Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Direito do Consumidor
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Conclusão da relação de consumo, diálogo das fontes e
conceito de fornecedor
http://notasdeaula.org/dir8/direito_consumidor_29-08-11.html 1/7
05/02/2019 Direito do Consumidor 29/08/11
[...]
demonstra em juízo que tem legitimidade. O parágrafo único do art. 2º serve aos
órgãos de proteção de direitos coletivos, metaindividuais. Se você está com um
problema, e está com o liquidificador quebrado em casa e vai ajuizar uma ação
contra a Walita, você fundamentará no caput do art. 2º, e não do parágrafo único
daquele artigo. Você quer mostrar sua legitimidade individual, em defesa de seu
direito individual enquanto consumidor. Ou, se você for representante de um
órgão de defesa do consumidor, IDEC por exemplo, você fundamentará no
parágrafo único. Não é somente o MP que fundamenta a legitimidade no parágrafo
único do art. 2º.
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as
vítimas do evento.
Vejam: Dona Clotilde, que está próxima de seus 120 anos, com seu
andador, atravessando na faixa de pedestres, a uma velocidade de 0,25km/h, é
atropelada por um ônibus. Dona Clotilde não estava dentro do ônibus e não havia
pagado a passagem. Pode até ter terminado dentro dele ao final desse processo.
Mas não estabeleceu um contrato com a empresa de transportes. A pergunta é:
neste caso, dona Clotilde poderia se aproveitar do Código de Defesa do
Consumidor para defender, em juízo, seus direitos? Ou ela terá que recorrer ao
Código Civil e pedir o reconhecimento da responsabilidade civil da empresa?
http://notasdeaula.org/dir8/direito_consumidor_29-08-11.html 3/7
05/02/2019 Direito do Consumidor 29/08/11
Temos que ler para saber do que se trata este capítulo referido pelo art.
29. O capítulo é “Das Práticas Comerciais”. Vamos entrar um pouco mais nas
práticas comerciais. Quando o CDC se refere às práticas comerciais, ele trabalha
basicamente com duas coisas: cláusulas abusivas em um contrato, e publicidade.
Vamos ver a publicidade: todos aqueles que estiverem sujeitos a uma publicidade
enganosa ou abusiva têm legitimidade para ajuizar uma ação e são considerados
consumidores. Então, o fato de estarmos sujeitos, por exemplo, a uma publicidade,
já nos classifica como consumidores. "Mas não vi o anúncio, e não liguei a TV
quando passava a propaganda!" Isso não importará. Basta que estejamos sujeitos à
publicidade. Não vi a publicidade, e poderíamos ter visto. A publicidade é
potencialmente prejudicial.
Não se busca acionar a empresa por dano hipotético, mas por dano
potencial. A sanção pode se dar em três esferas: civil, quando temos um dano
efetivo, administrativa, pela mera potencialidade, ou na penal, quando há a
satisfação da conduta tipificada.
http://notasdeaula.org/dir8/direito_consumidor_29-08-11.html 4/7
05/02/2019 Direito do Consumidor 29/08/11
Fornecedor
Você pode alegar que não é fornecedor, mas por outro lado você comprou
nove e venderá para nove pessoas diferentes. Isso caracterizaria sua
profissionalização, o que te colocaria como fornecedor. É uma questão nebulosa.
Então, na verdade, irá depender muito do caso concreto para que possamos
interpretar alguém como fornecedor ou não. O professor afirma, com plena
certeza, que nós não seriamos considerados fornecedores se comprássemos um
único computador para revender aqui no Brasil. A partir do momento em que
temos nove computadores, um vendido atrás do outro, isso caracteriza certa
profissionalização. Partindo, claro, do ponto de vista subjetivíssimo.
Se ele vai para os Estados Unidos, compra um computador, quer vender aqui, ele
pode ser considerado fornecedor? Não, porque não existe profissionalização nem
habitualidade. Então temos que juntar o conceito de consumidor com o conceito
de fornecedor. Se ele, agora, resolve comprar dez computadores para vender aqui
no Brasil? Aí sim. Tanto pelo conceito de consumidor, aquele que compra com o
intuito de lucro, como pelo conceito de fornecedor, uma atividade que se torna
profissional. O que estamos fazendo? Juntando dois conceitos. Se trabalharmos só
com um, poderemos achar que o sujeito é consumidor. Pode não ser! Devemos, ao
mesmo tempo, trabalhar com o conceito de fornecedor.
http://notasdeaula.org/dir8/direito_consumidor_29-08-11.html 7/7