar com os cristais de parafina (SINGH et al., 1999, SINGH, et al.,
2000, MAJEED et al., 1990).
A taxa de cristalização é uma função complexa da temperatura, da taxa de
resfriamento, do local onde ocorrem as supersaturações, das forças de cisalhamento
geradas pelo escoamento, do tipo de solvente, do número de átomos nas parafinas, e
impurezas modificadoras do cristal. A morfologia dos cristais de parafina depende
fortemente da taxa de resfriamento e tensão cisalhante aplicada na mistura. Por um lado,
cristais monoclínicos e triclínicos (forma de agulha) são observados quando a mistura
parafina-petróleo é resfriada lentamente sob condições estáticas. Por outro lado, o
31
depósito de gel formado sob condições de escoamento é uma mistura de cristais
ortorrômbicos (forma de plaquetas ou lamelas) com um sólido amorfo (SINGH, et al.,
1999).
Duas questões são críticas nos problemas de parafinação, sendo a primeira o
problema da formação do gel e a segunda o problema da deposição da parafina
propriamente dita. Um óleo cru gelatinoso se forma quando a parafina precipita
formando uma estrutura tridimensional no duto, o que não ocorre enquanto o petróleo
estiver fluindo, pois a estrutura intermolecular pode ser destruída pela tensão de
cisalhamento durante sua formação. Entretanto, quando o petróleo para de escoar, as
partículas de parafina interagem, unindo-se e formando uma rede que resulta em uma
estrutura gelatinosa, caso exista suficiente parafina na solução. Com a formação dos
núcleos cristalinos, os cristais em crescimento podem se aglomerar dando origem a
cristais maiores ou mesmo estruturas em forma de géis, que aprisionam a fase líquida
em seu interior e impedem o escoamento do líquido (ELLISON et al., 2000, ROCHA,
1997, THOMASON, 2000).
ALVES (1999) estudou a cristalização de parafinas em solventes orgânicos
utilizando o método de resfriamento, especificamente o n-docosano em n-heptano. Foi
determinada a solubilidade do sistema com e sem ultra-som e detectou-se que o ultra-
som não afeta significativamente a solubilidade. Foi obtida a correlação da solubilidade
com a temperatura.
Foi concluído que o ultra-som afeta significativamente a cristalização em
batelada por resfriamento do n-docosano a partir de soluções de n-heptano. A largura da
zona metaestável sofreu redução quando utilizado o ultra-som com maior intensidade. A
taxa de nucleação aumentou na presença de ultra-som e a taxa de crescimento diminuiu
desprezivelmente, causando um decréscimo no tamanho médio do cristal. Além disso,
concluiu-se que a aplicação do ultra-som durante a extração e o processamento do
petróleo tem um impacto favorável uma vez que a redução de tamanho do cristal
observada desfavorece a formação de depósitos que acabam incrustando as linhas de
transporte.
Quando a temperatura decresce, as interações entre as moléculas de
parafinas aumentam. Quando as forças intermoleculares de atração alcançam um ponto
onde elas são maiores que as interações solvente-parafina, as moléculas de parafina se
combinam entre si para formarem um núcleo cristalino (RANDOLPH e LARSON,
1971).
32
A formação de núcleos cristalinos, nucleação, é um processo que decide o
tamanho dos cristais do produto. Ou seja, quando a nucleação ocorre, e a temperatura se
mantém abaixo da temperatura de nucleação e dentro da zona metaestável, as partículas
se tornam maiores do que o tamanho crítico, os núcleos começam a crescer formando
uma estrutura lamelar de tamanho visível, este mecanismo se chama crescimento
cristalino (NÝVLT et al., 2001, CARNAHAN, 1989, ALVES, 1999).
O transporte de petróleo parafinado em um ambiente frio pode resultar na
parafinação, que são depósitos nas paredes da tubulação. Em uma produção submarina
de petróleo é necessário que não ocorra nucleação descontrolada, ou seja, que não haja
deposição para que não ocorra uma diminuição na produtividade dos poços.
Dessa forma, é necessário entender o fenômeno da nucleação, para tentar
minimizar a formação de parafina nas paredes da tubulação.
Dependendo da composição do petróleo e das condições de temperatura e
pressão, parte das parafinas nele contidas tende a cristalizar dando origem a uma fase
sólida, que pode causar diversos problemas à produção de petróleo. A temperatura na
qual ocorre a formação do primeiro cristal é chamada de ponto de névoa ou temperatura
inicial de aparecimento de cristais (TIAC). Uma vez atingida a TIAC, algumas parafinas
presentes na meio darão início ao processo de formação de cristais. O fenômeno de
cristalização de parafinas pode ser dividido em três etapas (COUTINHO et al, 1996):
- A primeira etapa seria a de nucleação. Nessa etapa surgem os primeiros
núcleos a partir dos quais irão crescer os cristais de parafina.
- A segunda etapa é de crescimento, onde ocorre o transporte de massa da
solução em direção aos núcleos que foram formados na etapa de nucleação.
- A terceira etapa é a aglomeração, onde ocorre a junção de cristais em
crescimento, dando origem a cristais de dimensões maiores.
O crescimento do núcleo formado ocorre tão logo ele surja na solução
(CHICHAKLI et al, 1967). A partir do núcleo formado, novas moléculas de parafinas
incorporam-se ao cristal em locais denominados sítios de crescimento. Dependendo das
condições sob as quais o cristal cresce, são possíveis variadas formas de célula unitária
cristalina. As parafinas exibem normalmente as seguintes células unitárias: hexagonal,
ortorrômbica, monoclínica e triclínica.
33
Figura 2.2: Células unitárias dos cristais de parafina (ROCHA, 1997).
2. 4. 1. Crescimento de Cristais
2. 4. 2. Aglomeração
34
força de coesão, permanecendo unidos por um período suficiente de tempo, quando
crescem, formando entidades cristalinas de alta irregularidade de forma e propriedades
(GROOTSCHOLTEN, 1984).
O grau de aglomeração é o parâmetro de quantificação do fenômeno. Ele
indica o estado de agregação numa amostra em um dado tempo, normalmente expresso
em base mássica ou pela razão entre o número de partículas aglomeradas e o total da
amostra (ALVES, 1999).
O grau de aglomeração diminui com o aumento da intensidade de agitação,
com o aumento do tamanho médio dos cristais primários e de suas quantidades, sendo
bastante dependente do sistema de cristalização. Os resultados de suas medidas podem
ser interpretados para indicar que altas supersaturações e movimentos suaves dos
cristais atuam favoravelmente sobre a aglomeração (NÝVLT et al., 1985).
Segundo APTE et al. (1999), a parafina é depositada como um aglomerado
de pequenos cristais que tem uma área superficial grande em relação ao seu volume.
35
A partir do processamento estático desse sinal é possível calcular as
variáveis mencionadas acima. Um aspecto interessante do trabalho, e que é pouco
abordado na literatura, para escoamentos em constrições, é a descrição da estrutura
bidimensional do escoamento bifásico descrevendo os perfis transversais de fração de
vazios e velocidade. Outro resultado interessante é a observação da coalescência das
bolhas na parte convergente e a fragmentação ao longo da parte divergente.
DREW (1983) examina as características comuns dos modelos para
escoamentos multifásicos dispersos considerando a fase dispersa como um meio
continuo (enfoque Euleriano - Euleriano). Nesse trabalho são deduzidas de forma
detalhada as equações da conservação da massa e quantidade de movimento para
sistemas multifásicos a partir da promediação das equações de Navier-Stokes e as
condições de interface. Também são apresentadas relações constitutivas para as tensões
viscosas e turbulentas das diferentes fases e para os termos de transferência de
quantidade de movimento interfacial, mostrando na parte final do trabalho, a
independência do sistema coordenado de referência, dessas relações.
LEWIS & DAVIDSON (1985) apresentam um estudo experimental do
escoamento disperso água - ar em diferentes bocais e placas de orifício. A principal
conclusão obtida a partir desses experimentos é que a pressão diferencial medida para
um bocal convergente é bem maior daquela obtida para uma placa de orifício com a
mesma fração de vazios, sendo que ambos dispositivos tem a mesma pressão diferencial
para a mesma vazão no caso monofásico. Ou seja, a influência da presença de uma
determinada quantidade de gás no escoamento é bem mais importante para um bocal do
que para uma placa de orifício. Os valores de pressão diferencial diferem bastante dos
preditos pelas correlações existentes, porém, esses resultados são comparados, apenas
para o caso do bocal, já que o modelo é unidimensional, com resultados teóricos obtidos
a partir de um modelo de dois fluidos simplificado. Esse modelo é deduzido a partir de
um balanço de forças sobre uma bolha submersa em um escoamento acelerado de
líquido. As menores pressões diferenciais para a placa de orifício são atribuídas ao
aumento do coeficiente de contração no caso bifásico.
DREW & LAHEY (1987) abordam mais profundamente a questão da
independência do sistema de referência das forças interfaciais, fundamentalmente das
forças chamadas comumente na literatura de non-drag forces, isto é, as forças que
aparecem sobre a fase dispersa diferentes da força de arrasto. Essa última, varia
linearmente com a velocidade relativa e, portanto, é facilmente demonstrável a sua
36
objetividade. As outras forças tais como, massa virtual e sustentação dependem da
aceleração relativa entre fases e a vorticidade da fase continua sendo assim difícil
demonstrar a objetividade. Nesse trabalho, se propõe através de uma formulação
potencial do escoamento não estacionário e com presença de vorticidade sobre uma
esfera, descrever a forma matemática dessas forças e analisar sua objetividade.
Posteriormente, DREW & LAHEY (1990) mostram um erro nas hipóteses colocadas no
trabalho anterior concluindo que a demonstração é valida no caso em que a vorticidade
da fase continua é pequena.
KOWE et al. (1988) apresentam uma análise detalhada das forças que
aparecem sobre uma bolha num escoamento não uniforme e não estacionário, i.e.,
acelerado local e espacialmente. A partir dessa análise, é derivado um modelo de três
campos. Esse modelo consiste em dividir o meio bifásico em três campos interatuantes;
as bolhas ocupando o volume ∈V cuja velocidade é v, liquido deslocado pelas bolhas,
ocupando o volume Cm∈V e com velocidade v, e o “líquido intersticial” que escoa longe
das bolhas, ocupando o volume V − ∈V − Cm∈V escoando com velocidade u0. Essa
análise facilita a determinação das forças mencionadas e, dessa forma, das relações para
transferência de quantidade de movimento interfacial. Segundo esse enfoque, é preciso
introduzir uma pressão intersticial P0, diferente da pressão média 〈P〉, sendo a diferença
entre as duas proporcional ao quadrado da velocidade relativa entre as fases, (uG−uL)2
(Slip Velocity). Por ser considerado de interesse para área é utilizado em vários
trabalhos para cálculo de escoamentos multifásicos em dutos e constrições.
KUO & WALLIS (1988) fazem um estudo teórico e experimental de
escoamentos de bolhas em bocais convergente-divergente utilizando um modelo de dois
fluidos simplificado. É apresentada uma descrição das forças de arraste, massa virtual,
empuxo e expansão da bolha (variação do diâmetro). Essa última força é geralmente
desprezada em modelos para escoamentos multifásicos, por ser de menor ordem que as
forças de massa virtual e arraste, de fato, os experimentos são dirigidos de forma a essa
força não ser significativa. Também é apresentada uma seção dedicada a uma
recompilação de correlação para coeficientes de arraste para diferentes condições de
escoamento. A proposta desse trabalho é analisar experimentalmente as diferentes
forças de interface a partir de um experimento que consiste em fazer um seguimento da
posição de uma única bolha lançada dentro do bocal, no qual está escoando um líquido.
O aparato experimental permite variar o diâmetro das bolhas e as velocidades médias do
37
líquido. A partir do conhecimento da posição da bolha em função do tempo, é possível
conhecer a velocidade pontual da bolha. Os resultados são comparados com um modelo
unidimensional de dois fluidos
COUËT et al. (1991) propõem um modelo unificado que contempla os
casos limites de monofásico e homogêneo dentro do conjunto de equações proposto. O
modelo também é baseado na velocidade intersticial (modelo de três campos
apresentado por KOWE et al. (1988)) e é aplicado ao escoamento em uma contração,
considerando escoamento de água e ar e óleo e água, podendo em ambos os casos
qualquer uma das fases ser dispersa. Esse ponto é interessante já que considera o caso
em que a fase dispersa é mais densa do que a continua. Na literatura, é observado que,
em geral, as aplicações são feitas considerando escoamentos de ar disperso em água,
sendo a fase dispersa a de menor densidade.
ISHII et al. (1993) propõem um novo modelo obtido a partir da integração
das forças de pressão que aparecem sobre uma bolha que se movimenta num
escoamento irrotacional. Essa forma de deduzir as equações de conservação permite
levar em consideração as forças que aparecem devido à deformação ou mudanças no
tamanho das bolhas. Essa força, também considerada em outros trabalhos, é pequena
quando comparada com outras forças de interface, para escoamentos em dutos. Os
autores também demonstram a hiperbolicidade (relacionada à existência de contrações
ou expansões exponenciais em determinadas direções) do sistema de equações
governantes. Finalmente, os resultados são comparados com dados experimentais
obtidos anteriormente pelos mesmos autores.
ENWALD et al. (1996) apresentam um estudo amplo do modelo de dois
fluidos aplicado a leito fluidizado descrevendo o sistema bifásico do ponto de vista
Euleriano - Euleriano, i.e., a fase sólida é considerada como um meio contínuo
escoando e trocando calor, massa e quantidade de movimento com a fase fluida (gás).
Assim, o trabalho resume de forma geral as técnicas de promediação das equações mais
comumente empregadas e apresenta equações constitutivas para as tensões de
cisalhamento e a pressão, principalmente na fase sólida onde esses conceitos, que
surgem a partir da hipótese do continuo, devem ser estendidos para a fase dispersa.
Também são discutidas as leis de fechamento para as forças interfaciais e mostrado um
estudo dos modelos mais comuns para a força de arrasto. Finalmente, são discutidos os
modelos de turbulência para as fases gasosa e particulada.
38
ALAJVEGOVIC et al. (1998) mostram a modelagem de um duto de
ebulição (boiling channel) utilizando o código CFX4. São apresentados diversos testes,
tanto em termos de modelagem matemática quanto numérica. Nesse aspecto é
apresentada uma modificação do algoritmo de interpolação de RHIE-CHOW RHIE &
CHOW (1983) considerando o fato que em escoamentos multifásicos aparecem novos
campos escalares, além da pressão, os quais são susceptíveis de oscilações devido ao
arranjo co-localizado (checkboard oscilations) como são as frações volumétricas.
Também é apresentado um método de sub-relaxação para melhorar as condições de
convergência em escoamentos com transferência de calor e mudança de fase. Na mesma
linha de pesquisa, sendo desenvolvida no Rensselaer Polytecnic Institute, que procura a
modelagem multidimensional de escoamentos bifásicos em dutos em diferentes regimes
de escoamento, PODOWSKI (1999) apresenta uma modelagem em CFX4 de um
escoamento bifásico em um duto. São apresentados alguns modelos de transferência
interfacial para regime slug (pistonado), anular e disperso (bolhas).
Um aspecto interessante desse trabalho é a comparação entre os termos de
interface para os regimes pistonado e disperso, mostrando a similaridade do termo de
arrasto, para os diferentes regimes de escoamento, quando é feita uma média na seção
do duto.
DIAS et al. (1998) analisam a estrutura de um escoamento bifásico água –
ar num bocal convergente utilizando uma agulha de prova, similar à descrita por
THANG & DAVIS (1979). Através dessa metodologia são medidos os perfis
transversais de velocidade da fase gasosa, fração de vazio e distribuições de diâmetros
de bolhas. Também é descrito no trabalho um modelo numérico unidimensional. A
partir desse modelo é apresentado um estudo da evolução dos valores das forças
interfaciais e os balanços de quantidade de movimento na fase líquida, ao longo do
bocal. Um aspecto que contrasta com o trabalho de THANG & DAVIS (1979) é a
conclusão da não existência de fragmentação ou coalescência de bolhas ao longo do
bocal.
KAREMA & LO (1999) realizam um estudo dos métodos de acoplamento
para a interface, i.e., analisam os diferentes algoritmos utilizados para o tratamento
numérico das forças interfaciais. Essas forças são, de forma geral, função das
velocidades das diferentes fases, assim, aparecerão nas equações para a fase i
velocidades da fase j e vice-versa. A forma mais simples de tratar esse problema é de
maneira explícita, ou seja, utilizar valores disponíveis das velocidades para o cálculo
39
das forças interfaciais, porém, para alguns regimes de escoamento, esse acoplamento é
forte gerando instabilidades numéricas quando tratado de forma explícita. Esse trabalho
discute a aplicabilidade dos diferentes métodos de acoplamento e descreve de forma
detalhada o algoritmo IPSA-C que resulta da combinação do método para tratamento de
forças interfaciais SINCE com o método para o tratamento do acoplamento pressão -
velocidade SIMPLE-C.
SOUBIRAN & SHERWOOD (2000) mostram um estudo teórico do
escoamento de bolhas num tubo Venturi, considerando o escoamento potencial da fase
contínua. São consideradas as forças de arraste, pressão e massa virtual, atuando sobre
as bolhas. Essas bolhas são consideradas pequenas em relação ao diâmetro do tubo e de
forma esférica (considerando-se a tensão superficial suficientemente grande). O campo
de velocidades da fase continua é avaliado de duas formas, inversamente proporcional à
área do duto (perfil plano de velocidades) e escoamento irrotacional axi - simétrico.
Considera ainda que as bolhas não influem no escoamento da fase contínua, i.e., os
campos de velocidade são desacoplados com o objetivo de facilitar a avaliação das
trajetórias e as forças que aparecem sobre as bolhas.
GEORG et al. (2003) desenvolveram um modelo computacional para captar
as estruturas denominadas clusters de partículas. Foi desenvolvido um modelo
matemático multifásico para descrever o escoamento gás-sólido, utilizando-se uma
malha computacional tridimensional de alta resolução com a finalidade de captar as
estruturas presentes na mesoescala. Essas estruturas influenciam os mecanismos de
transferência de massa, quantidade de movimento, energia e velocidades de reação. A
natureza das interações hidrodinâmicas nas várias escalas apresenta-se como um grande
desafio no que se refere ao aspecto de modelagem matemática conforme pontuam
ANDERSON e JACKSON (1967), THEOLOGOS et al. (1997), HARRIS et al. (2002).
A prática mais comum é a utilização de equações médias de transporte para cada uma
das fases com a finalidade de simular numericamente o comportamento fluido
dinâmico. Tem havido um grande esforço no entendimento dos mecanismos inerentes
ao escoamento gás sólido, contudo o estado da arte do escoamento multifásico ainda
está longe do ideal, conforme pontuam ZHANG e VANDERHEYDEN (2001), van
WACHEM (2003), ZHANG e PROSPERETTI (1994).
Segundo GEORG, o movimento de partículas suspensas em um fluido é
completamente determinado pelas equações de Navier-Stokes, tendo que ser satisfeitas
em cada ponto do fluido, e as equações do movimento de Newton satisfeitas para cada
40
uma das partículas presentes no escoamento. Contudo, quando os sistemas de interesse
compreendem um grande número de partículas, o problema torna-se complexo demais
para permitir a solução quando colocado desta forma. Ou seja, haveria a necessidade de
uma quantidade de partículas muito grande que represente o sistema, o que é
impraticável com os recursos computacionais existentes. Desta forma, é utilizado o
processo de média para cada uma das fases (gás e sólido) resultando no “modelo de dois
fluidos”, inicialmente desenvolvido por ANDERSON e JACKSON (1967), que trata o
fluido e o sólido no referencial Euleriano. Assim, o sólido é modelado como um
contínuo, e os mecanismos de transferência de massa, quantidade de movimento e
energia se dão na interface entre os “dois fluidos”.
As equações 2.3 a 2.6 são as equações da continuidade e da conservação da
quantidade de movimento para a fase partícula e gás respectivamente, como
apresentadas por ANDERSON e JACKSON (1967). Nas equações apresentadas, φ é a
fração volumétrica das partículas; v e u são as velocidades médias locais das partículas e
do gás respectivamente; ρ s e ρ g g são as densidades; σ s e σ g são os tensores tensão
associados às duas fases, expressos no formato compressível; f é a força de interação
entre as fases por unidade de volume; e g é a força da gravidade.
O fechamento das equações do movimento requer a descrição das tensões
para a fase sólida. Quando o movimento das partículas é dominado por colisões, os
conceitos advindos da teoria cinética (CHAPMAN e COWLING, 1970) podem ser
utilizados, e comumente o são, para descrever as tensões na fase sólida. Relações
constitutivas para as tensões da fase sólida baseadas nos conceitos da teoria cinética
foram derivados por LUN et al. (1984), levando em conta a natureza inelástica das
colisões entre partículas. O modelo de VAN WACHEM (2000) assume que a energia
no estado estacionário é dissipada localmente e despreza os efeitos difusivos e
convectivos, retendo apenas os termos de geração e dissipação.
A Equação 2.9 considera apenas a forma Newtoniana para as tensões na fase
gás. Considera-se apenas a força de arraste para descrever as interações gás-partículas,
Equação 2.10.
∂φ
+ ∇. (φ v ) = 0 (2.3)
∂t
∂ (1 − φ )
+ ∇. ⎡⎣(1 − φ ) u ⎤⎦ = 0 (2.4)
∂t
41
∂ ( ρ sφ v )
+ ∇. ( ρ sφ vv ) = −∇.σ s − φ∇.σ g + f + ρ sφ g (2.5)
∂t
∂ ( ρ g (1 − φ ) u )
+ ∇. ( ρ s (1 − φ ) uu ) = −φ∇.σ g − f + ρ g (1 − φ ) g (2.6)
∂t
Pseudo temperatura granular (VAN WACHEM 2003)
( ∇PsI + σ s ) : ∇v − γ sθ = 0 (2.7)
Tensor tensão para a fase gás
⎡
( ∇.u ) I ⎤⎥
2
σ g = pg I − μ g ⎢ ∇ u + ( ∇ u ) −
T
(2.8)
⎣ 3 ⎦
Força de arraste (GIDASPOW 1994)
2 ρ g (1 − φ ) φ u − v
f = β ( u − v ) , β = CD F (φ ) , F (φ ) = (1 − ϕ )
2.65
(2.9)
3 d
⎧⎛ 24 ⎞ ⎫
⎪⎜ ⎟
CD = ⎨⎝ Re g ⎠
(1 + 0.15 Re0.687
g ) , Re g < 1000 ⎪ (1 − φ ) ρ gd u − v
⎬ Reg= (2.10)
⎪0.44, ⎪ μg
⎩ Re g ≥ 1000 ⎭
Tensor tensão para a fase sólido
⎛ 2 ⎞
σ s = − psI + ⎜ ς s − μ s ⎟ ∇.vI + μ s ∇v + ( ∇v )
3 ⎝ ⎠
( T
) (2.11)
γθ = 3 (1 − e2 ) g 0φ 2 ρ sθ ⎜ ⎜ ⎟ − ∇.v ⎟ (2.14)
⎜ d ⎝π ⎠ ⎟
⎝ ⎠
Ainda segundo GEORG, existem na literatura várias tentativas de
caracterizar a formação de clusters através de experimentos sofisticados, contudo sem
grande sucesso, HARRIS et al. (2002), LACKERMEIER et al. (2001). Tendo em vista
as dificuldades experimentais, as técnicas de fluidodinâmica computacional apresentam-
se com um grande potencial, pois é possível realizar uma série de simulações
42
computacionais e assim utilizar técnicas de visualização e monitoramento com a
finalidade de caracterizar estas estruturas.
Foram apresentadas no trabalho possíveis formas de formação de clusters
através de análise dos aspectos físicos associados ao escoamento gás-sólido na tentativa
de tornar mais claros os mecanismos encontrados neste tipo de escoamento. Os
resultados apresentados, de acordo com Georg, são coerentes com o esperado no que se
refere à concentração de sólidos junto à parede e aos aspectos relacionados à
tridimensionalidade das estruturas da meso escala, corroborando qualitativamente os
resultados encontrados por AGRAWAL et al. (2001) e ZHANG E VANDERHEYDEN
(2001). O modelo proposto com suas relações de fechamento foi capaz de representar os
fenômenos inerentes ao escoamento gás-sólido não necessitando de modificações.
VAN WACHEM e ALMSTEDT (2003) discorreram sobre os escoamentos
multifásicos, onde relatam que são bastante encontrados na indústria. Numerosos
exemplos podem ser encontrados nas indústrias química, farmacêutica, agrícola,
bioquímica, petrolífera, de alimentos, eletrônica, etc. Devido à complexibilidade dos
escoamentos multifásicos, do ponto de vista físico e numérico, os códigos aplicáveis à
Fluidodinâmica Computacional (CFD) não existem.
As razões para a falta de conhecimento fundamental em escoamentos
multifásicos são três: (1) o escoamento multifásico é um fenômeno complexo que pode
ocorrer para gás-sólido, gás-líquido, líquido-líquido, líquido-sólido, etc. e dentro dos
escoamentos pode existir escoamento anular, escoamento estratificado, escoamento
pistonado, escoamento de bolha, etc. (2) as complexas leis físicas e difícil tratamento
matemático dos fenômenos que ocorrem na presença das duas fases (dinâmica de
interface, coalescência, separação, arraste) ainda são pouco desenvolvidos. (3) a solução
numérica das equações governantes e as leis para fechamento nos fluxos multifásicos
são extremamente complexas.
ALBUQUERQUE et al. (2007) simularam um modelo tridimensional de
fluxo de duas fases (gás-óleo), em estado estacionário, em um tubo submersível, usando
o método de volumes-finitos e o software CFX. As equações governantes em
coordenadas generalizadas são resolvidas usando um sistema de arranjo de variáveis co-
located, o esquema HIBRIDO como função da interpolação dos termos convectivos, o
método SIMPLEC para junção da pressão-velocidade. Os resultados numéricos das
distribuições de velocidade, pressão, temperatura e a fração nula das fases são
apresentados e analisados. É feita uma discussão em termos da precipitação de parafina
43
ao logo do duto. Escoamento multifásico consiste em um fluido (contínuo) e uma ou
mais fases particuladas (dispersas). A fase contínua pode ser líquida ou gás e a fase
dispersa pode ser de partículas sólidas, bolhas de gás ou gotas de líquido. Uma
definição mais habitual considera um sistema de multifásico como aquele onde os
fluidos componentes são imiscíveis e ambos separados por interfaces.
Para simplificar o modelo e a solução das equações governantes, foram
considerados: fluxo laminar, estado estacionário, escoamento tri-dimensional, fluido
incompressível, fluxo não-isotérmico, fluido newtoniano; propriedades termofísicas
constantes, sem força de arraste na interfase e força de corpo negligenciada. Foi
considerado que o depósito só ocorrera sob o efeito da temperatura do fluido. Nenhum
outro efeito, tal como, difusão molecular ou arraste de partículas de parafina foi
considerado.
CORNELISSEN et al. (2007) usou um modelo de multifluido Euleriano no
CFD (fluido dinâmica computacional) para simular o escoamento líquido-sólido. As
simulações numéricas foram avaliadas qualitativamente através de dados experimentais
da literatura e quantitativamente através de comparação com novos dados
experimentais. O refinamento da malha, o passo de tempo e os critérios de convergência
foram avaliados.
O estudo foi baseado na aplicação da CFD para fluidização de sólidos em
líquido. O modelo foi feito através da aproximação Euleriana-Euleriana utilizando o
pacote comercial FLUENT que é baseado no método de volumes finitos.
Conservação de massa e momento são as equações governantes para
interpenetração das fases líquida e sólida. As equações relevantes são listadas abaixo. A
transferência de massa entre as fases foi ignorada. A equação de momento para a fase
sólida difere da fase líquida e a equação para fase sólida contém uma pressão de sólidos.
A transferência de forças entre as fases líquida e sólida é descrita por leis empíricas de
arraste baseadas em WEN e YU (1966) e GIDASPOW (1992).
Modelo de equação usada no código do Fluent 6.1.22:
Equação da continuidade:
∂ (α q ρ q ) ur
∂t
( )
+ ∇. α q ρ q vq = 0 (2.15)
Equação de momento:
44
ur
(
∂ α l ρ l vl ) + ∇. α ρ vuur = −α ∇ + ∇.τ + α ρ ugr + k vur − vur
∂t
( )l l l
2
( )l p l l l sl s l (2.16)
ur
(
∂ α s ρ s vs ) + ∇. α ρ vuur = −α ∇p + ∇p + ∇.τ ur ur ur
∂t
( s) s s
2
s s s (
+ α s ρ s g + kls vl − vs ) (2.17)
( )
ur ur T ⎛ 2 ⎞ ur
τ q = α q μ q ∇.vq + ∇.vq + α q ⎜ λ q − μ q ⎟ ∇.vq I (2.18)
⎝ 3 ⎠
Arraste líquido-sólido:
ur ur
3 α sα l ρ l vs − vl
ksl = CD α l −2.65 (2.16)
4 ds
ur ur
⎧ 3 α sα l ρ l vs − vl
⎪ CD α l −2.65 α l>0.8
⎪4 ds
ksl = ⎨ ur ur
ρ α (2.17)
⎪ α s (1 − α l ) μ l l s v s − vl
⎪150 + 1.75 α l ≤ 0.8
⎩ α lds 2 ds
24 ⎡
1 + 0.15 (α l Re s ) ⎤
0.687
CD = (2.18)
α l Re s ⎣ ⎦
ur ur
ρ lds vs − vl
Re s = (2.19)
μl
Pressão de sólido:
ps = α s ρ sΘs + 2 ρ s (1 + ess ) α s 2 g 0, ssΘs (2.20)
Função da distribuição radial:
−1
⎡ 1
⎤
⎛ a ⎞3 ⎥
g 0, ss = ⎢`1 − ⎜
s
(2.21)
⎢ ⎝ as , max ⎟⎠ ⎥
⎣ ⎦
Tensão cisalhante dos sólidos:
μ s = μ s , col + μ s , kin + μ s , fr (2.22)
4 Θs
μ s , col = α s ρ sdsg 0, ss (1 + ess ) (2.23)
5 π
α sds ρ s Θsπ ⎡ 2 ⎤
μ s , kin =
6 ( 3 + ess ) ⎢⎣1 + 5 (1 + ess )( 3ess − 1) α sg 0, ss ⎥⎦ (2.24)
ps sin φ
μ s , fr = (2.25)
2 I 2D
Viscosidade bulk:
45
4 Θs
λ s = α s ρ sdsg 0, ss (1 + ess ) (2.26)
5 π
Temperatura granular:
2⎡∂
⎢
3 ⎣ ∂t
( ) ( )
( ρ sα sΘs ) + ∇. ρ sα s vsΘs ⎤⎥ = ¨− ps I + τ s : ∇.vs + ∇. ( k Θs∇Θs ) − γΘs + φ ls
⎦
(2.27)
15ds ρ s Θsπ ⎡ 12 2 16 ⎤
k Θs =
4 ( 41 − 33η ) ⎢⎣1 + 5 η ( 4η − 3) α sg 0, ss + 15π ( 41 − 33η )ηα sg 0, ss ⎥⎦ (2.28)
1
η= (1 + ess ) (2.29)
2
12 (1 − ess2 ) g 0, ss
γΘs = ρ sα Θ s
3
2 2
(2.30)
ds π
s
φ ls = −3klsΘs (2.31)
Limite do empacotamento:
ρb
α s , max = (2.32)
ρs
A simulação Euleriana usando o software FLUENT para fluidização de
água com esferas de vidros deu resultados que geralmente apresentam boa concordância
qualitativamente e razoável concordância quantitativa de acordo com os dados
experimentais. A variação do coeficiente de restituição apresentou resultados
desprezíveis para as condições estudadas, considerando o arraste imposto pelo o fluido
na partícula.
46
descrever a desaceleração do escoamento na zona metaestável, onde começa a
formação dos cristais e consequentemente o fluido se torna mais gelatinoso.
Esse termo fonte é função da porosidade da parafina formada (n-docosano)
na zona metaestável. Na fase líquida essa função é zerada e a velocidade é calculada
pela equação de quantidade de movimento. Na zona metaestável, o termo fonte aumenta
gradualmente com a função tipo Carman–Koseny. Um aumento no termo fonte leva a
uma diminuição do campo de velocidade.
Assim, o presente trabalho tem como objetivo realizar estudos numéricos
em escoamento laminar desprezando a dispersão cisalhante, difusão Browniana e a
gravidade. Assumindo que a desaceleração do escoamento e a grande troca térmica
junto à parede na região metaestável são as grandes responsáveis pela deposição de
parafina. O fluxo de massa convectiva das moléculas de parafina da fase bulk para a
parede fria e um fluxo interno difusivo dentro da camada de gel são responsáveis pelo
crescimento e envelhecimento dos depósitos.
47
3. O MODELO COMPUTACIONAL CFX 11.0
48
irá resolver os problemas com base nas condições de contorno fornecidas chamado CFX
- SOLVER. Os dados gerados pelo processador são encaminhados ao pós-processador
que pode ser descrito como sendo uma ferramenta de visualização gráfica chamado
CFX- POST.
O programa de resolução (SOLVER) recebe três tipos de arquivos, um
contendo as informações geométricas do modelo (malha computacional), um arquivo
com os comandos que definem o modelo a ser utilizado, condições de contorno,
fenômenos a serem considerados etc. e, se forem utilizadas rotinas de usuário, um
arquivo contendo as rotinas em linguagem FORTRAN.
O arquivo de comandos permite passar ao programa todas as informações,
inclusive as geométricas quando se trata de geometrias simples. Essa característica será
aqui utilizada para o estudo do escoamento em dutos de seção constante. Assim, a partir
desse arquivo é possível estabelecer todas as condições e modelos a serem utilizados,
sempre que estejam implementados no pacote. Nos casos em que é necessária a
implementação de novos modelos ou modificação dos já implementados, isto deverá ser
feito através das rotinas de usuário em linguagem FORTRAN ou comando CCL
(Command Language).
A solução do problema é obtida para cada centróide das células do domínio.
A precisão dos resultados depende do refinamento da malha: quanto mais refinada a
malha, mais precisos serão os resultados e maior será o esforço computacional (trabalho
do processador e duração).
O método utilizado pelo modelo CFX é o de volumes finitos; este divide o
domínio em volumes de controle e as equações de conservação são aplicadas a cada
volume. O centróide de cada volume é o nó computacional onde cada variável é
calculada. Como resultado, obtém-se uma equação algébrica para cada volume de
controle, em função dos nós vizinhos. O método é ajustável a qualquer tipo de malha e
assim não há restrições a geometrias complexas.
Essas rotinas são compiladas e acopladas ao código principal do programa
de resolução. A implementação do modelo matemático é feita através do arquivo de
comandos (CCL). O modelo será colocado da forma tradicional do modelo de vários
fluídos, já implementado no pacote CFX 11.0.
A malha numérica é a discretização do domínio de interesse através de nós,
onde serão calculadas as variáveis de interesse, para a simulação do escoamento. Ela
pode ser estruturada, estruturada por blocos e não-estruturada.
49
As condições de contorno são as características do escoamento (velocidade,
pressão, temperatura etc.) atribuídas aos limites do domínio de interesse. Elas são peças
essenciais para o fechamento do sistema de equações e para a obtenção dos resultados
corretos.
3. 1. Modelagem Matemática
50
Figura 3.1: Classificação de modelos para escoamentos multifásicos (PALADINO,
2005).
51
No modelo Euleriano-Euleriano, para cada faixa de diâmetro considerada, devem ser
consideradas diferentes “pseudo-fases” com diferentes tamanhos de partículas,
requerendo a solução de um sistema de equações de conservação (massa e quantidade
de movimento) adicional para cada faixa de diâmetros de partícula considerado. Nesses
casos podem ainda ser utilizados tratamentos especiais para sistemas polidispersos
como modelos de balanço populacional (MUSIG - MUltiple SIze Group). Contudo
esses modelos normalmente consideram que as partículas de todos os tamanhos se
movimentam com a mesma velocidade.
Uma alternativa, quando se deseja calcular diferentes campos de velocidade
para diferentes diâmetros de partícula, é o modelo “Slip” Algébrico (ASM – Algebric
Slip Model), também chamado na literatura de Drift Flux Model. Esse modelo calcula
uma velocidade relativa entre fases a partir de uma equação algébrica. Embora esse
modelo seja baseado numa abordagem Euleriana-Euleriana, o fato de se utilizarem
equações algébricas para o cálculo das velocidades relativas faz com que possam ser
considerados vários tamanhos de partículas sem aumentar consideravelmente o esforço
computacional. Essas equações algébricas calcularão a velocidade terminal das
partículas para as condições de escoamento em cada ponto do domínio. Dessa forma, o
modelo será válido para casos em que os tempos de relaxação das partículas, i.e., os
tempos em que as partículas atingem a sua velocidade terminal, são muito menores que
os tempos característicos do escoamento.
O modelo homogêneo considera apenas um único campo de velocidade para
todas as fases. Essa hipótese é valida apenas para dispersões muito finas de partículas,
nas quais, a fase dispersa é arrastada com a mesma velocidade que a fase contínua. Esse
modelo resolve uma equação da quantidade de movimento para a mistura multifásica e
N-1 equações da conservação da massa, de forma a se obter a distribuição de fase no
domínio de cálculo, onde N é o número de fases. A distribuição da fração volumétrica
da fase restante é calculada através da equação de “conservação volumétrica” que
considera que a soma das frações volumétricas de todas as fases é igual a um.
PALADINO (2005) considera que o modelo homogêneo foi bastante
utilizado no passado para modelagem de escoamentos dispersos, quando a
disponibilidade de recursos computacionais era menor. Na atualidade, escoamentos
dispersos são resolvidos a partir do modelo de dois fluídos, salvo em casos de
dispersões extremamente finas ou em escoamentos dominados pela força de arraste,
onde a hipótese de homogeneidade de velocidades é válida.
52
É importante destacar, que o conceito de “homogeneidade” refere-se à
quantidade de movimento, porém pode ser aplicado, de forma geral, a qualquer
fenômeno de transporte entre fases. Por exemplo, num escoamento num evaporador,
onde existem importantes velocidades relativas entre as fases, mas com temperaturas
iguais, uma abordagem não-homogênea deverá ser utilizada para a quantidade de
movimento, porém pode ser considerado um único campo de temperaturas para ambas
as fases.
53
Ainda afastando-se consideravelmente das condições normais de pressão e
temperatura, a hipótese do contínuo é normalmente observada na maioria das
aplicações, salvo em condições extremas (por exemplo, aplicações em pressões muito
baixas ou micro aplicações), e distribuições locais das variáveis como velocidade ou
temperatura podem ser calculadas a partir de um modelo baseado na mecânica dos
meios contínuos.
De forma similar, em escoamentos dispersos o número de partículas por
unidade de volume ou densidade numérica deve ter uma média estacionária. Para isso
uma quantidade apreciável de partículas deve ser considerada dentro de um volume
elementar que representa um “ponto material”. Suponha-se, por exemplo, um
escoamento em padrão de bolhas com diâmetros da ordem de 2-4 mm. O volume
ocupado por 104 bolhas seria da ordem de,
4
Volume Elementar~104 x FE x π ( 3 x10−3 ) ~ 6,8cm3
3
(3.2)
3
onde FE ≈ 0,65 é o fator de empacotamento de esferas.
Essa visão “Euleriana” da fase dispersa é também chamada de difusa ou
fuzzy. Isto é, pelo fato de se enxergar a mistura bifásica, não como dois fluídos
separados por uma interface, mas como fluídos interpenetrantes, onde, em um ponto
material, podem coexistir duas ou mais fases e a quantidade relativa presente de cada
um é dada pelo valor da fração volumétrica nesse ponto.
3. 2. Equações Governantes
54
Neste trabalho será utilizado o modelo de dois fluidos. Para o estudo
numérico será empregado o pacote comercial CFX 11.0 no qual serão avaliados os
modelos já formulados e serão implementadas algumas modificações desses modelos,
para as forças de interface, de forma a obter resultados mais apurados para escoamentos
em constrições.
Baseando-se em alguns aspectos teóricos revistos na literatura e comentados
nas seções anteriores, referentes à modelagem matemática de escoamentos multifásicos
dispersos, propõe-se um modelo matemático com algumas simplificações baseadas nas
seguintes hipóteses:
1. As tensões viscosas ou turbulentas internas da fase dispersa podem ser
desconsideradas, ou seja, serão desconsiderados os termos viscosos na
equação da quantidade de movimento da fase dispersa;
2. O campo de pressão será compartilhado por todas as fases, ou seja, a
pressão em cada ponto será igual para todas as fases;
3. Não existe transferência de calor ou massa através da interface;
Dessa forma as equações da conservação da massa e quantidade de
movimento para a fase contínua são,
∂
(αcρc ) + ∇.(αcρcUc ) = 0 (3.3)
∂t
∂
∂t
( )
(α c ρ cUc ) + ∇. (α c ρ cUcUc ) + rc∇p − ∇. μ eff ( ∇Uc + ∇U cT ) − α c ρ cg = McI (3.4)
55
das equações de Navier-Stokes, as equações estão acopladas pelo fato que as diferentes
incógnitas, u, v, w e p aparecem em diferentes equações. Mesmo quando nas equações
da conservação da quantidade de movimento linearizadas aparece apenas uma
componente da velocidade, já que as outras componentes foram colocadas na matriz de
coeficientes, todas as equações, incluindo a conservação da massa, estarão fortemente
acopladas fisicamente pela variável pressão. O gradiente de pressão influenciará de
forma importante no balanço de quantidade de movimento e, portanto, o campo de
velocidades que definirá o balanço de massa. Entretanto, esse fato não aparece de forma
clara nas equações, já que a pressão não aparece explicitamente na equação de
conservação da massa, porém, fisicamente, o balanço de massa é definido pelo
gradiente de pressão.
Existem inúmeras metodologias numéricas para resolver esse acoplamento.
Essas metodologias podem ser basicamente divididas em dois tipos de abordagens:
solução segregada e solução acoplada ou simultânea das equações de conservação.
Entende-se por solução segregada de um sistema de equações diferenciais
parciais ao método de solução que consiste na resolução de cada equação em forma
separada e sequencial. Nessa abordagem, cada equação é resolvida para a sua variável
principal e a outras variáveis são tratadas como conhecidas, utilizando-se o “melhor”
valor disponível, ou seja, o valor obtido na iteração anterior.
A solução acoplada das equações consiste em resolver todas as equações
em forma conjunta a partir do mesmo sistema linear. Dessa forma, qualquer
acoplamento entre as variáveis estará automaticamente resolvido, restando apenas as
não linearidades, para as quais será necessária a solução iterativa. Entretanto, tal solução
será sempre mais robusta que no caso segregado.
Em se tratando da solução das equações governantes de escoamentos
multifásicos, existem dois acoplamentos que devem ser considerados, o acoplamento
entre a pressão e velocidade e o acoplamento entre as equações governantes das
diferentes fases. O problema do acoplamento pressão-velocidade é um clássico na
solução de problemas envolvendo escoamentos incompressíveis ou fracamente
compressíveis.
Geralmente, os códigos comerciais (CFX) utilizam a metodologia da
solução segregada, utilizando coordenadas curvilíneas generalizadas, pois tem mais
tempo de mercado e, portanto, estão melhor validados.
56
3. 3. Modelo Numérico
57
estruturadas, porém com flexibilidade de adaptação a geometrias complexas através do
uso de coordenadas curvilíneas generalizadas e a possibilidade de resolução com a
metodologia de multidomínios. Além de resolver as equações e Navier-Stokes em três
dimensões, o software possui uma enorme quantidade de modelos para diferentes
aplicações que vão desde diferentes modelos para o fechamento da turbulência até
modelos para escoamentos em meios porosos, combustão e escoamentos multifásicos,
entre vários outros.
Uma característica interessante do pacote é que permite a inclusão de novos
modelos ou modificação dos já implementados, sejam estes para a consideração de
fenômenos físicos ou modificação de esquemas numéricos, através de rotinas em
linguagem FORTRAN ou implementação através da seção de “expressões CCL”. Isto
torna o software adequado para pesquisa científica, já que possibilita testar diferentes
modelos matemáticos, analisar influência de determinados parâmetros etc., sem ser
necessário o árduo trabalho de implementação numérica de algoritmos para a resolução
numérica das equações de Navier-Stokes ou outros modelos matemáticos amplamente
conhecidos e validados na literatura.
58
4. MODELO FÍSICO DO ESTUDO NUMÉRICO
4. 1. Introdução
4. 2. Modelo Físico
59
• Escoamento em estado estacionário;
• Fluido Newtoniano, mesmo para o sistema multifásico;
• Fluido incompressível, com viscosidade constante;
• Condutividade térmica e calor específico constantes;
• Solubilidade da parafina dependente da temperatura;
• Processo de deposição de parafina ocorre para temperaturas inferiores a
TIAC;
• Escoamento laminar unidimensional.
60
temperatura acima da TIAC que é de 34,1°C. As paredes laterais do canal retangular
foram definidas como simétricas (não-escorregamento nas paredes), a parede superior
definida como parede quente (T = 40°C) e inferior como parede fria (T = 20°C).
O conjunto de equações resolvidas numericamente pelo código
computacional CFX 11.0, para o escoamento laminar, são equações de conservação de
massa e momento e transferência de calor que estão definidas no Manual do CFX 11.0
e, além disso, foram implementadas, através de arquivos CCL, as equações necessárias
para descrever a deposição de parafina enquanto a solução está em escoando dentro do
duto.
A formação dos cristais de parafina no escoamento da solução consiste em
uma fase líquida e uma fase sólida fixa, com isso, é usada a equação do movimento de
Navier-Stokes juntamente com a Lei de Darcy.
Ao ocorrer a formação de cristais na zona metaestável, é criada a resistência
ao escoamento, e com isso, ocorre uma desaceleração na região de parafinação. Esses
dois efeitos são incorporados através do termo fonte de Darcy para descrever a
desaceleração da velocidade de escoamento na região metaestável na Equação de
Momento.
Da equação geral de momento para o domínio fluido:
∂ ( ρU i ) ∂ ( ρU jU i ) ∂p ∂τ
+ =− + ρ gi + ji + SiM
∂t ∂x j ∂xi ∂x j (4.1)
(1 − f L )
2
μ
S i
M
= Ui
K star f L3 (4.4)
61
Na região líquida, o termo de fonte se torna zero. Na região sólida, o termo
fonte tende a infinito, forçando a velocidade a se igualar nas duas regiões. Para evitar
divisão por zero, foi necessário colocar contorno nas variáveis, impedindo indefinições
durante a computação, garantindo que o valor não se torne negativo.
⎛ ^ μ (1 − f L )2 ⎞
S M
= min ⎜ C , ⎟U i
i
⎜ K star f 3
⎟ (4.5)
⎝ L ⎠
Logo, na região em que se inicia a formação de cristais (zona metaestável),
a Equação de Momento se aproxima da Lei de Darcy. Sendo assim, com o aumento da
quantidade de sólido saturado, o termo fonte domina todos os outros termos na equação
de momento, e como foi dito anteriormente, força a velocidade na região líquida para
zero.
A Lei de Darcy pode se aproximada como:
(1 − f L )
2
μ μ
∇p = − Ui ≈ − Ui
K K star f L3 (4.6)
O valor de Kstar depende da morfologia média dos poros. Esse valor foi
determinado através dos dados obtidos por ALVES (1999) onde, o diâmetro médio da
partícula de docosano foi determinado como sendo Dp = 1,0.10-4 m. Assim, o
coeficiente morfológico é:
150
K star = = 1,5 x10+10
Dp 2 (4.7)
Rperm está implementado no CFX no subdomínio e é chamado de
Coeficiente Linear de Resistência, e é implementado de forma a garantir que a fração de
líquido não assuma valores negativos.
Rperm = max(0,min(RpermMax,Kperm))
μ (4.8)
RpermMax = = 1,9 x10+07
K perm
62
A existência da supersaturação no meio é um requisito essencial para que
ocorra o processo de cristalização. A curva de solubilidade utilizada foi determinada por
ALVES (1999) e significa que em determinada temperatura (T1), a concentração de
equilíbrio é x1. Na temperatura (T2), a concentração de equilibrio é x2. A T2<T1 a
diferença x1-x2 é o que precipitou na forma sólida.
A solubilidade do docosano no heptano foi determinada por ALVES (1999)
como sendo:
4. 3. Estudo de Malhas
63
consideração, que os volumes de controle permaneçam sempre os mesmos. Em todos os
casos foram utilizados os mesmos parâmetros de simulação.
4. 3. 1. Comparação de Malhas
10s
2,5 20s
30s
2 60s
Espessura do Depósito (mm)
300s
1,5 600s
1800s
1 Malha 1
Malha 2
0,5 Malha 3
Malha 4
0 Malha 5
0 200 400 600 800 1000 1200
-0,5
Comprimento (mm)
64
5. MÉTODOS E MONTAGEM EXPERIMENTAL
5. 1. Introdução
5. 2. Metodologia
65
5. 3. Descrição dos Equipamentos
Figura 5.1: Vista esquemática da seção de testes para ensaios de deposição de parafina
em condições de escoamento.
66
Figura 5.2: Vista esquemática da seção de testes para ensaios de deposição de parafina.
67
A Figura 5.3 mostra a montagem do canal com as duas peças de acrílico na
entrada e saída. Um detalhe da construção do canal é mostrado na Figura 5.4. Nessa
figura podem ser observadas as paredes de cobre e vidro que formavam a seção
transversal retangular. Nas Figuras 5.5 e 5.6 é mostrada com mais detalhes a entrada e a
saída do canal.
68
Figura 5.6: Vista detalhada da saída do canal.
69
à sua característica de gerar vazões volumétricas constantes. Adicionalmente, foi
utilizado um inversor de freqüência da série CFW-08 da Weg, para controlar a rotação
da bomba e em conseqüência facilitar o controle de sua vazão. O inversor de freqüência
utilizado tinha a capacidade de variar de 0 a 60 Hz com uma resolução mínima de 0,01
Hz. Foi obtida a curva de vazão da bomba em função da freqüência do inversor, que
pode ser encontrada no Apêndice A.4.
Mangueiras de 3/4" foram utilizadas como linhas de transporte entre o
canal, o tanque de alimentação e a bomba.
70
Os termopares utilizados foram conectados a um sistema de aquisição de
dados AGILENT modelo 34970A. A temperatura era armazenada em intervalos de
tempo de 6 segundos.
Para acompanhar e visualizar o fenômeno de deposição de cristais durante a
realização das experiências foi usado um microscópio ótico ZEISS AxioCam MRc. O
microscópio estava ligado a um microcomputador e a aquisição dos dados era feita
através de fotos tomadas de 5 em 5 segundos. O microscópio foi montado sobre trilhos
de forma a permitir a movimentação axial e acompanhar visualmente toda a seção de
teste para deposição de parafina.
A temperatura do sistema e as fotos eram monitoradas através do programa
LabVIEW, por um período de 30 minutos, gerando arquivos com sequências de
imagens e distribuição de temperatura.
5. 4. Solução Parafina/Querosene
71
também foi da Vetec. Para o preparo da solução, fundiu-se totalmente 2 kg de parafina
sendo posteriormente misturado com 8 kg de querosene. A TIAC dessa solução medida
por viscosimetria resultou ser de 34,1ºC. No CFX foram utilizadas as propriedades do
n-docosano e do n-heptano e nas Tabelas 5.1, 5.2, 5.3 e 5.4 encontram-se essas
propriedades do n-docosano e do n-heptano.
72
Tabela 5.4: Propriedades gerais do n-heptano:
FÓRMULA C7H16
Peso Molecular 100,20
Temperatura de ebulição 371,45 K (98,3ºC)
Temperatura de fusão 182,6 K (-90,55ºC)
Massa específica 0,700 g/mL (25ºC)
Cp -
225,0 J/mol.K (líquido a 80ºC)
ΔHsub 57,9 (183K)
ΔHfus 14,053 kJ/mol (182,59 K)
Sfus 76,96 J/mol.K (182,59K)
ΔHvap 31,77 kJ/mol.K (371,6K)
Calor latente 141 kJ/kg
Tc 540,2 K
5. 5. Procedimento Experimental
73
mediante o acionamento do sistema de válvulas que controlava a passagem da solução
pelo canal.
Durante 30 minutos era feita a aquisição dos dados através de fotos de 5 em
5 segundos e a leitura da temperatura de 6 em 6 segundos.
74
6. RESULTADOS
75
O objetivo deste Capítulo é apresentar os resultados do estudo da simulação
numérica para deposição de parafina, assim como, comparar com o resultado do estudo
experimental do escoamento laminar.
76
Figura 6.2: Interseção acrílico/cobre para t = 0s, 5s, 5min, 10min, 20min e 30min.
Figura 6.3: A 9 mm da entrada para t = 0s, 5s, 5min, 10min, 20min e 30min.
Figura 6.4: A 15 mm da entrada para t = 0s, 5s, 5min, 10min, 20min e 30min.
77
Figura 6.5: A 1000 mm da entrada para t = 0s, 5s, 5min, 10min, 20min e 30min.
Segundo LEIROZ (2004), existe uma simetria nos depósitos, indicando que
os efeitos gravitacionais não são um mecanismo relevante no processo de formação do
depósito de parafina, com isso, foi adotado o critério de visualização para somente um
dos lados do experimento.
Um segundo critério adotado por LEIROZ (2004) foi relativo à temperatura
de parede, onde foi adotada a temperatura na parede fria de 20°C para não produzir o
bloqueio total da seção de teste.
A Figura 6.6 apresenta os resultados experimentais da espessura do depósito
obtidos de acordo com a variação do tempo em toda a extensão do canal. O valor de Re
foi de 896. O tempo de duração do experimento foi de 30 minutos e a cada 5 segundos
era feito o registro das fotos do experimento para posterior medição da espessura do
depósito.
78
Depósito x Comprimento (Seção Inteira)
1,8
1,6
1,4
Espessura do Depósito (mm)
1,2
10s
20s
1
30s
60s
0,8 300s
600s
1800s
0,6
0,4
0,2
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Comprimento (mm)
79
1,8
0
1,6
3
6
1,4 9
12
1,2 15
18
Espessura do Depósito (mm)
21
1
24
27
0,8 33
39
45
0,6
51
57
0,4 257
470
0,2 670
870
988
0
994
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
1000
-0,2
Tempo (s)
80
Espessura do Depósito x Tempo
1,8
y = 0,1751Ln(x) + 0,324
1,6
1,4
Espessura do Depósito (mm)
1,2
1
57
Log. (57)
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Tempo (s)
81
Figura 6.9: Geometria criada a partir do canal experimental
82
Figura 6.11: Malha gerada através do CFX-Mesh.
83
Tabela 6.1: Propriedades físico-químicas da mistura n-docosano/n-heptano:
Propriedade n-docosano líquido n-docosano sólido n-heptano
MM (g/mol) 310,607 310,607 100,204
ρ (kg/m3) 785 772,25 679,6
λ (W/m.K) 0,22 0,22 0,13125
μ (cP) 4,13 4,13 0,38849
Cp (J/kg.K) 2380 1930 2,2405
ΔH (J/kg) 194600 0 0
Figura 6.13: Vista do canal com deposição de parafina para o escoamento no estado
estacionário.
84
Figura 6.14: Vista ampliada da seção retangular com depósito de parafina na posição de
x = 0,50 a 0,57 m no regime estacionário.
85
Depósito x Comprimento (Seção Inteira)
1,8
10s
1,6
20s
1,4
30s
Espessura do Depósito (mm)
1,2
60s
1
300s
0,8
600s
0,6
1800s
0,4
Malha 3
0,2
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Comprimento (mm)
86
6. 2. Perfil de Temperatura
24,00
23,50
23,00
22,50
Temperatura (°C)
Numérico
22,00
Experimental
21,50
21,00
20,50
20,00
0 200 400 600 800 1000 1200
X (mm)
87
Perfil de Temperatura x Posição
40,2
40
39,8
Temperatura (°C)
Numérico
39,6
Experimental
39,4
39,2
39
0 200 400 600 800 1000 1200
X (mm)
88
7. CONCLUSÕES E SUGESTÕES
7. 1. Conclusões
89
fatores, tais como, a perda de calor para o meio ambiente, a posição do termopar, as
propriedades físico-químicas utilizadas no estudo numérico mostram que a inversão na
curva de temperatura apresenta uma maior proximidade com relação à entrada do canal.
7. 2. Sugestões
90
• Implementar a seção de escoamento ajustando a novos tipos de
escoamentos hidrodinâmicos, adicionando algum perfil.
• Aplicação dos modelos aqui apresentados para aprimoramento de novas
tecnologias para o estudo da deposição de parafina na indústria de
petróleo.
• Estender o problema a três dimensões e a regime transiente.
• Adicionar dispositivos hidrodinâmicos ao estudo numérico do tipo seção
cilíndrica no escoamento.
• Confirmar experimentalmente o estudo numérico.
91
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103
APÊNDICES
LIBRARY:
CEL:
EXPRESSIONS:
Kstar = 1.5E+10 [m^-2]
Fração volumétrica liquida de um componente em um fluido multicomponente
LiqFrac = 1 - DOCOSANO SOL.mf
Termo de resistência em função da fração volumétrica líquida
Kperm = Dynamic Viscosity * \
Kstar*(1.0-LiqFrac)^2/(max(6.7E-11,LiqFrac^3))
Termo de resistência limitando que a fração líquida tenda a zero
RpermMax = 1.9E+07 [kg s^-1 m^-3]
Termo de resistência limitado pelo valor máximo
Rperm = max(0 [kg s^-1 m^-3], min(RpermMax,Kperm))
Equação de saturação do n-docosano em n-heptano
Xsat = 10^(19.02-(3980.17[K]/T))*(1[K^2.57])/T^2.57
Ysolvent = 0.081 [ ]
YsoluteLIQ = min(1-Ysolvent,Xsat)
YsoluteSOL = 1 - YsoluteLIQ - Ysolvent
END
END
MATERIAL: DOCOSANO LIQ
Material Group = User
Option = Pure Substance
PROPERTIES:
Option = General Material
DYNAMIC VISCOSITY:
Dynamic Viscosity = 4.13 [centipoise]
104
Option = Value
END
EQUATION OF STATE:
Density = 785 [kg m^-3]
Molar Mass = 310.607 [g mol^-1]
Option = Value
END
REFERENCE STATE:
Option = Specified Point
Reference Pressure = 1 [atm]
Reference Specific Enthalpy = 194600 [J kg^-1]
Reference Temperature = 25 [C]
END
SPECIFIC HEAT CAPACITY:
Option = Value
Specific Heat Capacity = 2380 [J kg^-1 K^-1]
Specific Heat Type = Constant Pressure
END
THERMAL CONDUCTIVITY: Option = Value
Thermal Conductivity = 0.22 [W m^-1 K^-1]
END
END
END
MATERIAL: DOCOSANO SOL
Material Group = User
Option = Pure Substance
PROPERTIES:
Option = General Material
DYNAMIC VISCOSITY:
Dynamic Viscosity = 4.13 [centipoise]
Option = Value
END
EQUATION OF STATE:
Density = 772.25 [kg m^-3]
105
Molar Mass = 310.607 [g mol^-1]
Option = Value
END
REFERENCE STATE:
Option = Specified Point
Reference Pressure = 1 [atm]
Reference Specific Enthalpy = 0 [J kg^-1]
Reference Temperature = 25 [C]
END
SPECIFIC HEAT CAPACITY:
Option = Value
Specific Heat Capacity = 1930 [J kg^-1 K^-1]
Specific Heat Type = Constant Pressure
END
THERMAL CONDUCTIVITY:
Option = Value
Thermal Conductivity = 0.22 [W m^-1 K^-1]
END
END
END
MATERIAL: HEPTANO
Material Group = User
Option = Pure Substance
PROPERTIES:
Option = General Material
DYNAMIC VISCOSITY:
Dynamic Viscosity = 0.38849 [centipoise]
Option = Value END
EQUATION OF STATE:
Density = 679.6 [kg m^-3]
Molar Mass = 100.204 [kg kmol^-1]
Option = Value
END
REFERENCE STATE:
106
Option = Specified Point
Reference Pressure = 1 [atm]
Reference Specific Enthalpy = 0 [J kg^-1]
Reference Temperature = 25 [C]
END
SPECIFIC HEAT CAPACITY:
Option = Value
Specific Heat Capacity = 2.2405 [J g^-1 K^-1]
Specific Heat Type = Constant Pressure
END
THERMAL CONDUCTIVITY:
Option = Value
Thermal Conductivity = 0.13125 [W m^-1 K^-1]
END
END
END
MATERIAL: MISTURA
Constitutive Relation Iteration Limit = 500
Constitutive Relation Temperature Criterion = 1.0E-4 [K]
Constitutive Relation Under Relaxation = 0.25
Material Group = User
Materials List = DOCOSANO LIQ,DOCOSANO SOL,HEPTANO
Option = Variable Composition Mixture
END
END
FLOW:
SOLUTION UNITS:
Angle Units = [rad]
Length Units = [m]
Mass Units = [kg]
Solid Angle Units = [sr]
Temperature Units = [K]
Time Units = [s]
END
107
SIMULATION TYPE:
Option = Steady State
EXTERNAL SOLVER COUPLING: Option = None
END
END
DOMAIN: Domain 1
Coord Frame = Coord 0
Domain Type = Fluid
Fluids List = MISTURA
Location = Assembly
BOUNDARY: COLD WALL
Boundary Type = WALL
Location = COLD WALL
BOUNDARY CONDITIONS:
HEAT TRANSFER:
Fixed Temperature = 20 [C]
Option = Fixed Temperature
END
WALL INFLUENCE ON FLOW:
Option = No Slip
END
END
END
BOUNDARY: INLET
Boundary Type = INLET
Location = INLET
BOUNDARY CONDITIONS:
FLOW REGIME:
Option = Subsonic
END
HEAT TRANSFER:
Option = Static Temperature
Static Temperature = 40 [C]
END
108
MASS AND MOMENTUM:
Normal Speed = 0.08308 [m s^-1]
Option = Normal Speed
END
END
END
BOUNDARY: OUTLET
Boundary Type = OPENING
Location = OUTLET
BOUNDARY CONDITIONS:
FLOW DIRECTION:
Option = Normal to Boundary Condition END
FLOW REGIME:
Option = Subsonic
END
HEAT TRANSFER:
Option = Static Temperature
Static Temperature = 20 [C]
END
MASS AND MOMENTUM:
Option = Static Pressure and Direction
Relative Pressure = 0 [Pa]
END
END
END
BOUNDARY: SYMM HIGH Z
Boundary Type = SYMMETRY
Location = SYMM HIGH Z
END
BOUNDARY: SYMM LOW Z
Boundary Type = SYMMETRY
Location = SYMM LOW Z
END
BOUNDARY: SYMM TOP
109
Boundary Type = WALL
Location = SYMM TOP
BOUNDARY CONDITIONS:
HEAT TRANSFER:
Fixed Temperature = 40 [C]
Option = Fixed Temperature
END
WALL INFLUENCE ON FLOW:
Option = No Slip
END
END
END
DOMAIN MODELS:
BUOYANCY MODEL:
Option = Non Buoyant
END
DOMAIN MOTION:
Option = Stationary
END
MESH DEFORMATION:
Option = None END
REFERENCE PRESSURE:
Reference Pressure = 1 [atm]
END
END
FLUID MODELS:
COMBUSTION MODEL:
Option = None
END
COMPONENT: DOCOSANO LIQ
Option = Constraint
END
COMPONENT: DOCOSANO SOL
Mass Fraction = YsoluteSOL
110
Option = Algebraic Equation
END
COMPONENT: HEPTANO
Mass Fraction = Ysolvent
Option = Algebraic Equation
END
HEAT TRANSFER MODEL:
Option = Thermal Energy
END
THERMAL RADIATION MODEL:
Option = None
END
TURBULENCE MODEL:
Option = Laminar
END
END
SUBDOMAIN: Subdomain 1
Coord Frame = Coord 0
Location = Assembly
SOURCES:
MOMENTUM SOURCE:
ISOTROPIC LOSS MODEL:
Linear Resistance Coefficient = Rperm
Option = Linear and Quadratic Resistance Coefficients
END
END
END
END
END
INITIALISATION: Option = Automatic
INITIAL CONDITIONS:
Velocity Type = Cartesian
CARTESIAN VELOCITY COMPONENTS:
Option = Automatic with Value
111
U = 0.08308 [m s^-1]
V = 0 [m s^-1]
W = 0 [m s^-1]
END
STATIC PRESSURE:
Option = Automatic
END
TEMPERATURE:
Option = Automatic with Value
Temperature = 40 [C]
END
END
END
OUTPUT CONTROL:
RESULTS:
File Compression Level = Default
Option = Standard
END
END
SOLVER CONTROL:
ADVECTION SCHEME:
Option = High Resolution
END
CONVERGENCE CONTROL:
Maximum Number of Iterations = 1800
Physical Timescale = 0.1 [s]
Timescale Control = Physical Timescale
END
CONVERGENCE CRITERIA:
Residual Target = 1e-05
Residual Type = RMS
END
DYNAMIC MODEL CONTROL:
Global Dynamic Model Control = On
112
END EQUATION CLASS: energy
CONVERGENCE CONTROL:
Physical Timescale = 1000 [s]
Timescale Control = Physical Timescale
END
END
END
EXPERT PARAMETERS:
output eq residuals = t
solver target reduction fluids = 1e-3
solver target reduction scalar = 1e-3
END
END
COMMAND FILE:
Version = 11.0
Results Version = 11.0
END
EXECUTION CONTROL:
INTERPOLATOR STEP CONTROL:
Runtime Priority = Standard
EXECUTABLE SELECTION:
Double Precision = Off
END
MEMORY CONTROL:
Memory Allocation Factor = 1.0
END
END
PARALLEL HOST LIBRARY:
HOST DEFINITION: josue2
Installation Root = C:\Arquivos de programas\ANSYS Inc\v%v\CFX
Host Architecture String = intel_xeon64.sse2_winnt5.1
END END
PARTITIONER STEP CONTROL:
Multidomain Option = Independent Partitioning
113
Runtime Priority = Standard
EXECUTABLE SELECTION:
Use Large Problem Partitioner = Off
END
MEMORY CONTROL:
Memory Allocation Factor = 1.0
END
PARTITIONING TYPE:
MeTiS Type = k-way
Option = MeTiS
Partition Size Rule = Automatic
END
END
RUN DEFINITION:
Definition File = D:/JOSUE/DOUTORADO/TESE \
JOSUE/CFX/TESTE_MALHA/EX500_006/Teste de Malha500_006.def
Interpolate Initial Values = Off
Run Mode = Full
END
SOLVER STEP CONTROL:
Runtime Priority = Standard
EXECUTABLE SELECTION:
Double Precision = Off
END
MEMORY CONTROL:
Memory Allocation Factor = 1.0
END
PARALLEL ENVIRONMENT:
Number of Processes = 1 Start Method = Serial
END
END
END
114
Apêndice 2 – Tabela com os Valores Utilizados para Traçar as Curvas Espessura do
Depósito x Comprimento
0,0000
0 0 0 0 0 0 0,17 0,34
1,2333
3 0,23 0,31 0,39 0,4 0,47 0,53 0,67
1,2333
6 0,29 0,43 0,56 0,57 0,67 0,76 0,97
1,2333
9 0,29 0,48 0,6 0,67 0,74 0,84 1,03
1,2667
12 0,3 0,5 0,69 0,72 0,79 0,91 1,08
1,2667
15 0,36 0,54 0,7 0,74 0,84 0,92 1,13
1,3000
18 0,37 0,56 0,74 0,82 0,86 0,96 1,2
1,3000
21 0,43 0,66 0,75 0,82 0,89 1 1,22
1,3333
24 0,46 0,69 0,77 0,84 0,92 1,06 1,24
1,3333
27 0,44 0,72 0,84 0,88 0,91 0,97 1,24
1,3333
33 0,41 0,76 0,95 1,11 1,15 1,21 1,38
1,3667
39 0,52 0,84 1,01 1,08 1,17 1,24 1,41
115
1,3667
45 0,58 0,87 1,08 1,16 1,26 1,32 1,44
1,3667
51 0,58 0,86 1,09 1,21 1,29 1,39 1,54
1,4000
57 0,59 0,85 1,09 1,22 1,33 1,38 1,52
1,4333
257 0,54 0,81 1,05 1,21 1,34 1,45 1,54
1,4333
470 0,58 0,8 1,02 1,18 1,27 1,39 1,53
1,4333
670 0,55 0,74 0,89 1,18 1,25 1,38 1,56
1,4333
870 0,46 0,6 0,76 0,94 1,28 1,38 1,58
1,5333
988 0,25 0,27 0,3 0,42 1,22 1,37 1,55
1,5667
994 0,23 0,25 0,27 0,35 0,83 1,24 1,54
1,5667
1000 0,23 0,29 0,31 0,39 0,9 1,25 1,54
116
Tabela A.3: Solubilidade do n-docosano em n-heptano.
gsoluto/8000gsolvente
Teq (K) X2
117
Figura A.3: Curva de saturação utilizada no CFX.
118
Rotação X Vazão
500
400
Vazão(l/h) 300
200
100
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Rotação(Hz)
119
Após a calibragem do equipamento, coloca-se a amostra em uma seringa e
com a mesma introduz o petróleo no equipamento. A densidade relativa é calculada a
partir do período de oscilação e possui incerteza de medida de ± 0,0001 g/cm3 e seringas
de vidro de 5 ml.
Para avaliar a variação da viscosidade, foi empregado nas análises um
viscosímetro rotativo da Brookfield, modelo DV III, tipo Searle, equipado com
adaptador para pequenos volumes de amostra acoplados a um banho criostático marca
Bookfield controlável a décimo de grau Celsius.
A determinação da massa específica e da viscosidade da mistura
parafina/querosene foi realizada experimentalmente conforme é mostrado nas tabelas
A.6.1 e A.6.2.
15 802,3
20 799,1
50 780,1
20 0,002685
40 0,001308
50 0,001133
μ = A.exp( B / T ) A.6.1
120
A e B podem ser consideradas constantes na faixa limitada de temperatura.
121