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TODOS
ENVOLVIDOS
NA MISSÃO
um chamado para servir
Tradução
Delmar Freire
Os textos bíblicos citados neste livro foram extraídos da versão Almeida Revista e Atualizada, 2a edição,
salvo outra indicação.
Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3. O Discipulado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
8. O Discípulo e a Oração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
9. A Espera e a Missão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Redator
Cliente
C.Qualidade
Dep. Arte
| P R E FÁ C I O |
terminada a não ser que os homens e as mulheres que constituem a igreja con-
corram ao trabalho e unam seus esforços aos dos pastores e oficiais da igreja”
(Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 116). Todos Envolvidos na Missão significa
fazer algo por Jesus, falar por Ele, não importa se você é voluntário, pastor,
homem, mulher, jovem ou criança.
Que Deus abençoe de todas as maneiras possíveis essa abordagem evan-
gelizadora ao mundo, graças ao poder do Espírito Santo. Breve Jesus voltará!
Ted N. C. Wilson
Presidente da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia
| P R E FÁ C I O À E D I Ç Ã O E M L Í N G U A P O R T U G U E S A |
| I N T R O D U Ç Ã O |
CAPÍTULO 1
Dep. Arte
ENVOLVIMENTO DE TODOS
Não existe experiência mais dolorosa do que a de enganar a si mesmo.
Alguém pensar que chegou a Moscou quando, em realidade, chegou a São
Paulo, por exemplo. E, apesar de todas as explicações e advertências, ainda
resiste em avaliar o caminho percorrido. Não existe pior cego do que aquele
que não quer ver. O pior surdo é o que não deseja ouvir.
Paradoxal como possa parecer, corremos o risco de cair no mesmo terreno
ao tratarmos de cumprir a missão. É fácil chegar à conclusão de que estamos
no caminho certo porque cada ano batizamos milhares de novos crentes e por-
que as estatísticas aumentam. Mas, se estudarmos o propósito que Jesus tinha
em mente ao nos confiar a missão, talvez descubramos a triste realidade de
que estamos fazendo o que humanamente cremos ser o melhor, e não o que o
Mestre ensinou.
No Sermão do Monte, Jesus advertiu: “Nem todo o que Me diz: Senhor,
Senhor! entrará no reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai,
que está nos Céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-Me: Senhor, Senhor!
Porventura, não temos nós profetizado em Teu nome, e em Teu nome não
expelimos demônios, e em Teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes
direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, os que praticais
a iniquidade” (Mt 7:21-23).
Essa é a triste descrição da realidade de pessoas sinceras que fizeram o que
consideravam ser correto e, no entanto, se perderão no dia final por uma sim-
ples razão: não fizeram a vontade do Pai.
Certa ocasião, Ele disse a Zorobabel: “Não por força nem por poder, mas
pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4:6). Engana-se quem
crê que Deus precisa do ser humano para pregar o evangelho. O Espírito
de Profecia é categórico ao afirmar que “Deus poderia haver realizado Seu
desígnio de salvar pecadores sem o nosso auxílio” (O Desejado de Todas as
Nações, p. 142).
Caso se tratasse somente de pregar o evangelho, Deus poderia fazê-lo sem
nossa ajuda. Mas Ele nos deu a missão porque nós, os crentes, precisamos pre-
gar o evangelho a fim de crescermos na vida cristã. “O único meio de cres-
cer em graça é achar-se interessado em fazer exatamente a obra que Cristo nos
ordenou fazer” (Serviço Cristão, p. 101).
COM OS ANJOS
Por outro lado, a pregação do evangelho poderia ser realizada mediante
o ministério dos anjos. O autor da epístola aos hebreus pergunta a respeito
dos anjos: “Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço
a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hb 1:14). Os anjos estão sem-
p. 142).
Dep. Arte
UMA ILUSTRAÇÃO
Imaginemos que eu seja o dono de uma fábrica de bicicletas e deseje tes-
tar a resistência do meu último modelo. Reúno, então, um grupo de funcio-
nários e dou a eles a missão de levar a bicicleta de Porto Alegre a Brasília, por
terra. Digo a eles que anotem todos os detalhes: a resistência dos freios, dos
pedais, dos pneus, etc. Despeço-me do grupo e digo que estarei esperando por
eles em Brasília.
Assim que eu me retiro, os empregados se reúnem e começam a formar
comissões para estudar a maneira mais rápida, econômica e fácil de levar a bici-
cleta até Brasília. Passam horas e horas analisando qual seria o melhor método
de cumprir a missão. Teses são escritas e livros a respeito do assunto são publica-
dos. Finalmente, chegam à conclusão de que é melhor levar a bicicleta de avião,
porque é a maneira mais rápida. Eles ainda encontraram uma passagem aérea
em promoção.
Ao nos encontrarmos em Brasília, ali estão eles, felizes. Acreditam ter feito
um excelente trabalho e esperam que eu os reconheça como fiéis emprega-
dos. Porém, ao pedir o relatório com os detalhes de resistência da bicicleta,
um olha para o outro, e eles percebem, com tristeza, que não cumpriram
a missão. Sentem-se frustrados. Gastaram muitas horas de estudo e análises.
Trabalharam muito para conseguir os recursos. Fizeram o que consideravam
ser o melhor, mas, infelizmente, não cumpriram a missão. Não porque não qui-
seram, mas porque não a entenderam.
PLANO DIVINO
Qual é, então, o plano divino com relação à missão? Leiamos mais uma vez
a declaração inspirada: “Deus poderia ter proclamado Sua verdade por meio de
anjos sem pecado, mas esse não é Seu plano” (Atos dos Apóstolos, p. 330).
É evidente que Deus tem um plano para o cumprimento de Sua missão. Ele
seria injusto se nos desse somente a missão, mas não nos ensinasse a maneira
de cumpri-la. Não se trata de inventar o método de fazer o que Ele já nos ensi-
nou a fazer. E Ele nos ensinou o seguinte: “Ao descer sobre vós o Espírito Santo,
[...] sereis Minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e
Samaria e até aos confins da Terra” (At 1:8).
Ser testemunha é atributo de seres humanos. Nem os animais nem as coi-
OBRA INDIVIDUAL
Do ponto de vista bíblico, a missão que Deus confiou à Sua igreja não é
apenas uma missão corporativa, mas uma missão que inclui a participação de
todos e de cada crente. Jesus nunca imaginou Sua igreja cumprindo a missão
com a participação de apenas uns poucos membros. Qualquer plano evange-
lizador que deixe o crente na condição de um simples espectador “não é Seu
plano”. “Essa não é a maneira de Deus agir.” O Mestre ensinou com clareza:
“É como um homem que, ausentando-se do país, deixa a sua casa, dá autori-
dade aos seus servos, a cada um a sua obrigação, e ao porteiro ordena que vigie”
(Mc 13:34).
O conceito é simples: o Senhor deixa “a cada um a sua obrigação”. Tal obra
não pode ser realizada por procuração ou representação. Não existe a menor
possibilidade de que eu possa pagar alguém para que realize a obra que me foi
confiada.
Dep. Arte
o nome de Seu Pai” (Ap 14:1), “Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão
que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em
pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com
palmas nas mãos” (Ap 7:9).
Sim, os números são necessários, não como fonte de inspiração ou moti-
vação, mas como avaliadores. Podem não ser os melhores indicadores,
mas ninguém descobriu ainda indicadores melhores do que eles. Se você
me diz que está perdendo peso, a pergunta lógica será: Quantos quilos? Se
você afirma que está crescendo, terá que responder à indagação: Quantos
centímetros?
O Espírito de Profecia diz: “Os crentes de Tessalônica eram verdadeiros
missionários. [...] Por intermédio das verdades apresentadas, corações foram
ganhos e salvos acrescentados ao número dos crentes” (Atos dos Apóstolos,
p. 256).
Como sabemos que os tessalonicenses eram verdadeiros missionários?
Porque novas pessoas eram acrescentadas ao número de crentes. Seria incoe-
rente afirmar que eles eram verdadeiros missionários sem que o número de
Ela afirmou isso no fim do século 19. Mais tarde, repetiu o conceito ao dizer:
“Se cada um de nós fosse um missionário vivo, a mensagem para este tempo
seria rapidamente proclamada em todos os países, a cada povo, nação e língua”
(Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 438).
Note que o segredo para o término da obra, segundo ela, é “se cada adven-
tista”, “se cada um de nós”.
Tempos atrás, alguém me perguntou que planos a igreja tem para terminar a
missão, pois, segundo ele, estamos “vagando pelo deserto como Israel”. Essa pes-
soa acredita que deveríamos aproveitar as redes sociais e a tecnologia, e eu
também creio nisso. Devemos aproveitar todos os meios que já existem e que
existirão, mas jamais podemos esquecer a ação individual de cada crente bus-
cando pessoas e as levando a Jesus. O testemunho pessoal tem uma velocidade
vertiginosa, muito mais extraordinária do que se pode imaginar.
“Aquele que se torna um filho de Deus deve, daí em diante, considerar-se
como um elo na cadeia descida para salvar o mundo, um com Cristo em Seu
plano de misericórdia, indo com Ele a buscar e salvar o perdido” (A Ciência do
Bom Viver, p. 105).
Esse conceito de corrente (cadeia) é extraordinário. Na mente de Cristo,
cada um deve buscar outro; depois, estes devem fazer a mesma coisa, o que
significa que a multiplicação dos membros se daria em progressão geomé-
trica, em vez de aritmética. Se tomássemos apenas 2 milhões dos 20 milhões
de crentes que somos no mundo e desafiássemos cada um a trazer uma pes-
soa para Cristo, e que cada novo crente fizesse o mesmo, em apenas 12 anos
teríamos alcançado os mais de 7 bilhões de habitantes do planeta. Erramos
quando menosprezamos a possibilidade, o potencial e a eficácia do testemu-
nho pessoal. Não temos a mínima ideia do que significa a multiplicação celu-
lar ou a energia atômica.
“Igrejas devem ser organizadas e planos formulados para o trabalho que
se realizará pelos membros das recém-organizadas igrejas. Esta obra missio-
nária do evangelho precisa manter-se atingindo e anexando novos territórios,
ampliando as porções cultivadas da vinha. O círculo deve ser estendido até que
rodeie o mundo” (Evangelismo, p. 19).
Note que, se cada membro da igreja estivesse envolvido na missão, e se em
cada igreja se elaborassem planos para que cada crente se envolvesse, o círculo
teria se estendido até rodear o mundo.
Há, por toda parte, a tendência de substituir o esforço individual pela obra
de organizações. A sabedoria humana tende à consolidação, à centraliza-
ção, à edificação de grandes igrejas e instituições. Muitos deixam às insti-
tuições e organizações a obra da beneficência; eximem-se do contato com
o mundo, e seu coração torna-se frio. Ficam absorvidos consigo mesmos Fábio
Prog.Visual
e insensíveis à impressão. Extingue-se-lhes no coração o amor para com
Deus e o homem. Cristo confia a Seus seguidores uma obra individual –
Redator
uma obra que não pode ser feita por procuração. O serviço aos pobres e
enfermos, o anunciar o evangelho aos perdidos não deve ser deixado a
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comissões ou caridade organizada. Responsabilidade individual, individual
esforço e sacrifício pessoal são exigências evangélicas (A Ciência do Bom
Viver, p. 147).
C.Qualidade
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CAPÍTULO 2
Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode
suster-se? (Ap 6:12-17).
SONHO DIVINO
O sonho divino é que todos façam parte do primeiro grupo. Deus não
deseja que ninguém se perca: “Não tenho prazer na morte de ninguém”
(Ez 18:32), diz o Senhor. Jesus deseja encontrar Seu povo preparado para
se encontrar com Ele. Por esse motivo, deixou tudo no Céu e veio morrer
na Terra. Paulo afirma que “Cristo amou a igreja e a Si mesmo Se entre-
gou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lava-
gem de água pela palavra, para a apresentar a Si mesmo igreja gloriosa,
sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito”
(Ef 5:25-27).
O sonho divino é que, quando Jesus voltar, Ele encontre essa igreja
“gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante”. Na Bíblia, encon-
tramos descrito muitas vezes o sonho de Deus. Imagine-O fechando os
olhos e perguntando a Si mesmo: “Quem é esta que aparece como a alva do
dia, formosa como a lua, pura como o sol, formidável como um exército
com bandeiras?” (Ct 6:10). Essa é a igreja que reflete Seu caráter.
O sonho divino! Um povo preparado, uma igreja gloriosa e sem mácula,
formosa como a lua, pura como o sol, refletindo o Seu caráter; seres humanos
capazes de escutar a doce voz do Pai dizendo: “Dispõe-te, resplandece, por-
que vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce sobre ti. Porque eis que as tre-
vas cobrem a Terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente
o Senhor, e a Sua glória se vê sobre ti. As nações se encaminham para a tua
luz, e os reis, para o resplendor que te nasceu” (Is 60:1-3).
O ideal de Deus para Sua igreja é uma igreja gloriosa, sem ruga e sem
mancha, como uma noiva vestida de branco esperando pelo noivo. Uma
igreja autêntica, sem formalismos, que não viva apenas preocupada com a
aparência, “não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como
servos de Cristo, fazendo, de coração, a vontade de Deus; servindo de boa
vontade, como ao Senhor e não como a homens” (Ef 6:6, 7).
Na realidade, a que se refere Paulo ao mencionar uma igreja gloriosa?
Evidentemente, ela é gloriosa porque reflete a glória de Deus. E o que
é a glória de Deus? O Espírito de Profecia responde a essa pergunta da
seguinte maneira: “Orai com Moisés: ‘Rogo-Te que me mostres a Tua gló-
ria’ (Êx 33:18)” (Testemunhos Para Ministros, p. 499).
O pecado desfigurou o caráter de Deus no ser humano. Hoje somos apenas
uma caricatura de Deus, mas o Senhor espera que Sua igreja volte a refletir Seu
caráter. Jesus veio a este mundo a fim de restaurar a glória perdida e reprodu-
zir no ser humano o caráter do Pai. Deixou tudo no Céu e veio a este mundo de
miséria e dor para pagar o preço de nossa restauração. Por isso: “Cristo aguarda
com fremente desejo a manifestação de Si mesmo em Sua igreja. Quando o
caráter de Cristo se reproduzir perfeitamente em Seu povo, então virá para
reclamá-los como Seus” (Exaltai-O, p. 275).
À luz dessa declaração, o Senhor Jesus espera pacientemente que a igreja
reflita Seu caráter para, então, voltar à Terra e levá-la consigo.
No entanto, antes do aparecimento glorioso de Jesus, o dia mau virá e,
segundo Paulo, muitos não resistirão aos vendavais desse dia. Por isso, ele aconse-
lha: “Tomai toda a armadura de Deus” (Ef 6:13). Depois, a partir do versículo 14,
ele descreve a “armadura divina”: “Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a ver-
dade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do
de almas”. Mas é Deus quem realiza o trabalho. Como? Pondo as pessoas nos bra-
ços da igreja. E conclui: “Os pastores [...] nunca poderão efetuar a obra que deve ser
feita pela igreja.” Não é necessário explicar que, quando a igreja é mencionada, não
se está falando da igreja como instituição, mas de cada um e de todos os crentes.
O trabalho do ministro é preparar, educar, ensinar, conscientizar, organizar,
inspirar e equipar os crentes para que cumpram seu dever. Isso é o que eles pre-
cisam fazer. Esse é o meio criado por Deus para reproduzir neles o caráter de
Jesus Cristo e fazer com que reflitam Sua glória. Se o cristão não se envolve na
missão, está condenado à morte espiritual – como um bebê que não se mexe,
em pouco tempo se atrofia e morre.
Observe que Paulo tinha consciência de que a única maneira dos novos
crentes permanecerem fiéis era compartilhando sua fé. Note o que ele fazia:
primeiramente, “sentia-se responsável em grande medida pelo bem-estar espi-
ritual dos que se convertiam por seu trabalho”. Em segundo lugar, desejava “que
crescessem no conhecimento do único verdadeiro Deus”.
Essas duas preocupações tinham que ver com a preparação da gloriosa
igreja de Jesus, e levavam Paulo a se prostrar em oração com eles para pedir
a Deus que os ensinasse como manter uma relação vital com Ele. E como se
mantinha essa relação vital? Primeiro, “tomava conselho com eles sobre os
melhores métodos de dar a outros a luz da verdade do evangelho”. E, segundo,
“quando separado daqueles por quem assim havia trabalhado, suplicava a
Deus para que os guardasse do mal, e os ajudasse a se manterem como missio-
nários ativos e fervorosos”. Paulo sabia que um cristão que não ora, não estuda
a Bíblia e não leva pessoas a Cristo não cresce, e caminha perigosamente rumo
à destruição.
FORTALECIMENTO DA FÉ
vação em Jesus. Estas são algumas ideias para você se envolver pessoalmente:
1. Entregue um estudo bíblico para alguém. Cliente
Dep. Arte
CAPÍTULO 3
O DISCIPULADO
Não pode mos fa l a r de discipu l a do se m fa l a r de Jesus.
Ele fez discípulos e nos deu a ordem de fazer o mesmo. Antes de realizar mila-
gres e pregar, Jesus fez discípulos. No primeiro dia de Seu ministério, Ele cha-
mou João, André e Pedro. No dia seguinte, Felipe e Natanael. No terceiro dia,
nas bodas de Caná, Jesus estava presente com Seus discípulos.
Jesus começou Seu ministério formando discípulos. Não buscou somente
crentes ou membros da igreja. Buscou seguidores que deixaram tudo e se com-
prometeram com Ele.
SEGUINDO O CORDEIRO
O apóstolo João descreve a cena dos remidos no Céu: “São eles os segui-
dores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre
os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro” (Ap 14:4). De acordo com
esse versículo, os remidos têm como principal característica ser seguidores do Fábio
Prog.Visual
Cordeiro. São discípulos do Cordeiro. Mas como poderão seguir o Cordeiro no
Céu se não aprenderam a segui-Lo na Terra?
Redator
Neste livro, usaremos a palavra discípulo para nos referir à pessoa que aceita
a Jesus e se dispõe a segui-Lo até o fim, formando outros discípulos no caminho.
Cliente
Não é fácil formar um discípulo. A maioria dos crentes se limita a ser uma espé-
cie de membro de algum clube religioso que se reúne aos sábados a fim de desfru-
C.Qualidade
tar de um bom programa espiritual e nada mais. No entanto, não é uma questão
de falta de vontade. Creio que isso se deve à incompreensão da ordem divina.
Dep. Arte
A ORDEM DIVINA
A ordem que o Mestre nos deu não se limita a pregar o evangelho e a bati-
zar, mas principalmente a fazer discípulos. “Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou
convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:19, 20).
A maioria dos eruditos considera que o verbo imperativo desse texto é
o verbo “fazer”. Os demais verbos do texto giram em torno da ordem divina
– “fazer discípulos”. Ir, batizar e ensinar indicariam a maneira de cumprir a
ordem de “fazer discípulos”.
Não se faz um discípulo numa campanha de evangelismo, tampouco com a
simples exposição de estudos bíblicos. Também não se faz discípulos em uma
semana ou um mês. Isso requer tempo e convivência. O discípulo é um ser em
permanente crescimento, e o crescimento não é um evento, e sim um processo.
SELO DO MESTRE
Uma das principais características do discípulo é portar o selo do seu
Mestre, o discipulador. Jesus disse: “Basta ao discípulo ser como o seu mestre,
e ao servo, como o seu senhor” (Mt 10:25). No Novo Testamento, encontramos
260 vezes a palavra discípulo. Em muitas delas está expressa a ideia do discí-
pulo como seguidor e imitador do seu mestre.
Quando Jesus chamou Seus discípulos, o fez para que fossem como Ele.
O verdadeiro discípulo é igual a seu mestre e faz o que seu mestre faz. Paulo
chegou a ser um discípulo de Cristo e, depois, escreveu aos coríntios: “Sede
meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1Co 11:1). Aos filipenses,
ele afirmou: “Irmãos, sede imitadores meus [...] segundo o modelo que tendes
em nós” (Fp 3:17).
Para que Paulo se atrevesse a fazer tal declaração, ele tinha uma convicção:
“Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20). Como Paulo
chegou a ter essa experiência? Por meio do companheirismo diário com Jesus.
Não era um companheirismo corpóreo como os primeiros Doze tiveram, mas
o mesmo companheirismo diário que podemos cultivar com Jesus, embora não
O vejamos com os olhos físicos. “E todos nós, com o rosto desvendado, contem-
plando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória
em glória, na Sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2Co 3:18).
Só então o sonho divino de ver Sua igreja iluminando o mundo com a gló-
ria do Senhor será uma realidade, pois:
Revelarão em sua vida e caráter o que a graça de Deus por eles tem feito”
(Parábolas de Jesus, p. 415, 416).
Essa é a verdadeira missão.
“Temos de sair e proclamar a bondade de Deus, tornando evidente Seu ver-
dadeiro caráter perante as pessoas. Devemos refletir Sua glória. Fizemos isto no
passado? Temos revelado o caráter de nosso Senhor por preceito e exemplo?”
(Fé e Obras, p. 61).
Naturalmente, “revelar o caráter de Jesus” não é expor uma simples teoria.
As pessoas precisam ver Jesus na vida de Seus discípulos. Eles são o sal da terra.
O sal não faz nada para dar sabor aos alimentos. Ele simplesmente é sal. Os dis-
cípulos são a luz do mundo. A luz não precisa fazer nada para iluminar; é só
ser luz. Ellen G. White escreveu: “Temos o dever de refletir o caráter de Jesus.
Deveríamos deixar que a maravilhosa imagem de Jesus aparecesse por todas
as partes, seja na igreja, seja em nossos lares ou em alguma reunião social com
nossos vizinhos” (Signs of the Times, 18 de agosto de 1887).
ele fez? Procurou uma pessoa estranha a fim de contar-lhe sobre seu maravi-
lhoso encontro com Jesus? Não. As pessoas estranhas dificilmente estão inte-
ressadas no que ocorre na vida de desconhecidos. Cada um está ocupado com
seus próprios problemas.
Pedro não procurou um estranho. O texto não diz isso explicitamente, mas o
contexto, sim. “No dia imediato, resolveu Jesus partir para a Galileia e encontrou
a Filipe, a quem disse: Segue-Me. Ora, Filipe era de Betsaida, cidade de André
e de Pedro” (Jo 1:43). Essa última frase explica tudo. “Filipe era de Betsaida,
cidade de André e de Pedro.” O que João quis dizer?
Betsaida era uma região pequena. Nos arredores estava Cafarnaum, que
também era uma cidade pequena. Nas cidades pequenas, todos se conhecem.
Pedro e Filipe eram vizinhos. E o que fazem as pessoas que aceitam Jesus como
seu Salvador?
“No círculo familiar, no lar do vizinho, à cabeceira do doente, de maneira
tranquila podeis ler as Escrituras e falar acerca de Jesus e da verdade” (Testemu-
nhos Seletos, v. 3, p. 62).
Então, Pedro procurou seu vizinho Filipe e falou para ele sobre sua grande
FORMAÇÃO DE DISCÍPULOS
A ideia central do discipulado cristão é a relação próxima de cada crente
com a pessoa a quem deseja fazer um discípulo. Numa campanha evangelística,
é possível conseguir novos crentes, mas não novos discípulos. Nosso desafio é
preparar discípulos para se encontrarem com Jesus. Os discípulos fazem parte
da igreja gloriosa que Jesus vem buscar. Formar um discípulo requer um tra-
balho de pessoa para pessoa. Cada cristão forma outro cristão, ensinando não
apenas conceitos doutrinários, mas um estilo de vida.
DISCÍPULOS DISCIPULADORES
Falemos agora da necessidade de discípulos formadores de discípulos.
Mateus relatou o seguinte: “Vendo Ele as multidões, compadeceu-se delas, por-
que estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. E, então, Se
dirigiu a Seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a
Sua seara” (Mt 9:36-38).
Essas palavras de Jesus são interessantes. Existe muita necessidade espiri-
tual no mundo – gente que nasce e morre sem nunca ter ouvido as boas-novas
do evangelho. Atualmente, há cerca de 20 milhões de adventistas em todo o
mundo. Mas, se apenas dois milhões se transformassem em discípulos forma-
dores de discípulos, em pouco tempo os sete bilhões de habitantes do planeta
estariam evangelizados. O problema é que a maioria da igreja se limita a ser
somente crente. Não são discípulos que formam discípulos. São meros especta-
dores de um programa sabático. Julgam e avaliam o programa, aprovando-o ou
desaprovando-o. Contribuem com seus dízimos e ofertas, mas, infelizmente,
não estão comprometidos com a missão.
Cliente
C.Qualidade
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CAPÍTULO 4
do mal” (Jo 17:15). Nossa missão deve ser cumprida neste mundo assim como
Jesus a cumpriu. Ele Se fez carne e habitou entre os homens. Não Se isolou. Não
foi um ermitão que viveu nas montanhas.
Ele buscou os montes para orar a sós, mas voltou imediatamente ao vale,
onde as pessoas se encontravam. Era ali que estava Sua missão. Não há maneira
de cumprir a missão se ficarmos fechados na igreja. É preciso sair e buscar os
perdidos onde eles estão; e eles estão no mundo de pecado.
limite a ser um mero crente, e sim assumir sua missão pessoal de conduzir pes-
soas a Jesus.
CONHEÇA AS PESSOAS
Se a missão que Jesus nos confiou deve ser realizada entre os seres huma-
nos, precisamos conhecer o homem e a mulher de nossos dias. Como pensam?
O que os motiva a tomar decisões? Quais são suas preocupações? Se não puder-
mos responder a essas perguntas, como nos aproximaremos deles?
“Tratar com mentes humanas é a mais delicada obra que possa ser feita”
(Mente, Caráter e Personalidade, v. 1, p. 190).
Para isso, é necessário conhecer a cultura das pessoas: caminhar pelas ruas,
usar os meios de transporte, entrar nos mercados, conversar com elas, ver o que
elas veem e ouvir o que elas ouvem. Mas isso não basta. É necessário também
amar as pessoas e sentir compaixão por elas.
AME AS PESSOAS
“Deus é amor”, afirmou João. O amor é a essência do próprio ser. Não
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MISSÃO DE AMOR
Existe um mundo que sofre fora do círculo do amor. Gente que vive
num ambiente de violência, injustiça, mentira, abuso e exploração. As pes-
soas desejam desesperadamente ser felizes, mas se tornam cada vez mais
infelizes e desesperadas. Vagam por aí, sedentas de alma, à procura do pra-
zer, enganando-se a si mesmas e caminhando dolorosamente para a morte.
No entanto, Deus as ama. Ele declarou: “Acaso, tenho Eu prazer na morte
do perverso? [...] Não desejo Eu, antes, que ele se converta dos seus cami-
nhos e viva?” (Ez 18:23). O que Deus faz para resgatar essas pessoas da morte
e trazê-las para o círculo do amor? Ele envia os agentes do amor – Seus discí-
pulos –, aqueles que, um dia, foram encontrados por Jesus e transformados
pelo amor. Eles devem entrar no círculo do desamor com o instrumento do
amor e resgatar essas pessoas, levando-as para a igreja do amor. Essa é a mis-
são. “Vão ao mundo do desamor e tragam Meus filhos para a igreja do amor.”
“Quando Cristo disse aos discípulos: ‘Ide’ em Meu nome ajuntar na igreja
todos quantos crerem, deixou claro perante eles a necessidade de manterem
a simplicidade. Quanto menor fosse a ostentação e exibicionismo, maior
seria sua influência para o bem. Os discípulos deviam falar com a mesma
simplicidade com que Cristo havia falado. Deviam imprimir no coração
dos ouvintes as mesmas lições que [Cristo] lhes havia ensinado” (Atos dos
Apóstolos, p. 28).
No entanto, o que fazemos? Saímos levando uma doutrina seca, despro-
vida de amor, crendo que a missão é convencer as pessoas de que estão erra-
das. “Esta é a verdade”, dizemos a elas, e muitas vezes somos cruéis em nome
da verdade. Ferimos sentimentos. Não respeitamos as convicções alheias.
Parecemos um trator que arrasa tudo o que encontra à sua frente. Mas encon-
tramos pedras enormes, dificuldades, obstáculos intransponíveis, e desanima-
mos, crendo que no tempo em que vivemos é muito difícil cumprir a missão.
A esse respeito, Ellen G. White aconselhou:
sua alma, e quereis, tanto quanto possível, estar em harmonia com eles
(Evangelismo, p. 140, 141).
O Senhor retirou a aflição de Jó quando ele orou não só por si mesmo, mas
também pelos que se opunham a ele. Quando desejou ferventemente que as
pessoas que haviam pecado contra ele fossem ajudadas, [então] ele mesmo
recebeu ajuda. Oremos não só por nós mesmos, mas também pelos que
fizeram mal e continuam nos prejudicando. Ore e ore, sobretudo mental-
mente. Não dê descanso ao Senhor, pois os Seus ouvidos estão abertos para
ouvir as orações sinceras, insistentes, quando a alma se humilha diante Dele
(Ellen G. White, La Oración, p. 291).
CASO PRÁTICO
A viúva de Jacinto Riquelme morava com o filho numa casa com telhado
de amianto. A vizinhança comentava que seu esposo tinha sido assassinado
por inimigos do narcotráfico. Rosário, porém, a viúva jovem e bonita, não se
importava com esses comentários. Sua única certeza era que seu esposo havia
morrido, e ela tinha que lutar para educar seu filho de cinco anos.
Depois de muita procura, conseguiu trabalho como costureira na fábrica
de calças do senhor Gilberto. Assim chamavam os empregados ao quarentão de
prematuros cabelos grisalhos, solteiro, que morava com a mãe numa casa loca-
lizada em um dos bairros nobres da cidade. Diziam as más línguas que Gilberto
estava louco para formar uma família, mas que a mãe não deixava.
– Por que meu menino tem que ser cuidado por outra mulher, se a mãe dele
ainda está viva? – dizia dona Ramona para suas amigas, ao se reunirem sema-
nalmente na paróquia para planejar as obras de beneficência social.
Dona Ramona era uma beata típica que vivia em função das obras de cari-
dade de sua igreja. Não entendia nada da Bíblia – jamais a havia lido – mas
a levava de um lado para o outro, aparentando ser uma profunda conhece-
dora dos mistérios divinos. Obesa, de cabelos longos, brancos, cuidadosamente
amarrados num coque, a senhora tinha herdado do esposo a fábrica de calças,
agora administrada por seu único filho. Era uma mulher de convicções pro-
fundas, dominadora, dona da verdade, autoritária. Ai daquele que se atrevesse
a atravessar seu caminho!
Quando soube que o seu “menino” andava de asas arriadas pela viúva, dei-
xou reluzir sua natureza de leoa defensora do seu filhote.
– Saia do meu caminho! Deixe meu filho em paz! – gritou para a jovem
viúva, à porta da fábrica, certa tarde, na frente das outras operárias.
Entretanto, ela não conhecia Rosário. Por trás daquela figura frágil se
escondia uma moça teimosa e corajosa. Tão teimosa, que tinha se casado com
e Rosário, uma viúva jovem e bonita. Mas, com o tempo, as fofocas foram se
transformando em realidade. Um dia, Gilberto se declarou.
– Você e eu poderíamos formar uma família feliz, e eu ajudaria você a criar
o pequeno Jacinto.
– Mas, senhor Gilberto, com todo respeito, o senhor não sai da barra da saia
de sua mãe. Quem tem que escolher uma esposa para o senhor é ela.
– Sei disso. Também sei que ela não gosta de você. Melhor dizendo, ela não
gosta de ninguém, e eu preciso formar uma família. Gosto de você.
A partir daquele dia, a chama da cobiça se acendeu no coração de Rosário,
e ela começou a conquistar deliberadamente o coração do pobre Gilberto, até o
ponto de levar o quarentão a adoecer de amor. Ele já não comia, e passou dois
dias seguidos na cama, sem vontade de se levantar.
Dona Ramona, preocupada com a situação do filho, procurou um médico,
o sacerdote da paróquia e até a curandeira da cidade. Ao saber dos lábios do seu
“menino” que o mal dele era amor, exclamou:
– Só se for por cima do meu cadáver!
Aquela foi a sentença de um amor que ainda não havia nascido – não no
coração de Rosário, pelo menos. Ela só estava interessada no dinheiro do pre-
tendente e sonhava com a vida confortável que poderia proporcionar ao seu
filho. Por isso, um dia, de tanta insistência de Gilberto, ela apresentou a ele uma
possível solução.
– Se você realmente me ama, Gilberto, podemos fugir para os Estados
Unidos.
– Mas como?
– Venda a fábrica, e vamos para um lugar onde sua mãe nunca nos encontre.
Assim aconteceu num dia, e no outro, e em mais outro, até que, finalmente,
Gilberto sucumbiu às insinuações de Rosário e fez o que jamais havia ima-
ginado: vendeu a fábrica, largou a saia da mãe e foi embora com Rosário e o
pequeno Jacinto para os Estados Unidos.
Três anos se passaram, os quais para Rosário pareceram décadas. Gilberto
se saiu bem pior que a encomenda. Seus defeitos se multiplicaram e, apesar de
toda a coragem e teimosia de Rosário, ela começou a murchar como um giras-
sol ao cair da tarde. Ela não falava inglês e dependia do esposo para tudo. Ele
aproveitava a situação para controlar por completo a vida da infeliz mulher.
Ah, se arrependimento matasse! Mas, que fazer? Encontrava-se longe de sua
terra, quase na fronteira com o Canadá, sem recursos e, para piorar as coisas,
nasceu um bebê.
Nessas circunstâncias, a tristonha mexicana conheceu Margarita, uma enfer-
meira salvadorenha. Margarita lhe falou de Jesus, deu-lhe sermões gravados e
a levou à igreja, onde, depois de estudar a Bíblia, se transformou numa discí-
pula de Jesus.
Entretanto, a vida, que já era um inferno ao lado de Gilberto, ficou ainda
pior, pois o marido começou a maltratá-la fisicamente e a proibi-la de ir à igreja.
Para piorar tudo, em uma manhã fria de janeiro, dona Ramona apareceu na
porta e armou um escândalo, ameaçando chamar a polícia para que os levasse,
presos, de volta para o México, por a terem roubado.
Aquilo foi terrível. Rosário teve que se submeter às chantagens da sogra, e
se perguntava por que Deus permitia que tudo aquilo acontecesse, logo agora
que havia conhecido a Jesus.
– Justamente por isso – disse-lhe o pastor. – Se isso tivesse acontecido antes
de você conhecer a Jesus, de onde tiraria forças para resistir?
– E agora, o que faço? O senhor não faz ideia de quão terrível é essa mulher.
misturar com elas. Estas são algumas ideias para você se envolver pessoalmente:
1. Escolha cinco pessoas que você quer que conheçam a Jesus. Redator
Dep. Arte
CAPÍTULO 5
COMPANHEIRO DE ORAÇÃO
Na Bíblia, está registrada a seguinte promessa de Jesus: “Em verdade tam-
bém vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de
qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por Meu Pai,
que está nos Céus” (Mt 18:19).
Chamando os doze para junto de Si, Jesus ordenou-lhes que fossem dois a
dois pelas cidades e aldeias. Nenhum foi mandado sozinho, mas irmão em
companhia de irmão, amigo ao lado de amigo. Assim se poderiam auxiliar
e animar mutuamente, aconselhando-se entre si, e orando um com o outro,
a força de um suprindo a fraqueza do outro. Da mesma maneira enviou
Ele posteriormente os setenta. Era o desígnio do Salvador que os mensa-
geiros do evangelho assim se associassem. Teria muito mais êxito a obra
Jesus via em cada ser humano alguém a quem devia ser feito o chamado
para Seu reino. Aproximava-Se do coração do povo. Misturava-Se com eles
como alguém que lhes desejava o bem-estar. Procurava-os nas ruas públi-
cas, nas casas particulares, nos barcos, na sinagoga, às margens do lago e
nas festas nupciais. Ia-lhes ao encontro em suas ocupações diárias, e mani-
festava interesse em seus negócios seculares. Levava Suas instruções às
famílias, pondo-as assim, no próprio lar, sob a influência de Sua divina pre-
sença. A poderosa simpatia pessoal que Dele emanava conquistava o cora-
ção (ibid., p. 151).
PESCADORES
Jesus disse a Seus primeiros discípulos: “Vinde após Mim, e Eu vos farei
pescadores de homens” (Mt 4:19). Como é que se pesca? É preciso ter paciên-
cia. É necessário ficar ali por bastante tempo esperando que o peixe morda
o anzol. E que isca você usa? Geralmente, minhocas, larvas, camarão ou coi-
sas parecidas. Você jamais colocaria no anzol um pedaço de chocolate, ainda
que você, pessoalmente, goste de chocolate. Tampouco colocaria um pedaço
de alface ou de tomate, embora sejam muito saudáveis. Você não faria nada
disso, por uma razão básica: o peixe não gosta de chocolate, nem de alface,
nem de tomate. Ele gosta é de minhoca, por mais asquerosa que ela possa
parecer para você.
Na bendita obra de buscar pessoas e fazer delas discípulos de Jesus, você
precisa se aproximar delas falando das coisas que interessam a elas: espor-
tes, automóveis, comida, dinheiro, etc. O primeiro passo é fazer amizade
com as pessoas.
FAÇA AMIZADE
Em primeiro lugar, as pessoas precisam ser atraídas a você, a quem podem
ver, para depois serem atraídas a Jesus, a quem não podem ver. Você vai fracas-
sar na tentativa de levar pessoas a Cristo se desejar doutrinar as pessoas antes
de ter conquistado a amizade delas. As pessoas não seguem um desconhecido.
Elas seguem seus amigos.
SEJA SIMPÁTICO
A simpatia atrai. Se Cristo vive em você, e você reflete o caráter Dele, sua
vida será como um ímã que atrai as pessoas. Um cumprimento, um gesto de
cortesia ou amabilidade, um elogio, uma palavra de apreço são detalhes que
transmitem simpatia e conquistam vizinhos, parentes e colegas de trabalho
ou estudo.
“Se nos humilhássemos perante Deus e fôssemos bondosos e corteses, com-
passivos e piedosos, haveria uma centena de conversões à verdade onde agora
há apenas uma” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 189).
A seguir, apresentamos algumas ideias de como se aproximar de alguém
para lhe fazer o bem:
ATENDA AS PESSOAS
Todos os seres humanos, não importa a raça, posição social, nacionalidade,
religião ou filosofia, enfrentam dificuldades em algum momento. Podem ser
problemas familiares, econômicos, sociais, profissionais, físicos ou simples-
mente existenciais. Todos, sem exceção, em algum momento se sentem solitá-
rios, tristes, pesarosos e incapazes de encontrar saída para seu problema. Nessa
Dep. Arte
Duas vezes se repete nesse texto a manifestação do amor de Deus aos perdi-
dos. “Devem os Seus embaixadores pregar o evangelho e revelar Seu compassivo
amor”, e, falando de Seus seguidores, o texto diz que “eles devem ser colabora-
dores de Cristo, revelando aos que perecem o Seu terno e compassivo amor”.
Quando o ser humano atravessa momentos difíceis, ele é capaz de fazer
qualquer coisa para encontrar uma saída. Quem poderia imaginar, por exem-
plo, que o orgulhoso capitão sírio Naamã seria capaz de atravessar o deserto à
procura do profeta e de submergir sete vezes no Jordão, ao qual considerava um
rio inferior a qualquer outro? Entretanto, é assim que reage o ser humano na
hora da necessidade. E Deus deseja que Seus discípulos sejam os instrumentos
de Seu amor para ajudar as pessoas.
CONQUISTE A CONFIANÇA
Aqui voltamos ao fator tempo. Não se ganha a confiança de uma pessoa em
pouco tempo. A confiança é resultado de tempo e de convivência. Aprenda a
ouvir. Todos precisam ser ouvidos. Preste atenção no que as pessoas desejam
falar. Não demonstre impaciência, ainda que o que elas dizem pareça irrele-
vante para você. O amigo leal ri das suas piadas, ainda que não sejam boas, e se
compadece de seus problemas, ainda que não sejam graves. Se você não deseja
ouvir as pessoas, como pretende que elas o escutem?
EMPRESTE MATERIAIS
Em algum momento, as pessoas com as quais você está trabalhando vão
mostrar interesse nas coisas espirituais. É sempre assim. Com a convivência,
elas percebem que há algo diferente em você. Talvez não tenham consciência
disso, mas elas veem o caráter de Jesus Cristo refletido em sua vida. É a glória
de Deus manifestada em sua maneira de viver.
Ao perceber o interesse do seu amigo em assuntos espirituais, chegou a
hora de lhe apresentar os ensinamentos bíblicos. Esse é o momento dos estudos
bíblicos. Se você souber apresentá-los, vá em frente. Mas o que acontece se não
souber? Nem todos os discípulos chegarão a ser instrutores bíblicos especiali-
zados. O ensino é um dom que Deus não concedeu a todos os crentes.
Paulo afirmou: “Porque assim como num só corpo temos muitos mem-
bros, mas nem todos os membros têm a mesma função, assim também nós,
conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros,
tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia,
seja segundo a proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou
o que ensina esmere-se no fazê-lo” (Rm 12:4-7). E se você não recebeu o dom
de ensinar e se sente incapaz de dar estudos bíblicos?
Não se preocupe. Hoje existem muitos recursos. Há estudos bíblicos em CD,
DVD e outros recursos eletrônicos. Procure essas ferramentas e empreste para
seu amigo, ou sente-se com ele para vê-los na televisão ou no computador. Che-
gou também o momento de lhe oferecer outros materiais de leitura que o ajudem
a entender a mensagem de salvação e a começar a crescer na experiência cristã.
CONSEQUÊNCIAS DESAGRADÁVEIS
Cliente
O novo crente que se transforma em um novo discípulo “não apostata
nunca”. Ele se preocupa com o crescimento em Cristo e com a busca de outras
C.Qualidade
pessoas para fazer delas novos discípulos. Não tem tempo para o desânimo,
nem para o desalento. “São aqueles que não se acham empenhados nessa obra
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CAPÍTULO 6
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AMAR E SORRIR
No mundo de fora da igreja, ninguém se preocupa com ninguém. Milhões
de pessoas se cruzam nas ruas, e até no mesmo prédio, sem se cumprimentarem.
Na igreja deveria ser diferente. Cada membro deve aprender a cumprimentar
as pessoas, mesmo sem conhecê-las. Basta ver uma pessoa desconhecida para
que, com amabilidade, sorria para ela ou se aproxime para oferecer ajuda.
As pessoas devem sair impactadas da igreja pela cortesia e amabilidade
de seus membros, de maneira que se sintam motivadas a voltar. O Espírito de
Profecia diz: “A última mensagem de graça a ser dada ao mundo é uma reve-
lação do caráter do amor divino. Os filhos de Deus devem manifestar Sua gló-
ria. Revelarão em sua vida e caráter o que a graça de Deus por eles tem feito”
(Parábolas de Jesus, p. 415, 416).
Nossa mensagem para o mundo, no tempo em que vivemos, não é apenas
um conglomerado de conceitos teóricos, mas a revelação do caráter de amor de
Deus, reproduzido na vida dos crentes.
A igreja deve ter consciência de sua responsabilidade missionária. As pes-
soas que vêm pela primeira vez precisam ver a “revelação do caráter do amor
divino” na vida de cada crente. E isso será simples e natural quando cada crente
orar constantemente, estudar a Bíblia todos os dias e buscar outra pessoa para
fazer dela um discípulo de Jesus. Lembre-se do seguinte: “Cristo aguarda com
fremente desejo a manifestação de Si mesmo em Sua igreja. Quando o caráter
de Cristo se reproduzir perfeitamente em Seu povo, então virá para reclamá-los
como Seus” (Exaltai-O, p. 275).
Todavia, entre nós se tem feito notar uma falta de simpatia e amor, pro-
Cliente
fundo e sincero, em prol dos que são tentados e erram. Muitos têm revelado
grande frieza e negligência pecaminosa [...]. A pessoa recém-convertida
C.Qualidade
sustenta muitas vezes lutas tremendas com hábitos arraigados ou com algu-
mas formas especiais de tentação e, sendo vencida por alguma paixão ou
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Certa vez visitei uma igreja em que um dos líderes ficava à porta “inspe-
cionando” a roupa das pessoas. Ele usava óculos de lentes bem grossas e pare-
cia um fiscal do bom comportamento. Talvez não percebesse, mas sua atitude
“espantava” muitas pessoas sinceras que vinham pela primeira vez, com as
quais os discípulos da igreja estavam trabalhando.
Não creio que esse irmão exibia essa “hostilidade” por ser mau. Certamente
ele acreditava que estava zelando pelas normas da igreja. Mas, se Ellen White
estivesse viva, diria para ele:
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REUNIÕES DE CONFRATERNIZAÇÃO
Muitas igrejas têm o bonito costume de organizar almoços de confraterni-
zação. Cada família leva seus alimentos para compartilhar com as demais famí-
lias. As pessoas que vão pela primeira vez são convidadas a ficar na igreja e
participar do almoço.
Os irmãos devem estar conscientes de que, nesses momentos, os novos cren-
tes precisam sentir o amor da igreja. O objetivo não é se sentar para comer ao
lado dos amigos de todos os sábados, mas procurar as pessoas novas e sentar-
se com elas, fazendo com que se sintam parte da família. Nessa convivência, o
novo converso é integrado quase sem perceber.
Certo dia, um homem, cuja vida estava destruída, entrou na igreja. Ele
havia sido infiel à esposa, e ela estava disposta a pôr um ponto final no casa-
mento. O homem não sabia o que fazer e, no momento de desespero, aceitou o
convite de ir à igreja. No fim do culto, ele foi convidado a ficar para o almoço.
Como havia pedido à igreja que orasse por seu problema, um irmão que havia
passado por um problema parecido antes de aceitar a Jesus, assentou-se à mesa,
ao lado desse homem, e, de maneira natural, contou para ele sua própria histó-
ria, enquanto almoçavam. Disse-lhe que Deus tinha feito por ele o que ele não
podia fazer por si mesmo e que, agora, com sua esposa e os filhos, tinha uma
família feliz.
Esse testemunho poderoso, tirado da própria vida e relatado durante o
almoço, confirmou no homem o desejo de continuar estudando a Bíblia, e hoje
ele é um discípulo formador de discípulos.
CARÁTER DA IGREJA
Fazer novos discípulos é algo simples, quando cada discípulo está cons-
ciente de sua missão, segue os métodos de Cristo e sai em busca de pessoas
para conduzi-las ao Mestre. Por outro lado, a igreja é a igreja de Deus quando
demonstra amor, misericórdia, disposição para curar as feridas das pessoas.
O verdadeiro caráter da igreja não se mede pela elevada profissão que ela faz,
nem pelos nomes que se encontram em seu registro, mas pelo que ela está
em realidade fazendo pelo Mestre, pelo número de seus obreiros perseveran-
tes e fiéis. O interesse pessoal e os esforços individuais atentos conseguirão
mais para a causa de Cristo do que pode ser efetuado por sermões ou dou-
trinas (Serviço Cristão, p. 12).
Redator
Cliente
C.Qualidade
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CAPÍTULO 7
O DISCÍPULO E A BÍBLIA
Um dis cí pu l o se gu e o m e st r e e fa z o qu e e l e e nsi na .
Jesus é o mestre, e uma de Suas primeiras lições é a da importância da Bíblia
na vida do discípulo. Certo dia, Ele disse: “Examinais as Escrituras, porque jul-
gais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de Mim” (Jo 5:39).
É examinando as Escrituras que o discípulo encontra a vida eterna. O verbo
examinar significa estudar com dedicação. Não é simplesmente uma leitura.
É uma leitura meditativa, reflexiva, paciente. Requer tempo. Não pode ser feita
em dez minutos. O Mestre nos ensinou a importância do estudo de Sua pala-
vra por meio de Seu exemplo. O discipulado não é uma questão de teoria, mas
de vida prática.
No deserto da tentação, Jesus ensinou que não é possível viver uma vida
vitoriosa sem o conhecimento da Bíblia. A maneira pela qual usou as Escrituras
foi extraordinária. O inimigo veio a Ele com a Bíblia aberta, mas usando-a
fora do seu contexto, distorcida, tentando levar Jesus a desconfiar da Palavra
de Deus. Qualquer pessoa que não conhecesse bem as Escrituras seria vítima
fácil de suas artimanhas. Não era o caso de Jesus. E o Mestre derrotou o inimigo
com a própria Escritura.
[foi] para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga,
segundo o Seu costume, e levantou-Se para ler. Então, Lhe deram o livro do
profeta Isaías, e, abrindo o livro, achou o lugar onde estava escrito: O Espírito
do Senhor está sobre Mim, pelo que Me ungiu para evangelizar os pobres;
enviou-Me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos
cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do
Você percebe que Jesus sabia que as Escrituras apontavam para Ele?
Por isso, Ele disse que devemos examinar as Escrituras para termos a vida
eterna. A vida eterna é o resultado de conhecê-Lo. “E a vida eterna é esta:
que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem
enviaste” (Jo 17:3).
DIFICULDADES NO CAMINHO
O alimento do cristão é a Palavra de Deus. O discípulo que tenta seguir a Fábio
Prog.Visual
Jesus sem meditar na Bíblia todos os dias está condenado à morte espiritual.
Assim como uma pessoa precisa se alimentar fisicamente todos os dias para
Redator
se manter saudável, ela também precisa se alimentar espiritualmente. Paulo
disse: “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no
Cliente
dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis” (Ef 6:13).
O estudo diário da Bíblia faz parte da armadura divina. Mas o problema é
C.Qualidade
que a natureza pecaminosa não gosta do companheirismo com Deus. Prefere
fazer qualquer coisa menos permanecer aos pés de Cristo. Mas um discípulo
Dep. Arte
jamais chegará ao fim de sua jornada, a menos que aprenda a se alimentar espi-
ritualmente. E, se o faz, não será porque é fácil, mas porque decidiu fazê-lo de
maneira voluntária.
EXPOSIÇÃO DA PALAVRA
Jesus não usou as Escrituras somente em Sua vida diária e em Seu diálogo
com as pessoas, mas também na pregação. No Sermão do Monte, por exem-
plo, Ele repetiu muitas vezes a seguinte expressão: “Ouvistes o que foi dito [...]
Eu, porém, vos digo.” Jesus dirigia a mente de Seus ouvintes para as Escrituras.
“Ouvistes o que foi dito.” Ele não mudava nada, mas dava um novo significado
ao que fora escrito: “Eu, porém, vos digo.”
O legalismo tinha feito com que os princípios eternos se tornassem apenas
regulamentos sem vida. As pessoas viviam preocupadas apenas com a aparên-
cia das coisas. Condenavam o adultério, por exemplo. Ai da pessoa que fosse
encontrada em adultério! Esta era apedrejada em praça pública até morrer.
Mas ninguém se preocupava com os princípios da fidelidade e da pureza. Todo
mundo se cuidava para não ser visto, mas ninguém vigiava o coração nem a
mente. E ambos estavam cheios de imundície e imoralidade.
Os próprios fariseus que olhavam para a mulher adúltera a fim de condená-
la, ao mesmo tempo a olhavam com olhos libidinosos e cobiçosos. Até que che-
gou Jesus. Ele não veio para mudar o que estava escrito. “Ouvistes o que foi
dito”, repetiu muitas vezes, “Eu, porém, vos digo”, ou seja, eu dou um novo sig-
nificado ao que já foi escrito – um significado de vida que a letra havia perdido.
Jesus veio ao mundo para conquistar o coração das pessoas e criar nova
vida. Os judeus viam os Mandamentos como proibições ou obrigações. O man-
damento “Não matarás” era entendido da seguinte forma: “Se você matar, vai
DISCÍPULOS PREGADORES
Aqui encontramos também uma advertência para os discípulos pregado-
res. Nossa missão é pregar por meio da Bíblia. No entanto, é preciso lhe dar
vida, significado e relevância. Essa é a missão do pregador. Por que um livro tão
antigo teria importância para as pessoas que vivem hoje? É por isso que deve-
mos começar com as Escrituras, mas sem ficar falando do passado, da história,
da geografia ou da arqueologia daqueles tempos. Em vez disso, tiremos lições Fábio
Prog.Visual
de vida para os dramas e problemas que o ser humano de nossos dias enfrenta.
Essa é a missão dos discípulos de hoje.
Redator
Um dos exemplos mais expressivos talvez seja Seu encontro com dois discí-
pulos no caminho para Emaús, depois de Sua ressurreição. Os discípulos volta-
vam tristes de Jerusalém. Acreditavam que Jesus havia morrido e que todas as
esperanças depositadas no Messias tinham ido por água abaixo. Então Jesus apa-
receu e disse a eles: “Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profe-
tas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na Sua
glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-
lhes o que a Seu respeito constava em todas as Escrituras” (Lc 24:25-27).
Jesus os levou às Escrituras, mostrando que não havia motivo para deses-
pero. Disse a eles que, o que parecia derrota, em realidade era o começo da vitó-
ria. E, mais tarde, eles disseram: “Porventura, não nos ardia o coração, quando
Ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?” (v. 32).
LIÇÃO APRENDIDA
Os discípulos também aprenderam a usar as Escrituras como base de
seus ensinamentos. O verdadeiro discípulo usa as Escrituras para apoiar suas
declarações. Observe o exemplo de Pedro quando chegou o momento de subs-
tituir Judas.
Jesus havia partido, e eles agora estavam diante de um problema. Como o resol-
veriam? “Naqueles dias, levantou-se Pedro no meio dos irmãos (ora, compunha-
se a assembleia de umas cento e vinte pessoas) e disse: Irmãos, convinha que se
cumprisse a Escritura que o Espírito Santo proferiu anteriormente por boca de
Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam Jesus, porque ele
era contado entre nós e teve parte neste ministério” (At 1:15-17).
No entanto, não era somente Pedro. Todos os apóstolos usavam as Escrituras
com equilíbrio e sabedoria. Há 350 referências do Antigo Testamento nos escri-
tos dos apóstolos. Eles respeitaram e usaram as Escrituras. Com essa atitude,
nos ensinaram que um verdadeiro discípulo é aquele que conhece a Bíblia, a
estuda diariamente, a aplica em sua experiência pessoal, a utiliza na pregação e
nos momentos em que é necessário tomar decisões.
A Palavra de Deus tem poder extraordinário. Quando não existia nada, pelo
poder da Palavra foram criados os céus e a Terra. “Pois Ele falou, e tudo se fez;
Ele ordenou, e tudo passou a existir” (Sl 33:9). Quando Jesus esteve na Terra,
pelo poder de Sua palavra também fez paralíticos andarem, ressuscitou mor-
tos e curou leprosos. Hoje, temos conosco a Palavra escrita. Com ela, podemos
fazer maravilhas na vida dos seres humanos. É por isso que Paulo aconselhou:
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. Evita, igualmente, os fala-
tórios inúteis e profanos, pois os que deles usam passarão a impiedade ainda
maior” (2Tm 2:15, 16).
Você gostaria de ser o discípulo aprovado de hoje?
Redator
Cliente
C.Qualidade
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CAPÍTULO 8
O DISCÍPULO E A ORAÇÃO
Ser discípulo de Jesus significa segui-Lo e andar com Ele.
Não é uma experiência mística ou romântica; ela é real e prática. É estudar a
Bíblia todos os dias, formar outro discípulo e conversar com Jesus Cristo por
meio da oração.
A oração é para a vida espiritual o que a respiração é para a vida física.
A esse respeito, Ellen White disse:
O Senhor Jesus ensinou que não existe vida cristã sem oração. Como dis-
cípulos, precisamos aprender a orar muito mais do que oramos costumei-
ramente. O drama que enfrentamos é que, com nossa natureza egoísta, até
nossas orações estão manchadas de egoísmo. A maior parte do tempo, ora-
mos pedindo que Deus resolva nossos problemas, que nos cure, que nos
ajude, que cuide de nós.
Não acho que isso seja inadequado, mas quando a oração se limita a
pedir, pedir e pedir, algo não vai bem na experiência cristã. O verdadeiro
discípulo deve orar muito, mas não apenas por si mesmo. Um exemplo
é Daniel.
EXEMPLO DE DANIEL
No capítulo 9 do livro de Daniel, encontramos uma oração intercessória.
Se você ler toda a oração, vai ver que em nenhum momento Daniel pede por
si mesmo. Sua oração é em favor do povo de Israel. “Agora, pois, ó Deus nosso,
ouve a oração do Teu servo e as suas súplicas e sobre o Teu santuário assolado
faze resplandecer o rosto, por amor do Senhor. Inclina, ó Deus meu, os ouvidos
e ouve; abre os olhos e olha para a nossa desolação e para a cidade que é cha-
mada pelo Teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a Tua
face fiados em nossas justiças, mas em Tuas muitas misericórdias” (Dn 9:17, 18).
Quando Daniel fez essa oração, o povo de Judá vivia dominado pelo impé-
rio medo-persa. A cidade de Jerusalém estava em ruínas. O templo, que sim-
bolizava a presença de Deus, se encontrava parcialmente destruído, e Daniel
orava por seu povo e pela restauração da cidade.
Sem dúvida, como qualquer ser humano, o profeta enfrentava dificuldades
pessoais, mas sua preocupação pela cidade e pelos israelitas era muito maior do
que seus próprios problemas.
Esforcemo-nos para andar na luz como Cristo está na luz. O Senhor mudou
Cliente
a sorte de Jó quando ele orou, não só por si mesmo, mas pelos que a ele se
opunham. Quando sentiu o fervoroso desejo de que as pessoas que peca-
C.Qualidade
ram contra ele fossem ajudadas, ele próprio recebeu ajuda. Oremos, não
por nós mesmos, mas por aqueles que nos magoaram e que continuam
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INTERCESSORES DE ORAÇÃO
Jesus sabia que os discípulos, por melhor que fosse sua intenção, esta-
riam condenados ao fracasso se enfrentassem sozinhos o caminho da vida
cristã. Por isso, Ele orou por nós: “Simão, Simão, eis que Satanás vos recla-
mou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua
fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos”
(Lc 22:31, 32).
Há dois pensamentos nesse texto. Jesus sentiu compaixão por Pedro e
pelos outros discípulos, e orou por eles. Ele disse a Pedro: “tu, pois, quando
te converteres, fortalece os teus irmãos”. Pedro, o discípulo, deveria fortalecer
seus irmãos – os demais discípulos. Deveria se preocupar com a vida espiritual
de seus irmãos e ser um intercessor de oração em favor deles.
A oração intercessória ajuda o discípulo que a pratica a crescer espiri-
tualmente. Se você não estiver ocupado em discipular outra pessoa, logi-
camente também não estará preocupado em orar por ela. Mas, ao começar
a orar por alguém, você se esquece dos próprios problemas, ficando com
a impressão de que passou pouco tempo com Deus, quando, na verdade,
empregou muito tempo nisso sem que o sentisse, pois esteve preocupado em
clamar pela outra pessoa.
Se aqueles que dão os solenes avisos de advertência para este tempo com-
preendessem sua responsabilidade para com Deus, veriam a necessidade
de fervorosa oração. Quando as cidades se aquietavam no sono da meia-
noite, quando todos os homens tinham ido para a própria casa, Cristo, nosso
Exemplo, dirigia-Se ao Monte das Oliveiras, e ali, entre as árvores proteto-
ras, passava a noite inteira em oração. Aquele que estava, Ele mesmo, sem
mancha de pecado – um reservatório de bênção; cuja voz fora ouvida na Fábio
Prog.Visual
quarta vigília da noite pelos atemorizados discípulos no mar tempestuoso,
em bênção celestial; e cuja palavra podia chamar os mortos para fora de suas
Redator
sepulturas – era O que fazia súplicas com fortes clamores e lágrimas. Ele
orava, não por Si mesmo, mas por aqueles a quem viera salvar. Ao tornar-
Cliente
Se um suplicante, buscando da mão de Seu Pai suprimentos novos de força,
e saindo refrigerado e revigorado como substituto do homem, Ele Se iden-
C.Qualidade
tifica com a humanidade sofredora, e lhe dá um exemplo da necessidade de
oração (Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 528).
Dep. Arte
A serva do Senhor disse que orar é abrir o coração a Deus como a um amigo.
O verdadeiro discípulo, portanto, conversa com Jesus como se estivesse conver-
sando com um amigo. Sobre o que conversam os amigos? Sobre tudo. A oração
não tem como propósito informar a Deus sobre nossas necessidades. Ele sabe o
que precisamos antes de pedirmos. O propósito da oração é manter comunhão
com o Pai e receber Seu poder para viver uma vida de vitórias.
Tempos atrás, um homem me disse que não tinha força de vontade para
orar. Existe muita gente como esse senhor, que não ora porque pensa que não
tem força de vontade. Mas essas mesmas pessoas se levantam às 4 horas da
manhã para ir trabalhar. Isso quer dizer que têm, de fato, força de vontade, só
que a orientam para as coisas desta vida, não para as que realmente têm valor.
“Quanto menos nos sentirmos dispostos a comungar com Jesus, tanto mais
devemos orar. Procedendo assim romperemos o laço de Satanás, desaparece-
rão as nuvens tenebrosas, e perceberemos a doce presença de Jesus” (Exaltai-O,
p. 373).
CAPÍTULO 9
A ESPERA E A MISSÃO
E spe r a r a l gu é m de br aç os cruz a d o s é u m a e x pe r i ê n-
cia muito desagradável. A ansiedade se mistura com a expectativa; a dúvida,
com a incerteza. O cansaço lentamente consome a esperança, e o futuro se
mostra incerto e sem perspectivas.
Os discípulos de Cristo não podem esperar seu Mestre olhando para o céu
e contando os dias para o reencontro sem correrem o risco de se extraviar nos
labirintos da especulação.
Enoque foi transladado por Deus sem conhecer a morte, mas a promessa da
vinda de Cristo continua vigente. Por que Jesus ainda não veio, apesar da expec-
tativa de Seu povo e do anúncio iminente dos escritores bíblicos? Talvez a res-
posta esteja no elemento surpresa que acompanha Sua vinda. Deus deseja que
Seu povo esteja preparado em todo momento, e não que se prepare somente
porque o dia está chegando.
ELEMENTO SURPRESA
Se estudarmos o que os escritores bíblicos disseram a respeito da volta de
Jesus, perceberemos que eles anunciaram o Dia do Senhor como um evento
súbito e inesperado. Jesus disse: “Portanto, vigiai, porque não sabeis em que
dia vem o vosso Senhor” (Mt 24:42). “Acautelai-vos por vós mesmos, para
que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as con-
sequências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para
que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço. Pois há de
sobrevir a todos os que vivem sobre a face de toda a Terra. Vigiai, pois, a todo
tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suce-
der e estar em pé na presença do Filho do Homem” (Lc 21:34-36).
A ênfase de Jesus não foi sobre o dia ou a hora, mas sobre a preparação de
Seus discípulos para o grande dia. O apóstolo Paulo escreveu a mesma coisa:
“Pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem
como ladrão de noite” (1Ts 5:2).
PERSPECTIVA DO TEMPO
É Pedro quem explica melhor a razão da aparente demora e a maneira cor-
reta de viver a fim de não sermos dominados pelo vazio da expectativa pela
simples expectativa. Ele escreveu: “Tendo em conta, antes de tudo, que, nos
últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as
próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da Sua vinda? Porque, desde
que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da
criação. Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o
Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2Pe 3:3, 4, 8).
Para o ser humano, que na melhor das hipóteses vive cem anos, a vinda de
Cristo pode parecer muito demorada. Mas o que significa esse tempo para a
eternidade de Deus? “Para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como
um dia”. Essa declaração não foi feita originalmente por Pedro para explicar as
profecias de tempo, mas para explicar a aparente demora de Jesus, diante da qual
Nessa declaração, o Mestre ensina que a melhor maneira de esperar por Ele
é sendo Suas testemunhas e cumprindo a missão. Vou ilustrar isso da seguinte
maneira: Suponhamos que eu peça que você me espere amanhã na praça da
cidade. Não digo a hora. Simplesmente aviso que posso aparecer a qualquer
momento. Despeço-me e vou embora.
Você chega à praça bem cedo, senta-se num banco e começa a olhar para
todos os lados. Uma hora se passa, e a expectativa aumenta. Você continua
observando com ansiedade, mas eu não apareço. Três horas depois, você conti-
nua ali, cansado, olhando constantemente para o relógio, esperando com ansie-
dade que eu apareça. O tempo parece não passar. Os minutos se transformam
em horas, e você sente fome e sede, mas eu não apareço.
Já passa das 6 horas da tarde. Você já está ali desde as 6 horas da manhã,
esperando por mim. Doze horas de espera é muito tempo. Seu pescoço já está
dolorido de tanto você olhar de um lado para outro. Finalmente, você chega
à conclusão de que eu não virei, e vai embora. Um minuto depois de você se
retirar, eu apareço, mas, infelizmente, você já foi embora. Esperou em vão.
Desesperou-se e frustrou-se. Sua esperança se evaporou. Você perdeu seu dia
esperando de braços cruzados, e nada aconteceu.
ESPERAR E TRABALHAR
Pensemos agora em outro quadro. Eu digo para você me esperar ama-
nhã numa praça da cidade, mas lhe dou uma missão, a qual deve cumprir
enquanto eu não chego. Há dez caixas enormes cheias de bombons que deve-
rão ser embrulhados. Ali estão os bombons e os papéis. Às seis da manhã, você
começa a trabalhar com entusiasmo e dedicação. A partir de uma perspectiva
humana, é impossível terminar o trabalho. O que você não sabe, porém, é que
não lhe dei a missão por eu não poder fazer esse trabalho de outra maneira,
mas porque você precisa estar ocupado a fim de que a espera não seja tediosa
e desesperadora.
Você chega às 6 horas da manhã e se concentra no cumprimento da missão.
Não sente o tempo passar. Em vez de ficar olhando para o relógio, observa que
falta muito para concluir o trabalho que encomendei. Você não para. Continua.
De repente, para sua surpresa, eu coloco minha mão sobre o seu ombro. Você
me olha assustado. São 6 horas da tarde.
– Já chegou?
– Sim, cheguei.
– Eu nem senti o tempo passar.
– Claro que não. Você estava mais preocupado em cumprir a missão do que
em ficar olhando para o relógio.
Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia
mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois,
firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça.
Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre
o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do
Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que
é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Fábio
Prog.Visual
Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os
santos (v. 13-18).
Redator
A igreja que faz uso dessas armas poderá “[resistir] no dia mau e, depois de
Cliente
[ter] vencido tudo”, estará firme, refletindo a glória de Deus – uma igreja a toda
prova. Essa é a afirmação do apóstolo. E os instrumentos para alcançar essa
C.Qualidade
experiência são a verdade, a justiça, a preparação do evangelho da paz, a fé, a
salvação, a Palavra de Deus e a oração.
Dep. Arte
o que afirma o Espírito de Profecia: “Este período não deve ser despendido em
abstrata devoção. Esperar, vigiar e o atento trabalho devem ser combinados”
(Serviço Cristão, p. 85).
A que chama a serva do Senhor de “abstrata devoção”? Ao estudo da Bíblia
e à oração, quando separados do trabalho de buscar pessoas para Jesus. Mas se
você incluir o testemunho como parte da sua vida devocional, entrará numa
dimensão extraordinária de crescimento, que o levará a refletir a glória de Deus.
BEM-AVENTURADO
Falando de Sua segunda vinda, Jesus disse em certa ocasião: “Bem-aventurado
aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim” (Mt 24:46).
Assim, o quê? Cumprindo a missão. Comprometido em sair e buscar os pecado-
res a fim de transformá-los em discípulos de Jesus.
C.Qualidade
Dep. Arte
CAPÍTULO 10
DISCIPULANDO LÍDERES
ESPIRITUAIS
Não e x ist e igr eja orga n i z a da se m l í de r e s. A n t e s de
estabelecer Sua igreja, Jesus formou discípulos líderes. E Jesus é nosso exemplo.
Ele trabalhou com 12 homens que foram capazes de sacudir o mundo. E como
os formou? O relato bíblico responde: “Naqueles dias, retirou-Se para o monte,
a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E, quando amanheceu, chamou a
Si os Seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome
de apóstolos” (Lc 6:12, 13).
frequência. Mesmo sendo sinceros, correm o risco de se deixar levar apenas por
critérios humanos.
NÃO É SÓ APARÊNCIA
Deus deu o seguinte conselho a Samuel por ocasião da eleição de um rei para
Israel: “Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejei-
tei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o
Senhor, o coração” (1Sm 16:7).
Como podem os seres humanos ver como Deus vê? Somente por meio da ora-
ção. Por isso, antes de escolher Seus discípulos, Jesus passou uma noite inteira orando.
Refiro-me aqui à escolha de discípulos líderes, e não de discípulos apenas.
Todos nós somos chamados a ser discípulos de Cristo, no sentido de proclamar as
boas-novas do evangelho e formar outros discípulos. Somente alguns são chama-
dos para ser líderes.
C.Qualidade
A primeira grande lição em toda educação é conhecer e compreender a
vontade de Deus. Devemos introduzir na vida diária o esforço de adquirir
Dep. Arte
A PRATICIDADE DE JESUS
Jesus foi nosso exemplo na arte de formar líderes espirituais. No capí-
tulo 6 do evangelho de Lucas, encontramos ensinamentos que não se limitam
somente ao aspecto teórico da preparação de um líder. Ali, Jesus apresenta um
evangelho prático. Os ensinamentos de Jesus sempre estiveram permeados de
realidade prática. Ele não foi um filósofo que apresentava teorias maravilhosas
sobre a vida. Ele dava à vida respostas extraídas da própria vida.
Estudando Seus ensinamentos, é difícil dizer em que ponto terminam Suas
palavras e começam Seus atos, ou terminam Seus atos e começam Suas pala-
vras. Seus atos eram palavras, e Suas palavras eram atos.
No início de seu relato, Lucas disse: “Muitos houve que empreenderam uma
narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram” (Lc 1:1).
Note que o que aconteceu entre eles foram “fatos”. Lucas não foi um filósofo
que especulou sobre uma teoria, mas um historiador que escreveu sobre as teo-
rias transformadas em fatos. Depois, ele continuou: “Conforme nos transmiti-
ram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da
palavra” (Lc 1:2).
Somente as “testemunhas oculares” podem ser ministros dessa palavra, pois
são os observadores de um fato. O evangelho começa com uma palavra. Uma
palavra que é o próprio Deus. A palavra, porém, não é só palavra, mas vida.
E se fez carne.
Se o evangelho tivesse ficado na simples palavra, não passaria de mera teo-
ria. Suas respostas para os dramas da vida seriam só respostas teóricas. Mas, ao
se fazer carne, as respostas do evangelho para os dramas da vida se tornam rea-
lidades práticas. Jesus não só disse “amem seus inimigos”, como também amou
e morreu pelos que O torturavam. Ele não só disse “perdoem os que ofendem
vocês”, como também, na cruz, perdoou os que O crucificavam. Ele não só pro-
nunciou um discurso maravilhoso sobre a maternidade, como também nas-
ceu de uma mulher, e com esse ato consagrou a maternidade. Não só filosofou
sobre a fome das nações, como também multiplicou pães e peixes para saciar a
fome da multidão.
Seu ministério foi uma extraordinária combinação de teoria e prática, ensinando-
nos que essa é a maneira correta de formar líderes. Na vida de um líder cristão,
a teoria e a prática devem se tornar realidade viva. Por isso, Lucas disse: “Escrevi
o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e
a ensinar até ao dia em que, depois de haver dado mandamentos por intermédio
do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, foi elevado às alturas” (At 1:1, 2).
Fazer e ensinar. Prática e teoria. Esse é a maneira correta de formar líderes.
NÃO SÓ TEORIA
Corremos perigo quando nos preocupamos somente com a formação teó-
rica do líder. Por alguma razão, Jesus não buscou Seus primeiros discípulos no
Sinédrio, mas no campo e à beira do mar. A teoria é necessária, não podemos
menosprezá-la, mas a teoria por si só enche o coração de suficiência própria.
Ou, na melhor das hipóteses, forma líderes que se perdem no mar profundo
das ideias, alheios aos dramas da vida real. “Porque assim diz o Alto, o Sublime,
C.Qualidade
Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
pois Ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser
Dep. Arte
se esses líderes vão cumprir uma missão espiritual, eles precisam ser homens e
mulheres espirituais. Precisam receber o Espírito.
TRABALHO DESCUIDADO
O Espírito de Profecia enfatiza repetidas vezes que “salvar pessoas deve ser
a obra vitalícia de todo aquele que professa seguir a Cristo”. Todos, não alguns. Fábio
Prog.Visual
Não uns poucos, mas todos.
O mundo já estaria evangelizado se tivéssemos seguido o plano-mestre de
Redator
Jesus Cristo e tivéssemos nos preocupado em convencer cada membro da igreja
a procurar seus amigos, parentes e vizinhos a fim de transformá-los em discí-
Cliente
pulos. Mas, lamentavelmente, o plano divino passou a ser “um método a mais”
em meio a tantos planos. E isso não ocorre somente em nossos dias. No fim do
C.Qualidade
século 19, Ellen White afirmava: “Todo pecador que Cristo salvou é chamado
a atuar em Seu nome pela salvação dos perdidos. Essa obra fora negligenciada
Dep. Arte
em Israel. Não é também hoje negligenciada pelos que professam ser seguido-
res de Cristo?” (Parábolas de Jesus, p. 191).
Pense no verbo “negligenciar”. Não significa recusar, mas considerar que o
assunto não tem muita importância, que é algo óbvio. É supor que tudo vai bem,
enquanto, ao mesmo tempo, andamos preocupados em descobrir outra maneira
“revolucionária” de cumprir a missão – algum método que demande pouco
tempo, pouco dinheiro e pouco esforço, e que ainda multiplique o número de
membros com extrema rapidez.
Fábio
Prog.Visual
Redator
Cliente
C.Qualidade
Dep. Arte
CAPÍTULO 11
O PREÇO DO DISCIPULADO
Nu nc a foi fáci l se gu i r a Je sus. C a m i n h a mo s na c on-
tramão da vida. O que o inimigo mais busca é destruir os seguidores de Jesus.
Apesar das maravilhosas promessas bíblicas, precisamos estar conscientes de
que o povo de Deus segue em sua peregrinação rumo a seu glorioso destino.
Nosso lar não é neste mundo. Estamos no mundo, mas não somos do mundo.
Os negócios do nosso Pai não são terrenais.
Para Jesus, essa ideia estava clara desde que Ele era um menino de apenas
12 anos. Um dia, Ele perguntou aos pais: “Por que é que Me procuráveis? Não
sabeis que Me convém tratar dos negócios de Meu Pai?” (Lc 2:49, ARC).
Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.
Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e
entre a nora e sua sogra. Assim, os inimigos do homem serão os da sua pró-
pria casa. Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a Mim não é digno de
Mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a Mim não é digno
de Mim; e quem não toma a sua cruz e vem após Mim não é digno de Mim
(Mt 10:34-38).
Essas palavras de Jesus têm sido mal interpretadas por muita gente ao longo
da história. Existem, inclusive, pessoas que pensam que o cristianismo pro-
move a destruição da família e das boas relações humanas. Mas não é assim.
Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a Seus discípulos que
Redator
Lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos,
dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro
Cliente
dia. E Pedro, chamando-O à parte, começou a reprová-Lo, dizendo: Tem
compaixão de Ti, Senhor; isso de modo algum Te acontecerá. Mas Jesus,
C.Qualidade
voltando-Se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para Mim pedra de tro-
peço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens. Então,
Dep. Arte
disse Jesus a Seus discípulos: Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se
negue, tome a sua cruz e siga-Me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida
perdê-la-á; e quem perder a vida por Minha causa achá-la-á (Mt 16:21-25).
Coloquei o texto completo para que você tenha uma ideia clara do que Jesus
disse. Em primeiro lugar, Ele falava da própria missão. Ele não veio ao mundo
para viver, mas para morrer. Desde que passou a ter consciência das coisas, sabia
que Se encaminhava para a morte. Era a única maneira de salvar o ser humano.
Pedro, aparentemente, não entendia isso, e o Mestre repreendeu sua inca-
pacidade de compreender as coisas divinas. Depois, dirigindo-Se aos discípu-
los, disse a eles que era necessário que cada um tomasse sua cruz e O seguisse.
Alguns crentes pensam que a vida cristã é sinônimo de sofrimento, pois a
recompensa está no Céu. Em parte, isso é verdade. Nossa verdadeira recom-
pensa está no Céu, mas isso não é motivo para crer que a vida cristã seja de
sofrimento neste mundo. “É um erro pensar que Deus tem prazer no sofri-
mento dos Seus filhos. Todo o Céu está interessado na felicidade do ser
humano. Nosso Pai celestial não impede que qualquer de Suas criaturas expe-
rimente momentos de alegria” (Caminho a Cristo, p. 46).
Jesus não sofreu? Claro que sim. Ele veio para tomar nossa morte e nos
dar Sua vida; tomar nossos pecados sobre Si e nos dar Sua justiça. Veio a este
mundo para tomar nossas dores, aflições e enfermidades, e nos dar vida abun-
dante. Que vida abundante é uma vida cheia de sofrimento?
O sofrimento existe. Faz parte desta vida. Vivemos em um mundo que não
ama nem a Deus, nem os que seguem a Jesus. Não faltarão, portanto, dificulda-
des, perseguições e pressões. Com frequência teremos que escolher entre ficar
com as pessoas ou com Jesus. Mas pensar que a vida cristã consiste só em sofri-
mento é ir além do que a Palavra de Deus ensina. A vida cristã é paz, alegria e
regozijo em Cristo.
Entretanto, é preciso saber que aceitar a Jesus tem um preço, e que é preciso
estar disposto a pagá-lo. Quem cobra esse preço não é Jesus. A salvação é pela
graça. Quem o cobra é o inimigo de Jesus.
LUTAS DO DISCÍPULO
As batalhas que o discípulo enfrenta não são apenas exteriores, da parte
dos que não creem em Cristo. Na maioria das vezes são batalhas interiores.
Dep. Arte
permanecer firme e, pela constante entrega a Deus, será capacitado para viver
a nova vida, a vida da fé” (Caminho a Cristo, p. 47).
MAL-ENTENDIDO
Existe muita confusão com relação ao assunto da vitória em Cristo e o uso
da força de vontade. Quem é que vence: Jesus ou você? Seria Jesus, e você só
ficaria com a vitória? Ou é você com a ajuda de Jesus? Qual é a participação
humana? Ter fé é ficar de braços cruzados esperando que Jesus controle sua
vida? Onde fica a participação humana? Qual é o papel da força de vontade?
O apóstolo Paulo explicou essa questão de maneira simples. Quando você
vai a Jesus e convive com Ele, Jesus passa a fazer parte de sua vida. Ele habita em
você mediante Seu Espírito. “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do
Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois
de vós mesmos?” (1Co 6:19).
O Espírito está no discípulo. O que acontece então? O Espírito Santo o
obriga a fazer as coisas corretas, ainda que você não queira? Não! Você não se
transforma numa máquina ou robô, obrigado a fazer algo contra sua vontade.
O que acontece é algo maravilhoso. Quando você permite que Jesus faça parte
de sua vida, e o Espírito Santo habita em seu coração, ambos passam a ser como
uma só pessoa. As vontades se unem. “Estou crucificado com Cristo; logo, já
não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho
na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo Se entre-
gou por mim” (Gl 2:19, 20).
“Já não sou eu quem vive”, disse Paulo. E aonde você vai se, agora, Cristo
vive em você? “E esse viver que, agora, tenho na carne”, continuou o após-
tolo. Mas espere um pouco. Ele não acabou de dizer que já não vive? Como,
então, acrescenta “e esse viver que, agora, tenho”? Afinal de contas, Paulo vive
ou não vive?
Essa é a maravilhosa realidade do discípulo. Quando você vive uma vida de
comunhão diária com Jesus, a vontade Dele e a sua se unem. São duas vontades
em uma. Os desejos Dele passam a ser também os seus desejos. Então, quando
chega o momento da luta, quem é que decide: Ele ou você? É Ele, mas é você.
Quem é que derrota o inimigo? É você, mas é Ele.
Sua comunhão com Jesus é tão profunda, e sua convivência com Ele, tão
íntima, que as duas vontades se transformam em uma só. A vida que agora
CUSTOS
Redator
Vale a pena seguir a Jesus? Aparentemente, essa pergunta não faz sentido.
Seguimos a Jesus por amor, não por cálculos humanos ou para obter benefícios
Cliente
da parte de Deus. Mas nossa natureza humana nos leva sempre a buscar o que
nos convém. A pergunta de Pedro é uma prova de sua humanidade: “E disse
C.Qualidade
Pedro: Eis que nós deixamos nossa casa e Te seguimos. Respondeu-lhes Jesus:
Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou mulher, ou
Dep. Arte
irmãos, ou pais, ou filhos, por causa do reino de Deus, que não receba, no pre-
sente, muitas vezes mais e, no mundo por vir, a vida eterna” (Lc 18:28-30).
Explicarei isso com uma ilustração. Quando eu era criança, meus pais esta-
vam planejando tirar férias em nossa terra natal. Poucos dias antes, comecei
a sentir dores em um dente. Nesse tempo, não se tratava um dente que doía.
Simplesmente o extraíam. Meu pai me disse:
– Vamos arrancar esse dente de uma vez para que você viaje de férias sem
problemas.
Eu não queria. Fingi que o problema estava resolvido, que tudo estava bem,
e disse a ele:
– A dor já passou e não me incomoda mais.
A verdade era outra: o dente continuava doendo, mas eu tinha medo de ir
ao dentista.
Saímos de férias, e o “bendito” dente piorou. Meus irmãos desfrutavam de
todas as atividades enquanto eu sofria. Não havia um dentista no local, e pas-
sei as piores férias da minha vida. Ao ver meu sofrimento, meu pai me disse:
– Você poderia ter sofrido um dia e aproveitado todas as férias. Mas você
preferiu sofrer todas as férias.
É mais ou menos isso que Jesus disse a Pedro. Esta vida é curta e, como vive-
mos em um mundo de dor, pode haver sofrimento para o cristão. Mas a vida
eterna sem dor espera por você. Agora, se preferir, você pode desfrutar dos pra-
zeres da carne na Terra, mas esta vida é passageira e logo chegará ao fim.
REALIDADES
Tempos atrás, um jovem me disse: “Pastor, eu prefiro a realidade deste
mundo que vejo à esperança de um Céu que não vejo.” Sempre houve pessoas
que pensam dessa maneira. Mas, por outro lado, também sempre houve pes-
soas que, deixando tudo, seguiram a Jesus. Na epístola aos Hebreus, encontra-
mos a descrição dessas pessoas:
Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de
testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenaz-
Dep. Arte
CAPÍTULO 12
O DISCÍPULO E A
COLHEITA FINAL
Joa na é u m a f i e l se rva de D eus , c om prom et i da c om a
missão. Ela conheceu o evangelho por meio do trabalho abnegado de Júlia,
uma colega de trabalho, que teve muita paciência com ela. A princípio, Joana
não queria conversar com Júlia sobre assuntos relacionados à religião. Ela era
fiel membro de outra denominação, e havia prometido a sua mãe, em seu leito
de morte, que jamais iria trair a fé de seus pais.
No entanto, Júlia se aproximou de Joana seguindo o método de Cristo. Não
falou de religião com ela, nem deu a impressão de que desejava levá-la para sua
igreja. Simplesmente, desenvolveu uma belíssima amizade com ela, mostrou-
lhe simpatia, ajudou-a em tudo o que Joana precisava. Pouco a pouco, foi con-
quistando sua confiança.
Um dia, Júlia se surpreendeu com a pergunta de Joana:
– Por que você é assim?
– Assim como?
– Assim bondosa, simples, abnegada... Enfim, uma amiga em quem se pode
confiar.
– Não sei, Joana. Simplesmente sou assim.
– Mas existe algo especial em você. Você é membro de alguma igreja, não é?
– Eu diria que, mais que isso, sou uma seguidora de Jesus.
– O que quer dizer com isso?
– Que sigo a Jesus e procuro fazer o que encontro em Sua Palavra. E, claro,
também frequento a Igreja Adventista do Sétimo Dia.
– Que nome estranho. Nunca tinha ouvido falar sobre essa igreja.
PROFECIA IMPORTANTE
No capítulo 14 do livro de Apocalipse, encontramos registradas as três
mensagens angélicas, que simbolizam o remanescente que Deus levantou em
1844, com a finalidade de pregar a última mensagem ao mundo. Essa men-
sagem deve ser proclamada a “toda tribo, língua e povo”. É uma mensagem
de caráter mundial, que tem como centro o evangelho eterno, marcada pelo
Dep. Arte
COLHEITA
Essa é uma profecia/promessa. Chegará o dia em que o próprio Senhor
Jesus Cristo entrará em ação para colher o que a igreja semeou. Nesse dia, Joana
verá que aquilo que para ela parecia perda de tempo era apenas o tempo que
Deus precisava para fazer amadurecer a semente no coração dos seres huma-
nos. A serva de Deus disse:
A boa semente pode por algum tempo jazer despercebida num coração frio,
egoísta e mundano, sem dar demonstração de haver-se enraizado; porém
mais tarde, tocando o Espírito de Deus esse coração, a semente oculta brota,
e, finalmente, produz frutos para a glória de Deus. Não sabemos durante
toda a vida qual prosperará, se esta ou aquela. Isso não é de nossa alçada.
Façamos nosso trabalho e deixemos os resultados com Deus. “Pela manhã,
semeia a tua semente e, à tarde, não retires a tua mão” (Ec 11:6). O grande
concerto de Deus declara: “Enquanto durar a Terra, não deixará de haver
sementeira e sega” (Gn 8:22). Confiante nesta promessa o lavrador ara e
semeia. Com não menos confiança devemos labutar na sementeira espiri-
tual, confiantes em Sua declaração: “Assim será a palavra que sair da Minha
boca; ela não voltará para Mim vazia; antes, fará o que Me apraz e prosperará
naquilo para que a enviei” (Is 55:11). “Aquele que leva a preciosa semente,
andando e chorando, voltará sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os
seus molhos” (Sl 126:6) (Parábolas de Jesus, p. 65).
Minha mãe orou e trabalhou pela conversão do meu pai por 34 longos
anos. Do ponto de vista humano, parecia que ele nunca aceitaria a Jesus como
seu Salvador. Ele não era mau do ponto de vista moral. Era um cidadão cor-
reto, um bom esposo e pai exemplar. Mas, espiritualmente, se encontrava
morto e não mostrava interesse pelas coisas do Espírito. Um dia, porém, nos
surpreendeu quando confessou que havia se rendido a Jesus e que desejava
ser batizado.
O sábado estava quase terminando quando tive a alegria de entrar no tan-
que batismal para sepultar nas águas o meu pai. Naquele dia, no meio das pes-
soas ali reunidas, havia uma mulher com os olhos banhados em lágrimas. Ela
havia orado por aquele homem por mais de três décadas e, finalmente, podia
ver o trabalho de Deus se tornar realidade.
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