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Hérnias

Profª Thaís Ayumi Stedile Fujimoto

 Definição
Protrusão de qualquer estrutura, víscera ou órgão, através de uma abertura, congênita ou adquirida.

 Classificação
- Verdadeiras: apresentam um saco herniário (peritônio), um anel herniário e o conteúdo herniário.
- Falsas: não apresentam o saco herniário (hérnias traumáticas, incisionais)
- Hérnias redutíves: são aquelas passíveis de redução do conteúdo, retornando para dentro da
cavidade.
- Hérnia encarcerada: quando a redução não for possível, devido à presença de aderências
- Hérnia estrangulada: quando o cirurgião se depara com o conteúdo apresentando
comprometimento circulatório, com possibilidade de isquemia e necrose tecidual.

 Localização
 Hérnias abdominais externas são defeitos na parede externa do abdome que permitem a
protrusão do conteúdo abdominal; Hérnias abdominais podem ser definidas de acordo com
sua localização (ex. ventral, pré-púbica, paracostal).
 Hérnias abdominais internas são aquelas que ocorrem através de um anel de tecido
confinado dentro do abdome ou do tórax (ex. hérnia diafragmática e hérnia de hiato).
 Hérnias umbilicais ocorrem através do anel umbilical.
 Hérnias inguinais são protrusões de órgãos ou tecidos através do canal inguinal adjacente ao
processo vaginal.
 Hérnias escrotais ocorrem quando o defeito do anel inguinal permite a protrusão de
conteúdo abdominal para o interior do processo vaginal adjacente ao cordão espermático.
 Hérnias femorais ocorrem através de um defeito no canal femoral.

 Etiologia
Sua formação se dá em consequência de trauma, flacidez muscular, deiscência de sutura e defeitos
congênitos. O conhecimento anatômico das estruturas envolvidas nas hérnias é de extrema
importância para sua abordagem cirúrgica.

 Sinais Clínicos
-Aumento de volume indolor ou não, macio à palpação, aumenta no esforço e diminui no repouso,
presença de conteúdo e presença do anel herniário.

 Diagnóstico
Se dá pela localização, palpação (presença de anel herniário e reintrodução do conteúdo) e imagens.

 Complicações
-Inflamação;
-Encarceramento;
-Estrangulamento (deve-se fazer a cirurgia o mais rápido possível) causando necrose em 24 a 48
horas e se houver perfuração haverá peritonite.

 Prognóstico
-Dependente da fase em que se encontra:
-Não complicado: favorável;
-Complicado: reservado;
 Pré-operatório
A preparação do paciente para o ato operatório deverá ser planejada, a exemplo da sondagem da
vesícula urinária quando há o encarceramento da bexiga no anel herniário.
O local a ser operado deverá ser tricotomizado e submetido a antissepsia rigorosa.

 Tratamento Cirúrgico
O procedimento cirúrgico tem caráter emergencial nos casos em que há isquemia e necrose ou
alteração da função fisiológica de vísceras devido ao estrangulamento e encarceramento do
conteúdo no anel herniário. O procedimento cirúrgico é indicado como tratamento definitivo das
hérnias.
Fazer uma incisão na pele acima ou lateral a hérnia. Aprofundar a incisão através do tecido
subcutâneo até a musculatura. Expor o saco herniário por dissecação digital e identificar o saco e o
anel herniário. Reduzir os componentes abdominais através do anel ou, se necessário, incisar o saco
herniário e fazer uma incisão no aspecto craniomedial do anel e aumentá-lo. Após reduzir os
componentes abdominais, seccionar a base do saco herniário e fechá-lo com suturas horizontais de
colchoeiro, sutura contínua simples ou um padrão de sutura invertida (p. ex., Cushing mais
Lembert). Fechar o anel com sutura interrompida simples com fio sintético absorvível ou não
absorvível. Realizar sutura de subcutâneo e pele conforme o convencional.

 Pós- operatório
Controle da dor e exercícios, deverão ser recomendados, diminuindo as chances de recidivas e
deiscência de pontos.

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